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terça-feira, 5 de julho de 2022

O menor município do Brasil em extensão territorial

(Por Arnaldo Silva) Com cerca 8.100 habitantes, a pacata e atraente cidade de Santa Cruz de Minas está a 180 km distante de Belo Horizonte. Faz divisa com Tiradentes e São João Del, no Campo das Vertentes.
          Embora seja um município jovem, a história de Santa Cru de Minas começou no século XVIII, durante o Ciclo do Ouro. Mas não era o metal precioso que deu origem ao povoamento da cidade e sim o beneficiamento de areia de quartzo e beneficiamento de cal. Esses dois segmentos, foram os dois pilares da economia local desde sua origem. (fotografia acima e abaixo de César Reis)
          Entre a imponente Serra de São José, o pequeno povoado crescia devagar, mas no século XX, seu crescimento aumentou, o vilarejo elevado a distrito em 1962, subordinado a Tiradentes MG, para finalmente ser elevado a cidade emancipada em 21/12/1995.
Estrutura
          A cidade oferece uma boa qualidade de vida a seus moradores. Possui boa estrutura urbana com um belo e charmoso casario, sua bela matriz de São Sebastião, praças charmosas, biblioteca municipal, clubes recreativos, ginásios poliesportivos, corporações musicais e eventos populares e religiosos tradicionais, além da bela Matriz de São Sebastião (na foto acima da Alexa Silva/@alexa.r.silva). 
          Além disso, conta com um setor de prestação de serviços de boa qualidade, comercio variado, hotéis, pousadas e restaurantes de boa qualidade, pequenas indústrias familiares, lojas de diversas, principalmente de artesanatos, além da cidade ser tranquila e bastante atraente.
          Em Santa Cruz de Minas está a Cachoeira Bom Despacho, na Serra de São José, uma das mais belas serras e cachoeiras de Minas, respectivamente, além da cidade se destacar pela qualidade do seu artesanato em metal, ferro, cerâmica, fibra, madeira, madeira de demolição e materiais recicláveis. (na foto acima de Marcelo Melo, a Cachoeira de São José)
          O artesanato que feitos pelas mãos dos artesãos e artesãs santa-cruzenses é reconhecido como um dos melhores de Minas Gerais e um dos atrativos turísticos da cidade. Boa parte do artesanato comercializado em São João Del Rei e Tiradentes, são feitos em Santa Cruz de Minas. (fotografia acima de Arnaldo Silva)

Curiosidades de Santa Cruz de Minas
          A pequena cidade é marcada por 3 curiosidades únicas.
          A cidade faz parte da Estrada Real e os tótens espalhadas pelos 1600 km de extensão da Estrada Real podem ser vistos na cidade, sendo um desses tótens, especial. 
          É em Santa Cruz de Minas que está o marco zero da famosa rota histórica. (na foto acima da Alexa Silva/@alexa.r.silva)
          Santa Cruz de Minas é o único município do Brasil onde a população é 100% urbana. Sua área rural é praticamente inexistente.

          Isso se deve a outro fato curioso. Santa Cruz de Minas é o menor município do Brasil em extensão territorial. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a faixa de terra que forma o município tem área territorial de 3,565 km².
          Santa Cruz de Minas é o menor em termos de tamanho territorial. Em número de habitantes, não. O menor município do Brasil em número de habitantes é também mineiro. É serra da Saudade com apenas 771 habitantes, mas com área territorial de 335,659 km², cerca de 95 vezes maior que a extensão territorial de Santa Cruz de Minas.
          Visite o menor município de Minas Gerais. Em Santa Cruz de Minas (na foto acima de César Reis)  tem cultura, história, gastronomia e um dos mais valiosos e bem acabados artesanatos do Brasil.

sábado, 9 de abril de 2022

Carrancas: cidade das serras e das cachoeiras

(Por Arnaldo Silva) Quem acompanha novelas, deve se lembrar de grandes sucessos como O Fim do Mundo (1996), América (2005), Alma Gêmea (2006), A Favorita (2008), Paraíso (2009), Amor Eterno (2012), Império (2014), Orgulho e Paixão (2018) e Espelho da Vida (2018). Foram grandes produções da TV brasileira, tendo em comum as belíssimas paisagens de Carrancas, nas Vertentes de Minas Gerais, município mineiro famoso por suas paradisíacas cachoeiras e paisagens espetaculares.
          Isso mesmo, Carrancas MG é cenário natural de filmes, novelas e minisséries e documentários. (fotografia acima de John Brandão - In Memoriam)
          As belezas de Carrancas estiveram em evidências na recente reprise da novela Império, da Rede Globo. Embora a trama tenha como tema o Monte Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, no Norte do país, mas as paisagens que o Brasil inteiro viu, são mineiras.
          As paisagens exibidas na novela como sendo na região do Monte Roraima, na verdade, foram gravadas na Chapada do Abanador, na cidade vizinha de Minduri MG, no Sul de Minas (na foto acima de Rildo Silveira). As cavernas onde várias cenas desta novela foram feitas, foram filmadas em Cordisburgo/MG. Já as cenas com belas paisagens naturais, serras e cachoeiras vistas na novela, foram em Carrancas MG.
A preferência por Carrancas
          A preferência das redes de TVs e produtoras de cinemas por Carrancas, é por causa de suas mais de 70 cachoeiras, com águas limpas e cristalinas, além de suas belezas naturais únicas no Brasil. É um cenário perfeito, romântico, idílico, refrescante e poético. (na foto acima de Jerez Costa, a Cachoeira da Fumaça)
          A cidade fica a 280 km de Belo Horizonte e faz divisa com os municípios de Itutinga, Luminárias, Nazareno e São João Del Rei, Tiradentes e Lavras, no Campo das Vertentes e com Minduri, São Vicente de Minas e Cruzília, no Sul de Minas. Carrancas faz parte da Estrada Real.
A cidade de Carrancas
          Além de charmosa, atraente, a cidade oferece uma boa qualidade de vida aos seus poucos mais de 4 mil habitantes, além de contar com uma boa estrutura urbana, principalmente em sua rede hoteleira e gastronômica.
          A estrutura urbana da cidade como lojas, restaurantes, hotéis, pousadas, bares, cafés, sorveterias e lanchonetes, foram investimentos feitos por empreendedores locais e boa parte, por pessoas vindas de outras cidades mineiras e até de outros estados. Vem à cidade, se encantam com Carrancas e trocam a agitação das grandes cidades, pela tranquilidade que Carrancas oferece, além de investirem em negócios próprios. (na foto acima de Giseli Jorge, a Praça da Matriz de Carrancas)
          Cidade turística com grande potencial de crescimento, além de famosa, atrai também investimentos nessa área e vem melhorando a cada dia, em termos de estrutura turística.
A Terra das Cachoeiras
          O segundo nome de Carrancas é Terra das Cachoeiras e não é por menos. Tem cidades mineiras e brasileiras com até o dobro de cachoeiras de Carrancas, mas iguais em beleza, não tem.
Em Carrancas, as cachoeiras e paisagens são de extasiar!
São cerca de 70 cachoeiras, divididas em complexos de cachoeiras como Complexo da Ponte, o Complexo da Toca, Complexo da Vargem Grande, Complexo do Tira-Prosa, o Complexo do Grão Mogol, o Complexo da Fumaça e o Complexo da Zilda. (na foto acima de Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe, a Cachoeira da Esmeralda e abaixo, de Fabrício Cândido, pequenas quedas d´águas e poços de águas cristalinas)
          Estes últimos, da Fumaça e da Zilda, são os mais procurados. O primeiro está bem próximo ao centro da cidade e o segundo, 12 km de distância.
          Quem pensa em cachoeiras e belezas naturais únicas, procura Carrancas. Cenários e recursos naturais presentes em Carrancas, não tem igual no Brasil. Tantas cidades belas pelo Brasil, com paisagens incríveis, Carrancas se destaca na preferência, simplesmente porque são paisagens diferenciadas, sem igual no Brasil, que impressionam e encantam.

Outros atrativos de Carrancas
          Carrancas está a 1052 metros de altitude, acima do nível do mar, além de estar em uma região de planalto. Isso faz com que brumas e chuvas, sejam constantes na região, o que torna a paisagem mais idílica e poética. (fotografia acima de Marselha Rufino)
          A cidade conta com guias especializados. Assim, os turistas podem conhecer melhor e aproveitar mais as belezas de Carrancas, já que são muitas cachoeiras, serras e paisagens para conhecer. Vale ressaltar que boa parte dos atrativos naturais de Carrancas estão em propriedades particulares, com isso, cobra-se em dinheiro vivo, para entrar.
          As belezas de Carrancas não se concentram apenas em suas paisagens e cachoeiras. A cidade também é bela, muito bem cuidada e com atrativos. Um desses atrativos é a Praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição. (na fotografia acima de Thelmo Lins)
          A igreja teve sua construção iniciada em 1721, no século XVIII. Feita por mãos escravas, foram usadas em sua estrutura pedras de quartzito, abundante na região. Essas pedras podem pesar até 1 tonelada. 
          Imaginem o trabalho que deu aos escravos sobrepor pedra sobre pedra, no início do século XVIII.
          Pinturas interiores, esculturas e altares da Matriz foram feitas no estilo barroco e rococó, por Joaquim José da Natividade, o Mestre Natividade, um dos discípulos de Antônio Francisco Lisboa, o Mestre Aleijadinho. (na fotografia acima de Thelmo Lins)
          Em Carrancas tem um centro de artesanato, com obras de artesãos locais e também, lojas de artesanato com peças de vários artesãos mineiros e de outros estados, como o Quintal das Artes. São peças muito bem feitas e bem trabalhadas, como podem ver na fotografia do Thelmo Lins, de trabalhos do artesão João Alves, de Taiobeiras, disponível no Quintal das Artes. 
          Uma lembrança boa da cidade para os turistas. Tem a Curupira, uma livraria e papelaria, onde encontra-se ainda, brinquedos artesanais.
          Além disso, os moradores de Carrancas cuidam de sua cidade. As ruas são limpas, muitas delas com jardins com hortênsias por exemplo. Os moradores plantam e cuidam dos jardins, com isso, melhoram a qualidade de vida, além de tornar Carrancas mais bela e atraente.

sábado, 11 de setembro de 2021

A igreja, o Rosário gigante e o presépio de pedras

(Por Arnaldo Silva) A pequena, charmosa, pacata e acolhedora cidade de Coronel Xavier Chaves, está a 174 km distante de Belo Horizonte. A cidade conta com cerca de 3500 habitantes e faz divisa com os municípios de São João Del Rei, Ritápolis, Resende Costa, Prados, Tiradentes e Lagoa Dourada, na região do Campo das Vertentes. 
          O povoamento de Coronel Xavier Chaves, começou a partir de 1700, no século XVIII, com a chegada de famílias à região, para a formação de fazendas. (na foto acima de Sônia Fraga, a Igreja do Rosário e os dois rosários, em pedra-sabão)
          Na última década do século XIX, chegou à região, o Coronel Francisco Rodrigues Xavier Chaves, vindo de Lagoa Dourada MG, casado com Joana de Mendonça Chaves, para tomar posse da Fazenda Mosquito, pertencente à família de sua esposa.
          Com o passar do tempo, o Coronel dividiu a fazenda entre os filhos, com uma parte sendo dividida em lotes, para construção de igreja e casas, para abrigar seus familiares, amigos, trabalhadores de sua fazenda, escravos e padres. Eram 20 casas, com ruas e traçados planejados. (na foto acima de Fabrício Cândido, vista parcial de Coronel Xavier Chaves)
          Foi a partir dessa vila, construída pelo Coronel Xavier Chaves, que surgiu a cidade, que hoje, leva seu nome. Uma cidade que nasceu planejada.
          O casario da Vila pertenceu à família do Coronel Xavier Chaves até 1912, quando o vilarejo foi elevado a distrito, subordinado a Tiradentes MG, com o nome de São Francisco Xavier. (na foto acima de Sônia Fraga, detalhes de um casarão na cidade)
          Em 1943, os moradores pediram a mudança de nome do distrito para Canoas e foram atendidos. Num erro de grafia no edital oficial de mudança de nome, ao invés de Canoas, foi escrito, no edital oficial, Coroas. 
          O nome se popularizou e ficou, Coroas, até 1962, quando o distrito foi emancipado e elevado à cidade, em 30/12/1962, pela Lei 2764, mudando o nome de Coroas para Coronel Xavier Chaves, em homenagem ao seu povoador. (na foto acima de Marcelo Melo, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição)
          Mesmo assim, até os dias de hoje, a cidade é carinhosamente chamada de Coroas por seus moradores mais antigos.
Igreja e o Rosário de Pedra
          Além de seu casario histórico, de suas belezas arquitetônicas como a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, do seu artesanato, famoso no Brasil, da tradição na produção artesanal de cachaças, com os rústicos e tradicionais alambiques e produção de queijos e doces artesanais, uma construção chama a atenção. É a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (na foto acima de Sônia Fraga).
          A pequena igreja, lembra uma construção medieval. Charmosa, singela, delicada e única. Foi construída toda em pedra granitina e granito pobre, comum na região. Obra feita pelos escravos, que trabalhavam na Fazenda Mosquito, do Coronel Xavier Chaves.
          Pouco se sabe sobre a construção da Igreja ou o tempo que levou para ser concluída. Sabe-se que seu início é datado em pedra, com o ano de 1717. 
          A devoção à Nossa Senhora do Rosário, era comum entre os escravos e eles mesmos, construíam suas igrejas, com recursos próprios, associando-se em irmandades. Era permitido pelos Senhores de Escravos e comum no período da Escravidão, as irmandades construírem igrejas, em honra a seus santos de devoção, como Santa Efigênia, São Benedito e principalmente, Nossa Senhora do Rosário. (na foto acima de Marcelo Melo, ao lado de um dos rosários em pedra-sabão, um presépio, também em pedras, é outro atrativo na Igreja do Rosário)
          A igrejinha de Coronel Xavier Chaves é toda em pedra, aparente, inclusive, em seu interior. A Igreja é hoje um dos mais belos símbolos da arquitetura religiosa mineira e da fé em Nossa Senhora do Rosário, muito amada pelos escravos.
          Além da beleza da igreja, uma pia em pedra sabão, onde os moradores, visitantes e ciclistas, se refrescam com a água que jorra da pia, tem um presépio em pedras e dois imensos rosários, esculpidos em pedra sabão, nas duas laterais da igreja, que é cercada por uma pequena murada de pedras. 
          O Rosário é um dos símbolos da fé em Nossa Senhora, expressada pelos escravos e em pedra sabão, além de arte e beleza única, os dois rosários são atrativos a mais para os visitantes conhecerem e contemplar a beleza da arte mineira e a simplicidade da fé do nosso povo, em especial, dos negros escravos, que encontravam em Nossa Senhora do Rosário, conforto e alívio pela dura vida que viviam nas senzalas das fazendas mineiras.
Coronel Xavier Chaves, a antiga Coroas, é uma cidade rica em histórica, em culinária, arquitetura colonial, com destaque para suas fazendas centenárias, bem como, cheia de belezas naturais. (na foto acima de Sônia Fraga, um dos rosários em pedra-sabão ao lado da igreja)
           A cidade possui uma ótima estrutura urbana. Seu povo é acolhedor e hospitaleiro. Vale a pena conhecê-la. 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Luminárias: história, turismo e culinária

(Por Carlos Alberto Eugênio Júnior) Localizada na região do Campo das Vertentes, Luminárias é uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, atualmente, o município possui uma população estimada em 5.500 pessoas (IBGE 2020). 
          A cidade se encontra na Região do Campo das Vertentes, a cerca de 303 km de Belo Horizonte. Faz divisa com os municípios de Ingaí, Carmo da Cachoeira, São Bento Abade, São Tomé das Letras, Carrancas, Itutinga, Cruzília e Três Corações. A rota mais comum até Luminárias consiste em pegar a BR-381 até Lavras e de lá seguir pela rodovia MG-Lavras/Luminárias. (na foto acima, vista aérea de Luminárias: Prefeitura Municipal/Divulgação)
          Os antigos mapas da região apontam a Serra das Luminárias e o Ribeirão das Luminárias como importantes referências quanto à localização da comunidade luminarense, nome que, por sua vez, possui sua origem na famosa narrativa a respeito da aparição dos misteriosos pontos luminosos na Serra das Luminárias (na foto acima, arquivo Prefeitura Municipal). 
          A comunidade luminarense se consolidou a partir da metade do século XVIII, quando Maria José do Espírito Santo (Matriarca luminarense) permitiu a construção da Capela do Carmo (na foto acima de Márcio Flávio) em um terreno de sua propriedade (Fazenda das Luminárias, 1794). Atualmente a Capela do Carmo é carinhosamente chamada de “Igreja Velha” e recebe as celebrações católicas do município.
          Em 1840 se criou o Distrito de Luminárias pela lei 167/1840, já em 14 de novembro de 1873 foi criada a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo das Luminárias. 
          A denominação “Luminárias” foi instituída em 01/01/1926, suprimindo “Carmo das” e estabelecendo apenas “Luminárias” como nome oficial do Distrito. E, finalmente, em 1949, Luminárias saiu da condição de Distrito e passou a ser um município emancipado. 
          Nessa época outro fato interessante, narrado em Memórias Iluminadas (Gonçalves e Morais, 2008, p. 68), que chama a atenção, foi a tentativa de retirar "Luminárias" do nome da cidade. 
          Isso ocorreu na metade do século XX, na época foi criada uma comissão de cidadãos luminarenses que foram até Lavras e conseguiram evitar a perda do nome da cidade na justiça. O mais interessante é que nunca se soube ao certo o verdadeiro motivo para a tentativa de mudança da nomenclatura do município.
          Atualmente, Luminárias se apresenta como uma típica cidade do interior de Minas Gerais. Rodeada por Serras, Grutas, Rios e Cachoeiras, a cidade ainda guarda suas histórias e cultura.
À beira do Fogão
          A culinária luminarense se destaca pelos pratos típicos e pela diversidade. A cidade oferece além da típica comida no Fogão à lenha, pratos diferenciados e que promovem uma experiência incrível. Entre eles se destacam: o Macadame e Fruta-de-lobo (lobeira).
O Macadame
          O Macadame é um prato exclusivo de Luminárias, em Minas Gerais. Pesquisas realizadas nesse sentido mostraram que preparado da forma que fazemos aqui e com este nome, é uma singularidade “Luminarense”. (na foto acima da Prefeitura Municipal/Divulgação, o Macadame tradicional)
          O Macadame consiste no cozimento de vários ingredientes fáceis e cotidianos, no início o prato basicamente era composto de arroz, feijão e macarrão. Com o passar do tempo outros ingredientes foram acrescentados à receita, como carnes etc. 
          Essa mistura traz consigo memórias da infância, uma gama de sabores, cheiros e lembranças de um povo que constrói e reinventa sua própria história. 
          Em 2020 foi promovido no município o primeiro concurso de Preparo de Macadame em Luminárias, além valorizar e instituir o Macadame enquanto elemento importante da cultura local, o evento abriu espaços para várias cozinheiras e cozinheiros locais mostrarem a diversidade de interpretações de um prato típico sem se distanciar da receita tradicional. (na foto acima do Recanto Pé de Serra, onde normalmente se encontra o tradicional prato Macadame.
A lobeira
          Outra preciosidade da gastronomia luminarense é o preparo e consumo da lobeira (Solanun  lycorpapum) também conhecida por fruta-de-lobo e guarrambá. (na foto acima, arquivo da Prefeitura Municipal)
          Em tempos mais antigos a fruta da lobeira era considerada venenosa, e pouco apreciada pelas populações locais, contudo, atualmente sabemos que além de não possuir veneno trata-se de um alimento riquíssimo, sendo além de calmante, um alimento que combate a diabetes, epilepsia e hepatite “porém é um fruto laxativo se não preparado de forma correta, tem que estar maduro e serem retiradas as sementes antes de seu consumo”, afirma o Chef Idolo Giusti. 
          Em Luminárias, o consumo da Fruta-de-lobo é relatada por simples pescadores e aventureiros locais, e, atualmente, também pode ser encontrada na culinária do Chef Idolo Giusti (na foto acima, cozinhando na Estalagem Casarão da Barra/Foto arquivo Prefeitura Municipal) que prepara a fruta como um prato único e regional de áreas de cerrado acompanhados com costelinha ou em doces compotas e geleias, isso acompanha o conceito da típica comida mateira, utilizando ingredientes disponíveis na natureza e técnicas especiais. 
          Além da Fruta-de-lobo e do cardápio mateiro, também oferece Hidromel e Vinho artesanal, produzidos pelo chef , além da tradicional cachaça luminarense.
          Depois de conhecer e se deliciar com a gastronomia local, é possível conhecer as dezenas de patrimônios naturais e culturais de Luminárias. 
Atrativos de Luminárias
          Entre os patrimônios naturais se destacam as famosas cachoeiras da Pedra Furada (na fotografia acima de João Gilberto), Mandembe e Poço das Esmeraldas, Cachoeira da Serra Grande, o Pico do Gavião, o Pico da Asa Delta, a Serra das Luminárias, o Estreito do Inferno e o Pico do Cruzeiro (na fotografia abaixo de João Gilberto). 
          Entre os patrimônios históricos e culturais Luminárias ainda guarda verdadeiras pérolas, a Igreja Velha, a Casa da Cultura, as ruínas da Usina da Fumaça, o Mirante do Cristo e a Praça dos Expedicionários (na fotografia abaixo de João Gilberto). Nesta praça, uma escultura em homenagem aos seis heróis luminarenses que lutaram na Segunda Guerra Mundial (1939/1945).
          Para conhecer todas essas maravilhas, uma dica essencial é dar uma passadinha no Receptivo Turístico Municipal. Localizado na Praça Nossa Senhora do Carmo, o Receptivo funciona de Domingo a Domingo como um ponto de apoio e informação ao turista e ao luminarense. (na fotografia abaixo de autoria de Josias Felipe, a sinalização turística em Luminárias)
          Para maior segurança e otimização dos passeios é fundamental estar acompanhado de um guia/condutor local. A cidade possui diversas empresas e condutores devidamente qualificados capazes de promoverem uma experiência segura e mais completa em todos os nossos atrativos naturais e culturais. Vem viver Luminárias!

sábado, 19 de setembro de 2020

O Forno na Praça, o Ipê florido e os caminhos de São Tiago

(Por Arnaldo Silva) Conhecida como a Terra do Café com Biscoito, São Tiago é uma charmosa, atraente e acolhedora cidade mineira, no Campo das Vertentes. Conta atualmente com 11 mil habitantes e está distante 187 km de Belo Horizonte e a 1100 metros de altitude. Faz divisa com os municípios de Resende Costa, Ritápolis, Conceição da Barra de Minas, Nazareno e Oliveira. (na foto abaixo do Deividson Costa, o Forno na Praça: Espaço Café com Biscoito)
História
          Andando pelas ruas de São Tiago, percebe-se logo fumaças saindo das chaminés dos fogões à lenha e fornos nos quintais. Dá para sentir o cheiro suave dos mais de 60 tipos de biscoitos diferentes feitos no município e o aroma do café, coado em coador de pano. Os ouvidos mais aguçados poderão ouviu o tilintar das chamas do fogão e até o partir dos biscoitos, crocantes, inigualáveis, que só existem nessas terras. A arte de fazer quitandas está presente na cidade há 3 séculos. Receitas de família, guardadas por gerações.
          A história dos biscoitos em São Tiago, começa junto com a história da origem do município, por volta de 1708, quando da chegada das bandeiras, em busca de ouro na região. (foto acima do Deividson Costa) Não encontraram o metal precioso, mas deixaram a fé em São Tiago Maior e em Santana. Construíram uma pequena ermida, dedicada aos dois santos, tendo sido reconhecida pela Igreja, em 1761. 
          Em torno da singela ermida, surgiu um pequeno arraial que passou a ser local de pouso de tropeiros e viajantes que cruzavam o sertão das vertentes campos mineiros, levando mercadorias para abastecer as vilas e cidades durante o Ciclo do Ouro. As tropas paravam em Santa Rita de Ouro Preto, distrito de Ouro Preto hoje, e seguiam adiante, até o arraial de São Tiago.
          Uma viagem longa, cansativa, que necessitava de descanso e comida. Os moradores do pequeno arraial perceberam isso e começaram a preparar café, biscoitos, bolos, broas e outras guloseimas. Se alimentavam e quando partiam, levavam nas bagagens, mais quitandas. 
          A pequena ermida deu lugar a outra maior, erguida entre os anos de 1902 e 1922, na Praça Gabriel Passos. No altar-mor, São Tiago Maior, ladeado por Santana, à esquerda e São José, à direita e ainda uma pequena imagem de São Tiago, esculpida em madeira, vinda da Espanha. A ornamentação do interior da Matriz conta com singelos detalhes da arte sacra, numa perfeita harmonia, proporcionando um ar de paz e leveza aos seus frequentadores. (foto da Matriz, de Deividson Costa)
          Mesmo com o fim das tropas, as quitandas nunca deixaram de existir na cidade. Os bandeirantes não encontraram ouro, mas deixaram uma riqueza enorme para as famílias do pequeno arraial, que prevalece até os dias de hoje que é a vocação dos são-tiaguenses na arte de fazer café e biscoitos. 
          Há mais de 300 anos São Tiago vive e respira biscoitos. O pequeno arraial, cresceu, prosperou e se desenvolveu em torno da pequena ermida e dos fornos de barro. Em 1849, o arraial é elevado à distrito e finalmente, em 1948, à cidade emancipada. (foto acima de Deividson Costa)
São Tiago hoje
          Hoje, São Tiago é um dos mais tradicionais e importantes municípios mineiros, graças a tradição dos biscoitos. Todos os anos, a cidade realizada uma das mais importantes festas gastronômicas do Brasil, que é a Festa do Café com Biscoito de São Tiago. O evento acontece sempre no segundo fim de semana do mês de setembro. A festa é hoje Patrimônio Imaterial do município e recebe entre 50 a 70 mil turistas, durante os dias de festa.

          A tradição dos biscoitos artesanais é preservada nos quintais da cidade e zona rural, além dezenas de indústrias de biscoitos, que produzem dezenas de tipos de biscoitos diferentes, com diferentes sabores e para todos os gostos. (Variedades de biscoitos no Forno da Praça, na foto do Deividson Costa) 
          E o mais importante, que mesmo com a industrialização da produção de biscoitos, as fábricas de São Tiago, preservam o mesmo objetivo da produção artesanal, que é manter a qualidade, acima da produtividade. E isso é garantido. As toneladas de biscoitos que saem das fábricas de São Tiago são excelentes, deliciosos, irresistíveis e únicos. (foto abaixo de Sônia Fraga)
          Essas fábricas, hoje, são grandes geradoras de emprego e renda para o município. A produção de São Tiago abastece o mercado mineiro e de outros estados como São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, dentre outros. Os produtores estão organizados na Associação de Produtores de Biscoitos de São Tiago (Assabiscoito).
O Forno na Praça: Espaço Café com Biscoito
          Em pleno centro de São Tiago, na Praça Ministro Gabriel Passos, uma construção chama atenção por sua beleza arquitetônica e por ter em seu interior, um imenso ipê amarelo. (foto acima do Deividson Costa)
          A história do Forno na Praça começou em 2005, quando um grupo de produtores de biscoitos, decidiu montar uma barraca com um forno, durante a Festa do Café com Biscoito, naquele ano. Era uma estrutura simples, montada para a festa. Tinha como objetivo mostrar como eram os fornos de barro, nos tempos antigos em São Tiago, bem como resgatar a história e tradição do município, nos três séculos de produção de biscoitos. Nessa barraca improvisada, faziam os tradicionais biscoitos, que saíram das fazendas de São Tiago, nas receitas passadas por gerações.
          Todos anos faziam o mesmo, montavam a barraca e desmontavam. A ideia de ter uma barraca, com forno original, nos moldes antigos, contando a história das quitandas em São Tiago, fazendo os biscoitos na hora, bem como o café, mostrou-se importante na divulgação turística e histórica da cidade. A ideia virou um projeto, para ser permanente na cidade, com a construção de um local próprio para receber os turistas, que vem diariamente à cidade. 
          Levado a diante pelo Fórum Cultural de Empreendimento de São Tiago (Focest), responsável pelo projeto e construção da obra, em parceria com a Prefeitura e outras entidades, foi construído o Forno na Praça, literalmente, na praça principal da cidade, de forma permanente. No local escolhido, havia um frondoso ipê amarelo, bem no meio e no meio e no meio ficou. Foi preservado e harmonizado com o projeto arquitetônico da construção (como podem ver na foto do Deividson Costa), sendo hoje uma das atrações do município, bem como um exemplo de consciência e de convivência sadia com a natureza.
          A obra da Focest, segue o estilo dos casarões coloniais mineiros, com estrutura em madeira, forros em esteira de taquara, telhado colonial e detalhes contemporâneos, além da obra ter sido levantada com tijolos de adobe. 
          Esse tipo de tijolo é feito com barro, palha e água, misturado e pisado, até ficar no ponto de fazer os moldes de tijolos, que após ficarem duros, são levados ao sol, para adquirirem mais firmeza, para por fim, serem usados. (foto acima do Deividson Costa, os tijolos já assentados)
          Todo o material usado na construção é da região. Um espaço rústico, harmonioso, aconchegante e especial. O visitante se sentirá na cozinha de um casarão do século XVIII. (foto acima o Forno na Praça e abaixo, uma fornada de biscoitos saindo do forno de barro, dentro do Forno na Praça. Fotos do Deividson Costa)
          Tem forno de barro, com as tradicionais guloseimas da cidade sendo preparadas, além do café feito na hora. Café da própria cidade, saindo dos cafezais de São Tiago. Plantado, colhido, torrado e moído na própria cidade. Além do café e biscoitos e bolos feitos na hora, no Forno na Praça ficam em exposição dezenas de tipos de guloseimas diferentes, de várias indústrias de biscoitos da cidade para que o turista possa levar para casa, como os tropeiros e viajantes faziam antigamente. 
          Além disso, o turista poderá conhecer toda a história da cidade e saber como era a vida antigamente e a evolução na produção dos biscoitos, além de, mesmo com industrialização, entender como conseguem preservar a qualidade e sabor das quitandas, no século XXI. No local também, o turista pode obter informações turísticas sobre os principais pontos turísticos da cidade. (na foto do Deividson Costa, o interior do Forno na Praça)  Hoje, o espaço construído pela Focest, é gerenciado pela Associação dos Produtores de Biscoitos de São Tiago (Assabiscoito)
          São Tiago é uma cidade pequena, mas muito aconchegante, bem cuidada e muito amada por seus moradores. Os turistas são bem vindos, bem recebidos e com certeza, no Forno na Praça: Espaço Café com Biscoito, se sentirá em casa ou em casa de mineiro. E pra quem não sabe, cozinha de mineiro é o melhor lugar da casa. É nela que está o forno de barro, o fogão, de onde saem as guloseimas, o café quentinho e a tradicional prosa. (na foto acima do Deividson Costa, uma das fazendas de café de São Tiago)      
Os Caminhos de São Tiago
          É o resgate do antigo caminho usado pelos tropeiros no século XVIII, atravessando o sertão do Campo das Vertentes, levando e trazendo mercadorias para abastecer as cidades da região com mercadorias. A ideia de recriar o antigo caminho dos tropeiros, que ainda foi usado pelos Inconfidentes, transformando este caminho em rota turística, partiu do médico de Conselheiro Lafaiete, Elias Lima, em 2005. A organização e roteiro, foi inspirado no famoso Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.
          A ideia foi sendo aprimorada ao longo dos anos, tendo adesão de movimentos sociais e prefeituras, sendo hoje um grande projeto turístico religioso, ecológico e cultural, de grande relevância para os municípios, que fazem parte do roteiro, dando mais visibilidade às cidades e atraindo turistas para a região.
          O roteiro é formado por 11 municípios, com a rota iniciando em Santa Rita de Ouro Preto (na foto acima do Arnaldo Silva), seguindo o caminho dos tropeiros e Inconfidentes, passando por Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Queluzito, Casa Grande, Entre Rios de Minas, Lagoa Dourada, Resende Costa, Coronel Xavier Chaves, Ritápolis, encerrando o roteiro em São Tiago. O percurso tem um total de 275 km, podendo ser feito em grupos a pé, de bikes ou a cavalo. O projeto é gerenciado pelos circuitos turísticos Trilha dos Inconfidentes, Vilas e Fazendas e Circuito do Ouro. Circuitos estes que, fazem parte os 11 municípios, na rota dos Caminhos de São Tiago.
          Além da rota dos tropeiros, o caminhante terá como opção seguir por outros caminhos que levam às 11 cidades do trajeto, para que possam conhecer as cidades, seus pontos turísticos e também, pernoitar. Após visitar as cidades, o caminhante retorna ao percurso original. Por isso nome Caminhos de São Tiago, no plural, já que além da rota original, tem-se a opção de seguir por outros caminhos durante todo o percurso.
Outros atrativos de São Tiago
          Quem quiser vier à São Tiago, fora da época da festa, onde a cidade fica super movimentada, irá aproveitar melhor da beleza arquitetônica da cidade, de sua gastronomia, bem como da simpatia de seus moradores. Pelas ruas da charmosa cidade, o visitante poderá saborear as guloseimas feitas nos fornos da cidade, doces caseiros, queijos e tomar aquele delicioso café, que sai direto das fazendas de café do município e os pratos típicos da culinária mineira, tradição da cidade. Além do café, nas fazendas de São Tiago são cultivados maracujá, mandioca, cana-de-açúcar, leite e seus derivados, bem como artefatos em couro. (fotografia de Sônia Fraga)
          São Tiago se destaca também pelos belíssimos artesanatos em tear, bordados, tricô e crochê, por suas belas cachoeiras como a Cachoeira do Simplício e Soledade, além do Balneário da Usina, o Recanto do Rio do Peixe, dentre outras belezas naturais e pela riqueza de seu solo, rico em minério de ferro, manganês, tantalita e bauxita.
          Conheça São Tiago, suas quitandas, o cafezinho coado em coador de pano, os fornos de barros, os doces artesanais, suas belezas naturais, suas tradições culturais e religiosas e seu maravilhoso povo. (na foto acima, biscoitos no Forno na Praça e abaixo de Deivifson Costa, nosso tradicional cafezinho)
          Venha para São Tiago! Vem pro forno! Venha conhecer as deliciosas quitandas de Minas Gerais, preservadas há mais de 300 anos em São Tiago.

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