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sábado, 20 de outubro de 2018

Parque Municipal de BH: um museu a céu aberto

(Por Arnaldo Silva) Desde a sua fundação em 1897, o Parque Municipal Américo Renê Giannetti em Belo Horizonte é o ponto mais visitado da capital mineira. Faz parte da família belo-horizontina um passeio no parque. Atividades como piqueniques, encontros de amigos, prática de esportes, passeios ou simplesmente, descansar sobre a sombra das frondosas árvores do parque são programas comuns de quem frequenta o local. Muitos ainda não resistem e tiram fotos com os famosos lambe-lambes, que ainda estão em atividades no parque.
          Idealizado por Aarão Reis, a área inicial do parque quando criado era de 555 mil metros quadrados. Com o crescimento da capital ao longo dos anos, sua área foi reduzida aos poucos e hoje ocupam 182 mil metros quadrados no centro da capital mineira. Quando o parque foi criado, a ideia original era ser o Parque de Belo Horizonte o maior e mais bonito parque da América Latina. No início era mesmo, pela dimensão territorial que tinha. Os idealizadores do parque se inspiraram nos belos espaços públicos franceses, nos tempos de paz da chamada "Belle époque", entre 1871 a 1914.
          Esse parque tem belezas e detalhes desconhecidos por boa parte de seus frequentadores. As centenas de pessoas que todos os dias passam pelo local nem percebem ou desconhecem as inspirações europeias em construções e monumentos do parque. Basta andar  com mais atenção que os detalhes se revelam. E não são poucos e nem minúsculos. Estão visíveis aos olhos de todos.
A Mãe Mineira
          Uma dos monumentos que mais impressiona no parque é o da "Mãe Mineira." Foi esculpido por Lélio Coluccini, escultor neoclássico e modernista italiano, nascido em Valdicastello em 1910. Viveu no Brasil, se radicando em Campinas, onde faleceu em 1983. O monumento impressiona pelo realismo e modernismo. Foi inaugurado em 1958 e homenageia as mães de Minas Gerais.
          Dentro do Parque temos o Teatro Francisco Nunes. Inaugurado em 1950 é um dos principais palcos da cultura da cidade. Na parede lateral do teatro existe um detalhe que poucos param para contemplar. Dois enormes painéis retratam a fauna e flora brasileira com mosaicos portugueses.
Coreto importado da Bélgica
 
          Dentro do Parque, próximo à lagoa dos barquinhos, tem um coreto que chama a atenção. Todos sobem as escadas para conhecer o coreto e tirar fotos porque ele é muito bonito, com belos detalhes entalhados. Além disso, acontecem apresentações com bandas, grupos de serestas em torno do coreto.
          Mas a origem do coreto é muito interessante. Os belos jardins em volta do coreto foram projetados em estilo francês, justamente para receber a estrutura do coreto, que foi importado da Bélgica. O coreto belga foi instalado inicialmente na antiga Praça do Mercado, hoje a atual Praça da Rodoviária. Em 1922 foi transferido para o Parque Municipal. Hoje, o coreto é um dos patrimônios culturais de Belo Horizonte.
Escultura alada Vitória de Samotrácia
          Com 3,60 metros de altura, pesando uma tonelada, uma escultura de uma mulher alada, sem cabeça e braços desperta a curiosidade dos frequentadores do parque. É a réplica de uma das mais importantes esculturas do mundo, Vitória de Samotrácia. A original está exposta no Museu do Louvre em Paris e é a terceira obra mais visitada neste museu.    No Parque Municipal, passa quase despercebida, sendo inclusive desconhecida sua história e importância.
          A obra retrata Atena Niké, a deusa grega da vitória. Sua forma é de uma mulher alada. Acreditam os historiadores que era usada em forma de carranca em navio de guerra e em uma batalha naval perdeu a cabeça, braços e pés. A escultura pode também ter sido usada para ornamentar a entrada de um santuário dedicado aos Cabírios, considerado os protetores dos navegantes. A escultura original foi encontrada na cidade de Samotrácia, na Grécia em 1863. Por simbolizar a vitória na guerra, seu nome passou a ser Vitória de Samotrácia. 
          A escultura foi instalada no Parque Municipal próximo a entrada da Rua Ezequiel Dias, em 2008, por ocasião dos 110 anos do parque. A réplica foi autenticada pela Réunion de Musées Nationaux, instituição francesa que coordena 33 museus franceses.
Afrodite: a Vênus de Milo
          No lago do Parque Municipal, próximo a Rua Ezequiel Dias, uma escultura realista, esculpida em mármore branco chama a atenção. É a Vênus de Milo, réplica de uma das mais famosas esculturas gregas do mundo. A original pertence ao acervo do Museu do Louvre em Paris. A "deusa sem braços" é uma das obras mais reproduzidas atualmente no mundo.
          A escultura é envolta a mistérios até hoje não decifrados pelos historiadores. É o símbolo da beleza feminina clássica. Foi esculpida entre os anos 100 e 190 a.C., sem autoria até hoje identificada. Chamada de Vênus pelos conquistadores romanos, a escultura representa a deusa Afrodite para os gregos. Segundo a mitologia grega, Afrodite é a deusa do amor, sendo uma das deusas mais cultuadas pelos gregos na antiguidade.
          A estátua foi encontrada em 8 de abril de 1820 na cidade grega de Milos, sem os braços e sem o pé esquerdo. Como os romanos chamavam a deusa Afrodite de Vênus e a estátua foi encontrada em Milos, ficou o nome, Vênus de Milo.
Outros detalhes do Parque Municipal
          Pelos 182 mil metros quadrados do Parque Municipal existem centenas de árvores, principalmente figueiras centenárias todas identificadas com plaquinhas. Tem a cascatinha (foto acima), uma nascente dentro do parque. A Fonte dos Burros. Tem também várias espécies de flores, bem como outros monumentos como os bustos dos fundadores de Belo Horizonte. No parque pode ser vista também uma pirâmide. Uma mística obra, inspirada nas pirâmides egípcias, doada pela Associação Rosa Cruz.
          Até a heroína Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi (nascida em Tubarão/SC em 30 de agosto de 1821, falecida em Ravena, na Itália em 4 de agosto de 1849) é homenageada pelos mineiros. Anita Garibaldi foi uma famosa revolucionária catarinense, que juntamente com seu marido Giuseppe Garibaldi, teve participação direta na Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul e no processo de unificação da Itália.
            Foi tão atuante nesses dois episódios que ficou conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos". A homenagem à heroína fica na Ilha dos Amores, no lago principal do parque.
          Como podem perceber o Parque Municipal de Belo Horizonte é um museu a céu aberto. E o melhor é que tudo isso é gratuito, entrada franca para todos. Vale a pena prestar atenção nos detalhes que temos no nosso mais famoso parque. 

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