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sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Pequi protegido: lei mineira Pró-Pequi é nacionalizada

(Por Arnaldo Silva) Projeto de Lei nº 1970/2019 que visa a criação de uma Política Nacional para manejo sustentável, plantio, extração, consumo, comercialização e transformação do pequi (Caryocar brasiliense) e demais frutos do Cerrado, foi sancionado pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 7 de janeiro de 2024. A nova lei nacional já é praticada Minas Gerais.
        O objetivo da Lei é incentivar o beneficiamento, a industrialização, comercialização do pequi e outros frutos do Cerrado, além de proteger a espécie, ameaçada pela expansão imobiliária, queimadas e derrubadas para formação de pastagens e lavouras. Além disso, tem como objetivo garantir a geração de emprego e renda de milhares de famílias que vivem da cultura do pequi e outros frutos do Cerrado Brasileiro. Dados de 2024 afirma que somente em Minas Gerais, 4.800 famílias tiveram no pequi, sua maior ou única fonte de renda. (fotografias acima de Arnaldo Silva em Bom Despacho MG)
Lei mineira nacionalizada
        O Projeto de Lei, agora nacionalizado, é de autoria do deputado Federal Rogério Corrêa (PT-MG). A solenidade de sansão da Lei Pró-Pequi foi realizada no Palácio do Planalto com a presença do Presidente Lula (PT), do deputado Federal Rogério Corrêa (PT-MG), autor do projeto, além de ministros, deputados e representantes de cooperativas.
        Em Minas Gerais o pequizeiro e o pequi, são protegidos contra ação depredatória. A lei mineira foi nacionalizada pelo pelo Governo Federal, tornando o pequizeiro e os demais frutos do Cerrado como a cagaita, o bacupari, a gabiroba, o coco macaúba, o baru, o buriti, dentro outros frutos, protegidos por lei, além de proibir, entre outras medidas, a derrubada predatória de pequizeiros, com exceção da prática ser autorizada pelos órgãos ambientais competentes. A nova lei cria ainda estímulos para o impulsionamento da exploração sustentável dos frutos do Cerrado por comunidades tradicionais. (na foto acima de Wilson Fortunato, pequizeiro em Bom Despacho MG)
Impacto positivo no agro e na economia
        Protegido por lei nacional, haverá um impacto positivo na economia, com a geração de emprego e renda para as famílias que vivem nas regiões com predominância do bioma Cerrado, além de gerar um impacto positivo para o agronegócio. Isso porque a lei Pró-Pequi cria um auxílio de crédito e incentivos aos produtores rurais, entidades e cooperativas do bioma, além de instituir uma politica nacional para o manejo sustentável do Cerrado. Como consequência, haverá aumento na geração de emprego e renda, além de aumento na produção dos produtores rurais, sem depredação do bioma e com respeito ao Cerrado. (foto acima de Wilson Fortunato, frutos de pequi em Bom Despacho MG)
Pequizeiro é a árvore símbolo de Minas Gerais
        O pequizeiro é a árvore símbolo de Minas Gerais e a espécie tem lei específica de proteção no Estado. A lei Pró-Pequi, torna o Cerrado, principalmente o pequizeiro e seu principal fruto, o pequi, protegidos em todo o território nacional, onde o bioma Cerrado se faz presente: Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. A nacionalização da Lei de proteção do Pequi aumentará a preservação do Cerrado do brasileiro, segundo expectativas. (na foto acima do Wilson Fortunato em Bom Despacho MG, galhos de pequizeiro)
Bioma Cerrado
        O bioma Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. Em Minas Gerais, o bioma Cerrado ocupa 57% do território mineiro, estando presente na Região Oeste, Centro-oeste, Central, Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro, Noroeste de Minas, Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Norte de Minas. (na foto acima do Ernani Calazans em Araçuaí MG, Jequitinhonha, o pequi, fruto do pequizeiro)
Benefícios do pequi
        O pequi, o fruto do pequizeiro, é rico em vitaminas A, C e E, fibras e gorduras saudáveis, que ajudam na diminuição do nível de colesterol ruim. Pra se ter ideia, a polpa do pequi contém 70,9 mg/100 g a 105 mg/100 g de vitamina C, valores bem superiores à vitamina C encontrada na laranja, goiaba, banana-d´água, limão e na maçã argentina, por exemplos. A polpa do pequi concentra 72% de óleo, com grande concentração de compostos fenólicos, que possuem propriedades anti-inflamatórios. Além disso, a polpa é composta de 14% de fibras e 11% de proteínas e carboidratos. (foto acima de Wilson Fortunato em Bom Despacho MG)
        A castanha do pequi, que fica no interior do fruto, é também nutritiva, por ser rica em ribolavina, tiamina e provitamina A, além de ser muito e saborosa. É apreciada in natura e usada ainda em farofas, doces, cookies, mistura à granola, pães, etc. (na foto acima do Ernani Calazans, em Araçuaí MG, Jequitinhonha, o pequi, sua polpa, espinhos e castanha)
        O fruto do pequi possui muitos espinhos, por isso não pode ser mordido e sim, roído para evitar acidentes. É apreciado na culinária com arroz, como principal mistura, além de ser usado na produção de licores, doces, sorvetes, compotas, conservas, farinha e ração para animais. (na foto acima do Edson Borges de Felício dos Santos MG, Jequitinhonha, prato com pequi)

        O óleo do pequi, que é extraído da polpa e também de sua castanha, é usado na indústria de cosméticos na produção de hidratantes para a pele e na indústria farmacêutica, devido sua propriedade anti-inflamatória, cicatrizante e antioxidante, além de ser usado na produção de remédios para tratar doenças respiratórias como bronquite, tosse, gripe e resfriado.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Minas é eleita um dos destinos de viagens mais completos do Brasil

(Por Arnaldo Silva) Segundo levantamento das plataformas Booking e Hyatt, feito entre seus seguidores, as características de preferências para viagens para 2025, são lugares que ofereçam experiências únicas, combinadas com a hospitalidade, boa gastronomia, acolhimento, autenticidade, nostalgia, contemplação, sossego e silêncio, este o principal quesito na escolha de destinos para viagens, apontado por 79% dos entrevistados da Bookinkg.
Nas fotos: Ouro Preto (Arnaldo Silva), Conceição do Mato Dentr (/Marcelo Santos), Vila de Cocai (/Judson Nani) e Belo Horizonte (Nacip Gomêz)
        Nesses quesitos, Minas Gerais foi o estado preferido para viagens, entre os seguidores das plataformas por ser um estado que combina a hospitalidade, com cultura, arquitetura histórica, arte e principalmente belezas naturais que permite a contemplação, o sossego e o bloqueio de ruído, conhecido mundialmente como “silent travel”, oferecendo experiências únicas e inesquecíveis aos visitantes. Busca por destinos com essas características vem se tornando uma tendência mundial e Minas Gerais é um dos destinos preferidos por viajantes do Brasil e do exterior.
        A pesquisa das plataformas afirma ainda que 88% dos “Baby Boomers”, como são chamados as pessoas que nasceram entre 1940 e 1960, desejam pagar viagens para seus filhos, netos e bisnetos. Para esse público, que opta por passeios em família, Minas Gerais é o local preferido. Isso porque o estado promove experiências completas para todas as idades. Queijos, vinhos, artesanato, azeites, cultura, música, vilas pitorescas, cidades históricas, modernas, estâncias hidrominerais, acolhedoras e atraentes, natureza exuberante, tranquilidade e sossego, além da riqueza de seu patrimônio histórico. Segundo o IPHAN, 62% dos bens tombados como patrimônio nacional, estão em Minas Gerais.
        Passeios em família pelas vilas e cidades históricas mineiras é uma experiência única, inesquecível e marcante, que leva o viajante uma nostálgica sensação de volta ao passado, despertando com isso interesse pela cultura e história do nosso povo. Isso é valorizado pelos viajantes e turistas, ao avaliar escolha de seus destinos de viagens.
        Com base nessa pesquisa, a Booking e Hyatt apontam Minas Gerais como um dos destinos mais completos do Brasil. O estado das alterosas mineiras oferece experiências únicas que combinam contemplação, retiros saudáveis, autenticidade, hospitalidade com uma riqueza gastronômica única e sem igual.

Serra da Mantiqueira
Nas fotos: Aiuruoca e Baependi (Jerez Costa), São Tomé das Letras (JuAvohai)
        Entre os destinos tido como “silent travel” e saudável, está a Serra da Mantiqueira, devido seu clima ameno, matas nativas, rios e cachoeiras paradisíacas. É um dos lugares mais bem avaliados pelos viajantes, considerado ideal para retiros espirituais, contemplação, meditação, orações e convívio pleno com a natureza, e sensação única de bem-estar.
        A região conta ainda com inúmeras pousadas e hotéis aconchegantes e acolhedores, em meio às montanhas da Mantiqueira e a energia mística que a região transmite, principalmente nas cidades consideradas sagradas por místicos que são: São Tomé das Letras, Pouso Alto, Itanhandu, Carmo de Minas, Maria da Fé, Conceição do Rio Verde e Aiuruoca, cidades que orbitam na chamada “Capital Espiritual do Novo Milênio”, que para os místicos é São Lourenço.
        Além disso, o céu, seja durante o dia e à noite, é perfeito para contemplação, principalmente para os amantes da astronomia e astrologia e claro, para os que buscam contatos com OVNI´S. Sem contar o romantismo das charmosas e acolhedoras cidades e da gastronomia diversificada acrescida de queijos, azeites e vinhos finíssimos de qualidades reconhecidas mundialmente.
Estâncias hidrominerais
Nas fotos: Araxá (Arnaldo Silva), São Lourenço (Cássia Almeida), Poços de Caldas (Arnaldo Silva), Lambari (Luiz Carlos) e Caxambu (Marcelo Lagatta)
        As estâncias hidrominerais de Minas estão no roteiro de quem busca bem-estar, longevidade, alívio de estresse, cura de doenças e sossego. São cidades dotadas de ótima estrutura, tranquilas, seguras, rica em história, arquitetura e atrativos turísticos.
        Entre as principais estâncias hidrominerais mineiras se destacam as cidades de Caxambu, considerada a maior estância hidromineral do mundo, com 12 fontes de água mineral com propriedades diferentes, Poços de Caldas, Baependi, Cambuquira, Campanha, Carmo de Minas, Conceição do Rio Verde, Cruzília, Dom Viçoso, Heliodora, Jesuânia, Lambari, São Lourenço, Soledade de Minas e Três Corações, todas no Sul de Minas. Tem ainda as Thermas de Araxá, no Alto Paranaíba, com suas águas radioativas e sulfurosas, as águas quentes e termais de Felício dos Santos, no Vale do Jequitinhonha, as águas quentes e termais de Montezuma no Norte de Minas, dentre outras.
A Cordilheira do Espinhaço
Cadeia da Cordilheira do Espinhaço - Fotos: Tom Alves/@tomalvesfotografia
        É a única cordilheira existente no Brasil, inicia-se em Ouro Branco, no Quadrilátero Ferrífero, segue pela Região Central, Norte de Minas, até o Sul da Bahia. São 1000 km de extensão e largura que variam de 50 a 100 km. É um dos mais impressionantes espetáculos naturais do Brasil e do mundo. Por isso mesmo, foi reconhecida como Patrimônio Natural pela Unesco.
        Lugar de equilíbrio e paz interior, a Cordilheira do Espinhaço é um santuário ecológico e um imenso jardim a céu aberto. São milhares de plantas e flores, além de uma riquíssima fauna presente em toda sua extensão. Por esse motivo, o Espinhaço e a Serra do Cipó, que faz parte da Cordilheira, vem se tornando um dos destinos preferidos de viajantes e turistas do Brasil e do mundo, que vem à região em busca do refúgio, silêncio e reconexão com a natureza, que a Cordilheira do Espinhaço oferece. Além disso, gastronomia, cultura, artesanato típico, tradição, hospitalidade e pousadas que combinam o turismo rural, passeios ecológico e turismo sustentável, são outros destaques em toda cadeia do Espinhaço, que os viajantes levam em conta na hora da escolha de seus destinos.
        Opções de turismo é o que não falta em Minas. Seja o turismo ecológico, meditativo, religioso, gastronômico, cultural, artístico, ou mesmo para quem gosta de agitação, Minas Gerais atende a todos os gostos e estilos.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

A Comunidade Sol de Deus de Itajubá

(Por Arnaldo Silva) Itajubá, no Sul de Minas, é uma das mais desenvolvidas cidades mineiras. Rica em história, belezas naturais, gastronomia, tradição e qualidade de vida, em Itajubá vivem cerca de 95 mil pessoas. O município está a 445 km de Belo Horizonte e faz limites territoriais com São José do Alegre, Maria da Fé, Wenceslau Braz, Piranguçu, Piranguinho e Delfim Moreira.
        Cidade com ótima estrutura urbana, um povo hospitaleiro e acolhedor, a cidade preserva suas tradições religiosas, manifestadas na fé e valorização da sua religiosidade. Um dos lugares imprescindíveis para ser visitado em Itajubá é a Comunidade Sol de Deus.
Comunidade Sol de Deus
Fotografia da Capela de São Miguel Arcanjo: Vinícius Montgomery
        Localizada no bairro Santa Rosa, entre o bairro Santa Rosa e Cantagalo, já na zona rural, sentido Delfim Moreira MG, na MG-350, a comunidade se formou na antiga Fazenda Santa Maria, de propriedade da família do César Sol de Deus, um dos fundadores da comunidade. Um lugar de paz, de convívio com a natureza, família e vida em comunidade. Os membros da comunidade, tanto os que vivem na comunidade ou os que moram na cidade, buscam viver como os primeiros cristãos, compartilhando com todos seus bens espirituais e materiais, tendo Maria Santíssima como Mãe e os Santos Anjos como Irmãos Maiores.
Mosteiro da Comunidade Sol de Minas. Foto: Vinícius Montgomery
        A Comunidade Sol de Deus é uma associação jurídica particular de caráter religioso, fundada e administrada por fiéis leigos. A entidade tem como objetivo administrar a propriedade e a Casa de Retiros David, um espaço na comunidade destinado a retiros espirituais que acolhe sacerdotes e seminaristas para meditação, orações e descanso, bem como a toda comunidade católica da região. Praticamente todos os fins de semana, acontece retiros espirituais no local.
Fotografia: Vinícius Montgomery
        A entidade sobrevive através de contribuições dos associados, benfeitores. A Comunidade Sol de Deus é formada pela Comunidade Vida, que são os membros que moram na própria comunidade e pela Comunidade Aliança, formada por membros que moram na cidade. As duas comunidades, bem como os benfeitores, formam a Comunidade Sol de Deus.
Capela da Divina Misericórdia. Foto: Reprodução Instagram: @comunidadesoldedeus
        O objetivo da associação religiosa é preservar, divulgar e acolher os católicos na casa de oração, bem como os que procuraram a comunidade para visitar, conhecer, meditar, rezar o terço e participar das missas e demais celebrações religiosas.
Capela de São Miguel Arcanjo. Foto: Reprodução site da Comunidade Sol de Deus
      Além da Casa de Retiros David e de moradias dos membros da Comunidade Vida, o espaço físico da Comunidade Sol de Deus, conta com uma capela construída no estilo romano e clássico, dedicada a São Miguel Arcanjo, uma capela dedicada à Divina Misericórdia, dois pequenos Oratórios, dedicados a São Pio de Pietrelicina e Santa Faustina e uma pequena gruta natural, dedicada à Nossa Senhora Aparecida, localizada na encosta de uma montanha.
Moradias da Comunidade Sol de Deus. Foto: Reprodução do Instagram: @comunidadesoldedeus
        Além disso as dependências da comunidade é rodeada por montanhas e muito verde, em um harmônico espaço onde predomina o respeito, o amor ao próximo, a vida em comunidade, o sossego e paz que o lugar transmite, levando seus moradores e visitantes a um contato maior com o criador, através da oração, meditação, reflexão e contato pleno com a natureza.
A história da comunidade Sol de Deus
Comunidade Sol de Deus. Foto: Reprodução Instagram: @comunidadesoldedeus
        Em 4 de novembro de 1993, a Comunidade Sol de Deus teve autorização do então arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Pouso Alegre MG, Dom João Bergese, para ser formada.
        Tudo começou quando um pequeno grupo de leigos, casados e solteiros, que se reuniam às quintas-feiras na Igreja de Nossa Senhora da Soledade, em Itajubá, para rezarem o terço, sentiram uma “forte chama” de Jesus chamando-os para viverem plenamente o Evangelho e a Vida em Cristo, em comunidade.
        Com a autorização eclesiástica, o grupo formado por Rose, Edna, Ricardo e Márcia com seus filhos Francisco e Miguel, Maria Rita com seus filhos Thaís e Thiago e o casal Leila e César, decidiram deixar suas vidas na cidade e se mudaram para a Fazenda Santa Maria, que era propriedade da família do César, um de seus fundadores. A partir daí, deu-se assim início à formação da Comunidade Sol de Deus.
Fotografia: Vinícius Montgomery
        O principal objetivo da comunidade é adorar, amar e servir a Deus, numa vida de entrega e doação a Deus e ao próximo, seguindo os preceitos do Evangelho e as ordenanças da Igreja Católica, Apostólica Romana. Uma vida em comunhão total com Deus em comunidade, onde ricos e pobres dividem seus bens espirituais e também, materiais, onde tudo é de todos e para todos, a exemplo dos primeiros cristãos. Partiram do princípio de “Seu Amor, nosso Amor. Sua Vida, nossa Vida”.  
        A comunidade cresceu ao longo de seus 31 anos de existência, se tornando um dos locais mais visitados e procurados da região para meditações, retiros espirituais e contatos com o sagrado junto à natureza.
Os jacaradás, o morcego e a “intervenção divina”

Dia de retiro e missa na comunidade. Foto: Reprodução site da Comunidade Sol de Deus
        O início foi de muito trabalho e preparo do lugar para ser uma comunidade. Em 1994 deu-se início a construção da capela da Divina Misericórdia, onde havia uma piscina. Foram meses de trabalho comunitário até sua conclusão. Para ornamentar a capela com bancos e altar, faltava madeira. Como na fazenda existiam cerca de 40 jacarandás e um marceneiro voluntário se prontificou a fazer o altar e os bancos, foi solicitado autorização para o corte de dois jacarandás junto ao engenheiro florestal responsável à época. O pedido foi negado devido os jacarandás serem madeiras de lei, ou seja, eram árvores protegidas.
        A negativa oficial foi respeitada e a comunidade entregou a situação nas mãos de Deus. Cerca de um mês depois, uma forte tempestade derrubou dois frondosos jacarandás. O fato foi comunicado ao engenheiro florestal que havia negado a derrubada das árvores e solicitado autorização para aproveitarem a madeira das árvores derrubadas pela força da natureza. Mesmo perplexo com o ocorrido, o mesmo engenheiro florestal, que havia negado a derrubada as árvores, permitiu que sua madeira fosse usada para fazerem os bancos e altar da capela. Graças a “intervenção divina”, o marceneiro fez a mobília necessária para ornamentar a capela, inaugurada em 4 de novembro de 1994 pelo arcebispo Metropolitano Dom João Bergese.
Fotografia: Vinícius Montgomery
        A comunidade tinha o hábito de estar em constante oração a Jesus Sacramentado na capela, além de rezarem o terço mariano todos os dias, em honra e adoração à Santíssima Virgem Maria. No início de 1995, perceberam que um enorme morcego passou a frequentar o lugar e à noite, o mamífero deixava suas fezes no altar, perto do sacrário. O incidente incomodava a todos, além da dificuldade que tinham em encontrar o esconderijo do animal. Sem saberem o que fazer, continuaram rezando o terço. Na oração do terço de sábado, na meditação do quarto mistério, que exalta as virtudes de Maria, no início da oração do Pai-nosso, o morcego caiu morto em frente a mesa do altar. O episódio assustou os fiéis, mas compreenderam o ocorrido e louvaram a Deus pelo poder do Nome de Maria, que os tirou daquela situação constrangedora.
Reconhecimento da Igreja Católica
Recolhimento da Obra dos Santos Anjos. Fotos: Reprodução Instagram: @comunidadesoldedeus
        A Comunidade Sol de Deus foi crescendo e se fortalecendo cada vez mais em seus propósitos com base em seus quatro pilares fundamentais: Adoração, Contemplação, Expiação e Missão, vivenciados no dia a dia da comunidade em forma de oração, trabalho, caridade e vida em comunhão. Em 1998, a Comunidade Sol de Deus foi reconhecida como Associação de Leigos de caráter religioso pelo arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Pouso Alegre, Dom Ricardo Pedro.
Visitantes são bem-vindos
Fotografia: Vinícius Montgomery
        A Comunidade Sol de Deus recebe com alegria, carinho e amor, visitantes de todos lugares que desejam conhecer a comunidade. Os visitantes podem participar das missas, retiros espirituais, se confessarem, andar pela comunidade, conhecer e recolherem-se em meio a beleza da natureza para orações, meditações e reflexões, em grupos ou a sós.        
Cursilho feminino. Foto reprodução Instagram:@comunidadesoldedeus
        Na Comunidade Sol de Deus já viveram dois padres. Atualmente não há padre morando na comunidade. As missas e confissões são atualmente celebradas por padres que vem da cidade para as celebrações.
Os horários de missas na Comunidade, são:
Fotografia: Vinícius Montgomery
- Segunda: 15 horas, na Capela de São Miguel Arcanjo;
- Terça, quarta e sábado: 07:00 da manhã, na Capelinha da Divina;
- Quinta: 21:00, na Capelinha da Divina Misericórdia;
- Sexta: 14:00, na Capelinha da Divina Misericórdia;
- Domingo: 07 horas da manhã, na capela de São Miguel Arcanjo.
Dias e horários de confissões
- Segunda: 14:00 às 14:45
- Sexta: 09:00 às 11:00

- Sábado: 09:00 às 11:00 e 14:00 às 17:00
        Quem ainda preferir, pode rezar o Rosário junto à comunidade, todos os sábados, às 11hs na Capelinha da Divina Misericórdia; participar do Cenáculo com Maria às segundas-feiras, às 7 horas, na Capelinha e Rezar o Terço da Misericórdia, que acontece diariamente às 15hs.
Contato com a Comunidade Sol de Deus: Instagram: @comunidasoldedeus Telefone (35) 99984-5547

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Trem turístico liga São Sebastião do Rio Verde a São Lourenço

(Por Arnaldo Silva) São Sebastião do Rio Verde, no Sul de Minas, a 422 km de Belo Horizonte, é uma pacata, acolhedora e hospitaleira cidade mineira, onde vivem 2.300 pessoas, segundo Censo do IBGE de 2022. O município faz parte do circuito Terras Altas da Mantiqueira com limites territoriais com Carmo de Minas, Dom Viçoso, Itanhandu, Pouso Alto, Virgínia São Lourenço.
O Expresso Rioverdense
Fotografia de Giuliano Correa - Prefeitura Municipal/Divulgação
        Um sonho que começou em 2011, na gestão do então prefeito José de Souza Rabelo, com muita luta, esforço e dedicação em busca de parceiros, doações e apoio institucional para viabilizar o projeto, teve um final feliz 13 anos depois, em 27/12/2024, na gestão do prefeito Sandro Lisboa Martins. 
São Lourenço MG. Foto: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Neste marcante dia, com a presença de diversas autoridades locais, regionais e população em geral, foi inaugurado o trem turístico Expresso Rioverdense, ligando a cidade de São Sebastião do Rio Verde à Estância Hidromineral de São Lourenço MG.
Fotografia: Giuliano Correa - Prefeitura Municipal/Divulgação
        Um sonho antigo da cidade e região que se concretizou, emocionando às autoridades, lideranças envolvidas no projeto e a população, que tanto almejou essa conquista para São Sebastião do Rio Verde MG.
        Foram revitalizados 20 km da Ferrovia Minas and Rio Railway (Rio e Minas), construída por ingleses e inaugurada em 1884 por Dom Pedro II, bem como a restauração da Estação SESC São Sebastião do Rio Verde e Estação SESC Américo Lobo. O trem sairá da Estação São Sebastião do Rio Verde, localizada no km 20 da antiga ferrovia até São Lourenço, situada no km 80. Os vagões serão puxados pela locomotiva a vapor – Baldwin 230, construída pela Badwuin Locomotive Works, da Filadélfia (USA) em 1930, doada pelo SESC, unidade de Grussaí, em São João da Barra (RJ), em 27 de maio de 2022. Em 2023 chegaram os vagões, doados pela mineradora Vale. O complexo ferroviário restaurado e reativado, faz agora parte do patrimônio do município.
Nova opção turística da Serra da Mantiqueira
Vista parcial da cidade - Foto: Rildo Silveira
        Chamado de Expresso Rio Verdense, o trem turístico se torna uma nova opção de turismo para a cidade e região da Serra da Mantiqueira, além de fomentar a economia local, fortalecendo o comércio e setor de serviços, além de contribuir para o desenvolvimento da cidade.
        Não apenas isso, o trem turístico Expresso Rioverdense é a recuperação de uma das mais marcantes mineiridades e do valor que o povo mineiro tem para com suas origens e história. Não se trata apenas de colocar um trem nos trilhos, é mais que isso. É a restauração de uma parte significativa da história da cidade e também de Minas Gerais, devido a linha e estação terem sido construídas à época do Império e também pela região ter sido palco da Revolução Constitucionalista de 1932, entre paulistas e mineiros, aliados a Getúlio Vargas.
Outros trens turísticos em Minas
Trem de São Lourenço a Soledade de Minas em São Lourenço MG. Foto: Rildo Silveira
        Além do Expresso Rioverdense em Minas Gerais temos os trens turísticos: São João Del-Rei a Tiradentes, Ouro Preto a Mariana, Passa Quatro a Coronel Fulgêncio, São Lourenço a Soledade de Minas, além do Trem Vitória Minas, que não é trem turístico e sim, trem de passageiro, ligando a capital Mineira a Cariacica, no Espírito Santo.
        Além disso, está previsto para entrar em funcionamento, em 2025, o trem turístico Rio-Minas, entre Três Rios, no Rio de Janeiro, passando por Sapucaia RJ, seguindo até Chiador, na Zona da Mata Mineira. Idealizado pelo ONG Amigos do Trem, em parceria com a empresa de logística VLI, será o primeiro trem turístico interestadual do Brasil. O projeto original é a recuperação de 168 km da Ferrovia Rio Minas, ligando Três Rios RJ a Cataguases. A primeira etapa é de Três Rios a Chiador MG, com projetos de viabilizar a expansão da linha ao longo do tempo, com apoio das prefeituras, até Cataguases MG.
História de São Sebastião do Rio Verde
Fotos: Luciana Silva
        São Sebastião do Rio Verde se formou a partir de um povoado que surgiu em 1880 com nome de Várzea dos Maciéis, com o início da construção pela companhia inglesa Waring Brothers, a Minas and Rio Railway -  Ferrovia Minas e Rio, inaugurada presencialmente por Dom Pedro II e família Imperial, em 14 de junho 1884 para transporte de passageiros. O Imperador e sua comitiva fez o primeiro passeio de trem pela linha, viajando na locomotiva Couto de Magalhães, com paradas nas estações Américo Lobo em São Sebastião do Rio Verde e em Contendas, em Conceição do Rio Verde. A ferrovia ligava a cidade de Cruzeiro em São Paulo, a Três Corações, seguindo até a capital do Império, à época, Rio de Janeiro, permanecendo em atividade até o ano de 1991, quando a linha foi desativada.
        Após a construção da Estação Pouso Alto, o povoado Várzea dos Maciéis passou a ser chamado de Estação Pouso Alto. Foi a partir de 1891, com a construção da capela dedicada a São Sebastião que houve maior crescimento do povoado com a chegada de novos moradores e operários da ferrovia. Da antiga capela, restou o orago do século XIX, talhado em madeira, presente hoje na atual Matriz da cidade.
        A partir de 1930, o vilarejo e estação passou a ser subordinado ao município de Pouso Alto, sendo elevado a distrito em 1953 e por fim, se desmembrando de Pouso Alto em 1963, se tornando cidade emancipada, adotando o nome de São Sebastião do Rio Verde. O nome é associado São Sebastião ao Rio Verde, importante rio para a história e economia do município desde sua origem, além de ser um de seus principais atrativos naturais da cidade, propício para a prática de canoagem, pescaria, natação em pequenas praias fluviais.
        Cidade montanhosa, com paisagens, exuberantes, clima ameno e inverno rigoroso, se destaca ainda pela riqueza de sua culinária típica, doces, queijos, rico artesanato em bordado, crochê, barbante, palha e confecção de bonecas de palha.

sábado, 28 de dezembro de 2024

Paracatu: a Capital Mundial do Pão de Queijo

(Por Arnaldo Silva) Paracatu é uma cidade histórica de 95 mil habitantes, localizada na Região Noroeste de Minas Gerais. Fundada em 20 de outubro de 1798, no final do século XVIII, arquitetura colonial preservada, Paracatu é uma das mais charmosas, acolhedoras e hospitaleiras cidades mineiras, características marcantes de todo o povo mineiro que faz o visitante se sentir em casa.
        A cidade sempre deixa saudades. Quem vem a Paracatu, quer voltar, principalmente pelas deliciosas e tradicionais quitandas. (fotos da cidade acima de Vicente Oliveira e do pão de queijo, fornecida pela Neusa de Faria)
        Paracatu é um termo de origem tupi que significa "rio bom", através da junção dos termos "Pará" ("rio") e "Katu" ("bom") O município faz limites territoriais com Guarda-Mor, Campo Alegre de Goiás (GO), Ipameri (GO), Cristalina (GO), Unaí, João Pinheiro, Lagoa Grande e Vazante e está a 483 km distante de Belo Horizonte e a 221 km de Brasília/DF. (fotos acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
Tradições gastronômicas
        Cidade com excelente estrutura urbana, turística e tradicional, Paracatuense destaca desde sua origem, por sua pecuária leiteira, agricultura e culinária. Do leite para as queijarias das fazendas onde eram feitos queijos. Tanto um, quanto outro, sempre foram os principais ingredientes para as quitandas tradicionais da cidade, principalmente do tradicional pão de queijo, um dos símbolos da riqueza gastronômica de Minas Gerais e o principal símbolo da rica culinária de Paracatu. (Nas fotos acima as quitandas da quitandeira Ângela Resende)
        São quitandas que saem dos fornos das cozinhas de Paracatu desde o final do século XVIII, pelas mãos de talentosas e prendas mestras formadas pelo saber de suas mães, avós e bisavós. Resultado do cuidado de seu povo com a valorização e preservação dos saberes e ofícios da sua tradição gastronômica. 
        São conhecimentos que passam de mãe para filha, de pai para filho, há mais de 200 anos. As quitandas de Paracatu tem o gosto do século 19, tem gosto da tradição das Minas Gerais. Surgiu em uma época quando as quitandeiras mineiras usavam a mandioca e o fubá como alternativas para fazer pães, bolos e biscoito. Isso porque, trigo no Brasil era praticamente inexistente à época, e sua importação, caríssima.
Modo de fazer do Pão de Queijo de Paracatu
        O modo de preparo do Pão de Queijo de Paracatu é diferente do modo tradicional, devido seu preparo, ser tradição secular na cidade e único. Em Paracatu, o Pão de Queijo é feito com polvilho doce, ovos, sal e queijo meia cura, diferenciando no modo de fazer da massa, que é fria e não escaldada. (na foto acima o famoso pão de queijo da quitandeira Ângela Resende)
        O pão de queijo tradicional, como conhecemos é feito com polvilho azedo, ovos, sal, queijo meia cura e massa quente, devido o escaldo, que é a mistura de água, leite e óleo quente ao polvilho. Em Paracatu não se escalda a massa do pão de queijo. A massa é fria. É esse o segredo. Essa é a tradição da cidade.
        É essa a diferença da autenticidade e sabor único da receita do Pão de Queijo de Paracatu MG, uma tradição secular, com origem no início do século XIX, embora não seja possível precisar quando e através de quem a tradição começou.
6 milhões de pães de queijo por ano
        Uma tradição tão marcante na cidade que a fez ser conhecida e reconhecida como a Capital Mundial do Pão de Queijo. São cerca de 12 fábricas que se dedicam a fazer pão de queijo, preservando o método artesanal e com isso, garantindo a qualidade e o sabor inconfundível do Pão de Queijo, hoje símbolo da gastronomia, não apenas mineira, mas brasileira.
        Para se ter ideia do imenso valor do Pão de Queijo para a tradição e economia de Paracatu, são produzidos na cidade cerca de 17 mil pães de queijo por dia. Isso daria uma média de 500 mil pães de queijo por mês e a impressionante média anual de 6 milhões de pães de queijo por ano. Sem contar a produção caseira, que saem dos fogões das casas e fazendas do município.
Patrimônio da culinária de Paracatu
        Por esse motivo, o modo de fazer do Pão de Queijo de Paracatu foi reconhecido pela Prefeitura Municipal como Patrimônio Cultural e Imaterial do município em 5 de julho de 2015. A partir dessa data, o modo de fazer passou a integrar o Livro de Registros dos Saberes, como Patrimônio Imaterial da cidade. Por esse motivo, 5 de julho é considerado o Dia do Pão de Queijo em Paracatu. Além disso, mais 11 quitandas paracatuenses receberam o reconhecimento oficial como patrimônios imateriais de Paracatu, com alguns de origem nos tempos do Brasil Colônia.
12 iguarias tradicionais
        As 12 quitandas reconhecidas como Patrimônios Imateriais de Paracatu são: Pão de Queijo (não escaldado); Desmamada (um bolo cremoso feito por escravizados); Empada de capa Fina; Brevidade; Bolo Zumbi (feito com fubá torrado, manteiga, queijo curado e adoçado com rapadura); Mané Pelado (bolo cremoso a base de mandioca ralada); Queijadinha (em forma de estrelinha com recheio de mandioca seca com queijo); Biscoito de Queijo; Bolo de Domingo (a base de fubá de arroz com fermentação natural); Bolacha Arrozina (tom claro, doce, amanteiga e se desfaz na boca); Bolacha de Polvilho (oval, quadrada e crocante) e Bolo da Cozinha (fubá de arroz com ovos). (nas fotos acima fornecidas pela Neusa de Faria, o Bolo de Domingo e o Pão de Queijo não escaldado e abaixo as quitandas de Paracatu feitas pela quitandeira Ângela Resende)
        As tradicionais quitandas de Paracatu estão presentes em todas as casas, fazendas, padarias e lanchonetes do município. Entre as 12 iguarias tradicionais de Paracatu, o pão de queijo é a preferida, superando o tradicionais pão de sal (francês). 70% dos moradores de Paracatu preferem o Pão de Queijo à pão francês no seu dia a dia.
A Capital Mundial do Pão de Queijo
        Pão de Queijo em Paracatu é uma identidade tão autêntica e enraizada na história da cidade, que é impossível falar em Paracatu, sem falar do seu tradicional Pão de Queijo. Por esse motivo, Paracatu reivindica o reconhecimento da cidade como a Capital Mundial do Pão de Queijo. É um reconhecimento de grande importância a cidade, não apenas para valorizar a economia local, fomentando o aumento da produção, turismo gastronômico e geração de empregos, mas principalmente, reforçar a identidade gastronômica do município. (primeira foto fornecida pela Neusa de Faria e segunda, de Rodrigo Firmo/@praondevou)
        Em parceria com o Sebrae, as quitandeiras da cidade busca a concessão do selo de Indicação Geográfica, garantia de que um produto é originário do local. Além do IG, pretendem em seguida registrar os saberes culinários das mestras quitandeiras paracatuenses, preservados por gerações, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O selo IG e INPI, é de grande importância para preservar e fortalecer a gastronomia da cidade, agregando valor aos produtos tradicionais do município.
        Paracatu é a Capital Mundial do Pão de Queijo. Um reconhecimento que a cidade busca, espera e merece.

sábado, 21 de dezembro de 2024

Vim de Minas: uma viagem pelas vinícolas mineiras

(Por Arnaldo Silva) No Estado da Cachaça e com a cerveja artesanal em expansão rápida, tem também vinhos, produzidos por várias vinícolas em todas as regiões mineiras. E não são vinhos qualquer não. São vinhos finos, de qualidade e excelência, com reconhecimento e premiações nacionais e internacionais.
        Os mineiros apreciam sua cachaça, seus licores, suas cervejas artesanais e também, bons vinhos. Do final dos anos 1990 para cá, novas vinícolas vem surgindo no Estado, com antigas fazendas de gado e lavouras, como de café, que passaram a cultivar uvas das espécies Vitis Viníferas, originária da Europa, para vinhos finos e Vitis labrusca, originária dos Estados Unidos e por isso chamadas de uvas americanas, própria para vinhos suaves de mesa e consumo em sucos e in natura. 
        Além disso, os vitivinicultores mineiros vem buscando conhecimento, aprimoramento com base nas melhores técnicas e equipamentos enólogos de ponta no mundo, além de usarem a técnica da Dupla Poda. Com isso, a qualidade dos vinhos finos com uvas europeias, como cabernet sauvignon, merlot, pinot noir, chardonnay, sauvignon blanc, tempranillo, malbec, tannat, carmenère e syrah, vem crescendo a cada ano. Os vinhos de mesa, feitos de uvas americanas, como exemplo as uvas Isabel, Bordot, Niágara e Condord, vem também crescendo em produção em Minas. Por serem uvas populares, o consumo vem aumentando, além dos vinhos suaves de mesa, por serem mais baratos, em relação aos vinhos processados com uvas finas.
        São as uvas europeias e americanas que definem se um vinho será tinto, branco, rosé, espumante, frisante, de mesa, suave, seco, demi-sec, encorpado e brut que é o espumante seco. (foto acima de Arnaldo Silva)
A importância da EPAMIG para o setor
        A produção de vinhos em Minas se limitava ao Sul de Minas, até o final do século XX. A partir do ano 2000, graças a pesquisas e investimentos dos produtores e pesquisadores na viticultura e vinicultura (viticultura estuda as uvas e a vinicultura estuda os vinhos), como por exemplo, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), através de seu campo experimental em Caldas no Sul de Minas (nas fotos acima do Eramos Pereira). Foi a estatal mineira que desenvolveu a técnica da dupla,dando início assim a ampliação do cultivo uvas, ampliação e surgimento de novas vinícolas em todas as regiões do Estado.
A Dupla Poda – O Ciclo Invertido da EPAMIG
        Em algumas cidades mineiras, a produção de vinhos vem se destacando, rompendo as divisas regionais, agradando paladares de todo o Brasil e até mesmo, paladares internacionais. Isso por que as vinícolas mineiras vem se destacando no cenário nacional e internacional, principalmente as vinícolas que tem assistência da Epamig, de Caldas MG, que utilizam a técnica da dupla poda na produção de vinhos finos. (foto acima de Eramos Pereira/Epamig - Caldas MG)
        A técnica da EPAMIG foi desenvolvida por Murillo Albuquerque Regina, responsável pelo projeto que revolucionou, profissionalizou, viabilizou e permitiu significativa melhora na produção de vinhos de qualidade no Sudeste.
        A técnica da dupla poda possibilita o deslocamento do período de colheita das uvas, que acontece tradicionalmente entre dezembro e janeiro, no verão, época de chuvas intensas no sudeste, para o inverno, época da estiagem e maior amplitude térmica em Minas Gerais. Ou seja, são feitas duas podas por ano, visando uma única colheita, no fim do inverno, em agosto e não em janeiro, no verão, como ocorre tradicionalmente no Sul do país. Minas produz vinhos finos de inverno e o Sul do país, vinhos finos de verão.
Produção crescente
        Hoje em Minas, o número de Vitivinicultores (profissionais que se dedicam ao cultivo de vinhas e à produção de vinho), vem crescendo, sendo hoje cerca de 122 vinícolas presentes em várias cidades de todas as 12 regiões mineiras em especial do Sul de Minas, região com tradição secular no plantio de uvas e produção de vinhos. 
Tour por vinícolas mineiras
        Você vai fazer agora uma viagem por algumas vinícolas mineiras com vários rótulos de vinhos tintos finos ou suaves de mesa que você pode combinar, não apenas com nossos queijos, mas com outras delícias de Minas Gerais. A maioria das vinícolas mineiras promovem o enoturismo, abrindo suas portas para visitas às suas vinícolas, mediante agendamentos prévios. Com isso, o visitante tem a oportunidade de conhecer todo o processo de produção e processamento de vinhos, além de degustar vinhos de qualidade, com jantares, almoços e cafés harmonizados.
        Vamos conhecer um pouco de algumas cidades e vinícolas de Minas Gerais:
Bárbara Eliodora - São Gonçalo do Sapucaí
        A vinícola Bárbara Eliodora, fundada em 2015 em São Gonçalo do Sapucaí a 330 km distante de BH, no Sul de Minas é uma empresa familiar como origem em um sonho da família em produzir vinhos finos de qualidade e sabor. (fotos cedidas pela Vinícola Bárbara Eliodora)
        A inspiração do nome é em homenagem à Bárbara Eliodora Guilhermina da Silveira, uma das figuras femininas mais emblemáticas de Minas Gerais. Além de fazer parte da Inconfidência Mineira (1789), participou ativamente na luta pela Independência do Brasil. Além disso, a heroína mineira mantinha fortes laços com São Gonçalo da Campanha do Rio Verde, atual São Gonçalo do Sapucaí, Bárbara Eliodora era poetisa, tendo sido a primeira mulher a fazer poesia no Brasil, atuava ainda no ramo da mineração e agricultura em São Gonçalo do Sapucaí.
        Nascida de uma família aristocrata em São João Del-Rei em 1758, morreu aos 61 anos em 1819 e sepultada na Igreja Matriz de São Gonçalo do Sapucaí. A heroína mineira deixou um grande legado para nossa história. Por sua importância para São Gonçalo do Sapucaí e região, seu nome foi inspiração para criação dos vinhos que exprimem poesia, personalidade e delicadeza, com um toque de robustez, tal como a homenageada. (Fotos cedidas pela Vinícola Bárbara Eliodora)
        Em pouco tempo de existência, a vinícola já é uma das referências nacionais pela sua excelência na produção de vinhos finos, de qualidade e sabores inigualáveis. Além disso, é a pioneira no plantio das variedades Vitis Vinífera, no município.
        A Vinícola recebe com alegria visitantes, mediante agendamento prévio. O visitante tem a oportunidade de conhecer todo o processamento de vinhos, desde o plantio, até o engarrafamento, degustação e almoço harmonizado. O ambiente e o atendimento são de primeira, levando o visitante a uma experiência gastronômica e enóloga inesquecível! O contato pode ser feito pelo Instagram: @vinicola.barbaraeliodora
Vale do Gongo - Grão Mogol
        Na cidade histórica de Grão Mogol, no Norte de Minas na Cordilheira do Espinhaço, se destaca a Vinícola Vale do Congo. A Vinícola começou, com apenas uma parreira de uva, plantada pelos avós dos atuais proprietários que levaram adiante a ideia de uma vinícola na cidade. A origem da vinícola era um casarão colonial do século XVIII com no nome de Casa Velha, hoje um espaço preparado para receber os turistas e visitantes para jantares e degustação dos vinhos produzidos pela vinícola. (fotos acima de Ernani Calazans)
        A Casa Velha é um casarão colonial, construído no estilo da cidade, em pedras. Um espaço agradável, confortável, com ares medievais e romântico. Ideal para casais que buscam o romantismo tradicional, regado a bons vinhos, jantares a luz de velas, em um ambiente rústico, acolhedor, charmoso e elegante. (fotos: reprodução do Instagram: @valedogongo)
        A produção e processamento de vinhos, é feito na Fazenda Vale do Gongo, localizada no Km 17 da Comunidade Taquaral, Zona Rural de Grão Mogol, onde estão os parreirais das uvas Merlot, Syrah, Lorena e Sauvignon Blanc.
        Na vinícola, são produzidos vinhos de mesa e finos de qualidade como Tinto Seco, Tinto Meio Seco, Rosé Seco e Rosé Meio Seco de Mesa, além de Vinho Tinto Seco e Branco Seco, finos,
        Além disso, na vinícola são produzidos espumantes Démi-sec Rosé, utilizando os métodos tradicionais na espumantização da bebida.
        Os visitantes podem conhecer a vinícola através de agendamento prévio. Na vinícola, conhecerá o processo tradicional da produção, participará de palestras, andará pelos parreirais e por fim, será servido um café sertanejo, com as quitandas típicas de Minas e à noite, é oferecido aos visitantes um jantar completo na Casas Velha, no Centro da cidade, com música ao vivo. Contato pode ser feitos via Instagram: @valedogongo ou pelo WhatsApp: 38 9106-3436 com Alexandre Damasceno.
Maria Maria - Boa Esperança
        A Vinícola Maria Maria surgiu a partir de 2006, na Fazenda Capetinga, em Boa Esperança MG, a 275 km distante de BH, localizada na região cafeeira do Sul de Minas. A propriedade de Eduardo Junquyeira Júnior, já está na quinta geração na produção de grãos e agora vem se destacando no plantio de uvas (europeia) como Syrah, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc, plantadas na fazenda, desde 2009, além das uvas chardonnay, para a produção de espumantes. (fotos:reprodução Instagram: @vinhosmariamaria)
        Além disso, na fazenda é feito o processamento e produção de vinhos finos de alta qualidade, teor e sabor, além de vinhos branc, rosés e espumantes. São vinhos de excelência. A Fazenda Capetinga preserva a tradição e a qualidade dos grãos de café, além da busca incessante pela excelência e qualidade na produções de seus vinhos. Como resultado, reconhecimento e diversas premiações nacionais e internacionais.
        O nome da vinícola, foi inspirado na música Maria Maria de Mílton Nascimento, bem como também seu mais famoso rótulo, Maria Maria. Com nomes femininos homenageando familiares do proprietário da vinícola, foram sendo criados novos rótulos como Agda (syrah 2013), sua bisavó; Ada (branco 2013), sua tia-avó e Anne (rosé 2013), sua cunhada, dentre outros rótulos com nomes de mulheres.
        A vinícola Maria Maria é aberta à visitação mediante agendamento prévio, onde o visitante pode degustar os vinhos produzidos pela vinícola, além almoçarem na próxima vinícola, que conta com restaurante. O contato pode ser feito pelo Instagram: @vinhosmariamaria
Mil vidas - Ritápolis
        Ritápolis, cidade com apenas 5 mil habitantes, situada na região do Campo das Vertentes, distante 223 km de Belo Horizonte e apenas e apenas 37 km distante de Tiradentes e a 28 km de São João Del-Rei, vem se destacando no turismo não apenas por ser a terra onde nasceu Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mas também na produção de vinhos. (fotos: Reprodução Instagram: @vinicolamilvidas)
        Na terra do Mártir da Inconfidência Mineira, foi criada pelos empresários Wander Oliveira e Berenice Figueiredo, a Vinícola Mil Vidas, em alusão à frase atribuída a Tiradentes, antes de sua execução: “Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria”. O vinho Mil Vidas, homenageia o mais ilustre personagem de Ritápolis e um dos personagens mais icônicos e fundamentais para a história de Minas Gerais e do Brasil.
        A vinícola e o vinhedo, ocupam uma área de 21 hectares com cultivo de variedades de uvas finas como Syrah e Sauvignon Blanc. Promove o enoturismo, numa experiência incrível por entre seus parreirais, degustação e harmonização de seus vinhos harmonizados com as delicias mineiras, no restaurante da vinícola. O lugar é um ambiente requintado, muito bem planejado, acolhedor, confortável e com o melhor sabor da cozinha mineira e francesa, com vista para as videiras e serras da região.
        A vinificação do vinho Mil Vidas é realizada em Caldas MG, no Sul de Minas, na sede da Vitácea Brasil. A vinícola tem ainda nesta cidade um vinhedo em sociedade com outros vitivinicultores no cultivo de uvas Chardonnay e Pinot Noir, para a produção de espumantes. No vinhedo de Ritápolis, as uvas são colhidas, carregadas em caminhão refrigerado até Caldas MG para a vinificação. Contato com a vinícola pode ser feito pelo WhatsApp: 32 9851-7726
O Vinho de Rosas de Macaúbas - Santa Luzia
        Um vinho que usa como base, não a uva e sim, pétalas de rosas vermelhas. É uma das bebidas fermentadas mais antigas do Brasil. A bebida é feita no Mosteiro de Macaúbas, em Santa Luzia MG, Grande BH e remonta o início da construção do mosteiro, em 1714, no século XVIII. Era uma das bebidas mais procuradas da época. Isso porque, o fermentado de rosas era recomendado pelos médicos da época para curar doenças pulmonares. (fotos acima de Rodrigo Martins)
        As freiras guardam a sete chaves há mais de 300 anos, as receitas tradicionais da cozinha mineira colonial. Entre as quitandas, doces e licores, o Vinho de Rosas de Macaúbas é o mais procurado e receita única, das freiras.
        O mosteiro foi construído para ser recolhimento religioso, internato e educandário feminino para as filhas da fidalguia da época. As famílias ricas do Brasil Colônia, enviavam suas filhas para o Macaúbas para estudarem ou seguirem a vida religiosa, como exemplo as filhas de Chica da Silva e João Fernandes de Diamantina e Joaquina, filha de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
        As freiras que vivem enclausuradas no mosteiro, fazem o vinho de rosas, licores, doces e quitandas para venderem na lojinha do Mosteiro. A pessoa terá que ir ao mosteiro da cidade histórica para adquirir a bebida e as tradicionais quitandas artesanais feitas pelas freiras.
Estrada Real - Três Corações
        Três Corações, no Sul de Minas, a 1300 metros de altitude, distante 465 km de Belo Horizonte é, famosa pela qualidade do café, por ser a cidade natal do Pelé e por estar inserida na Estrada Real, vem se destacando ainda na produção de vinhos finos, nobres e de alta qualidade e plantio de uvas europeias como uvas Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay. É no município que está instalada a Vinícola Estrada Real, uma sociedade entre brasileiros e franceses fundada em 2001, uma das pioneiras na implantação da técnica da dupla poda na região Sul de Minas. (fotos: Reprodução Instagram @vinicolaestradareal)
        Os investimentos foram feitos usando as melhores tecnologias existentes e sempre atualizados de acordo com as novas tendências tecnológicas, seguindo os rigorosos processos de qualidade, tanto na produção, quanto na seleção e desenvolvimento das videiras, objetivando qualidade e produção de vinhos finos de excelência. A visita à vinícola é feita por agendamento prévio e o contato pode ser feito via Instagram @vinicolaestradareal
Vinícola dos Montes - Santana dos Montes
        A pequena Santana dos Montes, na Região Central, apenas 130 km de BH, é uma cidade histórica com origens no Ciclo do Ouro. Rodeada por montanhas e matas nativas preservadas de Mata Atlântica, conta com um charmoso e preservado casario colonial e fazendas centenárias bem preservadas. (fotos: Reprodução Instagram @vinhosdosmontes)
        Além disso, a cidade é também tradicional na produção de cachaças, cervejas artesanais e também de vinhos finos, como por exemplo os produzidos na vinícola Dos Montes, da Fazenda Guarará, distante apenas 6 km do centro.
        As primeiras uvas das variedades Syrah, Cabernet Franc e Sauvigon Branc, foram plantadas na fazenda em 2007 com a primeira colheita feita em 2011. A partir de 2018, a vinícola passou a adotar a técnica da dupla poda na produção de seus vinhos finos, nobres e alto padrão de excelência, reconhecidos com diversas premiações em concursos nacional e internacionais, com a colheita feita em agosto, já no fim do inverno.
        A vinícola recebe visitantes, mediante agendamento prévio. O visitante conhecerá os parreirais, pode ainda degustar os rótulos e as deliciosas uvas cultivadas na fazenda, como as variedades merlot, syrah, cabernet franc e tempranillo, além de conhecer a adega, os tradicionais barris e as criativas garrafas decorativas da vinícola.                Além disso, a Fazenda Guarará é também, um hotel fazenda, podendo hospedar-se em acomodações charmosas e acolhedores de uma fazenda dos tempos do Brasil Colônia, além de ter a oportunidade de conhecer a fábrica de Cerveja Loba, Cachaçaria e Hotel Fazenda da Chácara, que pertencem ao mesmo proprietário. Informações sobre visitas e hospedagens podem ser obtidas pelo telefone (31) 98340-6673 ou via Instagram: @vinhodosmontes
A tradição vinícola de Diamantina
        Diamantina, uma das mais tradicionais e belas cidades históricas do Brasil, Patrimônio da Humanidade, Terra de Chica da Silva e JK é uma das mais tradicionais produtoras de vinhos do Brasil. (nas fotos alguns rótulos de vinhos de Diamantina/Avodaj/Divulgação e vista parcial da cidade, em foto da Giselle Oliveira)
        Na cidade do Vale do Jequitinhonha, distante 290 km de Belo Horizonte, a produção de vinhos data do século XVIII. Isso mesmo. Bem antes dos imigrantes italianos e alemães virem para o Brasil, no século XIX, vinhos já eram produzidos na colônia e em Minas Gerais, em Diamantina, introduzida pelos portugueses que vieram para a cidade à época. Cidade de clima ameno, média de 18 ºC e inverno com temperaturas entre 0 e 5 graus e a 1280 metros de altitude, acima do nível do mar, propício para cultivo de vinhas.        
        Com a decadência da mineração, a produção vinícola foi reduzindo e as velhas vinícolas foram sendo desativadas, se resumindo a poucas vinícolas, apenas para produção caseira e artesanal de vinhos. A partir do ano 2000, a tradição vinícola da cidade foi retomada, novas vinícolas foram sendo fundadas, seguindo os padrões, tecnologias e técnicas de ponta no cultivo de uvas e processamento de vinhos tintos finos e suaves de mesa. Os vinhos de Diamantina podem ser adquiridos nos mercados, bares e restaurantes da cidade e região.       
Os vinhos de Andradas 
        A cidade de Andradas, no Sul de Minas, a 480 km distante de Belo Horizonte, de 41 mil habitantes, é uma das mais tradicionais produtoras de vinhos do Brasil.
        A tradição vinícola da cidade teve origem no final do século XIX, com a chegada de famílias de imigrantes italianos à região. No século XX, cerca de 72 famílias de imigrantes italianos produziam vinhos em suas propriedades. Atualmente, são apenas seis vinícolas que mantém a tradição na produção de vinhos finos de excelência, abertas à visitação. São as vinícolas Basso (produzindo vinhos desde 1905), Stella Valentino, Belotto, Marcon, Muterle e a Casa Geraldo, uma das mais tradicionais vinícolas do Brasil (nas fotos acima do Luís Leite).

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