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terça-feira, 30 de maio de 2023

Alemães em Bom Despacho: os imigrantes da colônia

(Por Arnaldo Silva) A partir do início do século XX, a Alemanha já era um dos países mais industrializados do mundo. Os alemães detinham conhecimentos de ponta e mãos de obra especializada em metalurgia, siderurgia, fundição, hidrelétricas, ferrovias, engenharia, dentre outros segmentos industriais, além de práticas modernas de agricultura.
          Nesta mesma época, Minas Gerais, bem como o Brasil estava começando a engatinhar na industrialização. Sem domínio no conhecimento e sem mão de obra qualificada, os empresários e produtores rurais da época buscavam atrair europeus, principalmente ingleses e alemães para o Brasil, em parceria com os governos estaduais. Na foto acima, colonos em dia de festa na Colônia Davi Campista. Imagem cedida pelo William Araújo/Bar do Tonhão e tratada e colorizada por Rogério Salgado)
          Com esse objetivo, o país abriu suas portas para os imigrantes alemães, principalmente nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, após a guerra e nos anos que antecederam a Segunda Guerra.
          Diante da queda do poder aquisitivo causado pelos conflitos que assolava a Europa, centenas de milhares de famílias de praticamente, principalmente da Alemanha, não viram outra opção senão deixarem sua terra natal. Vieram para as Américas e o Brasil foi um dos principais destinos, principalmente de italianos e alemães.
Para onde iam?
          Minas Gerais começou a receber um grande número de imigrantes alemães, a partir de 1900. Chegavam de navios no Porto de Santos ou no porto de Ilha das Flores no Rio de Janeiro, passavam por uma quarentena e em seguida, eram encaminhados às colônias já existentes, de acordo com os critérios de cada estado. No caso de Minas Gerais, para a capital, recém-fundada, a Zona da Mata, Sul de Minas e Vale do Mucuri.
          Os imigrantes não escolhiam seus destinos, até porque não conheciam praticamente nada do Brasil. Eram escolhidos de acordo com suas qualificações profissionais e necessidades de cada estado. A imagem acima fornecida pelo William Araújo/Bar do Tonhão e tratada por Rogério Salgado, mostra as filhas filhas de colonos alemães de Bom Despacho.
Por que para Bom Despacho?
          Artur Bernardes, na época presidente do Estado de Minas (governador de 1918 a 1922), percebeu a necessidade de expandir a indústria para outras o Centro-Oeste Mineiro e também implantar o sistema de desenvolvimento das pequenas propriedades na Europa, implantado com sucesso no Sul do país. 
          Com esse objetivo, foram criadas duas colônias agrícolas na cidade de Bom Despacho, no Centro-Oeste de Minas, em 1921 e 1922. Embora a maioria dos imigrantes que vieram para Bom Despacho trabalhassem no setor industrial, tinham origem agrária e conhecimentos em técnicas agrícolas passados por seus antepassados. Isso bastava para o Governo.
           A partir de 1910 começou a ser construída a Estrada de Ferro Paracatu, entrando em operação em 1922. Bom Despacho contava na época com uma grande oficina ferroviária, vila operária e escritório. Acredita-se que nessa época, existia cerca de 5 mil pessoas trabalhando em Bom Despacho na ferrovia.
          Nesta mesma época, projetos para a instalação de uma companhia têxtil, usina hidrelétrica e siderúrgica começou a se desenvolver na cidade. Foi nesse cenário que a imigração alemã se fez necessária.
          Eram os alemães os detentores de conhecimentos e tecnologias nessas áreas, por isso a opção de Artur Bernardes em criar colônias de imigrantes alemães na cidade. 
          Na imagem acima, que fiz em Lagoa da Prata a 50 km de Bom Despacho, mostra uma ponte da linha férrea sobre o Rio São Francisco. Construída para ligar Lagoa da Prata a Luz,  foi feita sob medida e para isso, um engenheiro alemão veio à cidade apenas para fazer as medidas. Foi toda feita na Alemanha e trazida de navio até o porto do Rio de Janeiro, de lá de trem até Lagoa da Prata e seguiu em carros de bois até esse local, para ser montada. Tem 75 metros de extensão e 3,5 metros de largura. A obra contou com mão de obra local e também de colonos alemães que viviam em Bom Despacho, tinham experiência nessa área. Foi inaugurada em 1925.
Recebiam tudo de graça?
          Saindo de uma Europa arrasada pela Primeira Guerra Mundial e mergulhada numa crise econômica sem precedentes, os imigrantes chegavam com poucos pertences ou até mesmo, somente com a roupa do corpo.
          O governo sabia disso e tudo era planejado. Sabiam quantas famílias viriam, o número de pessoas de cada família e se preparavam para recebê-los, construindo nas futuras colônias, toda estrutura básica necessária. Cada família recebia uma gleba com uma casa com mobiliário básico, ferramentas, vasilhames domésticos e até roupas e alimentos.
          No caso de Bom Despacho, nas duas colônias criadas, o Governo construiu casas no estilo colonial mineiro, não no estilo enxaimel alemão ou mesmo, reformando casas que já existiam na propriedade e construindo outras para abrigar as famílias. Acima, uma foto de casa de colono alemão na Colônia Davi Campista, nova e atrás, outra casa, já antiga, colorizada por Rogério Salgado.
          A Colônia contava com um casarão sede onde residia a família responsável pelo contato direto com o Governo e comunidade local, além de ficarem responsáveis por recolher uma parte do que era produzido na colônia para o Governo.
          Isso porque tudo o que recebiam não era de graça, tinham que pagar. Cada família assinava um termo se comprometendo a dar 20% de toda sua produção agrícola para o Governo, para pagar a gleba que recebiam. Quando a colônia concluísse o pagamento, era emancipada e os colonos se tornavam donos definitivos dos terrenos.
          Além disso, os colonos construíam igrejas ou pelo menos um espaço reservado para celebrações dos cultos luteranos e um cemitério para enterrar seus mortos. Em cada colônia tinha uma escola mista, criadas na época pelo próprio Governo, através do decreto n°5.652 de 24 de maio de 1921.
          As reuniões e confraternizações da colônia era no terreiro do casarão sede. Era comum as famílias da colônia se reunirem. Levarem em cestos pratos típicos alemães e colocavam tudo em mesas improvisadas. Todos comiam, dançavam, cantava músicas típicas da Alemanha.
          Era o café colonial, uma criação alemã para encontros da comunidade e matarem saudades das tradições e culinária alemã. Por isso o nome, café colonial, por ter origem nos colonos.
Visita de pastores luteranos
          Entre 1920 a 1946, as duas colônias bom-despachenses recebiam visitas de vários pastores luteranos de Belo Horizonte e Juiz de Fora MG. Não havia pastores nas colônias de Bom Despacho, mas os alemães conservavam sua religiosidade fazendo cultos semanais nos casarões sede das colônias
          A Igreja Luterana tem origem na Reforma Protestante, movimento religioso liderado pelo ex monge alemão, Martinho Lutero no século XVI. Em suas 95 teses, fixadas na porta de uma igreja Católica na Alemanha, Lutero protestava contra os abusos do clero católico, principalmente na venda de indulgências e controle total da sociedade. O luteranismo defende a salvação pela fé e seus seguidores são chamados de protestantes ou luteranos.
Despedida de Artur Bernardes
          Em 1922, Artur Bernardes foi eleito presidente da República. Em seu discurso de despedida como governador, em 14/6/1922, citou as colônias criadas em seu governo, deixando essa mensagem: "Deixo assim fundadas mais quatro grandes colônias, Álvaro da Silveira, David Campista, Bueno Brandão e Francisco Sá, situadas em pontos perfeitamente salubres e favorecidas pela proximidade de estradas de ferro (...) As casas, em todas essas colônias, são construídas de tijolos, assoalhadas e dotadas de instalações sanitárias, de conformidade com o plano adotado pela Diretoria de Higiene e Profilaxia, que, além disso, mantém em Álvaro da Silveira um posto médico para combater as verminoses e o impaludismo"
A Colônia Álvaro da Silveira
          A primeira colônia criada por Artur Bernardes foi a Colônia Álvaro da Silveira. O nome é em homenagem a Álvaro Astolfo da Silveira, engenheiro, professor, um dos fundadores da Escola de Engenharia de Belo Horizonte em 1912, membro da Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e da Academia Mineira de Letras.
          A colônia foi criada através do decreto n°5297 de 14 de fevereiro de 1920, emancipada também através de decreto sob o n° 10.148 de 5 de dezembro de 1931. 14 de fevereiro de 1920 é o marco histórico do início da presença alemã em Bom Despacho MG.
          A colônia ficava em terras da fazenda Capão a 13 km de Bom Despacho, entre as duas margens do Rio Lambari, entre Bom Despacho e Leandro Ferreira, na época, distrito de Pitangui MG.
          Nessa época, estava em contrição a estação Álvaro da Silveira, concluída em 1921, com a linha de trem seguindo até a estação da sede, Bom Despacho. 
          Alguns km após a estação, uma ponte férrea sobre o Rio Lambari, ligava os municípios de Bom Despacho a Leandro Ferreira, bem como os imigrantes que viviam na outra margem do Rio Lambari, no outro lado da ponte. Na foto acima podem ver a ponte férrea sobre o Rio Lambari. Fotografei do lado de Bom Despacho, onde ficava a maior parte da colônia. Atravessando a ponte, já é Leandro Ferreira, onde ficava algumas famílias de colonos. 
          A área da colônia era de 4.289 hectares divididos em 179 glebas, sendo 102 ocupadas de imediato pelas famílias e 72 reservadas para futuras famílias que poderiam chegar. 328 hectares eram usados para a agricultura. Plantavam milho, arroz, feijão, mandioca, cana-de-açúcar, café, algodão e hortaliças. 72 hectares eram destinados para a pecuária leiteira e de corte. Outra parte de matas nativas, área de estradas de rodagem.
          Na colônia foram construídas 182 casas definitivas e mais 15 provisórias, para abrigar os imigrantes, o que daria 197 casas. Mas nem todas foram ocupadas de imediato, já que algumas famílias foram chegando ao longo dos anos, principalmente a partir da década de 1930, com o iminente início da Segunda Guerra Mundial.
          Com muito trabalho, os alemães foram melhoraram a infraestrutura da colônia, construindo engenhos, olarias, adquirindo veículos, animais de tração, melhorando as casas e o mobiliário. Como plantavam algodão, faziam também suas próprias roupas. Andavam sempre bem vestidos e elegantes como podem ver na imagem acima restaurada e colorizada pelo Rogério Salgado, o casal Erhardt Hanke e Eva Müller, em 1928, se preparando para irem a um casamento em Bom Despacho de cavalo. Foto do acervo pessoal do filho do casal, Fred Hanke.
Quantos colonos vieram para Álvaro da Silveira?
          Não há registros exato de todas as famílias de colonos de Álvaro da Silveira e nem de quantos membros cada família continha. Quando chegaram, foram entregues 102 glebas às famílias, mas não isso não significa que tenha sido uma gleba para cada uma das famílias, já que famílias maiores ou com mais condições, adquiriram mais glebas.
          Em 1929, foram contados 75 famílias na colônia, com 444 pessoas. Com o passar dos anos, imigrantes foram falecendo, outros formando novas famílias, tendo filhos.
Como se chamavam?
          Com base nos registros de nascimentos, casamentos e óbitos nos cartórios de Bom Despacho e Leandro Ferreira, os sobrenomes de famílias de colonos que viviam em Álvaro da Silveira eram: Anuth, Bartels, Bergerhoff, Bergmann, Berkert, Bobbia, Bokermann, Darge, Darmstädter, Denecke, Egen, Ehlert, Engemann, Escher, Fahner, Falkenburg, Frei Fronzeck, Fröseler, Gendorf, Gimpel, Gölz, Gottschalg, Gurgel, Guy, Hammerich, Hanke, Henrig, Honeker, HungerIsliker, Patria, Jensen, Jung, Kargl, Kling, Klitske, Knischewski, Kohnert, Korell, Koslowski, Köster, Krawzyk, Kresse, Kunert, Kunzler, Ledandeck, Ludgen, Ludwig, Lütkenhaus, Mangels, Mossler, Motskus, Müler, Müllerchen, Niegetrat, Nowasyk, Overlander, Paniz, Primus, Rabe, Reiferscheid, Richter, Roedel, Schierm, Schmidt, Steinbreche,r Tegeler, Tentz, Wagner, Walder, Weiser, Weller, Widmer, Winterink e Zuber.
          Essas famílias eram de predominância alemã, mas na Colônia Álvaro da Silveira havia famílias vindas da Holanda, Áustria e Suíça.
O fim da colônia
          Quando quitavam seus débitos com o Governo algumas famílias que viviam nesta colônia começaram a vender suas glebas e deixaram a colônia, indo para Bom Despacho ou mesmo outras cidades do Brasil. Após a Segunda Guerra, uma boa parte retornou para a Alemanha.
          Em suas casas passaram a viver trabalhadores de fazendas ou mesmo, os que compravam as glebas dos alemães. A sede da fazenda foi demolida, restando hoje apenas os alicerces no meio do mato. A última família alemã a deixar a colônia foi a família Primus. Ou seja, onde era a antiga colônia, não existe mais nenhuma família de colonos.
          O cemitério dos alemães já não tem mais cerca e foi tomado pelo mato, se misturando ao pasto para o gado. A estação e o armazém ainda estão de pé, mas em ruínas, como podem ver na foto acima, devido a depredação, já que é um local onde tem muitos pescadores e muita gente frequenta para passeios ou descanso na praia fluvial do Rio Lambari. Os trilhos não existem, apenas a ponte que passava o trem.
          A história dos imigrantes alemães em Álvaro da Silveira se encerrou assim de forma melancólica. Na imagem acima podemos ver onde era a colônia. A história dos colonos foi coberta pelo mato e praticamente esquecida com o passar dos anos.
          Antes cheio de vida e de gente que trabalhava muito, deu lugar ao nada, ao vazio, ao silêncio, ao abandono. Restou apenas as sepulturas dos alemães para contar história e as ruínas do antigo armazém. Uma história desconhecida, até mesmo para quem é de Bom Despacho.
A Colônia Davi Campista
          A segunda colônia de alemães criada em Bom Despacho foi a Colônia Davi Campista. Eram inicialmente 274 imigrantes, em sua maioria, alemães. Na colônia foram construídas 50 moradias, recebê-los, além do casarão sede, uma construção do século XIX, que já existia na propriedade.
O casarão sede
          As paredes eram calhadas em branco e portas e janelas pintadas em verde. Toda sua estrutura, vigas, escadarias, pisos, portas e janelas são em madeira maciça. Ao longo do XX passou por reformas no telhado e troca das paredes. A parte superior em pau-a-pique deu lugar a tijolos de cerâmica e na inferior, a parede em pau-a-pique foi substituída por concreto, como podem ver na fotografia abaixo, de como está hoje. Na foto acima, a mesma foto nas cores originais, colorizada pelo Rogério Salgado.
          O casarão foi construído no início do século XIX. É um dos patrimônios da cidade. Construção típica mineira, com cômodos enormes, possui dois andares, em pau-a-pique. Na parte superior ficava os quartos, banheiros e sala de circulação. Na parte inferior, cozinha ampla e uma salão enorme. Em redor do casarão, pomar, as ruínas da usina geradora de energia elétrica para o casarão, na foto acima, curral, um barracão de dispensa com forno de barro e uma tulha, como podem ver na foto abaixo.
Qual o nome dos colonos?
          Segundo registros de casamentos, óbitos e nascimentos nos cartórios de Bom Despacho, podemos encontrar sobrenomes de algumas das famílias da Colônia Davi Campista: Berger, Bock, Brack, Breitenbaum, Brulhardt, Butschkau, Eckert, Eppenstein, Evers, Feistel, Fischer, Gerards Hahn, Janson, Karst, Kaulich, Katthagen, Kettrup, Klein, Klezewsky, Klimaschevski, Korell, Lotze, Michalski, Peifer, Polatschek, Reimer, Röppe, Schneidereit, Seidler, Westermann, Zellin.
          Não são todos, mas a maioria. Entre as famílias que viviam na Colônia Davi Campista, tinha também famílias vindas da Hungria, Polônia, Áustria e Suíça, com predominância de alemães..
A Colônia
          O nome da colônia homenageia o diplomata e político brasileiro David Morethson Campista. Foi criada em 5 de fevereiro de 1921, pelo decreto n° 5.560 de 5 de fevereiro de 1921 e emancipada pelo decreto n° 2.264 em 26 de julho de 1946. A colônia foi instalada em terras da fazenda Cachoeira do Picão, a 5 km do perímetro urbano da cidade e ocupava uma área de 1.320 hectares.
Cemitério
          Como em Álvaro da Silveira, a Colônia Davi Campista contava com um cemitério, construído pelos próprios alemães. Em igualdade está o abandono e o mato que toma conta do local, esquecido pelo poder público. A única diferença entre o cemitério de Álvaro da Silveira, é que o da Colônia Davi Campista está cercado por muros de placas de concreto e na frente um portão em ferro fundido e um pórtico, onde está escrito: “Imigrantes da Colônia”, como podem ver na foto acima.
          Nesse cemitério estão sepultados 21 colonos, sendo alguns da Colônia Álvaro da Silveira. Nas sepulturas encontramos cruzes com o nome de cada um e alguns túmulos revestidos com cerâmicas e circulado por tijolos, como podem ver acima e abaixo.
          Sãos esses os sobrenomes dos colonos sepultados no cemitério da Colônia: Berger, Brack, Kettrup, Klezewsky, Kohnert, Korell, Michalski, Primus, Schneidereit, Seidler, Westermann, Zellin.
Legado para a história
          Enquanto na Colônia Álvaro da Silveira, restam apenas para contar a história dos colonos alemães em Bom Despacho um cemitério tomado pelo mato e as ruínas do antigo armazém, na Colônia Davi Campista, boa parte da presença dos imigrantes alemães em Bom Despacho ainda está preservada
          Netos e bisnetos diretos dos imigrantes alemães ainda vivem em Bom Despacho e alguns mantém as propriedades de suas famílias, preservando um pouco da história de seus antepassados.
          O casarão que foi sede da Colônia Davi Campista está de pé e o proprietário atual está restaurando o imóvel, preservando assim um acervo histórico de Bom Despacho.
          As ruínas da pequena usina hidrelétrica do casarão ainda existe, a tulha, o fogão a lenha e o de barro, o pomar com árvores frutíferas centenárias, o terreiro em frente ao casarão onde eram realizados os cafés coloniais e festividades também. As antigas casas dos colonos foram reformadas ou reconstruídas pelos novos proprietários. Mesmos reformados ou reconstruídas, contam um pouco da história dos imigrantes alemães em Bom Despacho.
          Não só isso, na cidade, alguns colonos dão nome a ruas e uma praça, que eu mesmo idealizei, chamada de Praça Germânica, situada no bairro São Vicente, mas ainda não urbanizada.
          Os alemães que vieram para Bom Despacho tem a gratidão do povo bom-despachense pela contribuição que deram para o desenvolvimento da agricultura e indústria da cidade bem como uma enorme contribuição social. Foto acima do Wesley Rodrigues.
          Os alemães fazem parte da história de Bom Despacho, cidade com origens no século XVIII, com quase 300 anos de existência.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

As colônias de imigrantes alemães em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Vivendo num continente instável politicamente, com guerras e conflitos constantes, além da instabilidade econômica que a Europa passava no século XIX e principalmente nas primeiras décadas do século XX, devido a Primeira e Segunda Guerra Mundial, o Brasil se tornou um local de refúgio e segurança para dezenas de milhares de famílias de vários países europeus, principalmente a Alemanha, país arrasado pela duas grandes guerras mundiais.
          A partir de 1824, no início do período Imperial de Dom Pedro I, imigrantes alemães começaram a desembarcar no Brasil, sendo assentados inicialmente em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, dando origem assim a primeira colônia alemã no Brasil.
          A partir da segunda metade do século XIX, começaram a vir imigrantes em maior número, devido o crescimento da economia brasileira e ainda com a iminência do fim do regime escravagista, havendo assim necessidade de mão de obra. (na foto acima a Cervejaria Kraemerbier, fabricante da cerveja Kraemerfass, fundada pela família Kraemer, instalada em Delfim Moreira, Sul de Minas. A família Kraemer tem origens na Normandia e viviam em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde produziam cervejas artesanais desde 1900, uma parte da família migrou-se Minas, na Serra da Mantiqueira, em Delfim Moreira. Foto: Cervejaria Kraemerbier/Divulgação)
          Mais ainda, devido política de modernização implantada pelo Imperador Dom Pedro II. Isso porque que o Brasil carecia de investimentos na sua iniciante indústria e abertura e construção de ferrovias. Uma das metas de Dom Pedro II era planejava ligar todas as províncias brasileiras por trilhos e estradas. Para isso, carecia de mão de obra qualificada.
          Baseado nessa visão, politicas de incentivos para facilitar a imigração, principalmente de ingleses e alemães para o Brasil eram de grande importância. Inglaterra e Alemanha eram os países mais desenvolvidos no século XIX e início do século XX. Alemães e ingleses dispunham da mais alta tecnologia na época na mineração, fundição, construção de locomotivas, trilhos, na metalurgia e siderurgia.
          Para o governo na época, a presença desses povos era de grande importância para o desenvolvimento agrário e principalmente industrial do Brasil, além de acelerar o povoamento de regiões brasileiras pouco ocupadas. (na foto acima do Wellington Diniz, fachada da Vila Germânica em Monte Verde, Sul de Minas)
          A concentração de imigrantes teve como prioridade o Sul do Brasil, devido essa região ter terras férteis e por ser a menos populosa do país na época, além de cidades do interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, no Sudeste, que careciam de povoamento imediato naqueles tempos.
A imigração alemã para Minas Gerais
          No século XVIII e XIX, o povoamento e crescimento de Minas Gerais foi rápido, devido o Ciclo do Ouro, que fez com que viessem para Minas um grande número de brasileiros de todas as regiões do país, em busca da riqueza que a mineração, principalmente o ouro, gerava. Mesmo com o fim do Ciclo do Ouro, iniciou-se o Ciclo do Café e a migração continuou.(na foto acima de Arnaldo Silva, detalhes da arquitetura alemã, do Roda D´Água, complexo formado por restaurante, posto de gasolina, fonte de água mineral, cafeteria e lanchonete na BR-262, km 382, em Juatuba MG, Centro-Oeste de Minas, fundado por Olga Ullmann.)
          As riquezas minerais, água e terras férteis em abundância, expansão da malha ferroviária, instalação de companhias têxteis e construção de usinas hidrelétrica, atraía famílias, inclusive os imigrantes que vieram para o Brasil no século XIX e seus descendentes. Entre es esses imigrantes, estavam os colonos alemães e italianos, que vieram em grande número para Minas Gerais.
Migração ou imigração alemã?
          Na verdade a formação de comunidades e colônias de alemães em Minas Gerais não se deu inicialmente por política do Governo, que incentiva a imigração, dava incentivos fiscais, terras, etc. 
          O que ocorreu foi uma migração dos imigrantes e seus descendentes que já viviam no Brasil, para Minas Gerais, como por exemplo italianos, dinamarqueses, letões e alemães que viviam em São Paulo, migraram-se para várias cidades mineiras, principalmente para o Sul de Minas, concentrando-se, em cidades como São Lourenço, Jacutinga, Monte Sião, Alagoa, Delfim Moreira, Poços de Caldas, Monte Verde, dentre outras tantas.
          A presença alemã em Minas, seja em colônias ou escolha individual de famílias, são marcadas principalmente pela culinária e características típicas de suas construções, como na foto acima, do Wagner Rocha em Barbacena no Campo das Vertentes, é uma mostra dos trações típicos da arquitetura alemã, presente em todas as regiões mineiras.
Zona da Mata e Vale do Mucuri
          Caso à parte foi na Zona da Mata e no Vale do Mucuri no século XIX, que recebeu grande fluxo de imigrantes alemães, graças a parceria de duas empresas privadas, a Companhia União e Indústria de Juiz de Fora MG e a Companhia de Comércio e Navegação do Mucuri, com o Governo da Província de Minas.
          Essas empresas necessitavam de mão de obra especializada para a construção de ferrovias e rodovias nessas regiões. Como a Alemanha detinha tecnologia de ponta nessa área e boa parte dos alemães trabalhavam na indústria, a preferência foi para a imigração alemã. Com isso, colônias de alemães foram sendo criadas com a chegada de um grande número de imigrantes em Juiz de Fora, na Zona da Mata e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
          Já a migração alemã em grande escala se deu a partir do século XIX e primeiros anos do século XX, com a constante chegada de alemães e seus descendentes em Minas Gerais que deixaram a região Sul do Brasil e do Espirito Santo, estado de maior concentração de imigrantes alemães do Sudeste. (Essa é parte de uma maquete de Lagoa Santa, na Grande BH no século XIX, fotografada pelo Thelmo Lins no Museu de Arte Natural de Belo Horizonte. Dá para perceber nas construções o estilo colonial mineiro com o europeu e de como eram as colônias em geral nessa época)
          Vieram para Minas Gerais, atraídos pelas ótimas condições de trabalho, principalmente na agricultura, extração de madeira, e construção de ferrovias.
Imigração alemã como política de Estado
          A partir de 1908 a imigração alemã passou a ser política de Estado em Minas Gerais. (na foto acima de Wilson Fortunato, a entrada de São Lourenço MG, Sul de Minas)
          Os governantes da época perceberam que Minas Gerais carecia de mão de obra especializada para a indústria, já que o estado estava ainda engatinhando na industrialização, sendo basicamente agrário e voltado para a mineração, mesmo assim, de forma bem rudimentar. 
          Minas Gerais precisava atrair indústrias, mas antes disso, precisa investir da ampliação de sua malha ferroviária, abertura de estradas, construção de usinas hidrelétricas e com isso, desenvolver a economia do Estado com a industrialização. 
          Não faltava vontade e nem recursos para isso. O que faltava era mão de obra especializada no setor industrial, engenharia civil e industrial.          
          A solução era atrair imigrantes da Europa, principalmente da Alemanha, país de tecnologia industrial avançada na época e com grande número de profissionais na área industrial disponíveis, devido as questões econômicas e sociais causadas por sequentes conflitos e crises econômicas no Velho Continente. (fotografia de André Daniel da entrada de Jacutinga MG, Sul de Minas)
          Com esse objetivo, foram criadas novas colônias de imigrantes alemães em regiões mineiras, vistas pelo governo da época com grande potencial para crescimento industrial e ferroviário, como a Região Metropolitana de Belo Horizonte, Região Central, Sul de Minas e Centro-Oeste, além de ampliar a presença alemã em cidades e regiões que já contavam com colônias como Sete Lagoas na Região Central, Juiz de Fora na Zona da Mata, Campo das Vertentes e Teófilo Otoni no Vale do Mucuri, vistas também com enorme potencial de crescimento industrial e expansão da malha ferroviária nessa região.
          Com base nessa política, a partir de 1852 começaram a chegar à Minas Gerais imigrantes e descendentes de alemães que já viviam no Brasil. Ao chegarem, eram encaminhados para as colônias novas criadas pelo governo e outros, para as colônias já existentes no estado.
As colônias alemãs em Minas Gerais
          A primeira colônia de imigrantes alemães criada em Minas Gerais foi Colônia Nova Filadélfia, fundada, por Teófilo Benedito Ottoni em 1852, na cidade que posteriormente levou seu nome, Teófilo Otoni MG. A segunda colônia agrícola foi a Colônia Saxônia, em 1853. Em 1923, foi fundada também na cidade a Colônia Francisco Sá. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a Praça Germânica em Teófilo Otoni MG)
          Teófilo Benedito Ottoni era descendente de italianos, nascido na Vila do Príncipe, atual cidade do Serro MG, em 1807. Foi jornalista, comerciante, deputado provincial, senador, comerciante e empresário do ramo de comércio e navegação. Era proprietário da Companhia de Comércio e Navegação do Rio Mucuri, criada pra promover o desenvolvimento e colonização do Vale do Mucuri. O empresário foi um dos grandes incentivadores da imigração alemã para a região.
          A terceira colônia alemã fundada em Minas foi a Colônia Dom Pedro II, fundada em Juiz de Fora, na Zona da Mata, em 1858. Foi o empresário Mariano Procópio Ferreira Lage, proprietário da Companhia União e Indústria e um dos grandes incentivadores da vinda de imigrantes alemães para a cidade e região, que fundou a colônia. (na foto acima, a antiga estação ferroviária de Santa Rita de Jacutinga MG, Zona da Mata)
          A empresa foi responsável pela construção da Estrada de Rodagem União Indústria, que ligava Juiz de Fora a Petrópolis no Rio de Janeiro. Foi a primeira estrada pavimentada no Brasil, inaugurada por Dom Pedro II em 1861.
          Sete Lagoas, na Região Central, recebeu também imigrantes alemães, aumentando sua comunidade, formada em 1908, quando foi criada a colônia agrícola João Pinheiro.
          Ainda na Zona da Mata, foi fundada em 1910, na cidade de Astolfo Dutra, a Colônia Santa Maria. Nesse mesmo ano, era fundada em Ouro Fino, no Sul de Minas, a Colônia Inconfidência. Em 1913, a Colônia Guidoval era fundada em São Domingos no Prata, cidade do Médio Piracicaba, vizinha a João Monlevade.
          As últimas colônias de alemães criadas em Minas foram nas cidades de Pouso Alegre no Sul de Minas e em Bom Despacho, no Centro-Oeste Mineiro. Essas colônias de imigrantes alemães foram criadas por Artur Bernardes, presidente do Estado (Governador) de 1918 a 1922 e presidente da República de 1922 a 1926. (na foto acima de Arnaldo Silva, a arquitetura alemã do Posto Roda D´Água na BR-262, km 382, em Juatuba MG, Centro-Oeste de Minas, fundado por Olga Ullmann)
          Bom Despacho, cidade a 150 km de Belo Horizonte, foram criadas duas colônias de imigrantes alemães que contava ainda com famílias húngaros e austríacas. A maioria tinha experiência na área industrial, sendo um dos motivos para a criação as colônias na cidade.
          A primeira colônia criada por Artur Bernardes em Bom Despacho foi a de Álvaro da Silveira, formada próximo a ponte férrea sobre o Rio Lambari, na divisa com Leandro Ferreira, na época, distrito de Pitangui MG. Essa colônia foi criada no entorno da Estação e Armazém da Estrada de Ferro Paracatu, antes da ponte que separa as duas cidades e uma pequena dos colonos forma alojas na outra margem do rio, em Leandro Ferreira/Pitangui.
          No ano seguinte, em 1921, foi criada a Colônia Davi Campista, já nas proximidades do perímetro Urbano da cidade.
Em Pouso Alegre, foi criada no ano de 1924 a Colônia Padre José Bento.
          Os imigrantes recebiam glebas de terras férteis para agricultura e condições para trabalho, além de incentivos para trabalharem nas áreas industriais.
Importância da imigração alemã
          Os descendentes dos imigrantes alemães estão presentes em todas as regiões mineiras, seja em grande número ou menor. A maioria não vive mais em colônias e sim, inseridos na sociedade mineira e brasileira mas sempre deixam um pouco de suas origens na arquitetura, gastronomia, religiosidade, cultura e tradições, onde vivem. (na foto acima do Wilson Fortunato, construção em Sete Lagoas MG)
          A presença dos imigrantes, não só alemães, mas de todos os povos que vieram para o Brasil, foram de grande importância para o crescimento, desenvolvimento econômico e industrial do país.
Minas Gerais e o Brasil deve muito aos imigrantes e devemos reconhecer isso e valorizar a memória dos primeiros imigrantes que vieram para nosso Estado e pais, no século XIX e XX.

domingo, 28 de maio de 2023

Receita de broa cremosa de farinha de milho

INGREDIENTES:
. 2 xícaras (chá) de farinha de milho
. 200 gramas de queijo Minas meia cura ralado grosso
. 1/2 xícara (chá) de fubá mimoso
. 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
. 4 xícaras (chá) de leite integral
. 4 ovos caipira
. 2 xícaras (chá) açúcar
. 2 colheres (sopa) de manteiga
. 1 colher de (sopa) fermento pó
MODO DE PREPARO:
- Coloque no liquidificador a manteiga, o leite, o açúcar, a farinha de milho, o fubá, a farinha de trigo, os ovos e bata por 5 minutos (se a massa ficar muito mole, acrescente um pouco mais de farinha de milho, se ficar muito seca, mais um pouco de leite).
- Desligue, acrescente o fermento e a metade do queijo Minas ralado e mexa devagar com uma colher.
- Unte uma fôrma com manteiga e polvilhe um pouco de fubá.
- Despeje a metade da massa na fôrma e espalhe por cima o restante do queijo Minas ralado.
- Em seguida, despeje o restante da massa e leve ao forno pré-aquecido a 200°C e deixe assando por cerca de 40 minutos, ou até dourar.
- Por fim, retire do forno, desenforme e sirva com café!
          A broa fica cremosa e muito deliciosa. Ótima para o café!
Fotografias de Judson Nani de Barão de Cocais MG

quinta-feira, 25 de maio de 2023

10 castelos em estilos medievais em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Os castelos impressionam pela beleza, arquitetura, luxo, demonstração de poderio econômico, além da segurança, já que são verdadeiras fortalezas. Era esse o sentido original dos castelos. Segurança.
          Castelos povoam nossa mente, são cenários de filmes épicos, românticos da Idade Média período da história da Europa entre os séculos V e XV, quando os castelos passaram a ser construídos em números escalonados na Europa, a partir dos séculos 9 e 10, com o objetivo de proteger as construções e propriedades da invasão dos povos nórdicos.
          Eram construções rústicas em seus exteriores, com muradas altíssimas, em pedra sobre pedra, torres frontais e laterais, onde ficaram os sentinelas e arqueiros de prontidão para ataques, além de entradas com portões gigantes de ferro, fosso em torno do castelo, masmorras, enfim, toda estrutura de segurança para ataque e principalmente, defesa. (na foto acima, o Castelo Indaiá em Dores do Indaiá MG/Divulgação)
          O objetivo era proteger a morada do senhor feudal, bem como os trabalhadores e moradores do feudo, de invasores. Quando surgiam eles, o refúgio seguro eram os castelos, até os dias atuais.
          Sua origem antecede a Idade Média. O primeiro castelo construído no mundo foi há 3000 a.C. em Aleppo, na Síria. Mas os castelos se popularizaram mesmo foi na Europa, Medieval.
          Ao longo dos séculos, impressionantes castelos foram construídos para abrigos, proteção dos senhores feudais e moradia das realezas. São construções imponentes, gigantes, impactantes. São mostras claras da riqueza e poderio econômico, principalmente de reis, rainhas, príncipes, princesas, duques, duquesas, senhores feudais e todos os ricos desse período e até dos dias de hoje também.
          Hoje, esses castelos da Idade Média continuam nas mãos de monarcas ou foram adquiridos por particulares ou mesmo, se transformaram em museus e hotéis de luxo.
Castelos no Brasil e em Minas Gerais
          No Brasil e em Minas Gerais, especificamente, existem castelos em vários estilos, inspirados nos castelos europeus da Idade Média, mas com objetivos diferentes. Castelos foram construídos no Brasil desde o Brasil Colônia mas não com o objetivo de proteção contra invasores, mas por poderio econômico mesmo. Muitos foram construídos no século passado quando os cassinos eram legalizados no Brasil ou foram construídos na crença que o jogo seria um dia liberado no país.
          Com a proibição dos cassinos e jogos no Brasil pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, em 1946, os imponentes e enormes palacetes e castelos construídos, foram dando lugar a hotéis, resorts, pousadas ou mesmo, espaços para eventos e até museus. E ainda estão surgindo construções inspiradas nos castelos para serem pousadas ou hotéis, já que o estilo medieval dos castelos inspira romantismo, requinte e nostalgia. (na foto acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, o interior do Castelo do Café em Manhuaçu, Leste de Minas)
          Em Minas Gerais temos vários castelos e palacetes construídos em estilos diferentes inspirados nos castelos medievais. Durante a Idade Média, os castelos passaram por três estilos: bizantino, românico e gótico. Nas construções novas seguem um desses estilos ou os 3 deles em um só castelo. Vamos conhecer 10 castelos em Minas Gerais.
01 - Castelo do café em Manhuaçu
          A 290 km de Belo Horizonte, na região do Coqueiro Rural, em Manhuaçu MG, Leste de Minas, um imponente castelo foi construído em homenagem ao café. Sim, ao café.
          A bebida reina em nossos lares, só perde para água, principalmente em Minas, que é o maior produtor de café do Brasil. Por isso, nada mais justo que um castelo para homenagear a bebida tradicional dos mineiros e do brasileiro. (foto acima de Brunno Estevão)
          O castelo foi idealizado pela família Charbel, formada pelo casal Charbel e Rosely e seus filhos Davi e Salomão, proprietários das marcas Café Rei Davi e Café Salomão. (fotografia acima e abaixo da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, o interior do Castelo)
          Audaciosos, empreendedores e criativos, contaram com a experiência do arquiteto João Previero para transformar um galpão já existente no local em um castelo. Para fazer o projeto, o arquiteto se inspirou nos castelos medievais da Itália e da Baviera, na Alemanha.
          Surgiu assim construção única, com uma arquitetura ímpar, singular, impactante e majestosa em Minas. Em torno do castelo cafezais, jardins belíssimos e uma bela cachoeira, completam a beleza cênica do lugar.
          É um espaço temático dedicado ao café, bem como todas as transformações desde o cultivo, colheita, secagem, torrefação, envasamento e preparo da bebida. (nas fotos acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, detalhes do interior do Castelo)
          O espaço conta com dois andares e três blocos grandes com armazém, escritório, torrefação, laboratório de classificação e claro, cafeteria, onde o visitante poderá apreciar o sabor dos cafés de alta qualidade produzidos pela família. Com certeza será uma experiência única, digno da mais sofisticada realeza e do café.
02 - Castelo de pedras
          Construído em Sobradinho, na zona rural de Itamonte MG, no sopé de uma montanha na Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas.
           É uma construção em pedra sobre pedra, sem reboco em seu exterior, com torre, portas e janelas em estilo medieval , além de outros detalhes arquitetônicos que nos remonta aos tempos medievais. (Foto acima e abaixo cedidas pela fanpage Itamonte MG)
          O visual imponente do castelo e paisagem da Mantiqueira impressionam. Há poucas informações de quem construiu, quando foi e porque foi construído, mas sem dúvidas, é uma das mais belas construções do estilo em Minas Gerais e no Brasil.
          Em seu redor, uma imensa área verde nativa, muralha em pedras e um pequeno lago abastecido por nascente. É muito procurado para visitas e fotos, principalmente para books de casamentos, pelo romantismo e áreas medievais da construção em pedras e toda a natureza em redor.
          A cidade está a 430 km de Belo Horizonte, a 200 km do Rio de Janeiro e 270 km de São Paulo com acesso pela BR-381 e BR-354. Pode aproveitar ainda para visitar as estâncias hidrominerais de São Lourenço a 40 km e Caxambu a 50 km.
          Para chegar ao castelo, a estrada é asfaltada e o caminho da entrada até o castelo é uma subida calçada em pedras. O local hoje é uma propriedade particular e precisa de autorização.
03 - Grande Hotel e Termas do Barreiro
          Fica em Araxá MG, no Alto Paranaíba, cidade distante 367 km de Belo Horizonte. Iniciada em 1938, na época de auge dos cassinos no Brasil, a imponente construção com 9 pisos e cerca de 27,34 metros de altura, foi inaugurada em 1944 pelo então presidente Getúlio Vargas e Benedito Valadares, então governador de Minas na época.
          A propriedade é de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). Desde 2010, é administrado pelo Grupo hoteleiro Tauá, vencendo concorrência pública. Desde essa época o local é chamado comercialmente de Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá.
          Rodeado por fontes de águas termais, sulfurosas e radioativas e uma imensa área verde e jardins projetados pelo pintor e paisagista Roberto Burle Marx, a majestosa construção foi projetada pelo arquiteto Luiz Signorelli. (foto acima de Márcio Pereira/@dronemoc)
          A inspiração do arquiteto veio das construções coloniais da América espanhola, como exemplo na Venezuela e Colômbia. Seu exterior é revestido de barro avermelhado, que nas construções coloniais espanholas simbolizam a simplicidade. Além do estilo colonial espanhol, o arquiteto usou os estilos eclético e neoclássico predominantes na Europa nos séculos XIX e início do século XX.
        Em contraste com seu exterior, o interior do Grande Hotel é requinte puro, um luxo que impressiona desde a entrada, passando pelos enormes corredores, salões, estruturas em estilo Greco-romano, quartos e suíte presidencial, além do mobiliário de época, digno de cenário de novelas. Estar no Grande Hotel nos dá uma sensação de volta ao glamour do início do século XX.
          É um lugar dos sonhos pra qualquer um se hospedar e visitar, tanto pelos jardins, o Parque das Águas e principalmente pela beleza, luxo, requinte e glamour do Grande Hotel.
04 - Castelo Indaiá
          No Km 41 da rodovia MG-176, em Dores do Indaiá, cidade histórica com origens no século XVIII, no Centro-Oeste de Minas, a 255 km de Belo Horizonte, o Castelo Indaiá é um dos maiores atrativos da cidade e região.
          Imponente, majestoso e suntuoso, em cor branca com detalhes azuis nas torres, está situado em uma fazenda próximo ao perímetro urbano da cidade e atrai turistas de Minas e o Brasil para Dores do Indaiá. Foi construído pelo empresário dorense Alberto Ferreira de Faria, após retornar à sua cidade natal, em 1994. Antes, o empresário viveu em Belo Horizonte e Estados Unidos. 
          Nos anos 1990, discutia-se no país a volta dos cassinos e o empresário, como tantos outros, acreditava que o projeto que liberava os cassinos no Brasil seria aprovado. Baseado nessa expectativa, decidiu construir um castelo para jogos em sua cidade natal, Dores do Indaiá MG.
          A inspiração para a construção do castelo não veio do estilo medieval dos castelos europeus, como é comum, e sim, com um castelo que conheceu nos Estado Unidos, quando vivia nesse país. 
          O castelo começou a ser construído em 1994 e, mesmo com a não legalização do jogo no Brasil, o empreendimento foi concluído em 2002. Mas quando tudo estava pronto, Alberto Ferreira de Faria faleceu ao 66 anos, vítima de infarto.
          Após seu falecimento o Castelo Indaiá passou a ser administrado pelo casal Wesley e sua esposa, sobrinha do Alberto Ferreira.
          O complexo do Castelo Indaiá possui uma área de 30 mil m², com 5 mil m² de área construída. São dois castelos, um maior e outro menor. Um para eventos e outros para suítes. O principal, o maior, (na foto acima) possui 4 andares, amplo salão para festas e casamentos, além de ornamentação requintada e suítes.
         No castelo menor, sãos 6 suítes que comportam até 25 pessoas, alugadas apenas para pessoas do evento, sendo um casamento para os parentes, mas nunca para um casal só, somente, grupos. Em sua maior parte, as suítes são usadas durante o ano pela família dos proprietários. 
          É usado somente para eventos sociais, como festas de aniversários, Réveillon, casamentos, debutantes, jantares, almoços de confraternização de fim de ano e almoços de batizados, além de receber grupos para fins de semana e feriados.
          Além disso, no entorno dos castelos está um belíssimo lago, uma ótima estrutura para diversão, construções menores em estilo colonial e enxaimel como podem ver na foto acima e abaixo, além de área verde muito bem cuidada.
          É um lugar para momentos românticos, festivos e realização de sonhos como por exemplo, festas de aniversário ou casamento, revivendo assim sonhos de um evento único em um castelo, digno de reis e rainhas, príncipes e princesas. (As fotos do Castelo Indaiá são arquivos do Castelo Indaiá e cedidas pelo Wesley - Administrador)
05 - O Castelinho de Almenara
          Na cidade de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, distante 744 km de Belo Horizonte, uma construção inspirada em castelos medievais, representa a beleza e o romantismo que o requinte dos castelos simbolizam em todo o mundo.
          É o Castelinho de Almenara, um dos principais atrativos da cidade e um de seus maiores bens culturais históricos. (na foto acima do João Avelar)
          Sua construção tem início no século passado, fruto de uma promessa de Olindo de Miranda à Eunice, por quem se enamorara.
          Se apaixonar, enamora-se por uma moça, sonhar em casar é normal, mas tem certas situações que impedem ou tentam impedir e por fim a esse sentimento. No caso de Olindo, sua paixão era a filha de Sabino Silva, na época Juiz de Direito da Comarca de Araçuaí, também no Vale do Jequitinhonha.
          O pai da moça era totalmente contra o namoro, mas Olindo, apaixonado por Eunice, não desistiu e lutou por seu amor e foi além, prometeu que se casasse com ela, construiria um castelo para os dois viverem.
          Determinado a casar-se com Eunice e aproveitando uma viagem a trabalho do juiz a Belo Horizonte, às escondidas, casou-se com Eunice na cidade de Itinga MG, também no Vale do Jequitinhonha.
          Já casados, em meados do século passado, cumpriu sua promessa. Aproveitou uma construção antiga que existia em sua propriedade, em forma de chalé e fez modificações para transformá-la em castelo, duas torre, dando à construção antiga, aparência de um castelo.
          Na torre central do castelo, está gravado o nome do casal Eunice e Olindo, preservando para a posteridade a história de um amor verdadeiro.
06 – Castelo do Bispo de Sá
          Localizado em Bueno Brandão, no Sul de Minas, a 471 km de Belo Horizonte, o Castelo Bispo de Sá entre as belezas naturais e arquitetônicas da charmosa, acolhedora e atraente cidade de Bueno Brandão.
          Cidade com tradições na gastronomia, na produção de cachaças, licores, fermentados e cafés, chocolates, vinhos e queijos finos de qualidade, além de belíssimas cachoeiras. (Foto acima e abaixo de Douglas Coltri)
          O Castelo Bispo de Sá é um dos atrativos da cidade e lugares mais visitados na região. Construção inspirada nos épicos castelos medievais, com estátuas de leões, armaduras de soldados medievais, mobiliário rústico e as tradicionais torres de vigia, características dos castelos europeus.
          É um tradicional espaço para eventos diversos como festas de casamentos, aniversários ou eventos sociais. Um lugar para quem sonha com um casamento, aniversário de 15 anos em um castelo que remonta os contos de fadas.
          Muito bem estruturado com ótima infraestrutura para eventos, com salão de festas com fonte de água, cozinha muito bem equipada, área externa com gramados, conforto, requinte e beleza cênica. Ótimo também para fotos e books.
07 - Castelo Líder
           Quem passa pela rodovia MG-050, próximo do trevo da BR-262, em Mateus Leme, a 60 km de Belo Horizonte, se depara com uma imponente construção com fachada inspirada nos castelos medievais, torres frontais e laterais. Para, admira e fotografa.
          É o Castelo da Mobiliadora Líder. Construído no final da década de 1970 pelo empresário João da Mata, proprietário da fábrica de móveis Líder, na cidade de Carmo do Cajuru, no Oeste de Minas, a 112 km de Belo Horizonte. O Castelo Líder de Mateus Leme é uma das lojas de móveis de fábrica da empresa que conta com outras lojas em Minas e também em outros estados. (foto acima do @arnaldosilva_oficial)
08 - Palácio da Liberdade
          Na Capital Mineira, uma imponente construção ladeada por uma bela praça e construções do início do século XX, inspiradas na arquitetura francesa, se destaca como uma das mais belas construções de Minas Gerais. É o Palácio da Liberdade, antiga sede do Governo de Minas, hoje espaço público aberto a visitação.
          Inaugurado em 1898, um ano depois da instalação da capital, foi projetado pelo engenheiro e arquiteto pernambucano José de Magalhães. Foi construído para ser a sede do Governo de Minas Gerais. (foto acima do Wilson Paulo Braz a fachada do Palácio e abaixo do Nacip Gômez, a sala de reuniões)
          À época, os arquitetos se inspiravam na arquitetura de um determinado país para fazerem seus projetos, mas com o Palácio da Liberdade foi diferente. Isso porque o arquiteto colocou um pouco da arquitetura estilos de vários países num só projeto, tanto na parte externa quanto na ornamentação de seu interior, fazendo uma mescla de traços e estilos da época de vários países europeus, em três pavimentos.
          O luxuoso palácio, teve inspirações nas construções dos castelos medievais europeus, mesclando estilos variados predominantes no século XIX como o estilo neoclássico, eclético e estilo Luís XVI, usando ainda traços do estilo mourisco, comuns em Portugal e Espanha, naquela época.
          Os belos jardins, monumentos, estátuas, chafarizes e ornamentações externas, foram inspirados nos jardins dos palácios da Alemanha e Bélgica. Além disso, para confirmar todo o estilo europeu do Palácio da Liberdade, a maioria do material usado na construção, mobiliário e ornamentações, foram importados da Europa, entre o fim do século XIX e início do século XX.
09 - Castelo Monalisa
          Imponente e majestoso, o Castelo Monalisa foi construído pelo ex deputado Federal Edmar Moreira, falecido em 17 de março de 2023. Após seu falecimento, o imóvel foi herdado por seus filhos.
          Construído em Carlos Alves, distrito de São João Nepomuceno MG, Zona da Mata, distante 314 km da capital, cidade natal do ex deputado, foi erguido em uma gigantesca área de 192 hectares de extensão, equivalente a 268 campos de futebol.(na fotografia acima e abaixo do Jair Barreiros, o Castelo Monalisa) 
           A área construída do castelo é também de proporções gigantescas. São 7.911,17 m² com 12 torres, 37 suítes com closet, cozinha industrial com capacidade para preparar refeições para até 200 pessoas, hall de circulação, vestiários para funcionários, ducha escocesa, bar, salão para churrasqueira, casa das máquinas, adega subterrânea para 8 mil garrafas, garagem coberta, capela, ar condicionado central e ainda parque aquático chafarizes, área verde e floresta de eucaliptos nos fundos do castelo.
10 - Pousadas em estilos medievais
          Para viver um conto de fadas no interior de um castelo não precisa ter um, basta se hospedar em um.
Em Monte Verde
 
          É o caso da Pousada do Castelo na charmosa Monte Verde, distrito de Camanducaia MG, no Sul de Minas, distante 473 km de Belo Horizonte. (na foto acima do Wellington Diniz)
          Construído no estilo dos castelos europeus, a Pousada do Castelo, como é chamada, é uma das mais atraentes da charmosa arquitetura europeia da vila mineira.
          Construção com torres, cômodos revestidos em pedras, mobiliário rústico, quartos com lareira, área verde, excelente café da manhã, enfim, estar no local é uma volta ao romantismo e glamour da época medieval, com a beleza da altitude da Serra da Mantiqueira, uma harmonia perfeita!
Em Pocinhos do Rio Verde
          Nesta mesma região, Sul de Minas, tem um lugar que lembra a rusticidade e o charme dos castelos europeus, embora a construção não seja propriamente um castelo mas o subsolo, como podem ver na foto acima fornecida pelo Gran Hotel/Summit Concept Pocinhos/Divulgação. Lugar ideal para noites românticas à luz de velas. Pocinhos é distrito de Caldas.
          É uma das mais famosas estâncias hidrominerais de Minas e estar no Grand Hotel, em seus salões enormes, construído e mobiliado nos estilos do início do século XX, é uma volta ao passado, ao glamour e romantismo puro.

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