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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Saiba o real motivo de Minas não ter mar

(Por Arnaldo Silva) Nos séculos XVIII e XIX, Minas Gerais era o centro da riqueza no Brasil. À época não existiam ferrovias e nem rodovias. Transportar as riquezas minerais retiradas das Minas Gerais para a Europa somente era possível pela Estrada Real, em carros de bois e cortejos de tropeiros, até o Porto de Paraty, no Rio de Janeiro.
Imagem ilustrativa: Guarapari, litoral do Espírito Santos. Foto: Thelmo Lins 
        Nessa época, as divisões regionais brasileiras estavam em formação. Na medida que a Coroa Portuguesa adentrava no sertão brasileiro e descobria riquezas, surgiu novas capitanias. O que é o caso de Minas. Com a chegada dos bandeirantes paulistas e descoberta de ouro no território mineiro, os paulistas simplesmente anexaram o território à Capitania de São Vicente (São Paulo), em 1709, passando a se chamar Capitania de São Vicente e depois Capitania de São Paulo das Minas de Ouro.
        A anexação feita pelos paulistas durou pouco, até 2 de dezembro de 1720. Os paulistas e bandeirantes foram expulsos das Minas de Ouro e a Coroa Portuguesa, oficializou a criação da Capitania das Minas Geraes (com “e” mesmo).
        Nesta data, nascia o Estado de Minas hoje um dos estamos mais influentes, populosos e ricos do Brasil. Mesmo com sua importância histórica, cultural e principalmente econômica para o país, Minas Gerais nunca teve acesso ao litoral para escoar sua produção. As riquezas de Minas são, até os dias de hoje, enviadas para portos de São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo e Bahia. Pela sua importância, Minas era pra ter acesso litoral, mas nunca teve. Minas foi isolada do litoral
Quer saber o por quê?
        O isolamento territorial de Minas Gerais do litoral foi proposital e intencional. Isso mesmo. Isolar Minas Gerais, impedindo o acesso ao litoral foi intencional. A discussão à época, envolveu inveja, vingança e intrigas das capitanias vizinhas, contrabando, guerras de influência, disputas de mineradores por minas de ouro e diamante, e acredite, foi política do governo português.
        Essa história começa com a criação da Capitania Independente das Minas Geraes em 1720. Com a criação da nova capitania, as autoridades da época discutiam as novas dimensões territoriais do território mineiro.
        A proximidade das divisas de Minas Gerais com outras capitanias era bem curta, como por exemplo, apenas 100 km do litoral do Rio de Janeiro, cerca de 200 km do litoral norte de São Paulo, a menos de 100 km do litoral do Espírito Santo e a 500 km de Caravelas, no Sul da Bahia. 
        Essas distâncias têm como base a divisa com as cidades litorâneas mais próximas à Minas Gerais. Obviamente era mais fácil ampliar as divisas de Minas com acesso ao litoral anexando partes territoriais às capitais citadas, redesenhando o mapa de Minas.
Qual o argumento da Coroa Portuguesa?
Imagem ilustrativa. Ubatuba, São Paulo. Foto: Arnaldo Silva
        Produzindo 85% de toda riqueza mineira do Brasil, Minas Gerais era a Capitania mais rica à época. Apenas por esse motivo, seria geograficamente óbvio seu acesso ao litoral, mas não foi isso que ocorreu. Minas Gerais ficou isolada do acesso ao litoral e de qualquer outro tipo de acesso, a não ser o permitido pela Coroa, justamente por ser a capitania mais rica do Brasil. Os portugueses queriam controle total das riquezas mineiras.
        Liberando acesso ao litoral para a nova capitania, temiam perder o controle sobre as riquezas minerais que sustentavam a Corte e o reino português.
        Além disso, temiam que o poder financeiro de Minas se transformasse em poder politico, capaz de ameaçar o processo de dominação portuguesa no Brasil, bem como total influência preponderante dos mineiros em toda a colônia. Isolar Minas, controlar suas lideranças e agir com mão de ferro contra possíveis insurreições, era necessário para a Coroa Portuguesa manter o controle sobre as minas de Ouro.
Sem lideranças de peso
        Na capitania recém-formada, as lideranças geralistas, nosso gentílico à época, eram poucas, com pouca influência na Corte e submissas à decisões da Coroa Portuguesa que devido esses fatos, não atenderam as demandas geralistas. 
        A proposta da liderança da nova capitania e a mais rica da América Portuguesa à época, era anexar o litoral Norte de São Paulo, até Paraty no Rio de Janeiro, onde Minas tinha acesso pela Estrada Real, além de toda região do Caparaó até o litoral Capixaba, correspondente a 10 mil km² do Espírito Santo, que tem um pouco mais de 46 mil km² hoje, e parte do sul do litoral da Bahia. Essas demandas sequer foram levadas em consideração à época.
Inveja, intrigas e vinganças
        A recusa da Coroa Portuguesa em redefinir as divisas da capitania mineira com acesso ao mar gerou muitas controvérsias e indagações do real motivo. Os mineiros não tinham dúvidas que a influência paulista pesou na decisão da Coroa Portuguesa de isolar Minas do litoral.
        Isso porque os mineiros nunca aceitaram que o território fosse anexado à capitania paulista no início do século XVIII. Essa insatisfação culminou com a Guerra dos Emboabas (1707 e 1709) e movimentos pela expulsão dos paulistas do território mineiro em 1720, com a criação da Capitania das Minas Gerais. 
        Por terem sido expulsos das Minas de Ouro a bala, os paulistas não se conformaram em não terem mais domínio algum sobre a região e obviamente, não aceitariam ceder parte de seu território para que Minas tivesse acesso ao mar e nem permitiriam a ampliação do território mineiro.
        Era o que se acreditava à época. Evidentemente houve sim pressão dos paulistas para impedir que parte do território paulista fosse anexado à Minas Gerais, mas esse não foi o motivo, preponderante.
        O motivo real mesmo foi a intenção da Coroa Portuguesa em manter única e exclusivamente o controle das minas de ouro. Colocaram o Rio de Janeiro, sede da Corte, como sentinela das minas de ouro. Os portugueses tinha as capitanias do Rio de Janeiro e do Espirito Santo como amigas e confiáveis, mas as capitanias da Bahia e de São Paulo, nem tanto.
        Abrir acesso ao litoral, anexando à Minas Gerais parte do Sul da Bahia, a região do Caparaó e o Norte de São Paulo e o porto de Paraty, seria o mais correto, e menos custoso, pois facilitaria o transporte do ouro de regiões mais distantes, como Diamantina, cidade mais próxima à Bahia. A anexação do litoral norte paulista e capixaba facilitaria a transporte de alimentos e ouro. Mas para a Coroa Portuguesa, seria temerário e arriscado pois acreditava-se que o ouro retirado das Minas Gerais poderia ser facilmente desviado. Fechar o acesso litorâneo a Minas foi solução estratégica.

O que fez a Coroa Portuguesa?
        Ampliou a Estrada Real no Sul de Minas com acesso à São Paulo, criou o Caminho dos Diamantes, ligando Diamantina a Ouro Preto, na Estrada Real, seguindo até Paraty e criou ainda o Caminho Novo da Estrada Real, ligando Ouro Preto, à Zona da Mata até a sede da corte, no Rio de Janeiro e ao litoral norte paulista, pelo Sul de Minas.
        Assim, o estado que mais gerava riquezas para a colônia, ficou complemente isolado do litoral, numa época em que não existiam ferrovias e nem estradas, apenas pequenos caminhos abertos por tropeiros, bandeirantes, indígenas e carros de bois. Os caminhos das Minas Gerais eram rudimentares e totalmente policiados. Postos de fiscalização foram espalhados por todos os caminhos de ouro. Era uma vigilância dia e noite e implacável. A Coroa Portuguesa ficava atenta ainda a caminhos abertos clandestinamente.
        A política da Coroa Portuguesa era o isolamento total das divisas da Capitania das Minas Gerais e controle rigoroso do que entrava e saia de Minas. Quanto menos acesso às minas de ouro, melhor o controle do que entrava e saia. O acesso à Capitania das Minas Gerais se dava somente pela Estrada Real e posteriormente pelas Picadas de Goyáz, que ligava Sabará a Goiás Velho. Pela Picada de Goyáz o ouro goiano era enviado para Minas, seguindo pela Estrada Real até o Porto de Paraty e do Rio de Janeiro.
        Sem litoral, Minas não poderia exportar suas riquezas por conta própria, passando a depender acesso para escoar suas riquezas pelo mar, a única alternativa à época de exportação que existia. Como tudo era rigidamente controlado pela Coroa Portuguesa, o escoamento do que era produzido nas Minas de Ouro, dependia dos interesses da Coroa.

O que os colonizadores temiam?
        Dar acesso ao litoral aos mineiros seria como entregar as chaves do cofre e futuramente o controle de toda a colônia ao controle mineiro. Com tanta riqueza, Minas seria o centro político e econômico do país., culminando com a perda do domínio português na América Portuguesa. Era isso que os colonizadores temiam.
        Essa politica do início do século XVIII, prevaleceu até o século XIX e início do século XX. Tanto à época da Colônia, do Brasil Imperial e da Velha República, a politica era mesma. Isolar Minas Gerais do litoral, não permitindo ampliação de suas divisas.

Nova tentativa de acesso ao mar no século XIX
Imagem ilustrativa. Porto Seguro, Bahia. Foto: Deocleciano Mundim
        O brilho do ouro de Minas não apenas ofuscava os olhos e cobiça dos que buscavam riquezas, mas também a inveja de outras províncias, mais influentes. Mesmo com o esgotamento das minas de ouro, uma nova riqueza surgia em Minas, que ameaçava a economia e influência política de outras capitanias. Era o café. Minas predominava na mineração, na produção de leite e de alimentos que abastecia a Corte e outras capitanias.
        Com ascensão do café, Minas avançava para dominar mais esse setor da economia. As outras capitanias temiam o controle econômico total dos mineiros na economia nacional e maior influência, que poderia significar perda de territórios para abertura de Minas Gerais ao litoral.
        Por esse motivo, manter o isolamento por via marítima de Minas Gerais era prioridade também de outras províncias. A intenção era evitar o maior a ampliação do poderio político que Minas adquiriu após a Independência do Brasil, além do crescimento da influência econômica de Minas Gerais, que ofuscaria o crescimento de outras capitanias. A partir da Independência, as capitais passaram a ser denominadas de províncias.

A riqueza gerada pelo café de Minas incomodava
        No século XIX, o Sul de Minas e a Zona da Mata se transformaram no maior produtor de café do país e até hoje são. Para escoar a produção mineira, a província necessitava de acesso ao litoral. Não era uma ambição, mas sim, uma necessidade para ampliação econômica do Estado. Minas brilhava mais uma vez e seu brilho, ofuscava as ambições de lideranças de outras províncias.
        A província de São Paulo, de grande influência na Corte, boicotou sistematicamente todas as intenções e projetos de infraestrutura apresentada pelos mineiros ao Governo Imperial, continuando o boicote junto ao governo republicano, após a Proclamação da República em 1889.

Novas tentativas de acesso ao litoral
        Evitando bater de frente com as províncias mais influentes, os mineiros deixaram de reivindicar acesso ao litoral pelo Norte de São Paulo e Sul do Rio de Janeiro, buscando soluções conciliatórias, como por exemplo, com o surgimento da ferrovia no Brasil, em 1854, apresentando um projeto ao Imperador Dom Pedro II de construção de uma ferrovia que ligasse as regiões produtoras de café em Minas a Angra dos Reis, permitindo assim acesso de Minas ao litoral e abertura de novas rotas econômicas de Minas Gerais com outros países e províncias.
        O projeto foi rejeitado devido a forte pressão de lideranças de outras províncias junto ao Imperador Dom Pedro II, principalmente das lideranças paulistas.
        No início do século XX, já no período Republicano, os mineiros tentaram mais uma vez acesso ao mar, mas dessa vez comprando um trecho da Ferrovia Bahia e Minas, no litoral sul da Bahia. Eram 142 km de extensão, margeando a ferrovia Bahia e Minas e com 12 km de praia. O trecho adquirido por Minas Gerais iniciava na Serra de Aimorés em Minas seguindo pelo extremo sul baiano, passando por Argolo, Posto da Mata e Helvécia, distritos de Nova Viçosa/BA, Aparaju, distrito de Alcobaça/BA seguindo até Ponta de Areia, distrito de Caravelas, na Costa Sul da Bahia.
        A compra foi possível devido as dificuldades financeiras que passava a Companhia que administrava a ferrovia, tendo recorrido a financiamento junto ao Banco de Crédito Real do Brasil, hipotecando esse trecho de142 km, como garantia. O financiamento não foi pago e o banco, entrou em liquidação. Sabendo disso, o Governo de Minas adquiriu as terras hipotecadas, pagando o valor de 300:000$000 (trezentos contos de ré), algo aproximado hoje de R$50 milhões de reais, com títulos da dívida pública, lavrada em escritura de cessão de crédito e transferência de direito.
        Pagou, mas na prática, não levou. A economia e a politica brasileira atravessava por momentos conturbados. A República tinha sido proclamada poucos anos antes, em 1889. Com a República, as províncias que passaram a se denominar estados. Era um tempo de disputadas entre estados por domínios, definições de divisas, além de incertezas nas áreas econômica e política. Por esses motivos, a compra de parte do litoral baiano foi ficando para depois e com a troca de governos, acabou sendo esquecido. Ou seja, Minas Comprou 12 km de faixa do litoral baiano mas não levou.
        Por fim, o sonho de Minas em ter acesso ao litoral, encerrou de vez. Hoje, o escoamento para exportação da produção mineira é feito principalmente pelo Porto de Tubarão, no Espírito Santo e outros portos.
        Mesmo isolado litoral e dependendo de outros estados para escoamento e exportação de sua produção via litoral, Minas Gerais continua sendo um dos pilares da economia nacional, principalmente no setor leiteiro, cafeeiro, industrial e na mineração, além de sua liderança histórica e riqueza cultural.

domingo, 6 de julho de 2025

Artesanato, dona Izabel e belezas naturais do Jequitinhonha

(Por Arnaldo Silva) No Vale do Jequitinhonha, vivem cerca de 1 milhão de mineiros, numa região que vem melhorando ao longo dos anos, embora ainda careça de muitas melhorias ainda para aumentar seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), se destaca não só em Minas, no mundo por seu valioso e rico artesanato em cerâmica.
Feira de Artesanato do Vale em Araçuaí, registrado pela amiga Márcia Porto - In Memoriam
        São peças únicas, rica em detalhes e cores naturais, obtidas pela pigmentação do próprio barro do Jequitinhonha, dissolvido em água. Lília Xavier, autora das peças da foto abaixo, é uma das mais importantes artesãs do Jequitinhonha na atualidade.
          Lília Xavier vive em Campo Alegre, distrito de Turmalina, cidade com grande tradição cultural, religiosa e folclórica em Minas Gerais, celeiro de grandes talentos na arte da cerâmica.
Dona Isabel
          Moradora de Santana do Araçuaí, Dona Isabel foi a mais importante bonequeira do Vale do Jequitinhonha. Dona Isabel teve seu trabalho reconhecido e respeitado no mundo inteiro, com várias premiações, tanto em Minas Gerais, no Brasil e no exterior, pela UNESCO em 2004.          
          Izabel Mendes da Cunha nasceu em 3 de agosto de 1924, na comunidade rural de Córrego Novo, falecendo no dia 30/10/2014, aos 90 anos, em Santana do Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.
Na imagem, Dona Isabel, em foto feita pelo José Ronaldo, a partir de um outdoor colocado em frente à entrada de Santana do Araçuaí.
           Deixou um legado para a cultura, não só mineira, mas brasileira. Autodidata, herdou a arte da cerâmica de sua mãe, que fazia panelas de barro, mas sempre sentiu um toque especial para fazer bonecas, arte que se dedicou a partir de 1970, inspirando nas moringas de barro, modelando a tampa em forma de cabeça, com os rostos sempre em feições sérias, serenas e sóbrias. 
          Suas peças estão espalhadas pelo Brasil e em vários outros países do mundo, decorando casas, lojas e museus. Sua arte e visão contemporânea, dividia com todas, nunca guardou somente para si seus conhecimentos, ao contrário, ensinava. 
          Era exemplo de talento, abnegação e amor ao Jequitinhonha, fazendo até os dias de hoje discípulas de sua arte e técnica. Uma arte única, autêntica, que inspirou gerações de novas ceramistas na arte de trabalhar o barro do Vale do Jequitinhonha e valorizar a mulher do Vale, sua cultura, talento e capacidade como na arte em bonecas de barro acima, feitas pela artesã Lilia Xavier de Campo Alegre, distrito de Turmalina MG.
Belezas Naturais          
          Destaca também por suas belezas naturais impressionantes, como os afloramentos rochosos, tradicionais na região, que encantam e impressionam pela imponência, magnitude e beleza, como estes, na foto acima do Randal Renye, na região da Pedra do Cachorro, no distrito de Itapiru, em Rubim MG, distante 784 km de Belo Horizonte, a 243 metros de altitude, com cerca de 12 mil habitantes.
       Boa parte das cidades da região do Jequitinhonha foram formadas aos pés desses afloramentos rochosos, como Santo Antônio do Jacinto, na foto acima do @LWKASfotografias. A cidade tem cerca de 12 mil habitantes, com 413 metros de altitude, distante 890 km de Belo Horizonte.
O Rio Araçuaí
          
Um dos grandes destaques da região do Baixo Jequitinhonha é o Rio Araçuaí com 315 km de extensão, banhando 19 cidades e abastecendo outras 23, desaguando no Rio Jequitinhonha, uma dos mais importantes rios de Minas Gerais e de grande importância para a economia do Vale do Jequitinhonha. Na foto acima do Randal Renye, o Rio Jequitinhonha em Almenara, cidade com cerca de 42 mil habitantes.           
O Vale do Jequitinhonha hoje
Na foto acima: Rio Jequitinhonha em Coronel Murta - Bruno Lages
          O Vale do Jequitinhonha, por muitos anos foi considerado uma das regiões mais pobres do país, embora a situação tenha mudado bastante em relação ao século passado, ainda persiste na mente de quem não conhece o Vale do Jequitinhonha, como sendo o "vale da miséria".          
          As desigualdades na região, continuam, bem como índices de pobreza e desigualdades existem em todo o Brasil e não apenas em uma região específica.
          Hoje, o Vale do Jequitinhonha se mostra bem melhor que décadas atrás, caminhando para ser uma região rica e desenvolvida, graças as suas riquezas riquezas minerais, como o minério e o agronegócio.
          A região vem mostrando com grande potencial, por exemplo, para desenvolvimento de indústrias extrativas, facilitada ainda pela sua posição geográfica, próxima ao litoral baiano e capixaba, com acesso mais rápido a portos, por via terrestre e por ferrovias.

terça-feira, 3 de junho de 2025

10 Capitais de Minas Gerais - Parte III

(Por Arnaldo Silva) Essa é a terceira parte da série de 30 Capitais de Minas Gerais. Dividimos as 30 capitais em 3 partes de 10. Já fizemos a primeira, a segunda e esta é a parte três.  
          A capital administrativa dos mineiros é Belo Horizonte, mas algumas cidades se destacam na área produtiva, se tornando "capitais" em diversas áreas seja na gastronomia, indústria, artesanato, cultura, confecções, religiosidade, bebidas, moda, carnaval, confecções, pedras preciosas, agricultura, pecuária, dentre outras atividades, com saberes e sabores populares, alguns de origem secular. Algumas dessas cidades se destacam a ponto de serem referências no estado e até mesmo país.
Conheça as 10 Capitais de Minas Gerais da terceira parte:
01 - Jacutinga – A Capital das Malhas
 Fotografia: André Daniel
         Distante 490 km de Belo Horizonte, com pouco mais de 25 mil habitantes, Jacutinga é uma charmosa, atraente e acolhedora cidade no Sul de Minas. A cidade conta grande presença de descendentes de imigrantes europeus, principalmente italianos. Um desses italianos, Antônio Pieroni, na década de 1960, introduziu na cidade a confecção de malhas e tricôs. Pelas mãos dos italianos, o ofício cresceu, a cidade abraçou a nova atividade e virou fonte de renda de famílias.
          Mais de 50 anos depois, a indústria da confecção de malhas e tricô de Jacutinga, é hoje a maior atividade industrial e comercial da cidade, sendo mais de 1000 empresas e cerca de 450 lojas comerciais, gerando milhares de empregos, bem como, Jacutinga, uma das referências nacionais no setor, sendo responsável por 25% de toda a produção de malhas e tricô do Brasil. 
          Cidade bem estruturada para receber turistas, se destaca no turismo de negócios, com a presença diária de turistas vindos de todos o Brasil para fazer compras no atacado e no varejo. Por isso Jacutinga é a Capital das Malhas.
02 - Nova Lima – A capital da cerveja artesanal
Fotografia: Andréia Gomes
           Está na divisa com a Zona Sul da capital, apenas 20 km de Belo Horizonte e conta atualmente com cerca de 112 mil habitantes. Conta com um variado e desenvolvido parque industrial, um setor de prestação de serviços eficiente e comércio bem variado, além da cidade ser um dos maiores polos cervejeiros do país. 
          A tradição cervejeira de Nova Lima teve início ainda no século XIX, sendo uma indústria sólida no município, além de ser destaque em Minas Gerais, no Brasil e no mundo. Isso graças às diversas premiações de seus rótulos, em eventos cervejeiros nacionais e internacionais. O pioneirismo e presença de um grande número de cervejarias artesanais na cidade, faz de Nova Lima, a Capital da Cerveja no Estado.
          Consolidando sua liderança no setor cervejeiro mineiro, todos os anos, no mês de outubro, a cidade realiza o Uaiktoberfest, inspirada na Oktoberfest, a tradicional festa de origem alemã, adaptada às tradições mineiras. O local da festa é todo decorado no estilo germânico, bem como figurinos, se vestem com as tradicionais roupas dos antigos colonos alemães, da região da Baviera. Além disso, na Uaiktoberfest acontece shows com artistas diversos, conta com a presença dos principais rótulos cervejeiros do país, além de muita animação e comidas típicas de Oktoberfest Nova Lima, como o Pastel Lamparina e o Bolo Queca, além da culinária mineira e de outros lugares do mundo.
03 - Mirabela - Capital Nacional da Carne de Sol
Fotos: Elpídio Justino de Andrade
          Mirabela, no Norte de Minas, conta com cerca de14 mil habitantes e está distante 483 km da capital. A cidade tem forte tradição na agricultura e principalmente na pecuária de corte, com destaque para a carne de sol, tradição que tem origens no início do século XX.
          A carne de sol de Mirabela, não é apenas destaque na região, mas em todo o país. Isso porque a cidade tem a fama de ter a melhor carne de sol do Brasil, por isso, é a Capital Nacional da Carne de Sol.
A atividade movimenta a economia local, gera emprego e renda para centenas de famílias. São mais de 20 açougues instalados em Mirabela, que preparam e comercializam toneladas de carne de sol por semana. 70% de sua produção vai para mercados da região e também de outras cidades, como Montes Claros, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, dentre outras. 
          Muitas dessas cidades, recebem a carne encomendada pelos próprios consumidores, que experimentam a iguaria. Gostam tanto que passam a compra sempre e não tem dúvidas alguma em dizer que carne de sol de verdade, é a de Mirabela. A fama de ter a melhor carne do Brasil, não é por menos.
04 - São Gotardo – A capital nacional da cenoura
Foto: Pe. Emílio Mendes
          São Gotardo, na Região do Alto Paranaíba, conta atualmente com cerca de 36 mil habitantes. Está na região onde encontra-se o PADAP (Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba), formado pelos municípios de Campos Altos, Ibiá, Matutina, Rio Paranaíba, Tiros e São Gotardo, que conta com grande presença de descendentes de imigrantes japoneses, que vieram para a região, trabalhar na agricultura. Essas cidades juntas, formam um dos maiores polos hortifruti do país, com grandes variedades de frutas, legumes e hortaliças, plantados em cerca de 50 mil hectares. A atividade agrícola é hoje, uma das maiores geradoras de emprego e renda nas cidades do PADAP. 
          Um dos maiores produtos da região, é a cenoura, com a cidade de São Gotardo se destacando no país, sendo atualmente, a Capital Nacional da Cenoura, além de produzir outras variedades de hortifrutis. A cidade organiza, desde 1997, uma das maiores festas do interior do Brasil, a Festa Nacional da Cenoura (FENACEN). A festa atrai milhares de turistas para a cidade e apresenta mostras de novas tecnologias agrícolas, concurso de culinária e barracas com pratos típicos, principalmente, feitos com cenoura, bem como a eleição da Rainha Nacional da Cenoura, grandes shows musicais, etc.
05 - Teófilo Otoni - Capital das Pedras Preciosas
Fotografia: Bruno Lages
          Com mais de 145 mil habitantes, Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, é uma das maiores e mais importantes cidades de Minas Gerais e de grande destaque internacional. Distante 450 km de Belo Horizonte, a cidade tem tradição na mineração, já que seu subsolo é riquíssimo em pedras preciosas como berilo, ametista, água marinha, topázio, espodumênio, opala, calcita, alexandrita, turmalina, crisoberilo, olho-de-gato, quartzo rosa, dentre outras tantas pedras preciosas. 
          São mais de 3 mil oficinas na cidade, dedicadas a essa atividade, gerando emprego e renda. Por isso que Teófilo Otoni é referência internacional em pedras preciosas e considerada a Capital Mundial das Pedras Preciosas. Não é capital de Minas e nem do Brasil, em termos de pedras preciosas, Teófilo Otoni é reconhecida como polo mundial na lapidação e comercialização pedras preciosas. É a Capital Mundial das Pedras Preciosas.
          A cidade conta com uma excelente estrutura urbana, com rede hoteleira, gastronômica e de eventos eficientes, já que na cidade acontece todos os anos, feiras, congressos, workshops e exposições culturais e científicas. Um desses eventos que atrai para cidade turistas vindos de todas as regiões do Brasil e de vários países do mundo, é a Feira Internacional de Pedras Preciosas (AFIPP), um dos maiores eventos do gênero, no mundo.
06 - Timóteo - Capital do Inox
    Fotografia: Elvira Nascimento
      Timóteo, distante 196 km de Belo Horizonte, conta com cerca de 91 mil habitantes, fazendo parte do Vale do Aço. É uma das mais industrializadas cidades mineiras, com diferentes ramos de atividades, além de um comércio diversificado, uma excelente estrutura urbana, principalmente para turismo de negócio e rede hoteleira e gastronômica de qualidade. 
          Desde 1944, Timóteo se destaca na produção do aço inox, com instalação na cidade da Companhia de Aços Especiais Itabira (Acesita), privatizada em 1992, com o comando da empresa assumido, desde essa época, pela Aperam South America. Atualmente é comandada pela ArcelorMittal Inox Brasil, uma das maiores empresas do setor metalúrgico e siderúrgico do mundo, dotada de altíssima tecnologia. Atualmente, a empresa em Timóteo, é a maior produtora de aço inoxidável da América Latina.
          O Aço Inox faz parte da identidade e orgulho do povo timotense, com a cidade se destacando no Brasil como a Capital do Inox. Vem ganhando destaque ano a ano, um dos grandes eventos de negócios de Minas Gerais, a Expo Inox. Uma grande feira que reúne as novidades do setor de inox, com a presença de expositores do ramo.
07 - Ubá - Capital mineira da indústria moveleira
 Fotografia: Elpídio Justino de Andrade
         Distante 290 km de Belo Horizonte, na Zona da Mata e com cerca de 120 mil habitantes, está Ubá. É uma das principais cidades de Minas, destaque no Brasil, não apenas pela manga que leva o nome da cidade, mas por sua fortíssima e diversificada indústria moveleira. Sua produção de móveis, além de estar presente no mercado nacional, vem ganhando a cada ano, espaço no mercado internacional. 
          Ubá é o primeiro polo moveleiro de Minas e o terceiro do país. O polo moveleiro de Ubá é formado ainda pelas cidades de Guidoval, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, São Geraldo, Tocantins e Visconde do Rio Branco. Consolidando sua liderança no setor moveleiro em Minas, todos os anos, a cidade organiza a Feira de Móveis de Minas Gerais (FEMUR), um dos maiores eventos desse ramo no país.
08 - Uberaba - Capital Mundial Gado do Zebu
Parque de Exposiçõs de Uberaba MG - Foto: ACBZ/Divulgação
          Uberaba, no Triângulo Mineiro, conta mais de 340 mil habitantes e está, distante 480 km de Belo Horizonte. A cidade se destaca em Minas pela sua qualidade de vida, excelente estrutura urbana, pelas suas indústrias e atividades agrícolas como a soja, sementes de girassol, cana-de-açúcar, milho, etc., e principalmente na pecuária, em destaque, a criação de gado da raça Zebu. 
          O Zebu é uma raça de gado de origem indiana e chegou à cidade, no início do século XX. Desde a chegada do Zebu à Uberaba, a raça bovina se desenvolveu, graças a estudos, pesquisas, investimentos em melhoramentos genéticos da raça zebuína e na melhora da qualidade dos embriões bovinos. Isso fez de Uberaba ser uma referência na área de genética animais e ser a capital do gado zebu, no mundo. São 215 milhões milhões de cabeça de gado Zebu, no Brasil, o que faz do país ser o maior exportador mundial de carne e o o quarto maior produtor leiteiro do mundo.
          Em Uberaba, está uma das mais conceituadas empresas de inseminação pecuária, a Alta Genetics. A matriz da empresa tem sede em Calgary, Canadá, com filiais em mais de 90 países, além do Brasil, em Uberaba, a empresa tem filiais na China, Holanda, Argentina, Estados Unidos, etc.
 Foto: ACBZ/Divulgação
         Na cidade está instalado o Museu do Zebu e a sede da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ACBZ) com 23 mil associados, 100 técnicos no campo e 24 escritórios distribuídos em todo o país. Todos os anos, em maio, acontece na cidade uma das mais importantes exposições agropecuárias do mundo, a EXPOZEBU.
          O evento conta com a presença de personalidades nacionais, empresas e empresários do agronegócio do Brasil e de vários países do mundo. Nos dias da exposição, são apresentadas novidades tecnológicas do setor, leilões de gado, exposição da raça zebuína, além de mega-shows com grandes artistas, barracas com comidas típicas, etc.
09 - Juruaia - Capital mineira da lingerie
Maior sutiã e maior caldinha do Brasil. Fotos: Elpídio Justino de Andrade
          Distante 450 km da capital mineira, Juruaia, fica no Sul de Minas e conta atualmente com cerca pouco mais de 11 mil habitantes. A cidade oferece uma ótima estrutura urbana para seus moradores e visitantes. Além de suas belezas naturais, como montanhas, trilhas e cachoeiras paradisíacas, belíssimos casarões podem ser vistos na cidade e na zona rural, que conta ainda com suas belíssimas fazendas cafeeiras, já que Juruaia é uma das maiores produtoras de café do Brasil. 
          
Desde 1992, a cidade vem se destacando e crescendo ano a ano no ramo das confecções, com destaque maior para as lingeries. A pequena cidade mineira é uma das gigantes no Brasil na confecção de lingeries, com a qualidade de suas peças, famosas no Brasil e também no mundo. É o terceiro polo nacional de confecções de lingeries, além de ser a capital mineira da lingerie.
          São mais de 200 confecções instaladas na cidade, que geram milhares de empregos diretos e indiretos. Todos os meses, saem das confecções de Juruaia, uma média de 1,5 milhão de peças, com ótimo preço, qualidade inquestionável e com designs atraentes e inovadores e sempre com novidades. Esses são os diferenciais, que garantem o sucesso das vendas e crescimento das confecções na cidade. Um detalhe importante é que 95% das confecções instaladas em Juruaia, são comandadas por mulheres.
          Todos os dias, turistas chegam de várias partes da região e do Brasil, para compras no atacado e varejo. A cidade tem ótima estrutura para receber os visitantes. Em maio, a cidade fica mais movimentada, já que é nesse mês, que acontece a Feira de Lingerie de Juruaia (Felinju) e também, em setembro, quando acontece a Fest Lingerie.

10 - Montes Claros – A capital do Pequi
  Fotografia: @dronemoc
        A cidade do Norte de Minas é uma das mais populosas e industrializadas d Estado de Minas, distante 422 km da capital. Com origem no século XIX, a cidade conta hoje com cerca de 415 mil habitantes. Com ótima estrutura urbana, um comércio variado, bons níveis de prestação de serviços, Montes Claros é uma cidade industrializada, além de ser uma cidade de destaque na agricultura e pecuária, no Norte de Minas. 
          A Região Norte de Minas tem o Cerrado, como bioma predominante e seu principal fruto, o pequi, é largamente consumido in natura, em pratos especiais e industrializados, na região, principalmente em Monte Claros. O valioso fruto do Cerrado atrai investimentos, gera emprego e renda, além de fazer parte da cultura, tradição e gastronomia da cidade.
          Há três décadas, Montes Claros realiza uma das mais importantes festas culturais e gastronômicas do país: A Festa Nacional do Pequi. A identidade do pequi com Montes Claros é tão forte, que a cidade se considera, não só a capital do pequi de Minas, mas também do Brasil.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

As 12 mais belas cachoeiras de Minas Gerais - Parte II

(Por Arnaldo Silva) Cachoeiras em Minas Gerais é o que não falta. São milhares espalhadas pelos 853 municípios mineiros e 1842 distritos. Todas são lindas e impactantes. Selecionamos 24 cachoeiras divididas em 12 partes. Consideradas as mais lindas de Minas Gerais, algumas dessas cachoeiras são verdadeiros cartões postais de várias cidades e do estado como a Cachoeira da Cascadanta em São Roque
de Minas.
Conheça as 12 cachoeiras da segunda parte da série:
01 - Cachoeira da Estiva em Carvalhos MG
 
 Fotografia: Jerez Costa
          A Cachoeira da Estiva fica no povoado de Franceses, em Carvalho, no Sul de Minas. Cidade famosa por suas trilhas e cachoeiras como a do Funil, dos Franceses e a da Prainha, mas a mais famosa e visitada é a da Estiva com uma queda de 70 metros, formando um poço de água fria e cristalina. Lugar ideal para um piquenique, descanso em família e relaxar, em meio a uma vasta e linda paisagem natural.
02 - Cachoeira do Caldeirão em Baependi MG
Fotografia: Jerez Costa
        A Cachoeira do Caldeirão é umas das mais belas cachoeiras de Baependi e região Sul de Minas. Sua queda é bem pequena mas volumosa. Suas águas formam uma enorme piscina natural, muito procurada por banhistas nos dias quentes. O local não é muito difícil de chegar, são 28 km de estrada de terra mas sem sinalização. Para quem não é da região, melhor contratar serviços de guias, disponíveis na cidade.
03 - Cachoeira do Sucupira em Uberlândia
Fotografia: Eudes Cerrado
        A Cachoeira de Sucupira (na foto acima de Eudes Cerrado) se localiza a 17 km do centro da cidade, na zona rural, sentido Leste, entre as rodovias BR- 050 e BR- 452. Possui queda d´água de 15,00 m. e com um paredão de 25 a 30 m de largura. Suas águas são claras e sem poluição, servindo como ponto turístico e local de lazer para a população de Uberlândia.
04 - Cachoeira de Carlos Euler
Foto: Rildo Silveira
        Carlos Euler é distrito de Passa Vinte, no Sul de Minas, com origem no início do século XX, com a chegada da ferrovia na região. Com linha do trem, foi criada uma estação, um povoado com um charmoso casario em estilo colonial e eclético, hoje um dos patrimônios ferroviários de Minas. Além da beleza de Carlos Euler, sua exuberante natural se destaca, principalmente por uma das mais belas cachoeiras do Sul de Minas, a Cachoeira de Carlos Euler 
        Fica apenas 5 km da pequena e pacata cidade de Passa Vinte, com cerca de 2 mil habitantes. Do distrito até a cachoeira são 800 metros de trilha e suas águas são limpas, cristalinas e geladas, um convite ao descanso nos dias quentes de verão ou mesmo, relaxamento em dias frios, em torno de uma vasta paisagem Mata Atlântica que circunda a cachoeira.
05 - Cachoeira Alta em Ipoema
Fotografia: Sérgio Mourão
        A Cachoeira Alta fica em Ipoema, distrito de Itabira a 98 km de Belo Horizonte. Da praça do distrito até a cachoeira, são 12 km. É uma propriedade particular, com acesso não muito difícil e muito procurada por praticantes de canyoning, banhistas e por quem ama a natureza. Cobram taxa de entrada. São 97 metros de queda de uma das mais belas cachoeiras não só de Minas, mas do Brasil. Fica perto do Povoado São José do Macuco e por isso é chamada também de Cachoeira do Macuco.

06 - Cachoeira dos Cocais em Fabriciano
Fotografia: Elvira Nascimento
        A Cachoeira dos Cocais fica na Serra de Cocais, em Coronel Fabriciano no Vale do Aço, uma das áreas mais preservadas e lindas de Mata Atlântica em Minas Gerais. Apesar da vegetação densa a área onde está a cachoeira é aberta com muito espaço para banhos. Ao longo do percurso das águas da cachoeira, existem vários poços e pontos onde a correnteza é bem forte, requerendo cuidado com as pedras escorregadias. O local também é procurado para práticas de esportes radicais e fica na zona rural, distante 18 km do Centro de Coronel Fabriciano. 
07 - Cachoeira das Maçãs em Cabeça de Boi
Fotografia: Sérgio Mourão
        A Cachoeira das Maçãs fica em Cabeça de Boi, distrito de Itambé do Mato Dentro a 120 km de Belo Horizonte. Está situado a 20 minutos do balneário do Intancado. Tem fácil acesso, embora a pessoa terá que caminhar descalça no leito do Rio do Rio Preto e enfrentar algumas pedras pelo caminho. Mas nada que seja empecilho. A cachoeira é muito linda, com paredões ao redor e um poço raso. 
        Diz a lenda, que um grupo de jovens foi para o local e como estava frio e a água bem gelada, jogaram um saco de maçãs no poço para encorajá-los a entrar na água. A partir dai o nome se popularizou, sendo hoje a cachoeira, um dos lugares mais procurados na região.
08 - Cachoeira dos Garcias em Aiuruoca MG

Fotografia: Marlon Arantes
        A Cachoeira dos Garcias  fica em Aiuruoca, no Sul de Minas. É uma das mais belas e mais procuradas da região. São 30 metros de quedas e suas águas formam uma linda piscina natural, perfeita para banhos. O acesso é pela BR 267, a partir do km 5. Até certo ponto o acesso é a pé, mais ou menos 20 minutos. Por ser um acesso difícil, recomenda-se o acompanhamento de guia.
09 - Cachoeira da Jibóia em Uruana de Minas
Fotografia: Eclésio Rodrigues - Enviada por Gilberto Valadares
        A Cachoeira da Jiboia (na foto acima de Eclésio Rodrigues, enviada pelo Gilberto Valadares) é uma queda-d'água situada na divisa dos municípios Unaí e Uruana de Minas no Noroeste de Minas Gerais. Sua queda, com cerca de 144 metros de altura (que atrai praticantes de rapel), termina em um poço com diâmetro de 30 metros que, no inverno, exibe tonalidades esverdeadas. Suas paredes, de vegetação espessa, abrigam centenas de andorinhões.
10 - Cachoeira do Tempo Perdido em Capivari
Fotografia: Rodrigo Firmo/@praondevou
        A Cachoeira do Tempo Perdido fica em Capivari, distrito da cidade do Serro, no Alto Jequitinhonha. É uma das mais belas e mais procuradas da região. Está a 39 km de distância do centro do Serro e apenas 21 km de Milho Verde, o mais famoso distrito do Serro. O caminho é meio difícil mas compensa pela beleza do local, pela água limpa e cristalina e um poço de águas tranquilas, delicioso para um bom banho e suas areias brancas em volta do poço, são um convite para o relaxamento. A cachoeira fica numa propriedade particular e cobram uma taxa de manutenção. 
11 - Cachoeira do Paredão em Guapé

Fotografia: @studioquinaas
Guapé é uma cidade turísticas mineira, no Sul de Minas, banhada pelo Lago de Furnas. Além das belezas do lago, em Guapé está o Parque Ecológico do Paredão, formado por uma enorme fenda entre serras, paredões de pedras, mata nativa, trilhas e três belíssimas cachoeiras, a Cachoeira do Paredão. Distante apenas 15 km do centro da cidade, na cachoeira o visitante encontra uma boa estrutura, com restaurante, área para camping, banheiro, e churrasqueira.
12
01 - Cachoeira do Filó
Fotografia: Guia Amauri Lima
        Localizada em São João Batista do Glória, na Parnacanastra, próximo a Capitólio MG, a Cachoeira do Filó é uma das mais visitadas por quem vai à Capitólio MG e região, devido sua beleza, tranquilidade e fácil acesso. São apenas 15 metros de queda d´água que formam um poço de 12 metros de profundidade. Por ser de fácil acesso, a cachoeira é muito procurada por famílias com crianças e pessoas de mais idade. Fica apenas 100 metros da MG-050, próximo ao Mirante dos Cânions de Capitólio MG. 
Fotografia: Amauri Lima
        Na alta temporada e principalmente nos fins de semana e feriados, a cachoeira costuma ficar bem cheia, mas fora da alta temporada, é bem tranquila e praticamente vazia nos dias úteis.
NOTA: A maioria dessas cachoeiras estão em Parques Ambientais ou em propriedades particulares. Em algumas, a entrada é gratuita, em outras, são cobradas taxas por visitante. Pesquise antes os preços cobrados e verifique as regras de permanência nos locais.

A Cachoeira da Usina em Conceição das Pedras

Fotografia: José Valmei
(Por Arnaldo Silva) Casinhas charmosas aos pés da uma imensa cachoeira, mata nativa em redor. É a Cachoeira da Usina, em Conceição das Pedras, no Sul de Minas, a 450 km da capital, cidade com limites territoriais com Natércia, Pedralva, Cristina, Olímpio Noronha e Jesuânia. Tem esse devido a construção de uma hidrelétrica em meados do século XX, que gerava energia elétrica para Conceição das Pedras, Santa Rita do Sapucaí, Natércia e outras cidades das redondezas.
Fotografia: José Valmei
        As águas que despencam a 50 metros de altura, numa largura de 4 metros, em 5 quedas, formam um poço de 20 metros de diâmetro e apenas 30 cm de profundidade. As águas da cachoeira é formada pelo Rio das Pedras e afluentes. No centro do poço, uma pedra enorme permite aos visitantes sentar e ficar admirando a beleza do lugar e ouvir o barulho da queda das águas.
Fotografia: José Valmei
        Foi desativada no final do século passado, restando atualmente um pouco de sua estrutura que conta um pouco de sua história e importância para a região. Como por exemplo as casas dos colonos, as casas de máquina, a casa do diretor da usina e algumas marcas das tubulações das comportas. Com o tempo, algumas construções da época foram demolidas devido a má conservação.
Fotografia: José Valmei
        O que restou foi o que a vista veem nas fotos acima. Uma linda vista da estrada com charmosas casinhas brancas ao pé da serra. Essa estrada hoje faz parte do Caminho de Nhá Chica, indo para Natércia. Das casinhas, tem-se uma linda vista da cachoeira e sua beleza em redor. No local, há um espaço gramado muito usado por ciclistas e visitantes que param para descansar e contemplar a beleza do lugar.

terça-feira, 27 de maio de 2025

3 cidades mineiras indicadas a Melhores Vilas Turísticas do Mundo

(Por Arnaldo Silva) Mais uma vez cidades e vilas mineiras de Minas Gerais se destacam no Brasil. É o caso de três cidades mineiras, escolhidas entre várias vilas e cidades, indicadas para concorrer ao prêmio de “Melhores Vilas Turísticas do mundo” pela ONU Turismo. Criado em 2021, a premiação é anual. Em novembro de 2025 a ONU anunciará, em sua Assembleia Geral as cidades e vilas vencedoras.
Grão Mogol MG - Fotografia: Bruno Lages
Quem indica?
        As vilas e cidades são indicadas pelos estados de cada país. A seleção e indicação das vilas e cidades é feita pelo Ministério do Turismo dos países. Cada país pode indicar oito vilas e cidades. Das oito vilas e cidades indicadas, a ONU seleciona duas de cada país que avançarão para a etapa final, concorrendo com cidades e vilas de todo o mundo.
Delfinópolis MG - Fotografia: Luís Leite
Objetivos da premiação
        O objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU) com o prêmio é o de reconhecer cidades e vilas turísticas que adotam práticas sustentáveis, além de contribuírem para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, dando destaque aos destinos turísticos que combinam cultura, história e sustentabilidade.
Importância da premiação
Vila de Conceição do Ibitipoca MG - Fotografia: John Brandão (In Memoriam)
        A premiação da ONU é de grande importância para as cidades indicadas e principalmente para as escolhidas, por aumentar o fluxo de visitantes, fortalecer o turismo e economia local, além de contribuir a valorização dos destinos turísticos do Brasil e incentivo às outras vilas e cidades a investirem no seu desenvolvimento sustentável e ambiental.
As oito cidades brasileiras indicadas pelo MTUR
- Grão Mogol - Minas Gerais
- Delfinópolis - Minas Gerais
- Conceição do Ibitipoca - Minas Gerais
- Antônio Prado -  Rio Grande do Sul
- Linha Bonita - Rio Grande do Sul
- Leoberto Leal- Santa Catarina
- Piraí - Santa Catarina
- Cocanha - São Paulo

Conheça as cidades mineiras indicadas
Conceição do Ibitipoca 
Fotografias: Raul Moura/@raulzito_moura
        A vila colonial de Conceição do Ibitipoca, distrito de Lima Duarte MG, Zona da Mata, tem origens no final do século XVIII. Na pequena e charmosa vila, vivem pouco mais de 1000 pessoas.
        Anteriormente habitada por povos indígenas, o arraial foi formado numa região chamada pelos indígenas de “Ibitipoca”, que significa “montanha estourada” ou “serra que estoura”. Em torno da fé em Nossa Senhora da Conceição, o povoado que deu origem à vila foi se formando, sendo como Vila de Conceição do Ibitipoca. Lugar de clima ameno, gente simples, acolhedora e hospitaleira.
        Lugar tranquilo, aconchegante, pacato e tradicional, ruas de pedra, casario colonial preservado, simples e bem cuidado, restaurantes com comidas típicas, hotéis, pousadas, botecos e mercearias tradicionais, a vila oferece uma ótima estrutura para receber turistas que tem no vilarejo, a principal porta de entrada para o Parque Estadual do Ibitipoca com trilhas, cachoeiras e paisagens paradisíacas impressionantes como a Cachoeira dos Macacos e a famosa Janela do Céu, um dos lugares mais fotografados em Minas Gerais.
Delfinópolis
Paisagens de Delfinópolis MG - Fotografias: Walace Melo
        Com 8.500 habitantes, a cidade, que tem origens no século XIX, está na região da Parnacanastra, no Sudoeste de Minas. É um dos principais destinos ecológicos de Minas Gerais, além de ser uma das portas de entrada para o Parque Estadual da Serra da Canastra.
        O turismo rural e ecológico é destaque da cidade devido suas cachoeiras paradisíacas, matas nativas que abrigam várias espécies em extinção e cachoeiras, com destaque para a Cachoeira do Zé Carlinhos, do Claro e do Luquinha. Somente em uma fazenda, a Fazenda Paraíso, são oito cachoeiras. Ao todo, Delfinópolis conta com mais de 150 cachoeiras catalogadas.
Grão Mogol 
Grão Mogol MG - Fotografias: Thelmo Lins
        Com 14 mil habitantes, a cidade fica no Norte de Minas e é uma das mais belas cidades históricas mineiras. Em seu centro histórico, predominam as construções seculares em pedras encontradas na região da Serra do Espinhaço como o granito, a pedra-sabão, a pedra-moledo, a pedra madeira e outras rochas do Espinhaço.
        No século XVIII, Grão Mogol se tornou destino de garimpeiros vindos de várias regiões do Brasil e também do mundo para exploraram as minas de ouro da região. Com o fim escassez das minas, a cidade se desenvolveu graças a agropecuária, agricultura familiar e a vinicultura e vitivinicultura, isso porque a cidade uma das mais tradicionais produtores de uvas e vinhos de Minas Gerais.
        O turismo rural é outro destaque na economia da cidade, com destaque para a Serra Geral, o Parque Estadual de Grão Mogol, a Trilha do Barão, da Cachoeira do Inferno, Cachoeira do Mirante, o Lago de Irapé, a Praia do Vau, o presépio Mão de Deus, o Balneário do Córrego e a Gruta Lapa da Água Fria.
        Ao longo de sua existência, a cidade preservou suas construções seculares concentradas principalmente na área central da cidade, principalmente na Avenida Beira-Rio, Rua Cristiano Belo e na Rua Juca Batista, além de manterem vivas suas tradições folclóricas e religiosas. O centro histórico de Grão Mogol foi tombado em 2016 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG).
        Grão Mogol conta com uma ótima estrutura urbana para receber visitantes e turísticas com restaurantes com comidas, pousadas, hotéis, bares, comércio variado, bom setor de serviços e visitas à Vinícola Vale do Gongo, com rótulos premiados em competições nacionais. A vinícola possui um espaço na cidade, a Casa Velha, um casarão do século XVIII com comidas típicas e vinhos produzidos pela vinícola.

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