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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Costumes e cultura dos geraizeiros do Norte de Minas

(Por Arnaldo Silva) Geraizeiro é como é chamado o povo do Norte de Minas, parte do Noroeste e extremo do Vale do Jequitinhonha, na divisa com a Bahia. 
          O povo geraizeiro foi formado às margens do Rio São Francisco, com influência da cultura caipira e nordestina, em seus modos, costumes, vestimentas, cultura, religiosidade e linguajar. Foi essa região e o estilo de vida do geraizeiro que inspirou Guimarães Rosa a escrever o clássico “Grande sertão: veredas” (fotografia acima arquivo Prefeitura de Chapada Gaúcha MG/Divulgação, instrumentos musicais usados pelos geraizeiros)
A presença bandeirante no Norte de Minas
          O povo geraizeiro é mais antigo que os mineiros das outras regiões do Estado, por ter sido essa regia a primeira em Minas a ter incursões e povoação de bandeirantes, vindos da Bahia. A presença bandeirante, vindos diretamente de São Paulo, ocorreu a partir de 1673, no século XVII, com Fernão Dias Paes Leme e ampliada a partir do século XVIII, com o aumento da exploração mineral e busca de novas minas de ouro e diamantes em Minas. 
          Isso gerou um grande aumento da incursão de aventureiros, tropeiros e bandeirantes paulistas vindos de São Paulo pelo Sul de Minas, com o objetivo de exploração do ouro e pelo Norte de Minas, de bandeirantes paulistas vindos da Bahia. Os bandeirantes que vieram da Bahia, se dedicavam mais a agropecuária, atuando na formação de pastagens, criação de gado e produção de alimentos e carne de sol para abastecer a capital, na época, Salvador..
          Essas duas frentes bandeirantes se expandiram pelo Estado, se encontrando na parte baixa do Vale São Francisco, originando assim o povo geraizeiro.
Matias Cardoso, o primeiro bandeirante
          O primeiro bandeirante a fundar uma povoação em Minas, foi Matias Cardoso. Chegou a Minas subindo o Rio São Francisco, a partir da Bahia. Fundou várias fazendas de criação de gado que trazia da Bahia e produção de alimentos. Muitas dessas fazendas às margens do Rio São Francisco, deram origem posteriormente a povoados, distritos, como Brejo do Amparo e até cidades, como Januária e São Romão, formadas às margens do Rio São Francisco. Em uma de suas paradas, fixou-se as margens do Rio São Francisco e fundou, por volta de 1660, a primeira povoação mineira, que é hoje a cidade de Matias Cardoso MG, no extremo Norte de Minas, na divisa com a Bahia.
A formação do povo geraizeiro
          A primeira influência na formação do geraizeiro foi bandeirante paulista, dos povos indígenas que habitavam a região, da cultura nordestina e posteriormente, dos geralistas da região Central, Sul de Minas e do Triângulo Mineiro, regiões de forte influência e tradição caipira. Em termos genéticos, o geraizeiro é um povo mestiço, com traços físicos e costumes próprios, que os diferenciam dos mineiros de outras regiões do Estado. (foto acima de autoria de Lester Scalon - enviada pelo Guia Elson Barbosa de Chapada Gaúcha MG)
Geralista e geraizeiro
          Geralista era como os habitantes da Capitania das Minas Gerais. eram chamados, antes de de ser oficializado o gentílico “mineiro”, devido a imensa maioria dos habitantes das Gerais trabalharem na mineração. Gerais passou a ser ainda a designação do bioma Cerrado norte mineiro por ser uma região de transição entre o bioma Cerrado com a Caatinga, no oeste baiano. Quem vivia nessa região, de vegetação e paisagens gerais, era chamado de geraizeiro. (na foto acima da Prefeitura Municipal de Chapada Gaúcha MG, comunidade de geraizeiros)
          Os geraizeiros são conhecidos também por “agricultores do planalto” e “guardiões do Cerrado”. As comunidade de geraizeiros tradicionais, existentes há gerações, são reconhecidas como sendo “povos de origem”, como os quilombolas, ribeirinhos, etc, embora hoje o termo “geraizeiro” se refira a todos os habitantes do Norte de Minas. Conhecem o Cerrado e suas variações, como a palma da mão.
O geraizeiro de origem
          O geraizeiro tradicional é essencialmente caipira em sua genealogia, costumes, estilo de vida, modo de vestir, na musicalidade, na religiosidade em sua culinária que tem como base pratos feitos a base dos frutos do Cerrado, como o pequi, araticum e buritis, na foto acima do Manoel Freitas.
          É um povo resistente, que se adaptou e se formou no Cerrado e Caatinga, ao longo de mais de 300 anos e aprendeu a viver em harmonia com esses biomas e com comunidade.
          Criaram seu estilo próprio de vida e culinária. Comem do que plantam. Cultivam lavouras de milho, feijão, mandioca, frutas e verduras para subsistência própria. O que sobra é comercializado em feiras e comunidades vizinhas, ao natural ou beneficiados.
          Tradicionalmente, são avessos a cercas, a monocultura e a propriedade privada. Vivem em comunidades, sem muros ou cercas em suas casas.
Vaqueiros e o canto do aboio
          Exercem atividades em comunidades com trabalhos idênticos ao sertanejo nordestino. Lidam com o gado, cortam e preparam carne de sol. São vaqueiros tradicionais. Para se protegerem da vegetação, animais peçonhentos e o sol forte da região, usam gibão de couro, chapéu e perneiras, como seus antepassados. (na foto acima do Tom Alves/@tomalves.fotografia, um típico vaqueiro em ação)
           Conduzem o gado no aboio, que é um canto grave tradicional nordestino, entoado, sem palavras. Esse canto surgiu pela necessidade de acalmar o gado e controlá-lo, já que o gado é criado solto pelos geraizeiros. O som cadenciado, prolongado e macio do aboio ecoa ao longe e o gado obedece. No aboio, a dura lida no trato com o gado, se torna poesia. É uma cultura que emociona.
          O geraizeiro conta suas histórias no ritmo do aboio, cantado, cadenciado, macio, mas nesse caso, usando palavras ao contar suas histórias e dos seus companheiros. (foto acima da Prefeitura de Chapada Gaúcha MG_
          É um povo tradicional, de origem, vivendo a gerações na mesma terra que seus pais, avós, bisavós, trisavós e tetravós viveram, desde a época dos bandeirantes, conservando sua cultura, costumes, tradições, religiosidade, culinária, dialeto, enfim, os guardiões do Cerrado conservam a essência de suas origens.
          Como todo sertanejo, o geraizeiro é ante de tudo, um povo forte e resistente!

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Areinha Branca: um oásis em Monte Azul

(Por Arnaldo Silva) Monte Azul é uma das mais belas e charmosas cidades do Norte de Minas, Distante 668 km de Belo Horizonte, o município faz limites com Espinosa, Mamonas, Gameleiras, Pai Pedro, Catuti, Mato Verde e Santo Antônio do Retiro. Segundo o IBGE, Monte Azul tem hoje 20.328 habitantes. Além disso, Monte Azul faz parte do Circuito Turístico Serra Geral do Norte de Minas. Quem nasce em Monte Azul é Monte-azulense.
          Origem A cidade tem origem no século XIX, em um povoado chamado Tremendal da Boa Vista, criado em 1868. Mais tarde o nome foi reduzido para Tremendal, sendo elevado à cidade emancipada em 4 de outubro de 1887. (na foto acima de Marcelo Santos, a Areinha Branca na Serra de Montevidéu)
          Por ser rodeada por serras e principalmente morros, que no horizonte tem tons azuis, o nome foi mudado de Tremendal para Monte Azul.. A belezas dos montes azuis de Monte Azul impressiona, encanta e emociona. (foto acima do Marcelo Santos)
Estrutura e economia
          A cidade é pacata, com boa estrutura urbana, comércio em franco crescimento e variado. A cidade conta com bons mercados, padarias, restaurantes, pousadas, hotéis, lanchonetes, bares, lojas de eletrodomésticos, de móveis, de tecidos e confecções no atacado e varejo. Isso devido à cidade ser um polo regional em confecções, contando com pequenas fábricas de roupas íntimas e outras vestimentas em geral.
          Seu povo é simples, acolhedor, hospitaleiro e preserva suas tradições familiares, culturais, folclóricas e religiosas.
          A agricultura é a principal atividade econômica do município, com destaque para a agricultura familiar, a agropecuária e o cultivo do algodão.
O que fazer em Monte Azul?
          Em termos de belezas naturais, Monte Azul é uma das cidades de maiores potenciais turísticos de Minas Gerais. O município encontra-se em área de transição do Cerrado para a Caatinga, o que influi em seu clima e vegetação. A junção desses dois biomas proporciona belezas cênicas com cenários naturais únicos e encantadores.
          São belíssimas paisagens de matas nativas, cachoeiras paradisíacas e a impactante beleza dos tons azuis dos montes e serras, que circundam o município. (fotos acima de Marcelo Santos)
Areinha Branca
          É um lugar de beleza sem igual em Minas e única. Avistando de longe, a primeira impressão é neve ou uma forte geada, mas não é. São campos de areias brancas tão alvas como a neve e finíssima como talco, espalhadas entre formações rochosas, esculpidas pelo tempo, vento e chuvas. São bancos e imensos campos de areias microscópicas e branquíssimas. Uma impressionante visão de oásis!
          Localizado no topo da Serra de Montevidéu, dentro do complexo da Serra do Espinhaço em Monte Azul, a Areinha Branca, como é chamado o lugar, encanta e impressiona todos que vão ao local. Um lugar que transmite um sentimento de leveza e pureza incrível, principalmente ao alvorecer e entardecer. O espetáculo é divino! (fotografias acima e abaixo de Marcelo Santos)
          Por esse motivo, a Areinha Branca é um lugar preferido para meditações, relaxamento, prática de ioga, boa leitura e contemplação da natureza, simplesmente.
          Para chegar a esse santuário de beleza e tranquilidade, você sobe a estrada da Mata de São João até o Tonão da Serra. São 9 km de estrada de terra, a partir do centro de Monte Azul e subida de 300 metros por uma trilha. Fica aberto 24 horas, todos os dias. Melhor é solicitar a ajuda de moradores locais como guias, para conhecer e aproveitar melhor o lugar. (fotografia acima de Marcelo Santos)
          Como é formada essa areia, do que é constituída, porque é tão fina e branca, e que tipo de rochas tem o lugar, não conseguimos obter informações científicas, até o momento.
Outros atrativos naturais
          Além disso, em Monte Azul, cachoeiras são atrativos que refrescam os dias quentes do verão, como a Cachoeira do Riacho Seco, do Chuveirinho, do Geraizinho, do Capim Gordura, dos Olhos D´Água, da Pedra Azul, do Escorredor, da Lavra Monte, do Seu Cícero, dentre outras. São várias  e todas rodeadas por matas nativas.
          Contemplar o nascer do sol e o por do sol no topo do Pico do Formoso, em Monte Azul, é um espetáculo sem igual, como podem ver na foto acima do Marcelo Santos o alvorecer e abaixo, uma noite estrelada.
Atrativos urbanos
           Uma outra dica ótima é passear pela cidade, conhecer os bares, lanchonetes, padarias, restaurantes, sorveterias e praças.
          
Deve também visitar a belíssima igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, em tons claro e azul, emoldurada pelas serras de mesmo tom. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a Praça da Matriz) e também a Igreja de São Judas Tadeu e de São João (na foto abaixo do Elpídio Justino de Andrade)
          Tem ainda a Feira da Agricultura Familiar, um local de encontro dos moradores locais e para comprar de produtos alimentos naturais como frutas, verduras, leite, além de doces, queijos, bolos, biscoitos. 
          O visitante pode conhecer o artesanato local, presenciar atividades culturais como teatro, roda de capoeira, dentre outros. Não apenas isso, tem também os pratos típicos da região Norte de Minas como o arroz com pequi, a farofa de feijão tropeiro, dentre outras delicias da cozinha geralista. É um lugar ótimo para encontro de amigos e família. (na foto abaixo do Elpídio Justino de Andrade, coreto da Praça da Matriz)
          Monte Azul é uma cidade simples e de rara beleza, tanto em sua arquitetura, quanto em sua exuberante e cênica paisagem natural. Conheça Monte Azul.

sábado, 17 de setembro de 2022

A Vila dos Gaúchos que se tornou cidade mineira

(Por Arnaldo Silva) Chapada Gaúcha é uma cidade mineira com cerca de 14 mil habitantes, na Região Norte de Minas. O acesso à é pela BR-479 e está distante 772 km de Belo Horizonte e conta atualmente. O município faz divisa com Januária, Formoso, Arinos, Urucuia, Pintópolis e São Francisco, em Minas Gerais e ainda com Cocos, no Estado da Bahia. (na foto abaixo, vista parcial de Chapada Gaúcha com foto arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação)
A vila dos Gaúchos
          A cidade tem origem bem recente. Sua história começa a partir de 1976 com a chegada de um grande número de famílias vindas do Rio Grande do Sul para trabalhar na agricultura. Vieram através de incentivos de assentamento do Governo Federal à época, denominado Projeto de Assentamento Dirigido à Serra das Araras (PADSA). Na região, o projeto de assentamento englobava terras dos municípios de Formoso, Arinos, Januária e São Francisco, entre as regiões Norte de Minas e Noroeste do Estado.
          O PADSA atraiu um contingente muito grande de gaúchos, devido as dificuldades de trabalho que famílias de agricultores encontravam na época, além das dificuldades climáticas no Sul do país, como geadas constantes, estiagens prolongadas e falta de incentivos agrícolas. Iriam para uma região de clima mais estável, terras férteis, planas e com vários rios próximos, como os rios Urucuia e São Francisco, facilitando assim a irrigação, além é claro, de incentivos e apoio do Governo, no início.
          As famílias gaúchas foram instaladas numa área próxima ao Rio São Francisco, denominada de Serra das Araras. Com o tempo, mais famílias gaúchas foram chegando, formando assim uma vila, que passou a ser chamada de Vila dos Gaúchos.
          Os gaúchos cuidavam da terra, plantavam e faziam a terra gerar riquezas e prosperidade. A vila cresceu, ganhou igreja, ruas foram abertas, casas e mais casas foram sendo construídas e novas famílias foram sendo formadas, até que a Vila foi elevada à distrito em 1994, subordinado à cidade de São Francisco MG.
A escolha do nome
          A Vila dos Gaúchos já não era mais vila, cresceu a ponto de se tornar distrito. Tinha que ter outro nome. Para a definição do novo nome para o distrito que surgiu, foi feito um plesbicito entre os moradores. Três nomes foram os mais votados: Novo Horizonte o mais votado, Chapada Gaúcha, em segundo e Serra Gaúcha, em terceiro.
          Pelo fato de já existir outros distritos mineiros com o nome de Novo Horizonte, este nome foi descartado, ficando o segundo nome mais votado, Chapada Gaúcha, como nome do novo distrito, por votação popular.
          A decisão popular foi referenda pela Câmara de Vereadores em 19/12/1994, de São Francisco MG, a qual o novo distrito era subordinado, através do projeto de Lei n°1523, sendo instalado oficialmente em 28 de janeiro de 1995, como distrito reconhecido.
          O tempo como distrito de Chapada Gaúcha foi bastante curto. Não ficou nem um ano como distrito. Nesse mesmo ano, 1995, começou o processo de emancipação de Chapada Gaúcha. (na foto, o Vão dos Buracos- Comunidade quilombola de Buraquinhos, fotografado pelo Guia Elson Barbosa)
De distrito à cidade em apenas 1 ano
          Um fato inédito na história de Minas, jamais visto. Chapada Gaúcha foi elevada à cidade emancipada em 21 de dezembro de 1995, um ano depois de se tornar distrito, através da Lei n°12.030.
          À nova cidade que surgiu, foi incorporado povoados antigos como as comunidades quilombolas de Buracos e Buraquinhos (na foto acima do Guia Elson Barbosa), além do distrito histórico de Serra das Araras (na foto abaixo do Guia Elson Barbosa), com origens no final do século XVIII, fundado por descendentes de escravos.
          É nessa região que está localizado o Parque Nacional Grande Sertão Veredas (na foto abaixo de Lester Scalon).
          Nascia assim uma nova cidade mineira. A antiga Vila dos Gaúchos se transformou em cidade, charmosa, pacata, e de grande potencial agrícola na região, além de turística. O território total do município de Chapada Gaúcha é de 3 255,189 km². No ano seguinte, em 1996, foram eleitos os primeiros vereadores e o primeiro prefeito e vice-prefeito da cidade, tomando posse em 1° de janeiro de 1997.
Aniversário da cidade
          É tradição a data de emancipação das cidades ser considerada a data de aniversário da cidade, mas em Chapada Gaúcha no dia de sua emancipação, em 25 de dezembro, mas em 25 de julho.
          Isso devido esse dia ser nacionalmente o Dia do Agricultor/Colono/Trabalhador Rural e do Motorista. Esta dada foi escolhido pelo simples fato da agrária da cidade e por ter sido formada por agricultores, colonos e trabalhadores rurais.
Economia
          A essência e origem de Chapada Gaúcha é agrária. A agricultura familiar é um pontos fortes da economia do município além de cultivo de milho e arroz (na foto acima de José Wilson, roça de arroz), e outros grãos, com destaque para soja e sementes de forragem (capim). Inclusive, o município é o maior produtor de soja do norte de Minas, além de ser o maior produtor brasileiro de sementes de forragem (como podem ver na foto abaixo de José Wilson).
          Um dos eventos importantes da cidade é a Agrochapada (na foto abaixo enviada pelo Ramon Oliveira), evento agropecuário que reúne o que tem de melhor na agricultura e pecuária da cidade, além de apresentação de shows, rodeios, exposição de animais, tecnologias agrícolas, atividades culturais e gastronômicas.
Artesanato e culinária
          As tradições culturais e gastronômicas de Chapada Gaúcha têm forte influência do Rio Grande do Sul, aliados à cultura, tradição e gastronomia mineira.
          Nota-se a influência gaúcha na culinária, no artesanato e na cultura da cidade, embora prevaleça as tradições de Minas Gerais, como o artesanato e a gastronomia típica mineira e do povo do Cerrado, o bioma predominante nessa região. (Artesanato de buriti expostos no Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas. Foto arquivo: Prefeitura Municipal/Divulgação)
O Festival do Chopp
          Uma mostra da influência gaúcha é o gosto do chapadense por chopp e cervejas. A tradição herdada dos alemães pelos gaúchos, faz parte também da tradição de Chapada Gaúcha. Na cidade acontece sempre o Festival do Chopp de Chapada Gaúcha.
          O festival atraí centenas de pessoas de cidades vizinhas e conta com comidas típicas mineira, gaúcha e alemã, além de shows com a presença de bandas da região Sul do País, tocando e cantando ao ritmo das tradicionais músicas gaúchas e germânicas. (foto acima: Arquivo Prefeitura/Divulgação)
Artesanato e turismo
          Além disso, a cidade produz artesanato de qualidade como trançados, cestos, esteiras, caixas e brinquedos, feito com a fibra do buriti, espécie nativa abundante na região.
          Por estar numa região de rara beleza, com fauna e flora exuberante, em Chapada Gaúcha concentra-se grandes áreas de preservação ambiental, como o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, o Parque Estadual Serra das Araras, com destaque para a Gruta do Coração, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari e a Cachoeira Arara Vermelha, favorecendo com isso o turismo ecológico, a geração de emprego e renda para a cidade. (Na foto acima do José Wilson, a beleza das veredas nativas de Chapada Gaúcha e abaixo do Elson Barbosa, o Morro Dois Irmãos)
Estrutura urbana
          A cidade é bem estruturada, conta com uma boa infraestrutura urbana, hotéis, pousadas, restaurantes típicos, um comércio variado e um setor de prestação de serviços abrangente e de boa qualidade.
          O povo chapadense é empreendedor, criativo e se sobressai nas adversidades. Até 2009, a cidade não tinha agência bancária. Para movimentar a economia local, seus moradores na época, criaram uma moeda social, chamada de “vereda”, através do Banco Comunitário.
          Essa iniciativa foi inédita em Minas Gerais e ajudou bastante no fortalecimento da economia do município. Com a chegada de agências bancárias à cidade, a moeda social caiu em desuso e não circula mais desde 2015.
          Cidade de taxa de escolarização bastante alta e com um bom nível educacional, além de possibilitar a seus moradores, boas condições para a prática de esportes, além de contar com área de lazer urbana e rural. (na foto acima o Balneário do Ney na Comunidade Rio dos Bois, registrada pelo Guia Elson Barbosa)
Festas e Festivais
          Além disso, a cidade promove eventos rurais como exposições e o Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas, realizada sempre na segunda semana de julho. Este evento foi criado para divulgar as tradições, cultura e história dos povos do sertão. (foto acima arquivo Prefeitura Municipal/@divulgação)
          No Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas Nesse evento, além de shows musicais com música regional, tem pratos típicos regionais, danças de roda, mostra do artesanato e apresentações culturais, dentre outras atividades. (foto acima: Arquivo Prefeitura/Divulgação)
          Outro evento de grande importância é o “Caminho do Sertão”, também chamado de “Caminho Rosiano”, em alusão a Guimarães Rosa, autor do livro O Grande Sertão Veredas, com histórias no livro, ambientadas nessa região. São 187 km, entre Sagarana até o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, passando por estradas, trilhas e povoados. (na foto acima enviada pelo Elson Barbosa, caminhantes fazendo o Caminho Rosiano)
          Esse percurso é todo feito a pé pelos caminhantes, o que permite a todos um contato direto as tradições e costumes dos povos do sertão das veredas mineiras.
          Outro evento tradicional em Chapada Gaúcha é a Festa de Santo Antônio de Serra das Araras ou somente, Festa da Serra. É uma tradição secular, nascida pela fé do sertanejo mineiro. Antes mesmo de Chapada Gaúcha existir, a Festa da Serra já existia, preservada há mais de 200 anos pelo povo do sertão de nossas veredas.
          A tradição começa quando foi encontrada em uma gruta na Serra das Araras, a imagem de Santo Antônio. Todos os anos, desde o século XIX, no dia de Santo Antônio, 13 de junho, romeiros e fiéis chegam à gruta vindos vários de lugares. Vem de ônibus, de carro, de moto, a cavalo e até a pé para participarem dos festejos juninos. A Romaria e a Festa da Serra são umas das maiores festas religiosas da região e uma das mais importantes festas tradicionais mineiras. (foto acima enviada pelo Guia Elson Barbosa)
          Outro evento religioso de grande importância para a cidade é a Folia de Reis, que acontece entre o Natal e os primeiros dias do novo ano. Tradicional em toda Minas Gerais, a Folia de Reis é tradição secular nas comunidades chapadenses de Buracos, Buraquinhos e Ribeirão de Areia. (foto acima enviada pelo Guia Elson Barbosa)
          Chapada Gaúcha (na foto acima da Prefeitura Municipal/Divulgação) te espera para uma visita. Venha vivenciar um pouco da tradição do sertão das veredas de Minas, da tradição sertaneja, gaúcha e mineira, numa só cidade. 

Pintópolis: origem do nome, turismo e história

(Por Arnaldo Silva) Entre a Serra das Araras e o leito do Rio São Francisco, no Norte de Minas, está a cidade de Pintópolis, município que faz divisa com São Francisco, Urucuia, Icaraí de Minas, São Romão e Chapada Gaúcha. Contando com cerca de 7.084 habitantes, Pintópolis está a 615 km de Belo Horizonte.
          Pintópolis surgiu em 29 de agosto de 1964 como povoado denominado Riacho Fundo, subordinado inicialmente a São Francisco MG. Após emancipação da vizinha Urucuia MG em 1992, então distrito também subordinado a São Francisco MG, Riacho Fundo passou a ser subordinado a Urucaia MG. Em 21 de dezembro de 1995, Riacho Fundo foi desmembrado de Urucuia e elevado a cidade, com o nome de Pintópolis em homenagem ao sobrenome da família de seu fundador, Germano Pinto. (na foto acima e abaixo do Kleiton Brito)
          Uma cidade planejada, tranquila, pacata, com povo bom e hospitaleiro, conta com uma boa estrutura urbana, um comércio variado, setor de serviços de boa qualidade, pousadas, hotéis e restaurantes com comidas típicas. A economia do município tem como base o comércio, pequenas empresas familiares e a agricultura e pecuária.
          Pintópolis faz parte do Circuito Turístico Grande Sertão Veredas e oferece como atrativos sua charmosa Matriz, o Cristo Redentor, as tradicionais festas de São João e da Padroeira, Nossa Senhora da Abadia.
         A travessia de balsa sobre o Rio São Francisco, de Pintópolis até a cidade de São Francisco, é outro atrativo a parte. (na foto acima de Márcio Pereira/@dronemoc, a balsa)
          Além disso, suas belezas naturais estão inseridas neste circuito turístico, com destaque para a Cachoeira do Buriti, o Rio Urucuia e o encontro do Rio Urucuia com o Rio São Francisco e a Cachoeira do Rio Acari (na foto acima do Guia Elson Barbosa).
A origem do nome          
          Dos 853 municípios mineiros, algumas cidades chamam a atenção pelo nome diferenciado dos demais. É o caso de Pintópolis. Polis vem do grego e significa cidade e Pinto é um sobrenome de origem ibérico, ou seja, de Portugal e Espanha. Literalmente, Pintópolis significa Cidade dos Pintos.
          O nome é em homenagem a Germano Pinto (31/10/1924 – 21/11/2015), o fundador da cidade. (na foto acima feita por sua neta, Ana Paula Souza Pinto Cunha, quando completou 90 anos)
          Embora o nome possa provocar indagações e até mesmo risos maliciosos, os moradores de Pintópolis não se constrangem, ao contrário, tem orgulho de sua cidade e de sua origem, além de estarem já acostumados com o nome e de explicarem a origem do mesmo. Quem nasce em Pintópolis é pintopolitano ou pintopolense.
Germano Pinto
          O fundador de Pintópolis, Germano Pinto, já falecido, um sertanejo e, pecuarista, de hábitos bem simples e um visionário empreendedor. Foi pai de 11 filhos, 49 netos e outros tantos bisnetos.
Tinha como prazer uma boa prosa e contar causos, principalmente sobre si mesmo. São causos pitorescos, interessantes e verídicos. Um de seus causos preferidos era sobre a origem da cidade que fundou, feito que muito se orgulhava. (foto acima de sua neta, Ana Paula Souza Pinto Cunha)
          Germano Pinto contava que chegou à região aos 30 anos de idade vindo de Mocambo, povoado de São Francisco MG, cidade na outra margem do Velho Chico. Veio a pé e se instalou no local onde é hoje a cidade. Quando chegou, era apenas mato, não tinha casa, estrada, pastagem formada, nada. Começou do zero e transformou o lugar numa fazenda produtiva que denominou de Riacho Fundo.
          Vendo a fazenda crescer, Germano Pinto já alimentava o sonho de construir no local, não um povoado ou uma vila para seus colonos, como era normal, na época.
          Sonhava grande. Queria era construir uma cidade. Até que em agosto de 1964, já com 40 anos de idade, decidiu colocar seu sonho em prática e transformar sua fazenda em uma cidade planejada. Seria a primeira cidade planejada do sertão do interior mineiro, já que Belo Horizonte, planejada por Aarão Reis (1853-1936) não conta por ser a capital.
Projetando a cidade
          Embora sem curso superior na área, Germano Pinto era autodidata e começou a desenhar no papel o projeto do seu sonho. Sonhava com uma cidade que pudesse oferecer melhores condições de vida a seus moradores, principalmente os mais carentes, além de ser uma cidade bem estruturada e organizada.
          Aos poucos a paisagem típica das fazendas rurais do interior foi mudando. No lugar das pastagens e lavouras, foram surgindo ruas traçadas e avenida larga, transformando os caminhos que passavam carroças e carros de bois, em ruas para passar carros e caminhões. O curral, a casa grande e as casas dos colonos, foram dando lugar a escola, praça e lojas para comércio. (fotografia acima de Odair Rodrigues)
Incentivo ao povoamento
          Para atrair moradores, Germano vendeu lotes a preços bem em conta ou mesmo fiado e até doou terrenos para famílias que não tinham condições de comprar, mesmo barato ou fiado. Com isso a cidade começou a ser povoada, necessitando assim de novos traçados de ruas laterais à avenida principal.
          
Projetou a principal avenida da cidade em linha reta, que recebeu seu nome e em traço quadrado, planejou e construiu a Matriz e a praça da cidade. Conta Germano que para construir a igreja, vendeu 10 novilhas, um cavalo e um garrote, além de arborizar a praça com palmeiras. Dedicou a igreja a Nossa Senhora da Abadia, santa de sua devoção. (fotografia acima de Kleiton Brito)
          Para uma cidade existir como cidade, necessitava não só de ruas, casario e praças, mas de padre, professora, juiz, delegado, polícia, vereador e prefeito. O benfeitor tratou de providenciar tudo isso.
Fez tudo e foi de tudo e mais um pouco
          Trouxe um padre para a Matriz e professora para lecionar na escola. Queria que os filhos dos novos moradores da cidade estudassem. 
          Para garantir a segurança pública, Germano Pinto assumiu o papel de prefeito e acabou virando até delegado. Naquela época esse cargo era por nomeação, sem necessitar de concurso público ou formação em direito. Como delegado, improvisou a delegacia no terreno de sua própria casa e tinha até cadeia pública. Assumiu ainda a condição de juiz de paz e foi ainda vereador por dois mandatos.
          Doou as terras, fundou a cidade, projetou e planejou seu traçado, foi construtor, prefeito, vereador, juiz, delegado. Enfim, ocupou todos os cargos possíveis em uma cidade, algo inédito na história mineira.
Cidade com potencial de crescimento
          
Fez uma cidade e não uma cidadezinha qualquer. Uma cidade que cuja história é a história de seu próprio fundador. Começou com um sonho, com um morador e hoje conta com 7.500 moradores, bem estruturada, com boa qualidade de vida. (na foto acima do Cristian Denner, vista parcial de Pintópolis)
          Embora tenha poucos habitantes, Pintópolis não é uma cidadezinha do interior comum. O município é formado por 1243 km² quilômetros quadrados de terras. Pra se ter ideia desse tamanho, Belo Horizonte, a capital mineira, tem 332 km², ou seja, Pintópolis tem condições de crescer e se desenvolver bem mais. 
          É uma cidade jovem, que nasceu planejada, portando, com estrutura para crescimento planejado, o que a diferencia das demais cidades do interior.
Discussão sobre o nome
          
Antes de sua emancipação, em 1995, os moradores de Riacho Fundo optaram por mudar este nome para Pintópolis. Alguns acharam o nome meio estranho e até constrangedor e queriam que se chamasse de Noroeste de Minas. Esse sugestão não foi aceita pela maioria dos moradores, que não viam problema algum no nome. Outros sugeriram Germanópolis, em homenagem ao fundador, que não concordou. (fotografia acima de Cristian Denner e abaixo de Odair Rodrigues)
          Germano Pinto queria que o nome da cidade abrangesse sua família, já que para construir a cidade, não tinha feito tudo sozinho, teve o apoio da família. E assim, ficou Pintópolis o nome da cidade, homenageando não somente o fundador, mas a toda sua família que abraçou seu sonho.
          Germano Pinto faleceu em 21/11/2015, aos 91 anos, com honras e respeito dos moradores da cidade que fundou e de que muito se orgulhava ter fundado e vivido.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Lassance, Carlos Chagas e a Serra do Cabral

(Por Arnaldo Silva) Com cerca de 7 mil habitantes, Lassance, no Norte de Minas, se destaca pela hospitalidade e charme da cidade, bem como sua história, ligada ao médico sanitarista, cientista e bacteriologista brasileiro, Carlos Chagas.
          Lassance, está distante 270 km de Belo Horizonte e faz divisa com os municípios de Várzea da Palma, Corinto, Três Marias, Buritizeiro, Buenópolis, Augusto de Lima, Joaquim Felício, Francisco Dumont. (na foto acima de Leandro Leal, a Matriz de Nossa Senhora do Carmo)
          A economia do município gira em torno de pequenos comércios, prestação de serviços, da extração mineral de quartzo, extração de flores de sempre-vivas, além da agricultura com destaque para o cultivo de café, mandioca, milho, fumo e arroz, além da pecuária de corte e produção de carvão vegetal.
A doença de Chagas
          Em Lassance trabalhou o famoso cientista brasileiro Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas nascido em Oliveira MG, falecendo em 9 de julho de 1878 no Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1934).
          Carlos Chagas foi biólogo, médico sanitarista, infectologista, cientista, pesquisador e bacteriologista brasileiro. Foi em Lassance, em 1909, que o cientista identificou o protozoário causador da infecção que mais vitimava em sua época, a doença causada pelo Tripanossoma cruzi, o barbeiro, mais tarde nomeada por Doença de Chagas, em sua homenagem. (foto acima sem autoria identificada/Domínio Público)
          Carlos Chagas, foi enviado para a região com a missão de cuidar dos trabalhadores da Ferrovia Central do Brasil, para combater a malária e outras doenças, que estavam vitimando vários trabalhadores. Na obra da ferrovia, montou pequeno laboratório em um vagão de trem.
          Foi no vagão de um trem que Chagas descobriu que o protozoário causador da doença, abrigava-se no intestino do barbeiro (inseto da família Reduviidae), que transmitia a doença através de picada. Identificou ainda que morada preferida desses insetos, era as frestas das casas de pau-a-pique, comuns nos sertões do Brasil naquela época.
Atrativos urbanos
Um dos grandes destaques da cidade, além do seu casario singelo e atraente, suas belas igrejas e belezas naturais, tem como excelente atrativo para os amantes da história e ciência, o Memorial Carlos Chagas. O Memorial foi construído no lugar onde ficava o antigo laboratório do cientista, onde o visitante tem o privilégio de conhecer o cenário de atuação do Dr. Carlos Chagas, responsável por uma das maiores descobertas da ciência brasileira, de grande importância para o mundo.
          Lassance é uma cidade tranquila, com uma boa estrutura urbana, em destaque para a Matriz de Nossa Senhora do Carmo e a Estação Ferroviária de 1909, hoje, Centro de Artesanato e Cultural da cidade, com mostras da cultura típica da cidade e do seu artesanato. (na foto acima de Sérgio Mourão/@sergio.mourao, uma das charmosas praça de Lassance MG)
A ferrovia
          A ferrovia chegou à Lassance no início do século XX. Antes, o lugar era um pequeno povoado, sendo caminho de tropeiros que vinham ao sertão norte mineiro, no final do século XIX.
          A região começou a se desenvolver com a instalação da ferrovia e estação de trem, chefiada pelo engenheiro Ernesto Antônio Lassance Cunha, com o povoado adotando o nome de Lassance, em 1908, em sua homenagem.
          A chegada da ferrovia trouxe para a região centenas de trabalhadores, bem como, outras tantas pessoas que vieram de vários lugares, atraídos pelo desenvolvimento que as ferrovias proporcionavam naquela época. Esses fatores fizeram com que o povoado crescesse, fosse elevado a distrito e finalmente à cidade emancipada em 12 de dezembro de 1953.
A Serra do Cabral e a pré-história
          Outro importante destaque em Lassance é a Área de Proteção Ambiental Serra do Cabral, criada em 2002 para preservar as riquezas naturais do cerrado, como nascentes e riachos que desaguam no Rio das Velhas e Rio Jequitaí, ambos afluentes do Rio São Francisco, bem como proteger cachoeiras, como a das Palmeiras e sua rica fauna como como exemplo, várias espécies de pássaros, onças, suçuaranas, jaguatiricas, lobo-guará, além de sua flora riquíssima, como os campos de sempre-vivas. (na foto acima e abaixo do Marcelo Santos, o Boqueirão, na Serra Geral)
          Por ser uma região de grande concentração de calcário, cavernas e lapinhas são comuns na Serra do Cabral, habitat de milhares de povos indígenas, presentes no Brasil a milhares de anos, antes da chegada de Pedro Álvares Cabral.
          Os povos que existiam antes da chegada de Cabral, eram conhecidos como cabralinos, por isso o nome da Serra e dos povos que viviam no Brasil e da chamada “era pré-cabralina”. (na foto acima de Marcelo Santos a Cachoeira do João Correia)
          Hoje, o termo “era pré-cabralina” ou “cabralino” não é usado para definir os povos pré-históricos brasileiros. Antes de Cabral e depois de Cabral não é um termo aceito pelos cientistas e sim período quaternário
          Esse período foi dividido em pleistoceno, (povos caçadores e coletores que aqui habitavam há mais de 12 mil anos) e o holoceo (entre 12 mil e 9 mil anos, chamado de arcaico antigo e entre 9 mil e 4.500 anos, chamado de arcaico recente).
          Estes povos deixaram nas paredes das grutas e lapas na Serra do Cabral em Lassance, seus estilos de vida, sobrevivência e crenças, registradas em pinturas rupestres, fazendo da região, com seus vários sítios arqueológicos como Boqueirão do Cara Fechada, Boqueirão do Inferno, Cabeceira do Guará I, II, III, Cabeceira do Manda-Puça, Lapa da Onça, Lapa de Santo Antônio, Lapa do Chapéu, Lapa do Marimbondo, uma das mais importantes regiões paleontológicas de Minas Gerais.

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