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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Gouveia: a mineiridade da terra do Cobu

(Por Arnaldo Silva) Típica cidade interiorana mineira, pequena, casario simples, bem conservado, rua principal, praças, a Matriz, um povo simples, bom e hospitaleiro. A cidade preserva sua história e suas tradições religiosas, folclóricas, culturais e gastronômicas.
          A cidade tem uma estrutura urbana muito boa. A maioria de suas ruas são urbanizadas, seu comércio é diversificado e a cidade conta com bons restaurantes, bares, hotéis, pousadas, além de setor de serviços muito bom. (na foto acima, a Matriz de Santo Antônio, do Leandro Leal e o Cobu (foto da Mercearia Paraopeba)
        Como toda cidade mineira, em Gouveia encontramos pequenos, bucólicos e singelos vilarejos como a Vila Alexandre Mascarenhas, Cuiabá, Barão do Guaycuí, Tigre, Caxambu, Água Parada, Onça, Ribeirão de Areia, Bucaína, Espinho, Pedro Pereira, Engenho da Bilia, Engenho da Raquel, Riacho dos Ventos, Camelinho, Picada, Chapadinha, Barracão e Barão de Guaucuí (na foto acima do Rodrigo firmo/@praondevou, a Igreja de N. S. da Conceição em Barão de Guaicuí).
          São lugares pitorescos, simples, tradicionais, rico em história e tradição e gastronomia. Gouveia é Minas no seu mais puro e tradicional estilo. A cidade é bem pacata e tranquila, bem típica das mais charmosas cidades pequenas do interior. O traçado urbano de Gouveia conta com dois eixos: a Avenida JK, seu eixo principal que vai da Praça Padre José Machado à Praça Antônio Almeida, seguindo até a BR-259 e a Avenida Alexandre Mascarenhas, perpendicular ao eixo principal. Esse eixo dá acesso a Fábrica de Tecidos São Roberto.

Entre montanhas e cachoeiras
        Rodeada por cachoeiras, montanhas e vales, Gouveia é um convite ao sossego e descanso. Por esse motivo, é um dos principais destinos mineiros para amantes da natureza, da simplicidade, do sossego e da boa comida mineira. (na foto acima do Marcelo Santos, estrada de acesso a Gouveia)
        A culinária típica mineira é um das mais tradicionais e fortes tradições do município. Em destaque para a broa Cubu, uma iguaria mineira feita de fubá, enrolada na folha da bananeira e assada em forno de barro.
O Cobu
        Também chamado de João-deitado, Mata-homem, Curisco, Broinha-da-roça e Pau-a-pique, a tradicional broa de fubá mineira tem sua origem no início do século XVIII, em Congonhas do Campo MG, Região Central. (imagem meramente ilustrativa - Mercearia Paraopeba)
        A receita da iguaria se expandiu para cidades próximas, como Vila Rica, hoje, Ouro Preto. Foi nessa cidade, que em 1733, foi feito o primeiro registro histórico da iguaria que se tornou popular, a partir dessa época nas cidades e vilas ao longo da Estrada Real, se expandindo por todas as regiões mineiras.
        Nessa época os portugueses e africanos passaram a usar o fubá, ingrediente usado pelos povos indígenas da América há milhares de anos na sua culinária. Além de se popularizar nas cidades e povoados, a partir de Congonhas MG, a receita foi preservada ao longo de mais de 300 anos e hoje está presente em toda Minas Gerais, mesmo com nomes diferentes, mas preservando o modo de preparo original.
Tradicional em Gouveia
        Em Gouveia, o Cobu é tradição popular e de grande importância para a cidade. A iguaria faz parte da cultura gastronômica do município. Pela tradição e preservação da iguaria mineira. De tão popular e tradicional, presente no dia a dia da cidade, Gouveia é considerada a Terra do Cobu.
        Todos os anos, tradicionalmente na segunda quinzena do mês de julho, acontece a Kobufest. Considerada a maior festa regional de Minas Gerais, o evento conta com shows de bandas locais, regionais e também, nacionais, além de barracas com comidas típicas de Minas Gerais. No dias de festa, os visitantes podem saborear o mais autêntico Cobu de Minas Gerais.
História da cidade
        Essa cidade é Gouveia, no Vale do Jequitinhonha. A cidade está a 258 km distante de BH, fazendo limites territoriais com Diamantina, Datas, Conceição do Mato dentro, Santana de Pirapama, Presidente Juscelino e Monjolos. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
        A cidade tem origens por volta de 1740, no século XVIII, com a chegada de garimpeiros à região, durante o Ciclo do Ouro. Vieram em busca de ouro e diamantes mas também de terras férteis, que encontraram no que é hoje, Gouveia.
        Entre os que vieram para a região, estava dona Maria de Gouveia, uma descendente de portugueses, devota de Santo Antônio. Foi dona Maria de Gouveia que mandou erguer uma capela em homenagem ao seu santo de devoção. Em torno da capela, formou-se um pequeno arraial que passou a ser chamado de “Arraial de Santo Antônio de Gouveia, em alusão à fundadora do arraial e ao santo de sua devoção.
        A riqueza gerada pela mineração e terras férteis, aliadas à competência, influência comercial e política de dona Maria de Gouveia, foram preponderantes para o desenvolvimento do arraial. 
        A partir da segunda metade do século XIX, o arraial fundado por Maria Gouveia, prosperou com a chegada á região de Quintiliano Alves Ferreira, o Barão de São Roberto, fazendeiro, minerador, comerciante e empresário, fundador da Fábrica de Tecidos São Roberto. (na foto acima do Marcelo Santos, o casario da Vila São Roberto, construída para abrigar os trabalhadores da Fábrica de Tecidos São Roberto)
          O arraial foi elevado a distrito em 7 de abril de 1841, com o nome de Gouveia, em homenagem à sua fundadora. Em 12 de dezembro de 1953, o distrito foi elevado à cidade emancipada, mantendo seu nome, Gouveia.
O que fazer em Gouveia?
        
Cidade com forte potencial turístico, histórico, arquitetônico e natural, em Gouveia o visitante tem como opções conhecer a Cachoeira de São Roberto (nas fotos acima do Marcelo Santos), a Lagoa Azul, localizada no distrito de Picada é outro atrativo natural, bem como a Pedra Chapéu de Sol, a Serra do Juá e a Serra de Santo Antônio e a Cachoeira de São Roberto, a Cachoeira do Barão e a Estação Ferroviária de Barão de Guaicuhy inaugurada em 1910, no distrito de Barão de Guaycuí
          Além disso, tem o Morro do Camelinho, onde está localizada a primeira Usina Eólica construída na América Latina, no momento não está em atividade.
        Trilhas, que permitem a prática de caminhadas, cavalgadas e ciclismo, conecta o visitante com natureza, proporcionando-lhe bem-estar físico e mental.
        
Além disso, em seu perímetro urbano, se destaca como atrações a Capela de Nossa Senhora das Dores, datada do século XVIII com histórias e origens que remonta o século XVIII. (nas fotos acima e abaixo do Elpídio Justino de Andrade, a Capela de Nossa Senhora das Dores)
          Na Igreja de Nossa Senhora das Dores encontra-se a imagem original de Nossa Senhora das Dores, que pertenceu a Chica da Silva.
        
Tem ainda a Capela Nossa Senhora de Lourdes, a Capela São Geraldo, a Capela Nossa Senhora das Dores, a Capela São Sebastião, a Vila de São Roberto e a Paróquia de Santo Antônio, nas fotos acima da Giselle Oliveira.
        Além disso tem as tradições festas populares tradicionais durante o ano como a Festa de São Sebastião: (Mês de janeiro), Carnaval: (Data Móvel), Semana Santa: (Data Móvel), Festa de Santo Antônio: (01 a 13 de Junho), Quadrilhas: (Mês de junho / julho), Kobufest: (2ª quinzena de Julho), Festa de Nossa Senhora das Dores: (Mês de setembro), Festa de São Geraldo: (Mês de outubro) e Natal: (Mês de dezembro).
Como chegar?
        A partir de Belo Horizonte, pegue a BR-040, sentido Sete Lagoas indo até Curvelo e entrando na MG-231 e entrando na BR-259, sentido Diamantina. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
        Se preferir, da Rodoviária de BH tem ônibus diário para Gouveia pela viação Pássaro Verde.

domingo, 1 de dezembro de 2024

A tradição e simbologia dos oratórios em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Desde a origem da povoação de Minas Gerais, a partir da segunda metade do século XVII, a religiosidade sempre esteve ligada à identidade mineira, se tornando uma das mais sólidas tradições do povo mineiro.
        Uma tradição religiosa que recebeu a contribuição das tradições africanas e indígenas, numa mistura de religiosidade e preservação das tradições milenares do Cristianismo Católico tradicional. (na foto acima da Elvira Nascimento, oratório em nicho, da Fazenda Paiol de Jaguaraçu MG)
        São esses os elementos que formam a base da tradicional religiosidade mineira e toda sua simbologia, simbolizada principalmente nos pequenos oratórios, um dos maiores símbolos da tradição religiosa mineira.
        Presentes no dia a dia das famílias, os oratórios, fazem parte dos lares mineiros desde os tempos do Brasil Colônia.

O que é um oratório
        São pequenos altares, simples ou bem trabalhados artesanalmente, em forma de capela, nichos ou armários, feitos em madeira com arte em cerâmica e pinturas eclesiástica em estilo barroco mineiro. São usados para guardar imagens sacras e relíquias religiosas como o terço, crucifixos, etc. (na foto acima da Ane Souz, oratório da nobreza, em peça do Museu do Oratório, localizado no adro da Igreja do Carmo, em Ouro Preto MG)
        Sua importância é tão grande para a religiosidade mineira que é um bem precioso nos lares, entrando até como herança em testamentos das famílias, sejam ricas ou pobres, não pelo valor material em si, mas pelo valor sentimental e familiar. Isso porque, por tradição, são peças repassadas por gerações de mãe para filha, quando a filha se casava.
        Os oratórios representam a mais pura da simplicidade da religiosidade mineira. São colocados em cantos e lugares especiais das casas e também nos locais de trabalho. É comum os mineiros rezarem o terço ou rosário, em frente ao oratório da casa e se benzerem no oratório antes de sair e ao chegar em casa.
A origem dos oratórios
        A origem dos oratórios remonta a Idade Média. Oratório é uma palavra de origem latina que significa “orador público”. Na Idade Média, era um local público onde o rei proferia discurso ao seu povo. Geralmente ficava na sacada do castelo real. (na imagem acima da Ane Souz, uma mostra da vestimenta e oratório da nobreza mineira em peças do Museu do Oratório em Ouro Preto MG)
        Inspirado na ideia de um oratório para discurso e visando criar um local no castelo para reflexão e orações do rei e sua família, foi criado um oratório em formato de capela nos castelos e palácios da realeza. Eram oratórios maiores, com ornamentação requintada, trabalhadas em ouro e talhas de madeiras nobres, esculpidas por artesão e artistas famosos do reino. As imagens do santo de devoção do rei, rainha e príncipes, eram colocadas no oratório da família real.
        A iniciativa passou a ser adotada em suas residências pela nobreza da corte e se popularizando entre as camadas mais populares, não com todo luxo e requinte dos oratórios da nobreza, mas pequenas e simples capelas feitas por mãos habilidosas artesãos locais. Como todo o povo à época era fiel e religioso, os oratórios se espalharam rapidamente pelos países católicos da Europa, se expandindo para as colônias.
Oratórios em Minas
        Com a chegada dos portugueses à Minas Gerais, no início do Ciclo do Ouro, no século XVIII, a tradição dos oratórios se espalhou pelos povoados, vilas, cidades, residências, fazendas e senzalas mineiras, rapidamente. (na foto acima da Ane Souz, oratórios do Museu do Oratório de Ouro Preto MG)
        Em Minas Gerais, os oratórios tiveram a influência da cultura portuguesa, espanhola e francesa. Essa influência é nítida nos traços e detalhes dos oratórios presentes nas cidades históricas mineiras, como Ouro Preto, principalmente em seu distrito, São Bartolomeu, onde os oratórios estão presentes em todos os lares da tradicional Vila Colonial. (na foto acima do Arnaldo Silva, um pequeno oratório, em nicho, em parede de casa em São Bartolomeu)
        Em residências, locais de trabalho, ruas, grutas, praças, troncos de árvores, esquinas de cidades e vilarejos do interior mineiro, oratórios são tradicionais e seculares, por ser uma tradição que passa de geração para geração.
        É um dos mais tradicionais símbolos da religiosidade e tradição histórica mineira.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Curimataí: a bucólica vila no maciço do Espinhaço

(Por Arnaldo Silva) Um lugar charmoso, bucólico, cênico, casario colonial preservado, sem muros, ruas de terra batida e grama. Nesse lugar predomina a amizade, a paz e o sossego. Seus moradores são simples, receptivos e hospitaleiros. Lugar que parece ter saído de um conto de fadas, pela beleza dos jardins, cursos d´água, flores e o estilo de vida simples de seu povo.
           Na pequena vila mineira vivem 600 pessoas, segundo Censo do IBGE. Somando com os moradores que vivem em chácaras, sítios e fazendas da vila, esse número aumenta muito, já que a comunidade tem na agricultura familiar e pecuária, a base de sua economia, além do turismo. (fotografia acima de Marcelo Santos)
          Sua origem é do século XVIII, com casarões e igrejas preservados desde essa época, há mais de três séculos. O povoado, fundado entre 1760 e 1770, no século XVIII, cresceu a partir do século XIX, tendo sido elevado a distrito em 1832. É um lugar único em Minas, porta de entrada para o Parque Nacional das Sempre-vivas.
          Foi também nessa época, entre 1760 e 1770, que foi erguida a pequena e charmosa Igreja de Nossa Senhora da Conceição, que fica em frente ao Córrego do Mocó, como podem ver nas fotos acima do Rodrigo Firmo/@praondevou.
          No centro da vila, na principal rua, um córrego de águas limpas e cristalina, segue seu rumo tranquilamente. Esse trecho foi aberto por escravos, para trazer água da nascente até as casas da vila e abastecer os moinhos. (nas fotos acima e abaixo do Rodrigo Firmo/@praondevou, o casario da vila)
          A vila bucólica abriga o Rio Curimataí, um dos mais importantes afluentes do Rio das Velhas, além de ser rodeado por belezas naturais como nascentes cursos d´água, matas nativas, flores, em especial, Sempre-vivas e águas termais.
          Além disso, um Curral de Contagem ou Curral de Pedras, é outra atração da vila. Construído por escravos no final século XVIII, possui um formato quadrado e aberturas para cancelas. Era usado como entidade alfandegária para se fazer a contagem de gado destinado à região. Essa construção foi a responsável pelo crescimento do distrito, bem como surgimento de novas casas em sua proximidade, preservadas até os dias de hoje.
Que lugar é esse?
          Estamos falando de Curimataí, que significa “rio de curumatãs, um peixe de escamas e carne saborosa, típico da região. É distrito da cidade de Buenópolis MG, cidade com origens no século XVIII, distante 272 km de Belo Horizonte. (primeira foto acima de Rodrigo Firmo e segunda, de Marcelo Santos)
          Curimataí já encantava desde séculos atrás, inclusive, deixou ótima impressão ao naturalista francês Saint-Hilarie, em visita à vila em 1817: “De todas as povoações por onde passei desde o começo da viagem pelo sertão, Curimatahy foi a única em que vi jardins, os vegetais aí plantados dão a essa localidade um ar de frescor que não possuem Contendas (hoje Brasília de Minas), Coração de Jesus, etc. Mas é preciso convir que os habitantes de Curimatahy são favorecidos no que respeita à água: pois que correm da montanha vários regatos, que deslizam em volta da povoação, entretem nela um pouco de umidade e fornecem os meios para fazer irrigações”
Buenópolis MG
          Localizada em um vale entre a Serra de Minas e a Serra do Cabral, no Centro Norte de Minas, no maciço rochoso da única do Brasil, a Cordilheira do Espinhaço, Buenópolis tem 9.150 habitantes, segundo Censo do IBGE de 2022 e faz limites territoriais com Augusto de Lima, Joaquim Felício, Diamantina, Bocaiuva e Lassance.
Onde ficar em Curimataí?
          Curimataí é um dos lugares que devia fazer parte do roteiro de todo amante da natureza e simplicidade. Na simplicidade da Vila, você encontra várias pousadas, muito bem estruturadas para receber os visitantes e turistas, além de 4 bares e 2 restaurantes. (nas fotos acima e abaixo do Marcelo Santos, apenas algumas cachoeiras de Curimataí)
          Como Curimataí está perto de Buenópolis, pode se fazer um bate volta. Em Buenópolis encontra-se hotéis, pousadas, bares e restaurantes ótimos. (nas fotos abaixo do Rodrigo Firmo/@praondevou, paisagens de Curimataí)
Como chegar a Curimataí
          Curimataí está a 40 km distante de Buenópolis, com acesso via BR-135.
          Saindo da cidade de Buenópolis, siga por 5 km na BR 135 no sentido Montes Claros, vire a direita e siga por 35 km de estrada de chão até o distrito.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Andrequicé: o início do Grande Sertão Veredas

(Por Arnaldo Silva) Andrequicé é distrito da cidade de Três Marias. A cidade está a 272 km distante de BH e a 32 km distante de Andrequicé. Por sua origem e história ligada a tropeiros, boiadeiros e vaqueiros, Três Marias é considerada a “porta do sertão mineiro”. 
          A vila conta hoje com cerca de 400 casas e 2 mil moradores. Lugar muito agradável e muito simples, recebe muito bem os visitantes. (nas fotos acima do Rodrigo Firmo/@praondevou, a vila de Andrequicé)
Origem do nome
          O nome tem origem no capim-andrequicé (Leersia hexandra), planta herbácea da família das gramíneas. É nativa do Brasil, predomina em terrenos alagados e é muito comum em Minas Gerais, principalmente na região Central, onde está Três Marias. Ocorre também nos estados do Ceará, São Paulo, Paraná e Mato Grosso, onde é mais conhecido por grama-boiadeira.
Origem da vila
          Andrequicé tem sua origem no século XVIII como ponto de parada de tropeiros que vinham de Goiás com destino a região de Diamantina, durante o Ciclo do Ouro.
          Com a presença dos tropeiros, um pequeno arraial foi surgindo. Por volta de 1725 foi construída no lugar uma capela dedicada a Nossa Senhora das Mercês. Segundo a tradição oral, a história da capela começa com a morte súbita de José Pereira da Rocha, natural de Diamantina MG, na região do atual distrito. O diamantinense foi sepultado no que é hoje Andrequicé.
          Mais tarde, seu irmão, padre Pedro Pereira da Rocha, mandou que se construísse uma capela no local, em homenagem a seu irmão. Com a construção da capela em homenagem a seu pai, seus filhos que viviam em Diamantina, se mudaram para região para ficarem perto do lugar em que de sepultado de seu pai. A presença da família, que atuava na criação de gado e cultivo de grandes plantações, foi de grande importância para o crescimento do então arraial. (na foto foto acima do Rodrigo Firmo/@praondevou, a atual Matriz das Mercês de Andrequicé)
Lugar acolhedor e de gente simples
          A vila colonial de Andrequicé é um lugar bucólico, calmo, tranquilo, rodeado por belezas naturais, casario simples e com traços coloniais tradicionais, ruas com calçadas gramadas, floridas e arborizadas. (fotos acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
          Seu povo é de uma simplicidade comovente. São acolhedores e muito hospitaleiros, tributos consideradas as principais tradições da vila. (fotos acima de Eduardo Gomes, a Cachoeira do Riachão e entorno)
          Andrequicé é uma das joias mais significativas do estilo de ser e viver do sertanejo mineiro. (fotos acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
          Na vila, a cultura e tradições seculares são preservadas desde sua origem, como por exemplo, a tradicional culinária mineira, principalmente as delícias caseiras feitas pelas quitandeiras da vila, a produção de mel e cultivo de ervas, a riqueza do artesanato local, a arte de bordar das talentosas bordadeiras da vila, as tradicionais benzedeiras que preservam a tradição, se mantendo na ativa até os dias de hoje e grupos de Folia de Reis e Pastorinhas, preservando uma tradição religiosa e folclórica secular da vila.
Guimarães Rosa e Manuelzão
  (à esquerda, Manuelzão e à direita, Guimarães Rosa -foto: D.A Press/Divulgação e Joao Martins/O Cruzeiro/EM/D.A Press)
        Andrequicé é uma parte significativa dessa história, que despertou até o interesse do escritor Guimarães Rosa, (Cordisburgo, 27 de junho de 1908 – Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1967) poeta, diplomata, novelista, romancista, contista e médico brasileiro, autor de O Grande Sertão Veredas, Manuelzão e Miguelim, dentre outros livros.
          O grande escritor mineiro, considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX, conheceu Andrequicé em 1952. Na região, visitou várias fazendas e em uma dessas fazendas, a Fazenda Sirga, conheceu Manuelzão, chefe de tropas de vaqueiros.
          Manuelzão foi o capataz da viagem de Guimarães Rosa pelo serão mineiro em 1952. Dessa viagem pelo sertão das Gerais, surgiu o clássico livro O Grande Sertão Veredas.
          A história e liderança de Manuelzão, presenciada por Guimarães Rosa durante os 240 km a cavalo pelo sertão mineiro em 1952, conhecido como “A boiada”, cativou Guimarães Rosa.
          Uma admiração tão grande ao ponto de se tornarem amigos e Manuelzão ser a inspiração de um dos personagens protagonistas do romance O Grande Sertão Veredas e também do livro Manuelzão e Miguelim.
          A presença de Guimarães Rosa em Andrequicé imortalizou a pequena vila, tornando-a conhecida em toda Minas Gerais e Brasil. Seus livros se tornaram filmes e minisséries. Sua passagem pela vila ficou imortalizada nas lembranças dos lugares onde o escritor passou, como a igreja e a casa em que dormiu em 1952.
          Foi em Andrequicé que teve início o romance O Grande Sertão Veredas. O livro aborda temas intrigantes para época, a República Velha, que se estendeu de 1889 a 1930.
          Temas cheios de conceitos, preconceitos e dogmas para a época, como a seca e a pobreza, amor e guerra centralizada na história entre os jagunços Riobaldo e Diadorim, além de abordar assuntos como a origem do homem, do bem e do mal, de Deus e do diabo, e de questionar certezas e crenças, tanto do protagonista do romance, como do próprio leitor, feita em uma narrativa poética e simples, com boa parte da narrativa, reproduzindo o modo de falar do sertanejo mineiro.
O Museu Manuelzão
          Com o sucesso do livro, que mais tarde se transformou em filme e minissérie, a casa em que vivia Manuelzão se tornou um dos pontos mais visitados da região. Em vida, Manuelzão recebia os visitantes, proseava muito, tomava pinga e tirava fotos com os visitantes. (foto acima de Rodrigo Firmo da casa de Manuelzão)
          Manuelzão nasceu em Dom Silvério MG, na Zona da Mata no dia 6 de junho de 1904 e morreu em 5 de maio de 1997 em Andrequicé. A casa de Manuelzão em Andrequicé é hoje o Museu Manuelzão, localizada na Praça Estória de Amor, nº 01.
          A casa foi adquirida em 2001 para ser transformada em museu, pela Associação Comunitária de Andrequicé junto à família de Manoel Nardi e em 2003, pela acervo doméstico pela Prefeitura Municipal, dando continuidade ao Museu Manuelzão.
          O objetivo com a criação do museu foi o de preservar a história de Manoel Nardi. Os bens culturais presentes no museu ,como hábitos, costumes do dia a dia de um vaqueiro do sertão de Minas Gerais, foram também adquiridos junto à família. No museu, encontra-se ainda registro das homenagens à Manuelzão, bem como sua participação em programas televisivos, entrevistas e reportagens para jornais e revistas de todo o país.
          Em vida, Manuelzão era muito alegre, reconhecido e respeitado por todos. Era uma pessoa muito boa e muito simples. Recebia todos os visitantes em sua casa com muita disposição e alegria, em companhia de sua esposa. 
          Recebia presentes dos visitantes e era muito gentil com todos, como podem ver na foto acima, o meu amigo Gilberto Coimbra de Bom Despacho MG, junto a Manuelzão, com uma garrafa de cachaça, ao lado de sua esposa, Dona Di em 1993.
          Manuelzão gostava de servir cachaça para seus e amigos e visitantes e serviu ao Gilberto uma dose de sua cachaça preferida na cuia, que segundo lhe garantiu Manuelzão, era a mesma cuia que Guimarães Rosa bebia pinga.
          Além disso, era um talentoso contador de “causos”. Suas histórias encantavam a todos. Ninguém saia de lá sem uma boa prosa e escutar um “causo”.
          Manuelzão é hoje símbolo de Andrequicé e da região. É parte da rica história de Três Marias, tornando a cidade uma das referências culturais de Minas Gerais.
A Semana Cultural Festa de Manuelzão
          Todos os anos, entre junho e julho, acontece a Semana Cultural Festa de Manuelzão. O evento foi criado no início deste século com o objetivo de celebrar a musicalidade do sertão rosiano.
          A Festa de Manuelzão conta com programações culturais diversas, como documentários, teatro, histórias, culinária, danças folclóricas, rodas de leitura, rodeios, shows com artistas regionais e nacionais, desfiles de carro de bois, cavalgada, etc.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

O melhor de Minas são os mineiros

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais não se resume a queijo, pão de queijo, quitandas, doces, cachoeiras, cidades históricas, nosso sotaque único e charmoso. Minas é além disso! É um jeito de ser, viver.
          Minas Gerais é para ser vivenciada, compreendida e entendida. Vivenciar Minas e os mineiros é sentir a simplicidade de seu sorriso, seu abraço caloroso e apertado, é ser sempre bem-vindo, nunca esquecer de Minas e querer voltar sempre.(foto acima, de Elvira Nascimento em Catas Altas MG)
          
É aquele jeitin bem charmoso de falar, é ouvir aquele “fica mais um tiquim sô, vou passá um cafezin” que ninguém resiste. (foto acima de Shakal Carlos próximo a Pedra Dourada MG)
          É aquela prosa boa que nos deixa sentado no banco da praça, horas a ouvir. Isso é Minas, é a nossa Minas Gerais, nossa casa que te recebe de braços e sorrisos abertos. (na foto acima de Rodrigo Firmo/@praondevou, Curralinho, distrito de Diamantina)
          É a nossa Minas urbana, Minas caipira, Minas do artesanato, da cultura, da história do Brasil. (foto acima de Elvira Nascimento  e abaixo de Eduardo Guimarães, a tradição das Congadas em Dores do Indaiá MG)
          Minas é o mundo, é o mundo da gente! É o nosso mundo.
          Minas Gerais, orgulho de ser, orgulho de viver!

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Coronel Xavier Chaves: história, cultura e tradição secular

(Por Arnaldo Silva) Coronel Xavier Chaves está localizada na região do Campo das Vertentes, a 173 km de Belo Horizonte. Conta atualmente com 3500 habitantes, segundo o IBGE. 
          O município faz divisa com São João del-Rei, Ritápolis, Resende Costa, Prados, Tiradentes e Lagoa Dourada. (fotografia acima do Rodrigo Firmo/@praondevou)
Origem
          A cidade tem origem no século XIX, em um povoado formado na antiga Fazenda do Mosquito, formada no início do século XVIII. No século XIX, a Fazendo do Mosquito teve como proprietário o Coronel Francisco Rodrigues Xavier Chaves, bisneto de Antônia Rita de Jesus, irmã caçula de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. (fotografia acima de Fabrício Cândido)
          Coronel Xavier Chaves decidiu fazer um povoado em sua fazenda. Era muito culto e inteligente. Não apenas doou parte de suas terras, mas também foi quem fez o projeto urbanístico para ruas, praças, igreja e casario, tendo inicialmente construído 20 casas, para abrigar seus parentes, funcionários da fazenda e padres.
          Ao longo do século XIX, o povoado do Mosquito se desenvolveu com a chegada de novas famílias. Com isso, foi elevado a distrito em 1911 com o nome de São Francisco Xavier e subordinado a Prados MG.
De Canoas para Coroas
          Em 1943, por iniciativa dos moradores, o nome foi mudado para Coroas. (fotografia acima de Fabrício Cândido)
          Na verdade, o nome que a comunidade escolheu foi Canoas, nome de uma fazenda vizinha. Por um erro ortográfico na produção do edital de alteração do nome do distrito, saiu Coroas e não, Canoas.
          Como já estava publicado oficialmente em diário oficial, o nome Coroas permaneceu até a emancipação e elevação do distrito à cidade, em 30 de dezembro de 1962 e instalação oficial como cidade em 1º de março de 1963. No ano de sua emancipação, o nome Coroas foi alterado para Coronel Xavier Chaves, em homenagem ao seu fundador.
O que fazer em Coronel Xavier Chaves?
          A cidade é pequena, charmosa, pacata e seu povo muito cordial e hospitaleiro. Conta com uma boa estrutura para receber turistas como restaurantes, pousadas, hospedarias, bares, padarias e lanchonetes. (fotos acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
          É uma cidade com forte tradição cultural em especial na área musical, com banda de música tradicional e um rico e valioso artesanato feito por mãos habilidosas como bordados, arte em madeira e em pedras, tradição secular da cidade.
          Além disso, tem como pontos turísticos de destaque:
- A Igreja do Rosário
          Um dos maiores acervos históricos de Minas Gerais, e um símbolo da cultura e religiosidade da cidade é a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a Igreja de Pedras, como é popularmente chamada. (primeira e segunda fotos, do Marcelo Melo e terceira, da Sônia Fraga)

          Erguida em pedras típicas da região por volta de 1717, conta ainda em seu entorno com uma murada em pedras, jardins onde se encontram estátuas em pedras dois Rosários gigantes de pedras.
- A Matriz
          Outro destaque da cidade é a Matriz de Nossa Senhora da Conceição; O templo foi iniciado em 1916 e concluído em 1920. (fotos acima de Marcelo Melo)

- Engenho Boa Vista
          Coronel Xavier Chaves se destaca na região por seus alambiques, totalmente artesanais, desde o corte da cana, moenda e preparo da cachaça, em vários engenhos do município, em destaque para o Engenho Boa Vista do século XVIII, tendo pertencido ao padre Domingos da Silva Xavier, irmão mais velho de Tiradentes.
          Atualmente, o engenho é de propriedade de Rubens Resende Chaves, que adquiriu a propriedade há mais de 3 décadas e deu continuidade a tradição da produção de cana do Engenho Boa Vista da mesma maneira feita desde o ano de 1755.
          O Engenho Boa Vista, é o mais antigo em atividade no Brasil. É mais que isso, é um museu em pleno funcionamento e um ponto turístico obrigatório para quem deseja conhecer o processo tricentenário da produção da cachaça bem como uma parte da história do Brasil.
          Pra se ter ideia, a receita e processo de produção da cachaça no Engenho Boa Vista é o mesmo de 1755. Não mudou nada, receita de sete gerações. A cachaça não é envelhecida em tonéis de madeira, que segundo os produtores, o envelhecimento altera a cor, o cheiro e o sabor da bebida, por isso a cachaça que sai do alambique, tem a cor bem branca. Além disso, a cana plantada para a produção da cachaça é orgânica.
          Obedecendo as determinação sanitárias do MAPA, a cachaça não é descansada nos tradicionais tonéis de madeira e sim em tonéis de aço
          Além disso, a cidade tem ainda como atrativos Fazendas centenária, a Trilha do Carteiro, belíssimas paisagens rurais como essa acima, feita pelo Fabrício Cândido, da cabine de um trem de carga da Ferrovia do Aço que passa pelo município.
          Tem ainda um frondoso Jequitibá-branco (Cariniana Lecythidaceae Estrellensis), espécie de rara beleza, conhecida como "Rei da Floresta". A árvore tem vida-longa, em torno de 1 mil anos.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Restaurante mineiro é eleito o mais romântico do mundo

O restaurante Alameda Suíça fica em Monte Verde, charmosa vila mineira de origem Europeia, conhecida como “a cidade dos namorados”. Na avaliação dos usuários da plataforma TripAdvisor, foi eleito o "mais romântico do mundo", recebendo as maiores notas em todos os quesitos avaliados, ficando em primeiro lugar no ranking.
Imagem acima: Reprodução instagram: @alamedasuica
(Por Arnaldo Silva) Alameda Suíça, aconchegante e charmoso restaurante de dois andares e culinária variada, localizado em Monte Verde, distrito de Camanducaia MG, na Serra da Mantiqueira, foi eleito pela TripAdvisor como o restaurante mais romântico do mundo.
          Inaugurado em 2021, o Restaurante Alameda Suíça é um lugar requintado, aconchegante e acolhedor, aberto de terça a domingo para almoços e jantares. Tem na diversificação de seus pratos seu maior diferencial. São opções variadas de entradas, petiscos, sobremesas e bebidas.
          TripAdvisor é uma plataforma mundial de viagens que além de informações, permite a seus milhões de seguidores opinar sobre hotéis, restaurantes, companhias aéreas, cruzeiros, atrações e passeios. Fundado em 2000, é considerado um dos principais sites de viagens do mundo, estando disponível em 49 mercados e 28 idiomas. Além disso, são cerca de 463 milhões que utilizam a plataforma todo mês. (Imagem acima: Reprodução instagram: @alamedasuica)
          O Restaurante Alameda Suíça, após avaliação criteriosa da plataforma e dos viajantes de todo o mundo que a usam, recebeu as maiores notas nos quesitos comida, serviço, valores e atmosfera. A maior nota é 5 e a menor, 0,5.
Veja a pontuação do restaurante mineiro:
• Comida: 5
• Serviço: 4,9
• Valores: 4,6
• Atmosfera: 4,9
          Na descrição da plataforma sobre o restaurante mineiro diz que: “Se procura um lugar que aceita animais de estimação, vai adorar a Alameda Suíça. Com preços acessíveis, um cardápio refinado e apresentações musicais ao vivo, o local oferece um clima descontraído, ideal para uma noite relaxante. Adicione a isso o atendimento atencioso dos garçons e o serviço eficiente – motivos que garantem a vontade de voltar sempre". (Imagem acima: Reprodução instagram: @alamedasuica)

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Alto Caparaó: turismo, cafés e sabores de Minas

(Por Arnaldo Silva) Pequena, charmosa, pacata, atraente e hospitaleira. Assim é a cidade de Alto Caparaó, na Zona da Mata Mineira, a leste do Estado, na divisa com o Espírito Santo. Faz limite territorial em Minas Gerais com Alto Jequitibá, Caparaó, Espera Feliz e Ibitirama e Iúna no Espírito Santo. São 5.795 habitantes no município, segundo Censo do IBGE de 2022.
          Cidade de clima ameno, com temperatura anual entre 19 °C e 22 °C. No inverno as temperaturas são bem baixas, com os termômetros variando entre -1 °C e 5 °C, nos dias e noites de frio intenso. A cidade está a 997 metros de altitude e a 253 km de Vitória ES e a 325 km de Belo Horizonte. (foto acima fornecida pela Setur/Alto Caparaó MG)
          Alto Caparaó faz parte do Circuito Turístico do Pico da Bandeira, além de ser um das entradas para o Parque Nacional do Caparaó. A outra entrada fica em Dores do Rio Preto, no Espírito Santo.
Breve história
          A história de Alto Caparaó começa no final do século XIX, com a chegada de algumas famílias para região, entre eles, algumas famílias de descendentes de imigrantes italianos. A partir de 1900, famílias de descendentes de imigrantes pomeranos e alemães que viviam no Espírito Santo e Rio de Janeiro, começaram a chegar ao pequeno arraial para trabalharem na agricultura. (fotografia acima fornecida pela Setur/Alto Caparaó MG)
          Atraídos pela beleza do lugar e terras férteis para agricultura e propícia para criação de gado, o povoado começou a crescer a partir de 1928, quando Francisco Valério adquiriu terras na região para agropecuária. A presença do fazendeiro incentivou outros grandes criadores de gado a fazerem o mesmo. Em 1948, o povoado contava com 600 moradores e 80 casas.
          O povoado que era chamado de Caparaó Velho, cresceu, se desenvolveu, foi elevado a distrito em 30/12/1962, subordinado a Caparaó. Em outubro de 1982, Caparaó Velho passa a se chamar Alto Caparaó, tendo sido elevado à cidade emancipada em 12/12/1995, através de plebiscito popular.
Base econômica
          A base da economia de Alto Caparaó é o café e o turismo, graças as belezas do município e o Parque Nacional do Caparaó. (fotografia acima de Hamilton Carlos)
          Alto Caparaó ocupa uma área territorial de 103,690 km². A maior parte dessa área é formada por lavouras de café e o restante pelo Parque Nacional do Caparaó. O parque foi criado em 24 de maio de 1961, pelo decreto nº 50.646, assinado pelo então presidente Jânio Quadros. Possui uma área de 31.800 hectares, sendo que 70% dessa área está no Estado do Espírito Santo e 30% em Minas Gerais.
A cidade
          Alto Caparaó é uma cidade que oferece boa qualidade de vida e segurança a seus moradores e visitantes. Possui um comércio variado, setor de serviços de qualidade, e também com diversos bares, lanchonetes, restaurantes sofisticados, hotéis e pousadas, além de acesso fácil pela BR-262.
          Por ser um das portas de entrada para o Parque Nacional do Caparaó, a cidade recebe muitos turistas. Por esse motivo, a cidade é muito bem estrutura em termos de hospedagem e gastronomia. São vários hotéis, pousadas com chalés sofisticados e também rústicos, casas de aluguel para temporadas, além de serviços de guias de turismo e uma ótima rede gastronômica, com diversos bares e restaurantes, dos mais simples aos mais sofisticados.
O que fazer em Alto Caparaó?
• Artesanato
          Como em todo o mundo, o artesanato, além de ser uma forma de ganhar a vida através da arte, reflete a identidade cultural e social de uma cidade e região, além das características regionais de cada comunidade. O artesanato de Alto Caparaó é rico e diversificado, refletindo igualmente as tradições e cultura da cidade. Lojas com artesanato feitos na cidade são facilmente encontradas, bem como de produtos artesanais, caseiros da nossa culinária.
          Uma dessas lojas é a Empório Alto Caparaó fundada pela Cláudia Rokline Bezerra, com direção de sua filha Luiza Bezerra e seu genro Fábio Amorim. A loja está situada na Praça da Matriz, bem no centro da cidade. Dividido em três espaços, o Empório Alto Caparaó é um lugar atraente, confortável e acolhedor.
          No Empório Alto Caparaó são comercializados os produtos da marca Du´Caparaó, como doces, cachaças, licores, geleias e café especial, produzidos no Sítio Capim Roxo. 
          Além disso, o visitante encontra peças do artesanato local, lembranças da cidade como bonés, camisas, ímãs e chaveiros, além de cafés especiais, doces, licores, cachaças, queijos, sorvetes, dentre outros. O Empório Alto Caparaó MG oferece ainda serviços de passeios e hospedagens em casa para temporada..
Contatos: (24) 98826-9739 (Cláudia), (32) 99104-6384 (Fábio) (24) 98826-3571 (Luiza) – Instagram: @emporio_altocaparaomg
• Igreja Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição
          Substituindo a antiga capela construída em terreno doado pela família do imigrante italiano José Cortez, no final do século XIX, a atual Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi erguida em 1948. Idealizada pelo Sr. Inimá Novaes dos Santos, o templo foi projetado no estilo eclético das primeiras décadas do século XX. Tanto a igreja, quanto a praça são palcos da maioria das manifestações religiosas, culturais, sociais e políticas da cidade, desde sua existência. (foto acima fornecida pela Setur/Alto Caparaó MG)
• Sabores da mesa
          Como toda cidade mineira, Alto Caparaó valoriza e preserva a gastronomia regional de Minas Gerais como os seus tradicionais pratos, quitandas, queijos, doces, licores, cachaças, geleias e também bebidas criadas a partir do café que podem ser apreciados., mediante agendamento prévio como exemplo: Sítio Pé de Breu, Museu do Café, Recanto dos Tucanos, Fazenda Ninho da Águia e Cristal Mirante.
          As delicias da cozinha mineira podem ser apreciadas nos vários restaurantes e bares da cidade como exemplo: Aconchego, Andorinha, Chapa do Farinha, Rancho Mineiro, Restaurante Filó, Restaurante Pousada do Bezerra, Aflora Sabor, Fire Burger, Mineiro, Sabor da Brasa, All Forno, Rancho Caparaó, Estância Gourmet, Cristal Petiscada.
• Onde ficar?
          Alto Caparaó, município do interior de Minas Gerais, uma cidade com grande fluxo de viajantes e presença de turistas. Ela oferece ótimas opções de estadias com pousadas muito bem estruturadas, aconchegantes e vários outros serviços para atender bem seus hóspedes.
          São pousadas onde pode-se sentir em casa. Uma dessas pousadas é a Pousada do Bezerra.
          Está localizada na Avenida Vereador Inimá Novaes de Campos, nº 1418 Vale das Hortências em Alto Caparaó – MG, apenas 500 metros da portaria do Parque Nacional do Caparaó, a pousada está aos pés de uma montanha com formato que lembra a “face de Cristo”.
          O espaço da pousada é acolhedor, confortável, clima bastante agradável, devido aos seus 1.110 metros de altitude. São 32 unidades habitacionais com quartos que possuem vistas para paisagens naturais de Mata Atlântica. Tem ainda estacionamento, Wi-fi, salão de jogos, salão de convenções e casamentos, que comporta até 100 pessoas.
          O destaque da piscina é que ela tem as águas do rio que descem diretamente das montanhas da Serra do Caparaó, sem cloro e super energizante, assim como a ducha terapêutica. Para complementar essa espaço familiar a pousada tem playground e churrasqueira, refeitório para café da manhã e almoço O acesso privativo para cachoeiras também é um diferencial, etc.
Contato: Carlos Bezerra: gerencia@pousadadobezerra.com.br site pousadadobezerra.com.br - Instagram: @pousadadobezerra e WhatsApp: (32) 98485-8687          

• Fazendas de café
          O café de Alto Caparaó é destaque com várias premiações em concursos estaduais, nacionais e até internacionais. É um dos melhores cafés do mundo.
          Os sítios Recanto dos Tucanos, Pé de Breu e a Fazenda Ninho da Águia, produtoras de cafés espécies em Alto Caparaó, abrem suas porteiras para receberem visitantes e turistas. Os visitantes conhecem todo o processo da produção do café, desde o plantio, manejo, colheita, secagem, torrefação, até chegar à mesa do consumidor. E ainda, podem degustar vários tipos de bebidas finas e quitandas a base de café, como bolos, pão e biscoitos. As vidas terão que ser agendas antecipadamente.
• Vale Encantado
          A 1980 metros de altitude e a 300 metros da Tronqueira, está uma das mais belas paisagens naturais de Minas Gerais, o Vale Encantado. Lugar de mata nativa, com grande variedade de bromélias endêmicas do Parque Nacional do Caparaó e com piscinas naturais com águas limpas, cristalinas e na cor verde-esmeralda. É um dos mais visitados pelos turistas amantes da natureza e para os que buscam um contato pleno com a vida natural. (Fotos acima de Vinícius Barnabé)
• Vale Verde
          A 1.200 metros de altitude, apenas 2,5 Km do centro da cidade e a 600 metros da portaria do Parque Nacional do Caparaó, está o Vale Verde, um lugar rodeado por montanhas, Mata Atlântica e rios com cachoeiras que formam piscinas naturais. Uma pequena trilha, de 500 metros, dá acesso a Gruta do Jacu. Além disso, o visitante tem à sua disposição uma área muito bem estruturada com banheiro, vestiário, churrasqueiras, mesas e lava-pratos.
• Tronqueira
          Do alto dos seus 1.970 metros, tem-se uma vista espetacular do vale do Caparaó, de toda a cidade de Alto Caparaó e também de Manhumirim. Assistir o por do sol do mirante é um espetáculo deslumbrante. Está bem perto do centro da cidade, apenas 9 km de carro. Além disso, o lugar é bem estruturado com 1000 m2 de área com camping, sanitário e vestiário. (fotografia acima do Hamilton Carlos)
• Terreirão
          Lugar muito procurado por montanhistas e amantes da natureza. Uma casa de pedra n área é ponto de parada e descanso. Tem ainda uma área rústica de camping, banheiros, banho quente e lava-pratos. Fica a 4,5 km, entre a Tronqueira e o Pico do Caparaó.
• Observatório astronômico
          Localizado a uma altitude de 1.836 metros, nas proximidades do acampamento da Tronqueira, no Rio José Pedro e a 5,5 km da Portaria de Alto Caparaó, o Observatório Astronômico é um dos principais atrativos da cidade.
• Cachoeira Bonita
          A 1.750 metros e apenas a 8 Km do centro da cidade, já na divisa com o Espírito Santo, fica a Cachoeira Bonita. O nome faz jus à cachoeira. É mais que bonita, é linda demais! (fotografia acima de Marcelo Santos)
          É uma queda d´água de 80 metros do Rio José Pedro, que forma um poço profundo com água gelada e cristalina. É a maior cachoeira do Parque e fácil de chegar. Fica a 500 metros do camping da Tronqueira, o ponto final do trajeto de carro. Do lugar, basta seguir por 300 metros uma trilha e já avista a cachoeira.
• Cachoeira do Egito no Rio Claro
          Está a 14 km do centro de Alto Caparaó. O nome tem origem em um acidente geográfico natural, que provocou o desprendimento de uma enorme pedra no paredão da cachoeira do Rio Claro. Ao cair dentro do rio, a pedra se partiu. Segundo os moradores locais, a pedra partida apresenta símbolos que lembram os antigos símbolos egípcios. Por isso recebeu esse nome.
• Parque Nacional do Caparaó
          Sem dúvida alguma é o maior atrativo de Alto Caparaó e um dos maiores de Minas. É no parque que está o Pico da Bandeira, o terceiro pico mais alto do Brasil. A beleza da alvorada é de extasiar. Um espetáculo imperdível. (foto acima  de Sairo Guedes - Guia de Turismo)
          Alto Caparaó é a principal porta de entrada para o Parque Nacional do Caparaó e de acesso mais rápido ao Pico da Bandeira, a 2.891,32 metros de altitude.
          Todo formado pelo bioma Mata Atlântica, nascentes e rios que formam belíssimas cachoeiras com piscinas naturais, possui ainda uma rica fauna e principalmente flora variada e igualmente riquíssima. (foto acima do Hamilton Carlos)
          Localizado na Serra do Caparaó, além do Pico da Bandeira, tem ainda Pico do Cristal a 2.770 metros, a maior montanha presente inteiramente em território mineiro. (fotografia acima do Sairo Guedes - Guia de Turismo)
          Os outros picos que existem em Minas Gerais ficam em divisas com outros estados como o Pico da Bandeira na divisa com o Espírito Santo, o Pico das Agulhas Negras, na divisa com o Rio de Janeiro e o Pico Pedra da Mina, na divisa com São Paulo.
Guias de Turismo
          Esses são os principais pontos turísticos de Alto Caparaó MG, mas tem outros tantos. A região é muito rica em belezas naturais e história. Para aproveitar melhor o que Alto Caparaó oferece aos turistas, aconselha-se o auxílio de Guias de Turismo, fáceis de serem encontrados na cidade. Os guias te levarão a todos os pontos turísticos da cidade e do Parque, fazendo com que você aproveite melhor todas as maravilhosas do parque.

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