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sábado, 5 de novembro de 2016

A Praça da Liberdade em Belo Horizonte

(Por Arnaldo Silva) A povoação onde é hoje, Belo Horizonte, teve início a partir de 1701, com a chegada do bandeirante, João Leite Ortiz. Fazendas começaram a ser formadas, usando o trabalho escravo, a partir da chegada do bandeirante. Em 1707 era fundado um pequeno arraial, denominado de Curral Del Rey, subordinado a Comarca de Sabará.
          Com a instalação da nova capital, no Curral Del Rei, a partir de 1897, este nome permaneceu por pouco tempo. Rodeada por montanhas alterosas e um vasto e belo horizonte, a nova capital mineira passou a se chamar, oficialmente, Belo Horizonte, a partir de 1901, em alusão a beleza de seu horizonte.
Um refúgio belo-horizontino
          Estar na Praça da Liberdade em Belo Horizonte, é como voltar ao tempo e reviver os áureos tempos do ecletismo, que marcou a arquitetura e o paisagismo da capital mineira no início do século XX, já que todo o conjunto arquitetônico da praça é preservado e guarda as emoções e lembranças do período nascente da capital mineira. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          Jardins, fontes luminosas, coreto, tranquilidade e uma beleza de encher os olhos, onde casais enamorados se encontram, amigos batem papo enquanto fazem caminhadas e famílias revivem os velhos piqueniques nos gramados da praça. É o cartão postal dos belo-horizontinos que atrai pessoas de todas as idades, de várias partes da capital e quem vem à cidade visitar, nunca deixa de ir à Praça da Liberdade para conhecer uma das mais belas e tradicionais praças do Brasil.
A origem do nome
          O nome dado à praça, é uma incógnita pois não existe nenhuma informação oficial ou documento acerca da escolha do nome Praça da Liberdade. Ao menos, eu não encontrei em minhas pesquisas, estudos e entrevistas que fiz, quando produzi essa matéria, em 2016.
          Encontrei algumas explicações orais, como a de que Praça da Liberdade tem origem na vocação natural mineira de lutar pela liberdade, desde os primeiros tempos da colonização do nosso território,  como a Guerra dos Emboabas (1708/1709), a Sedição de Filipe dos Santos em Vila Rica (1720), A Inconfidência Mineira (1789), a Independência do Brasil (1822), as Revoltas Liberais de 1842, etc. 
          Outra explicação, que encontrei veio de remanescentes de antigos quilombos na região.
          No que é hoje a Capital Mineira e Região Metropolitana, era formado por fazendas desde o século XVIII. Em sua maioria, nessas fazendas eram usadas mão de obra escrava.
          Na década de 1980, conheci um antigo morador do Barreiro de Cima, em Belo Horizonte, região que fui criado. 
          Segundo me contava o velho morador, muito lúcido por sinal, numa colina aplainada, localizada na parte mais alta do antigo Curral Del Rei, ex-escravos, que conseguiram sua liberdade.
          Livres, se encontravam nessa colina de campos baixos, para se unirem e comprarem a liberdade de outros irmãos cativos. O ponto de encontro dos ex cativos passou a ser conhecido por Liberdade.
          Com o passar do tempo, após a Abolição da Escravidão, em 1888, o lugar passou a se popularizar como Liberdade, segundo me relatava o velho ancião.
          Quando da criação da nova capital mineira, tendo a parte alta da futura cidade, escolhida para abrigar a sede do governo, mantiveram o nome, quando construíram o que é hoje a Praça da Liberdade.
          Ao produzir a matéria e não encontrando nenhuma informação oficial acerca da origem do nome da Praça da Liberdade, lembrei-me desse relato, que conhecia, desde essa época.
          Como nossa história sempre foi contata pela aristocracia, os feitos e atividades das camadas populares ficavam no anonimato e quando eram lembradas, simplesmente eram ignoradas a origem.
Portanto, essa informação que passo não é oficial e nem tem documentação que comprove a veracidade ou não, apenas tradição oral.
          De 2016, até os dias de hoje, mesmo com intensas pesquisas, não encontrei a informação oficial da origem do nome da Praça da Liberdade. Mesmo assim, continuarei a pesquisa e caso encontre a informação oficial e documentada, atualizarei a matéria.
A história da construção da Praça da Liberdade
          Construída no início da fundação de Belo Horizonte, entre os anos de 1895 e 1857, a praça ficava exatamente no centro da nova cidade, segundo projeto arquitetônico original da época. (na imagem acima, a Praça da Liberdade em 1910/Acervo Prefeitura de Belo Horizonte) Na praça foram construídos o Palácio do Governo de Minas, bem como os prédios das secretarias de Estado, com arquitetura inspirada no ecletismo, estilo que surgiu na Europa e com grande influência na arquitetura francesa. Este estilo misturava os estilos barroco, gótico medieval, clássicos e elementos neoclássicos, criando assim arquiteturas marcantes e impressionantes, principalmente para a época, hoje de grande valor cultural e histórico. 
          A partir da década de 1950, novos prédios foram construídos no entorno da praça, já no estilo moderno, da época, passando a incorporar ao conjunto arquitetônico da praça como o Edifício Niemeyer (na foto acima e abaixo de Nacip Gômez) e a Biblioteca Pública Luiz de Bessa, projetos do arquiteto Oscar Niemeyer. 
          Na década de 1980 foi construído o prédio onde funciona hoje o Museu das Minas e do Metal. Quando de sua inauguração, foi chamado de Rainha da Sucata, sendo hoje um dos mais belos do entorno da praça.
A Praça da Liberdade hoje
          Com a mudança da sede do Governo de Minas para o Palácio Tiradentes em 2010, os prédios que antes abrigavam secretarias de Estado, passaram a ter finalidades culturais e artísticas, tendo sido criado o Circuito Cultural Praça da Liberdade composto pelo Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte, o Espaço do Conhecimento UFMG, em parceria com a UFMG; o Museu das Minas e do Metal, em parceria com a Gerdau; o Memorial Minas Gerais, com patrocínio da Vale e o Centro de Arte Popular, da Cemig; a Casa Fiat de Cultura, em parceria com a FIAT; o Centro de Formação Artística, em parceria com a Fundação Clóvis Salgado, o Horizonte SEBRAE, em parceria com o SEBRAE. (fotografia acima de Nacip Gômez e na foto abaixo de Wilson Paulo Braz/@paulobraz10, a fonte luminosa)
          Ainda integram o complexo cultural, outros quatro espaços públicos que passaram por recente processo de revitalização: o Palácio da Liberdade, a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, o Arquivo Público Mineiro e o Museu Mineiro. Recentemente incorporou ao Circuito as instalações do BDMG Cultural.
Feira Hippie
          Até o início da década de 1990, funcionava na Praça da Liberdade a Feira Hippie. A feira surgiu em Belo Horizonte em 1969 (na foto acima, sem autoria identificada até o momento) , no auge do movimento hippie pelo mundo, quando artistas plásticos mineiros resolveram expor seus trabalhos na praça. 
          O movimento foi crescendo em número de expositores e público presente, ao longo dos anos, sendo uma das maiores referências em cultura, arte e artesanato popular de Belo Horizonte.
          O crescimento foi tão grande que para preservar a praça e os jardins, devido ao enorme número de pessoas expondo e transitando pela praça nos dias de feira, que causava constantes danos aos jardins e árvores da praça, foi decidido mudar o local da feira para a Avenida Afonso Pena, com o nome de Feira de Artes e Artesanato de Belo Horizonte. Na Avenida Afonso Pena, a Feira permanece até os dias de hoje, sempre aos domingos. 
O mais antigo semáforo de Belo Horizonte
          Na Praça da Liberdade, entre a praça e a Avenida João Pinheiro, um semáforo em estilo inglês passa despercebido hoje pra muita gente, mas antigamente não. (foto acima de Nacip Gômez) Foi o primeiro semáforo da capital mineira, instalado no local em 1929, quando ainda o nome do que chamamos semáforos hoje, era pisca-pisca. É uma das relíquias da Praça da Liberdade, fica exatamente na entrada da alameda das palmeiras.
Jardins da Praça da Liberdade
          Os jardins da Praça da Liberdade foram inspirados nos jardins do Palácio de Versalhes, na França. Ipês roxos, rosas, amarelos e brancos são destaques, bem como roseiras, hortênsias, canas da índia e lírios, dão vida, cor e alegria à praça. Palmeiras imperiais e tipuanas margeiam a alameda que dá de frente para o Palácio da Liberdade, antiga sede do Governo de Minas. (foto acima de Wilson Paulo Braz/@paulobraz10) 
          Essa espécie de palmeira tem origem africana, foi introduzida no Brasil por Dom João VI, em 1809, sendo plantada pelo próprio regente, no que é hoje, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e expandida para todo o Brasil. A espécie tornou-se símbolo do Império brasileiro e passou a ser chamado de Palmeira Imperial, hoje, presente praticamente em todas as cidades brasileiras, ornamentando ruas e praças. (fotografia acima de Wilson Paulo Braz)
Coreto
          O coreto da Praça da Liberdade (na foto acima de Leandro Leal) foi construído em 1923 pelo espanhol Aquelino Edreira Seara, num tempo em que os coretos existiam em todas as praças das nossas cidades e usados como palco para apresentação de bandas locais e solenidades religiosas e políticas. Na capital não foi diferente. O coreto da Praça da Liberdade já foi palco de apresentações artísticas e musicais ao longo de sua existência e várias autoridades da figura política mineira e brasileira, discursaram para os mineiros no coreto, como os ex-presidentes Jânio Quadros e Juscelino Kubistchek. (foto abaixo de Wilson Paulo Braz)
          Em dois de junho de 1977, todo o conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça da Liberdade foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG), preservando assim um dos mais importantes patrimônios culturais, arquitetônicos e paisagísticos da capital mineira e do Estado de Minas Gerais.

domingo, 30 de outubro de 2016

Receita de Caipirinha de Jabuticaba

INGREDIENTES
. 15 jabuticabas grandes
. 1 colher de sobremesa de açúcar (a jabuticaba é muito doce)
. 1 dose de Cachaça
. Pedras de gelo

MODO DE PREPARO
- Coloque no copo a jabuticaba e o açúcar e macere bastante.
- Em seguida gelo até encher o copo.
- Depois, cubra-o com a cachaça
- Caso queira, coloque mais gelo.
- Mexa bem, de baixo para cima, até misturar completamente a jabuticaba e o açúcar com a cachaça e sirva.

Fotografia do Restaurante & Alambique Jotapé em Pompéu, distrito de Sabará MG

domingo, 23 de outubro de 2016

10 coisas que só mineiro fala, entende e vê.

(Por Arnaldo Silva) O jeito mineiro de falar, seu jeito simples e sua forma de se expressar antigamente está presente ainda hoje e esse jeito de falar é forte nos rincões de nosso sertão. 
          Nas cidade está sempre presente, esteja onde estiver. Conheça algumas dessas expressões. É jeito mesmo, é opção pela simplicidade. É o jeito mais puro e gostoso de falar e se expressar. 
          Esse jeito de falar todo errado não existe mais, pensam alguns que não conhecem Minas e nem as tradições orais regionais. Nos sertões de Minas, o sotaque e as formas erradas de falar continuam, com ou sem estudo, porque simplesmente, gostamos. Como diz um velho ditado "istudo nóis temo, nós fala errado pruque querêmo". 
          Quem ignora o mineirês, dizendo que o mineiro não fala assim, que isso é coisa do passado, ignora por completo a realidade de nossas cidades, as formas de falar de cada região e a cultura natural do sertanejo  Segue 10 expressões de nosso mineirês. Vejam:
01 - Todo mineiro ama Minas e ser mineiro
02 - Quem ama Minas, ama tudo isso!
03 - Assim fica fácil para todo mineiro entender o sinal de trânsito
03 - O mineirês tem que ser completo.
 4 - Mineiro é fácil de ser identificado.
05 - É desse jeito mesmo
06 - Esse trem é bom demais!
07 -  Agora você vai entender tudo direitinho!
 08 -  Isso é Minas. Bom mesmo é falar!
09 - Isso é bom demais!
10 - Isso mesmo, nosso uai, é o nosso uai. Não é sô?

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A história da cozinha mineira

(Por Arnaldo Silva) Poucos lugares do mundo tem uma cozinha tão variada e diversificada como a cozinha mineira. São dezenas de pratos criado ao longo de três séculos, tendo como base a carne de porco e galinha, frutas nativas, legumes, folhagens, milho, mandioca, hortaliças e leite, que dão cor, vida, sabor e identidade à cozinha de Minas Gerais. 
          Difícil falar de Minas sem falar da sua cozinha e seus pratos. São receitas guardadas e preservadas há mais de 300 anos. São receitas que surgiram da necessidade de alimentos, numa terra recém povoada. São sabores, saberes e fazeres que vieram das senzalas, tabas indígenas e da cozinha europeia, principalmente portuguesa.  Destaca-se na nossa cozinha, o angu, o feijão tropeiro, frango com quiabo, o doce de leite, a goiabada, os licores, o queijo e o pão de queijo, dentre outras tantas delícias. (foto acima de Chico do Vale, de Viçosa MG e abaixo de Lourdinha Vieira em Mendonça, distrito de Veredinha MG, Vale do Jequitinhonha)
          A formação da identidade gastronômica mineira começou no final do século XVII, com a descoberta de ouro e diamante em Minas Gerais. A partir dessa descoberta, gente de todas as regiões do Brasil e do mundo começaram a chegar à Minas Gerais, em busca das nossas riquezas. (foto abaixo da cozinha da Fazendinha da Regina/@reginasfarm)
          Difícil falar de Minas sem falar da sua cozinha e seus pratos. São receitas guardadas e preservadas há mais de 300 anos, surgindo e se desenvolvimento ao longo desses três séculos, saindo dos quintais, para as mesas mais sofisticadas. Destaca-se na nossa cozinha, o angu, o feijão tropeiro, frango com quiabo, o doce de leite, a goiabada, os licores, o queijo e o pão de queijo, dentre outras tantas delícias. 
          A formação da identidade gastronômica mineira começou no final do século XVII, com a descoberta de ouro e diamante em Minas Gerais. A partir dessa descoberta, gente de todas as regiões do Brasil e do mundo começaram a chegar à Minas Gerais, em busca das nossas riquezas.
          Primeiro foram os bandeirantes, de maioria portuguesa e portugueses, que deixaram a Europa para e atravessaram o Atlântico, atraídos pela possibilidade de se enriquecerem com exploração mineral. 

          Trouxeram também junto, seus conhecimentos culinários, principalmente na arte de fazer doces como a ambrosia, o doce de figo, chás, licores, vinhos, pratos salgados, queijos finos. etc. Trouxeram também porcos e galinhas, garantindo assim gordura, carne e ovos na Colônia. (foto abaixo de Clésio Moreira em Florestal MG)
          Os portugueses navegantes, em suas idas e vindas ao Oriente, Índia e a África, trouxeram vários alimentos, especiarias, e sementes de plantas para Minas, como o quiabo, por exemplo, que é de origem chinesa. Veio de Macau, Colônia portuguesa na Ásia, hoje pertencente à China. Da Ásia também veio também, a manga e o arroz, por exemplos e da África, os portugueses trouxeram o jiló e outras plantas como camomila, alcachofra, erva-doce, gengibre, dentre outras. Da Índia, uma infinidade de especiarias e condimentos como pimenta, cominho, canela, cravo, dentre outras tantas, que enriqueceram nossa culinária. 
          Os portugueses trouxeram ainda para Minas Gerais técnicas de fazer fogão a lenha e forno de barro mais atraentes e eficientes, menos rudimentares dos que existiam no século XVIII.
          Do Velho Continente vieram também em busca do ouro, franceses, ingleses, italianos, holandeses, espanhóis e alemães para Minas Gerais, mesmo que em menor escala, mas vieram e deixaram um pouco de sua cultura, principalmente gastronômica.
          Com os portugueses vieram centenas de milhares de escravos para trabalharem na extração do ouro. A África deixou sua tradição gastronômica na nossa cozinha, bem como os índios aqui viviam. Das aldeias saiu o hábito de comer batata doce, adoçar bebidas com mel de abelhas, comer milho e mandioca. Do milho surgiu o fubá, dando origem a mingau de milho verde, a pamonha, além claro, do fubá, que originou o nosso famoso bolo de fubá assado na brasa e outras quitandas. Da mandioca surgiu a farinha, indispensável em nossas farofas e no Feijão Tropeiro, por exemplo e o polvilho, ingrediente que deu origem a uma das nossas maiores identidades gastronômicas, o pão de queijo
          Do Rio de Janeiro, do porto de Paraty, chegavam gado, porcos, galinhas, sementes, alimentos, produtos agrícolas, até material de construção, já que a região ainda estava em povoamento. O porto de Paraty era o local mais próximo de Minas Gerais na época, e por isso foi largamente usado para o embarque e desembarque de mercadorias, vindas das principais regiões mineradoras na época, que eram Mariana, Ouro Preto, Sabará, Pitangui, Diamantina, Tiradentes e outras tantas. Foi através do Rio de Janeiro que chegou à Minas sementes de café, por exemplo, trazidas pelos portugueses. (foto abaixo de Luis Leite em Desemboque MG) 

          Tudo que chegava no porto de Paraty, seguia para a Minas Gerais, em carro de bois, pela Estrada Real ou em mulas, trazidas pelos tropeiros.  Eram semanas de viagens e com os tropeiros, viajando pelo sertão mineiro, surgiu pratos hoje típicos da nossa culinária, como a Vaca Atolada e o Feijão Tropeiro. Tanto em carros de bois, quando em mulas, vinham mercadorias como panelas, pratos, talheres, azulejos, pedras para calçamentos de ruas, comidas, bebidas, sementes e outras coisas necessárias na época. Vinham com alimentos, sementes, pedras e voltavam pela mesma estrada, com ouro. Eram dezenas de carros de bois indo e vindo, todos fazendo o trajeto tipo comboio.
          Pelo porto de Paraty chegavam ao Brasil também escravos e logo eram enviados para Minas Gerais. Das senzalas mineiras saíram boa parte da nossa culinária. Bolos, doces e pratos diversos eram preparados nas senzalas e cozinhas dos casarões, com receitas ensinadas pelas sinhazinhas. Muitas dessas receitas foram aprimoradas pelas escravas e em boa parte, elas mesmas criavam, usando seus conhecimentos trazidos da África, aproveitando folhagens como taioba, couve, raízes como cará, mandioca, batata doce, hortaliças diversas, frutas nativas com a jabuticaba, goiaba, dentre outras e preparando e criando pratos e combinações interessantes como queijo com doce de leite e queijo com goiabada.
          No auge do Ciclo do Ouro, não vieram para Minas apenas bandeirantes e imigrantes europeus. Veio gente de todo o Brasil, como por exemplo, do Norte do país e muitos fazendeiros do Nordeste, que trouxeram gado de corte e de leite, mudas de cana-de-açúcar e a técnica de fazer cachaça e rapadura. Da região Sul do país, vieram tropeiros gaúchos e mascates de Santa Catarina e Paraná, que traziam mercadorias e a maioria desses, ficavam por aqui, atraídos pela rápida riqueza que o ouro proporcionava, deixando também um pouco de suas culturas e tradições.
          Foram centenas de milhares de pessoas que vieram para Minas desde a descoberta do ouro, que contribuíram para a identidade gastronômica de Minas Gerais. A contribuição dos imigrantes e migrantes não foi não apenas na culinária. Vieram também carpinteiros, alfaiates, marceneiros, escultures, pintores, artistas, professores, músicos, arquitetos, advogados, construtores, engenheiros, doutores, médicos, militares, escritores e outros tantos profissionais liberais formados nas melhores universidades da Europa na época, que contribuíram em muito para a formação da identidade cultural e social de Minas Gerais.
          Muita gente diz que em Minas está um pouco de cada canto do Brasil. O Estado é um misto de cultura, tradições, folclore solidificado em uma só identidade e um só povo, com cultura, gastronomia, arte, arquitetura, religiosidade e sotaque, que formaram a identidade mineira, tendo como base interativa para esta formação, a riqueza mineral do seu subsolo.
          Por isso Minas Gerais é um estado único, com identidade própria. Identidade formada em torno da riqueza do ouro e da interação com povos de diferentes regiões e países que vieram para o Estado nos séculos XVIII e XIX.
          Além da formação social, cultural e religiosa que essa interação e absorção ao longo dos séculos promoveu, todos esses povos que vieram para Minas Gerais, além dos índios que aqui viviam, contribuíram para a formação da identidade gastronômica mineira. (foto abaixo de Luis Leite em Vargem Bonita MG)

          Trouxeram suas experiências e receitas, aqui receberam novos ingredientes e novos modos de preparos, criando novas receitas, dando origem assim a dezenas de pratos que caracterizam a gastronomia do Estado de Minas Gerais. Um desses exemplo é o queijo, com a receita ensinada pelos portugueses e bandeirantes, tendo como base os queijos portugueses ou mesmo franceses. Aqui, o clima, a pastagem, o manejo do gado e as técnicas desenvolvidas pelo mineiro, criou um queijo próprio, o queijo de Minas, um dos melhores do mundo.
          Numa região recém povoada, a busca por preparar condições para ter comida era uma necessidade e dessa necessidade foi se desenvolvendo nossa culinária e estilo próprio de nossa cozinha, bem como nossos costumes, que permanecem até hoje. Minas surgiu em torno da riqueza mineral e da riqueza alimentar. Hoje o nosso ouro não sai mais das profundezas das minas, mas sim dos quintais e pomares mineiros. A nossa maior riqueza hoje é a nossa culinária, a nossa cozinha, o nosso queijo, o nosso fogão, o nosso forno, principalmente o nosso café. (foto abaixo de Chico do Vale)
           Mineiro adora café e visitas. O melhor lugar da casa é a cozinha. Coar um café na hora, no coador de pano e no fogão a lenha. Além do almoço e do jantar que tem que ter arroz, feijão, angu, linguiça, galinha ou carne de boi e porco na lata e uma mistura, de preferência quiabo, couve, taioba ou jiló e depois do jantar uma dose de licor ou cachaça.
          Café são pelo menos vezes ao dia ou mais. E olha que é não o cafezinho que está pensando. Tem bolo, broa, biscoito, pão de queijo, queijo e até doce e pamonha no café. O primeiro é logo pela manhã, bem cedinho. O segundo por volta das 9 da manhã, outro a tarde e se tiver queijo ou pão de queijo, toma mais um café a noitinha, antes de dormir. Sem contar os licores, sucos, frutas de época como jabuticaba, goiaba, rapadura, etc., nas horas intermediárias.
          Por isso que sala de mineiro é cozinha e uma boa prosa sentado à beira do fogão a lenha com café aquecido na chapa do fogão, mandioca e batata doce assando na brasa, ouvindo o tilintar das chamas e vendo a fumaça defumar os queijos e linguiças sobre uma tábua, acima, pendurada no teto. (foto acima de Arnaldo Silva em Leandro Ferreira MG)
          Assim é o mineiro desde os tempos da povoação em nosso território. Esse é o ser mineiro, formado pela interação e cultura de vários povos, integradas numa cultura só, formando um único povo e um povo único.

domingo, 9 de outubro de 2016

A tramela, o trinco e a cerca de bambu

(Por Arnaldo Silva) Era uma vez um pais onde todos viviam tranquilamente em casas que não tinham muros, nem cerca elétrica, nem cães ferozes, nem seguranças, alarmes, correntes, cadeados nem existia.
          As cercas eram de bambu ou com trepadeiras. Ora-pro-nobis estava presente nas cercas das casas. Portas e janelas eram de madeiras e a única segurança eram as tramelas ou taramelas, para alguns. As vezes usavam trincos.
          E ninguém se preocupava com nada. Nem em fechar as casas, quando tinham que sair, era preocupação. Boa parte ficava aberta, caso chegasse visitas, para que ela entrasse e esperasse dentro de casa.
          Na mesa sempre tinha biscoitos, queijos, bolos e na chapa quente do do fogão à lenha, o bule com café prontinho, desse jeito que vê na foto do Juarez Teixeira acima. Seria uma desfeita chegar visitas e não ter o que comer em casa.
          Muro não existia. O que protegia as casas eram cercas de bambu, desse jeito que vê acima na foto do Fernando Campanella. Servia apenas para evitar que animais entrassem nos quintais. Só pra isso. 
          Quando a mãe e o pai resolviam visitar os compadres e comadres, arrumavam a gente e iam todos na charrete ou mesmo a pé. Se a casa tivesse chaves, nem levavam. Trancavam somente para evitar que as galinhas entrassem. A chave ficava pendurada na porta mesmo, como vê na foto acima do Paulo Santos ou num buraquinho perto do batente da porta.
          Ninguém se preocupava com nada. A vida era calma, tranquila, bem sossegada. Viver era seguro naqueles tempos. Isso foi nos tempos de nossos pais e avós.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Uberaba: a terra do gado Zebu

(Por Arnaldo Silva) Fundada em 1820 e emancipada em 1836, a cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, é uma das mais mais importantes e desenvolvidas cidades de Minas Gerais. 
          Uberaba tem tradição, história, cultura, genética e uma sólida e forte economia industrial, principalmente agrária, onde o município se destaca na produção de grãos e na pecuária. (na foto acima de Luis Leite, a Catedral Metropolitana de Uberaba)
           Destaca também na educação pública de qualidade, além de encontrar-se no município a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e o Instituto Federal do Triângulo Mineiro. De sua origem, no século XIX, Uberaba guarda relíquias do seu passado, como casarões, praças e igrejas. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, a Igreja de São Domingos, um dos patrimônios religiosos da cidade, concluída em 1904, em estilo neogótico, com detalhes bizantinos e erguida com pedra tapiocanga, de cor vermelha em sua alvenaria exterior)
          Segundo o IBGE, a população estimada de Uberaba em 2021 é de 340.277 habitantes, sendo a 8ª população do Estado e a 82ª cidade mais populosa do Brasil. Faz divisa com os municípios de Água Comprida, Conceição das Alagoas, Uberlândia, Veríssimo, Indianópolis, Nova Ponte, Sacramento, Conquista e Delta (em MG);Igarapava, Aramina e Miguelópolis (em SP). Entre Belo Horizonte e Uberaba, são 481 km de distância, via BR-262. (na imagem acima de Elpídio Justino de Andrade, a sede da Prefeitura Municipal de Uberaba) 
          Além de seu desenvolvimento industrial e social, Uberaba se destaca no turismo ecológico, religioso, de negócios e na cultura, com destaque para os museus como o museu e memorial Chico Xavier, famoso médium que viveu na cidade, onde está seu túmulo (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade a Casa de Memórias e Lembranças Chico Xavier)
          O Museu e Sítio Paleontológico de Peirópolis, distrito de Uberaba, é um dos destaques da cidade. No local encontra-se fósseis de dinossauros que viveram na região há milhões de anos. (fotografia acima de Luís Leite)
 
          Outro museu em destaque é o Museu de Arte Sacra, formado por peças barrocas dos séculos XVIII e XIX, com peças doadas pela Cúria Metropolitana, como vestes sacras, estandartes de procissões, além de mobiliário de época. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
           O museu está instalado na Igreja de Santa Rita, construção do século XIX, em estilo Barroco. Em 1896 a Igreja de Santa Rita tornou-se catedral, sendo um dos mais belos templos históricos da cidade, tombado em 1939 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, o interior da Igreja de Santa Rita)
          Além da Igreja de Santa Rita (na foto acima de Luis Leite), em Uberaba encontra-se outras igrejas de valor histórico e religioso para seu povo, belas praças, parques como Parque das Acácias, Mata do Carrinho, Universidade, Mata do Ipê e o Parque Jacarandá.   
          Tem ainda teatros, em destaque para o Teatro Municipal Vera Cruz, construído em estilo eclético em meados do século XX, a centenária Biblioteca Municipal Bernardo Guimarães onde é a sede da Academia de Letras do Triângulo Mineiro e o Arquivo Público de Uberaba (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade).
          A cidade realiza ainda vários eventos durante o ano como o Axé Uberaba em outubro realizado no Sambódromo da cidade, a tradicional Expozebu, maior exposição de gado zebu do mundo, realizada desde 1934, no Parque de Exposições Fernando Costa . A Expozebu acontece no mês de maio.
          Em Uberaba está o Museu do Zebu, raça originária da Índia, presente na cidade há mais de 100 anos. É em Uberaba que está a sede a Associação Brasileiro dos Criadores do Zebu (ACBZ). A entidade conta atualmente com 23 mil associados, 24 escritórios no país e 100 técnicos no campo.
          Tem ainda na cidade, a Feirarte com exposição de artesanatos, roupas, acessório e alimentos produzidos na cidade e a Maktub, uma das maiores festas árabes do Brasil, realizada no mês de novembro de cada ano com mostras da cultura, culinária, dança e músicas árabes, além do tradicional Mercado Municipal (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, um dos box do Mercadão).
          Em Uberaba (na foto acima de Cris Ferreira) tem ainda shoppings para entretenimento e compras como o Praça Uberaba Shopping Center, Manhattan Center Shopping, Shopping José Generoso Lenza, Shopping Center Urbano Salomão, Elvira Shopping.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

As melhores cidades de Minas para se viver

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais tem 853 municípios onde vivem cerca de 20,5 milhões mineiros. É o segundo no país em número de habitantes e o quarto em extensão territorial. 
          Na matéria estão 15 primeiras cidades mineiras mais bem colocadas no ranking que compõem o último Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e no final, link com a listagem completa. (na foto acima de @julio_defreitas, a divisa de Nova Lima com Belo Horizonte) 
          Não se trata de pesquisa e sim cálculos baseado em informações fornecidas pelos municípios ao Governo Estadual, que encaminha ao Governo Federal, que por fim, encaminha os dados para a ONU, que faz o cálculo. 
          O critério é o mesmo para todos os países. Basicamente, são levados em conta três itens: vida longa e saudável (nascimento por mortes, saneamento básico e longevidade), acesso ao conhecimento (educação pública em todos os níveis e crianças na escola) e padrão de vida (renda e emprego). 
          A partir dos cálculos de cada um desses fatores, se chega ao índice geral de IDHM, organizado no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, feito em 2010 e divulgado em 2013.        
          O cálculo de IDHM é feito a cada 10 anos e divulgado 3 anos depois. O novo IDHM da ONU já foi feito e aguarda-se divulgação em 2024. Enquanto não é divulgado o novo IDHM, o que vale este atual, é o atual.
          A metodologia do índice foi adaptada do IDH Global pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pela Fundação João Pinheiro. 

Muito alto: de 0,800 a 1;(2 municípios).
Alto: de 0,700 a 0,799;(226 municípios).
Médio: de 0,600 a 0,699;(552 municípios).
Baixo: de 0,500 a 0,599;(73 municípios).
Muito baixo: de 0 a 0,499;(nenhum município).
          O IDHM do Estado de Minas é 0,731, considerado alto, sendo o nono no Brasil. Na listagem abaixo a colocação das 15 primeiras cidades de Minas Gerais no ranking da ONU, com texto e fotos e as colocações da 16.º, até a 100.º, com a posição e o IDHM, de cada uma.
01.º Nova Lima - IDHM 0,813
          Nova Lima, com cerca de 112 mil habitantes e a 30 km de Belo Horizonte, atingiu o maior índice no IDHM, 0,813, sendo a primeira do ranking e a melhor cidade de Minas para se viver.(foto acima de Andréia Gomes)
          Montanhas, belas paisagens, distritos pitorescos, excelente gastronomia típica. Cidade desenvolvida, com excelente estrutura urbana e rural, um comércio e setor de serviços eficientes. Além de oferecer uma ótima qualidade de vida a seus moradores. 
          É o maior IDHM do Estado de Minas Gerais, portanto a melhor cidade de Minas Gerais para se viver com ótimos índices na avaliação, em todos os quesitos. 99,47% das crianças entre 5 e 6 anos estão matriculadas em escolas. A proporção de estudantes no Ensino Fundamental é de 90,89%. 
02.º Belo Horizonte - IDHM 0810
          A capital Belo Horizonte, (foto acima de Charles Tôrres/@charles50mm) ficou em segundo lugar no ranking com IDHM com o índice 0,810. Com cerca de 2,315 milhões de habitantes, Belo Horizonte é a sexta cidade mais populosa do país. Segundo o Population Crisis Commitee, da ONU, Belo Horizonte está entre as 100 melhores cidades do mundo, ocupando a posição 45.ª no ranking das melhores metrópoles.
          Segundo a revista América Economia, é uma das 10 melhores cidades para fazer negócios da América Latina. Belo Horizonte oferece uma boa qualidade de vida a seus moradores. A cidade possui importantes monumentos, cerca de 60 parques, 68 museus, dezenas de teatros, uma boa infraestrutura urbana e uma excelente gastronomia.
03.º Uberlândia - IDHM 0,789

          É uma das mais desenvolvidas cidades do Brasil, tanto na indústria, como no agronegócio, sendo este um dos grandes destaques do município do Triângulo Mineiro. Uberlândia, com cerca de 715 mil habitantes é a terceira do ranking com IDHM de 0,789. Entre as cidades melhores cidades brasileiras com melhor índice de desenvolvimento nas áreas de Saúde, Educação, Emprego e renda, está na 27.ª posição. (foto acima de @dronemoc)
04.º Itajubá - IDHM 0,787
          O município de Itajubá, no Sul de Minas está na quarta posição no ranking, com IDHM de 0,787. Com cerca de 93 mil habitantes é um dos mais industrializados municípios do interior de Minas e destaque nacional em educação e distribuição de renda. Apenas 1,03% de sua população é considerada extremamente pobre. (foto acima de Vinícius Montgomery)
05.º Lavras - IDHM 0,782
          Na quinta posição no ranking, está Lavras, com cerca de 105 mil habitantes, na região Sul de Minas. Seu IDHM é de 0,782. O município se destaca pelo bom nível educacional da sua população e a boa qualidade de vida que oferece a seus moradores.(fotografia acima de Gilson Nogueira)
06.º Poços de Caldas - IDHM 0779
          Com 0,779 no IDHM, Poços de Caldas, com cerca de 164 mil habitantes, é uma das mais belas cidades de Minas e uma das estâncias hidrominerais mais procurados por turistas graças as suas fontes de águas medicinais, usadas em diversas terapias, seus doces e artesanato. Algumas indústrias se destacam na cidade como as de sabonetes de qualidade e de objetos decorativos em vidro fundido, que lembram os feitos na cidade italiana de Murano. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
07.º Juiz de Fora - IDHM 0,778
          Conhecida como a Manchester mineira, Juiz de Fora com IDHM de 0,778, tem hoje mais de 540 mil habitantes, com uma das mais altas expectativas de vida e uma das mais altas rendas per capita do país, além de índices de escolaridade maiores que a média mineira. É a maior cidade da Zona da Mata e uma das que mais se destacam em Minas em investimentos em qualidade de vida. (foto acima de André Saliya)
08.º Varginha - IDHM 0,778
          A famosa cidade do Sul de Minas, com cerca de 137 mil habitantes, distante 318 km de Belo Horizonte está na oitava posição com IDHM de 0,778. Localizada na metade do caminho entre Belo Horizonte e São Paulo, é a porta de entrada para o Lago de Furnas. (foto acima de Marselha Rufino)
          Essa posição geográfica privilegiada facilita o escoamento de sua produção de café e outros produtos através de sua estação aduaneira, único porto seco do sul de Minas. Além do cultivo do café e do turismo, Varginha é conhecida desde 1996 como a "cidade do ET", quando duas irmãs viram uma criatura, segundo Ufólogos, eram um Extra Terrestre. O fato até hoje atrai ufólogos e curiosos para Varginha. .
09.º Lagoa Santa - IDHM 0,777
          Lagoa Santa tem o IDHM de 0,777. Faz parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, distante apenas 40 km e com pouco mais de 75 mil habitantes. Cidade tranquila e muito procurada para quem busca um lugar promissor para viver. (fotografia acima de Sônia Fraga)
          É conhecida no mundo todo por pela variedade de descobrimentos fósseis que constituem o rico acervo arqueológico da região. Além disso, belezas naturais do município chamam a atenção, bem como seus doces. 
          Lagoa Santa faz parte da Rota das Doceiras de Minas Gerais. O seu mais belo atrativo é a lagoa, que faz parte de área ambiental protegida por lei. Segundo crenças, as águas da lagoa possuem propriedades curativas, crença esta que motiva pessoas a se banharem em suas águas.
10.º Itaú de Minas - IDHM 0,776
          Itaú de Minas, com cerca de 15 mil habitantes, está 360 km de Belo Horizonte, no Sudoeste de Minas com IDHM de 0,776, conta com 100% de suas crianças entre cinco e seis anos frequentando escola e a expectativa de vida chega 76,7 anos. 
          A cidade tem grande vocação industrial. Um dos grandes fomentadores do desenvolvimento econômico da cidade é a famosa fábrica de cimento Itaú, considerada a maior fábrica de cimento da América Latina. Além do cimento, Itaú de Minas possui uma das mais importantes jazidas de calcário, administrada pelo Grupo Votorantim. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade) 
11.º Viçosa - IDHM 0,775
          Viçosa é uma das cidades mais desenvolvidas de Minas Gerais.  Seu IDHM é de 0,775. Com mais de 77 mil habitantes, a maioria destes jovens, a população do município é predominantemente urbana, mais de 92% de seus habitantes vivem na cidade. É um dos grandes polos de educação em Minas Gerais, graças a presença da Universidade Federal de Viçosa (na foto acima de Chico do Vale), fundada em 1926, pelo por Arthur Bernardes, presidente da República na época e nascido na cidade.
          A Universidade organiza anualmente centenas de eventos científicos e acadêmicos, o que atrai várias pessoas do Brasil e do mundo para a cidade. 
          Um dos grandes atrativos da cidade é o doce de leite, produzido pela própria Universidade. É considerado um dos melhores doces do mundo.  Sua população é composta na sua maioria por jovens, o que confere uma dinâmica à cidade, além do grande número de festas que se realizam durante a semana.
12.º Pouso Alegre - IDHM 0,774
          Pouso Alegre tem o IDHM de 0,774. A bela cidade do Sul de Minas é um dos mais importantes polos regionais do Estado, com grande atividade industrial, comercial e agropecuária. (foto acima de Fernando Campanella)
          De posição geográfica privilegiada, as margens da Rodovia Fernão Dias, no corredor industrial Belo Horizonte - São Paulo, facilitando assim o escoamento rápido de sua produção industrial e agrícola. É a décima maior cidade de Minas Gerais, com cerca de 153 mil habitantes e a segunda do sul de Minas.
13.º Araguari - IDHM 0,773

          Araguari, com cerca de 118 mil habitantes, é a terceira maior cidade do Triângulo Mineiro. Seu IDHM é 0,773. Está situada numa posição geográfica estratégica, servida por rodovias federais e estaduais, além de ferrovias. É uma grande produtora de leite e gado de corte, além de grãos e frutas como, soja, laranja, milho, sementes de girassol e uva onde a fruta é colhida e processada na indústria local. 70% do suco consumido no Brasil saem de Araguari. (foto acima de Thelmo Lins)
          Além disso, o município produz café de alta qualidade, considerado um dos melhores cafés do mundo, bem como é o maior produtor de tomate do Estado. 
          O destaque de Araguari não é somente na indústria e agropecuária. O município é um polo regional de turismo, sendo rico em cultura, folclore e artesanato. 
          Suas belezas naturais, com mais de 100 cachoeiras, reservas ecológicas intactas, grutas, fauna e flora exuberantes e inúmeras opções de lazer oferecidos pelos lagos das hidrelétricas próximas ao município, são atrativos para os amantes do ecoturismo e prática de esportes radicais. 
14.º Uberaba - IDHM 0,772
          Uberaba, no Triângulo Mineiro tem cerca de 331 mil habitantes e IDHM de 0,772 tem cerca de 338 mil habitantes e IDHM de 0,772. (foto acima de Jorge Nelson)
          Famosa por ser a capital mundial do gado Zebu, raça de origem indiana introduzida em Minas Gerais no final do século 19, por criadores da cidade, sendo hoje polo na criação, desenvolvimento genético e comercialização do zebu. Uberaba sedia a maior empresa de inseminação pecuária no país, a Alta Genetics. Todos os anos, acontece na cidade a Expozebu, a maior feira de gado zebu do mundo.  
          Uberaba se destaca também pela limpeza, sendo considerada uma das 10 cidades mais limpas do Brasil. Na cidade pode se encontrar um rico artesanato, o Museu Paleontológico de Peirópolis, distrito da cidade, bem como um conservado patrimônio histórico e cultural, principalmente os de cunho religioso, como o Reinado de Nossa Senhora do Rosário e as Folias de Reis. Foi em Uberaba que viveu Chico Xavier, famoso médium espírita que deixou uma grande obra na cidade. Uberaba tem ainda várias áreas verdes e diversas cachoeiras pelo município. 
15.º Araxá - IDHM 0,772

          Com cerca de 112 mil habitantes, Araxá, no Alto Paranaíba, é famosa por ser a terra em que viveu Dona Beja, famosa cortesã que escandalizava a sociedade do século 19 que virou tema de novela, filme e samba enredo de escola de samba carioca. (fotografia acima de @arnaldosilva_oficial)
          Além disso, Araxá  é uma das mais belas cidades de Minas Gerais, considerada o maior spa de águas radioativas e medicinais do país. 
          Suas águas e principal atrativo estão concentrados no Parque do Grande Hotel de Araxá, inaugurado por Getúlio Vargas em 1944,cuja arquitetura tem forte inspiração nos castelos europeus da Idade Média e todo o glamour da década de 1940, com luxuosos salões. No local estão as fontes de água radioativas, a preferida de Dona Beja e a fonte de água sulfurosa. As famosas termas de Araxá, ficam ao lado do Grande Hotel, oferecendo acupuntura, massagens, sauna, duchas, banhos medicinais e terapêuticos com lama e água sulfurosa.  
          Além de sua história e águas medicinais, Araxá está próximo a uma as entradas do Parque Nacional da Serra da Canastra, onde nasce o Rio São Francisco e possui paisagens com rios e cachoeiras deslumbrantes, muito procurada por amantes do ecoturismo. 
          Na cidade estão sediadas várias empresas, inclusive de grande porte, entre elas a CBMM, mineradora que explora o ferro-nióbio e a Vale Fertilizantes, que explora rocha fosfáltica e fertilizantes fosfatados. 
          A mineração é sem dúvida a grande mola propulsora do desenvolvimento industrial da cidade, bem como a agropecuária, o variado comércio local e o turismo, já que a cidade é uma das mais procuradas por turistas tanto de Minas, quanto do Brasil e do mundo, que vem à cidade conhecer as Termas de Araxá.
A lista segue com a colocação e o IDH-M:
16 - Ipatinga -  0,771
17 - Timóteo - 0,770
18 - Montes Claros - 0,770
19 - Barbacena - 0,769
20 - Patos de Minas - 0,765
21 - Divinópolis - 0,764
22 - Ouro Branco - 0,764
23 - Alfenas - 0,761
24 - Conselheiro Lafaiete - 0,761
25 - Sete Lagoas - 0,760
26 - São Lourenço - 0,759
27 - João Monlevade - 0,758
28 - São João Del Rei - 0,758
29 - Itaúna - 0,758
30 - Pedro Leopoldo - 0,757
31 - Contagem 0,756
32 - Passos - 0,756
33 - Itabira - 0,756
34 - Formiga 0,755
35 - Coronel Fabriciano - 0,755
36 - Congonhas 0,753
37 - Três Marias 0,752
38 - Cambuí - 0,751
39 - Cataguases 0,751
40 - Guaxupé 0,751
41 - Bom Despacho - 0,750
42 - Arcos - 0,749
43 - Betim - 0,749
44 - Brumadinho - 0,747
45 - Confins - 0,747
46 - Iturama - 0,747
47 - Bicas - 0,744
48 - Paracatu - 0,744
49 - Três Corações - 0,744
50 - Perdões - 0,744
51 - Caxambu - 0,743
52 - Mariana - 0,742
53 - Vazante - 0,742
54 - Carneirinho - ,741
55 - Ouro Preto - 0,741
56 - Cachoeira da Prata - 0,741
57 - Santos Dumont - 0,741
58 - Bambuí - 0,741
59 - Tiradentes - 0,740
60 - Muzambinho - 0,740
61 - Delfinópolis - 0,740
62 - Ituiutaba - 0,739
63-  Itanhandu - 0,739
64 - São José da Barra - 0,739
65 - Piumhi - 0,737
66 - Ribeirão Vermelho - 0,737
67 - São Gotardo - 0,736
68 - Unaí - 0,736
69 - Bom Jesus da Penha - 0,735
70 - Andradas - 0,734
71 - Barroso - 0,734
72 - Muriaé - 0,734
73 - Sarzedo - 0,734
74 - Carmo do Rio Claro - 0,733
75 - Extrema - 0,732
76 - Sacramento - 0,732
77 - Lagoa da Prata - 0,732
78 - Pirapora - 0,731
79 - Sabará - 0,731
80 - Matozinhos - 0,731
81 - Três Pontas - 0,731
82 - Grupiara - 0,731
83 - Frutal - 0,730
84 - Borda da Mata - 0,730
85 - Raposos - 0,730
86 - Itabirito - 0,730
87 - Conquista - 0,729
88 - Pedrinópolis - 0,729
89 - Patrocínio - 0,729
90 - Pratápolis - 0,729
91 - São José da Lapa - 0,729
92 - Paraisópolis - 0,729
93 - Monte Carmelo - 0,728
94 - Caeté - 0,728
95 - Pains - 0,728
96 - Areado - 0,727
97 - Governador Valadares - 0,727
98 - Itutinga - 0,727
99 - Além Paraíba - 0,726
100 - Cachoeira Dourada -0,726
          
Aviso legal: reprodução proibida sem autorização expressa do autor, Arnaldo Silva

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