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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Primeiro café brasileiro eleito o melhor do mundo é mineiro

(Por Ascom/Emater - MG) A São Mateus Agropecuária, que conquistou o Best of the Best na 8ª edição do Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy, é uma das propriedades certificadas pelo Certifica Minas Café. É a primeira vez que um café brasileiro recebe essa premiação, anunciada em novembro, em Nova York (EUA). Um júri independente de especialistas avaliou os melhores lotes da safra 2022/2023, em uma degustação às cegas de nove cafés dos países finalistas: Brasil, Costa Rica, El Salvador, Etiópia, Guatemala, Honduras, Índia, Nicarágua e Ruanda. E o Guima Café, produzido pela São Mateus, na região do Cerrado mineiro, obteve a melhor pontuação, sendo considerado uma bebida “redonda, saudável e encorpada, com sabores ricos e suaves de um equilíbrio de chocolate, caramelo, açúcar mascavo e amêndoas torradas”.
          Os lotes participantes do concurso foram primeiro analisados pelos laboratórios de controle de qualidade da illycaffè e, na degustação às cegas, foram classificados em termos de riqueza e complexidade aromática, elegância e equilíbrio dos sabores e intensidades dos aromas. (foto acima: Guima Café)
          Andreza Sebaio, extensionista da equipe do Certifica Minas na Emater-MG (empresa estadual de assistência técnica e extensão rural), destaca a importância da certificação para o sucesso do Guima Café: “Eles estão com a gente, no processo de certificação, desde 2016. Apesar de ser uma fazenda com um potencial grande, sempre seguem as orientações da Emater. Tudo que é feito lá passa pela gente. Por exemplo, antes da pré-auditoria, para a certificação, sempre nos consultam, para saber se está tudo conforme as regras do Certifica Minas. É um trabalho de melhoria contínua na produção do café, e o prêmio é o maior reconhecimento”, afirma.
          Atualmente, cerca de 900 propriedades cafeeiras no estado detêm o selo do programa de certificação do Governo de Minas Gerais. O programa Certifica Minas Café foi desenvolvido pelo Governo estadual para incentivar a adoção de práticas sustentáveis de produção, promover a rastreabilidade do produto, aprimorar a qualidade dos grãos e, consequentemente, melhorar a remuneração dos produtores e ampliar o acesso aos novos mercados, nacionais e internacionais. Para participar, os produtores devem seguir uma série de ações e procedimentos, que vão desde a familiarização com o processo de certificação, passando pela adequação e implementação das normas exigidas, até a manutenção dos certificados, obtida por meio de auditorias anuais.
Sustentabilidade
          Busca por materiais genéticos mais resistentes, adoção de práticas de manejo com foco na qualidade e sustentabilidade, além de cuidado artesanal no pós-colheita são pilares na produção de café na São Mateus Agropecuária, em Patos de Minas e Varjão de Minas, o que resulta em bebidas de qualidade elevada. Cerca de 70% da produção anual de 35 mil sacas são classificados como cafés especiais. Os 1,3 mil hectares de lavouras estão distribuídos entre planícies e vales, com altitudes médias de 1.030 metros. (na foto acima:Andreza, da Emater-MG, com os técnicos Ricardo Oliveira e Vinícius Nogueira, da São Mateus que produz o Guima Café na região do Cerrado, em Patos de Minas com foco na qualidade e sustentabilidade)
          Além do Certifica Minas Café, as fazendas são certificadas ainda pela Utz e Rainforest Alliance, entre outras entidades internacionais.
          O Guima Café integra o Grupo BMG, um dos maiores conglomerados empresariais privados do Brasil. E, além de membro da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), foi à quarta propriedade no mundo a receber a certificação britânica Regenagri, de cafeicultura regenerativa. “Ser reconhecido como o melhor café do mundo pela illy nos motiva a continuar apostando na qualidade do nosso produto, que divulga mundialmente o valor e o compromisso com uma cafeicultura ambientalmente responsável”, ressalta Vinicius Nogueira, técnico agrícola da São Mateus Agropecuária.
Reportagem e fotos: Assessoria de Comunicação - Emater-MG
Jornalista responsável: Miriam Fernandes
www.emater.mg.gov.br
facebook.com/ematerminas
Fotos: Divulgação/Emater-MG
Publicado em: 20/12/2023

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Estudo afirma que café reduz risco de mortes

(Por Arnaldo Silva) Depois da água, o café é a segunda bebida mais consumida no mundo. Não tem como começar a manhã sem o tradicional cafezinho coado. O café seria incompleto. O café anima, alegra e causa bem estar.
          Segundo especialistas, a quantidade ideal de consumido de café, já que a bebida possui alta concentração de cafeína deve ser no máximo até 4,5 xícaras, por dia. Acima disso, superaria a quantidade máxima de 400 mg de cafeína, diária, recomendada. Como consequência o uso exagerado do café pode ocasionar insônias, ansiedade, gastrite, palpitações tremores, dores na cabeça, refluxo gastroesofágico, náuseas e até taquicardia.
          Usando de forma equilibrada e moderara, é ao contrário, o café faz bem e ainda pode reduzir de 16% a 29% a possibilidade de falecimento prematuro. 
          Ao menos é o que afirma um estudo publicado em 31 de maio de 2022, pela Annals of Internal Medicine, uma revista médica publicada pelo American College of Physicians. É uma das revistas médicas mais importantes e influentes do mundo.
O estudo foi feito com 171.616 mil pessoas, com idade entre 37 a 73 anos com média de 56 anos, entre 2009 e 2018 por especialistas do departamento de Epidemiologia da Southern Medical University na China.
          Para efeitos de análise, foi levando em conta a dieta alimentar, estilo de vida, etnia, gênero e outras questões demográficas das pessoas que fizeram parte da pesquisa. No início dos estudos, os participantes apresentaram problemas de saúde como câncer ou cardíacos.
          Os participantes foram divididos entre o grupo que bebia café sem açúcar, outro grupo com adoçante e outro com açúcar, variando a quantidade diária. O estudo foi analisado no final de 2018. Foram 9 anos de estudos de observação.
          Dos 171.616 participantes do estudo, ao final do estudo, constatou-se o óbito de 3.177 dos participantes. Nesse número, o índice de óbitos de quem tomava café, puro, com açúcar ou adoçante, foi muito menor que os que não faziam uso diário de café, com conclusão de que quem faz uso moderado e regular de café, tem menor chance de morte de quem não faz uso da bebia.
          Além disso, o índice de redução de mortes prematuras de quem bebia café sem açúcar, era bem maior que os que bebia café com açúcar.
          Quem bebia até 2,5 xícaras de café por dia tinha uma redução de 16%, na possibilidade de morte prematura e entre 3,5 a 4,5 xícaras de café por dia, o índice subia para 29%.
          O uso de adoçante na bebida não teve uma conclusão definitiva dos pesquisadores devido não apresentar muita influência nesse quesito.
          Além disso, os benefícios do café para a saúde é tema de estudos científicos. Pesquisas não conclusivas demonstram que o uso moderado da bebida ajuda na prevenção do mal de Parkison, do diabetes tipo II, na prevenção do câncer do fígado e outros males.
          Vale ressaltar que esses dados, bem como os estudos sobre os benefícios do café, são estudos de observação, sem conclusão definitiva. Isso porque o estilo de vida das pessoas não são os mesmos e análises concretas devem ter por base possíveis comorbidades e o estilo de vida que a pessoa leva como alimentação, prática de esportes, seus cuidados para com a saúde mental, etc.
          Por isso é bom ter cautela e fazer uso moderado do café como recomenda os próprios cientistas que é entre 3,5 a 4,5 xícaras por dia. Segundo pesquisa do Instituto Axxus, 45% dos brasileiros consomem em média 3 a 5 xícaras de café por dia.
          O estudo completo está disponível no site da revista American College of Physicians (acpjournals.org)
Foto ilustrativa Sitio Pé de Bréu do Ricardo Borges e Wildma Emediato em Alto Caparaó MG

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Primeira Estrada: o pioneiro vinho fino de Caldas

(Por Arnaldo Silva) No coração do Sul de Minas, a 1300 metros de altitude, entre as montanhas da Mantiqueira, está a cidade de Caldas. Com origens no século XVIII, foi elevada a distrito em 16 de março de 1839, no século XIX, data em que em que se comemora sua fundação.
          Fazendo divisa com Andradas, Poços de Caldas, Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas, Campestre e Bandeira do Sul, Caldas está a 434 km distante de Belo Horizonte, 260 k da capital de São Paulo e conta com cerca de 15 mil habitantes.
          O município se destaca por suas tradições seculares, como por exemplo, a culinária, seu rico artesanato, tradições religiosas e pelo ecoturismo, graças as suas belezas naturais como rios, cachoeiras, nascentes, picos e matas nativas de Mata Atlântica.
          Além disso, Caldas é uma estância hidromineral e climática, com destaque para o distrito de Pocinhos do Rio Verde, onde se concentra águas medicinais, minerais e sulfurosas com propriedades curativas em seu principal balneário.
          Todos os anos, Caldas realiza a Festa da Uva e a Festa do Biscoito, em todo o mês de julho, já que a cidade é um dos destaques em Minas na produção de doces e principalmente quitandas, em especial, biscoitos. (na imagem acima, colheita de uvas na Vinícola Estrada Real/Divulgação)
          Além disso, Caldas é um dos maiores produtores de cenoura, mandioquinha, tomate, batata-inglesa e o segundo maior produtor de uvas de Minas Gerais.
          Em Caldas está sediada o Núcleo Tecnológico Epamig Uva e Vinho. Da Epamig de Caldas, são desenvolvidas técnicas para plantio de vinhas, além de pesquisas que favorecem a melhora da qualidade dos vinhos e desenvolvimento das vinícolas, não só da região da Mantiqueira, mas de todo o Estado de Minas Gerais.
          A cidade tem tradição na produção de vinhos finos, de alta qualidade e competitividade, que saem das adegas das várias vinícolas caldense, como a Vinícola Estrada Real, que produz vinhos com o rótulo Primeira Estrada. (na foto acima vinhos Primeira Estrada da Vinícola Estrada Real/Divulgação)
Fundador
          Fundada por Murillo de Albuquerque Regina, ex pesquisador e Coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Vitivinicultura da Epamig da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Murilo de Albuquerque foi o criador da técnica da dupla poda, quando era funcionário da estatal mineira.
          Na vinícola Estrada Real, Murilo Regina tem ainda como sócios Marcos Arruda, Patrick Arsicaud e Thibaud Salettes.
          Como seu fundador foi o criador da técnica da dupla poda, a vinícola Estrada Real foi a pioneira ao aplicar essa técnica.
A vinícola e a origem do nome
          Contando com uma estrutura industrial moderna e sempre em atualização com as novas tecnologias e tendências mundiais na produção de vinhos finos de alta qualidade, a Vinícola Estrada Real, está instalada na cidade de Caldas, com o rótulo Primeira Estrada. Conta ainda com um eficiente e qualificado corpo de colaboradores, desde a poda, colheita, passando pela parte industrial, bem como enólogo e profissionais altamente qualificados. (foto acima Vinícola Estrada Real/Divulgação)
          A região Sul de Minas, faz parte do Caminho Velho da Estrada Real, por isso o nome escolhido, já que Caldas, está no Sul de Minas. (na imagem acima, vinhedos de uva Syrah em Três Corações, no sul de Minas, da Vinícola Estrada Real em Caldas MG/Divulgação)
          Os rótulos dos vinhos da Vinícola Estrada Real, tem o nome Primeira Estrada devido seu fundador ter sido o criador da técnica da dupla poda e sua vinícola, Estrada Real, ter sido a pioneira a aplicar essa técnica. Com isso, abriu-se a estrada para que outros produtores, produzem vinhos finos de qualidade, com essa técnica. Foi a primeira estrada aberta, por isso o nome do rótulo, Primeira Estrada. (na foto acima, vinho fino branco seco Primeira Estrada da Vinícola Estrada Real/Divulgação)
A dupla poda
          Tradicionalmente, a poda nos vinhedos é feita uma vez por ano, na primavera, com a colheita das uvas feitas no verão, em janeiro. Por ser uma época de calor e sol forte, além de chuvas intensas, a proliferação de pragas e perda da qualidade das uvas é constante. Para evitar esses efeitos, o produtor investe alto no controle das videiras, o que acarreta aumento dos custos de produção e do produto final, consequentemente.
          A dupla poda surgiu para evitar esses problemas. Trata-se da inversão do ciclo produtivo da fruta, fazendo a poda no início do inverno e não na primavera, como de costume. Com a poda feita na primavera, a colheita já pode ser feita em agosto. (na imagem acima parreirais de uva Syrah em Três Corações/Vinícola Estrada Real/Divulgação)
          Em Minas Gerais, as uvas da colheita de inverno, são usadas na produção de vinhos finos. Graças a essa técnica inovadora e pioneira em Minas Gerais, as uvas são mais sadias, com mais concentração de cor, aroma e sabor, além de propiciar uma excelente maturação.
          Com os vinhedos produzindo uvas no inverno, faz-se novamente a poda tradicional, na primavera, garantindo assim nova colheita no verão, em janeiro.
          O resultado final foi um significativo aumento da qualidade dos vinhos mineiros, tornando-os competitivos no cenário nacional e mundial. Prova disso são os inúmeros prêmios, em concursos mundiais de vinhos finos, conquistados pelos mineiros e vinícolas que utilizam a técnica da dupla poda em Minas Gerais e na Serra da Mantiqueira.
Primeira Estrada 
           Entre os rótulos premiados, graças ao desenvolvimento e melhora da qualidade dos vinhos mineiros, feitos com a técnica da dupla poda, está a o rótulo Primeira Estrada Syrah Gran Reserva 2018 da Vinícola Estrada Real. (na foto acima/Divulgação)
          O Primeira Estrada recebeu, em 2020, o prêmio de melhor syrah brasileiro durante o evento da Wines of Brazil Awards. Além desse prêmio, outros rótulos Primeira Estrada, receberam diversas outras premiações nacionais por seus vinhos de qualidade.
Uvas viníferas
          Nos parreirais da vinícola Estrada Real em Três Corações MG são colhidas uvas Syrah (sirrá) e Sauvignon Blanc (sôvinhom blam). Já em Caldas MG, são colhidas uvas Chardonnay (chardoné), cultivadas no sistema normal de colheita de verão. (foto acima uva Syrah e abaixo, Chardonay/Vinícola Estrada Real/Divulgação)
          As primeiras mudas de Syrah foram plantadas em 2001, com o primeiro vinho elaborado em 2003.
O processo de produção dos vinhos Estrada Real
           Produzir vinho fino é bem longo. Inicia-se com a colheita manual das uvas que são colocadas em caixas de 13 kg, cada.
          As caixas são levadas para a vinícola, onde as uvas são desengaçadas e encubadas em tanques de aço inoxidável por 4 dias a 8ºC, iniciando assim a fase pré-fermentativa. (na foto abaixo/Vinícola Estrada Real/Divulgação)
          Após os quatros dias, começa o processo 8 dias de fermentação alcoólica a 24ºC feito com leveduras selecionadas, ficando o vinho, por mais 12 dias em contato com a casca das uvas. A fermentação ocorre naturalmente, respeitando o tempo descrito acima, sem nenhum tipo de aditivos químicos.
          Após todo esse processo é que são separados o sólido e o liquido para obtenção do vinho, que segue para os barris, onde permanecerão “descansando” por 10 meses. (foto acima e abaixo de Vinícola Estrada Real/Divulgação)
          Após esse tempo, o vinho é filtrado e engarrafado, permanecendo em caves (cômodo abaixo do subsolo) por mais 8 meses, em temperatura controlada.
Estação enológica e mudas
           Em 2003, é criada, pela Vinícola Estrada Real, a Vitácea Brasil para produção e comercialização de mudas de uvas de mesa, uva para suco, vinho comum e vinho fino. São mudas com alta pureza genética e sanitária.
          A empresa atende todas as regiões brasileiras. É hoje líder nacional no segmento de viveiros vitícolas, além de possuir licença para fazer multiplicação e clonagens de obtentores e selecionadores mundiais como Grappa (USA), SNFL (Espanha), ENTAV (França), Sun World (USA) e Embrapa (Brasil)
          Além disso, a Vinícola Estrada Real tem parceria com a vinícola Maria Maria de Três Corações, na Estação Vitácea Enológica. (foto acima Vinícola Estrada Real/Divulgação)
          Vitácea é a ciência que estuda o desenvolvimento de produção de vinhos finos, além de estudos sobre tecnologias de conservação. Uma estação enológica é um local onde são elaborados espumantes e vinhos finos tintos, brancos e rosés.
          A Estação Vitácea Enológica das Vinícolas Maria Maria e Estrada Real, prestam ainda serviços de vinificação e análises físico-químicas de vinhos para terceiros.
Primeira Estrada: primeiro vinho fino feito a partir da técnica dupla poda
          Em cada taça dos vinhos Primeira Estrada, da Vinícola Estrada Real, seja espumante, vinhos brancos, tintos frutados ou complexos, sente-se o expressivo e o predominante sabor da fruta. São vinhos finos, produzidos com tecnologia de ponta, ao mesmo tempo, com sabor, textura e qualidade dos melhores vinhos mundiais e ainda sem nenhuma adição de químicos. (foto acima Vinícola Estrada Real/Divulgação)
          São vinhos tintos frutados e tintos complexos, com passagem em barrica, bem como vinhos brancos e espumantes, igualmente, de qualidade.
(mais informações podem ser obtidas com Pedro Olavo pelo telefone 35-99932-3376)

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

O terroir dos vinhos mineiros

(Por Arnaldo Silva) No mundo todo existem milhares de regiões produtoras de vinhos, com características específicas, como geografia, clima, altitudes e outros fatores regionais, que formam um terroir próprio e característico (Terroir é uma palavra francesa e pronuncia-se terruar).
          O apreciador de um bom vinho não precisa se apegar apenas ao vinho de uma região ou país. No Brasil são produzidos vinhos de excelente qualidade. Em Minas Gerais, também temos vinhos finos e um excelente terroir. Você pode experimentar os nossos vinhos e valorizar o grande esforço em estudo, pesquisas e investimentos, que nossos produtores, fazem para produzir vinhos de qualidade. (Na imagem vinho fino mineiro acompanhado de queijos da Fazenda Pavão em Serra do Salitre MG)
          O apreciador de um bom vinho não precisa se apegar apenas ao vinho de uma região ou país. No Brasil são produzidos vinhos de excelente qualidade. Em Minas Gerais, também temos vinhos finos e um excelente terroir. Você pode experimentar os nossos vinhos e valorizar o grande esforço em estudo, pesquisas e investimentos, que nossos produtores, fazem para produzir vinhos de qualidade. (na foto acima do Erasmo Pereira, a vinícola no Campo Experimental da Epamig em Caldas MG)
          Em Minas Gerais, o terroir dos vinhos mineiros, que vem se destacando no Brasil, na produção de vinhos finos e espumantes, é a Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas, a região da Serra do Caraça, em Catas Altas, na Região Central e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. (na foto acima de Erasmo Pereira, espumante feito Campo Experimental da Epamig em Caldas MG)
          São vinhos com características e personalidades próprias. O terroir mineiro, é graças as pesquisas e apoio da Empresa Mineira de Pesquisas Agropecuárias (EPAMIG MG), sediada em Caldas, no Sul de Minas, onde está o Campo Experimental da estatal mineira, inaugurado em 1936 (na foto acima de Erasmo Pereira). Em Caldas, estão vastos parreirais, com cultivo em destaque da variedade de uva Syhah. (na foto abaixo de Erasmo Pereira, parreirais do Núcleo Tecnológico da Epamig em Caldas MG)
          Além de pesquisas para melhoramentos na qualidade dos vinhos, a Epamig desenvolveu a técnica da dupla. Essa técnica consiste na inversão do ciclo produtivo dos parreirais, com duas etapas de podas dos ramos das videiras, o que permite duas colheitas ao ano, sendo a normal, de verão, em janeiro e outra, em agosto, no inverno.
         O resultado dessa técnica mineira são uvas sadias, de maturação plena, com mais concentração de cor e aroma, o que melhora substancialmente a qualidade dos vinhos finos, produzidos na região Sul de Minas, em especial, nas cidades da Serra da Mantiqueira e algumas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, na divisa com Minas Gerais, que também usam a técnica criada pela Epamig. (fotografia acima e abaixo de Erasmo Pereira/Epamig em Caldas MG)
          Em duas décadas, a produção de vinhos mineiros, tiveram saltos na qualidade e começaram a chamar a atenção dos apreciadores de um bom vinho. A melhor qualificação dos produtores, intercâmbios, pesquisas e principalmente, a ação da Epamig, foram primordiais para o crescimento e reconhecimento dos vinhos mineiros no cenário nacional e mundial.
          O resultado veio com premiações e reconhecimentos em nível nacional e internacional, com destaque para os vinhos mineiros mais conhecidos como o vinho Luís Porto, de Cordislândia MG, Primeira Estrada, de Três Caldas MG, Quinta D´Alva, de Diamantina, Stella Valentino, Villa Mosconi e Casa Geraldo, de Andradas MG e Maria Maria, de Três Pontas. (foto acima de Erasmo Pereira/Epamig/Divulgação)
          Um dos vinhos da vinícola Maria Maria, o Maria Maria Bel Sauignon Blanc 2015, foi premiado com medalha de bronze no World Wine Awards 2017, na Inglaterra. Em 2019, três vinhos, Guaspari Syrah Vista da Serra 2016 de São Paulo, Casa Geraldo Colheita de Inverno Syrah 2017, de Andradas MG e Maria Maria Diana Syrah 2017, de Três Pontas MG, produzidos com a tecnologia da dupla poda da Epamig, foram premiados no Top 5 Syrah Wines of Brazil Awards 2019. O Wines of Brazil Awards, um dos maiores concursos de vinhos do país, tem o objetivo de valorizar os melhores vinhos nacionais, em várias categorias e campos de atuação.         
          Os vinhos finos de Minas Gerais são de alta qualidade, sabor, aromas e bem estruturados, que agradam aos mais finos paladares e boa parte de nossas vinícolas, estão abertas para turistas e interessados em conhecer a produção dos vinhos mineiros, entre essas vinícolas, está a Casa Geraldo, em Andradas, no Sul de Minas (na foto acima, a adega da Vinícola da Casa Geraldo/Foto Casa Geraldo:Divulgação).
          Não somente as vinícolas que recebem turistas para visitas. Fazendas de café, de azeites e queijarias, das 9 regiões queijeiras do Estado, abrem suas porteiras para grupos de turistas. São passeios deliciosos, literalmente, em meio a natureza, paisagens de tirar o fôlego, com  a oportunidade de conhecer os processos de produção e degustar. (na foto acima, parreirais da Vinícola Casa Geraldo em Andradas MG. Fotografia arquivo: Casa Geraldo/Divulgação)
Harmonização dos vinhos
          Nossos vinhos, harmonizam super bem com o nosso tradicional Queijo Minas Artesanal (QMP), como por exemplo, o Queijo Canastra Ponte Velhano, na foto acima. Uma harmonização perfeita, ainda mais com os vinhos de Minas Gerais, como o vinho abaixo, da Vinícola Fidêncio/@uvaevinhofidencio de Bueno Brandão, no Sul de Minas.
          Além dos queijos, vinhos harmonizam muito bem outros pratos como o vinho tinto, que harmoniza muito bem com pratos gordurosas. Isso porque a bebida tem mais teor alcóolico e é mais encorpada. Já os vinhos brancos tem menos acidez e combinam bem com pratos mais leves. Os vinhos rosés, são bem versáteis e combinam tanto com pratos leves, quanto, gordurosos. Todos combinam super bem com queijos, de preferência curados com mais de 30 dias. 
          Lembre-se: toda bebida alcoólica deve ser apreciada com moderação e somente por maiores de 18 anos. 

domingo, 28 de março de 2021

Vinhos e uvas: dos vinhedos para nossa mesa

(Por Arnaldo Silva) Vinho é uma das mais antigas bebidas do mundo. A videira e seu fruto, a uva, é originária da Ásia. Ao longo de milênios, as videiras foram se expandindo para todas as regiões do mundo. É citada na Bíblia, desde o primeiro, ao último livro, bem como o suco de uva e o vinho. Estudos indicam a produção de vinhos na antiga Armênia, há 4 mil anos a.C, bem como, no Egito antigo, sem, contudo, haver uma data e local, precisos do surgimento da bebida.
          Bebida alcóolica originária da fermentação do mosto da uva, é largamente produzida em todo o mundo e uma das bebidas mais consumidas, presente nas mesas, eventos sociais, encontros românticos e em cerimônias religiosas. (fotografia acima da Vinícola Casa Geraldo em Andradas MG, fotografada por Luís Leite)
          Além da socialização e simbologia da bebida, o vinho, bebido de forma moderada, um cálice por dia, é benéfico para a saúde humana. Ajuda na prevenção do diabetes e na proteção do coração. Auxilia também na prevenção de doenças, como depressão e o Alzheimer, contribui também para melhora da saúde da pele. Com esses benefícios, ajuda a aumentar a longevidade.
          Da uva origina-se vários tipos de vinhos. Os principais são os vinhos tinto, branco, rosé, vinho de sobremesa, espumantes e os fortificados, que são os vinhos que tem adição de algum tipo de destilados. (na foto acima do Erasmo Pereira/Epamig, uma das variedades de uvas mais usadas na produção de vinhos finos, a Syrah)
          Cada tipo de vinho pode apresentar variações na cor e doçura, podendo ser suave, seco e meio seco. Pela legislação brasileira atual, o vinho seco pode ter até 4 gramas de glicose por litro. O vinho suave, a partir de 25 gramas, em sua composição. 
          Existe ainda o vinho meio seco, que diferente do que parece, tem índice de açúcar bem elevado, variando de 4 a 25 gramas de glicose em sua composição. 
          O nível de teor alcóolico, bem como de açúcar nos vinhos, seja vinhos nacionais ou importados, devem constar nos rótulos, de acordo com a legislação brasileira.
Definição e tipos de vinhos
          Vinho vem de videira, planta que produz a uva. Não existe vinho, sem ser o feito com a uva. Bebidas alcóolicas feitas com outras frutas como jabuticaba, jamelão, laranja, pera, maçã, amora e outras frutas, não são vinhos e sim fermentados. Inclusive, essa questão é bem clara no mundo e no Brasil, é até lei.
          A Lei N 7.678 de 8/11/1988, que dispõe sobre a produção, circulação e comercialização do vinho e derivados da uva e do vinho, e dá outras providências como os tipos de vinhos, teor de açúcar e álcool, envelhecimento, etc., no Artigo 3º diz: “Vinho é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, fresca e madura”. No Parágrafo único, desta lei brasileira é bem claro e fácil de entender quando diz que: “A denominação vinho é privativa do produto a que se refere este artigo, sendo vedada sua utilização para produtos obtidos de quaisquer outras matérias-primas”.
          Os vinhos são classificados como varietal e de corte. Pouca gente conhecesse essas expressões, mas são importantes para conhecermos melhor o mundo dos vinhos. Varietal é a expressão mais comum, já que são vinhos feitos com apenas uma variedade de uva. A maioria dos vinhos hoje são feitos com uma variedade apenas de uva. São os vinhos varietais. 
          Já os vinhos de corte, conhecidos ainda por blend e assemblage, são aqueles vinhos feitos com a combinação de duas ou mais variedades de uvas, finas e especiais, resultando numa soma de sabores e texturas diferentes dos vinhos varietais, de acordo com as uvas usadas.
As diferentes espécies de uvas
          Entendido essa parte, vamos entender agora um pouco das espécies de uvas, suas funções na cor e sabor dos vinhos e as diferenças entre os vinhos finos e de mesa.
          Os fatores naturais como clima, água, solo, cuidado com os parreirais são importantes, mas a escolha da uva é primordial, bem como o processo de fermentação do mosto da fruta e o armazenamento. São estes os fatores que dão cor, textura, sabor e qualidade aos vinhos, bem como a vocação, talento e conhecimento do vinicultor e viticultor.
          Existem milhares de espécies de uvas no mundo, com tonalidades, tamanho e cores diferentes. Podem ter uvas na cor rosa, verde, vermelha, preta, laranja, etc. Algumas variedades, são mais indicadas para sucos, geleias, refrigerantes e outras são excelentes para a produção de vinhos. (foto acima parreiras de vinícola Uva e Vinho Fidêncio de Bueno Brandão)
          As espécies mais comuns no Brasil são as uvas americanas (Vitis Bourquina, Vitis Labrusca e Vitis Rupestres) e as uvas europeias (Vitis Vinífera). Das variedades dessas espécies, são produzidos vinhos de mesa e vinhos finos. Esses dois termos foram criados e inseridos nos rótulos dos vinhos para distinguir um vinho feito com uvas comuns, com qualidade mais baixa, dos vinhos feitos com uvas adequadas à produção de vinhos, os chamados, vinhos finos.
Uvas Americanas
          As uvas americanas, são as das espécies Vitis Bourquina, Vitis Labrusca e Vitis Rupestres. As uvas mais conhecidas dessas espécies são as Bordô, Isabel, Rubi, Niágara, Herbermont, Concord, dentre outras. São as mais cultivadas, mais populares, mais baratas. São excelentes na alimentação e muito apreciadas in natura ou em forma de geleia, sucos e refrigerantes. São ainda muito usadas na fabricação vinhos suaves.
          As uvas americanas são bem resistentes, se adaptam bem às diferenças regionais, como por exemplo, se desenvolvem bem na altitude e frio intenso do Sul de Minas, bem como no semiárido do Norte de Minas, como nas regiões do Jaíba e Pirapora, onde o plantio de uvas americanas é uma das principais culturas do norte-mineiro.
          Os vinhos produzidos com as uvas americanas, são identificados com a palavra, “Vinho de Mesa”, presente nos rótulos. Por serem as uvas mais produzidas, mais consumidas e mais baratas, os vinhos feitos com uvas americanas são produzidos em grandes quantidades, sem passar por envelhecimento, em barris de carvalho, sendo engarrafados e prontos para comercialização. Tem a cor mais intensa, sabor e aroma bem simples. São mais baratos e por isso, mais populares. 
          Após sua vinificação, caso seja necessário a correção da doçura ou mesmo para suavizar o sabor, podem receber adição de açúcar para equilibrar a doçura ou mesmo, torná-lo mais suave. 
          Ou seja, vinho suave é geralmente, vinho adoçado, com o nível de açúcar equilibrado, tornando-se mais agradável ao paladar. Essa informação vem em letras abaixo do nome dos vinhos, nos rótulos: Vinho Tinto de Mesa Suave.
Uvas Europeias e vinhos finos
          Já os vinhos feitos com as variedades das uvas europeias (Vitis Vinifera), são considerados vinhos finos. Nesse tipo de vinho é proibido qualquer adição de açúcar. 
          É o vinho conhecido por tranquilo, por passar pelo processo de fermentação de forma natural, quando praticamente todo o açúcar presente no mosto da uva, se transforma em álcool, tornando assim, vinho seco, com teor alcóolico, maior que o de mesa.
          Os vinhos que passam pelo processo natural de fermentação, tem um sabor seco, devido transformação do açúcar em álcool e principalmente pela concentração maior de taninos nas cascas e sementes da uva, já que ficam um tempo maior na fermentação, absorvendo em maior quantidade os taninos e demais nutrientes da uva. 
          Tanino é uma substância química, natural, encontrada nos fenóis vegetais, presentes principalmente na uva, mas também na romã, açaí, nozes, amêndoas, várias especiarias como cravo e canela, chocolate amargo, dentre outros.
          Além de auxiliarem na conservação, na estrutura e longevidade dos vinhos, os taninos fazem muito bem à saúde. São antioxidantes, atuam no reforço das artérias, previnem o entupimento das veias, ajudam na redução do colesterol ruim e contribuem para retardar o envelhecimento das células.
          Todo vinho obtido através da fermentação natural, sem adição de açúcares ou gases, é tranquilo, seco e fino. O resultado final é um vinho de alta qualidade, encorpado, com aroma e sabor equilibrados. A diferença dos vinhos de mesa e vinhos finos, é enorme.
Vinhos finos, reserva e reservado
          Nos rótulos dos vinhos feitos com uvas europeias vem o termo: Vinho Fino. Isso quer dizer que o vinho foi elaborado com uvas adequadas e da melhor qualidade.
          As uvas da espécie Vitis Vinífera, não se adaptam facilmente a qualquer tipo de solo e clima, por isso, exigem mais investimentos e muito conhecimento do produtor, além de cuidados na escolha do solo, sementes, plantio, colheita, preparação da fermentação, envelhecimento em barris de carvalho, até o engarrafamento e comercialização. (na foto acima, barril de carvalho da vinícola Uva e Vinho Fidêncio em Bueno Brandão MG) 
          As uvas dessa espécie mais conhecidas no Brasil são: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Malbec, Syrah, Cabernet Franc, Tempranillo, Chardonnay Sauvignon Blanc, Carménère, Pinot Noir, Pinot Grigio, Sangiovese, Gewürztraimine e Tannat.
          Há também os vinhos com a nomenclatura "reserva" e "reservado". Os dois são feitos com as variedades de uvas europeias. O vinho reserva é o vinho produzido com muito cuidado, começando pela seleção da uvas, que é muito criterioso, indo para o processo de vinificação, até o seu envelhecimento em barris de carvalho, gerando um vinho de ótima qualidade. 
          Já o vinho reservado, ao contrário, mesmo feito com uvas europeias, é um tipo de vinho mais simples, menos sofisticados que o vinho reserva. São produzidos em grande escala, não passando pelo complexo e longo processo de envelhecimento em barris e garrafas. São os vinhos que apresentam a vinícola ou uma marca, chamados de vinhos de entrada.
          Ao contrário dos vinhos de mesa, que tem o sabor e aroma bem simples, os vinhos finos, tem o aroma e sabor mais acentuado, além de mais brilho e cor, que os vinhos de mesa.
          Quando envelhecidos em barris de carvalho, as características dos vinhos finos são aprimoradas naturalmente, se tornando mais agradáveis, acentuando mais seu aroma, obtendo mais estrutura e melhorando o sabor, na medida de seu envelhecimento. Vale a verdade daquela antiga frase que dizia que "vinho, quanto mais velho, melhor".

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Vinhos mineiros e dupla poda: qualidade e reconhecimento

(Por Arnaldo Silva) Segundo dados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), dos cerca de 100 produtores de vinhos no Brasil, 25 são de Minas Gerais. Boa parte das vinícolas mineiras produzem vinhos finos, de qualidade, equivalente aos vinhos produzidos nos países tradicionais, na produção desta bebida milenar, como França, Portugal, Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha, etc.
          Prova do crescimento e qualidade dos vinhos produzidos em Minas Gerais, são as recentes premiações dos vinhos produzidos na região da Serra da Mantiqueira, em concurso nacionais e internacionais como no Decantar World Wine Awards (DWWA), maior concurso mundial de vinhos.(fotografia acima: Arquivo Epamig/Divulgação)
          As premiações internacionais conquistadas pelos vinhos brasileiros são positivas, porque desperta o interesse do brasileiro pela bebida nacional, bem como incentiva os produtores a investirem na ampliação da produção e buscando cada vez mais excelência na qualidade.
          Os vinhos e espumantes brasileiros estão pouco presentes nos bares e restaurantes brasileiros, que preferem os importados, mas aos poucos, nossos vinhos vem rompendo essas barreiras, de preconceito com o produto nacional, graças a investimentos e cada vez mais, melhorando a qualidade da bebida.
          Como resultado, são seguidas premiações no exterior, principalmente, os vinhos produzidos com a técnica da dupla poda, da empresa mineira, Epamig, a grande responsável pela considerável melhora na qualidade dos vinhos mineiros e do Sudeste brasileiro nas últimas décadas. (na foto acima de Erasmo Pereira/Epamig, a adega da empresa em Caldas, no Sul de Minas)
           As premiações internacionais conquistadas pelos vinhos brasileiros são positivas, porque desperta o interesse do brasileiro pela bebida nacional, bem como incentiva os produtores a investirem na ampliação da produção e buscando cada vez mais excelência na qualidade. 
          As premiações internacionais conquistadas pelos vinhos brasileiros são positivas, porque desperta o interesse do brasileiro pela bebida nacional, bem como incentiva os produtores a investirem na ampliação da produção e buscando cada vez mais excelência na qualidade.
A técnica da dupla poda
 
          A melhora na produção e qualidade dos vinhos finos no Sudeste só foi possível graças a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), quando da criação do Núcleo Tecnológico de Uva e Vinho da EPAMIG, em Caldas MG, Sul de Minas, há cerca de 20 anos. (na foto acima de Erasmo Pereira - Epamig/Divulgação)
 
          O homem do campo, no mundo inteiro, sabe que dependendo da época da poda, a planta irá produzir em determinada data. Os pesquisadores da Epamig aprimoraram esse conhecimento antigo, com anos de estudos, permitindo a produção de frutos com maior qualidade, o que permite, melhoras significativas na produção final oriunda das frutas, no caso, os vinhos finos de inverno. (na foto acima, videiras da Epamig no núcleo da empresa em Caldas MG e abaixo, uvas já em ponto de colheita. Fotos: Epamig/Divulgação)    
           Sem poda não há uva, por isso as podas nas videiras, são necessárias. Com a poda sendo feita anualmente, tradicionalmente feita no fim da primavera, para que os frutos se desenvolvam e possam ser colhidos no verão, em janeiro. Uma época de intenso calor e chuvas fortes o que permite a proliferação de pragas, o que leva os produtores a um intenso trabalho de controle de suas videiras. (Foto abaixo em Caldas MG - Epamig/Divulgação)
          Para fugir dos efeitos no verão e pragas nos parreirais, foi criado a técnica da dupla poda. No caso, a técnica desenvolvida em Minas, permite a poda duas vezes. A dupla poda nada mais é do que a inversão do ciclo produtivo das uvas, ou seja, ao invés da poda tradicional no fim da primavera, faz-se a poda para a formação dos ramos, no inverno, com a colheita dos frutos sendo feita em agosto. As uvas da primeira colheita, são as usadas na produção dos vinhos de inverno em Minas Gerais. Essa técnica permite ainda uma segunda poda, a tradicional, no fim do ano, com a colheita dos frutos, em janeiro. (na foto abaixo, a vinícola da Epamig em Caldas MG. Foto: Ascom/Epamig)
          A Epamig, que é vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA), desenvolveu e implantou em Caldas MG, o método da dupla poda, desenvolvido no Brasil pelo pesquisador da Epamig, Murillo de Albuquerque Regina, Coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Vitivinicultura da Epamig. Essa técnica, faz com que a uvas sejam mais sadias, tenham maturação plena, mais concentração de cor e mais aroma. Resultado, é uma nítida melhora na qualidade dos vinhos. (abaixo, a sede da Estação Experimental da Epamig em Caldas MG. Foto: Erasmo Pereira/Ascom/Epamig)
          O sucesso da técnica da dupla poda vem da qualidade do solo, clima e investimentos dos produtores, bem como a assistência da Epamig, com pesquisas, orientações e apoio aos produtores, o que vem tornando Minas Gerais, especialmente o Sul de Minas, num dos maiores produtores de vinhos finos de qualidade, no país. A técnica desenvolvida pela Epamig, não só beneficia os produtores mineiros, mas os produtores de vinhos de toda a região Sudeste do Brasil.
          Atualmente, são cerca de 600 hectares de vinhedos no Brasil, que usam a técnica da dupla poda. A técnica, está presente na região do Cerrado, Nordeste brasileiro e em sua maioria, no Sudeste, na Mantiqueira. 
          A produção anual, dos vinhedos é cerca de 4 mil toneladas de uvas e são produzidos, cerca de 2,5 toneladas de litros de vinhos, por ano. A técnica da dupla poda, ajuda no aumento da produção de uvas e vinhos, gera empregos e injeta na economia, cerca de 120 milhões por ano.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Os chocolates artesanais de Bueno Brandão

Bueno Brandão é uma pequena cidade no Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira. Cidade tranquila, pacata, com típicos ares do interior mineiro. Se destaca por suas belezas naturais, pela culinária, pelos vinhos, licores e aguardentes. Pelos queijos, doces, pelo artesanato e pelos chocolates artesanais, em destaque para os Chocolates Andréia.
          Sobre a direção de Andréia Cezar, Chocolates Andréia é uma das chocolaterias mais tradicionais e respeitadas da Mantiqueira, oferecendo variados tipos de chocolates de altíssima qualidade, feitos de forma artesanal, respeitando rigorosamente todas as normas da vigilância sanitária e instalada num ambiente aconchegante, confortável, requintado na cidade.
          Para chegar ao que é a Chocolates Andréia hoje, não foi fácil. Foi uma luta que hoje serve de exemplo para muito que veem nas dificuldades e crises financeiras, oportunidades de se superar. 
           Andréia Cezar conta que sua história com o chocolate começou em 2005. A família, ela, o marido e a filha pequena, passavam por uma situação financeira difícil na época e viu a necessidade de buscar alternativa de renda para superar as dificuldades surgidas, devido à situação financeira ruim que passavam no momento. Por sugestão de uma sobrinha, sugeriu que fizesse um curso de chocolates e bombons artesanais, numa cidade vizinha a Bueno Brandão, já no Estado de São Paulo, onde a família tinha parentes. Andréia aceitou o desafio e rumou para São Paulo para fazer o curso.  
          Foi aprendendo e fazendo ao mesmo tempo. Andréia fazia os chocolates e bombons durante o dia e seu marido vendia na cidade, oferecendo os chocolates de porta em porta. À noite, Andréia continuava fazendo o curso e a cada dia, aprimorava seus conhecimentos, inovando e melhorando cada vez mais a qualidade de seus chocolates e bombons.
          Enquanto Andréia estudava, seu marido e filha embalavam os chocolates para serem vendidos no dia seguinte.
          O sabor, a qualidade e a dose exata de talento, amor e carinho com que a família fazia os chocolates, caíram no gosto dos moradores de Bueno Brandão que começaram a comprar e virar clientes assíduos da pequena fábrica, além da propaganda boca a boca que faziam. Isso ajudou muito no aumento das vendas.
          Com o aumento das vendas e da clientela, a família sentiu a necessidade de ampliar o espaço. Os chocolates eram feitos na cozinha da casa, que estava pequena para tantas encomendas. Com as economias conseguidas com as vendas, reformaram um cômodo que existia no quintal da casa e montaram uma estrutura melhor para produzir os chocolates. 
          E as vendas continuaram aumentando, havendo necessidade de mais pessoas para ajudar na produção. Assim foi contratada a primeira funcionária, com os pedidos e clientela aumentando a cada dia, não só na cidade, como nas cidades vizinhas, com clientes fazendo encomendas.
          Novamente, o espaço ampliado na casa ficou pequeno para atender a demanda. Havia necessidade de instalar a fábrica em outro local, saindo da cozinha de casa, para o quintal e agora para um local maior e mais apropriado, seguindo todos os cuidados e normas da Vigilância Sanitária, alvarás sanitários e municipais.
          De um pequeno negócio na cozinha da casa, passou a ser uma microempresa que gera empregos e impostos para a cidade, além de renda para família.
          Mantendo o bom atendimento, a qualidade e o sabor de seus chocolates, a fábrica continuou crescendo. Andréia conta que teve a ideia de montar uma loja para atender as pessoas que passam pela cidade e turistas que vem à cidade. Assim, em 2014, foi inaugurada a loja de chocolates, disponibilizando na loja várias opções de chocolates.
          O sucesso de Andréia Cezar está ligado a sua força de vontade, talento e amor pelo que faz. Não ficou apenas nas técnicas dos cursinhos e sim, aprendeu e colocou sua criatividade no sabor, criando receitas exclusivas, que agradam a todos os gostos e os mais exigentes paladares.
          De uns anos para cá, Bueno Brandão começou a explorar mais seu potencial turístico, já que é uma cidade dotada de belezas naturais impressionantes, com boas pousadas e bons restaurantes, um povo bom e hospitaleiro. O turismo surge como um dos pilares para solidificar as pequenas empresas da cidade, que podem comercializar seus produtos, levando-os para outras regiões, através dos turistas. Muitos deles passam a serem clientes e encomendam sempre os produtos locais. 
          A força de vontade e energia para superar as dificuldades iniciais foi recompensada com muito esforço, insistência, dedicação e persistência. Segundo Andréia Cezar “hoje contamos com um número maior de funcionários na produção totalmente artesanal e uma dedicação total aos produtos, com o compromisso de levar o sabor do chocolate artesanal da Serra da Mantiqueira para as pessoas se deliciarem e terem momentos doces e únicos".
As fotos que ilustram a matéria foram enviadas pela Andréia Cesar e as informações pelo Douglas Coltri

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