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terça-feira, 30 de julho de 2019

O Parque das Andorinhas em Ouro Preto

(Por Arnaldo Silva) Ouro Preto encanta os visitantes, por sua impressionante e muito bem preservada arquitetura, bem como seus eventos e atividades artísticas, culturais e gastronômicos. Mas a vida em Ouro Preto não se resume apenas na sua história urbana. No município de Ouro Preto podemos encontrar belezas de impactar, de tirar o fôlego. Uma dessas belezas é o Parque Municipal das Andorinhas. A reserva guarda tesouros da fauna e flora do Cerrado e Mata Atlântica. (fotografia acima e abaixo de Ane Souz)
          A beleza que você está vendo nessas fotos da matéria está à disposição de todos, num local de fácil acesso, com toda a infraestrutura para receber os visitantes. Fica perto do Centro Histórico. São apenas 5 km da Praça Tiradentes. São 557 hectares de área preservada, funcionando todos os dias, com entrada gratuita.
          Para chegar até o Parque das Andorinhas, saindo da Praça Tiradentes, siga pelo Morro da Queimada, na estrada para Mariana. Após o Hotel Solar das Lajes, suba a primeira rua à esquerda, em direção ao Hotel Fazenda Boa Vista, suba o morro, pegue a primeira rua à sua direita e após o cruzamento do Hotel Fazenda Boa Vista, basta seguir até a portaria do Parque. (fotografia acima de Ane Souz)
          Mas tem outro caminho que eu acho mais interessante, pela história do local. É o Morro São Sebastião. Você vai aproveitar e conhecer a Capela São Sebastião (na foto acima de Ane Souz), uma das primeiras de Ouro Preto. Para chegar até o morro, saindo da Praça Tiradentes, você pega a saída para Belo Horizonte, vire a primeira rua à direita, após a Escola de Minas, suba a Ladeira João de Paiva e passará pelo Mirante do Morro São Sebastião. 
          Aproveite, contemple a vista (foto acima de Arnaldo Silva). Perto do Mirante está a Praça São Sebastião, basta seguir pela primeira rua à direita, onde avistará o Templo Budista e mais à frente a Capela de São João. 
          Antes de seguir o caminho, visite a capela de São João (na foto acima de Ane Souz), que junto com a de São Sebastião, foi uma das primeiras a ser erguida na cidade. A partir daí, siga pela Avenida das Andorinhas, pegue a estrada de terra à sua esquerda e chegará a frente à portaria do Parque. 
          Dentro da Área de Preservação Ambiental (Apa) o visitante poderá contemplar e vivenciar contato pleno com a natureza, caminhar pelas trilhas, conhecer as cachoeiras, praticar esportes e descansar com família e fazer piqueniques. O lugar é seguro, tem guias orientando os visitantes e acompanhamento pelas trilhas entre 6 e 18 hs. 
          Dentro do Parque, o visitante conhecerá a Cachoeira das Andorinhas. Encontra-se no interior de uma formação rochosa, que lembra uma gruta (na foto acima de Ane Souz). Durante o verão, o local é habitado por andorinhas de coleira. Por isso o nome da cachoeira e o nome do parque. Pela presença de grande número de andorinhas no local, no verão. 
          Tem ainda a famosa Pedra do Jacaré (na foto acima de Ane Souz), que proporciona uma vista maravilhosa. A cachoeira Véu de Noiva, com seus 40 metros de queda, é uma das grandes atrações da área. (foto abaixo de Ane Souz)
          Andar pelo parque requer cuidados e ficar atentos à orientação dos guias já que os caminhos são pedregosos, com fendas abertas. Recomendam-se roupas e calçados adequados para caminhar pelas trilhas.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

A história da bicentenária Ponte Queimada sobre o Rio Doce

(Por Arnaldo Silva) Cruzando o Rio Doce, em 200 metros de extensão, entre os municípios de Pingo D´Água e Marliéria, a Ponte Queimada é uma das mais atrativas entradas para o Parque Estadual do Rio Doce, a maior reserva natural de Mata Atlântica de Minas Gerais. A própria ponte, bem, como a estrada, são atrativos turísticos da região, fazendo parte do conjunto paisagístico da área de conservação do Parque do Rio Doce. Sua importância é tão grande que projeto para tombamento da ponte foi apresentado pelo IPHAM em 2018.
          Não é certeza da data da construção da Estrada da Ponte, como é chamada e nem porque foi construída. Acredita-se que tenha sido construída em meados do século 18. Uma das hipóteses para sua construção foi a suspeita de ouro na região do Rio Doce. Como não foi encontrado o metal em grande abundância, passou a ser usada como caminho de viajantes para Ouro Preto e transporte de presos condenados para o presidio de Cuité, em Conselheiro Pena.
          Por esse motivo, a estrada passou a ser conhecida como Estrada do Degredo. Por volta de 1794, a ponte que foi queimada, já que todo seu corpo era de madeira. O motivo do incêndio não foi esclarecido até hoje. Pode ter sido praticado por presos, que se rebelaram e para facilitar a fuga, incendiaram a ponte. Ou pelos próprios policiais que faziam a escolta de presos, temendo emboscadas e ataques surpresas dos comparsas dos condenados. Outra versão diz que a ponte foi incendiada por indígenas para se defenderem dos forasteiros que chegavam à região em busca de ouro. 
          Tempos depois de ser incendiada, por sua importância para a região, foi recuperada e aproveitada como ligação entre Santana do Alfié e Quartel do Sacramento. Com o surgimento de usinas metalúrgicas na região no início do século 20, a necessidade de escoar mais rapidamente a produção se fez necessário. Em 1930 a ponte foi totalmente reconstruída e sua estrutura reforçada. Preservaram os vigamentos de ferro e o corpo de madeira. Concreto dão sustentação às bases e pilares tornando a ponte mais segura. Com o passar do tempo e desenvolvimento industrial da região, bem como surgimento de estradas e linhas férreas e pela estrada englobar uma grande área de reserva ambiental, a estrada da ponte foi ficando perdida no tempo, servindo apenas como ponto de monitoramento ambiental para o Parque do Rio Doce, por estar próximo a uma das entradas do Parque. 
          A estrada da Ponte Queimada foi usada por muito tempo de ligação entre Pingo D´Água e Córrego Novo a Marliéria e Timóteo. Hoje se usa a LMG-759, desde 2012 asfaltada, desafogando o tráfego na antiga estrada da Ponte Queimada, bem como reduzindo o fluxo de pessoas nas imediações da unidade de conservação.
           A estrada da Ponte Queimada faz parte do passado de Minas Gerais. Pela estrada da ponte, um pouco de nossa história pode ser contada. O que se sabe, é que é um das mais antigas travessias sobre o Rio Doce na região, de grande valor histórico para a região. (Por Arnaldo Silva, com fotografias de Elvira Nascimento)

domingo, 28 de julho de 2019

Conheça Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto

(Por Arnaldo Silva) Miguel Burnier é o maior distrito de Ouro Preto em extensão territorial, distante 40 km da sede, a uma altitude de 1772 metros.
          Desde sua origem, o distrito teve sua existência ligada á exploração de recursos naturais, já que na região, ouro era abundante, bem como jazidas de minério de ferro. Tanta riqueza mineral atraiu para o distrito enorme contingente de exploração mineral ao longo dos séculos, deixando alguns rastros pelo caminho, principalmente de degradação ambiental.
          A partir de 2000, com a instalação da Gerdau Açominas, alguns moradores começaram a deixar a vila, já que a presença da mineração aumentava os índices de degradação dos seus recursos naturais, bem como o temor dos riscos, provocados pela atividade. 
          Quando o distrito nasceu, no século nos fins do século 18 para o início do século 19, seu nome era Região do Rodeio, lugar composto por várias fazendas mineradoras de ouro. Com o crescimento da atividade minerária, a região começou a crescer, havendo necessidade de maior escoamento da produção. No dia 17 de junho de 1884, era inaugurada a Estação Ferroviária de Miguel Burnier, com esse objetivo. O nome da estação foi em homenagem o diretor da rede ferroviária naquela época, Miguel Noel Nascentes Burnier.
          Em 1893 foi implantada próximo à Estação uma usina de produção de ferro. Com a usina surgiram casas, foi erguida uma pequena capela, em homenagem a São Julião e o local passou a ser chamado por esse nome, São Julião. Mesmo tendo o povoado em torno da Estação e outro em torno da Usina, todo o lugar era chamado de São Julião. Mais tarde, Miguel Burnier passou a ser não só nome da Estação, do povoado de São Julião e de toda a região em torno, através da lei nº 336, de 17 de dezembro de 1948. Até hoje, boa parte dos moradores chamam o distrito de São Julião. 
          Ainda no início do século 20, chegam ao distrito as irmãs da Beneficência Popular do Coração de Jesus e solicita a construção de uma nova igreja, o que foram atendidos, sendo a antiga capela de São Julião, demolida, preservando apenas a imagem do santo, que passou a ornamentar a nova igreja, construída em estilo neorromântico, no ano de 1934. O Romântico é um estilo arquitetônico que se caracteriza pelo luxo dos traços arquitetônicos, com decoração rebuscada, tanto no interior, como no exterior das construções, com a misturas de estilos como o gótico, o românico e o neo-gótico. A principal características deste estilo são os arcos em forma de ogivas e vitrais no gótico tradicional, como podem ver nas fotos acima, da fachada e interior da Matriz de Miguer Burnier. Em 1946, essas mesmas irmãs erguem no local o Orfanato Monsenhor Horta.
          Se vier a Ouro Preto, conheça Miguel Burnier. Sua arquitetura, sua histórica contada nos trilhos e estação, bem como nas fazendas em seus arredores. É uma aula de história. (As fotografias desta edição são de autoria de Ane Souz)

sábado, 27 de julho de 2019

10 vezes o melhor doce de leite do Brasil

 (Por Arnaldo Silva) O Minas Láctea é um evento bienal realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Instituto Cândido Tostes (ICT) de Juiz de Fora MG, Zona da Mata. Tradicionalmente, é realizado em anos ímpares.
          Trata-se do maior evento lácteo da América Latina, englobando a Semana do Laticinista, Congresso Nacional de Laticínios, a Expolac, a Expomaq e o tradicional Concurso Nacional de Produtos Lácteos. 
          Este concurso nacional, premia onze categorias diferentes: Gorgonzola, Parmesão, Gouda, Provolone, Reino, Prato, Requeijão Cremoso, Doce de Leite, Manteiga de Primeira Qualidade, Minas Padrão e Destaque especial.
          Todos produtos passam por uma rígida avaliação feita por um corpo de profissionais qualificados e reconhecidos no mercado de lácteos do Brasil. Não se trata de votação e sim avaliação. (foto acima da Camila Costa, somente ilustrativa para a matéria, mostrando o melhor doce do Brasil com o queijo Canastra da Cristina, em Vargem Bonita MG)
          Os critérios adotados para escolha dos melhores são: cor, textura, odor, aroma, sabor e consistência, através de testes cegos, sem o conhecimento dos rótulos pela comissão avaliadora. Quem faz a avaliação é o laboratório da Epamig – Instituto Cândido Tostes. (na foto acima de Eramos Pereira/Epamig, jurados analisando doces de leite no 45° Concurso Nacional de Produtos Lácteos, no Minas Láctea 2022)
          Já são 45 edições, a última realizada em julho de 2022. Em 10 dessas edições, o doce de leite Viçosa foi deca-campeão. Um feito impressionante, consagrando o doce de leite fabricado em Viçosa, como o melhor do Brasil e um dos melhores do mundo.  
         O Doce de Leite Viçosa é o maior campeão. Desde a criação do concurso nacional, em 2000, foram 10 vitórias: 2001, 2004, 2006, 2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016 e a última, em 2019. 
A história do Doce de Leite Viçosa
          O doce é famoso em Minas e no Brasil. Fabricado pelo Laticínio Escola (Funarbe – Universidade Federal de Viçosa). Produzido desde 1988, em Viçosa MG, Zona da Mata Mineira, é feito com matéria-prima de primeira qualidade, mão de obra muito bem qualificada. (na foto acima de Chico do Vale, o Campus da Universidade Federal de Viçosa MG)
          Além disso, o apoio técnico-cientifico que a Universidade Federal de Viçosa dispõe, garante um doce de primeira linha, usando o mínimo de conservantes possíveis, sem adição de misturas que possam comprometer sua qualidade, como amido e glicose de milho. 
          O resultado final é um doce de altíssima qualidade, com alto nível de pureza, textura macia, sabor único e inigualável, além de ser rico em valores nutricionais. É comercializado em três versões: tradicional, com coco e com chocolate, com opção em embalagens de 475 gramas, 855 gramas e 5 quilos.
Doce com tecnologia e tradição mineira
          Ser 10 vezes eleito o melhor doce de leite do Brasil, é resultado de muita pesquisa, pela busca pelo aprimoramento e do equilíbrio da tecnologia com a tradição culinária de Minas Gerais. Dessa união, originou o melhor doce de leite do Brasil e um dos melhores do mundo. Doce de Minas, com tecnologia e sabor das montanhas mineiras.
          Ser deca-campeão em um concurso tão concorrido e respeitado nacionalmente
, vem coroar o mais alto nível do laticínio, tanto em qualidade profissional, como investimento em maquinário da mais alta tecnologia, com a preocupação de valorizar as tradições mineiras.
          O resultado: reconhecimento profissional e popular. O povo sabe porque experimenta, compra, conhece e afirma: o doce de leite Viçosa é o melhor do Brasil. É o doce preferido dos mineiros e brasileiros.
         
Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais
          Por sua importância para Minas, sua simbologia, história e tradição, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais analisou, discutiu e votou o Projeto de Lei (PL 632/2019) de autoria do deputado Estadual Coronel Henrique (PSL). O projeto reconhece o processo de produção do Doce de Leite Viçosa, como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais. (na foto acima do Osvaldo Filho, o Doce de Leite Viçosa e o tradicional Queijo D´Alagoa MG)
          A PL 632/2019 foi aprovada em primeiro turno no dia 19/05/2021 e em segundo turno, no dia 17/11/2021.
          Em 5 de janeiro de 2022, o Projeto de Lei 632/2019, aprovado em dois turnos pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi sancionado pelo Governado Romeu Zema (Novo).

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Um paraíso chamado Ibitipoca

(Por Arnaldo Silva) Quando vemos fotos de belezas do nosso Brasil, muita gente chega a duvidar se realmente existem aqui em Minas Gerais. Um desses lugares é o Ibitipoca, em Conceição do Ibitipoca (na foto acima de John Lima/@fotografo_aventureiro), distrito de Lima Duarte, na Zona da Mata Mineira. Uma das mais encantadoras vilas mineiras e porta da entrada para o Parque Estadual do Ibitipoca, que abriga uma flora e fauna valiosíssimas e belezas impressionantes, que deixam qualquer um de boca aberta.
          O parque (na foto acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro) foi criado em 1973 para proteger e preservar as belezas minerais, a fauna que conta com vários animais, alguns ameaçados de extinção e flora com variedades de plantas exóticas e rupestres, nativas da região. Ao todo o parque possui 1500 hectares de área formada por rios, lagos, poços de águas com cores vermelhas e escuras, cascatas, paredões, penhascos, grutas, trilhas, paisagens rupestres com as cores vivas, mescladas com as cores impressionantes das rochas de quartzito, que é uma mistura de quartzo com matéria orgânica. Esse mineral é abundante na região e sua cor dá mais brilho e beleza a toda a paisagem da área. (na foto abaixo o Paredão de Santo Antônio. Por Gabriel Fortes - Sauá Turismo)
          Todo o Ibitipoca é espetacular, mágico, cheio de vida, e cores. É um verdadeiro paraíso, que impressiona todos os visitantes. Uma sensação de êxtase e perplexidade diante de tamanha beleza preservada. É uma das mais importantes reservas ambientais de Minas. Não tenha dúvidas: o Ibitipoca te deixará de queixo caído. 
          No decorrer da matéria você estará vendo fotos da charmosa vila e da área do parque do Ibitipoca. Só pelas imagens ficará encantado. Nem irá acreditar que no Brasil temos um paraíso verde preservado com tamanha e rara beleza, um verdadeiro oásis para quem ama e busca vivenciar plenamente a natureza.
Saiba agora como conhecer esse paraíso. 
Como chegar? 

          Saindo de Belo Horizonte via BR 040, até Lima Duarte são 293 km. Saindo de São Paulo, via BR 116, são 426 km de distância e do Rio de Janeiro são 247 km, via BR 040.
          Chegando a Lima Duarte siga até Conceição do Ibitipoca pela LMG 871. São apenas 26 km. Já no distrito, aproveite para conhecer um pouco a vila. Irá gostar. Em estilo colonial, com muita tradição em doces, quitandas e cervejas artesanais, com bares pitorescos e vendas charmosas. Capelas e igrejas centenárias, que guardam um pouco da história dos tempos do Brasil Colonial. Conceição do Ibitipoca tem hoje cerca de 1500 habitantes. (foto abaixo de Glauco Umbelino)
          A beleza da região sempre atraiu cientistas e naturalistas desde os primórdios tempos como o botânico, naturalista e viajante francês Auguste de Saint-Hilare, (Orleans, 4 de outubro de 1779 – Orleans, 3 de setembro de 1853) Em 1906 uma comissão de cientistas esteve no Ibitipoca para descrever as paisagens da região. Em 1922, outro cientista, Álvaro Astolfo da Silveira também esteve no Ibitipoca. 
            Isso porque, algo de especial tem Conceição do Ibitipoca (na foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro, tradicional boteco da Vila) e toda sua beleza em redor. E como tem. Vale a pena conhecer não só as belezas, mas a história, o povo do povoado, sua culinária e sua arquitetura, simples, mas valiosa em termos culturais e arquitetônicos. Não deixe de apreciar as cervejas artesanais, os doces, a culinária típica mineira e o famoso pão de canela do Ibitipoca. É uma das mais antigas receitas da culinária mineira. Esse pão não falta nas casas dos moradores da vila, faz parte da identidade gastronômica do Ibitipoca.
          Depois de conhecer a Vila, vamos então aprender a chegar ao Parque do Ibitipoca. (na foto acima do Raul Moura) Você vai pegar a via principal do distrito que é uma subida, passando em frente ao Portal da Serra e restaurante Ibitilua. Continuando a subida encontrará um pequeno trevo. A partir dai você segue reto a vida toda. É logo ali. Bem pertinho mesmo. Não tem erro! Vai sair em frente à portaria. É logo ali mesmo. Não fique desconfiado do meu ali. Não é aquele ali de mineiro que mata qualquer um de tanto andar e nunca chega. São apenas 3 quilômetros da vila até a portaria do parque. Da pra ir até a pé, de bicicleta, a cavalo ou correndo. É um tirim de espingarda.
          Já dentro do parque terá que andar mais 2 km para chegar até o Centro de Visitantes. 
          Se você está de ônibus o jeito é descer em Lima Duarte e de lá pegar um ônibus até Conceição do Ibitipoca (na foto acima do Marlon Arantes). Já no distrito, para ir até a portaria do Parque, você pode pegar uma van que leva turistas até o local. Eles cobram um valor. Eu não sei qual é, porque eu optei pela “viação canela”. Passei sebo na canela e fui correndo. São apenas 3 km. No caminho vi muita gente indo de bicicleta.
          Mas se você quer algo mais personalizado, conhecer tudo que tem no Ibitipoca eu indico do Gabriel Fortes, da Sauá Turismo. (na foto acima do Marlon Arantes a Praça da Matriz de Conceição do Ibitipoca) Esse é o cara, conhece tudo do Ibitipoca e te leva e te acompanha em todos os lugares para você não perder nenhum detalhe desse paraíso em Minas. É super gente boa, muito atencioso e conhecidíssimo na região. Se quiser passo o telefone dele: (32) 984043905. Anotou? 
Quando ir? 
          A melhor época para você ir ao Ibitipoca (na foto acima do Raul Moura) é no período da estiagem, entre abril a outubro. Em dias chuvosos não aconselho muito não, principalmente se você quer curtir as trilhas e admirar as belezas da região, bem como os rios e águas ótimas para banho. Mas se quiser ir no verão, pode ir, siga seu gosto e instinto. Já aviso que o verão na região é muito chuvoso, mas isso tem sua vantagem porque com as chuvas os rios e cachoeiras ficam muito volumosos e propícios para um bom banho. Não chove o verão inteiro claro, tem dias que são de intenso calor e sol. O jeito é ir e contar com a sorte de estar lá num dia escaldante de verão e curtir aquelas águas geladas e vermelhas.
Dias e horários de visitas 
          O Parque Estadual do Ibitipoca funciona de terça a domingo, das 7 hs às 18hs. (foto acima da Marselha Rufino) No período de férias escolares funciona em dias de feriados e também nas segundas-feiras. Quando isso acontece, fica fechado no dia útil seguinte ao feriado. Cobra-se para entrar. Em dias úteis o valor é mais barato. Sábado, domingos e feriados, mais caro. (na foto abaixo o Lago dos Mirantes. Por Gabriel Fortes - Sauá Turismo)
          O ingresso é somente em dinheiro e vendido apenas na portaria de entrada do parque. Estudantes e idosos pagam meia entrada. 
          Por dia, são aceitos somente 1000 pessoas nas dependências do parque. Isso é para preservar as belezas naturais da região e ainda você poderá desfrutar de toda essa maravilha, sem aquele amontoado de gente por todos os lados. Em dias úteis é mais tranquilo, mas nos finais de semana e feriados é muita gente querendo entrar no parque. Nesse caso, o melhor mesmo é chegar cedo, bem cedo, antes da abertura do parque, às 8 hs, para garantir seu ingresso. 
Estacionamento:
          Se for de carro até a portaria, tem estacionamento. O espaço é pequeno. Para garantir seu lugar no estacionamento o jeito é chegar bem cedo, caso contrário, poderá não encontrar espaço para estacionar, principalmente nos fins de semana e feriados. Em dias úteis é mais tranquilo.
          Dentro do parque tem várias áreas avisando da proibição de estacionar, fique atento e se informe antes onde pode parar na área do estacionamento para evitar ser multado ou mesmo ter o carro rebocado pela Polícia de Meio Ambiente. Fique atento às placas de proibição e permissão de estacionar na área do parque. (foto acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro)
Área de Camping
          Uma boa notícia é que dentro do parque há uma área para camping. E isso é bom demais. Poderá ficar lá, acampado curtindo as belezas da natureza tranquilamente. Para acampar, avise na entrada. Para montar camping no parque terá que pagar diária.
          Fiquem atentos as regras do parque. Não custa nada perguntar para os funcionários do parque sobre essas regras. Já te adianto que a entrada no parque é somente até às 17h30min horas. Após essa hora, não entra mais ninguém.
          No interior do Parque Estadual do Ibitipoca, o visitante tem a sua disposição vestiários, lanchonete e restaurante para atender o visitante acampado. Para saber como fazer reservas no camping ligue para (32) 3281-1101. Para conhecer melhor o parque, o ideal é ficar lá por 3 dias. No centro de visitantes você poderá pedir um mapa dos atrativos do parque, caso não tenha guia para te acompanhar.
E Agora, o que fazer dentro do parque?
          Já entrou, estacionou o carro, armou a barraca no camping, está com o mapa da área e agora, o que fazer? 
          Agora sim você vai ler e ver fotos de cair o queixo e entender porque chamo o Ibitipoca de paraíso (foto acima de Glauco Umbelino) e porque tanta gente vem se interessando em conhecer esse pedacinho do céu em Minas Gerais. 
          O parque é bem organizado e o turista é bem atendido, com ótima estrutura e conta ainda com trilhas muito bem preservadas, seguras e bem sinalizadas. Pelas trilhas você conhecerá os tesouros naturais do Ibitipoca. Sentirá ao longo do percurso das trilhas uma tranquilidade e paz incrível. É nesse momento que perceberá toda a perfeição divina. Deus caprichou quando desenhou o Ibitipoca. 
Passarão por rios, cachoeiras, grutas, mirantes, paredões rochosos, poços de águas para banhos e outras tantas belezas. (na foto abaixo, a Cachoeira dos Macacos. Por Gabriel Fortes - Sauá Turismo)
          Mas já adianto que para contemplar essa beleza toda terá que ter um bom preparo físico. Andará muito e em boa parte, subidas, mas no final sentirá a compensação pelo cansaço. Ficará extasiado com cada pedaço do Ibitipoca que conhecer. 
          Para facilitar para o turista, o Ibitipoca foi dividido em 3 circuitos com trajeto em média 5 km de extensão cada um. Cansa, mas valerá a pena, pelas fotos que está vendo até aqui. O mais adequado é fazer um circuito por dia, durante 3 dias. Assim aproveitará mais, poderá conhecer tudo nos circuitos.
O primeiro circuito é o das Águas 
          É menor e o mais fácil para chegar. É tipo um aquecimento para os dois seguintes. Nessa trilha tem um mirante que te proporcionará um visual espetacular. O trajeto é de 5 km, em forma circular, com algumas subidas, com descidas um pouquinho inclinadas. Ao descer o mirante, perceberá no decorrer do percurso perceberá os tons variados da vegetação do Ibitipoca e a cor vermelha escura de seus rios, riachos e poços que encontrará pelo caminho, como o Lago dos Espelhos (na foto acima do Marcos Lamas) formado pelas águas de um pequeno riacho com águas na cor vermelha, com os tons da cor cinza das pedras. Junto com o verde da mata e um enorme e impressionante maciço rochoso que te fará sentir insignificante diante de sua magnitude e tamanho. Nesse circuito encontrará ainda o Lago das Miragens e o Lago Negro.
O segundo circuito é a Janela do Céu
          Literalmente é a porta do céu de Minas. É de extasiar. Você vê o céu, como uma janela natural. Uma escultura perfeita da mãe natureza! (na foto acima a Janela do Céu, no Parque do Ibitipoca. Por Gabriel Fortes/Sauá Turismo) Pra chegar lá não é fácil e em dias de domingo e feriados, é tanta gente querendo ir lá que tem até fila para subir e ficar alguns minutos apenas para tirar fotos e admirar. Em dias de semana são menos pessoas e dá para ficar mais tempo, mas se tiver muita gente, os funcionários do parque controlam a subida conhecida por pé de feijão. E olha que subida! São 16 km ida e volta. Os primeiros km de trilha são bem íngremes.           O melhor é sair bem cedo e não se preocupar em voltar.
Se tiver muita gente para subir o pé de feijão, relaxa, aprecie a área até chegar sua vez. Valerá a pena, pode acreditar. Todos dizem que é a mais difícil e cansativa das trilhas, mesmo assim, quando chegam até a Janela do Céu, esquecem o tempo que ficaram na fila esperando. No trajeto da trilha até a subida terá pelo caminho várias grutas. Se tiver lanterna, aproveite para conhecer essas grutas. Depois disso, continue a subida do pé de feijão. Chegando sua vez, poderá contemplar a vista, mesmo que seja por alguns minutos. Assim já estará na janela do céu. Todos que chegam até a Janela do Céu dizem claramente se sentir no topo do paraíso. Uma liberdade incrível. Sentimento de estar num oásis.
          Depois de sair da Janela do Céu, desça e siga até a Cachoeirinha. Com uma queda de 30 metros, é formada por um rio da cor vermelha. Em redor do poço formado pela cachoeira, existe uma pequena “praia” com uma areia branquíssima. Banhe-se, deite e role na areia e desfrute essa beleza incrível! 
O último circuito é o Pico do Pião 
          São 11 km de ida e volta numa trilha espetacular. A trilha não é em sentido circular como nos outros dois, mas retilínea e com uma subida bem puxada. Levará umas 5 horas para percorrer essa trilha de campos rupestres que está a 1732 metros de altitude. 
          Você passará pela Gruta dos Viajantes, Gruta do Monjolinho, Gruta do Pião, Lagoa Seca e o próprio Pico do Pião com as ruínas de uma capela no topo. Essas grutas são espetaculares, te proporcionará visuais incríveis e deslumbrantes. É um visual fantástico! É a coroação do final do passeio. Vivência pura com a natureza do Ibitipoca. (na foto acima a Gruta da Ponte de Pedra. Por Gabriel Fortes - Sauá Turismo)
          É isso ai gente. Podem vir para o Ibitipoca. Podem vir para o paraíso! Isso é Minas, é Brasil! O nosso país! 

sábado, 20 de julho de 2019

Espinhaço: a única cordilheira do Brasil

(Por Arnaldo Silva) Segundo a geologia, uma cordilheira seria uma área geográfica definida por um conjunto de montanhas interligadas geologicamente. A mesma geologia diz que montanha é classificada pelo relevo relativo (altura) que define o seguinte: montanhas baixas têm entre 300 e 1.000 m de altura, as médias entre 1.000 e 3.000 m e as altas, acima de 3.000 m de altura. 
          É o caso da Cordilheira do Espinhaço, que inicia na região de Catas Altas e se estende até a divisa com o Sul da Bahia. Por sua extensão, forma e formação geológica é a única cordilheira existente no Brasil. (na foto acima de Leandro Leal, o início da Cordilheira do Espinhaço, em Catas Altas MG)
          A cordilheira tem esse nome há mais de 200 anos, dado pelo naturalista, minerador e geólogo alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege, que veio para o Brasil em 1808, contratado pela Coroa Portuguesa para estudar o potencial mineral do Brasil, principalmente em Minas Gerais. 
          É também em Catas Altas, na Serra do Caraça, que está o ponto mais alto da cordilheira, que é o Pico do Sol, a 2072 metros (na foto acima de Marcelo Santos). Na mesma serra, encontra ainda o Pico do Inficionado, com 2068 metros, o pico da Carapuça com 1.955 metros e ainda o pico da Canjerana com 1.890 metros de altitude. Outros picos famosos compõem a cordilheira como o  pico do Itambé com 2.002 metros, entre o Serro MG e Santo Antônio do Itambé e o Pico do Itacolomi com 1.772 metros, entre Ouro Preto e Mariana.
          Segundo geógrafos, a Cordilheira do Espinhaço se formou ao longo de um bilhão de anos e ainda continua em formação. (foto acima de Manoel Freitas da Serra do Espinhaço em Itacambira, Norte de Minas) É considerada a única cordilheira do Brasil, se difere de outros maciços rochosos existentes no país por sua formação, extensão e forma. É simplesmente singular e única. 
          Inicia-se próximo a Catas Altas MG, segue até Ouro Branco MG, no Quadrilátero Ferrífero, seguindo até o Norte de Minas, entrecortando picos, fendas e vales, até Xique-Xique, cidade baiana à margem direita do Rio São Francisco. (na fotografia acima de Nacip Gômez, paisagem do Espinhaço em Conceição do Mato Dentro)
          Ao todo, a Cordilheira do Espinhaço possui 1000 km de extensão, com sua largura variando entre 50 a 100 km ao longo de sua formação. 
          Por sua grande diversidade natural, em 27/06/2005, ONU considerou a Serra do Espinhaço como a sétima reserva da biosfera brasileira. (na foto acima de Tiago Geisler, o Pico do Itambé com 2002 metros de altitude em Santo Antônio do Itambé MG) Em toda a extensão da Cordilheira, vivem mais da metade das espécies de animais e plantas de Minas Gerais, ameaçadas de extinção, principalmente na Serra do Cipó. Por isso o reconhecimento da ONU e a necessidade de protegermos esse patrimônio natural dos mineiros. 
          Um dos lugares mais belos dos alpes mineiros, bem no alto da Cordilheira temos a Serra do Cipó, conhecida por sua diversidade floral, com cerca de 1500 espécies nativas catalogadas, por isso também é chamada de Jardim do Brasil. (na fotografia acima de Marcelo Santos, Lapinha da Serra)
          Além da fauna, suas rica flora e belezas naturais espetaculares, é na Serra do Cipó, a 1627 metros de altitude, no sopé do Pico da Lapinha, que está um dos mais charmosos e pacatos distritos mineiros, a Lapinha de Belém ou simplesmente, Lapinha da Serra do Cipó, distrito de Santana do Riacho MG, distante apenas 143 km de Belo Horizonte. (na fotografia acima de Tom Alves/@tomalvesfotografia, Lapinha da Serra)
          A sede, bem como o distrito, estão inseridos na Estrada Real e vale a pena uma visita, principalmente para conhecer as belezas naturais da região, bem como a rica culinária local e  tradicional vinho produzido na região, principalmente de jabuticaba, que é finíssimo!

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Produção de trigo cresce em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Triticum spp. o nosso trigo, originário da Síria, Jordânia, Turquia e Iraque, no Oriente Médio é uma gramínea presente em todos os países do mundo. Sua origem data de 10 mil anos e é a maior cultura de cereais desde os tempos antigos. Em seguida vem a cultura do arroz e o milho. Os grãos do trigo são usados na fabricação de farinha e com esta o pão nosso de cada dia e outros alimentos presentes na culinária de todos os países do mundo. Além da alimentação humana, do trigo são criados alimentos para animais domésticos e usado também na fabricação de cervejas. 
          Chegou ao Brasil em 1531 através do português Martin Afonso de Souza já que a planta não existia no recém-descoberto Brasil e os portugueses necessitavam dos alimentos à base de trigo, principalmente pão. As primeiras sementes foram plantadas no que é hoje o Estado de São Paulo. Por ser uma planta de clima frio, foi levado para o Sul do país, onde encontrou solo propício para seu cultivo, bem como clima adequado ao seu desenvolvimento. Durante séculos de colonização, a produção de trigo foi ínfima, devido às dificuldades de manejo, pouca mão de obra e constantes guerras locais. A situação só começou a melhor a partir da Independência em 1822 e com a chegada de imigrantes alemães a partir de 1824 e dos imigrantes italianos, que começaram a chegar ao Brasil a partir de 1875. Foi um novo impulso à produção de trigo no Brasil. 
Trigais em Minas Gerais
          Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Minas Gerais é hoje o terceiro maior produtor de trigo no Brasil, atrás do Paraná, o maior produtor e do Rio Grande do Sul, o segundo. São Paulo, Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina formam o grupo dos produtores de trigo do Brasil.
          Paraná e Rio Grande do Sul são os responsáveis por mais de 80% da produção de trigo do Brasil. Ao longo dos próximos anos, a tendência para essa proporção mudar ao longo dos anos, devido ampliação da área de cultivo de trigo nos outros estados produtores, principalmente em Minas Gerais.
          O Brasil produz em média 5,2 milhões de toneladas de trigo por ano e importa sete milhões de toneladas todos os anos, ou seja, o consumo de trigo no Brasil é de mais de 12 milhões de toneladas anuais, sendo a produção nacional insuficiente para abastecer o mercado interno. 61% do trigo consumido no país são importados. 
Ampliação de trigais
          Por isso a necessidade de ampliar a área de produção de trigo no país, para outras regiões brasileiras. Além da produção insuficiente, o frio extremo, as chuvas e geadas constantes no inverno na região Sul do Brasil, ocasiona perdas nas plantações, o que compromete o consumo, bem como encarece o produto, já que para repor as perdas e abastecer o mercado interno, tem que aumentar as importações, além do normal.
Solo fértil para trigo em Minas
          Como a demanda interna maior que a produção, surgiu a necessidade de ampliar a área de plantio de trigo no Brasil. O trigo encontrou solo perfeito para se desenvolver em Minas Gerais e com qualidade, haja vista o crescimento da safra a cada ano, bem como a aceitação do mercado consumidor para o trigo mineiro, desde as grande indústria de moageira, até a pequenas panificadoras artesanais. 
          Isso porque o solo mineiro é muito fértil, o inverno não é tão rigoroso como no Sul do país e pelo fato do clima nessa época do ano ser bem seco. Esses fatores proporcionam uma menor incidência de pragas e doenças nas lavouras, possibilitando o uso menor de defensivos agrícolas, gerando menos gastos para o produtor. Outro ponto importante é que Minas Gerais é um considerado o celeiro do Brasil. 
          As fazendas mineiras produzem feijão, arroz, milho, soja, café, etc. e já tem infraestrutura na produção agrária como tecnologia, maquinários, mãos de obra especializada, armazéns para armazenamento de grãos, etc., necessitando apenas de alguns ajustes no plantio e colheita do trigo. Diante desse cenário positivo, os triticultores (quem produz trigo) mineiros começaram a investir no plantio de trigo, principalmente na entressafra.
O início
           O início foi tímido, com uma produção pequena nas décadas de 1980/90. Hoje o Estado ocupa a quarta colocação na produção de trigo no Brasil, com tendência a crescer muito mais. Há 10 anos, por exemplo, a produção de trigo em Minas era em média 20 mil toneladas, por ano. 
          Na safra 2018/2019 chegou a 208,3 mil toneladas, um aumento significativo, mas insuficiente para abastecer todo o mercado mineiro, cuja demanda anual é quase um milhão de toneladas por ano. A tendência é a produção de trigo crescer anualmente em Minas Gerais, ampliado as áreas plantadas, a ponto da produção atender toda a demanda anual do Estado, num futuro próximo.    
          Para se ter uma ideia desse crescimento, nos últimos 10 anos, a área de trigo plantada no Estado de Minas Gerais cresceu de 11,7 hectares para mais de 88,3 mil hectares em 2019, segundo dados da Embrapa. Hoje, cerca de 32% do trigo consumido pelos mineiros é produzido em Minas. Realidade diferente de 2006, por exemplo, que era apenas 2%. 
          A tendência é essa área ampliar mais, já que esse tipo de monocultura tem mercado no Brasil, ainda muito dependente das importações. Por isso o trigo vem conquistando cada vez mais espaço na produção agrícola mineira, sendo uma alternativa na entressafra quando acontece a rotação das lavouras.   
          Ainda mais que os produtores mineiros tem o apoio da Empresa  de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e EMBRAPA e EMATER MG, que desde 2009, conduzem pesquisas de manejo e melhoramento genético, em Patos de Minas, no Alto Paranaíba e mais recentemente, em cidades do Norte de Minas, Zona da Mata, Leste de Minas, Região Central, Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha. O resultado vem sendo percebido ao longo dos anos, com o aumento da área plantada, qualidade do trigo e aumento anual da produção. 
          Segundo dados da Seapa MG (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a maior região produtora de trigo em Minas Gerais é o Alto Paranaíba, seguido pelo Sul de Minas e Região Central Mineira, distribuídos em 77 municípios mineiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Os grandes produtores de trigo em Minas Gerais são os municípios de Ibiá, atualmente o maior produtor de Minas e Alto Paranaíba, na região do Alto Paranaíba; Perdizes, Uberlândia e Uberaba no Triângulo Mineiro; São João Del Rei, Ingaí e Madre de Deus de Minas, no Campo das Vertentes´.
Reportagem de Arnaldo Silva com fotografias de Gilson Nogueira em Ingaí MG, Campo das Vertentes

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