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sexta-feira, 10 de março de 2023

Vida e obra do artista plástico Clodoaldo Martins

(Por Arnaldo Silva) Talento vem do ventre, do berço. O artista já nasce artista, apenas aprimora seu dom natural com o tempo. Esse é o caso de Clodoaldo Martins, um dos mais respeitados e premiados artistas plásticos do Brasil, com várias premiações e reconhecimentos nacionais e internacionais. 
          Dono de um talento nato, o artista pinta o realismo da vida caiçara e do matuto caipira, estilo de vida, linguajar, música e cultura herdada pelos bandeirantes no século XVIII, presente no interior de São Paulo e Minas Gerais, devido influência dos bandeirantes paulistas que vieram para Minas Gerais a partir de meados do século XVII, se intensificando no século XVIII. (acima e abaixo, mosaico de telas do artista plástico Clodoaldo Martins)
          As obras de Clodoaldo Martins retrata o caipira e povo simples do nosso interior em sua originalidade, numa perfeição de impressionar e por que não, emocionar.
Artista autodidata 
          Natural de Agulha, distrito de Fernando Prestes/SP, Clodoaldo Martins desde criança já demonstrava seu talento fazendo desenhos. Aos 9 anos tomou consciência de sua vocação e buscou, mesmo criança, melhorar suas técnicas. 
          Com 13 anos e com apoio e estímulo dos pais, buscou aprimorar seu talento, estudando artes plásticas na escola do professor Luís Dotto, de Catanduva SP, cidade vizinha a sua cidade. Posteriormente teve aulas de pintura com o artista plástico Sérgio Amorim e, posteriormente, com Celso Bayo. Graduou-se em Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas, pela Faculdade São Luís, em Jaboticabal (SP). (acima, o artista preparando o cenário e abaixo, à esquerda, pintura pronta e à direita, a pintura e a modelo)
Aperfeiçoando técnicas
          Aprimorando mais suas técnicas, teve aulas com Washington Maguetas em 2003 e Alexandre Fausto, discípulo de Arlindo Casttelani de Carli. A partir de 2005, as orientações foram de Luís Cláudio Morgilli, que o apresentou a Gilberto Geraldo e Ronaldo Boner. E foi através dos grupos de estudos ministrados por Boner e workshops conduzidos por Gilberto Geraldo que Clodoaldo Martins direcionou uma nova plástica ao seu trabalho. Atualmente as inspirações são os artistas clássicos e contemporâneos da escola Alla Prima que o influenciam no crescente refinamento de sua produção artística. (acima, mosaico de telas do artista)
Exposições e premiações
          Desde 2002, Clodoaldo Martins participa de exposições solos ou coletivas de seus trabalhos em diversas cidades de São Paulo e ainda em salões de artes e espaços culturais empresariais de cidades brasileiras.
          Além de exposições, consta no curriculum de Clodoaldo Martins premiações diversas por suas obras, em várias cidades paulistas, inclusive no exterior, como o Prêmio Humanidade e Cultura no 5º Concurso de Pintura Figurativa da NTD de Nova York – EUA, em 2019. (acima, mosaico de telas de Clodoaldo Martins)
O preparo para as telas
          Diferente de boa parte dos artistas plásticos que se inspiraram em fotos para pintarem suas telas, Clodoaldo Martins é mais detalhista. Ele mesmo faz seus cenários, cria seus personagens, que são basicamente seus parentes próximos como filhos, esposa, sobrinhos, sobrinhas, sogro, sogra, etc.
          Escolhe e cuida de cada detalhe do cenário, que geralmente são casas na zona rural do distrito onde vive e figurinos de época ou em trajes reais, retratando o modo e estilo do nosso interior. Faz várias fotos do modelo, cenário e a composição da cena em sua mente, transferindo-as para suas telas. (acima, preparação do cenário para a pintura e à direita, a pintura já pronta e acabada)
O Caipira Caçador
          É o caso da impressionante tela O Caipira Caçador, feita em 2012. É impressionante porque 50% de quem vê a tela fica na dúvida se é fotografia e os outros 50%, tem certeza que é foto. É uma pintura hiper-realista nas pinceladas de Clodoaldo Martins, feita no ano de 2012.          
          A obra retrata um matuto caipira de chapéu na cabeça, calça rasgada, sentado nos degraus de uma escada diante uma porta entreaberta de uma simples casa rural já com as paredes bem gastas. Com cigarrinho de palha na boca, enquanto o matuto confere sua espingarda, seu filho caçula se aproxima à porta com olhar curioso, para ver o que seu pai estava ali fazendo. (na foto acima feita em março de 2023, o Sr. Geraldo e Clodoaldo Martins, ao centro a tela O Caipira Caçador de 2012, pertencente ao acervo da Pinacoteca de Catanduva SP)
          No caso da tela o Caipira Caçador, os personagens são seu sogro, Geraldo Rezende e o menino encostado no batente da porta é seu filho, Maurício Rezende. "Essa obra surgiu de um momento totalmente natural e espontâneo, naquela ocasião, em meados de 2012, durante uma visita que fiz ao sitio onde meu sogro ( o caipira da pintura) trabalhava, nos arredores de Agulha-SP, era uma tarde quando cheguei em frente uma casa e deparei com uma cena que iniciou com uma "picada de fumo", que inevitavelmente me fez lembrar da grande obra "O caipira picando fumo" de Almeida Júnior, dai enquanto a conversa seguia a narrativa visual se transformava para, fazendo um cigarro de palha, arrumando o chapéu, conferindo a espingarda, etc. A partir desse momento a inspiração fluiu e alguns meses depois veio se transformar em uma pintura", comentou Clodoaldo Martins.
          A obra Caipira Caçador foi contemplada em 2012 com o Prêmio Aquisição no 16º Salão de Artes Plásticas de Catanduva – SP e passou a pertencer ao acervo da Pinacoteca Municipal da cidade, estando a obra disponível para visualização no local.
          O contato do artista pode ser feito através de sua fanpage no facebook: studioclodoaldomartins ou no instagram: @clodoaldo_martins

Um comentário:

  1. Isso sim que é arte, desenho e pintura. Já conhecia o quadro do "Caipira Caçador" mas desconhecia o autor paulista e brasileiro. Clodoaldo Martins é um artista verdadeiro, autêntico e impressionante. Um jovem gênio da nossa pintura que precisa ser mais divulgado. Na minha ignorância, achava que essas obras eram do século XIX ou no máximo do início do século XX, tamanho a qualidade e realismo, raridade nos tempos atuais. Sou sexagenário e gosto de desenhar a lápis e as obras de Clodoaldo realmente me são inspiradoras.

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