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sábado, 30 de julho de 2022

Conheça Itaobim: Terra da Manga

(Por Arnaldo Silva) Uma das mais importantes cidades para a cultura, economia e tradições do Nordeste Mineiro e Vale do Jequitinhonha, Itaobim conta atualmente com cerca de 21 mil habitantes. Desses habitantes, constata-se uma forte presença de gaúchos e seus descendentes. Isso porque a partir da década de 1970, a região recebeu um grande número de agricultores do Rio Grande do Sul para trabalhar nas terras férteis da região.
          Seu povo é é gentil e bastante hospitaleira. A cidade é agradável, pacata e charmosa. Conta com um comércio variado, boa infraestrutura urbana, hotéis, pousadas e restaurantes com comidas típicas.(na foto acima gentilmente enviada pela Fátima Vieira, a entrada da cidade)
          Com as novas divisões geográficas das microrregiões e mesorregiões mineiras feitas pelo IBGE em 2017, Itaobim passou a integrar as regiões intermediárias e imediatas de Teófilo Otoni, no Nordeste de Minas. Segundo o próprio IBGE, Itaobim está na mesorregião do Vale do Jequitinhonha, inserida na microrregião de Pedra Azul MG, numa posição geográfica entre Nordeste Mineiro e o Vale do Jequitinhonha.
          Distante 620 km de Belo Horizonte, o município faz divisa com Medina, Jequitinhonha, Ponto dos Volantes e Itinga. Seu nome, foi adotado a partir de 1963. Itaobim é da linguagem tupi e significa Pedra Verde ((Itá = pedra e obý = verde). Isso devido existir na região uma serra com formação rochosa de coloração esverdeada, por isso o nome. (na foto acima de José Ronaldo, vista das serras que circundam Itaobim)

Breve história
          Nos séculos XVIII e XIX, a região que deu origem a Itaobim, foi importante rota de ligação de bandeirantes e tropeiros da Região Sudeste com o Nordeste brasileiro. Itaobim tem origem no povoado de São Roque formado no século XIX. Elevado a distrito em 1913 e posteriormente à cidade em 30/12/1962, o município foi instalado oficialmente em 1963, com a eleição de seu primeiro prefeito e vereadores.
          Banhada pelo Rio Jequitinhonha, Itaobim continua sendo de grande importância estratégica para a região. O município é hoje uma rota rodoviária estratégica ligando os estados do Sudeste ao Nordeste, pelo Sul da Bahia, já que está localizada geograficamente no entroncamento da BR-116 a Rio-Bahia e lingada ainda ao Norte de Minas pela BR-367 e ao Sul da Bahia, pela BR—327
          Essa localização estratégica faz de Itaobim um grande ponto de tráfego de veículos, movimentando assim a economia da cidade através do abastecimento de combustíveis, oficinas mecânicas, lojas de peças para veículos, hospedagens, restaurantes e outros segmentos.
A Terra da Manga
          Itaobim está numa região belíssima, cercada por serras, formações rochosas impressionantes e além do Rio Jequitinhonha, de grande importância econômica, histórica e cultural para a cidade e região. (na foto acima do Gilberto Coimbra, o Rio Jequitinhonha)
          Além disso, Itaobim, por ter em sua formação povos de outras regiões do Brasil, misturadas à cultura e regionalismo de Minas Gerais, é uma cidade de grande diversidade cultural.
          A noite na cidade é bastante movimenta devido os inúmeros bares e restaurantes da cidade. Outro destaque no turismo é o Museu de Arte e Cultura que conta com peças de animais empalados (taxidermia) e a Paróquia de São Roque, a praça e o casario em seu entorno.
          Além disso, Itaobim se destaca por sua rica atividade cultural, por seu artesanato em madeira (na foto acima de José Ronaldo), em fibra de taboa como as famosas caixas trançadas, cabaças e em argila. Mas é agricultura familiar, a pecuária leiteira e principalmente a produção e exportação de frutas tropicais como a banana e a manga, o principal destaque da economia de Itaobim.
          Na cidade são produzidas diversas variedades da fruta, principalmente as variedades Espada e Manga Rosa.
          A fruta tropical é associada ao nome da cidade, de tão importante que é para o município. Itaobim é reconhecida e chamada de A Terra da Manga. A fruta da um enorme impulso a economia e o turismo da cidade durante a safra, que vai de outubro e janeiro. (foto acima da entrada da cidade, gentilmente enviada pela Fátima Vieira) 
          Todos os anos, geralmente no mês de novembro, a cidade realiza a Festa da Manga. Tradicional em Minas Gerais, a Festa da Manga de Itaobim movimenta a econômica da cidade e atrai milhares de visitantes nos dias de festas. Conta com comidas típicas, exposição do artesanato e cultura local, shows com artistas e bandas famosas, eleição da rainha e princesa da Manga, além claro, apresentação de pratos, produtos e subprodutos da manga.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Chapada do Norte e a tradição da Festa do Rosário

(Por Arnaldo Silva) Localizada no Vale do Jequitinhonha, distante 522 km de Belo Horizonte, está Chapada do Norte, uma pequena cidade histórica mineira, com 10.337 habitantes, segundo Censo do IBGE em 2022. Chapada do Norte faz divisa com os municípios de José Gonçalves de Minas, Berilo, Francisco Badaró, Jenipapo de Minas, Novo Cruzeiro, Minas Novas e Leme do Prado. (na foto acima de Viih Fotografia/@soares.viih1, vista parcial da cidade).
          A cidade se destaca por sua arquitetura colonial, sua história e por guardar e preservar em sua forma original, as tradições, raízes e cultura negra. (na foto acima de Viih Fotografia/@soares.viih1, vista parcial da cidade) Isso porque Chapada do Norte tem sua origem em quilombos formados durante o Ciclo do Ouro. A exploração mineral na região começa a partir de 1728, no século XVIII. Em busca do ouro, vieram pessoas de várias localidades, formando assim um arraial, denominado de Arraial de Santa Cruz da Chapada.
          Com a decadência do ouro, parte dos moradores do arraial, começaram a ir embora, permanecendo boa parte dos escravos que lá viviam. Com o tempo, começou a chegar escravos que fugiam dos maus tratos, dando origem a formação de quilombos. A comunidade aumentou a partir de 1888, com a abolição da escravidão. Assim, a comunidade crescia, foi elevada à distrito e cidade emancipada em 1963, com o nome de Chapada do Norte.
          Charmosa, atraente e acolhedora, guarda tesouros valiosíssimos da nossa arquitetura, religiosidade, folclore e tradições, presentes nos casarões e igrejas do século XVIII, como a Igreja Matriz de Santa Cruz, a Capela de Nossa Senhora do Rosário e a Capela de Nossa Senhora da Saúde e ainda a Capela do Bom Jesus da Lapa, do século XIX. (na foto acima de Viih Fotografia/@soares.viih1), o interior da Capela do Rosário)
Tradicionais vendinhas
          Na cidade, encanta as pitorescas vendinhas, onde se encontra de tudo, o singelo casario e a simplicidade de seu povo, muito hospitaleiro e atencioso. (na foto acima do Sérgio Mourão)
Maior percentual de população negra do país
          Por ter como origem em quilombos, Chapada do Norte, possui, segundo o IBGE, o maior percentual urbano de negros no país. 91,1% de seus habitantes se declaram negros ou pardos. É ainda em Chapada do Norte que se encontra o maior número de comunidades quilombolas de Minas Gerais. São 14 ao todo.
A Festa de Nossa Senhora do Rosário 
          Devido à grande concentração negra, a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que acontece no segundo fim de semana de em outubro, na Capela de Nossa Senhora do Rosário é um dos eventos religiosos mais tradicionais do município. É uma tradição preservada há mais de 200 anos com danças, cânticos, apresentações musicais, lavação da igreja e distribuição do angu, entre outros rituais. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          A Festa e a Capela de Nossa Senhora do Rosário são tão importantes, que ambas foram tombadas pelo patrimônio histórico do Estado de Minas Gerais. Em 2013, a Festa de Nossa Senhora do Rosário foi reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial de Minas Gerais, pelo IEPHA/MG. Já a Capela de Nossa Senhora do Rosário, foi tombada em 1980, também IEPHA/MG. 
A Capela do Rosário dos Homens Pretos
          Datada do século XVIII, é uma capela típica do barroco mineiro, com características externas bem simples, mas abriga um impressionante acervo em seu interior. (foto acima de Thelmo Lins) Seu altar-mor conta com retábulos laterais junto ao arco do cruzeiro, dois altares em talhas em dourado douradas muito bem trabalhadas, além de belíssimos painéis, pintados em seu forro.

sábado, 26 de outubro de 2019

Os campos de lírios nativos do Vale do Jequitinhonha

(Por Arnaldo Silva) Os lírios tem sua origem na Ásia, Oriente Médio, Europa e na América do Norte. Foram introduzidos na América Latina pelos Portugueses e espanhóis. Lírio é denominação genérica das espécies da família das liláceas. 
          Algumas espécies de lírios recebem o nome de açucena. São cerca de 100 espécies existentes no mundo, mais da metade dessas espécies são nativas do Japão e China. Algumas são híbridas, oriundas do cruzamento de espécies diferentes, resultado em cores variadas ou modificadas naturalmente, adaptadas às regiões onde foram plantadas, no caso no clima de Minas Gerais. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Araçuaí MG)
     Os lírios são plantas resistentes às intempéries do tempo, como secas prolongadas e podem chegar até 2 metros de altura, dependendo da espécie. Uma dessas espécies, a lírium candidum, foi a que mais se adaptou ao clima do Brasil, especialmente de Minas Gerais, onde se adaptou muito bem, dando origens a diversas plantações nativas no território mineiro. 
Os lírios de Minas Gerais
          A espécie foi introduzida no Brasil no século 18, adaptando-se a algumas regiões mineiras como na Serra da Canastra, com poucas modificações, tornando-se com o tempo adaptados e nativos dessas regiões. 
          No Vale do Jequitinhonha, os lírios nascem espontaneamente e com florada sempre no mês de outubro. Inclusive, a planta era usada pelos povos indígenas, antes mesmo da povoação não indígena se instalar na região.
          Os campos de lírios são comuns em Araçuaí, Itinga e arredores. É difícil não parar para ver, adentrar-se nos campos floridos e sentir o perfume dos lírios do campo. 
          No Vale do Jequitinhonha os lírios nativos são chamados pelos sertanejo de “Cebolinha ”, “Neve do Sertão” e pelos indígenas de "Cebola Brava" por seu bulbo ser semelhante às cebolas que conhecemos. Surge na primeira grande chuva da primavera, com florada entre 15 a 20 dias de duração. No final de setembro e início de outubro, são comuns os campos de lírios em Araçuaí e arredores. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Itinga MG)
          A Cebola Brava nativa de Itinga MG era usada antigamente como planta medicinal. Seu sumo contém propriedades antissépticas, contribuindo para limpar feridas. Seu bulbo ou cebola em si, está no subsolo é e comestível. Os indígenas consumiam o bulbo cru, frito e também cozido em fogões de barro. Hoje, com suas flores em tons brancos e rosa, são usadas como ornamentos naturais.
          Os campos de lírios nativos de Itinga são colírio paras os nossos olhos.
Beleza que impressiona
          Sua beleza é impactante, presente em decoração de eventos, em arranjos florais e buquês. Embora suas flores simbolizem uma delicada simplicidade, é considerada a rainha das flores, simbolizando ainda a castidade, pureza e inocência. Junto com as rosas, são as flores mais perfumadas do mundo. Seu perfume é inebriante e transmite uma gostosa sensação de paz e tranquilidade. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Itinga MG)
Citado na Bíblia e na história da Humanidade
          Presente na história da humanidade, desde os tempos antigos encantam por sua beleza, resistência e perfume inigualável. Era uma das flores mais admiradas por Jesus Cristo, citada inclusive em suas mais belas pregações, o Sermão da Montanha: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem: não trabalham nem fiam…” Mt. 6.28.
          Ao longo da história, foi retratada em telas de artistas famosos, desde os tempos da Grécia e Roma antigas, até os dias de hoje. A magia dos lírios, que há milhares de anos encanta e perfuma o mundo, está presente sempre em jardins, campos e também em lendas, misticismo, simpatias, crendices populares e na religiosidade. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans)
          Na Grécia antiga desenhos de lírios homenageiam a deusa Hera. Na Igreja Católica, o lírio é o símbolo da Virgem Maria. Os antigos acreditavam também que os lírios tinham o poder de reconciliar casais em fim de relacionamento. Não é à toa que o significado de lírio é “amor eterno”. É a flor, ao lado da rosa, símbolo do amor. Na China, onde a planta é cultivada há mais de três mil anos, sua florada densa é sinal de fartura. (foto abaixo de Ernani Calazans em Araçuaí MG)
          Os lírios nativos estão presentes em várias partes do nosso Estado, sendo notados ou não, estão lá, perfumados, lindos, delicados e frondosos. Quem quiser conhecer os lírios nativos do Vale do Jequitinhonha, um convite para o mês de outubro, visitar Araçuaí, Itinga e arredores. É um espetáculo deslumbrante e perfumado. 
(Reportagem de Arnaldo Silva, com fotografias de Ernani Calazans em Itinga MG)

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Os encantos do Vale do Jequitinhonha

(Por Ernani Calazans/texto e fotos) O Vale do Jequitinhonha é dotado de exuberante beleza natural, cultural, artística e patrimonial com traços sobreviventes da cultura indígena, africana e influências da colonização europeia.
          Contemplar as riquezas culturais do Vale do Jequitinhonha é comungar das ambiências, da historicidade dessa gente; é sentir o clima semiárido e se ver como parte do meio; é sentir o calor humano, é olhar a fé daquela senhorinha que se ajoelha todo santo dia para pedir bênçãos a Deus para que sua família não sofra com a falta de oportunidades; é sentir o calor do abraço da mãe que recebe seu filho depois de anos fora de casa, é sentir o acolhimento quando recebem em suas casas, visitantes para as festas tradicionais.
          Conhecer a cultura dessa gente é respeitar o tempo, o espaço e os anseios do povo desta região.
          As histórias estão no assoalho da madeira sujo de picumã- fumaça de fogão à lenha, a história está na roda de fiar jogada no paiol, a história está na gamela onde eram amassados quilos e mais quilos de goma escaldada para fazer biscoito; sim, a história está nas chaves e cadeados das portas grandes, está na imagem do padroeiro que protege as casas simplórias, porém aconchegante, que a família cuida com tanto zelo.
          Os relatos da vida cotidiana estampam os poemas trazidos neste livreto. Os poemas estão no humilde café na casa do homem do campo; os poemas estão nas mãos calejadas, na devoção e na dedicação do povo em manter viva a tradição herdada de seus antepassados. “A história somos todos nós”. 
Texto e fotografias de Ernani Calazans, artista plástico e professor no IFNMG em Araçuaí MG

sábado, 24 de junho de 2017

Conheça a Pedra da Boca

(Por Arnaldo Silva) Quem passa pela MGT-418, perto de Pedro Versiane, distrito de Teófilo Otoni MG, na região do Vale do Mucuri, na divisa com Ataleia MG, se impressiona com a impactante beleza de um Insilberg conhecido por Pedra da Boca. O enorme maciço rochoso é um afloramento monolítico em forma de cúpula, com 1005 metros de altura em seu cume, lembra uma baleia. 
          Uma fenda frontal, aberta a milhares de anos, lembra uma boca, por isso o nome. Tem formato de uma grande baleia, sendo que a fenda frontal em formato de uma boca deu origem ao nome da pedra. Possui 970 m de altura. 
          Não é apenas a beleza da Pedra da Boca que impressiona e atrai turistas para o local, mas também a aventura de escalar a montanha, por isso, cada dia mais percebe-se a presença de amantes de esportes radicais na região. Chegar ao topo, é chegar ao ápice, a da região nos quase mil metros de altura da Pedra da Boca é impressionante.
          No Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce, são comuns esses tipos de afloramentos monolíticos, formando paisagens belíssimas nessas regiões. São afloramentos, que segundo a geologia, é uma exposição de uma rocha na superfície da Terra, que se formam ao longo de milhões de anos por erosão do solo e em alguns casos, por ação do homem, por exemplo, na abertura de estradas ou exploração de pedreiras, mas em sua maioria, são fenômenos naturais.
          Esses afloramentos monolíticos são muito importantes e estudados pela geologia com análises sobre sua idade, composições mineralógicas e químicas, além de poderem fazer mapas geológicos dos tipos de afloramentos existentes nessas regiões, sua extensão, dentre outros estudos. (As fotografias dessa edição são de autoria de Dinho Santos, enviadas pela Cibelle Viana)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Pedra Azul: a princesinha do sertão

(Por Arnaldo Silva) A histórica cidade de Pedra Azul, conta atualmente com cerca de 25 mil habitantes. É uma das mais importantes cidades do Vale do Jequitinhonha e de Minas Gerais, por sua história, cultura, tradição e arquitetura. Faz limites com os municípios de Medina, Almenara, Jequitinhonha, Divisa Alegre, Águas Vermelhas, Cachoeira do Pajeú e Divisópolis. Está a 720 km distante de Belo Horizonte.
          Conhecida como a Princesinha do Sertão, Pedra Azul teve sua origem no século XIX, com a criação de um pequeno povoado, denominado Fortaleza. Em 1911 foi elevado à vila, pertencente a Salinas, sendo emancipada em 1925, com o nome de Fortaleza. Por existir uma lei à época que proibia cidades com nomes idênticos, Fortaleza, a capital do Ceará, teve que mudar. Foi Nelson de Faria, imortal da Academia Mineira de Letras sugeriu o nome Pedra Azul. (na foto acima de Leôncio Lima/@oruamamil, com imagem editada por Andrea Lima/@andrealima_fotografa)
          Na década de 1920, águas-marinhas começaram a ser encontradas no município. As pedras preciosas tinham a cor azul. Por isso a sugestão, Pedra Azul, sendo aprovado o nome pela população em plebiscito em 1943, quando Fortaleza, passou a se chamar oficialmente Pedra Azul. (na foto acima de Thelmo Lins, vista parcial da cidade)
          O patrimônio histórico de Pedra Azul é valioso e diferente das demais cidades históricas mineiras, de arquitetura colonial e barroca. A arquitetura de Pedra Azul foi formada no início do século XX, caracterizada como eclética. (na foto acima e abaixo do Thelmo Lins, percebe-se os casarões coloniais e sobrados em estilo eclético de Pedra Azul)
          A expressão eclética é referente ao estilo adotado pelos arquitetos do fim do século XIX para o início do século XX. Seria a mistura de traços arquitetônicos do passado com estilos modernos, do século 20. Essa mistura de estilos deu a Pedra Azul, casarões com arquitetura magnífica, que chama a atenção pela riqueza nos detalhes.
          A cultura pedra-azulense vai além dos traços arquitetônicos do século 20. Andando pela cidade, podemos ver o requinte dos casarões e seus mobiliários de época bem preservados, bem como casinhas mais simples, quase todas com fogão a lenha. (na foto acima da Andréa Lima, vista noturna da cidade, com destaque em tom verde para a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e abaixo, paisagem rural da cidade, de autoria de André Lima)
          Logo pela manhã, é possível ver a fumaça dos fogões saindo pelas chaminés. Tem café, tem broa, tem biscoito, tem a comida mineira e outras típicas do Vale do Jequitinhonha, saindo dos fogões. 
          Em termos de culinária, a gastronomia de Pedra Azul é tão rica quanto seu patrimônio histórico. O mel, o requeijão, a manteiga caipira, o óleo de pequi, as farinhas de mandioca, beiju, tapioca, o biscoito espremido, o mingau de milho, doces de frutas, pimentas e outros produtos são famosos na região. Destaque também para a produção de cachaça, considerada uma das melhores do Brasil e para o Queijo Cabacinha.
          O Queijo Cabacinha tem sua origem no Vale do Jequitinhonha. Produzido na região desde o século XVIII, é a maior expressão gastronômica de Pedra Azul e uma das identidades do Jequitinhonha. Embora seja um queijo genuinamente mineiro, o Cabacinha tem origem no Caccio Cavalo italiano, um queijo de massa filada, com consistência bem firme e sabor que lembra o provolone. 
          Seu nome tem origem na forma de sua cura, quando são amarrados com barbantes e pendurados em pares, dando a impressão de estarem sobre uma cela de um cavalo.
           Em Minas Gerais, o estilo do queijo foi adaptado ao nosso clima, tradição e feito de modo totalmente artesanal, com leite cru, de vaca mas com a diferença que em Minas, o formato do queijo lembra uma cabacinha e não a sela de um cavalo. (fotografia acima de Andrea Lima/@andrealima_fotografa)
          Depois que o queijo passa pelo processo artesanal de produção, desde a ordenha, ao preparo da massa, que é moldada a mão, em forma de cabaça. Em seguida, vai para a salmora. Por fim, é amarrado com barbante e pendurado em grades.
          Com o passar das horas, vai adquirindo firmeza e ficando no formato, que lembra uma cabaça. Por isso o nome, Cabacinha. (na foto acima de Sila Moura)
          Segundo a Emater, em Pedra Azul são mais de 150 produtores do Queijo Cabacinha. Além de Pedra Azul, as cidades de Medina, Cachoeira do Pageú, Comercinho e Itaobim, formam uma região queijeira, produtora do queijo Cabacinha, reconhecida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (Ima), através da Portaria de número 1403, de 10 de maio de 2014. Além dessas cidades, reconhecidas pelo Ima como produtoras deste tipo de queijo mineiro, outras tantas cidades na região e Norte de Minas, também produzem o Queijo Cabacinha.
 
          
O povo de Pedra Azul é bem simples e humilde, com as características cativantes de todo povo mineiro. Orgulham-se de sua cidade, de serem do Vale e de suas manifestações culturais, entre elas o Boi de Janeiro ou Maria Tereza (na foto acima de Thelmo Lins), manifestação cultural que acontece nos primeiros dias de janeiro.
          Nesse festejo, os moradores montam uma enorme boneca chamada de Maria Tereza e um enorme boi e saem pelas ruas da cidade cantando e tocando músicas regionais, com tambores e flautas. O povo segue o boi e a Maria Tereza até a Praça do Vandaral. É um dos mais importantes espetáculos da cultura popular mineira.(na foto abaixo de Thelmo Lins) e a Maria Tereza até a Praça do Vandaral. É um dos mais importantes espetáculos da cultura popular mineira.
          Em junho o destaque na cidade são os festejos juninos. Uma tradição fortíssima, não só em Pedra Azul, mas em todo o Vale do Jequitinhonha.
          Todos os anos acontece na região o Festivale, cada ano em uma cidade diferente, com apresentações de grupos folclóricos, feira de artesanato, festivais de música e shows com artistas locais. O talento do povo do Vale é revelado durante o Festivale.
          Pedra Azul, como todo o Vale do Jequitinhonha, se destaca na arte. Artesãos, artistas plásticos, filhos ilustres e grandes artistas como Murilo Antunes, Saulo Laranjeiras e Paulinho Pedra Azul, se destacam no cenário nacional.
          Acontece ainda na cidade eventos esportivos como corrida de Mountaim Bike e eventos agropecuários no Parque de Exposições Getúlio Vargas.
          Em termos de turismo, o município é um dos destaques em Minas Gerais, não apenas pelo seu conjunto arquitetônico, tombado em sua totalidade, mas pelas espetaculares formações rochosas (na foto acima de Thelmo Lins) como a Pedra Cabeça Torta, mesmo distante 10 km da cidade, pode ser vista já que é o ponto mais alto do município.
          A Pedra da Conceição oferece uma ampla vista do entorno. Uma escadaria com 523 degraus foi construída para facilitar a subida até o topo (foto acima de Thelmo Lins). A Pedra da Montanha é outro atrativo, já que permite uma ampla vista da cidade e até de outras em redor. Tem ainda as, Pedra da Rocinha e Toca dos Caboclos com acesso mais fácil e com o privilégio de poder apreciar pinturas rupestres.
          Pedra Azul de espera para uma visita. Venha conhecer!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Cachoeira do Tempo Perdido


(Por Arnaldo Silva) Em Capivari, distrito da cidade de Serro, a 331 km de Belo Horizonte na Região do Alto Jequitinhonha, bem perto de Diamantina MG, encontra-se uma fantástica obra da natureza que encanta os moradores da região e atrai visitantes de toda Minas: a Cachoeira do Tempo Perdido.
          Quem achar que vai perder tempo está totalmente enganado, pois tomar um banho nas águas da Cachoeira do Tempo Perdido é um ganho de tempo, de energia, de contato pela com a natureza. Vale a pena. (fotografia acima de Nacip Gômez)
         A cachoeira tem uma queda de 25 metros e um grande poço, sem pedras e propício a banho.
          Local agradável. água limpa, com areia branca ao seu redor dando um toque todo especial ao ambiente, podendo o visitante pegar um solzinho, deitado na macia, branquíssima, que forma uma linda praia pluvial. (fotografia acima e abaixo de Nacip Gômez)
          A Cachoeira do Tempo perdido permite ainda ver sua queda por um espaço fundo entre as rochas. Sentar sobre as pedras e ficar atrás contemplando a beleza da queda d´água e ouvindo o barulho da água é uma experiência extremamente relaxante e confortante. É uma suave música que acalma a alma.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

As cidades do Vale do Mucuri

(Por Arnaldo Silva) O Vale do Mucuri, a Leste de Minas Gerais, é uma região que tem como base em sua economia a agricultura e pecuária, sendo ainda rica em pedras preciosas, culinária, artesanato e folclore. É na região que acontece as melhores Festas Juninas de Minas, destacando os municípios de Pavão e Teófilo Otoni. As belezas naturais, como as formações rochosas que "brotam" da terra, estão presentes em toda a região, como podem ver na foto acima do Sérgio Mourão, em Ladainha MG
          A culinária é tipicamente mineira, se destacando na região a cidade de Itaipé, que produz licores finos, feitos com frutas nativas do Cerrado e também com chocolate e outros produtos, como podem ver na foto acima do Arnaldo Silva. 
          Em Teófilo Otoni, a Serra da Farinha é um lindo atrativo local, dela é possível se ver toda a cidade e apreciar o vale. Na área central da Capital Mundial das Pedras Preciosas (na foto acima do Nilson Lages, uma das várias lojas de pedras preciosas na cidade), uma encantadora área verde é ponto de encontro de famílias, banca de jornais, descanso e conhecer e comprar pedras preciosas da região. É a Praça Tiradentes, que tem ainda, nas copas das árvores, famílias de bichos-preguiça, que atraem a curiosidade das crianças. 
          Já em Nanuque (na foto acima de Sérgio Mourão), a aventura pelo Rio Mucuri, uma ótima opção de lazer e prática de esportes, sendo muito procurados por praticantes de canoagem. Além desse esporte, os nanuquenses tem ainda a Pedra do Fritz, na Serra dos Aimorés. Seu pico está a 800 metros de altura, alugar preferido pelos amantes de voo livre e outros esportes radicais. Já na cidade, tem a Lagoa dos Namorados, belas praças, um variado comércio com boas lojas, pousadas e hotéis aconchegantes, bons restaurantes e a Pedra do Bueno, muito procurado para quem gosta de assistir o espetáculo do pôr do sol. 
          Outra bela cidade na região é Ladainha, com suas belezas naturais de impressionar como a Pedra Marta Rocha (na foto acima de Sérgio Mourão) e ainda cachoeiras. 
          Já Carlos Chagas, tem como tem como cartão de visitas a Pedra da Baleia e a famosa Pedra da Boca, vista por quem passa pela BR-418. Difícil mesmo é não parar para contemplar essa maravilha da natureza. (fotografia acima do Evânio Cerqueira) A cidade é ainda a Capital do Boi, detendo um dos maiores rebanhos bovinos de Minas Gerais, tanto na pecuária leiteira, quanto a de corte, sendo referência no Brasil em tecnologia em transferência embrionária. 
          As cidades do Vale do Mucuri são belas, singelas e aconchegantes, como Pavão (na foto acima do Sérgio Mourão) Além de belezas naturais e impressionantes formações rochosas, tem a culinária típica mineira, produção caseira de queijos e doces como destaque, além de promover uma das mais espetaculares e concorridas festas juninas de Minas Gerais.
          Em Catuji os destaques são suas belezas naturais, como cachoeiras e formações rochosas como a Pedra do Chifre. Na economia se destacam pequenos comércios, cultivo de eucalipto, pecuária de corte e leiteira, além da produção artesanal de queijos e doces, bem as famosas quitandas feitas em forno de barro. A cidade é pacata, seu povo é tranquilo, hospitaleiro.
          No Vale do Mucuri, exatamente no Rio Mucuri, em Ladainha, a Ilha dos Caras, uma charmosa pousada, é um destaque interessante, bem no meio do rio, lembrando uma pequena ilha. (na foto acima do Sérgio Mourão a Ilha dos Caras e abaixo, Praça Central da cidade)
          A cidade em si é puro charme, com pouco mais de 20 mil habitantes. Possui belas praças, casario eclético, pousadas e hotéis aconchegantes, bons restaurantes, além de um povo muito hospitaleiro e gentil. Outro destaque é sua vasta natureza preservadas no município, com belíssimas cachoeiras, além da beleza do Rio Mucuri, as formações rochosas, sendo a Pedra da Marta Rocha, mostrada no topo, vista de toda a cidade, um de seus maiores atrativos. 
          Um dos grandes destaques, não só do Vale do Mucuri, mas de Minas, é Teófilo Otoni, (na foto acima do Sérgio Mourão). Famosa no mundo inteiro por suas pedras preciosas, a cidade que tem cerca de 145 mil habitantes, é reconhecida como a "Capital Mundial das Pedras Preciosas" 
          Além das pedras preciosas, a cidade se destaca pela presença de imigrantes, em especial alemães, que deixaram sua marca na cidade, sendo homenageados em monumento instalado na Praça Germânica. 
          Tem ainda vários casarões e sobrados em estilo colonial e eclético, do início do século XX, bem belas igrejas, praças charmosas, se destacando ainda por suas festas juninas, uma das maiores do interior mineiro, a Festa da Descendência Alemã, além de organizar a Feira Internacional de Pedras Preciosas, trazendo para Minas Gerais, turistas e empresários do ramo, de todo o mundo. 
          Uma das mais charmosas cidades da região é Poté (na foto acima de Sérgio Mourão). A cidade se destaca na agropecuária, em destaque para o café, produtos artesanais como queijos, doces e licores, além de seu subsolo, rico em calcário, metais preciosos como jazidas de água-marinha, topázio, berilo, dentre outros. Na parte urbana, o monumento ao Senhor do Bom Jesus de Poté, com 17 metros é um dos seus destaques, além do monumento em homenagem a população indígena das etnias Botocudos e Potenis, que habitavam a região antes da chegada dos portugueses, além de belas praças, um singelo casario e belas igrejas.
          Uma tranquila, pacata e atraente cidade, com cerca de 5 mil moradores, cuja economia gira em torno de pequenos comércios, do artesanato, produtos artesanais rurais e da agropecuária. Essa é Bertópolis, cidade com um povo bom, hospitaleiro e muito trabalhador (na foto acima do Sérgio Mourão). Cidade de grande tradição religiosa, tem como destaque sua famosa festa de São João, o padroeiro da cidade, realizada em junho com dança, barraquinhas com comidas típicas, quadrilhas, que atraem gente de toda a região, inclusive do Brasil e até de outros países. Nisso dá para perceber a grandeza que é a Festa de São João em Bertópolis.
          Além das cidades citadas na matéria, Teófilo Otoni, Pavão, Nanuque, Poté, Ladainha, Carlos Chagas, Itaipé e Bertópolis, a região do Vale do Mucuri é formada ainda pelos municípios de Malacacheta, Ataleia, Frei Gaspar, Águas Formosas, Crisólita, Umburatiba, Catuji, com suas belezas naturais,  do  Novo Oriente de Minas, Fronteira dos Vales, Santa Helena de Minas, Franciscópolis, Ouro Verde de Minas, Setubinha, Machacalis e Serra dos Aimorés, todas cidades charmosas, com tradições religiosas e folclóricas seculares, além de uma rica culinária e belezas naturais com formações rochosas (como a da foto acima do Sérgio Mourão em Carlos Chagas) que afloraram da terra a milhões de anos, que impressionam pela imponência e beleza. 

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