Itamarandiba: uma das mais antigas cidades de Minas

(Por Arnaldo Silva) Fundada em 24 de junho de 1675, Itamarandiba foi uma das primeiras povoações de Minas Gerais e a primeira do Vale do Jequitinhonha, no Nordeste mineiro. Quando de sua origem, no final do século XVII, se chamava Arraial de São João Batista, elevado a freguesia, depois a distrito em 1840 e município emancipado em 1862. Itamarandiba é um nome indígena e significa "pedra miúda que rola juntamente com as outras".

Foto: Warley Duarte - Cedida pela Ascom/Prefeitura de Itamarandiba

        Itamarandiba faz limites territoriais com os municípios de Aricanduva, Carbonita, Capelinha, Senador Modestino Gonçalves, Veredinha, Rio Vermelho, São Sebastião do Maranhão, Coluna, Frei Lagonegro e Felício dos Santos.
        Distante 480 km de Belo Horizonte via Diamantina MG e 430 km via Guanhães MG, possui uma área territorial que abrange o bioma Cerrado e Mata Atlântica, tendo como destaque natural grandes chapadas, a Serra do Espinhaço, uma das reservas mundiais da Biosfera, reconhecida pela UNESCO e o Parque Estadual da Serra Negra, uma das mais belas e bem preservadas reservas naturais da região, sendo um dos maiores atrativos naturais de Itamarandiba.

Alemães e franceses

Vila de Penha de França. Fotos: Prefeitura de Itamarandiba MG - Apoio institucional: Secult e Governo de Minas

          A cidade guarda traços e história dos tempos do Brasil Colônia, mas diferente das demais cidades oriundas do século XVII e XVIII, a povoação de Itamarandiba não teve origem somente nos bandeirantes portugueses, mas também em alemães e algumas famílias de espanhóis e franceses.
          Na região, alemães, espanhóis e franceses fundaram o arraial de Penha de França, em 1653, hoje distrito, antes mesmo da chegada dos portugueses e fundação do Arraial de São João Batista, que deu origem à cidade de Itamarandiba.
          Franceses e alemães vieram para a região com o mesmo objetivo dos portugueses, encontrar ouro e outras pedras preciosas, fixando residência no arraial que fundaram.

 Matriz de São João Batista em Itamarandiba - Foto: Sérgio Mourão/@encantosdeminas

         Tanto os portugueses, quantos os alemães e franceses, deixaram um pouco de suas culturas, tradições, arquiteturas e religiosidade, presentes ainda hoje no município, com destaque para os casarões da Rua Padre João Afonso e na Praça Dr. Alphonso Pavie, Largo do Souza, Rua Tiradentes, Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Igreja de São João Batista, bem como charme e beleza colonial de seus distritos Penha de França, Contrato, Padre João Afonso e Santa Joana.

Infraestrutura e economia

Mercado Municipal da cidade. Fotografia: Ernane Frois

        Hoje, Itamarandiba tem cerca de 33 mil habitantes, cidade que ao longo dos anos, vem conquistando boa infraestrutura urbana e desenvolvimento rural, sendo um dos principais municípios da região. Possui um comércio bem variado, setor de serviços eficiente  e abrangente, pousadas, hotéis, bares, lanchonetes, restaurantes, boas opções de lazer e turismo. Enfim, a cidade é bem organizada e estruturada. 

 Grande produtora de mel e do eucalipto

Apicultor de Itamarandiba - Foto: Ernane Frois

            Sua economia é baseada em pequenos comércios, prestação de serviços, na agropecuária, agricultura familiar e na produção de mel, sendo Itamarandiba uma das maiores produtoras de mel de Minas Gerais

Fotos: Ernane Frois

          Se destaca ainda como um dos polos da silvicultura no país, sendo intitulada a “Capital brasileira do eucalipto”, produzindo uma média de 30 milhões de mudas de eucalipto por ano. 

Atrativos naturais e urbanos

Fotos fornecidas pelo Ernane Frois

          Por suas belezas naturais como a Serra do Ambrósio, sua história, riqueza mineral e arquitetura colonial, Itamarandiba é uma cidade com grande potencial turístico e ainda conta com um rico calendário festivo anual com destaque para:

Fotos fornecidas pelo Ernane Frois

- A Expoita, uma das maiores exposições agropecuárias da região

- A Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos;

- As encenações da Semana Santa;

- As celebrações do Corpus Christi;

- O Carnaval;

- As festas juninas;

- As festividades de fim de ano;

- A Festa de Nossa Senhora da Penha de França, em setembro;

- O aniversário da cidade em 24 de junho.

          Esses são alguns eventos de destaque em Itamarandiba. São eventos que preservam a tradição, a cultura e religiosidade da cidade, além de fomentar o turismo e economia do município.

Feirantes do Mercado Municipal - Fotografia de Ernane Frois

          Itamarandiba se destaca por organizar uma das melhores feiras da região com produtos da agricultura familiar, além de diversos produtos oriundos do Cerrado e Mata Atlântica, considerada uma das melhores feiras do Nordeste de Minas, além de ser uma das mais tradicionais da região.

Frente do Mercado Municipal - Fotografia: Ernani Frois

          Antes, os feirantes expunham seus produtos em praça pública, mas com a construção do Mercado Municipal em 2024, amplo, arejado e confortável, feirantes e produtores passaram a ter um local adequado para comercializarem seus produtos. O mercado é hoje um dos principais atrativos da cidade e região e um dos maiores fomentadores da economia da cidade. Calcula-se que a feira movimenta em média, 1 milhão de reais por mês.

Mercado Municipal de Itamarandiba - Fotografia: Ernane Frois

          É mais que uma feira e um mercado, é o local de encontro dos itamarandibanos, que vão à feira para uma conversa com amigos ou mesmo, passeio em família para conhecer os produtos feitos nas fazendas do município.

Artesanato

 Artesanato em argila, com escrita no jeito mineiro de falar. Foto: Sérgio Mourão/@encantosdeminas

        Na cidade de Itamarandiba, como em toda a região do Vale do Jequitinhonha, o artesanato, principalmente em barro, é uma de suas maiores identidades culturais e tradicionais.

Gastronomia rica

Tropeiro do Mecado Muinicipal - Foto: Ernane Frois

          Por falar em culinária, a gastronomia itamarandibana é riquíssima, tradicional, colonial e mineiríssima com as nossas principais receitas, presentes em nossa mesa há mais de três séculos, além das delícias que os frutos do Cerrado e Mata Atlântica possibilitam fazer como doces, compotas, sucos, farinhas, etc.