(Por Arnaldo Silva) O morango é uma das frutas mais apreciadas no mundo. Para a Botânica, morango não é uma fruta e sim uma hortaliça, um pseudofruto. A parte comestível do morango não é o fruto. O morango mesmo são aquelas sementinhas pretas revestidas por uma camada carnuda interna branca e vermelha por fora, conhecida como receptáculo floral, cuja função é proteger os frutos.
O morangueiro (Fragata L.) é uma planta da família das Rosáceas, de origem Europeia, presente no mundo todo em cerca de 20 variedades. Segundo a Botânica, toda fruta surge após a fecundação, com o amadurecimento do ovário, que por fim se desenvolve em fruta, propriamente dito.
Com o morango esse processo natural de desenvolvimento de uma fruta não acontece, já que a parte consumida do fruto do morangueiro, não se desenvolve a partir do ovário da planta e sim a partir de um tecido de outras partes florais presentes em sua polpa. Sendo assim o morango é considerado um pseudofruto. O mesmo é o caso do caju, abacaxi e maçã, também, pseudofrutos.
Independentemente da classificação botânica, se o morango é hortaliça, pseudofruto ou não, ninguém no mundo vai deixar de chamar morango de fruta e por sinal, uma das mais apreciadas frutas do mundo, junto com a uva.
Independentemente da classificação botânica, se o morango é hortaliça, pseudofruto ou não, ninguém no mundo vai deixar de chamar morango de fruta e por sinal, uma das mais apreciadas frutas do mundo, junto com a uva.
No Brasil o fruto é cultivado em vários estados, principalmente em Minas Gerais, que é o maior produtor da fruta no país, respondendo por 65% da produção de morangos no Brasil.
O morangueiro é um dos campeões no uso de defensivos agrícolas, pelo fato da hortaliça ser muito vulnerável a ataques de pragas e doenças. O uso de defensivos nas plantações diminui os nutrientes da fruta, bem como coloca os consumidores vulneráveis aos efeitos nocivos de agrotóxicos nos alimentos.
O morangueiro é um dos campeões no uso de defensivos agrícolas, pelo fato da hortaliça ser muito vulnerável a ataques de pragas e doenças. O uso de defensivos nas plantações diminui os nutrientes da fruta, bem como coloca os consumidores vulneráveis aos efeitos nocivos de agrotóxicos nos alimentos.
Esse cenário ruim para o consumidor vem mudando a cada ano, com o aumento da produção de morangos, cultivados sem uso algum de agrotóxicos, portanto, saudáveis e mais nutritivos.
Por não conter agrotóxicos, esses morangos duram menos tempo que o convencional, mas com a vantagem de ter a polpa mais firme, mais doce e mais avermelhada.
Por não conter agrotóxicos, esses morangos duram menos tempo que o convencional, mas com a vantagem de ter a polpa mais firme, mais doce e mais avermelhada.
Esse crescimento da agricultura sem veneno, principalmente em Minas Gerais, vem trazendo resultados significativos na economia mineira, por não ter gastos com os agrotóxicos, nem risco para a saúde de quem os produz, e vem ganhando a confiança do consumidor, que está adquirindo um produto de qualidade e saudável. Ganham todos.
É o caso de uma pequena propriedade no Sul de Minas, que iniciou sua plantação de morangos SAT (Sigla para Sem Agrotóxico, certificado que é concedido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA). O convencional usa defensivos químicos permitidos por lei. O orgânico usa adubos naturais produzidos na propriedade ou não, controlados por uma certificadora. O SAT utiliza produtos naturais e biológicos produzidos na propriedade ou não e não utiliza defensivo químico.
As propriedades para usarem o sistema SAT têm que ter certificado concedido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), com renovação anual. O próprio instituto orienta os produtores como proceder para manter a produção natural, de acordo com as regras, sendo indicada também, acompanhamento e orientação de profissionais especializados, como agrônomos. O produtor deverá seguir as regras exigidas pelo IMA.
Uma dessas regras é não usar nenhum tipo de agrotóxicos na plantação. Durante o ano, os fiscais do IMA visitam as propriedades, colhem amostras das folhas, frutos e adubo para análises. Estando de acordo com as normas, não tendo, por exemplo, nenhum tipo de agrotóxicos, o certificado é mantido, caso contrário, é suspenso e o produtor tem prazo para se adequar as exigências para ter de volta o certificado SAT.
Um dos exemplos da iniciativa de produzir morangos SAT é o Sítio Cedro Vermelho localizado em Franceses, distrito de Carvalhos MG, no Sul de Minas, esse sitio conta com a consultoria técnica na propriedade de uma empresa de São Paulo.
Os proprietários adquiriram cerca de três mil pés de morangos, da espécie Albion, importados da Espanha, sendo cultivados no sistema semi-hidropônico, onde a nutrição chega diariamente via gotejamento, essas mudas foram plantadas suspensas em calhas recicladas em uma estufa de 40mts x 9mts, cujo substrato foi feito com compostagem feita na propriedade, com esterco, calcário, melaço termo fosfato, muita matéria orgânica e palha de arroz carbonizada.
A grande vantagem do cultivo sem agrotóxicos é a qualidade, bem como produtividade do produto. Os morangos produzidos no Sítio Cedro Vermelho são saudáveis, maiores, chegaram de 70 a 80 gramas na primeira florada em setembro, época do morango. O que garante maior rentabilidade da fruta. São grandes, vistosos, bem avermelhados e pelo tamanho, a proprietária diz que seus morangos eram chamados de morango maçã.
O auge da colheita do morango se faz entre agasto e dezembro, mas por estar protegido na estufa e com adubação profissional são colhidos mensalmente 150 kg fora da época.
O Sítio Cedro Vermelho recebe visitantes que tem a oportunidade de ter uma experiência única no sul de minas. O visitante tem a oportunidade de entrar na estufa, colher os morangos que desejar, pesar e pagar. Ou seja, você mesmo escolhe e colhe o morango que irá consumir. O interessante é que os morangos são embalados, mas não em sacolas plásticas, mas em cestos artesanais de bambu, feitos por artesãos da região.
No sítio está sendo iniciado o plantio de árvores frutíferas. Já foram plantados 400 pés de mirtilo (blue berry), 300 de amoras e 200 de framboesas. Dentro das estudas, estão sendo plantados 26 pés de uvas sendo das variedades Niágara-rosa, Niágara-branca e Uva Itália sem sementes, juntamente com os morangos. Com o passar do tempo, os pés crescerão e darão sombra para os morangos nos dias de verão.
Além das frutas, os visitantes podem adquirir compotas, doces, sucos, polpas, morangada, licor e geleias feitos com morango, em cozinha com fogão a lenha.
Além das frutas, os visitantes podem adquirir compotas, doces, sucos, polpas, morangada, licor e geleias feitos com morango, em cozinha com fogão a lenha.
Para visitar o Sítio Cedro Vermelho, entre em contato com a Mônica Rodrigues pelo Whatsapp 35 9 9805-2287 ou pelo email: monicarodrigues1605@gmail.com
Como chegar ao Sítio Cedro Vermelho?
Chegando à Carvalhos, pegue a estrada para o distrito de Franceses. São 12 km de estrada de terra, mas bem conservada. Já no distrito, encontrará placas de sinalização apontando o caminho para chegar. São apenas 800 metros do povoado.
Chegando à Carvalhos, pegue a estrada para o distrito de Franceses. São 12 km de estrada de terra, mas bem conservada. Já no distrito, encontrará placas de sinalização apontando o caminho para chegar. São apenas 800 metros do povoado.
Carvalhos MG fica no Sul de Minas e tem menos de 5 mil habitantes, com trilhas, picos e lindas cachoeiras, como esta abaixo, da Estiva, a mais conhecida na região. Faz divisa com os municípios de Aiuruoca, Seritinga, Liberdade, Bocaina de Minas, próximo às divisas de Minas com o Rio de Janeiro e São Paulo. (na foto abaixo a Cachoeira dos Franceses)
Distância de Carvalhos às capitais:
Distância de Carvalhos às capitais:
De Belo Horizonte a Carvalhos são 390 km via BR 267 e BR 040 Do Rio de Janeiro a Carvalhos são 272 km via BR 116
De São Paulo a Carvalhos são 367 km, via BR 316
Por Arnaldo Silva com colaboração e fotografias de Mônica Rodrigues
De São Paulo a Carvalhos são 367 km, via BR 316
Por Arnaldo Silva com colaboração e fotografias de Mônica Rodrigues