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segunda-feira, 2 de maio de 2022

O Palácio dos Governadores de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Localizado no bairro Mangabeiras, na Zona da Sul de Belo Horizonte, o Palácio dos Governadores, foi construído a mando de Juscelino Kubitschek, no período em que governou o Estado, entre 1950 e 1955, para ser residência oficial dos governadores de Minas Gerais.
          Inaugurado em 1955, o suntuoso palácio foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e conta ainda com seus belíssimos jardins, planejados por Roberto Burle Marx. (foto acima e abaixo do Thelmo Lins)
          A residência oficial dos govenadores mineiros era no 3° do Palácio da Liberdade. Além de ser sede administrativa do governo mineiro, era residência. Para Juscelino, moradia familiar junto ao local de trabalho era inadequado ao exercício das atividades profissionais e familiares, ao mesmo tempo.
          Por isso optou em construir outra moradia, separada do Palácio da Liberdade e o local escolhido foi o Mangabeiras, um bairro nobre da zona sul da capital mineira. Na foto acima do Thelmo Lins, o Palácio da Liberdade. No primeiro e segundo pisos, a sede administrativa e nos fundos, atrás da fachada, existe um terceiro pavimento onde era a residência da família do governador do estado.
          A partir de 1955, os governadores que sucederam a JK, passaram a morar no Palácio dos Governadores seus familiares. Ao longo dos anos, a moradia oficial recebeu algumas reformas e ampliações, principalmente nos fundos, sofrendo alterações no projeto original. (foto acima e abaixo do Thelmo Lins)
          O Palácio dos Governadores abrigou durante décadas, as famílias dos governadores. O custo de manutenção mensal da residência oficial com vigilância, serviços de apoio, despesas de energia elétrica e água, limpeza, etc., era bastante elevado. Quem pagava a conta dessas despesas era o Estado.
          Em 2019, o atual governador mineiro, Romeu Zema, ao assumir o cargo executivo, optou em residir em seu próprio imóvel, desativando as funções de residência do Palácio dos Governadores, por decreto em 5 de junho de 2019. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)
          Com o decreto oficial, a residência familiar dos chefes do executivo mineiro entrou para a lista dos bens dominicais do estado de Minas Gerais. Foi transformado em um parque e em espaço para apresentações, exposições e promoção de atividades artísticas, culturais e gastronômicas, aberto ao público mineiro e turista. Deixou de ser Palácio dos Governadores para se chamar Parque do Palácio.
          No parque, o mineiro e turista tem a oportunidade de usufruir de uma belíssima área verde, emoldurada pela Serra do Curral. Além das atividades culturais que acontecem no local, o espaço é aberto a visitação pública, proporcionando aos visitantes um lazer em meio a um ambiente sofisticado, saudável, com muito verde, além de restaurante com comida mineira. Local ideal saudável para recreação famílias e repor as energias. (foto acima e abaixo do Thelmo Lins)
          Conhecer o Parque do Palácio é uma ótima oportunidade para o povo conhecer uma obra do arquiteto Oscar Niemeyer, anteriormente desconhecida e restrita apenas às famílias dos governadores e seus convidados. Com o espaço sendo público, o antigo Palácio dos Governadores, recebe o povo de Minas e turistas.
O Mirante, a rua, a serra, a praça e o parque ecológico
          Próximo ao Parque do Palácio, na Praça Ephigenio Salesestá está um dos mais belos pontos turísticos de Belo Horizonte, popularmente chamado de Mirante do Mangabeiras. (na foto acima do Thelmo Lins, BH vista do mirante)
          O espaço foi revitalizado na década de 1990, passando a ser administrado a partir de 2012, pela Fundação de Parques Municipais. Hoje é uma das mais belas praças da capital mineira e um dos lugares mais visitados por mineiros e turistas. (na foto acima de Arnaldo Silva, o horizonte da capital visto do Parque Ecológico do Mangabeiras)
          O Mirante do Mangabeiras está num dos pontos mais altos do bairro, permitindo uma vista completa e panorâmica vista de Belo Horizonte e arredores.
          Completando a área no entorno do Parque do Palácio e Mirante do Mangabeiras, na mesma região está a Praça do Papa (na foto acima do Nacip Gômez, o Parque Ecológico Mangabeiras, uma imensa área verde, aos pés da Serra do Curral e a famosa e enigmática Rua do Amendoim (na foto abaixo de Arnaldo Silva).
          Parque do Palácio, Mirante, Praça do Papa, Rua do Amendoim e Parque do Mangabeiras formam um roteiro cultural, arquitetônico, gastronômico, artístico e contemplativo de alta relevância para o turismo na capital mineira.

sábado, 2 de abril de 2022

As diferentes altitudes de Belo Horizonte

(Por Arnaldo Silva) Belo Horizonte, a Capital de Minas Gerais, conta atualmente com cerca de 2,5 milhões de habitantes. Com uma área territorial de 331 km², é o município mais populoso do estado, o terceiro da região Sudeste e o sexto do país.
          Belo Horizonte foi considerada a metrópole de melhor qualidade de vida na América Latina, quando foi indicada pelo Population Crisis Commitee, da Organização das Nações Unidas (ONU). (Belo Horizonte na fotografia acima de Thelmo Lins)
          Além disso, por contar com 32 m² de área verde por habitante, o triplo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, Belo Horizonte recebeu o diploma de “Cidade Modelo na Área Ambiental”.
          Segundo dados da ONU, de 2008, Belo Horizonte está entre as 100 melhores cidades do mundo, ocupando aa 45.ª posição no ranking da entidade, nesta época.
          Em 2009, Belo Horizonte foi classificada pela revista América Economia, como uma das dez melhores cidades latino-americanas para fazer negócios. Ficou atrás apenas de São Paulo e à frente de Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba, segundo a revista.
          Embora tenha muito ainda que melhorar em todas as áreas, a cidade oferece boa infraestrutura urbana e de qualidade de vida a seus moradores, em relação a outras capitais do país.
Altitude da capital os mineiros
          O que chama atenção na capital mineira, além dos bares, botecos, sua gastronomia, arquitetura, festivais, dezenas de teatros, museus, parques, praças e jardins, são as montanhas em seu redor e principalmente suas diferenças climáticas, provocadas por diferentes altitudes. (na foto acima de Marley Mello, a região da Pampulha em BH)
          Belo Horizonte não é uma cidade plana. Sua altitude média é de 852 metros acima do nível do mar, mas isso não quer dizer que seja essa a altitude de toda a cidade. Em cada região, podemos perceber altitudes variadas e até discrepantes, entre e menor e a maior altitude.
Variações de altitudes de Belo Horizonte
          A altitude de Belo Horizonte está entre 673 e 1.506 metros acima do nível do mar, com variação média de 800 metros de altitude, segundo o setor de Geoprocessamento da Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte (PRODABEL). (fotografia acima de Charles Tôrres/@charles50mm)
          Com 673 metros de altitude, acima do nível do mar, o ponto mais baixo da capital mineira é o bairro Capitão Eduardo, nas proximidades da foz do Ribeirão do Onça com o Rio das Velhas, na região Nordeste de Belo Horizonte.
          Já o ponto mais alto é a Serra do Curral Del Rei, no outro extremo do ponto mais baixo, ao sul de Belo Horizonte. O pico mais alto da Serra do Curral, encontra-se no Parque do Rola Moça, a 1506 metros de altitude.
          Em termos de regiões e bairros, segundo dados da Prodabel, a região mais alta de Belo Horizonte é a região Centro-Sul, com destaque para os bairros Belvedere, a 1.284 metros de altitude e o bairro Mangabeiras, a 1400 metros de altitude.
          Na Zona Leste, o bairro Baleia registra 1.390 metros de altitude e o bairro Concórdia, 928 metros. Na Zona Norte, o bairro Serra Verde é o de maior altitude, com 943 metros. Já na região Noroeste da Capital, o bairro Califórnia está a 988 metros, acima do nível do mar.
          No restante das regionais de Belo Horizonte, a altitude está abaixo de 900 metros de altitude.
Alta e baixa pressão atmosférica
          Tanta diferença assim na altitude, faz com que o clima da capital mineira seja completamente diferente em vários bairros e regionais da capital. Isso porque a altitude influencia no clima, através da pressão atmosférica. Como consequência, ocorre o aumento ou diminuição da temperatura. Ou seja, quanto maior for a pressão do ar, o clima será mais quente e quanto menor for a pressão, será mais frio. (na foto acima de Leandro Leal, a Praça do Papa na região Centro Sul da capital)
          Sem contar os efeitos da altitude sobre o organismo. Quanto maior a altitude, mais leve é o ar e a circulação de oxigênio, menor. Como consequência, ocorre a diminuição da pressão atmosférica. O organismo humano sente as consequências da diminuição da pressão atmosférica, com reações como falta de ar, dores de cabeça, náuseas, fraquezas, abatimento e moleza.
          Em lugares de baixa altitude, ocorre é o aumento da pressão atmosférica. Isso faz com que a quantidade de ar seja maior e a sensação do ar estar “pesado”. O corpo humano reage quando ocorre mudanças bruscas de altitude, como por exemplo, sair de baixa altitude para outra de alta. Em 1 ou 2 dias, dependendo do organismo, podem ocorrer falta de ar, cansaço rápido, indisposição, aumento dos batimentos cardíacos, dores de cabeça, náuseas e distúrbios do sono.
          Essas sensações adversas, provocadas pelas diferentes altitudes da capital, são mais sentidas no outono e primavera, devido estiagem e baixa umidade, que torna o clima seco e o ar rarefeito. Já os visitantes e turistas, sentem a diferença de imediato, bem menos que os moradores da capital, que já tem o organismo mais adaptado às diferentes pressões atmosféricas.
          Em um bairro, o ar pode estar leve e úmido, em outro, pesado e seco. Pode estar frio em uma regional e quente em outra. Chover em uma região e em outras, nem sinal de chuvas. (na foto abaixo de Thelmo Lins, vista parcial de Belo Horizonte)
          Conhecendo as diferentes altitudes e características climáticas da capital, bem como suas variações, facilita a ação do poder público no planejamento de ações tanto na área de saúde, quanto em intervenções urbanas na capital.

terça-feira, 29 de junho de 2021

O estilo europeu do Palácio da Liberdade

(Por Arnaldo Silva) No topo de uma colina do arraial do Curral Del Rei, subordinado a Sabará, no século XIX, segundo a sabedoria popular, não oficial, ex escravos, livres ou alforriados, se encontravam para ajudar escravos, ainda cativos nas senzalas das fazendas da região, a comprarem suas liberdades.
          Esse lugar se popularizou com o nome de Liberdade. No ano da Abolição da Escravidão no Brasil, 1888, o local que os ex escravos se reuniam, Liberdade, se transformou em praça do arraial de Curral Del Rei, passando a se chamar, Praça da Liberdade, a partir de 1888. (na fotografia acima de Nacip Gômez, a escadaria de acesso para o segundo andar)
          Com a decisão da implantação da nova capital de Minas Gerais, numa região mais central, o local escolhido para ser a nova capital dos mineiros, foi o arraial de Curral Del Rei, tendo como centro administrativo da futura capital, justamente, a Praça da Liberdade, do arraial. (na fotografia acima, o Arraial do Curral Del Rey em 1890, com destaque para a antiga Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem. Fotografia: Arquivo Público Mineiro/Domínio Público)
          A partir da escolha da nova sede da capital mineira, começam as construções e execuções dos projetos da futura capital, que seria inaugurada em 1897. A Praça da Liberdade foi urbanizada, prédios públicos começaram a serem erguidos, com destaque para a nova sede do Governo de Minas Gerais, o Palácio da Liberdade. (na fotografia acima do Wilson Paulo Braz/@paulobraz10, alguns dos prédios públicos da Praça da Liberdade)
          Toda Belo Horizonte, da época, teve em sua arquitetura urbana, bem como os traçados de suas ruas e avenidas, inspiração no urbanismo das cidades de Paris, na França e Washington, nos Estados Unidos. A cidade foi projetada para ter uma população de no máximo, 400 mil habitantes. Hoje tem 2,5 milhões.
A construção do Palácio da Liberdade
          Projetado pelo engenheiro e arquiteto pernambucano, José de Magalhães, o imponente e suntuoso Palácio da Liberdade, é um dos grandes destaques da arquitetura mineira, do final do século XIX. O arquiteto projetou o prédio, se inspirando no estilo neoclássico, mesclando ainda outros estilos da época, como o estilo Luís XVI, e traços do estilo mourisco, muito comum na Espanha e Portugal, no século XIX. Sua arquitetura, ornamentação e jardins, tem um pouco da Alemanha, Bélgica, Espanha, Portugal e França. (na foto acima do Arnaldo Silva, os fundos do palácio)
          Inaugurado em 1898, um ano depois da instalação de Belo Horizonte, como capital de Minas Gerais, o Palácio da Liberdade, foi idealizado para ser a mais importante construção da capital mineira, já que foi feito para ser a sede do Governo de Minas Gerais e moradia dos governadores mineiros.
Detalhes e ornamentação interna europeia
          São três pavimentos, com fachada em cantaria lavrada, um tipo de pedra lisa, batida, muito comum nas construções daquela época. O prédio conta ainda com torreões com terraços, pilares revestidos em mármore, portas e janelas, em colunas jônicas (na foto acima do Arnaldo Silva, percebe os detalhes das portas e colunas jônicas). No topo da sacada frontal, um monumento em alusão à liberdade.
          Boa parte do material usado na construção do palácio, bem como mobiliário e ornamentação interna, foram importados da Europa, no final dos séculos XIX e início do século XX.
          No térreo, se destaca a escadaria em estilo art-nouveau, feita em mármore, ferro fundido e arranjos florais, também em ferro. Um tapete vermelho dá um tom de glamour à escadaria. (fotografia acima de Wilson Paulo Braz/@paulobraz10)
        Projetada no Brasil, foi integralmente construída na Bélgica, com os detalhes florais dos ferros fundidos, feitos na Alemanha (nos detalhes acima, na fotografia de Nacip Gômez). A belíssima escadaria dá acesso ao segundo andar, onde fica o receptivo, salão de reuniões, gabinete do governador, sacadas, sendo a principal, de frente para a praça, onde os governadores faziam discursos.
          O segundo piso do Palácio da Liberdade é o que chama mais atenção. Subindo a escadaria do hall de entrada para o salão nobre, o visitante se depara com o brilho, glamour e luxo das decorações do início do século XX. (na fotografia acima de Arnaldo Silva)
          No teto, um enorme lustre de cristal bacarat, com 40 tulipas e quatro painéis enormes, revestindo todo o teto e paredes laterais, com os temas: Salfe, Labor, Fortuna e Spes, não passam despercebidos. Impressionam os visitantes, que não resistem em observar cada detalhe das imponentes obras e detalhes decorativos. Três portas decoradas em dourado e bem talhadas, dão acesso ao salão nobre. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          Visitando as salas e salões do segundo piso, impressiona ainda a riqueza do mobiliário, das finíssimas peças, vasos, quadros e telas, além de sua ornamentação, enfeites em papier mâché, pintado, bem como pinturas nos tetos, paredes com telas e molduras com finíssimos acabamentos, conhecidas na época como cimalhas.
Salas e salões
           Outro destaque do segundo andar é o piso dos salões e salas, feito no estilo parquê belga. Neste estilo, os soalhos formam desenhos e formas interessantes. (na foto acima do Thelmo Lins, uma das salas do palácio e abaixo de Nacip Gômez, o Salão de Reuniões)
          Chama a atenção, a impressionante riqueza dos objetos decorativos, principalmente, os cristais, os detalhes nas portas de entrada do salão, as poltronas e sofá no estilo da Renascença italiana, a Sala das Medalhas, a Sala do Couro, a Sala da Rainha, em homenagem a Rainha Elizabeth, da Bélgica, um vaso japonês no século 19 e outros vasos chineses, além do mobiliário em madeira, do salão dourado, no estilo Luís 16.
          Este estilo tem como base o estilo clássico e romântico. Conhecido ainda por neoclássico, tem como características principais o luxo e o excesso de dourado em suas talhas.
          O luxo e belezas das talhas desse estilo, estão presentes nas decorações de palácios, castelos e sedes de governos de todo o mundo, construídos no início do século XX. Os detalhes do luxo e dourado das talhas bem trabalhadas do estilo Luís XVI estão presentes nas salas e salões do Palácio da Liberdade, principalmente no salão nobre, onde fica o receptivo, salas e salões do palácio. (na foto acima e abaixo do Thelmo Lins, um dos belíssimos mobiliários, em estilo Luís 16, presentes nos salões do palácio)
          A decoração e ornamentação do Palácio da Liberdade, além da pintura da entrada do salão nobre, foi executado por um grupo de decoradores, formado por brasileiros e estrangeiros. Liderados pelo artista Frederico Antônio Steckel, o grupo veio do Rio de Janeiro para fazer a decoração interna do palácio.
          Já os painéis do teto do salão nobre, foram pintados pelo artista plástico Antônio Parreiras, em 1925. Nos painéis, está Apolo, cercado por cavalos brancos e ladeado por 12 musas, além das imagens das musas da música, pintura, literatura e escultura. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
Mobiliários da Europa e os Reis da Bélgica
          No andar superior, foi construída a residência oficial dos governadores mineiros. São aposentados com fino acabamento, em estilo rococó e mobiliário importado.
          No final da década de 1910, o mobiliário do palácio foi renovado, com um finíssimo mobiliário, vindos da Europa.
          Isso porque, o Palácio da Liberdade, receberia em seus aposentos, Alberto e Elisabeth, Reis da Bélgica, na ocasião. A corte belga, chegou a Belo Horizonte em 2 de outubro de 1920. Foram recebidos com muita honra e pompa, com direito a sala de reuniões, sala de visitas, sala para chás e aposentos com mobília preparadas para receber a realeza belga. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
          Foi a primeira viagem de monarcas europeus, ao Brasil, após a Proclamação da República, em 1889. A presença do Rei e Rainha da Bélgica, estreitou laços com o Brasil e principalmente, com Minas Gerais. Dessa aproximação, por exemplo, foi instalada em Minas Gerais, a Companhia Belgo-Mineira, em 1921. Alberto e Elizabeth, visitaram ainda, em Minas Gerais, a cidade de Lagoa Santa e a Mina de Morro Velho, em Nova Lima.
Os jardins do Palácio e a Praça da Liberdade
          Os jardins do palácio, foram projetados pelo paisagista francês, Paul Villon, no final do século XIX, que obviamente, seguiu os projetos de jardinagens franceses e também, com detalhes ingleses. (na foto acima de Wilson Paulo Braz/@paulovbraz10, os fundos do Palácio da Liberdade e na foto abaixo, também de @paulobraz10, a Alameda das Palmeiras)
          A praça foi dividida por uma alameda, ladeada por palmeiras imperiais e geometrias de seus canteiros, tem a assinatura de Reynaldo Dierberger, em 1920. O coreto dos jardins do palácio, teve a assinatura de Edgar Nascentes Coelho, em 1904 e Francisco Izidoro Monteiro, em 1909. Não é o coreto da praça, que foi inaugurado em 1923, é nas dependências dos jardins do palácio.
          Ornamentam os jardins, cinco diferentes esculturas francesas em mármore, um lago, uma capela, um quiosque em estilo oriental e postes com luminárias do século XIX, além do orquidário (na foto acima do Nacip Gômez)
          Quando de sua construção, tanto o palácio, quanto a praça, compunham um só espaço. A alameda rodeada por palmeiras, era a entrada principal do Palácio da Liberdade. A entrada não tinha a separação por rua e nem o palácio era cercado com grades, como é hoje. Foi a partir de 1968, que foram colocadas grades no entorno do palácio e abertura de uma rua, separando a Praça, da sede do Governo. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
          Até 1950, os governadores mineiros moravam no terceiro piso do palácio, quando o então governador, Juscelino Kubitschek, determinou a construção do Palácio das Mangabeiras, no bairro de mesmo nome, para servir de moradia aos governadores. A partir de então, o Palácio da Liberdade, foi usado apenas, como sede administrativa, do Governo de Minas.
          A Praça da Liberdade, seus jardins, arborizações e construções imponentes, são uma completa mistura de cores, charme, beleza e riqueza dos vários estilos predominantes na Europa, no final do século XIX e início do século XX. (jardins do palácio fotografado pelo Nacip Gômez)
          Mesmo com novas construções ao longo do século XX, como o Edifício Niemeyer e passando por modificações e reformas, ao longo de mais de 120 anos, o Palácio da Liberdade, bem como, todo o conjunto arquitetônico que forma a Praça da Liberdade, mantiveram seus aspectos e estilos, originais.
O Palácio da Liberdade hoje
          O Palácio da Liberdade sempre foi um dos destaques da arquitetura belo-horizontina e um dos principais cartões postais de Minas Gerais. Requinte, luxo riqueza decorativa, história e beleza, são as marcas do palácio. (na foto acima de Arnaldo Silva, os jardins dos fundos do palácio)
          Desde 1977, o conjunto arquitetônico e Paisagístico originais da Praça da Liberdade, foram tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG)
          Hoje, a sede administrativa do governo mineiro não é mais o Palácio da Liberdade e sim, o Palácio Tiradentes, projetado por Oscar Niemeyer. Construída no bairro Serra Verde, próxima ao aeroporto Internacional de Confins. O Palácio Tiradentes é mais conhecido por Cidade Administrativa, por abrigar, além da sede do Governo de Minas, todas as secretarias de Estado. (na foto acima do Wilson Paulo Braz/@paulobraz10, a parte frontal do Palácio da Liberdade)
          Já o Palácio da Liberdade, é hoje um espaço público, recebendo nas quartas e quintas-feiras, escolas para visitas e atividades educacionais. E ainda, é aberto à visitação do público em geral, aos sábados e domingos, de 10h às 16 h, com guias. Diante da situação atual que vive Minas Gerais e o país, as visitas foram suspensas. Certifique-se antes.

domingo, 23 de maio de 2021

O maior arranha-céu de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Na Vila da Serra, bairro de Nova Lima, na divisa com a Região Centro-Sul de Belo Horizonte, próximo ao Shopping BH e Hospital Biocor, um imponente edifício comercial, não passa despercebido.
          Isso por que é o Concórdia Corporate, o maior arranha-céu de Minas Gerais e o maior edifício, em estrutura metálica do Brasil, figurando ainda entre as 20 maiores torres do país. Construído entre 2015 e 2017, entrou em funcionamento, em 2018.(fotografia acima e abaixo de Wilson Paulo Braz/@paulobraz10)
          Sob a responsabilidade da Tishman Speyer, empresa internacional com larga experiência no ramo de construções, sendo responsável por edificações como exemplo, o Rockefeller Center, em Nova York, foi construído em parceria com a Construtora Caparaó e Codeme Engenharia.
          Projetado pela Dávila Arquitetura & Arquitetura, com projeto paisagístico de Burle Marx, o Concórdia Corporate tem 172 metros de altura, 44 andares, 8 subsolos, 16 elevadores, mais de 780 vagas cobertas para veículos e 40 para bicicletas, além de heliponto, restaurante, salas e lojas.  (fotografia acima de Wilson Paulo Braz/@paulobraz10)        
          São cerca de 59.217 mil m2 de construção, com nível em concreto e estrutura em aço e concreto. O edifício tem a aparência de prisma, mas possui fendas pelos lados, o que permite melhor ventilação e entrada de ar em todos os pavimentos.
          É todo revestido em vidro de alta qualidade. Em combinação com a luz do dia, reflexos no vidro, do entorno do Concórdia Corporate, torna o edifício mais atraente. (fotografia acima e abaixo de Wilson Paulo Braz/@paulobraz10)
          É uma construção Triple A, características das construções de alto padrão, tecnologia e de altíssima qualidade. Além disso, o Concórdia Corporate, foi projeto para gerar o menor impacto possível ao meio ambiente, conquistando assim o Certificado Gold em sustentabilidade e o Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), categoria Gold.
          Além de sua beleza externa, seu interior, é igualmente atraente em sua beleza e design. Do topo do Concórdia Corporate, a vista é impressionante, seja durante o dia, ou à noite. (na foto acima do Wilson Paulo Braz/@paulobraz10), uma vista parcial do Vila da Serra)
          Isso porque permite uma completa e espetacular visão em 360 graus de toda a região, que sem dúvida alguma, é uma das mais belas da Grande Belo Horizonte. 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

O Parque Municipal de Belo Horizonte

(Por Arnaldo Silva) Inaugurado 76 dias antes da fundação oficial da Capital Mineira, em 1897, o Parque Municipal de Belo Horizonte, oficialmente, Parque Américo Renê Giannetti, prefeito de Belo Horizonte entre 1951 a 1954, se tornou um dos símbolos da capital e um dos mais tradicionais pontos de encontros das famílias belo-horizontinas. (fotografia abaixo de Rogério Salgado)
          O parque conta com cerca de 280 espécies de árvores diferentes,  entre jaqueiras, ipês, jacarandás, flamboyants, figueiras, fícus, pau-formiga, bougainvilles, manacá-de-cheiro, pau-terra, paineiras, pau-brasil, pau-mulato, dentre outras. Algumas dessa árvores, são centenárias. Cerca de 110 espécies diferentes de pássaros podem ser vistas no parque, como por exemplo, bem-te-vis, sabiás, socós, periquitos, pica-paus, sanhaços, saíras, canários, além de pequenos roedores e animais como por exemplo, micos e gambás.
          As nascentes no parque, formam 3 belos lagos, sendo o maior deles, com barcos e pedalinhos. Tem ainda jardins, parque infantil com diversos brinquedos, quadra de tênis e pista de patinação, pista de caminhada, quadras poliesportivas, equipamentos de ginástica, além de trenzinhos, fontes de água potável, sanitários, lanchonete, pipoqueiros e o tradicional algodão-doce, além dos saudosos fotógrafos lambe-lambe, que registram, desde a origem do parque, as recordações das famílias belo-horizontinas. (foto acima de Rogério Salgado e abaixo de Arnaldo Silva)
          O Parque Municipal é um verdadeiro museu a céu aberto. Caminhando por sua área, encontrará vários monumentos de grande relevância cultural e histórica, como o monumento dedicado à Mãe Mineira, esculpido pelo escultor italiano Lélio Coluccini, inaugurado em 1959.
          Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida por Anita Garibaldi, heroína Catarinense, recebeu homenagens do povo mineiro, com uma estátua sua, instalada na Ilha dos Amores, no lago principal do parque (na foto acima de Arnaldo Silva).
          Duas réplicas de monumentos famosos no mundo, com os originais expostos no Museu do Louvre em Paris, estão no Parque Municipal, instaladas próxima a Avenida Ezequiel Dias. Uma é a réplica da escultura grega de Vitória de Samocrácia e outra, no Lago, outra escultura grega, a Vênus de Milo (na foto acima de Arnaldo Silva).   
          No Parque Municipal, encontra-se um charmoso coreto, rodeado por um belo jardim, em estilo francês. Esse coreto veio da Bélgica e estava inicialmente na antiga praça, em frente a atual rodoviária, transferido em 1922, para o parque. Tudo isso bem no centro da metrópole mineira. (foto acima de Rogério Salgado)
          Um lugar lindo, charmoso, nostálgico, pitoresco e atraente, desde sua fundação. E continua assim até os dias de hoje. É um dos mais belos cartões postais de Minas. Lugar onde famílias passam fins de semanas e feriados com os filhos. É comum toalhas estendidas sobre os gramados e as famílias em volta, no tradicional piquenique. 
          O Parque foi criado pelo engenheiro Aarão Reis, um dos integrantes da comissão criada em 1895, para projetar a nova capital mineira. Projetado por Paul Villon, arquiteto-jardineiro francês, o parque foi instalado na fazenda da família de Guilherme Vaz de Mello, numa área original de 555 mil metros quadrados. 
          Nessa época, o parque formava um imenso quadrado, entre a Avenida Afonso Pena, a antiga rua Araguaia, hoje Francisco Sales, a antiga rua Mantiqueira, hoje Alfredo Balena e a antiga rua Tocantins, hoje, Assis Chateaubriand. Esta área foi escolhida pela riqueza do solo e por suas nascentes de águas, que permitia o plantio de variedades de outras espécies. (foto abaixo de Arnaldo Silva)
          Belo Horizonte foi uma cidade que nasceu planejada. A previsão de seus idealizadores era teria  um crescimento lento, chegando a 100 mil habitantes, em 100 anos. Fatores como a industrialização e o êxodo rural constante, por exemplos, foram predominantes para o crescimento da capital, bem além das previsões iniciais. Mais de 120 anos depois de sua fundação, Belo Horizonte conta hoje com mais de 2,5 milhões de habitantes. 
          Com o crescimento da cidade, principalmente em torno da área do Parque Municipal, optaram por valorizar o crescimento urbano, reduzindo as áreas verdes, visão predominante na época. Assim, o Parque Municipal, começou a perder sua área. Avenidas e ruas em seu entorno começaram a ser alargadas. Com a instalação da Estação Ferroviária na capital, no início do século XX, parte da área do parque, deu lugar a trilhos. (foto abaixo de Rogério Salgado)
          Outra parte de sua área foi cedida para a instalação da Faculdade de Medicina da UFMG e da área hospitalar da Capital, entre as Avenidas Ezequiel Dias e Alfredo Balena. Um pedacinho da área, entre a Avenida Afonso Pena e Rua da Bahia, foi suprimido, para construção da Estação de Bondes, hoje, Mercadinho das Flores. Uma boa área do parque, no sentido BH/Sabará, foi integrada ao bairro Floresta, para construção de prédios residenciais e comerciais.
          Por fim, foram construídos dentro da área do parque, o Teatro Francisco Nunes, na década de 1940. Nas décadas de 1960 e 1970, foram construídos o Orquidário, o Palácio das Artes e o Colégio Imaco.
          Com isso, dos 555 mil metros quadrados da área original do parque, foram ao longo das décadas de sua existência, bastante reduzidos, chegando atualmente, a 182 mil metros quadrados de área. (fotografia acima de Rogério Salgado)
          Hoje, isso não aconteceria novamente com nenhuma outra área verde de qualquer cidade brasileira. Isso porque a visão atual, é de equilíbrio entre a urbanização e o meio ambiente, havendo consenso da necessidade de ampliar as áreas verdes das cidades, não o contrário.
          Em 1977, o Parque Municipal de Belo Horizonte foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Todo o conjunto paisagístico e arquitetônico da área do parque, foi tombado. Com isso, novas construções ou perdas de espaços, ficaram proibidos. Nesse mesmo ano, a área foi toda cercada. Em 1992, foram plantadas mais árvores em sua área, além de receber novas melhorias. (panorâmica abaixo de Arnaldo Silva)
          O Parque Municipal é administrado desde 2005 pela Fundação de Parques Municipais (FPM). É aberto à população de terça a domingo, de 6h às 18hs, com entrada franca.

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