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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Cinco cidades-fantasma em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Outrora cheios de gente e ativos economicamente, esses povoados de rica tradição, cultura e história, deram lugar à monotonia da rotina e lembranças de um passado glorioso, que ficaram nas lembranças de alguns poucos que ainda permanecem nessas localidades.          
          Citaremos cinco: Biribiri (na foto acima de Elvira Nascimento), em Diamantina; Desemboque, o berço da colonização do Triângulo Mineiro, com 27 moradores; a Vila de Mato Grosso, no Serro, com alguns moradores residindo próximo à Vila, o Cemitério do Peixe em Conceição do Mato dentro, onde a maioria dos moradores estão no cemitério e a Matriz da Vila de Dores do Paraibuna, e o povoado em seu redor, inundado por águas em Santos Dumont MG (na foto abaixo do Fabrício Cândido).
          Não tem fantasmas, no sentido literal da palavra, nessas localidades. Eram localidades habitadas e de grande importância social e econômica no passado, mas aos poucos foram diminuindo de importância econômica e social e com isso, de moradores, até terem poucos ou mesmo, nenhum morador.
          Essas são as famosas "cidades-fantasmas" de Minas.
01 - Vila de Biribiri - Diamantina
          A charmosa Vila de Biribiri (na foto acima de Elvira Nascimento) fica em Diamantina MG, no Vale Jequitinhonha, a 298 km de Belo Horizonte. Foi construída em 1876 para ser moradia dos funcionários de uma fábrica de tecidos. 
           O lugar é um charme, com suas casas coloniais pintadas em azul e branco e até os dias de hoje, bem preservadas, bem como sua belíssima e singela igreja (na foto acima do Edison Zanatto). Tem ainda um gerador de energia elétrica próprio, pequeno comércio, bar com tira gosto e até uma pequena pousada, para receber viajantes. Nos áureos tempos do início da industrialização em Minas Gerais, Biribiri chegou a ter mais de mil moradores. 
          A economia e vida em Biribiri girava em torno da fábrica de tecidos. O arraial foi próspero até 1973, quando a fábrica fechou suas portas. Sem emprego e sem perspectivas de reabertura da fábrica, os moradores da vila foram deixando suas casas e migrando para outras cidades, em busca de trabalho e vida melhor. (fotografia acima e abaixo de Alexsandra Almeida)
          A vila foi tombada como patrimônio histórico, restaurada em sua originalidade e está muito bem preservada. É hoje uma das principais atrações turísticas de Diamantina. O visitante também pode conhecer as belezas naturais em seu entorno como as cachoeiras dos Cristais e do Sentinela.
02 - A Vila de Dores do Paraíbuna - Santos Dumont
          Distrito de Santos Dumont, Dores do Paraibuna era uma charmosa vila do século XIX, com uma belíssima igreja, datada de meados do século XIX e um singelo casario colonial em seu redor. (fotografia acima de Fabrício Cândido)
          Na década de 1990, uma nova vila com novo casario e igreja foi construída e seus moradores transferidos, já que o antigo distrito seria inundado pelas águas da Represa de Chapéu d´Uvas, para represar as águas do Rio Paraibuna. A nascente do Rio Paraibuna encontra-se a 50 km de distância. A represa Chapéu d´Uvas tem 12 km de extensão e 41 metros de profundidade. (foto acima de Alexandra Dias)
          Foi construída para ser mais uma fonte de água para abastecer e proteger Juiz de Fora de inundações causadas pelo Rio Paraibuna, além de possibilitar melhor aproveitamento das usinas hidrelétricas da Cemig na região. 
          Com o tempo e com a força das águas, o antigo casario colonial no entorno da igreja foi levado pelas águas. Em pé, restou apenas as estruturas de sua velha matriz, do século XIX (como podem ver na foto acima do Jefferson Formigoni/@jjefinhoformigoni)
          Na estiagem, quando as águas da represa ficam baixas, dá para ver a igreja ainda de pé, mas do casario que ficava em seu redor,  não existe mais que os lembre. Uma beleza histórica, numa região rde grande importância cultural, arquitetônica econômica para Minas Gerais.
03 - Vila de Mato Grosso - Serro MG
          Até 1966, o nome era Vila de Mato Grosso. Posteriormente, foi alterado  para Vila Deputado Augusto Clementino. Mesmo com mudança de nome, a vila continua sendo chamado popularmente de Vila de Mato Grosso. (na foto acima de Thelmo Lins)
          É distrito de Serro MG, no Centro-Nordeste de Minas e fica cerca de 18 km de distância da sede. Sua história começou por volta de 1714, com a chegada de bandeirantes, além de viajantes de outras localidades que vinham à região, por acreditarem que que na Serra da Carola, milagres aconteciam por intercessão de Nossa Senhora das Dores. Até os dias de hoje, é difícil encontrar alguém que não tenha relatos de graças conseguidas por intercessão de Nossa Senhora das Dores.
          A crença e relatos de milagres sempre atraiu peregrinos para o local. Para atender os fiéis, foi construída uma pequena vila com capela e casas bem pequenas, para os devotos ficarem durante o período de peregrinação. Isso porque a serra fica num morro e idas e vindas era muito cansativo para os fiéis, por isso a construção de uma vila, com casas e capela. 
         São cerca de 100 casas muito simples. Muitas delas com apenas um cômodo, paredes caiadas e bancos de madeira entre as pequenas ruas da vila. (foto acima de Thelmo Lins)
          Completando a arquitetura do lugar, a Capela de São Sebastião, padroeiro do distrito e de Nossa Senhora das Dores, construídas em estilo barroco, dão um charme característico das vilas mineiras. Nessas igrejas são realizadas a festa de Nossa Senhora do Rosário, o jubileu e festa de Nossa Senhora das Dores. Embora construídas pelos fiéis, o local pertence a Igreja Católica.
          Nas casinhas não mora ninguém, mas tem moradores nas redondezas próximas. São apenas usadas pelos fieis no mês do jubileu, na 2ª e 3ª semanas de julho, na Festa de São Sebastião em abril e de Nossa Senhora das Dores em setembro. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Por isso que Mato Grosso é conhecida por Vila Fantasma. Só é habitada da nos dias de festas religiosas. Fora dos dias de jubileu, os visitantes podem visitar a vila e conhecer a paz, tranquilidade, charme e a beleza do lugar. Na cidade do Serro, tem guias local que oferecem passeios à Vila Fantasma de Mato Grosso. 
04 - Vila Cemitério do Peixe
          Este pequeno lugarejo, com apenas 7 moradores, é banhado pelo Rio Paraúna. É subordinado ao município de Conceição do Mato Dentro MG, na região Centro-Nordeste de Minas, distante 170 km de Belo Horizonte. A vila Cemitério do Peixe é formada por uma única igreja, dedicada a São Miguel Arcanjo e um cemitério, que deu nome ao lugar. São cerca de 200 casas em estilo colonial caiadas com janelas e portas pintadas em azul, cheias de simplicidade e mistério. (foto acima de Tom Alves/@tomalves.fotografia)
          Em frente a Igreja de São Miguel Arcanjo (na foto acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas) está o cemitério e há uma placa com os dizeres “Ó tu que vens a este cemitério, medita um pouco nesta campa fria: eu fui na vida o que tu és agora, eu sou agora o que serás um dia”. Por essas palavras e por ser um lugar praticamente desabitado, o lugarejo ganhou a fama de "cidade-fantasma"
          Segundo a história popular, por volta de 1860, um rico fazendeiro da região conhecido por Canequinha, doou parte de suas terras à Igreja Católica para que fosse construída uma capela e um cemitério em sua fazenda. Mandou construir ainda algumas casas em torno da capela e do cemitério, para moradia dos padres e fiéis. (na foto acima do Marcelo Santos, estrada para a Vila do Cemitério do Peixe, sob a névoa)
         Por ironia do destino, Canequinha foi enterrado no cemitério que mandou construir. É o primeiro túmulo na entrada do cemitério, com data de sepultamento em 1941. No túmulo há uma placa escrita: "Fundador". (fotografia acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Já o nome peixe, segundo a história popular, vem de um escravo apelidado de "Peixe", que teria sido sepultado no cemitério bem antes do Canequinha. Como o escravo era muito estimado por seu senhor, o local passou a ser chamado de Cemitério do Peixe e o nome se popularizou. 
05 - Vila de Desemboque - Sacramento
 
          O povoamento de Desemboque, distrito de Sacramento no Triângulo Mineiro começou em 1766, com a chegada de bandeirantes em busca de ouro na região e em Goiás. (fotografia acima de Luís Leite)
          Na época, o arraial prosperou a ponto de ter quase 2 mil moradores. Era o centro de lazer da região pois tinha até cassino, além de ser um importante centro comercial e de mineração do Triângulo Mineiro. (na foto acima do Luís Leite, os fundos da Igreja de Nossa Senhora do Desterro e abaixo, um dos velhos casarões da Vila)
          Com a escassez do ouro, a partir de 1871, os moradores foram fechando seus comércios e se mudando para outras regiões mais prósperas, deixando para trás suas casas.
          A vila outrora povoada, ficou deserta. Restou a história de um passado glorioso e relíquias arquitetônicas daqueles tempos como as igrejas de Nossa Senhora do Rosário, construída em 1854 pela Irmandade de Nossa Senhora dos Rosário dos Homens Negros e Pardos. (na foto acima do Luís Leite). Esta igreja é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG, em 1984.
          E ainda a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, construída pelos homens brancos, entre 1743 e 1754 (na foto acima de Luís Leite). Foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG), em 1984. 
          Um detalhe da igreja é o cemitério em seu redor. Naquela época, era comum cemitérios nos fundos das igrejas, com bancos e a frente livre para os fiéis. Em Desemboque não, as sepulturas contornam a Igreja do Desterro. Para entrar na igreja, os fiéis tem que obrigatoriamente passar pelas sepulturas. A igreja e o cemitério são protegidos por uma pequena murada de pedras. 
          Uma vez no ano, seus moradores se reúnem no período da festa junina para carreada de bois e queima da fogueira. (foto acima e abaixo de Luís Leite)
          Nessa época, as lembranças da antiga Vila movimentada de tempos atrás, se torna presente, já que no dia da queima da fogueira e carreada de bois, a vila fica repleta de pessoas, que vem de toda região, para prestigiar a festa.
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terça-feira, 18 de julho de 2017

Cidades de Minas celebram a tradição do carro de bois

(Arnaldo Silva) Por toda Minas Gerais, desfile com carro de bois vem virando tradição. A importância do carro de bois para a vida mineira vem de séculos. É mais que simples peças de madeira, com duas rodas, puxado por juntas de bois. É tradição, é saudade, é saudosismo.
Mesmo com a modernidade, ainda hoje o carro de bois está presente na vida do povo mineiro transportando alimentos, ajudando o homem do campo em sua lida na roça, principalmente nos pequenos vilarejos do interior. (foto  acima de Wagner Indaiá em Matutina MG e abaixo em Engenho do Ribeiro, distrito de Bom Despacho MG)
Pesado, desajeitado e barulhento, por séculos garantiu o sustento de muitas famílias, transportando as riquezas da roça para a cidade e vice versa.(foto abaixo de Wilson Fortunato em Formiga MG)
O amor ao carro de bois nunca acabará. Está na identidade do povo mineiro, passada de geração para geração. E a nova geração, curte com alegria a beleza e encanto do velho carro de bois. Para o carreiro, o “choro” do carro de bois é a mais bela melodia que já ouviu. É algo que emociona e essa emoção sempre foi retratada em versos, prosas e em modas de violas, cantadas por grandes artistas da música sertaneja.
Por isso as centenas de festas e desfiles de carros de bois pelas cidades, distritos e povoados de toda Minas Gerais. É para preservar a tradição do carro de bois, mas também, matar saudades dos tempos de carreiro. (na foto acima, de Wilson Fortunato, carro de bois em Formiga MG e abaixo em Leandro Ferreira MG)
Essas festas espalhada pelos rincões mineiros movimentam a economia local e atraem turistas. Para os que participam dos desfiles com seus bois e carros, é mais que um evento econômico. É a preservação da memória de seus pais, avós e bisavós que trabalhavam com carros de bois. Desse trabalho tiravam o sustento de suas famílias e ajudavam no crescimento de suas cidades. Nos primórdios das cidades de hoje, o carro de bois se fez presente, sendo mola propulsora do crescimento, num tempo que não existiam carros, nem caminhões e nem linha férrea, tudo era transportado em carro de bois. Para chegar até as cidades, por exemplo, querosene, lamparinas, açúcar, roupas, sapatos, tudo mesmo, vinham no carro de bois.
Nas 12 regiões geográficas de Minas, em praticamente todas as cidades, acontecem as carreadas, junto com atividades culturais regionais. Um evento emocionante, mostrando a força e riqueza de nossas tradições. (na foto abaixo de Ézio Donizete, carreada em Macuco de Minas, distrito de Itumirim MG)
As carreadas de bois mais famosas de Minas são presenciadas em Formiga, Abaeté, Piedade das Gerais, Bom Despacho, Desemboque, distrito de Sacramento, Campos Altos, Unaí, São Tiago, Ibertioga, Alterosa, Andrelândia, Caldas, Bueno Brandão, São Gotardo, Jacuí, Leopoldina, Entre Rios de Minas, dentre outras tantas. (na foto abaixo de Wilson Fortunato, concentração de carreiros em Formiga MG)
A Festa do Carro de Bois em Minas é tradição que cresce a cada ano e valorizada porque o carro de bois está no sangue dos mineiros, tanto quanto o queijo.

sábado, 24 de junho de 2017

Conheça a Pedra da Boca

(Por Arnaldo Silva) Quem passa pela MGT-418, perto de Pedro Versiane, distrito de Teófilo Otoni MG, na região do Vale do Mucuri, na divisa com Ataleia MG, se impressiona com a impactante beleza de um Insilberg conhecido por Pedra da Boca. O enorme maciço rochoso é um afloramento monolítico em forma de cúpula, com 1005 metros de altura em seu cume, lembra uma baleia. 
          Uma fenda frontal, aberta a milhares de anos, lembra uma boca, por isso o nome. Tem formato de uma grande baleia, sendo que a fenda frontal em formato de uma boca deu origem ao nome da pedra. Possui 970 m de altura. 
          Não é apenas a beleza da Pedra da Boca que impressiona e atrai turistas para o local, mas também a aventura de escalar a montanha, por isso, cada dia mais percebe-se a presença de amantes de esportes radicais na região. Chegar ao topo, é chegar ao ápice, a da região nos quase mil metros de altura da Pedra da Boca é impressionante.
          No Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce, são comuns esses tipos de afloramentos monolíticos, formando paisagens belíssimas nessas regiões. São afloramentos, que segundo a geologia, é uma exposição de uma rocha na superfície da Terra, que se formam ao longo de milhões de anos por erosão do solo e em alguns casos, por ação do homem, por exemplo, na abertura de estradas ou exploração de pedreiras, mas em sua maioria, são fenômenos naturais.
          Esses afloramentos monolíticos são muito importantes e estudados pela geologia com análises sobre sua idade, composições mineralógicas e químicas, além de poderem fazer mapas geológicos dos tipos de afloramentos existentes nessas regiões, sua extensão, dentre outros estudos. (As fotografias dessa edição são de autoria de Dinho Santos, enviadas pela Cibelle Viana)

Dicas de turismo em 6 cidades frias do Sul de Minas

(Por Arnaldo Silva) Embora o inverno começa oficialmente em junho, o frio sempre chega antes em Minas. Em maio as temperaturas já começam a cair no Estado. E nessa época do ano, uma região de Minas chama a atenção, justamente pelo frio. (na foto acima do do @sitiodocanion, um dia de frio de intenso frio, abaixo e zero grau, em Monte Belo, povoado de Itamonte MG)
          É o Sul de Minas, principalmente nas cidades da Serra da Mantiqueira onde as temperaturas caem tanto que geadas são comuns, em temperaturas abaixo de 0 grau. (na foto acima de John Brandão/fotografo_aventureiro, o Pico dos Marins, que divide Minas e São Paulo, na entrada entre Dilfim Moreira MG e Marmelópolis MG)
          Algumas cidades da região da Mantiqueira são especiais, famosas pelo frio, gastronomia, vinhos, cervejas, chocolates e opções de lazer variadas. (foto acima de Ricardo Cozzo)
Vamos conhecer algumas cidades frias do Sul de Minas?

01- Monte Verde

          Monte Verde (na foto acima de Wellington Diniz) distrito de Camanducaia MG, é uma dos destinos turísticos de Minas que mais cresce no Brasil. Está a 1600 metros de altitude, rodeado por montanhas e paisagens deslumbrantes. Tem uma ótima estrutura para receber o turista, com hotéis, pousadas e restaurantes de qualidade. A arquitetura de Monte Verde tem origem na Letônia, Leste Europeu sendo um dos atrativos do local, juntamente com o frio, que atrai para a cidade casais que gostam de curtir momentos especiais a dois, já que o distrito tem opções para todos os gostos, desde os mais caseiros até os que gostam de esportes radicais. Monte Verde está a 166 km de São Paulo, a 140 de Campos do Jordão e a 488 km de Belo Horizonte. 
02 - Gonçalves
          A 80 km de Monte Verde está a cidade de Gonçalves, conhecida por pérola da Mantiqueira (na foto acima de Marcelo Botosso). Lugar tranquilo, rodeado por paisagens deslumbrantes, cachoeiras, corredeiras do Rio Capivari, matas nativas, propícias para fazer trilhas e passeios em 4x4. No município encontra-se pousadas e restaurantes aconchegantes e um rico artesanato em madeira, tecido, argila, palhas que podem ser encontrados nas lojas da cidade.       
03 - Passa Quatro
          Passa Quatro (na foto acima, de Paulo Santos) tem uma temperatura média mínima de 8ºC e máxima de 13ºC no inverno, segundo o Inmet. No inverno mais rigoroso, pode chegar a 0º C ou até menos que isso. A cidade é charmosa, aconchegante, com uma bela arquitetura urbana, igrejas charmosas, boa rede hoteleira e restaurantes com comidas típicas. No município encontra-se belezas naturais e históricas esplêndidas com matas nativas com trilhas ótimas para caminhadas ou mesmo fazer trilhas de bike, a cavalo e de jeep. Pelo caminho, encontra-se cachoeiras e impressionantes montanhas.
          Outro atrativo imperdível de Passa Quatro é o passeio de Maria Fumaça, nos fins de semana e feriados, pelas paisagens da Serra da Mantiqueira com duas paradas para que os turistas possam conhecer a história da cidade, ver fotos e adquirir o artesanato local, bem como experimentar sua culinária típica. (a foto acima de Anderson Veloso, mostra a Maria Fumaça na Estação de Passa Quatro). Durante o passeio de trem, o turista terá a oportunidade de conhecer o Túnel da Mantiqueira inaugurado por Dom Pedro II em 1881, tendo sido palco de sangrenta batalha na guerra travada entre mineiros e paulistas, durante a chamada "Revolução Constitucionalista de 1932".
04 - Machado
          Machado é considerada pelo  Inmet como uma das mais frias do Sul de Minas. Está a 381 km de Belo Horizonte. (foto acima de Carias Frascoli) A média no inverno varia de 9,4ºC a no máximo 14,3ºC. Em 9 de junho de 1985 foi registrado no município, sua menor temperatura, -1,4ºC . 
          A cidade aconchegante, conta com uma boa rede hoteleira e gastronômica, preserva tradições religiosas e folclóricas. É uma das maiores produtoras de café de Minas e conta também com várias atrações como o monumento do Cristo e o Lago Artificial, conhecido por prainha, inaugurado em 1981, a Casa da Cultura, além de abrigar o Instituto Federal de Minas Gerais.        
          Quem visitar Machado no mês de agosto poderá conhecer a Festa de São Benedito, com mais de um século de existência é uma das mais antigas e tradicionais festas religiosas, cultural e folclórica de Minas Gerais. A festa é realizada durante 12 dias do mês de agosto.   Indo à cidade, não deixe de experimentar também o famoso Pastel de Fubá  uma das principais iguarias do município. O pastel de fubá é encontrado em vários pontos da cidade e no popular Mercado Municipal. A culinária de Machado é ótima e diversificada. A cidade possui pesqueiros, pizzarias, comida oriental e comida tradicional de Minas. 
05 - Caldas
          Caldas é uma das cidades mais antigas de Minas Gerais. É conhecida nacionalmente pela sua culinária, principalmente quitandas diversas. Todos os anos a cidade promove a Festa do Biscoito que atrai turistas de toda a região e de vários estados do Brasil nos dias de festa, que acontece todos os fins de semana do mês de julho de cada ano, em Pocinhos do Rio Verde, distrito de Caldas. A cidade é também uma das pioneiras na produção de vinhos em Minas, sediando um Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a estação enológica e vinícola da estatal. (na foto abaixo, do Erasmo Pereira, a Estação Experimental da Epamig em Caldas MG)
          O município possui belas paisagens, cachoeiras, montanhas, grutas, cavernas, formações rochosas e água medicinal, que fica no distrito de Pocinhos do Rio Verde.  A Pedra Branca e a Pedra do Coração suas duas paisagens lindas de Caldas que merecem ser visitadas. Na Pedra do Coração tem a capelinha de Santa Bárbara, singela e bem simples.  
06 - Maria da Fé
          É a cidade mais fria de Minas segundo o Inmet. A média mínima no inverno é 5,4ºC e máxima de 10,1ºC. A menor temperatura registrada no município, segundo o Inmet, foi em 21 de julho de 1981 quando os termômetros marcaram -8,4ºC. Nos últimos invernos as temperaturas estão sempre próximas do 0 grau ou abaixo. (foto acima de Cássia Almeida)
          Maria da Fé é a pioneira na produção de azeites na Serra a Mantiqueira. Através da Epamig, que mantém tem sua fazenda experimental na cidade, foi a responsável por introduzir as oliveiras na cidade e na região da Mantiqueira (na foto acima do Erasmo Pereira/Epamig). São azeites de alta qualidade, reconhecidos internacionalmente. A fazenda da Epamig é aberta a visitação.
          Um atrativo para os turistas no inverno são as cerejeiras que foram plantas após a desativação da linha férrea na cidade. As cerejeiras seguem o trajeto da linha. (na foto acima de Rinaldo Almeida) O entorno da cidade o visitante se depara com paisagens de tirar o fôlego. O Pico da Bandeira (não é o de Alto Caparaó MG) é um dos mais visitados, bem como a Pedra do Pedrão. 
          A igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes é um espetáculo. Vale a pena uma visita. (na foto acima de Gislene Ras) No mês de julho acontece na cidade o Festival de Inverno com produtos culinárias locais como o azeite, shows e bebidas e comidas quentes, já que o inverno é muito rigoroso.
Mais cidades
          Toda a região Sul de Minas é fria no inverno. Praticamente em todas as cidades da região acontece geadas no inverno com termômetros próximos de 0 grau ou abaixo como em Poços de Caldas, Sapucaí-Mirim, Carvalhos, Paraisópolis, Brasópolis, Cambui, Alagoa, Bueno Brandão, Baependi, Virgínia, Aiuruoca, São Bento Abade, Extrema (na foto acima de Joseane Astério) entre tantas outras cidades, que além do frio, tem muitas belezas naturais e ótimas culinárias tipicamente mineiras.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Saiba onde encontrar os melhores Azeites Mineiros

(Por Arnaldo Silva) A primeira extração de azeite em Minas Gerais foi em 2008, após décadas de pesquisas e experimentos feitos pela Empresa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em Maria da Fé, no sul do estado. Desde então, a produção de azeites na região da Serra Mantiqueira começou a crescer, tanto em quantidade e qualidade, chegando a ter hoje cerca de 200 olivicultores que
cultivam o fruto típico dos países do mar Mediterrâneo em cerca de 50 municípios. Esse crescimento registrado a cada ano coloca Minas Gerais na rota da extração e produção de azeites no Brasil e no mundo. 
          A região da Mantiqueira (formado por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) é o maior produtor de azeitonas do Brasil, sendo Minas Gerais o Estado que produz a maior parte do fruto.  O azeite produzido na região é mais saboroso que o azeite importado e considerado de qualidade próxima aos famosos azeites portugueses, espanhóis, italianos e gregos.  (fotografias acima de Erasmo Pereira - Ascom Epamig de Maria da Fé MG/Divulgação).
Algumas marcas de Azeites da Serra da Mantiqueira
AZEITE PRADO & VAZQUEZ - Alagoa MG
          O clima da Serra da Mantiqueira favorece o cultivo de oliveiras. A produção de azeite de qualidade nessa região do Sul de Minas, está sendo reconhecido, inclusive internacionalmente. O azeite extra virgem de Alagoa MG vem se despontando como produto de ótima qualidade, abrindo novas vagas de trabalho na cidade. A marca do Azeite é Prado & Vasques, produzido pela Cauré Agronegócios, na Fazenda Arrozal. Contato pelo telefone: 98024-5152
AZEITE BORRIELLO - Andradas MG
          A marca pertence ao Casal Carla Retuci e Mário Borriello, de Andradas MG. Extraem azeite de arbequina e grappolo na fazenda, aberta a visitação. Em 2018, esse azeite foi um dos premiados no concurso internacional World´s Best Olive Oils New York, na categoria Blend. Informações: 35 98876-2904
VERDE OLIVA - Delfim Moreira MG
          Azeite orgânico produzido em Delfim Moreira MG, pelo casal Newton Litwinski e Fátima Garcia. Visitas a fazenda podem ser agendadas e também aceitam encomendas pelo correio. Informações: tel.: 35 3624-1334 (foto acima de Mateus Ribeiro)
PAIOL VELHO - Cristina MG
          Numa fazenda em Cristina MG, pertencente a família de Luiz Menezes, são plantados 4 variedades de azeitonas. A produção desse azeite vem crescendo a cada ano. Informações pelo telefone: 12 99719-2083
NVOVÓ - Maria da Fé MG
          A Estatal Mineira sediada em Maria da Fé MG, produz azeites em seus olivais experimentais e processa azeitonas de produtores da Região da Mantiqueira. Informações: tel.: 35 3662-1227 (foto acima de Rinaldo Almeida)
AZEITE SERRA QUE CHORA - Itanhandu MG
          AZEITE EXTRA VIRGEM 0,1% de acidez (valor de referência até 0,8%). Esse azeite das Terras Altas da Mantiqueira, (Itanhandu MG) é de altíssima qualidade. Fotos e demais informações você pode obter pelo pelos telefones: (35)3361.1233 / (35)3361.1014 / (31)98788.2051.(foto:reprodução do Facebook na página Azeite que Chora)​
Locais onde encontrará o azeite Serra que Chora:
Em Contagem: Casa Pimentel Empório
R. Manoel Alves, 237 - Centro, Contagem - MG, 32041-400​
Em Belo Horizonte: Distral Cruzeiro - Nectar do Serrado
R. Ouro Fino, 452 - Cruzeiro, Belo Horizonte - MG, 30310-110
Em São Paulo:Mercado Municipal de Pinheiros
R. Pedro Cristi, 89 - Pinheiros, São Paulo - SP, 05421-040
AZEITE OLIBI - Aiuruoca MG
          Azeite produzido em Aiuruoca MG do produtor Nélio Weiss. A fazenda é aberta do público e o empresário, além da produção do azeite, colabora com o reflorestamento, com o Projeto Adote uma Oliveira com o objetivo de reflorestar a região com o cultivo de oliveiras.(fotos acima enviadas por Marlon Arantes/Divulgação) O azeite Olibi, que em tupi-guarani significa "Óleo da Terra", é um dos mais premiados azeites do Brasil, de altíssima qualidade e reconhecimento nacional e internacional. Para conhece o azeite, a história, contato, bem como informações de como fazer uma visita á fazenda, entre em contato através telefone 35 9983-0957
Onde encontrar alguns dos azeites mineiros em BH:
De Lá
Endereço: rua Santa Rita Durão 919, Savassi, Belo Horizonte/MG
Informações: (31) 3225-6347

Néctar do Cerrado (Mercado Distrital do Cruzeiro)
Endereço: rua Ouro Fino 452, loja 2B, Cruzeiro, Belo Horizonte/MG Informações: (31) 8706-5074
Casa Bonomi
Endereço: av. Afonso Pena 2600, Funcionários, Belo Horizonte/MG Informações: (31) 3261-3460/8334

Empório do Carmo
Endereço: 
rua Grão Mogol 535, Carmo, Belo Horizonte/MG
Informações: (31) 2555-4545

Roça Capital (Mercado Central)
Endereço: av. Augusto de Lima 744, loja 268, Centro, Belo Horizonte/MG Informações: (31) 3789-8669

Mercado Grano
Endereço:
 rua Niágara 320, Jardim Canadá, Nova Lima/MG
Informações: (31) 3541-1036

A diferença entre o queijo do Serro e o queijo Canastra

(Por Arnaldo Silva) Nos dois melhores queijos do Brasil, Serro e Canastra, são usados leite cru na produção com adição do "pingo" que é o fermento láctico natural, recolhido a partir do soro drenado do próprio queijo. O que difere um do outro é o processo de produção, desde o manejo do gado, pastagens, água, ordenha, até o leite ir para as queijarias e, principalmente, pela ação das bactérias que agem no mundo vivo dos queijos. São as bactérias, ácaros e fungos que dão características, personalidades, textura, cor e sabor dos queijos.
          Esse é o grande diferencial porque cada região tem suas características próprias, bactérias, ácaros e fungos diferentes, devido as diferenças regionais como clima, solo, manejo do gado etc., que interferem na ação dos microrganismo que atuam no leite e nos queijos. O resultado final são dois queijos de excelente qualidade, constantemente premiados no Brasil e no exterior, com grande reconhecimento internacional. (acima, na foto à esquerda, do Tiago Geisler, o Queijo do Serro e à direita, de Arnaldo Silva, o Queijo Canastra)
Queijo do Serro
          Produzido há mais de 300 anos, da mesma forma na cidade do Serro e sua região queijeira formada pelos municípios pelo próprio Serro, Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé e Serra Azul de Minas. É um dos melhores queijos do mundo, com várias premiações nacionais e internacionais. (na foto acima de Tiago Geisler, o Queijo do Serro)
          O modo artesanal da produção do queijo do Serro é Patrimônio Imaterial de Minas Gerais, reconhecido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG e do Brasil tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
          Feito de leite cru e no tradicional sistema do "pingo" um fermento natural obtido com o pingo do próprio leite. O 'pingo", preserva a flora bacteriana original. O resultado é um queijo de massa consistente, firme, coloração clara, macia e sem rachaduras. 
          Possui maior acidez em relação aos outros queijos. Quando curado, ganha uma casca amarela e dependendo do tempo de cura, como de 60, 120 ou 180 dias na maturação, adquire uma rígida casca marrom, enrugada. 
Queijo da Serra da Canastra
          Produzido há mais de duzentos anos, é o melhor queijo do Brasil e um dos mais premiados do mundo, sendo Patrimônio Imaterial mineiro, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG) e brasileiro, tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). (foto acima de Arnaldo Silva) 
          É produzido na Serra da Canastra, tradicional região queijeira formada pelos municípios de engloba as cidades de São Roque de Minas, Medeiros, Bambuí, Vargem Bonita, Piumhi, Tapiraí e Delfinópolis. 
          É um tipo de queijo em que se pode dizer claramente, é único. Não tem igual em lugar algum do mundo. É feito com leite de vaca cru. 
          Sua massa é prensada à mão, por isso é densa e encorpada. Tem um sabor forte, massa levemente cremosa e meio picante. Sua casca é rígida, lisa, ligeiramente oleosa, com coloração amarelada, apresentando mofos brancos na superfície. 
          Tanto o Queijo Canastra, quanto o Queijo do Serro, são queijos únicos e inigualáveis. Ambos de qualidade, textura e sabor, diferenciados, reconhecidos no Brasil e no mundo inteiro, como dois dos melhores queijos da atualidade. Prova disso, são as constantes premiações nacionais e internacionais dos queijos da Canastra e do Serro.
          Escolhendo um ou outro, a escolha está bem feita. São queijos de primeiríssima qualidade!

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Ouro na França e Super Ouro no Brasil

(Por Arnaldo Silva) Você vai conhecer o mais novo queijo mineiro premiado na França e sua história de coração e superação, diante das dificuldades de se produzir e comercializar queijos artesanais no Brasil.
              Um queijo mineiro que entrou recentemente para o seleto clube dos melhores do mundo. É o queijo produzido na Fazenda Bela Vista, em Alagoa MG, pequeno município com menos de 3 mil habitantes, Sul de Minas Gerais.
          O casal de produtores de queijo minas artesanal Renato e Thaylane, conquistaram uma medalha de ouro e duas de bronze com o queijo Bela Vista, produzido na fazenda de mesmo nome, no último concurso Mondial du Fromage, realizado em Tours, na França, em junho de 2019. 
          Na edição seguinte, realizado em 12, 13 e 14 de setembro de 2021, o Queijo Premium, foi novamente agraciado com medalha de ouro.
          
O Mondial du Fromage é a Copa do Mundo dos Queijos. Realizado na França a cada dois anos, é o mais importante concurso de queijos do mundo.
Na última edição, que aconteceu em setembro/2021, foram 940 queijos disputando de todos os 46 países que disputaram o concurso.           O Brasil levou 57 medalhas, sendo 40 somente para Minas Gerais com medalhas super ouro, ouro, prata e bronze, com destaque para o Queijo Premium da Fazenda Bela Vista, premiado pela segunda vez consecutiva com a medalha de ouro.
          Além de ser bi campeão na França, com duas medalhas seguidas de ouro, o Queijo Premium da Fazenda Bela Vista, é Super Ouro no concurso Queijo Brasil, realizado em 2019.
          O queijo da Fazenda Bela Vista é hoje um dos melhores queijos do mundo.
          O queijo minas artesanal gera renda e emprego para mais de 30 mil famílias em cerca de 600 municípios mineiros. É reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). 
O queijo da Fazenda Bela Vista pode ser encontrado em:
- Alagoa – MG – Fazenda Bela Vista – Villarejo Café
- Itanhandu – MG – Supermercado Mafra
- Passa Quatro – MG – Mercadinho do Lourencinho – Mercearia do Lico
- Pouso Alto – MG – Restaurante Lírio do Vale – Uai Distribuidora
- São Lourenço – MG – Di Minas Queijaria
- Caxambú – MG – Empório RGS – O Rei do Queijo
- Aiuruoca -MG – Armazém Macieira
- Tiradentes – MG – Rocambole e Cia
- Muzambinho – MG – Venda do Neca
- Igarapé – MG – Rei Artur Empório e Bistrô
- Florianópolis – SC – Ao Queijo
- Taubaté – SP – Winne2all
- Americana – SP – O mió do queijo
- São Paulo – Armazém do Mineiro
- Guarulhos – SP – República UAI
- Porto Velho – RO – Canto do Queijo
- Brasília – DF – Empório Capital
- Rio de Janeiro – Italia In Barottolo
          A Fazenda Bela Vista, tem ainda loja física na cidade de Alagoa à rua Antero Lopes Siqueira (foto acima), 143 e site (www.fazendabelavistaalagoamg.com.br), onde o visitante pode conhecer mais sobre a Fazenda, a produção de queijos, além de poder adquirir os queijos premiados e outros tipos de queijos feitos na fazenda.
ORIGEM
           A origem e historia do Queijo Fazenda Bela Vista
contada pelo casal de produtores, Renato e Thaylane.
          "Nossa história: Sr. Cláudio e Sra. Maria casaram e foram morar no sítio do pai do Cláudio. Os irmãos do Cláudio foram tentar a vida na cidade grande e outros foram para a cidade de Alagoa mesmo e no bairro Companhia no alto da montanha ficaram o casal Cláudio e Maria, que desde o início o sustento do casal vem do trabalho rural, tirando leite e fazendo o Queijo Artesanal de Alagoa todos os dias.
          O casal teve 3 filhos: Cláudia, Carolina e Renato. Hoje todos já casados. Renato foi tentar a vida na cidade grande, mas vendo que não era aquilo que ele queria para o resto de sua vida, voltou para Alagoa e foi trabalhar com seus pais na roça, tirando leite, fazendo queijo e cuidando do sítio. 
          No ano de 2017 as coisas ficaram bem difíceis, os compradores do queijo que desde o início Cláudio e Maria sempre passaram os queijos para os “atravessadores” que compram o queijo do produtor e revendem, muitas vezes são os atravessadores que colocam o preço no queijo. E o preço em 2017 na época das águas estava baixo demais e dinheiro não estava dando para pagar a ração do gado e muito menos para fazer a despesa da família. A queijeira chegou a ficar com mais de 600 kg de queijos empacados sem ter para quem vender. 
          Vendo a situação dos pais, Renato e sua esposa Thaylane colocaram no carro 12 peças de queijos de 5 kg cada e saíram para as cidades vizinhas, venderam 2 peças e voltaram com 10 dentro do carro. Quando Cláudio viu, ele perdeu a esperança e disse que teria que entregar os queijos por qualquer preço que pagassem pois, já não havia mais espaço para colocar os queijos na queijeira e as contas estavam acumulando. Mas para Renato e Thaylane foi só o começo.  Eles estavam com o casamento marcado para o julho de 2018 e decidiram pegar o dinheiro que estavam juntando e compraram uma máquina de embalar a vácuo e investiram dinheiro também em embalagens e em rótulos. 
          Devagar foram entrando nas cidades vizinhas e divulgando o queijo que passou a se chamar Queijo Artesanal de Alagoa MG Fazenda Bela Vista e com isso eliminaram os atravessadores da fazenda em pouco tempo. Começaram a participar de concursos, o 1º foi em Alagoa mesmo no ano de 2018, o queijo da Fazenda Bela Vista foi eleito o Melhor Queijo Artesanal de Alagoa, mas o casal não parou por aí, no mesmo ano foram para São Paulo e participaram do Prêmio Queijo Brasil e lá também conquistaram mais prêmios.
          No ano de 2019 receberam o convite do amigo e também produtor rural de Alagoa, Humberto, para enviar 3 exemplares do queijo da fazenda para Mondial du Fromage na França. A portadora foi a Mrly Leite, do queijo Senzala de Araxá-MG. No início seria apenas mais um concurso que iriamos participar. Colocamos os queijos no correio e pronto, só ficamos sabendo que tudo tinha dado certo pelo instagram do queijo canastra e foi aí que veio a maior e melhor notícia, a Fazenda Bela Vista conquistou medalhas com os 3 exemplares de queijos enviados: 1 ouro e 2 bronze, foi muita alegria passar por tudo que passamos e ter esse reconhecimento, é tudo que um produtor rural merece. Em 2021, retornaram ao concurso Mondial du Fromage e trouxeram novamente a medalha de ouro.
          Essa conquista não só da Fazenda Bela Vista, mas sim de todos os produtores rurais de Alagoa que colocam a mão na massa todos os dias. É o primeiro ouro de Alagoa em um mundial de queijo. E para finalizar Renato e Thaylane realizaram o tão sonhado casamento". 
Fotografias de Informações enviadas pela Thaylane.

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