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sábado, 17 de maio de 2025

10 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar - Parte IX

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais conta atualmente com 1.842 distritos, sem contar subdistritos, vilarejos e pequenos povoados, espalhados por todos os 853 municípios do Estado. Cada um mais charmoso, atraente e aconchegante que outro. Preparamos uma série com 9 reportagens com 10 distritos mineiros em cada uma, divididos em partes com 10 distritos em cada. Essa é a nona parte das 9 reportagens sobre distritos. Veja fotos e conheça a história de cada um desses 10 pitorescos e acolhedores distritos mineiros, da nona parte, que vão fazer você se encantar mais com Minas Gerais.
01 – Itira
Fotografia: Bruno Lages
        Itira é distrito de Araçuaí MG, no Vale do Jequitinhonha. No vilarejo, vivem cerca de 2 mil pessoas, a maioria na parte rural do distrito. Seus moradores vivem de pequenos comércios, agricultura de subsistência e pesca. É um local tranquilo, com casario e povo simples e muito acolhedores. A igreja do Senhora da Boa Vida é o elo fé de seus moradores, sendo um de seus principais atrativos, além e ser o local exato do encontro dos rios Araçuaí e Jequitinhonha. É um espetáculo!
        Em sua origem, o nome do lugar era Aldeia do Pontal, devido o local ser habitado por indígenas, canoeiros e mulheres que se prostituíam e estar justamente na confluência dos rios Araçuaí e Jequitinhonha.
Fotografia: Bruno Lages
        No final do século XVIII e início do século XIX, chega à Aldeia do Pontal o padre Carlos Pereira de Moura. Com a chegada do padre, a história do lugarejo começou a mudar. Igreja foi construída, novos moradores chegando, mas o padre se incomodava com a presença de prostitutas e canoeiros. O incômodo do padre gerou conflitos religiosos e sociais na vila. A crise chegou a tal ponto de canoeiros e prostitutas serem expulsos do lugarejo pelo padre.
        Ao serem expulsos de suas moradias e da vila, foram viver na Fazenda Boa Vista da Barra do Calhau, de propriedade de Luciana Teixeira, que os acolheu.
        Não só isso, dona Luciana Teixeira acolheu em sua propriedade outros canoeiros da região, resultando na formação de um povoado, que foi crescendo até que em 1830, passou a se chamar Barra do Calhau. Em 1957, Barra do Calhau foi elevado à distrito e à cidade emancipada em 1871 com o nome de Araçuaí. O pequeno povoado que surgiu nas terras de dona Luciana Teixeira, cresceu tanto a ponto de se transformar em uma cidade. Hoje Araçuaí MG conta com 35 mil habitantes e uma das mais importantes do Vale do Jequitinhonha.
Fotografia: Bruno Lages
        A Aldeia do Pontal, onde se estabeleceu o padre, teve um crescimento bem lento, tendo sido elevado a distrito em 7 de setembro de 1923, com o nome de Pontal e a partir de 1943, adotou o nome de Itira.
02 – Santo Hilário
Fotografia: Jefferson Souza
        Santo Hilário é distrito de Pimenta MG, na região Oeste de Minas. Seu primeiro nome era Capetinga. Devido a construção da Usina Hidrelétrica de Furnas, na década de 1960, a aldeia de Capetinga foi inundada, bem como toda a região, para dar lugar à Represa de Furnas. Outra vila e novas casas foram construídas em um ponto mais alto, mas com outro nome. De Capetinga, passou a se chamar Santo Hilário, em homenagem a August de Saint-Hilaire, botânico e naturalista francês que esteve na região no século XIX.
Fotografia: Jefferson Souza
        Hoje, Santo Hilário é uma pequena vila com cerca de 200 moradores, mas com uma boa estrutura para receber turistas com pousadas e restaurantes. A vila é um dos lugares mais procurados por turistas que vão ao lago de Furnas.
        Com a construção da ponte que liga o distrito à cidade de Guapé, incrementou o turismo na região ao ponto de ser um dos lugares mais fotografados e visitados do Lago de Furnas. A ponte, bem como a vila, situada em uma península do lago, proporciona uma visão deslumbrante e um cenário de beleza rara no Brasil.
03 – Pedra Grande
Fotografia: Luís Leite
        O Vilarejo de Pedra Grande é distrito de Campestre MG, Sul de Minas. Surgiu a partir da Fazenda da Pedra, formada no final da década de 1930, de propriedade do Coronel José Custódio, cafeicultor e politico, conhecido como Zeca da Pedra. É atualmente um ponto de destaque na história de Campestre e região.
Fotografia: Luís Leite
        O casario foi construído para abrigar os trabalhadores da fazenda e se tornou um pequeno e charmoso vilarejo ao longo do tempo. Com um singelo e simples casario onde vivem poucas famílias, além do casarão sede e uma pequena ermida, que em conjunto com a beleza da Pedra Grande, proporciona um cenário de rara beleza natural.
        A região é conhecida por lendas e histórias, além de rara beleza, por isso bastante visitada, principalmente pelos amantes de esportes radicais que veem ao lugar para escalar a Pedra Grande. São 260 metros de altura e do seu topo, a vista é espetacular. Está localizada às margens da rodovia Vital Brazil (BR 267), a 13.2 km da cidade de Campestre.
04 – Barrocão
Fotografias: Duva Brunelli
        Barrocão é distrito de Grão Mogol, no Norte de Minas. Vila charmosa, bem cuidada e seu povo, muito acolhedor e gentil. São pouco mais de 630 moradores que vivem no distrito.
        Não há definição exata para a origem do nome do distrito. O que se sabe é que o nome pode ter se popularizado graças as características geográficas do local que tem muitos morros e blocos de pedra, que possa ter sido “batizado” com este nome antes do surgimento do povoado, dando origem assim ao nome. Do distrito.
        Lugar bem tranquilo, com casario, ruas e praças muito bem cuidadas, é um vilarejo bem pacato, no estilo das pequenas vilas mineiras. Lugar ótimo de se viver, Barrocão surgiu de um povoado formado no início do século XX, sendo subordinado a Itacambira, foi elevado a distrito em 1948, quando passou a pertencer a Grão Mogol. Desde sua origem, a vila era um importante centro de desenvolvimento agropecuário da região, sendo até hoje de vital importância econômica.
05 – Malaquias
Fotos: Fernanda Cristina/@fecrisfotos
        Distrito de Araújos MG, na região Centro-Oeste de Minas, Malaquias tem origens junto com a região, entre os anos 1750 e 1800, com a chegada de garimpeiros e bandeirantes. Ao longo dos anos, mais famílias que viviam na região foram se instalando nas proximidades do Rio Lambari, em busca de terras férteis e água, já que a região é cortada por riachos, ribeirões e o Rio Lambari, afluente do Rio Pará.
        Uma das primeiras famílias a chegar foi a família Alves de Araújo, vindos de Santo Antônio do Monte. A família era muito querida por tropeiros por serem muito hospitaleiros. Os Alves de Araújo deram grande contribuição para a formação do povoado originalmente teve o nome de Mata dos Araújo. Por esse motivo e pela importância da família Alves de Araújo, o povo mudou o nome de Mata dos Araújo para Araújos que posteriormente se transformou em cidade.
        O nome da cidade de Araújos em Minas Gerais tem origem na família Alves de Araújo, que se estabeleceu na região e contribuiu para a formação do povoado. A família era conhecida como “Os Alves de Araújo”, vindo de Santo Antônio do Monte, e eram considerados hospitaleiros pelos tropeiros que passavam pela região. O topônimo "Araújos" é, portanto, uma homenagem à família que desbravou a região e deu início à formação do arraial, que posteriormente se tornou a cidade de Araújos.
        Seu principal distrito é Malaquias que conta hoje conta com cerca de 1000 moradores, a maioria vivendo na área rural. A sede, Araújos, tem 9.200 habitantes. A vida na vila passa devagar e seus moradores são hospitaleiros. As festas populares e religiosas como por exemplo a Festa do Rosário, que acontece entre o final de agosto e início de setembro, são destaques em Malaquias e na região.
Fotografia: Wilson Fortunato
        A vida social e festiva do vilarejo, gira em torno da igreja de São Sebastião, construída em 1942. Sua arquitetura foi inspirada na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho, na vizinha cidade de Bom Despacho. Isso porque, nessa época, Araújos era distrito de Bom Despacho. Em 1° de janeiro de 1954, Araújos deixou de ser subordinada à Bom Despacho, se tornando cidade emancipada.
        Em 1938, Araújos foi elevado a distrito, integrado ao município de Bom Despacho e em 12 de dezembro de 1953, pela Lei 1039/53, o povoado emancipou-se e passou a se chamar Araújos, em homenagem à família Alves de Araújo.
06 - Barra Feliz
Fotografia: Rodrigo Firmo/@praondevou
        Anteriormente conhecido por São Bento e Itaeté, Barra Feliz tem origens no século XVIII, passando a ser distrito da cidade histórica de Santa Bárbara MG, a partir de 7 de setembro de 1923. Em 1927, seu nome foi mudado para Barra Feliz. A vila faz divisa a cidade de Barão de Cocais e com Brumal, uma das mais antigas povoações de Minas Gerais, também distrito de Santa Bárbara MG.
        Além disso, Barra Feliz faz parte do Quadrilátero Ferrífero e do Circuito do Ouro, sendo o centro da rota da Estrada Real e a Sul do Caminho dos Diamantes. Tem como destaque a Gruta de São Bento e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, construída 8 de dezembro de 1787, que ao longo de mais de 2 séculos, passou por várias restaurações e modificações em sua fachada.
7 - Mogol
Fotos: Robson Gondin
        Mogol é um vilarejo formado no final do século XVIII, com a exploração do ouro e chegada de posseiros e garimpeiros, atraídos pela areia branca do lugar. Com a presença de garimpeiros e posseiros, deu-se origem a um arraial que recebeu o nome de Mogol, mas não há referência do porque do nome. Em 1780, o povoado de Mogol foi citado por José Delgado Motta, Cabo de Esquadra, enviado para fazer um relatório sobre a região, a mando da Coroa Portuguesa.
        A pequena vila é subdistrito de Conceição do Ibitipoca, distrito de Lima Duarte MG na Zona da Mata Mineira. Entre serras e montanhas, o arraial de Mogol possui um charmoso casario, igreja e a tranquilidade das pequenas vilas do interior mineiro. Na vila 15 moradias, uma igreja, um boteco e uma escola. Das casas, apenas 9 são habitadas. A igreja está aberta, o bar também, mas a escola não, fechou. As paredes das casas guardam históricas seculares da região, lendas e crendices vidas em mais de 200 anos de existência do vilarejo.
        A beleza arquitetônica colonial do vilarejo e as belezas naturais da região do Ibitipoca como o Lago Negro, Pamonã, Cachoeira do Palmito, Cachoeira da Serrinha, Cachoeira do Cipó, Praia do Mogol, Oca, Cinema, Venda e Gaia Café, atraem um grande número de turistas, tornando o vilarejo um dos pontos turísticos mais visitados do Ibitipoca.
08 – Cruzeiro dos Peixotos
Fotografia; Eudes Silva
        É distrito de Uberlândia MG, no Triângulo Mineiro. É uma das poucas vilas que conserva as típicas características das pequenas vilas do interior mineiro. Como a maioria das vilas mineiras, a vila surgiu em torno de um cruzeiro e uma pequena capela. Em sua origem, a capela erguida foi dedicada a Santo Antônio, construída em uma colina, em terras da família Peixoto, por volta de 1900. O terreno para a construção da capela foi doado por José Camim, para pagar uma promessa.
Fotografia: Eudes Silva
        Com o tempo, a capela e a comunidade que se formara em seu entorno, se tornou ponto de pouso e passagem de carreiros. Com o crescimento da comunidade, um novo templo foi erguido, se tornando a Igreja de Santo Antônio. O local da primeira capela e o cruzeiro se tornaram um dos pontos atrativos do distrito, devido ser o marco origem do vilarejo. Em 31 de dezembro de 1943, devido seu crescimento e por ser um dos marcos histórico da região, Cruzeiro dos Peixotos foi elevado a distrito.
09 – Barra
O casarão da Fazenda da Barra, que deu origem ao distrito. Foto: Matheus Ribeiro
        É distrito de Delfim Moreira no Sul de Minas. A vila se formou a partir da Fazenda Barra, formado em 1700, construída no estilo tradicional colonial, por escravos, a mando de um português que vivia no Rio de Janeiro para tomar posse de suas terras que havia adquirido e atuar no ramo agrícola.
        Encravada na Serra da Mantiqueira, a Fazenda da Barra é uma das mais antigas de Minas Gerais e ainda preserva suas características originas de seu casarão, tanto na parte externa e interna.
        A partir da segunda metade do século XIX, a fazenda foi vendida para Getúlio Fortes que mandou demolir as senzalas e parte dos paióis. Em 1910, a propriedade foi adquirida por Luiz Francisco Ribeiro, vindo a morar no casarão com a família, a partir de 1918.
        O proprietário da fazenda permitiu que nos porões do casarão funcionasse uma escola, a primeira da vila. Hoje em prédio próprio no distrito, a escola tem o nome de seu patrono, Luiz Francisco Ribeiro.
        O distrito tem sua história ligada a própria história da cidade, com origens no século XVIII, com o início da mineração. O secular nome “barra” está ligado a presença dos rios Loureço Velho, Claro e Pisas Negreiro, esses dois deságuam no rio Lourenço Velho. Por estar na barra desses rios onde a fazenda começou a ser formado, recebeu o nome de Barra.
        Com o passar dos anos, foram chegando famílias à região e uma importante comunidade começou a ser formada nos arredores da fazenda, se tornando hoje, distrito de Delfim Moreira. Barra conta hoje com cerca de 1200 moradores. O vilarejo foi elevado a distrito em 19/12/2019 e conserva sua história, religiosidade e tradições, manifestadas através das festas populares, religiosas como a festa do padroeiro Santo Antônio e festas folclóricas e populares como as festas juninas, além da tradicional cozinha típica mineira.
10 – São Mateus de Minas
 Fotografia: Guilherme Santos da Silva/Wikimédia Commons
       Uma charmosa vila, vizinha a Monte Verde e desconhecido dos mineiros é uma das mais antigas povoações do Sul de Minas. Esta vila é São Mateus de Minas, a 1400 metros de altitude. É distrito de Camanducaia, onde está a 22 km de distância e a 52 km de Monte Verde, famoso distrito turístico, também pertencente a Camanducaia.
        São Mateus de Minas é formado pelos bairros de Camanducainha, Emboabas, Fazenda Velha, Mato, Monte Azul, Paiol Grande, Pinhalzinho, Pinho e Ribeirada. Como é comum na região, o inverno é muito rigoroso em São Mateus de Minas, com temperaturas abaixo de zero grau e geadas constantes entre junho e agosto.
        A economia de São Mateus de Minas gira em torno do setor de serviços, pequenos comércio e principalmente da agricultura, pecuária, piscicultura, com predominância na criação de trutas, devido ao clima e pureza de suas águas, além da produção artesanal de queijos, doces, iogurtes, quitandas e cachaça.
        Outro destaque na economia do distrito é o turismo rural devido suas várias estradas rurais, cortando a Mantiqueira. Além da beleza nativa, as estradas permitem acesso a vários de seus bairros, além de acesso ao distrito de Monte Verde.
        As belas paisagens de Mata Atlântica, clima agradável, ar puro e lugares propícios para esportes como trilhas off-road para motos, jipes e quadriciclos. Quem opta por passeios menos radicais pode fazer passeios ecológicos, cavalgadas e conhecer a Pedra de São Domingos e os municípios de Gonçalves e Córrego do Bom Jesus, que faz divisa com o distrito.
        Além disso, os turistas são atraídos ao distrito pela tradicional festa do padroeiro, as festas nos bairros rurais, enduros de motocross, quermesses juninas, além da tradicional cavalgada até Aparecida SP.
Uma das mais antigas povoações da região
        A vila de São Mateus de Minas era conhecida como Vale do Cricaré até a chegada de religiosos e colonizadores portugueses no Sul de Minas Gerais no século XVII. Os religiosos que chegaram, rebatizaram o vilarejo para São Mateus, em homenagem ao evangelista. Ato comum na época quando colonizadores alteravam lugares nomes indígenas para nomes cristãos. Seu nome teve o acréscimo “de Minas” devido existir cidades e outros distritos no Brasil com o mesmo nome.
        Nos tempos da Colônia, São Mateus era um importante ponto de comércio e produtor de alimentos, devido suas terras férteis. Por esse motivo, era um importante ponto de passagem de tropeiros e viajantes e desenvolvimento da região à época, com o povoado se tornando um dos marcos da história e povoamento do Sul de Minas.
        Mesmo subordinada a Camanducaia, São Mateus é uma vila com história e identidades próprias. É uma referência quando se fala da história e ocupação da região Sul de Minas.

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