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quarta-feira, 27 de abril de 2022

A região queijeira Canastra

(Por Arnaldo Silva) Canastra é uma das mais tradicionais regiões queijeiras de Minas Gerais. Há mais de 200 anos, produz um dos melhores queijos do mundo, imbatível em premiações na preferência do consumidor e em concursos nacionais e internacionais.
          Em qualquer concurso, seja em nível nacional ou internacional, onde queijo Canastra, na disputa, com certeza será premiado. (na foto acima, Queijo Dinho de Piumhi MG/Divulgação)
Região Queijeira
          A região queijeira denominada Canastra é formada por Medeiros, Vargem Bonita, Tapirai, Delfinópolis, Bambuí, Piumhi e São Roque de Minas, a mais famosa cidade da região e porta de entrada para o Parque Nacional da Serra da Canastra (na foto acima de Arnaldo Silva, São Roque de Minas, vista da portaria do parque).
          Esses municípios são reconhecidos como produtores do legítimo queijo Canastra. Vale lembrar que Canastra é o nome de uma serra, em formato de um grande baú, chamado de canastra. O nome foi dado pelo pelos bandeirantes portugueses no final do século XVII, como ponto de referência. Serra da Canastra é também nome do Parque Nacional da Serra da Canastra e da região geográfica Serra da Canastra, além da caracterização da região como queijeira, com o nome Canastra. (na foto acima de John Brandão/@fotografoaventureiro, o maciço rochoso que deu nome à Serra da Canastra)
Canastra é só da Serra
          As queijarias da Canastra possuem Indicação de Procedência Canastra, com selo autenticado da Associação Produtores de Queijos Canastra (Aprocan). Queijo Canastra somente os produzidos nessas 7 cidades, em nenhuma outra. (na foto acima de Arnado Silva, queijo Canastra da Fazenda Lagoa Negra em São Roque de Minas, percebe-se o selo de procedência no queijo)
          Os queijos Canastra feitos nas queijarias reconhecidas pela Aprocan, tem Selo Arte e IG (Identificação de Origem). Além de INPI, as queijarias são reconhecidas pelos órgãos sanitários, como o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), podendo com isso serem comercializados em todo o território nacional.
Definições e características
          Os queijos Canastra, de origem, são identificados pela cidade de origem, selo e com embalagem personalizada, de acordo com cada queijaria autenticada.
          O queijo Canastra tem como características principais a cor amarelo-ouro, mofo branco em sua crosta, sabor forte e diferenciado em relação à outras regiões e um pouco picante. Sua massa é densa, uniforme, com apresentação de algumas olhaduras (furinhos). (foto acima da queijaria Ponte Velhano de Medeiros MG/Divulgação)
Armazenamento dos queijos
          Para melhor aproveitar o sabor único do queijo Canastra, o ideal é adquirir um queijo meia cura ou já curado, acima de 22 dias de maturação. Não se deve colocar queijo Canastra na geladeira, aliás, queijo algum deve ir para a geladeira, à exceção dos queijos frescos, com menos de 7 dias. (na foto acima de Arnaldo Silva, queijos diversos da Região Queijeira da Canastra)
          Um queijo fino e especial, tem que passar pelo processo natural de amadurecimento. Na geladeira, todo o processo da maturação, que dá a cor, textura e principalmente o sabor, se perde, reduzindo assim a qualidade do queijo.
          O correto é armazená-lo em queijeira, protegida por tela. Em geladeira não, devido a umidade prejudicar a qualidade e sabor dos queijos. Queijos acima de 7 dias, não deve ser armazenado em geladeira.
A receita do queijo Canastra
          A receita e o modo de preparo do Queijo Canastra, feita até hoje como há mais de 200 anos, é reconhecida como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais pelo IEPHA/MG e Patrimônio Imaterial do Brasil, pelo IPHAN.
          O queijo Canastra faz parte da história, cultura e tradição. Fazer queijo na Canastra é mais que um ofício, é estilo de vida, é herança passada de pai para filho. Em cada fazenda, em cada queijaria, uma história de vida e superação, tendo o queijo como protagonista.
          A receita tradicional é esta da imagem com acréscimo de um ingrediente único. A serra. Altitude, pastagens, qualidade da água, clima e claro, a flora bacteriana, em sua maioria, encontradas somente na região da Canastra.
          São as bactérias lácteas, que dão cor, sabor, textura e características ao queijo.
          Para fazer um queijo Canastra em outra cidade, estado ou país, igual ao original, não basta a receita tradicional. Para ser igual, tem que levar a flora bactéria e os fungos que se desenvolvem na Canastra também. E isso é impossível, claro. Por isso o queijo Canastra é diferenciado e se destaca, graças à sua flora bacteriana. É essa flora a responsável pela qualidade do queijo e não simplesmente uma receita. (na foto acima: Queijaria Dinho de Pìumhi MG/Divulgação)
          Portanto, queijo Canastra original, somente nas cidades caracterizadas como produtoras do queijo Canastra, com as características da Canastra e com selo grafado no queijo.
Porteiras abertas
          A maioria das queijarias da região da Canastra, abrem suas porteiras para visitantes. É uma forma de apresentar ao visitante todo o processo da produção do queijo, desde o manejo do gado, ordenha, preparo do queijo e maturação. (na foto acima de Nacip Gômez a Queijaria da Cristina em Vargem Bonita e abaixo, acesso para a Fazenda Água Limpa, onde está a Queijo Dinho, queijaria em Piumhi MG)
          Além disso, nos mercados e vendas das cidades e povoados rurais da região, encontra-se queijos Canastra. Mas o melhor mesmo, é vivenciar o dia a dia da produção de queijos, visitando as queijarias e degustar um dos melhores queijos do mundo, direto nas queijarias.

terça-feira, 26 de abril de 2022

O Mercado de Origem e o Museu das Reduções

(Por Arnaldo Silva) Instalado anteriormente em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto MG, o Museu das Reduções foi transferido para o Mercado de Origem, no bairro Olhos D´Água, na região Oeste de Belo Horizonte, às margens da BR-040, a 1,9km do BH Shopping, em frente ao Leroy Merlim e ao BH Outlet .
          Ocupando 14 mil m² de área construída, o Mercado de Origem é um complexo de compras e entretenimento, central de produtos , conhecimentos, tecnologias e eventos relacionados à agricultura mineira e brasileira de todas as regiões. (foto acima e abaixo Mercado de Origem/Divulgação)
          Com o objetivo de ser além de um centro de produtos variados e diferenciados, da agricultura familiar, cultura, sabor e saberes de Minas Gerais, mas principalmente, um ponto de encontro de pessoas e histórias de Minas, do Brasil e do mundo. São cerca de 180 lojas comerciais.
          O quê, que o Museu das Reduções tem a ver com o Mercado de Origem? Tudo a ver.. Primeiro porque é no Mercado de Origem que está funcionando agora o Museu das Reduções.
          Como o Mercado de Origem, além de ser um centro comercial, é um centro de cultura e tradições, por isso, sediar o Museu das Reduções, que é um museu único no Brasil, tem tudo a ver.
O Museu das Reduções
          A formação do Museu das Reduções começou em 1978, com os irmãos Ênnio, Décio, Evangelina e Silva Alves de Vilhena. Aposentados e talentosos artistas, decidiram reproduzir réplicas dos principais monumentos brasileiros, um antigo sonho dos irmãos. Viajaram pelo Brasil, pesquisaram, fotografaram, calcularam os projetos para transformar o sonho em realidade. Os irmãos desenvolveram técnicas e ferramentas que permitiram transformar imponentes construções históricas em pequenas obras de arte, idênticas às originais. (na imagem abaixo, redução do Convento de São Francisco de Assis em Olinda/PE, peça do Museu das Reduções)
          Não se trata de simples réplicas em gesso, acrílico ou resina. Nas peças não há nenhum produto sintético ou industrializado. É uma reprodução autêntica, feita com materiais usados nas construções originais como cimento, tijolo, telhas de barro, amianto e zinco, ferragens, madeira, tinta, lampiões, grades, balaústres, treliças, comportas metálicas, etc., todos esculpidos manualmente, em formatos reduzidos e pintados em cores originais.  (acima e abaixo, fotos de monumentos reduzidos no Museu das Reduções)       
          O Guia 4 Rodas do Brasil, elegeu em 2006, o Museu das Reduções como a melhor atração do país na categoria Contribuição Artística.
Os monumentos do Museu das Reduções
          O acervo do Museu das Reduções é composto por 29 réplicas reduzidas de monumentos de 24 cidades, 15 estados brasileiros.
Monumentos do Sul do país: Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Viamão/RS; Museu de Arqueologia e Etnologia de Paranaguá, Paranaguá/PR; Igreja de São Benedito, Paranaguá/PR; Casa enxaimel de Pomerode/SC e a Estação Ferroviária de Joinville/SC. (na foto acima/acervo do Museu das Reduções)
Monumentos do Sudeste: Casas Coloniais, Paraty/RJ; Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, Rio de Janeiro/RJ; Convento dos Reis Magos, Nova Almeida/ES; Fazenda do Resgate, de Bananal/SP e Casas coloniais, Paraty/RJ (na foto acima: acervo do Museu das Reduções).
Monumentos do Nordeste: Farol de São João da Barra (Farol da Barra), Salvador/BA; Engenho de São João, Itamaracá/PE; Convento de São Francisco de Assis, Olinda/PE; Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN; Museu Histórico de Sergipe, São Cristóvão/SE; Mercado Municipal, Laranjeiras/SE; Trecho de Rua, Marechal Deodoro/AL; Casas Particulares, Aracati/CE; Convento de São Francisco de Assis, Olinda/PE e a Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN. (na foto acima do acervo do Museu das Reduções)
Monumentos do Centro Oeste do Brasil: Palácio Conde dos Arcos, Goiás Velho/GO; Palácio da Alvorada, Brasília/DF (na foto acima do arquivo do Museu das Reduções)
Monumentos de Minas Gerais: Usina Marmelos Zero, Juiz de Fora/MG; solar dos Ferreira, Campanha/MG; Casa de Câmara e Cadeia, Mariana/MG; Igreja de Nossa Senhora da Expectação do Ó, Sabará/MG; Igreja de São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha), Belo Horizonte/MG; Igreja das Dores, Campanha/MG; Casa Paroquial de Amarantina, Ouro Preto/MG, Casa dos Contos, Ouro Preto/MG (na foto acima/arquivo do Museu das Reduções) e, inacabada devido Evangelina Vilhena, ter falecido antes da conclusão da réplica e a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha em BH (na foto abaixo/arquivo Museu das Reduções)
Museu e atividades sócios-educativas
          Um trabalho longo, que consumiu anos de dedicação. Em 1994, o acervo do Museu estava completo, sendo aberto para visitação pública em 26 de março de 1994, em Amarantina, distrito de Ouro Preto MG, se mantendo ao longo dos anos com o apoio de diversos parceiros comerciais, Ong´s e benfeitores.
          Os irmãos Vilhena passaram desenvolver vários projetos, como o de uma escola de artesanato onde ensinavam a fazer reduções, uma escola de informática e outros projetos culturais e socioeducativos. Ao longo seu funcionamento em Amarantina, os projetos desenvolvidos pelo Museu das Reduções beneficiaram diretamente milhares de alunos.
          Em 31 de Outubro de 2016, o Museu das Reduções encerrou suas atividades no Distrito de Amarantina, transferindo-se posteriormente para Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto MG, reabrindo para visitações, em 2020. (foto acima do arquivo do Museu das Reduções)
          Em 2023, as instalações do Museu das Reduções foram transferidas o Mercado de Origem, na BR-040, no bairro Olhos D´Água, na Capital Mineira, com o mesmo objetivo, além de continuar com suas atividades culturais e sociais.
O projeto das instalações do museu
          O novo espaço do Museu das Reduções foi projetado pela consagrada arquiteta mineira Jô Vasconcelos, especialista em centros culturais, responsável pelos projetos do Circuito Praça da Liberdade e da Filarmônica de Minas Gerais, dentre outros. 
          Numa releitura do Museu, que retrata a evolução da arquitetura Brasileira ao longo dos últimos 5 séculos, Jô explorou muito bem os aspectos e elementos da construção do Mercado de Origem, como tubulações aparentes, azulejos incompletos,  paredes desgastadas, etc, emoldurados pela fantástica arte de Drin Cortês, com pinturas que remetem aos séculos representados. 
          O resultado final é surpreendente, com as artes interagindo harmonicamente com o espaço inusitado, contando, de uma forma genuína, a história do Brasil.
Contato para mais informações: site:museudasreducoes.com.br, e-mail: museudasreducoes@gmail.com, WhatsApp (31) 9 9727-3658, Instagram e Facebook @museudasreducoes.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Três Ilhas: os encantos de uma joia mineira

(Por Arnaldo Silva) Três Ilhas é um distrito de Belmiro Braga, município a 295 km de Belo Horizonte na divisa em Minas Gerais com Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão Pereira, Santa Bárbara do Monte Verde e com Paraíba do Sul, Comendador Levy e Rio das Flores, no Rio de Janeiro. Em Três Ilhas, vivem pouco mais de 250 moradores. 
          Com origens no século XIX, Três Ilhas é um distrito histórico de grande importância  para Minas Gerais. Seu Centro Histórico, com destaque para o sobrado do Barão de São José Del Rei e a Igreja de São José, são bens tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) em 10 de setembro de 1997. (fotografia acima de Thelmo Lins)
Cenário de cinema
          Suas ruas históricas e seu valioso casario bem preservado, sua simplicidade e charme, fazem do distrito um verdadeiro cenário de cinema, tanto é que os filmes o Menino Maluquinho 2 de 1997 e Lavoura Arcaica, de 2001, foram gravados em Três Ilhas. (fotografia acima de Pedro Henrique e abaixo de Marcos Lamas)
           Seu casario é todo habitado e bem conservado pelos moradores. Tendo ainda um cartório, um pequeno comércio e uma pequena e aconchegante pousada.
A Matriz de São José
          O grande destaque de Três Ilhas é a Igreja de São José, com obra iniciada em 1788 e inaugurada 10 anos depois, em 1888. Foi projetada pelo arquiteto Quintiliano Nery Ribeiro e projeto executado pelo metre-pedreiro português Manoel Joaquim Rodrigues e construídas por mãos escravas.
           Uma igreja imponente, erguida com enormes blocos de pedras e riqueza nos detalhes interiores que impressiona. (na foto acima do Thelmo Lins, a fachada da Igreja de São José e abaixo, de Marcos Lamas, o seu interior)
          Sua construção seguiu o estilo neorromânico, em pedras monocromáticas e grande números de arcos romanos em sua ornamentação interna, com colunas em pedra. A obra teve influência direta do poderio econômico dos barões do café do período do Ciclo do Café. Completa o conjunto da matriz, o casario barroco em seu entorno, bem conservado e de grande valor histórico.
A festa de São José
          Julho é o mês mais interessante para conhecer Três Ilhas. É no início desse mês, que acontece no distrito a tradicional Festa de São José.
          Além das comemorações religiosas, como missa, reza do terço e procissões dos motociclistas e ciclista, tem cavalgada, leilões, shows musicais, apresentação de coral, orquestra e sanfoneiros, baile com apresentações musicais, barracas com comidas típicas, café comunitário, almoço festivo beneficente, dentre outras atividades, durantes os 3 dias de festa.
Uma vila preservada
          A igreja de São José, bem como o casario em sua principal rua (na foto acima de Thelmo Lins), se manteve praticamente inalterado ao longo dos anos. É um dos poucos vilarejos mineiros que se mantém praticamente inalterado, desde suas origens.
          A igreja fica maior parte do tempo fechada, mas quem quiser conhecer seu interior, basta procurar pelo sacristão, que tem as chaves da igreja. ou então, conhecê-la nos dias de missa, no 1° e 3° domingos do mês, as 11 horas.
          Três Ilhas é uma mostra do poderio econômico do auge do Ciclo do Café, bem como as fazendas centenárias, presentes na região, muitas delas, hoje funcionando como hotéis fazendas. (fotografia acima e abaixo de Márcia Vale)
          Uma vila a ser descoberta pelos turistas por sua história, por suas fazendas históricas, arquitetura imponente, por suas belezas naturais e pelo seu charme único e encantador.

sábado, 23 de abril de 2022

Mineiridade é diferencial turístico em Minas

(Por Arnaldo Silva) O turista vem à Minas Gerais atraído pela apreciada cozinha mineira, pelas cidades históricas, pelas montanhas, rios e cachoeiras, cultura, religiosidade e também pelo mineiro. O sotaque considerado o mais charmoso do Brasil, o jeito de viver e ser do mineiro, além de sua tradicional hospitalidade, é um dos atrativos turísticos de Minas.
          “Senta aqui sô, vamos tomar um cafezim, comer um pão de queijo e prosear um tiquim”. Um convite irresistível que todo mineiro faz às visitas, seja conhecido ou não. Não é exagero algum dizer que o melhor de Minas, é o mineiro. (imagem acima de de Ane Souz a Festa de São Bartolomeu, em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto MG)
Isso chama-se mineiridade!
          É com foco na mineiridade que o turismo em mineiro vem crescendo a cada ano. Tanto é que foi criado pela Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), o Ano da Mineiridade.
          O objetivo é valorizar o orgulho de ser mineiro, evidenciar as raízes mineiras, a cozinha mineira, as serras e montanhas, os queijos artesanais, as tradições, o artesanato, os costumes, a hospitalidade e a simplicidade do estilo de vida do povo mineiro, presentes em cada região, cidade, distrito e vilarejo mineiro. Ou seja, a mais pura e autêntica mineiridade. (foto acima de Saulo Guglielmelli em Oliveira MG, Oste de Minas)
"Minas são muitas"
          São 22 milhões de mineiros, vivendo em 853 municípios, 1772 distritos e milhares de subdistritos e povoados. É como diz Guimarães Rosa “Minas são muitas. Porém são poucos aqueles que conhecem as mil faces das gerais”.
          Cada em cada canto de Minas encontra-se uma diversidade cultural, religiosa, folclórica e gastronômica, mas em comum, em todas as cidades, está a mineiridade, a hospitalidade e a simplicidade do mineiro, presente em toda Minas. (na foto acima a cozinha da Regina Kátia/@reginasfarm, mineira natural do Vale do Aço)
          A mineiridade faz com que Minas Gerais seja um dos destinos mais procurados do país e uma das regiões mais acolhedoras do mundo, confirmada pela Traveller Review, que divulgou em 2021 a lista das 10 regiões mais acolhedoras do mundo. Minas Gerais está na seleta lista entre os 10 destinos mais acolhedores do mundo, confirmando assim o reconhecido protagonismo hospitaleiro e acolhedor do povo mineiro.
          Seja em qual região de Minas Gerais estiver, da Zona da Mata ao Sul e Sudoeste de Minas, do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba ao Noroeste, do Norte de Minas ao Vale do Jequitinhonha, do Vale do Mucuri ao Vale do Rio Doce, do Centro Oeste ao Oeste, da Região Metropolitana de BH à Região Central, o turista é sempre bem vindo e muito bem acolhido. (na foto acima de Elvira Nascimento, a cidade de Mariana, na Região Central, primeira capital de Minas Gerais e abaixo de Arnaldo Silva, o artesanato mineiro em Tiradentes MG, Campo das Vertentes)
          Em todas essas regiões, encontrará traços da genuína mineiridade expressadas na hospitalidade, nos costumes, música, culinária, artes, na religiosidade, nas tradições, artesanato, no café, nas quitandas, no fogão a lenha e no montanhês, o nome original do dialeto ou sotaque mineiro. (na imagem abaixo do Robson Gondim/@robsongondim, a beleza das montanhas mineiras vista da Vila Relicário, no Morro São João, em Ouro Preto MG, Região Central)
          Ah, Minas e esses mineiros! Quem te conhece, não esquece jamais!

sexta-feira, 22 de abril de 2022

A região queijeira de Araxá

(Por Arnaldo Silva) Uma das mais tradicionais e expressivas regiões queijeiras mineiras, a região queijeira Araxá é formada por 11 municípios: Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana, Tapira, Uberaba e pela cidade que deu origem ao tipo de queijo e nome à região queijeira, Araxá.
          A cidade de Araxá, distante 370 km de Belo Horizonte. Cidade turística, com excelente estrutura urbana, é ainda uma das mais charmosas estâncias hidrominerais de Minas Gerais, com destaque para o Grande Hotel do Barreiro. (na foto acima do Luís Leite, a Fazenda Caxambu em Sacramento, produtora de queijos Araxá)
          É ainda sede de um dos mais importantes eventos internacionais de queijos, o Mundial do Queijo do Brasil, realizado anualmente. (na foto acima do Arnaldo Silva, vista parcial de Araxá)
Região queijeira
          Uma região queijeira é caracterizada por suas características únicas, levando-se em conta o solo, o clima, a incidência de sol, o relevo, a altitude e a tradição secular e preservada da forma de fazer queijo. (na foto acima de Arnaldo Silva, a cidade de Conquista)
          As 11 cidades que formam a região queijeira Araxá, produz um queijo com características, identidades próprias e tradição que vem de gerações. Por isso é uma região queijeira reconhecida pelo Governo de Minas Gerais e órgãos sanitários.
Características do Queijo Araxá
          O queijo da região queijeira Araxá tem a casca fina, sem trincas, semidura, na coloração amarelo claro. Sua massa é branca-creme, macia, densa e com pouca ou nenhuma olhadura. (na foto acima de Luís Leite, queijaria da Fazenda Caxambu em Sacramento MG)
          Queijo de sabor forte, amanteigado e ácido, mas não picante, além de ser mais salgado que os queijos de outras regiões.
          Quanto mais tempo de cura, mais acentuadas e intensas são suas características, ou seja, quanto mais maduro, mais firme é o queijo e seu sabor mais forte.
Herança portuguesa
          Foram os portugueses os responsáveis por introduzir as técnicas de manejo do gado e produção de queijos, ainda nos tempos do Brasil Colônia. Aprenderam este ofício com produtores de queijos do Norte da Bélgica e Holanda, países tradicionais na produção queijeira, ao contrário de Portugal, que sempre se destacou na Europa pelos seus bons vinhos.
          Em Minas Gerais, os portugueses deixaram como herança a arte de fazer queijos, não só em Araxá, mas na Canastra, Campo das Vertentes, Serro, Entre Serras da Piedade e do Caraça, enfim, em todas as cidades mineiras. Na região de Araxá, a produção queijeira tem origem no início no final do século XVIII e início do século XIX, há mais de 200 anos.
A receita tradicional e o terroir mineiro
          Receita preservada há séculos e feito do mesmo modo que há mais de 200 anos, consiste somente em leite de vaca cru, coalho, sal, pingo ou fermento natural e tradicionalmente curado na madeira, como há 200 anos atrás. (foto acima e abaixo de Luís Leite na Fazenda Caxambu em Sacramento MG)
          Queijo Minas Artesanal se faz assim, nada mais que isso. O que muda e dá forma, cor e característica aos queijos é a flora bactéria da região, o clima, umidade, altitude, pastagens e manejo do gado, condições específicas de cada região.
          Em Minas Gerais a arte de fazer queijos ganhou forma, características e identidades únicas, graças à diversos fatores regionais de relevo, surgindo assim queijos diferenciados, únicos e inigualáveis, presentes em regiões devidamente demarcadas, de acordo com as características regionais de cada queijo.
11 regiões queijeiras mineiras
          Minas Gerais tem atualmente 11 regiões queijeiras caracterizadas, que produz diferentes tipos de queijos, de acordo com a tradição, gado, altitude, cultura, flora bacteriana e condições climáticas.
          As regiões mineiras reconhecidas pelos órgãos do Governo e sanitários são: Araxá, Mantiqueira de Minas, Entre Serras da Piedade e do Caraça, Cerrado, Triângulo Mineiro, Campo das Vertentes, Serra do Salitre, Diamantina, Serras da Ibitipoca, Serro e Serra da Canastra. (na foto acima de Luís Leite, a cidade de Sacramento, da região queijeira Araxá)
Fazer queijo é o DNA do mineiro
          Queijo faz parte do DNA do mineiro. Fazer queijos é uma arte tão forte em Minas Gerais que até parece que o mineiro já nasceu sabendo fazer queijo. A receita pode ser a mesma em qualquer, mas a flora bacteriana não. São bactérias, fungos e ácaros que dão cor, sabor, textura e características de um queijo e não receita. E cada região tem suas diferentes floras bacterianas, por isso a diferença nos queijos, embora o modo de fazer seja o mesmo.
          O sabor de Minas presente nos queijos vem do manejo do gado, da qualidade do leite, água, solo, tradição no modo artesanal do preparo, da flora bacteriana diferenciada e o mais importante, o amor, a vocação e a herança familiar. (na foto acima de Emílio Mendes/@pe.emiliomendes, a cidade de Ibiá, que faz parte da região queijeira Araxá)
          Aí está o segredo dos queijos mineiros, o melhor queijo do Brasil e um dos melhores do mundo.
          Os queijos produzidos em Araxá (na foto acima de Emílio Mendes/@pe.emiliomendes) e região estão entre os melhores do mundo. São várias premiações regionais, nacionais e internacionais como no Mondial Du Fromage e no Mundial de Queijos do Brasil. Aliás, os queijos produzidos em todas as regiões queijeiras mineiras, estão entre os melhores do mundo atualmente.

A região queijeira Campo das Vertentes

(Por Arnaldo Silva) Reconhecida oficialmente como região tradicional na produção de Queijo Minas Artesanal (QMA), em 3 de novembro de 2009, a região queijeira Campo das Vertentes é formada por 36 municípios como Antônio Carlos, Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carrancas, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Prados, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João Del Rei, São Tiago, São Vicente de Minas e Tiradentes, dentre outros.
          A região é um dos berços históricos da produção de leite cru, herança trazida pelos portugueses durante as primeiras décadas da mineração, no século XVIII. (na foto acima de Uai Trip Turismo, queijo da Queijaria da Conquista em Tiradentes MG)
Tipos de queijos e características
          Os queijos produzidos nas cidades da região queijeira Campo das Vertentes tem características bem definidas. Textura de massa densa e firme, com pouquíssimas olhaduras com sabor levemente ácido, coloração amarelo palha e sua casca semidura. (na foto acima e abaixo, queijos feitos pelo Mestre Queijeiro Roberto Soares na Fazenda Fortaleza em Prados MG)
          As condições climáticas bastantes favoráveis à produção de queijos finos. São queijos especiais, feitos para harmonizar com cervejas, chopes e vinhos finos. Sem contar os queijos tradicionais frescos e maturados, usados no preparo de quitandas e no consumo normal do dia-a-dia, principalmente acompanhado de um bom café.
          Além disso, tem o famoso Queijo do Reino, produzido em algumas cidades da região.
          O queijo do Reino tem origem no Edam holandês, chegou a Minas em meados do século XIX, por holandeses, na cidade de Santos Dumont, na Zona da Mata. Passou a ter esse nome por ser o tipo de queijo preferido do reino de Portugal. De Santos Dumont, o queijo do Reino se expandiu para outras cidades, sendo um dos destaques da produção queijeira mineira.
          Na região queijeira Campo das Vertentes, a referência na produção desse tipo de queijo é o município de Antônio Carlos (na foto acima do Melo, vista parcial da cidade de Antônio Carlos e abaixo do Fabrício Cândido, o Queijo do Reino)
          O Queijo do Reino tem o formato esférico, casca vermelha, massa firme com pequenas olhaduras e sabor intenso.
Rota do Queijo Terroir Vertentes
          A região é formada por um número grande de cidades e uma expressiva produção de queijos. É tão expressiva que essa queijeira mineira forma a Rota do Queijo Terroir Vertentes, onde os visitantes tem a oportunidade de visitar as queijarias e conhecer todo o processo da produção artesanal do queijo.
          A rota criada em 2018, une alguns municípios da região queijeira Campo das Vertentes e municípios da Instância de Governança Regional Trilha dos Inconfidentes. (na foto acima de Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe, a cidade de Tiradentes)
          É uma rota que leva o visitante a uma viagem incrível pelos saberes e sabores da gastronomia mineira por cidades tradicionais, históricas, ricas em artesanato, cultura, belezas naturais e minerais, impressionantes.
          Em ordem alfabética, as cidades da Rota do Queijo Terroir das Vertentes são: Alfredo Vasconcelos, Antônio Carlos, Barroso, Barbacena, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carandaí, Carrancas, Desterro do Melo, Dores de Campos, Entre Rios de Minas, Itutinga, Ibituruna, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Piedade do Rio Grande, Prados, Resende Costa, Ritápolis, São João Del Rei, Santa Bárbara do Tugúrio, Santa Cruz de Minas, São Vicente de Minas, Tiradentes e São Tiago, a Capital Nacional do Café com Biscoito (na foto acima do Deividson Costa)
          Uma rota gastronômica e ao mesmo tempo turística, pelo fato da maioria das cidades dessa região terem origens no século XVIII, durante o Ciclo do Ouro como Tiradentes, Prados, São João Del Rei, a terra dos sinos (na foto acima de César Reis), Carrancas, São Tiago, Lagoa Dourada, Ritápolis, etc., além de paisagens naturais como serras, grutas, matas nativas, rios e cachoeiras.
Visitas às queijarias
          A maioria das queijarias da região queijeira Campo das Vertentes recebe visitantes. Uma dessas queijarias é a Fazenda Fortaleza, em Prados e a poucos quilômetros das cidades de São João Del Rei e Tiradentes. Queijaria tradicional, produz queijos desde 1977. (na foto acima e abaixo do Roberto Soares, Prados vista da Fazenda Fortaleza e abaixo, a queijaria)
          Além da queijaria, na Fazenda Fortaleza tem loja para os visitantes adquirirem queijos e outros produtos.

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