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domingo, 23 de junho de 2019

Minas Novas e o primeiro arranha-céu do Brasil

(Por Arnaldo Silva) A história de Minas Novas começa a partir 29 de junho de 1727, data em que se comemora a fundação do município. Data que marca a chegada à região das bandeira de Sebastião Leme do Prado. Vieram em busca de ouro e encontraram o mineral em abundância. Foi Leme do Prado, que fundou o arraial, que deu origem à cidade hoje. Seu primeiro nome foi Arraial das Lavras Novas dos Campos de São Pedro do Fanado. 
          Em 2 de outubro de 1730, o arraial foi elevado à Vila, com o nome de Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas Novas da Contagem. Tempos depois, a Vila foi integrada ao território baiano, sendo reintegrada em definitivo à Minas Gerais, em 28 de setembro de 1760. (fotografia acima de Marlon Fernandes)       
          Em 9 de março de 1840, foi elevada à município, com o nome de Minas Novas. Nessa época, era o maior município em extensão territorial de Minas Gerais. Contava com inúmeras vilas e distritos. Aos poucos, esses distritos foram sendo elevados à cidades, emancipadas. Minas Novas conta hoje com cerca de 25 mil habitantes. (na foto acima de Sérgio Mourão, vista parcial da cidade)
          Para entender a dimensão territorial de Minas Novas no período colonial, veja os municípios que foram desmembrados de Minas Novas. As fotos são de placas, registradas pelo Gilberto Coimbra, na cidade. 
          A cidade histórica de Minas Novas, é uma das mais importantes cidades do período colonial mineiro. O charme da arquitetura colonial, presente em Minas Novas, encanta o turista, bem com a riqueza de seu artesanato, principalmente, feito com argila, na comunidade rural de Coqueiro Campo (na foto acima de Marlon Fernandes).
          Seu povo é simples, acolhedor, muito hospitaleiro e a cidade, cheia de graça e arte, expressadas em suas belíssimas igrejas, casarões seculares, paisagens naturais e atividades culturais, que acontecem ao longo do ano como o Carnaval, Festas Juninas, Festa do Divino, Semana Santa e as tradicionais Festas de Nossa Senhora do Rosário e a de São Benedito (na foto acima do Sérgio Mourão).
          Pelas ruas abertas no século 18, em Minas Novas, encontramos Igrejas dos séculos XVIII e XIX que chamam atenção por sua riqueza arquitetônica e histórica. Entre essas igrejas, está a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, tombada como Patrimônio Histórico pela Prefeitura Municipal, em 2007, pela sua importância cultural e arquitetônica. (foto acima de Marlon Fernandes).
          Não há registro da data exata do início da construção e conclusão do templo, construído pela Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos. Acredita-se que obra, tenha sido iniciada a partir de meados do século XVIII, devido suas características arquitetônicas, talhas e ornamentações, serem comuns em Minas Gerais, em meados do século XVIII. (na foto acima e abaixo de Sérgio Mourão, a Festa de Nossa Senhora do Rosário)
            A conclusão da obra, também não tem data definida, mas na crença oral, acredita que tenha sido nas primeiras décadas do século XIX. Típica das igrejas mineiras do século XVIII, simples por fora e recheada de riquezas em seu interior, presente em talhas douradas em seus três altares, ornamentações e pinturas, característicos do barroco e rococó, mineiro.
          Destaque na cidade também para a Capela de São José, única no Brasil construída em estilo octogonal, datada de meados do século XVIII, tombada pelo IPHAN, como patrimônio nacional, em 27/04/1967. (fotografia acima de Marlon Fernandes)
          Outra importante igreja de Minas Novas é a Igreja de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos, construída no século XIX, tombada pelo IEPHA/MG (na foto acima e abaixo do Marlon Fernandes, o exterior e interior da Igreja do Amparo)
          Além da igreja de Nossa Senhora do Rosário, de Nossa Senhora do Amparo e Capela de São José, em Minas Novas tem ainda a Igreja de São Pedro, Igreja de São Gonçalo e a Igreja de São Francisco, construída a partir da segunda metade do século XVIII, tombada em 13/05/1980 pelo IEPHA/MG (na foto abaixo de Sérgio Mourão)       
           Diversas denominações evangélicas como Batista, Assembleia de Deus, Congregação Cristã, dentre outras, estão presentes também na cidade.
          Pelas ruas de Minas Novas, além do Sobradão, casarões coloniais chamam a atenção, pela requinte e beleza arquitetônica, em destaque para o Casarão da Família Badaró (na foto acima do Marlon Fernandes). Nesse casarão, muito bem conservado em sua originalidade, funciona hoje a Rádio Sucesso. No século XVIII, o casarão, pertenceu ao inconfidente Domingos de Abreu Vieira, que teve a honra de hospedar, nesse casarão, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
          Além de sua riqueza cultura, arquitetônica e seu riquíssimo e famoso artesanato, Minas Novas tem também belezas naturais, formada por paisagens de matas nativas do sertão do Jequitinhonha, além de rios como o Fanado (na foto acima do Sérgio Mourão), Capivari, Araçuaí, Setúbal, Bom Sucesso, nascentes, ribeirões como o Ribeirão dos Santos e dos Índios, além da Barragem da Almas, um ponto de lazer e diversão dos moradores da cidade. 
          Construída em 1951, fazia parte de uma usina hidrelétrica, hoje é um balneário e um dos mais belos pontos turísticos da região. É bem estruturado contando área de lazer com boa infraestrutura, barzinhos, cachoeiras, poços naturais para banhos, duchas. Além disso, eventos são realizados no local, como o Carnaval, animado ao som de bandas regionais. (fotografia acima de Marlon Fernandes)
          Por isso que Minas Novas é conhecida como a “Cidade Mãe do Norte Mineiro”. (na foto acima do Marlon Fernandes, prédio em estilo eclético, onde funcionava a Prefeitura) Minas Novas faz divisa atualmente com os municípios de Capelinha, Chapada do Norte, Leme do Prado, Novo Cruzeiro, Turmalina, Virgem da Lapa e Angelândia.
O Sobradão de Minas Novas
          Foi construído em 1821, com quatro pavimentos estruturados em madeira e taipa, quatro portas na sua fachada principal, 59 janelas nas laterais, três portas de loja e uma porta principal com acesso aos andares superiores. É uma das mais originais construções do período colonial brasileiro. 
          Uma obra ousada, com arquitetura totalmente incomum para a época. Estamos falando do Sobradão da Vila do Fanado ou simplesmente, Sobradão. Foi construído em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, distante 512 km de Belo Horizonte. É o primeiro arranha-céu construído em Minas Gerais e no Brasil, no tempo do Brasil Colônia. (fotografia acima de Gilberto Coimbra)
          O objetivo da construção do edifício ainda gera dúvidas, sem uma certeza exata da finalidade de sua construção. Serviu como Fórum da Comarca regional e ao longo dos anos de sua existência, teve várias utilidades. Em 1856 existia um movimento para transformar a região do Jequitinhonha e parte da Bahia numa Província, no caso, um Estado. Se vingasse, Minas Novas seria a capital do novo Estado e o Sobradão, a sede do Governo. O movimento não foi adiante e ao longo dos anos, o prédio foi usado para diversas finalidades dos órgãos públicos locais. (fotografia acima de Marlon Fernandes
          Desde o início de sua inauguração, o Sobradão teve grande importância para a história de Minas Gerais e política da região do Jequitinhonha, Norte, Nordeste de Minas e Sul da Bahia. Essa importância foi reconhecida em 1959, quando o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Uma nova restauração do Sobradão foi iniciada pelo Iphan em 2017 e concluída em 2021. 
         Com a reforma completa, visando recuperação estrutural e de seus elementos arquitetônicos, o Sobradão está agora oferecendo melhores condições de uso e segurança. A previsão é de que esteja reaberto ao público e em atividade entre agosto e setembro, após a vistoria e entrega em definitivo da obra, pelo Iphan. Será usado para abrigar museus, uma loja de artesanato, a sede da Academia de Letras, da Secretaria de Cultura e Biblioteca. (fotografia acima de Marlon Fernandes)
          O térreo do edifício será ocupado pela Secretaria Municipal de Cultura, da Biblioteca Municipal e ainda uma loja de artesanato local. No segundo andar, funcionará o Museu de Artes e Ofícios, com mostras de como eram as atividades e ofícios dos tempos antigos, como por exemplo, dos tropeiros, garimpeiros e ferreiros. No terceiro andar, estará o Museu Regional do Artesanato do Vale do Jequitinhonha, além do Museu de Minas-novense de Arte Sacra. No quarto e último andar do Sobradão, será a sede da Academia Fanadeira de Letras e Artes.          

sábado, 22 de junho de 2019

7 sugestões de passeios por Capitólio e arredores

(Por Arnaldo Silva) Seus cânions, cachoeiras, lagos e rios de águas esverdeadas e transparentes, vêm chamando atenção de turistas de todo o Brasil para Capitólio, uma pequena e charmosa cidade no Oeste Minas com menos de 10 mil habitantes, as margens da MG 050, distante 267 km de Belo Horizonte. Faz divisa com os municípios de Guapé, Piumhi, Pimenta, São José da Barra, Vargem e São João Batista do Glória. (foto acima de Douglas Arouca, a Ponte do Rio Turvo e o cais, onde saem as embarcações que navegam no Lago de Furnas)
          Pra facilitar a vida de quem quer conhecer esse lugar incrível de Minas Gerais, listamos 10 dicas de passeios espetaculares. (na foto acima de Lucélia Miranda, noturna de Capitólio MG)
01 - Passeio de lancha pelos Cânions 
          Os cânions são enormes fendas abertas a milhões de anos, ás margens da MG 050, em São José da Barra, na divisa com Capitólio. (fotografia acima de @julio_defreitas) As águas da Usina de Furnas inundaram a região, proporcionando uma das mais belas paisagens do Brasil. Lanchas e escunas estão à disposição dos turistas para um passeio pelos cânions e suas águas esverdeadas cristalinas. É um passeio de tirar o fôlego, pela emoção e pela beleza das paisagens. O passeio de lancha tem um custo por pessoa.
02 - Paraíso Perdido 
          O Paraíso Perdido (na foto acima de Leonardo Bueno) Fica na vizinha São João Batista do Glória. Só pelo nome dá para perceber que o lugar é lindo. Está numa propriedade particular e cobra-se por pessoa, mas vale a pena. A paisagem é um espetáculo de beleza natural. 
03 - Mirante dos Cânions
          A visão do alto dos cânions é surreal, magnífica e impressionante! (foto acima de Douglas Arouca) O local é natural, sem parapeitos ou grades, por isso, o visitante deve tomar cuidado ao ficar no topo do mirante. Ficam também as margens da MG 050. Pelas trilhas de acesso ao mirante podem-se ver belíssimas cachoeiras.
04 - Pedreira Água Azul 
          É uma das mais belas paisagens de São João Batista do Gloria Pela proximidade de Capitólio, é um lugar imperdível. (foto acima de Pedro Beraldo) Tem que ir. No local funcionava uma pedreira, desativada há anos. No local das escavações começou a brotar água, dando origem a uma belíssima lagoa azul. Já foi até cenário de filme e constantemente é procurado por noivos e noivas para fazerem fotos para seus books de casamentos. Mas para chegar não é fácil, é caminho é bem difícil sendo recomendado um bom 4x4 ou moto, mas no fim compensa.
05 - Cachoeira Diquadinha
          Lugar tranquilo, com três quedas d´água e rodeado por paredões, é um dos atrativos de Capitólio para quem curte um bom banho já que suas águas limpas e cristalinas formam poços adequados para um bom e relaxante banho. (foto acima de Marcelo Santos)
06 - Cascata Eco Parque 
          Próximo a MG 050 encontramos também a Cascata Eco Parque, lugar esplêndido! O passeio por essa área é pago, mas compensa pelas belas cachoeiras, trilhas e deliciosas piscinas naturais ao longo do caminho. (foto acima de @percio_passeioscapitolio)
06 - Escarpas do Lago
          Muita gente pensa que Escarpas do Lago é um condomínio fechado em Capitólio. (foto acima de Deocleciano Mundim) Não é, trata-se de um charmoso e elegante bairro de Capitólio, com ótima estrutura, com excelentes restaurantes e uma marina que é um verdadeiro show de beleza. Vale a pena visitar o lugar.
07 - Trilha do Sol 
          Só o visual da Cachoeira do Grito já vale a pena. De fácil acesso, e uma das mais belas paisagens da região. (foto acima de Pedro Beraldo) É imperdível caminhar pela Trilha do Sol. Lugar de beleza única, com pequenos cânions e quedas d´águas que forma pequenos poços, propício para um relaxante banho. As águas são tão limpas e transparentes que os peixinhos.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

O primeiro educandário para meninas órfãs em Minas

(Por Arnaldo Silva) Três de abril de 1849 marca o início de um dos mais importantes acontecimentos para a educação em Minas Gerais. Após três meses navegando pelo Oceano Atlântico, chega ao porto do Rio de Janeiro um grupo de 12 freiras francesas da congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, convidadas por Dom Antônio Ferreira Viçoso (1787-1875) bispo da Arquidiocese de Mariana na época, para desenvolverem trabalhos educacionais no Brasil.
          Elas aceitaram o convite e embarcaram da França para o porto do Rio de Janeiro, chegando à Mariana, na Região Central de Minas, a cavalo. O objetivo era erguer na cidade um dos pilares da educação no Estado. (fotografia acima de Sônia Fraga) Vieram com um propósito, mesmo sabendo das dificuldades que teriam, principalmente com a falta de recursos financeiros já que o auge do Ciclo do Ouro tinha se encerrado e as dificuldades de se obter recursos eram grandes. Acreditavam na providência divina para conseguir os recursos necessários para a obra para qual foram designadas. O propósito era fundar a primeira escola feminina do Estado, com prioridade para meninas órfãs, isso porque na época não existia instituição que cuidasse das meninas órfãs em Minas Gerais.
          Com a coragem e determinação das freiras, mesmo com a falta de recursos, no dia 10 de março de 1850, numa casa simples e bem modesta na Rua Barão de Camargos, no mesmo quarteirão onde hoje está a escola, era inaugurado a Casa da Providência, hoje Colégio Providência, o primeiro educandário no Estado somente para meninas, em vivia em regime de internato.
          Com o passar dos anos a modesta construção foi ganhando melhorias. Em 1930, a modesta construção foi ampliada para atender a demanda de alunas que crescia a cada ano, se transformando num imponente casarão, com traços arquitetônicos coloniais do século 19 e ecléticos, do século 20. Hoje, o colégio ocupa um quarteirão inteiro. São 12 mil metros de área construída, preservando as características originais do imóvel. Em 1999 foi todo reformado, ganhou um museu temático e passou a ter também um centro de convenções e atividades culturais.
          O museu temático foi criado com o objetivo de contar a da vida das missionárias pioneiras e do próprio Colégio. O Museu Casa da Providência fica anexo à Capela de Nossa Senhora da Encarnação e guarda relíquias do século 19, como produtos que as freiras faziam para arrecadar dinheiro para manter a escola, tapetes, livros, baús, documentos, paramentos, diário de bordo da primeira diretora do Providência, a irmã Du Bost. Tem ainda um quarto de dormir com o mobiliário do século 19, as celas dos cavalos em que as freiras usaram para virem do Rio de Janeiro até Minas, dentro outros objetos. 
           Em 1902 o Colégio Providência se tornava Escola Normal, formando professoras. Em 1946 passa a ter o curso Ginasial, que na época era os quatro últimos anos do ensino fundamental hoje, da 5ª a 8ª séries. No ano seguinte, 1947, passa a ter também o Segundo Grau, hoje Ensino Médio. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          1972 é um ano de uma significativa mudança na visão do Providência. Antes era escola somente para meninas em regime de internato. A partir daquele ano passou a ter turmas mistas, deixando de ser internato. Nesse mesmo ano foi criado um pensionato, originando o que é hoje o Hotel Providência.
          Vinculado hoje à Província da Associação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Belo Horizonte, o Colégio Providência oferece ensinos Fundamental, Médio e Educação Infantil (Creche, 1º e 2º períodos). (fotografia acima de Elvira Nascimento)
     Quem visita Mariana se encanta com a beleza das cores azul e branco do Colégio Providência e o charme de sua arquitetura. É um das mais belas construções de Minas Gerais. 

sábado, 15 de junho de 2019

Jacutinga: a Capital das Malhas no Brasil

(Por Arnaldo Silva) Jacutinga é uma encantadora cidade do Sul de Sul de Minas a 839 metros de altitude. É uma estância hidromineral de Minas Gerais, possui praças e jardins pitorescos, um povo bom e hospitaleiro e uma natureza em redor espetacular. 
          É reconhecida nacionalmente como a Capital Nacional das Malhas (foto acima de André Daniel). A cidade sozinha, é responsável pela produção de 27% das malhas no Brasil. Segundo o IBGE, o município contava com 25.684 em 2018. Faz divisa com os municípios de Albertina e Andradas a norte; Ouro Fino a leste; Monte Sião a sul e os paulistas Itapira e Espírito Santo do Pinhal a oeste. Fica distante 480 km de Belo Horizonte e 200 km de São Paulo pela BR 381 e 590 km do Rio de Janeiro, pela BR 040.
          O nome do município é porque na região é comum a espécie de ave jacutinga,  da ordem dos Galiformes, da família Cracidae. (foto acima de Thelmo Lins) O povoamento da região começou em 1835, quando foi construída a primeira capela, no então povoado de Ribeirão de Jacutinga, posteriormente chamado de Santo Antônio do Jacutinga. Por fim, Jacutinga, a partir de sua emancipação em 16 de setembro de 1901. A partir de então, o município alçou um  desenvolvimento rápido graças ao cultivo do café, em seu grande período de expansão, até 1930.
          No início do século 20, a cidade começou a receber imigrantes italianos, para o cultivo do café e para trabalhos nas indústrias do município, atividade que estava crescendo no Brasil. (foto acima de Thelmo Lins)
          Os italianos dominavam muito bem a técnica de tecer e bordar, sendo os responsáveis pelo incremento da qualidade e solidificação da vocação para a tecelagem em Jacutinga tornando o município hoje em  referência nacional na fabricação de malhas e tricô. A maioria dos moradores do município carregam sobrenomes italianos. 
Hoje Jacutinga é um dos maiores potenciais econômicos do Brasil com mais de mil pequenas empresas, popularmente chamadas de malharias.
          Esse potencial favorece o turismo de negócios que recebe a cada ano, milhares de visitantes de todo o Brasil. (foto acima de André Daniel) São cerca de 500 lojas a varejo na cidade que comercializam a produção local, em média dois milhões de peças por mês, gerando milhares de empregos, principalmente na alta temporada, de março a julho. 
Feira da Malhas
          Na cidade acontece anualmente a tradicional no mês de junho a Feira das Malhas, que em 2021 estará em sua 43ª edição (foto acima de André Daniel no local da feira). É o maior evento de moda e malha retilínea do Brasil com variadas opções de modelos de malhas e tricôs expostos em dezenas de estandes. Na feira acontece desfile de modas, shows musicais e culturais, além de espaço para entretenimentos de crianças. 

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Montes Claros e a Catedral Metropolitana

(Por Arnaldo Silva) Carinhosamente chamada de "Princesa do Norte", Montes Claros é um dos maiores e mais importantes municípios do interior mineiro. Sua população em 2022, segundo o IBGE, era de 414.240 habitantes. A indústria e comércio tem atividade marcante no município, sendo a cidade um polo industrial na região Norte de Minas. (na foto acima do Márcio Pereira/@dronemoc, a Catedral de Nossa Senhora Aparecida e abaixo, a torre da Catedral)
Estrutura urbana
       Montes Claros possui excelente estrutura viária com acesso fácil às principais rodovias do país, malha ferroviária cortando o município e o Aeroporto Mário Ribeiro, em ativa na cidade desde 1939 com pista de 45 metros de largura com 2.100 metros de extensão, com capacidade para 70 mil passageiros por ano.
          Com ótima estrutura, a cidade oferece boas condições de lazer, cultura e prática de esportes como, praças, poliesportivos, o Parque Municipal Milton Prates, uma extensa área verde, contando ainda com um zoológico em suas dependências; o Parque Sapucaia, ideal para a prática de esportes, inclusive radicais e o Parque Guimarães Rosa. (fotografia acima de Márcio Pereira/@dronemoc)
Sítios arqueológicos
          Montes Claros é uma região importante para a arqueologia por contar em seu município com 164 sítios arqueológicos catalogados, com destaque para a Lapa Encantada, a Gruta do Engenho e o Complexo Lapa Grande, de grande importância arqueológica, com uma rara ocorrência da formação do vulcão espeleotema e sua principal gruta com 3 km de extensão, uma das maiores de Minas Gerais (na foto acima de Eduardo Gomes, formações de estalactites na Lapa Grande), possuindo ainda detalhes e sedimentos pré-históricos
Artesanato e Mercado Municipal
          A cidade se destaca ainda pelo seu excelente artesanato e produtos agropecuários como queijos, doces, licores, cachaça, carne de sol, etc, encontrados no Mercado Municipal da cidade, (na foto acima de Eduardo Gomes). 
Arquitetura barroca e eclética          
          Montes Claros foi fundada em 3 de julho de 1857 e mesmo sendo uma cidade industrial e desenvolvida hoje, guarda relíquias do estilo Barroco mineiro do final do século XIX, como o casarão da Fafil, datado de 1886, hoje Museu Regional, mantido pela Unimontes,  a Casa da Cultura e outros sobrados encontrados no Centro Histórico da cidade.
          O estilo Eclético do início do século XX também está presente em traços arquitetônicos montes-clarense. (na fotografia acima do Sérgio Mourão, o Centro Histórico da cidade)
A Catedral Metropolitana
          Em Montes Claros a religiosidade é uma das marcas de seu povo. Festividades religiosas estão presentes na cidade, se destacando ainda belos templos, com destaque maior para a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, uma das mais belas igrejas de Minas Gerais.  (na foto acima de Márcio Pereira/@dronemoc)
          O projeto da igreja foi feito nos primeiros anos do século XX, com obra iniciada em 1926 e concluída em 1950, ano que  foi criada a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida. 
          É um dos orgulhos da arquitetura montes-clarense por sua beleza arquitetônica e importância religiosa para  cidade. Fica na Praça Pio XII, no centro da cidade e é um bem tombado pelo Patrimônio Histórico da cidade desde setembro de 1999. É um dos maiores templos mineiros, podendo comportar até 3 mil fiéis em seu interior. (fotografia acima de Lucas Vieira e abaixo, de Márcio Pereira/@dronemoc, o Centro da cidade, com a igreja em Catedral em destaque)
Igreja em estilo romântico e neogótico
         Inspirada na arquitetura das igrejas da Bélgica do final do século XIX, une os estilos Romântico e Neogótico, predominantes no início do século XIX, até meados do século XX.  Sua arquitetura é singular e única em Minas. São três torres na fachada, com a torre central medindo 65,08 metros de altura, com detalhes arquitetônicos muito bem trabalhados pelos construtores da época. É um dos principais cartões postais da cidade.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Serra dos Alves: a vila colonial de Itabira

(Por Arnaldo Silva) Um pequeno vilarejo colonial, formado a partir de 1850 e situado no limite do Parque Nacional da Serra do Cipó, a leste da Serra do Espinhaço, vem atraindo a atenção por sua beleza, simplicidade e natureza exuberante. É a Serra dos Alves, distrito de Itabira, na Região Central de Minas, apenas 110 km de Belo Horizonte. O acesso fica é próximo ao trevo de Ipoema, outro charmoso distrito Itabirano.
          A pequena vila é de um charme e beleza impressionante. Sua arquitetura é simples e ao mesmo tempo elegante, principalmente a Capela de São José.(fotografia acima de Nacip Gomêz)
          A vida social e religiosa dos moradores da vila gira em torno dos eventos culturais e religiosos em torno da charmosa capela de São José, como por exemplo a Festa de Nossa Senhor do Rosário e a  do Divino Espírito Santo. (Vista parcial do distrito, na fotografia acima de Paulo Zaca)
A capela de São José
          Como a maioria das vilas no interior de Minas, Serra dos Alves também tem seu conjunto arquitetônico com os traços característicos da arquitetura e vilarejos mineiros com pequena capela e casario em estilo colonial. A capela de São José é o destaque da Serra dos Alves e a simplicidade de seu casario, bem simples, elegante e bem preservado, bem como a capela. (na foto acima e abaixo de Nacip Gomêz e abaixo do Rodrigo Firmo/@praondevou)
          Construída por volta de 1860, no século XIX, a capela carrega traços coloniais, com suas bases construídas em madeira maciça a pequena capela abriga diversos eventos festivos na cidade, como a festa de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Rosário, Divino Espírito Santo entre outras.
Os cânions
          Os cânions da Serra dos Alves são atrativos naturais da vila, como o Cânion Boca da Serra, formado por paredões de 100 metros de altura, pequenas quedas d´água, sendo uma com 15 metros de altura, formando em sua base um ótimo poço para banhos. Ao longo do cânions, pode se encontrar várias outras piscinas naturais formadas por pequenas quedas d´água. (na foto acima do Arnaldo Quintão, a cachoeira e o Cânion dos Marques)
Cachoeiras
          Além dos cânions, ao redor do distrito o visitante encontrará várias cachoeiras, como a Cachoeira da Lucy, que é espetacular. A cachoeira do Bongue, com cerca de 50 metros de queda, cujas águas escorrem de um paredão. (na foto acima do Anderson Sá, a Cachoeira do Bongue)
          A Cachoeira dos Cristais ou da Esmeralda, cujas águas cristalinas e geladas despencam formando grandes poços ótimo para banhos, é um dos atrativos a mais para quem ama cachoeiras. (na foto acima do Tom Alves/@tomalvesfotografia)
          Outra cachoeira, conhecida é a dos Marques, formada pelo Rio Tanque e afluentes. Ao longo do percurso do Rio Tanque, pequenas quedas d´água, com poços de águas cristalinas, surgem pelo caminho, ideal para um relaxante banho 
Lugar propício para esportes radicais
          A região é muito procurada também para práticas de esportes radicais como rapel, canyoning, escalada, rafting, trekking, moutain bike e passeios a cavalo. Por ser bem montanhosa, na Serra dos Alves o visitante encontrará mirantes com vistas espetaculares. (na foto acima do Arnaldo Quintão, a Cachoeira dos Marques)
          Para chegar a esses locais, recomenda-se contratar um Guia de Turismo, pois o acesso a determinados lugares é bem difícil. Em Itabira o turista encontrará bons hotéis e aconchegantes pousadas.
Como chegar a Serra dos Alves
          De Belo Horizonte a Itabira são 110 km. De Itabira até a Serra dos Alves, 45 km. Para quem vem de carro, o acesso ao distrito é pela BR-381, sentido Vitória (ES) até o trevo de Bom Jesus do Amparo, seguindo por 15 km até o distrito de Ipoema. Por fim, basta seguir a sinalização das placas no caminho até a Serra dos Alves. (fotografia acima de Robson Gondin)
          Da rodoviária de Belo Horizonte sai ônibus de hora em hora, pela Viação Saritur. Da rodoviária de sai ônibus para a Serra dos Alves. O visitante pode optar por contratar serviços de guias que geralmente tem veículos próprios. 

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