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domingo, 7 de julho de 2024

A Vila Colonial de Furquim

(Por Arnaldo Silva) Com origens nos primeiros anos do século XVIII, o distrito foi criado oficialmente em 16 de fevereiro de 1718. É distrito de Mariana, na Região Central, está distante 28 km da sede e a 120 km de Belo Horizonte.
          O distrito de Furquim é formado ainda pelos subdistritos de Goiabeiras, Cuiabá, Constantino, Gurujanga, Curvanca, Margarida Viana, Paraíso, Pedras e Crasto. No distrito e subdistritos, vivem cerca de 2 mil pessoas. (foto acima de Leandro Leal)
          Seus moradores vivem da Agricultura Familiar, com destaque para a produção artesanal de doces caseiros como a goiabada e doce de leite, cachaça de alambique, queijos, quitandas, cultivo de hortaliças diversas e pequenas lavouras, como de milho.
          O artesanato é outra forte atividade em Furquim com destaque para confecção de tapetes de pita; flores e balaios de palha; esteiras e peneiras de taquaras de bambu; chicotes, cabrestos e bolsas de couro; bordados e crochês; pintura em tecidos; artesanato feito com pedra sabão como esculturas, panelas e arte decorativa; e também, artesanato em madeira como móveis rústicos, gamelas, colheres de pau e pilões.
Origem de Furquim
          Seu nome tem origem em Antônio Furquim da Luz, sertanista que fundou o Arraial dos Furquim nos primeiros anos do século XVIII. Foi Antônio Furquim o descobridor de minas de ouro na região, tornando-a um efervescente centro de mineração. (fotos acima de Leandro Leal)
          Como todo arraial do interior mineiro, tinha como centro de fé uma igreja ou capela. Em Furquim, a fé no Bom Jesus do Monte. Uma pequena capela foi erguida 1704, começou a ser ampliada a partir de 1745, tendo sido concluída no século XIX.
          Uma obra setecentista rica em detalhes das ornamentações, talhas pinturas do estilo Joanino. Conta com belíssimos acervos sacros, que contribuíram com a igreja ao longo de sua construção renomados arquitetos, construções e artistas da época como Francisco Xavier Carneiro, Francisco Machado Luz, José Pereira Arouca. Sua importância para a história do Brasil Colônia é tão grande que a Igreja foi tombada em 1949 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
          Em 1745, é instalado nas proximidade da capela o Cruzeiro Patriarcal, hoje um das principais atrações turísticas da Vila Colonial Barroca de Furquim. Além disso, em Furquim a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e os Dozes Passos da Via Sacra, são outros atrativos, juntamente com seu preservado e charmoso casario colonial. 
          Furquim preserva sua história, seu passado e suas características há três séculos. Uma vila colonial, tipicamente mineiro com casario colonial, simplicidade e requinte em suas construções, principalmente nos adornos e talhas de seus casarões e igrejas históricas.
Atrativos de Furquim
          A Matriz e o Cruzeiro do século XVIII são marcos da história de Furquim, bem como sua antiga estação ferroviária, reformada e preservada. Inaugurada em 28/08/1926, a estação fazia parte do ramal Ponte Nova. Ligava Furquim a estação Miguel Burnier em Ouro Preto MG, na época, capital da província de Minas, até Ponte Nova. Reformada, funciona atualmente na antiga estação um Centro Cultural. (fotos acima e abaixo de Leandro Leal)
          Além disso, Furquim tem como atrativos o encontro das águas do Ribeirão do Carmo com o Rio Gualaxo do Sul, a Cachoeira de Rosa, no subdistrito de Pedras, a Cachoeira do Jadir e a Cachoeira do Pedro, no subdistrito de Cuiabá. Tem ainda a Pedra do Urubu, o Rio do Coito e o Rio Gualaxo como atrativos naturais e a Ponte dos Macacos, a Fonte da Gameleira.
Tradição e estrutura
          Furquim conta com boa estrutura urbana para atender os turistas como pousadas, botecos e restaurante com comida típica, pequeno comércio onde o visitante encontra os produtos locais como queijos, doce e artesanato, além de poder acompanhar as tradicionais festas religiosas como Semana Santa, Corpus Christi, o Dia do Padroeiro, a Festa de virada de ano e do Furquiense ausente, em 1° de janeiro, Mês de Maria, Festa da Virgem do Carmelo em 16 de julho, Festas Juninas, dentre outras.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Conheça Cachoeira do Campo

(Por Arnaldo Silva) Não pense que Cachoeira do Campo seja um pequeno e pacato distrito interiorano. Longe disso! São mais de 15 mil habitantes no distrito ouro-pretano, maior até que muitas cidades brasileiras.
          Cachoeira do Campo se desenvolveu graças a indústria, principalmente da mineração. Possui um comercio variado, um setor de serviços eficiente, rodoviária, indústria moveleira, um rico e eclético artesanato, em especial feitos em pedra sabão. (na foto acima de Arnaldo Silva, o Centro Histórico do distrito e abaixo, o tradicional artesanato em pedra sabão)
          Conta ainda com uma gastronomia diversificada com queijaria, alambique, cervejaria, festivais gastronômicos como a Festa da Jabuticaba, diversos bares, restaurantes, hotéis e pousadas de ótima qualidade. Enfim, Cachoeira do Campo conta com boa estrutura urbana e oferece boa qualidade de vida a seus moradores e visitantes.
          Cachoeira do Campo é um dos berços da história da origem de Minas Gerais. Suas ruas e becos contam, um pouco da história de Minas Gerais, preservada em seus casarões, pontes e templos do início do século XVIII e XIX. (na foto acima de Arnaldo Silva, o Centro Histórico do distrito)
         Os principais atrativos históricos de Cachoeira do Campo são: a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré (na foto acima de Peterson Bruschi, a riqueza do interior da Matriz), uma joia da primeira fase do Barroco Mineiro, conhecido por Nacional Português; o antigo Palácio do Governador, antiga residência oficial dos governadores da província de Minas, a tricentenária Ponte do Palácio e o Colégio Dom Bosco, locais que foram palco importantes episódios da História do Brasil, como a Guerra dos Emboabas, a Sedição de Felipe dos Santos, articulações dos inconfidentes, dentre outros.

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

13 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar – Parte VI

(Por Arnaldo Silva) Esta é a quinta parte com 13 pacatos e charmosos distritos de Minas Gerais. Já foram feitas as partes 1, 2, 3, 4, 5, e essa é a sexta parte. Em Minas Gerais, segundo dados da Fundação João Pinheiro, são atualmente 1.816 distritos e 853 cidades, além de mais centenas de vilas e pequenos povoados. Não dá para postar tantos distritos de uma vez só, por isso optamos por dividir a matéria em partes. Conheça 13 acolhedores, pacatos, charmosos e apaixonantes distritos mineiros.
01 - Itatiaia
          Itatiaia é distrito da cidade de Ouro Branco, na Região Central, distante 100 km de Belo Horizonte e 25 km de Ouro Preto, cidade que faz divisa Ouro Branco bem como as cidades de Conselheiro Lafaiete, Itaverava e Congonhas. Das rodoviárias de Ouro Preto e de Belo Horizonte, saem ônibus diário. (Fotografia acima de Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe)
          Além de atraente, pacata e charmosa, Itatiaia possui um rico acervo histórico preservadíssimo. Fundado em 1664, Itatiaia foi a segunda mais antiga povoação a ser formada em Minas Gerais, tendo com um dos marcos de sua fundação, a Igreja de Santo Antônio, erguida nos primeiros anos do século XVIII. 
          O primeiro batismo registrado na igreja ainda em construção, data de 20/08/1714. Foi construída em conjunto pelas irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, de São Benedito e do Santíssimo Sacramento, em estilo Joanino, a primeira fase do barroco mineiro. Em 1717 já eram realizadas cerimônias normais na igreja. Durante o final do século XVIII e XIX, a igreja foi ampliada e ganhou novos altares e ornamentos. (Fotografia acima de Robson Gondin)
          Lugar de rara beleza, com paisagens e cachoeiras de tirar o fôlego, é também daqueles lugares que o dia passa devagar e a vida é calma, tranquila e sossegada. É uma pequena vila, com poucas ruas, um charmoso casario colonial e um povo simples, acolhedor e hospitaleiro. (fotos acima e abaixo de Robson Gondin)
          Um dos destaques de Itatiaia, além de sua beleza natural e sua história colonial, é seu artesanato, sua culinária típica e original mineira, no mais tradicional fogão a lenha e os grafites nas paredes das casas. 
02 - São José do Almeida
          São José do Almeida tem origens no século passado e tem São José como o seu santo padroeiro. A origem da fé no santo começou na fazenda pertencente a José Almeida, mais conhecido por Almeida. Devoto de São José, Almeida promovia na sala da sede de sua fazenda, rezas para o santo de sua devoção. Com o passar do tempo, trabalhadores de sua fazenda, de outras propriedades e do vilarejo, começaram a participar também das rezas. (fotografia acima da Alexa Silva/@alexa.r.silva)
          Com o aumento de devotos e pouco espaço em sua sala, Almeida decidiu construir uma capela dedicada a São José na parte mais alta do vilarejo, que ficava próximo a sua propriedade, para que todos pudessem participar das rezas e festejos religiosos.
          A capela era conhecida como Capela de São José do Senhor Almeida. Com o passar do tempo, o vilarejo foi crescendo e se desenvolvendo até ser elevado a distrito de Jaboticatubas MG, cidade histórica mineira fundada em 1790, distante 66 km de BH, na Serra do Cipó. O município de Jaboticatubas faz limites territoriais com Itabira, Itambé do Mato Dentro, Santana do Riacho, Baldim, Matozinhos, Pedro Leopoldo, Lagoa Santa, Santa Luzia, Taquaraçu de Minas e Nova União.
          Como a capela de São José do Senhor Almeida era muito visitada, tendo até romarias vindas de localidades mais distantes, o vilarejo passou a se chamar São José do Almeida, em referência à capela construída pelo senhor Almeida e assim é o seu nome até hoje.
          De um pequeno vilarejo, São José do Almeida se tornou um dos mais desenvolvidos, maiores e bem estruturados distritos mineiros. A vila conta com escolas, comércio variado, linhas de ônibus, serviços públicos urbanos, pequenas e médias empresas, restaurantes e pequenos hotéis e pousadas. 
          São cerca de 6500 moradores no distrito que tem como destaque a Matriz de São José e sua charmosa praça, bem como as belezas da Serra do Cipó, além da simpatia, hospitalidade e carisma de seu povo, que é muito acolhedor e trata muito bem os visitantes. (fotografia acima da Alexa Silva/@alexa.r.silva)
03 – Sobral Pinto
          Sobral Pinto é distrito histórico da cidade de Astolfo Dutra MG, Zona da Mata. O distrito surgiu a partir de 1860, no século XIX, com o nome de Pomba. Nessa época, o povo de Pompa era subordinado ao município de Rio Pomba MG.
          Seu crescimento ampliou-se a partir de 1879 com a chegada Estrada de Ferro Leopoldina, para trens de carga e passageiros. Com isso, novos moradores foram chegando, novas residências foram sendo construídas, operários da rede ferroviária se instalando no povoado, novas casas comercias, fazendo com que o povoado de Pomba crescesse e se desenvolvesse rapidamente. (fotografias acima e abaixo de Robson Gondin)
          A ferrovia passava dentro do povoado que tinha ainda uma pequena estação com o nome de Estação Pomba, construída em madeira, inaugurada por Dom Pedro II em 1881. Em 1892, o nome da estação recebe o nome de Sobral Pinto, bem como o povoado, que passou a se chamar também, Sobral Pinto. O nome homenageia Luiz Cavalcante Sobral Pinto, engenheiro da Estrada de Ferro Leopoldina. Em 1919 é inaugurado o novo prédio da Estação Ferroviária, dessa vez em alvenaria.
          No início do século XX, é erguida pelo português Manoel Póvoa, a capela de Nossa Senhora dos Anjos, mais tarde consagrada à Nossa Senhora Auxiliadora, a atual padroeira do distrito.
          Hoje o trem não transporta mais gente, mas a ferrovia deixou um legado de história, preservada na memória dos mais antigos moradores, bem como nas construções do século XIX e XX presentes na vila, bem conservadas e preservadas.
          Além disso, o distrito é pacato, muito bem cuidado, bem estruturado para receber visitantes que são bem recebidos por seus moradores, muito acolhedores e hospitaleiros. Sobral Pinto é ainda um exemplo de boa qualidade de vida, conservação, preservação e cuidado com a história, a natureza e as tradições religiosas, culturais e gastronômicas mineiras.
04 - Santo Antônio do Rio Grande
          Santo Antônio do Rio Grande é um paraíso escondido a 1200 metros de altitude nas montanhas sul mineiras da Serra da Mantiqueira, cercada por várias nascentes que formam córregos, cascadas, cachoeiras e poços de águas limpas, gelada e cristalinas que deságuam no Rio Grande. (fotografias acima de @miguelhobbydrones)
          Santo Antônio do Rio Grande está a 14 km distante de Bocaina de Minas, próximo da Via Dutra e apenas 21 km de Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro, a 390 km de Belo Horizonte, 190 km de Juiz de Fora MG, 43 km de Resende/RJ e 208 km de São Pulo.
O visitante encontra ainda em Santo Antônio do Rio Grande, charmosas e pitorescas pousadas, restaurantes de comida caseira típica e lanchonete. Tudo simples, aconchegante, acolhedor e tradicional.
          Um lugar bucólico, simples, bem acolhedor, pacato, tranquilo, com um casario simples, bem cuidado, ruas calçadas em pedra e com um povo se orgulha de sua terra e adoram uma boa prosa com os visitantes. São pessoas acolhedoras, simples, ordeiras, hospitaleiras e que guardam suas tradições religiosas e festejos tradicionais.
Como exemplo as festas juninas, em especial a Festa de Santo Antônio, com destaque para a fogueira de 25 metros, construída pau sobre pau, pelos próprios moradores. É um espetáculo que atrai turistas da região para acompanhar os festejos, saborear as comidas típicas, acompanhar as celebrações religiosas na Matriz e assistir a queima da fogueira. 
          Outro destaque de Santo Antônio do Rio Grande é seu belíssimo artesanato e sua culinária típica, como seus biscoitos, bolos e doces caseiros, além dos saborosos queijos produzidos nas fazendas da Vila, com destaque para os queijos da Fazenda Paiol.
          É um lugar que podemos chamar de paraíso, refúgio ideal para quem quer fugir da correria do dia a dia das cidades, buscar a paz e o sossego em meio a simplicidade, beleza natural e paisagens montanhosas com belíssimas cachoeiras de tirar o fôlego como a Cachoeira do Paiol com 120 metros de queda, do Brumado com 90 metros. (nas fotos acima do @miguelhobbydrones, a vista da Pedra Negra e a cachoeira do Vale das Flores)
          Tem ainda a cachoeira 5 Estrelas com 3 quedas seguidas, no total de 200 metros de altura, que formam lindos poços de água gelada e cristalina. Essa cachoeira está apenas 6 km distante da vila. Além disso tem o Mirante Zé Manuela a 1800 metros de altitude, com uma espetacular vista de 360° graus das belezas da Serra da Mantiqueira e do Parque Nacional do Itatiaia.
05 - Florália
          Distrito de Santa Bárbara, cidade histórica mineira distante 120 km de Belo Horizonte, Florália é uma charmosa, atraente e tradicional vila colonial mineira. Sua origem é século XVIII, quando a vila se chamava Rio São Francisco. (fotografia acima de Jane Bicalho)
          Rio São Francisco foi elevado a distrito pela Lei provincial nº 2001, 14-11-1873, e lei estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado a Santa Bárbara. Em 1923, Rio São Francisco teve seu nome alterado para Florália.
          Rodeada por belíssimas paisagens nativas, montanhas, tem como seu principal atrativo seu charmoso casario colonial e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória. Em sua origem, era dedicada a Nossa Senhora da Boa Morte. A construção da antiga igreja teve início no ano de 1745, no século XVIII, pelo padre Antônio Araújo. (fotografia acima de Jane Bicalho)
          Ao longo de sua existência, o templo passou por reformas e mesmo assim, continua sendo uma das relíquias históricas mineiras e um dos principais atrativos da região, bem como da Vila de Florália, um lugar acolhedor, de gente simples e hospitaleiro. Florária é tão singela e linda que é conhecida como “pedacinho do céu" de Minas Gerais.
06 – Tabuleiro do Mato Dentro
          É distrito da cidade histórica de Conceição do Mato Dentro MG, a 167 km de Belo Horizonte, na Serra do Espinhaço. O distrito está distante 20 km da sede.
          Tabuleiro é uma joia colonial do Espinhaço. É uma típica vila mineira, casario colonial charmoso, uma igreja típica do Barroco Mineiro, erguida no alto de uma colina, campo de futebol, tradicionais vendas, botecos e mercearias. Na pitoresca vila colonial vivem mais de 1250 pessoas. É um povo simples, acolhedor, hospitaleiro e muito bom de prosa. (foto acima de Marselha Rufino)
          Pra quem não sabe, o distrito recebeu no século XIX algumas famílias de imigrantes alemães que vieram para a trabalhar na siderurgia, já que a região contava com várias de minério de ferro. Uma dessas famílias era a Utsch, especialistas sem siderurgia. Trabalhavam numa siderúrgica fundada em 1822, na região onde é hoje o distrito de Cubas, que tem esse nome devida a medida, “cuba”, usada para pedir o ferro e o aço. 
          O porque Tabuleiro tem esse nome é incerto, apenas história oral, contada pelo povo. Segundo uma dessas histórias, o nome é em alusão a aparência das serras que lembram um tabuleiro. Outros dizem ser referência ao tabuleiro utilizados no século XIX e XX usados pelos moradores da região no transporte de mercadorias até a cidade de Conceição do Mato Dentro. Há ainda a versão que tabuleiro surgiu com os canteiros de plantações da época de sua origem, que tinham o formato de um tabuleiro. (fotografia acima do @gustavosimoes.art)
          A base econômica do distrito é a agricultura familiar, mas devido a Cachoeira do Tabuleiro e os parques ambientais, é o turismo que movimenta a economia do distrito, principalmente nas lojinhas de artesanato, botecos, restaurantes e pousadas locais que atendem todos os gostos e bolsos. Toda a comunidade do distrito, seja na área urbana da vila ou rural, estão inseridas no contexto do turismo.
          Tabuleiro é o distrito mais conhecido e visitado de Conceição do Mato Dentro devido a Cachoeira do Tabuleiro, a maior cachoeira de Minas, com 273 metros de queda, o equivalente a um prédio de 91 andares. É a terceira maior cachoeira do Brasil. O poço formado por suas águas tem cerca de 20 metros de profundidade, rodeado por blocos de pedras e também, com muitas pedras submersos. Pra completa toda essa beleza no entorno da cachoeira existem belíssimos jardins naturais com orquídeas, sempre-vivas e bromélias gigantes.
          A cachoeira está na área do Parque Natural Municipal do Tabuleiro e no Parque Estadual da Serra do Intendente, ambos pertencentes ao distrito de Tabuleiro. (fotos acima de Nacip Gômez)
          É tão impactante e linda que foi eleita com 40 mil votos em concurso realizado pelo Instituto Estrada Real, órgão ligado à Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), como uma das 7 maravilhas da Estrada Real.
07 - Porto dos Mendes
          Porto dos Mendes é distrito de Campo Belo, município da região Oeste de Minas, distante 226 km de Belo Horizonte. O distrito, está na divisa de Campo Belo com Nepomuceno e por isso conta com dois portos, um em cada cidade. Isso porque Porto dos Mendes é banhado pelo Lago de Furnas e a travessia é feita e barcos e balsas. 
          São dois portos. O porto “De Cá” como chamam o porto do lado de Campo Belo e o porto “De Lá”, como é mais chamado o porto de Nepomuceno, embora seu nome antigo seja Porto Sapecado. Mas é mais fácil falar “porto de lá” e “porto de cá”. (na foto acima do Daniel Souto)
          Além dos dois portos, as atividades de pesca e náutica, as balsas transportam carros, ônibus e tudo que puder sobre as águas do Lago. Porto dos Mendes é um dos mais importantes atrativos distritos de Campo Belo, não apenas pelo Lago de Furnas, mas por sua história e origem.
          Porto dos Mendes surgiu de um povoado formado no século XVIII, com o nome de Vila São Sebastião de Porto dos Mendes. Em 9 de agosto de 1864 foi elevado a distrito, passando a ser apenas chamado de Porto dos Mendes.
          É uma charmosa, pacata e atraente vila mineira, formada por pessoas igualmente pacatas, acolhedores e hospitaleiros. Tem ainda como destaque a Igreja de São Sebastião, construída em meados do século XVIII, o Cruzeiro no alto da serra, matas nativas, trilhas ecológicas e belas cachoeiras. (foto acima de Daniel Souto)
          Lugar com boa estrutura para receber turistas, conta com bons restaurantes, bares e pousadas, tanto em Campo Belo e Nepomuceno, quanto na própria vila. Lugar ideal para passeios em família, pesca esportiva, passeios de barcos e ainda para quem gosta de viajar pelos encantos da simplicidade das vilas coloniais mineiras.
08 - Chacrinha dos Pretos
          É distrito de Belo Vale, no Vale do Paraopeba, distante 82 km de BH.
          A comunidade da Chacrinha dos Pretos tem origem no século XVIII, há mais de 180 anos. Foi formada entre as fazendas Chácara e Santa Cecília, que pertenceu ao Coronel José de Paula Peixoto, influente fazendeiro que tinha o apelido do valor sua fortuna, “Milhão e Meio”. (fotos acima de Mauro Euzébio/@mauroart)
          Por influência de sua esposa, a qual amava muito, não seguia os padrões no trato com os escravizados na época. Tratava-os bem. Após sua morte, sua esposa alforriou todos os escravos da fazenda. Além isso, como herdou toda a propriedade de seu falecido esposo, colocou em testamento os escravos que alforriou como seus herdeiros diretos. Após a morte da viúva do coronel “Milhão e Meio”, os escravos alforriados assumiram a posse legal da fazenda, de acordo com a vontade da viúva do coronel “Milhão e Meio”.
          A área da antiga fazenda e onde foi formado o quilombo da Chacrinha dos Pretos, formam um sítio arqueológico de grande valor histórico para a cidade e região por ter sido o início da formação do Quilombo. É um bem tombado como Patrimônio Cultural e Material de Belo Vale MG, através do Decreto N° 1240/2011, devido sua grande importância para a história da comunidade quilombola da região. (fotos acima de Mauro Euzébio/@mauroart)
          Além disso, Chacrinha dos Pretos é uma comunidade quilombola certificada pela Fundação Cultural Palmares. Isso garante que os moradores de Chacrinha dos Pretos tem origem em comum e tem como base a preservação dos valores de seus antepassados, bem como a preservação de suas práticas culturais, além de preservarem a identidade cultural e histórica da comunidade.
          Os moradores atuais, descendentes os quilombolas que formaram a comunidade, realizam manifestações culturais, religiosas e folclóricas no sítio arqueológico, onde começou o quilombo. Isso por ser um lugar de uma riqueza histórica e cultural impressionante, bem como a história da formação do quilombo que se formou na fazenda, totalmente diferente da origem dos quilombos na época.
09 - Padre Pinto (Caxambu)
          É distrito do município de Rio Piracicaba, no Médio Piracicaba, distante 127 km de Belo Horizonte. O distrito conta com cerca de 1500 moradores e está a 5 km da BR-381, a 14 km do centro de Rio Piracicaba e possui uma boa estrutura urbana.
          É um lugar simples, pacato, sossegado, com povo acolhedor e bastante hospitaleiro, que se orgulha de sua comunidade, de preservar suas festas tradicionais, principalmente religiosas e ainda, valorizam e respeitam a memória de seus antepassados, principalmente os de origem africana. O distrito tem raízes históricas no tempo da Mineração e Escravidão. (fotografia acima do Duva Brunelli)
          Durante o ano ocorrem eventos populares, folclóricos e religiosos em Padre Pinto, com destaque para a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a tradicional Congada. Além disso, no mês de maio, acontece a tradicional Festa do Boi Fogueira, uma tradicional festa folclórica com danças e cantigas de roda.
          Seu nome de origem era Caxambu, passando a se chamar Padre pinto, em homenagem ao padre Manoel Fernandes Pinto Coelho, a partir de 8 de agosto de 1927. Mesmo alterando o nome, Caxambu é o nome mais popular, devido existir no distrito a Comunidade Quilombola Caxambu.
          Uma charmosa vila, com um casario antigo em estilo colonial, eclético e moderno, povo simples, acolhedor e de fé. Além de igreja católica, construída em 1911, em Padre Pinto existem duas igrejas evangélicas. Seus moradores vivem da agricultura familiar. (foto acima de Duva Brunelli)
          Sua antiga usina elétrica, é hoje patrimônio tombado de Rio Piracicaba. Além disso, Padre Pinto é um dos distritos de grande importância cultural para a cidade por sua história e tradições populares, oriundas do tempo da Escravidão.
          Por sua origem africana, a comunidade Caxambu, em Padre Pinto é área reconhecida pela Fundação Palmares como comunidade Quilombola. O Quilombo de Caxambu, que significa, na língua africana que para alguns historiadores a junção dos vocábulos cacha (tambor) e mumbu (música). Mas há outros historiadores que afirmaram que seu significado seria a junção dos vocábulos de caa (mato), xa (ver), umbu riacho, sendo então mato que vê o riacho.
A família Alcântara de Caxambu
          É em Caxambu (Padre Pinto) que vive a Família Alcântara, que forma o coral Família Alcântara. Fundado há mais de meio século, o coral já está na quarta geração da família.
          A Família Alcântara, bem como todos que vivem no Quilombo, é formada por descendentes de escravos trazidos de Angola, por volta de 1760 para trabalharem nas fazendas da região.
          A história da Família Alcântara, bem como o coral é conhecida e reconhecida em Minas, no Brasil e também no mundo. O coral tem discos gravados, já fizeram várias apresentações em várias cidades e festivais e também em programas de TVs, entre eles do programa de Jô Soares, na Rede Globo, além de terem sido tema de documentário produzido e exibido pela TV Rede Minas.
10 - Bom Jesus do Vermelho
          Bom Jesus do Vermelho é distrito subordinado a Santa Rita do Ibitipoca, município distante 70 km de Barbacena e a 241 km de Belo Horizonte, nos limites territoriais com Ibertioga, Piedade do Rio Grande, Santana do Garambéu, Lima Duarte, Bias Fortes e Antônio Carlos, no Campo das Vertentes com a Zona da Mata. O acesso é pela MG-135 E MG-338. (foto acima de André Duarte)
          Bom Jesus do Vermelho é uma pequena vila típica do interior mineiro, com uma singela igreja, praça, um casario colonial bem cuidado, destacando as velhas e antigas vendas, como a Venda Salles, como podem ver nas fotos acima do André Duarte, a Venda, a Igreja e o casario visto da entrada da vila.
          Seu povo é simples, hospitaleiro, valorizam suas tradições folclóricas, religiosas e a tradição mineira dos tempos dos tropeiros e boiadeiros, presente nas cantorias da tradicional música caipira mineira, além da culinária mineira, principalmente as quitandas, sempre presente nas cozinhas mineiras e nas rodas de viola e sanfona, que sempre acontece nas casas e quintais da Vila.
          Lugar calmo e tranquilo, onde todos se conhecem. Na charmosa e pequena vila, vivem pouco mais de 1000 pessoas. Sua economia se baseia em pequenos comércios, na agricultura familiar e no turismo, já que a Santa Rita do Ibitipoca e seus distritos estão na área do Parque Estadual do Ibitipoca. Por esse motivo, restaurantes, bares e pousadas se encontra com facilidade no distrito, em Santa Rita e redondezas.
          Além disso, Bom Jesus do Vermelho oferece a seus moradores e visitantes um convívio pelo com a natureza, com trilhas diversas, cachoeiras, montanhas e as belíssimas paisagens paisagens do Parque do Ibitipoca, como por exemplo a Janela do Céu, principal atração do Parque, situado nas terras do município de Santa Rita, no qual faz parte Bom Jesus do Vermelho.
          Uma época boa para visitar Bom Jesus do Vermelho é julho, quando acontece a tradicional festa do Bom Jesus, com shows com bandas e artistas locais e regionais, barracas com comidas típicas, celebrações religiosas, dentre outras atrações.
11 - Coco
          Coco é uma típica e tradicional Vila Colonial Mineira, distrito de Moeda MG, no Vale do Paraopeba, distante 60 km de Belo Horizonte.
           O casario colonial, típico do período barroco é um dos atrativos do distrito, suas belezas naturais nativas como matas nativas, trilhas, cachoeiras, bem como a Igreja do Sagrada Coração de Jesus. É uma igreja simples, mas com talhas, entalhes, forros e ornamentos requintados, típicos da arte sacra da século XIX e XX. (fotografia acima de Evaldo Itor Fernandes, o casario e a Igreja do Sagrado Coração de Jesus)
          Tanto a Igreja, quando a formação do povoado, tem origens no século, segundos os moradores mais antigos. Seu povo tem orgulho de sua comunidade, de sua igreja e recebem muito bem os visitantes, como todo bom mineiro. A principal atividade econômica de Coco é agricultura familiar, turismo e pequenos comércios. 
12 – Betânia
          É distrito da de Pedra do Indaiá, no Oeste de Minas, distante 174 km de BH. Em Betânia vivem cerca de 700 pessoas. Está situado no KM 145 a MG-050, entre Divinópolis e Formiga MG.
          É uma pequena vila, que tem como base econômica a extração de pedras que são trabalhadas para serem usadas em calçamento, mistura em concreto e outros usos. Por esse motivo, a vila é pavimentada e conta com uma boa estrutura, poluição zero e um povo muito hospitaleiro e gentil. (fotografia de Maurício Soares)
13 - Porto Alegre 
          Porto Alegre é distrito de Moeda MG, Vale do Paraopeba, distante 60 km de BH. Tem origem no início do século XVIII, quando chegou à região, as bandeiras lideradas por Fernão Dias Paes Leme. Aportaram em um pequeno arraial onde viviam algumas poucas pessoas que trabalhavam na agricultura, já que em sua origem, desde o final do século XVII, o Vale do Paraopeba era uma região de produção de alimentos, devido à qualidade de suas terras. Eram pessoas simples, muito alegres e receptivas.
          O pequeno vilarejo ficava no encontro das águas do Ribeirão da Barra com o Rio Paraopeba. Esse encontro de águas formava um porto era usado ancorar embarcações que fazia a travessia do rio, levando e trazendo alimentos, além de pessoas. Por isso o nome dado ao lugar, Porto Alegre.
          Seu crescimento foi devagar, em torno da igreja do seu padroeiro, o Senhor Bom Jesus. Inclusive, a Igreja do Senhor Bom Jesus de Porto Alegre é um dos seus principais atrativos, bem como a beleza e o charme do seu casario colonial, suas belezas naturais e belas cachoeiras, além claro, da alegria de seu povo, que faz jus ao nome do lugar. (fotos acima de Evaldo Itor Fernandes)

sábado, 5 de agosto de 2023

8 vilas em Minas que parecem ser em outros países

(Por Arnaldo Silva) Minas é o mundo e o mundo é Minas. Quando Guimarães disse que “Minas são muitas”, com certeza, estava correto. Em cada região Geralista encontramos uma Minas Gerais dentro de Minas Gerais. São as Gerais de Minas e as Minas das Gerais.
          Andando por Minas conhecerá povoados, vilas, distritos, bairros e cidades fantásticas, com belezas arquitetônicas, culturais, religiosas, gastronômicas, folclóricas e naturais incríveis, mas alguns lugares nos fazem parar para pensar e indagar: É no Brasil? É em Minas Gerais? Pensei que fosse em outro país!
          Sim, você vai conhecer algumas vilas em Minas que te levará a fazer essa indagações. Ficará impressionado com a beleza, a similaridade com vilas e estilos de outros países. Se encantará e vai querer conhecer todas. São sete que listamos.
1 - Uma vila em estilo colonial e italiano em Belo Horizonte
          Localizada na Pampulha, na capital mineira, a Vila Rica é um espaço cenográfico, turístico e comercial, além de ser ainda usado para eventos. A charmosa vila une traços da arquitetura barroca mineira, delicadamente inspirada nas cidades históricas de Minas Gerais e de vilas barrocas da Itália. (fotos acima da Alexa Silva)
          Construída de alvenaria, conta com residências, lojas de produtos variados, como artesanato mineiro, lancherias, restaurantes com cozinha mineira, francesa e italiana, enfim, tudo que tem numa típica vila barroca mineira e europeia
          A Vila Rica Avenida Fleming 900 no bairro Ouro Preto. Aos sábados funciona uma feira com roupas, bijuterias e artesanatos variados. Por seu charme, beleza arquitetônica e estilo colonial do barroco mineiro e europeu, além da variedade de lojas e gastronomia típica mineira, italiana e francesa, a Vila Rica é um dos lutares mais interessantes da capital mineira.
2 – Uma vila do Velho Oeste Americano em Minas
          O Velho Oeste Americano, com seus cowboys e cowgirls, saloon e todo o cenário das vilas do oeste dos Estados Unidos sempre povoaram nossas mentes. Assistir a filmes e séries de faroeste, nos leva a um mundo imaginário e vontade de conhecer um lugar assim, retratados nos filmes de Hollywood. A vontade é ir lá nos Estados Unidos e conhecer esses lugares, mas não precisa. Em Minas temos uma vila igual ao Velho Oeste Americano, igualzinha mesmo, inclusive com os letreiros em inglês.
          Isso mesmo, igual mesmo com igreja, saloon, hotel, trem, estação, cavalos, cadeia, diligências, estábulos, carruagens, barris, banco, tudo mesmo que tem em uma cidade ou vila americana do Velho Oeste. Enfim, esse lugar reproduz com fidelidade o cenário de faroeste, que vemos nos cinemas e seriados. (fotografias acima e de Leandro Santos)
          Esse lugar fica no bairro Novo Silvestre, na cidade de Viçosa MG, na Zona da Mata. É uma vila temática, um local para eventos e shows, não é uma vila de moradia. Uma vila feita para os amantes da cultura sertaneja, caipira e da arquitetura das antigas vilas e cidades do Oeste dos Estados Unidos nos séculos XVIII e XIX.
          A Vila tem o nome de Boiadeiru´s American Old West. Em português é chamada de Boiadeirus Cultura Caipira. É um espaço para a música, cultura e tradições da cultura caipira mineira e americana. Ao visitar a vila, o visitante se impressiona e se encanta com o o realismo do lugar. Sente-se literalmente dentro de uma autêntica vila ou cidade do velho oeste americano, como as retratadas no cinema.
          Idealizada pelo empresário Dário Orlandini, a Vila Country surgiu em 2014. O empresário é um apaixonado pelos filmes de faroeste, pelo estilo caipira e arquitetura das cidades antigas do Oeste Americano. Para construir uma vila autêntica e real em todos os detalhes, Orlandini visitou várias vezes os Estados Unidos, procurando conhecer as antigas vilas e cidades típicas da época do Velho Oeste para se inspirar e construir uma vila temática real e idêntica em sua cidade, Viçosa MG. (imagens acima por Alexandra Dias)
          O local ainda não está 100% pronto, o empresário sempre vem tendo ideias e ampliando espaço, com novos cenários country, de acordo com os detalhes que observa nas vilas e cidades do Velho Oeste dos Estados Unidos que visitou. (imagens acima arquivo Boiadeirus)
          E conseguiu construir a tão sonhada vila, com tudo que tem as velhas vilas do faroeste americano, inclusive com seus colaboradores vestidos a caráter, além de incentivar os frequentadores fazerem o mesmo. O espaço promove eventos, shows para crianças, jovens e adultos, além de receber famílias e grupos diversos como de cavaleiros, moto clubes, etc.
          Além disso, o espaço disponibiliza ônibus temático, no estilo da imagem acima, que sai do Centro de Viçosa direto para a Vila Country e viaja por Minas e Brasil, em caravana, levando, em caravana, o show Boiadeiru´s Cultura Caipira para as cidades mineiras e do Brasil. O local pode ser visitado durante o dia. À noite, o espaço para eventos e encontros de amigos como o saloon, abre a partir das 19 hs todos os dias. O contato pode ser feito pelo WhatsApp 3196016985
03 – Uma vila Pomerana em Minas
          Ao chegar na Vila Neitzel, logo percebe-se que o lugar é bem diferente das tradicionais vilas mineiras. Arquitetura diferente da tradicional arquitetura mineira, culinária diferente. Os moradores da vila tem a pele e olhos bem claros, cabelos loiros e sobrenomes não comuns em Minas como Shulz, Kurth, Pieper, Roos, Henke, Klemz, Kamke, Pittelkow, Butske, Raasch, Schreiber, Friedrich, Lancken, Strelow, Mutz, Welmer, Lehman, Ortlieb, Kester , Ponaht, Rossow, Reckel, Schwe, Kampini, Felberg, Schneider, Saibel, Schulz, Neumann, Schumacher, Gumz, Eller,Polack, Schemelpfenig, dentre outros tantos.
          Na comunidade, seus moradores falam o português e o pomerano. Inclusive, essa língua é ensinada nas escolas, já que faz parte do currículo escolar. (nas fotos do @paulo_broseguini, pomeranos de Itueta vestidos com roupas de camponeses da Pomerânia do século XIX)
          E ainda, nas festas religiosas, sociais e folclóricas, se vestem de forma diferente das tradicionais vestimentas mineiras, cantam e dançam músicas diferentes, ao som de concertina.
          A Vila Neitzel, uma comunidade formada por mais de 2 mil descendentes de pomeranos, que vivem ao Norte do município de Itueta MG, distante 400 km de Belo Horizonte, no Vale do Rio Doce.
          O norte de Itueta é formado por várias pequenas comunidades de descendentes dos primeiros pomeranos que chegaram à região por volta de 1914.
          São várias comunidades, com boa estrutura, principalmente igrejas Luteranas, já que a religião predominantes dos pomeranos é a Luterana, bem como algumas comunidades contam com escolas, farmácias, comércio, cemitérios e posto de saúde. (fotos acima fornecidas pela Jeane Shultz)
          A maior e mais desenvolvida comunidade é a Vila Neitzel, formada em terras do fazendeiro também de origem pomerana, Henrique Neitzel. A Vila Neitzel é dotada de boa estrutura como cemitério, posto de saúde, igrejas, escola, farmácia, mercado. Nesta comunidade, concentra boa parte da comunidade pomerana e ainda, é a comunidade que dá nome ao distrito, Vila Neitzel, de Itueta.
          O povo pomerano, por tradição, preserva sua história, sua cultura, suas tradições, sua música, suas danças e sua religiosidade. Desde a época da Reforma Protestante na Alemanha, liderada por Martinho Lutero, no século XVI, os pomeranos seguem a religião Luterana. (fotografia acima do @paulo_broseguini, na Festa Pomerana da Vila Neitzel)
          Os pomeranos vieram da Pomerânia, um povo de origem milenar que vivia em um território situado entre a Alemanha e Polônia. Em 1945, o território da Pomerânia foi anexado à Alemanha e Polônia.
            O território foi extinto, mas o povo não. Em todas os países, estados e cidades que esteja os pomeranos são unidos, vivem em comunidades e buscam preservar sua memória e sua história, através da sua língua, cultura, tradições, gastronomia e religiosidade.
          Além disso, na Vila Neitzel, existe o Pomerisch Dansgrup Fon Minas (na foto acima), um grupo de danças folclóricas pomeranas, formado por 15 casais. O grupo apresenta-se nas cidades vizinhas, bem como é a maior atração da Festa Pomerana de Itueta, que acontece todos os anos no mês de agosto, com a Festa do Brote, o pão tradicional pão pomerano e alemão.
04 – O romantismo italiano nas montanhas mineiras
          No Paraná tem a cidade de Maringá, no Rio de Janeiro tem e em Minas também. É a Maringá de Minas, distrito de Bocaina de Minas, no Sul do Estado, distante 380 km de Belo Horizonte.
          Separadas pelo Rio Preto, mas unidas por uma ponte, do outro lado está outra Maringá, a Maringá do Rio de Janeiro, uma vila de Visconde Mauá, na região de Resende MG.
          A Maringá mineira é uma vila charmosa, romântica, acolhedora e aconchegante. Em suas construções típicas das pequenas vilas italianas, encontramos charmosas residências, chocolaterias, lojas de artesanatos, sorveterias, bares e lancherias, lojas de produtos locais, restaurantes de comida mineira e italiana. E ainda um casario charmoso, ruas singelas e charmosas, calçadas em bloquetes, típico da arquitetura das antigas vilas italianas. Isso torna Maringá um lugar único em Minas Gerais. (fotos acima de Luciana Silva e abaixo de Fabrício Cândido)
          Além disso, a beleza da Mantiqueira, das serras, das cachoeiras e da Mata Atlântica são espetáculos à parte. Sem contar as aconchegantes e charmosas pousadas e hotéis da vila italiana mineira.
05 - Martins Guimarães: o colorido veneziano em Minas
          Burano é uma ilha situada ao sul de Veneza, na Itália, onde moram cerca de 4 mil moradores. O casario em cores vivas e vibrantes de Burano tem semelhanças com a beleza e o charme das cores vivas da Vila Colonial de Martins Guimarães, distrito de Lagoa da Prata MG, Centro Oeste de Minas a 200 km de BH. A vila fica na MG-429 entre Santo Antônio do Monte e Lagoa da Prata, com esse ainda pela MG-170.
          Na pequena e colorida vila mineira, vivem pouco mais de 400 moradores. Seu crescimento se deu no início do século XX com a construção da ferrovia e estação ferroviária, inaugurada em 1916 com o nome de Martins Guimarães, um engenheiro holandês que adotou esse nome devido as dificuldades dos mineiros em pronunciar seu nome original. Mas antes da chegada da ferrovia, várias famílias já viviam na localidade, inclusive famílias italianas. (nas fotos acima, de Martins Guimarães de @arnaldosilva_oficial e de Burano, do Thelmo Lins, dá para perceber a similaridade do colorido dos casarios das duas vilas, a mineira e a italiana)
          Anielo Greco, italiano que vivia na vila com sua família, foi o primeiro comerciante de Martins Guimarães e um dos fundadores da Vila. Portanto, o estilo colonial das construções de Martins Guimarães, unida à riqueza das cores vivas das construções italianas, principalmente de Burano, transformaram a Vila numa das mais genuínas e charmosas vilas mineiras.
          Martins Guimarães tem a tradição arquitetônica mineira e o charme italiano da Ilha de Burano no seu colorido casario.
06 – Monte Verde: a vila dos letões
          Letônia, é um país do Norte Europeu, no Mar Báltico. Foi desse país que vieram os primeiros fundadores de Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, distante 484 km de Belo Horizonte e a 1555,5 metros de altitude. (fotografia acima de Nelson Pacheco)
          Os letões chegaram à São Paulo em 1913. Na década de 1930, a família de Verner Grinberg, em viagens à região da Mantiqueira, se encantou com a beleza do lugar, clima, paisagens e altitude. Lugar que, segundo os letões, tinha muita semelhança Letônia.
          Verner Grinberg adquiriu uma propriedade na região, e em 1933 trouxe sua família e com ele vieram outros letões e posteriormente, alemães. Grinberg significa Monte Verde. (nas fotos acima, delicias da Chocolateria Montenhês)
          Na propriedade dos Grinberg uma vila foi surgindo, crescendo e se desenvolvendo. Foi construída uma igreja Batista, escolas e mais construções em estilo letão e alemão. Com a decisão de Verner Grinberg de ampliar o povoado, foi abrindo mais ruas, com isso, Monte Verde começou a crescer a cada ano, até ser o que é hoje, uma das mais belas vilas turísticas mineiras, famosa em todo o Brasil pela beleza do lugar, arquitetura, gastronomia mineira, alemã e letã.
          Mesmo não tendo origem ou arquitetura Suíça, Monte Verde é conhecida por “Suíça Mineira”. Se é para comparar mesmo, a comparação é inadequada. Os fundadores de Monte Verde não são suíços, são letões, todo o estilo das construções e gastronomia não tem inspiração na Suíça e sim na Letônia e Alemanha. (fotos acima de Anthony Cardoso/@anthonyckn) 
          O certo seria dizer que Monte Verde é a “Letônia Mineira”, o que seria justo para com origem de seus fundadores e seus descendentes. Como a Suíça é um país referência em beleza e arquitetura na Europa, além de ser mais conhecida, tudo no Brasil é comparado à Suíça.
          De qualquer forma, a Letônia faz parte da história de Monte Verde, não só pela semelhança na paisagem clima, como constataram seus fundadores, mas sim pela ligação de Monte Verde com os dos primeiros letões que vieram para a região, e seus descendentes, que ainda vivem na Vila. Monte Verde tem ligações históricas e culturais com o país dos Bálticos.
          Monte Verde é um cantinho da Europa em Minas, é um pouco das tradições letãs e germânicas Minas Gerais, um estado de forte tradição cultural, religiosa, arquitetônica e folclórica, herdada pelos colonizadores portuguesas. Monte Verde é especial na história de Minas. (na foto acima de Ricardo Cozzo, apresentação de grupos folclóricos da Letônia em Monte Verde)
07 - A maior comunidade italiana de Minas
          Em Itueta, no Vale do Rio Doce, ao sul do município, no distrito de Quatituba, uma outra vila peculiar, chama a atenção. É a Vila de Santa Luzia. (fotos acima de Luciene Fazolo)
          Formada por agricultores, gente simples, alegres, prestativos e muito hospitaleiros. Um povo com detalhes peculiares. Todos tem aparência europeia e sobrenomes diferentes dos sobrenomes de mineiros. Como exemplo, Fazzolo, Nicoli, Nicolini, Rigo, Zanon, Nico, Raggio, Bonella, Costalonga, Baldon, dentre outros tantos. Percebe-se logo que são de origem italiana. E são mesmo, são descendentes de imigrantes italianos que se instalaram na região.
          Nesta vila, o italiano é língua comum. Os mais antigos falam o italiano, incentivando com isso as crianças e jovens a se interessarem pela língua nativa de seus descendentes.
          Os italianos chegaram à região de Itueta entre 1920 e 1940, fugindo da fome, pobreza e miséria, que assolava a Europa e ainda na eminência da Segunda Guerra Mundial. (nas fotos acima fornecidas pela Secretaria de Cultura de Itueta, Agenor Nicoli, um dos mais antigos italianos da vila e família em sua propriedade) 
          Se estabeleceram em várias pequenas comunidades ao Sul de Itueta, onde deram o nome de Nova Itália. Mais tarde esse nome foi alterado para Quatituba. Entre as comunidades da Nova Itália, temos a Vila de Santa Luzia.
          É uma pequena vila que conta com uma pequena pracinha, com igreja e coreto, construídos na década de 1940, um cemitério construído em 1926, uma escola e uma pitoresca e antiga vendinha, um pequeno comércio, ruas calçadas e poucas casas, porque a maioria dos moradores da comunidade vivem em pequenos sítios, trabalhando na agricultura familiar, no cultivo de lavouras, produção de fumo de rolo, cachaça, queijos e quitandas.
          Além de procurarem preservar a língua nativa, valorizam a música italiana, as danças e principalmente a culinária, isso sim, presente em todas as mesas das famílias italianas de Santa Luzia e todas as outras comunidades italianas de Quatituba.
          São pratos tradicionais da boa mesa italiana, mesclados com a tradicional cozinha mineira. Imagina, duas das melhores cozinhas do mundo em uma só mesa, regada a uma boa cachaça mineira e vinho italiano? É uma festa só! (fotos acima fornecidas pela Secretaria de Cultura de Itueta)
          A comunidade se reúne em festa nos dias santos, como da padroeira, Santa Luzia, Corpus Christi, Páscoa, Natal, Semana Santa, nos cultos semanais e nas missas mensais na Igreja de Santa Luzia.
08 – Charco: a vila em estilo nórdico no Sul de Minas
           Groenlândia é uma ilha localizada na América do Norte, ao leste das ilhas canadenses, entre o Oceano Atlântico e o Oceano Glacial Ártico. Nessa ilha vivem cerca de 57 mil pessoas. Embora seja a maior ilha em extensão territorial do mundo, maior até que a América Latina, praticamente todo seu território é coberto por gelo. Apenas uma pequena faixa ao sudoeste da ilha é habitável. Nessa faixa, em várias pequenas vilas e cidades, vivem seus 57 mil moradores.
          Embora seja uma ilha autônoma e com governo próprio desde 1814, esse território é subordinado a Dinamarca, um país nórdico da Europa.
          A arquitetura da Groenlândia segue o estilo nórdico dinamarquês. Casas pequenas, com telhados em duas águas, em madeira e coloridas.
          Com essas mesmas características, temos em Minas Gerais, a vila do Charco, uma vila rural subordinada a Delfim Moreira MG no Sul de Minas, bairro rural a 1210 metros de altitude, acima do nível do mar. O Charco é um dos lugares mais frios do Brasil, com inverno rigorosíssimo com temperaturas que já chegaram a -10 graus negativos. (nas fotos acima, de Fernando Maia, vista aérea do Charco em manhã de inverno)
          Suas casas pequenas, em madeira e coloridas, bem como a simplicidade das ruas e de seu povo, lembra muito as pequenas vilas groenlandesas, principalmente nos dias de inverno, onde toda a região fica coberta por intensa camada de gelo, devido o frio e geadas constantes. (fotos acima e abaixo de Célia Xavier)
          A parte habitada da Groenlândia está a 3.032 km do Canadá e a 3.347 km da Dinamarca. A Vila do Charco está a 35 km da sede, Delfim Moreira e apenas 15 km da vizinha cidade de Wenceslau Bráz e apenas 6 km de Campos do Jordão em SP. (fotos acima de Célia Xavier)
O casario em estilo nórdico do Charco
          Casario em madeira, com telhado em duas águas, no estilo nórdico, simples, em cores vibrantes e charmosos, o Charco é o lugar mais gelado de Minas Gerais. No charco funciona a serraria Serra Negra desde o meados do século passado, e por este motivo, madeira para construção e revestimentos em madeira são mais fáceis conseguir e tradição da vila desde sua origem.
          Logo na entrada do Charco percebe-se a beleza da vila. É uma rua simples, de terra bruta, poética e charmosa, ladeada por um charmoso e pitoresco casario em sua maioria, em madeira. É a pousada da Suze. (fotografia acima de Célia Xavier)
          Embora exista algumas construções atuais em alvenaria e madeira, a maior parte do casario da vila, principalmente os mais antigos, são em madeira maciça. (fotografia acima de Célia Xavier)
          As casas antigas e em madeira são simples, coloridas e charmosas. Destacam-se em Minas, não pela arquitetura única, mas sim, pela arte. Não são simplesmente casas, são obras de arte, feitas à mão pelos talentosos carpinteiros locais.
          Lógico que casas em madeiras temos em várias cidades mineiras, mas todo um bairro ou uma vila em madeira, isso não é comum em lugar nenhum do Brasil.
Em Minas vive o mundo
          Isso porque Minas são muitas e em cada canto de Minas Gerais, uma surpresa, uma história, uma tradição, uma riqueza cultural e arquitetônica que encanta não só os brasileiros, mas também aos próprios mineiros.
          Minas é o mundo dentro da gente. Temos herança cultural e social portuguesa, indígena, africana, alemã, letã, francesa, espanhola, italiana, latina, oriental, árabe. Minas é o mundo em cada canto, em cada rosto de nossa gente!
          Venha para Minas! Conheça Minas!

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