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sábado, 5 de outubro de 2019

A Vila da Capela do Saco

(Por Arnaldo Silva) Capela do Saco é um distrito de Carrancas, na região do Campo das Vertentes. Lugar de rara beleza fica às margens do Rio Grande. Tem sua origem no início do século XVIII, na Fazenda do Saco, de propriedade de Dona Júlia Maria da Caridade. (na foto abaixo do Rildo Silveira, vista do vilarejo)
          Nesta fazenda, foi erguida nos primeiros anos do século XVIII, uma singela capela em pedras, dedicada a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, motivada pela crença da aparição da santa às margens do Rio Grande. Hoje a capela tem mais de 300 anos, sendo considerado o primeiro patrimônio histórico de Carrancas. (na foto abaixo de Gilson Nogueira) No mês de julho, a Festa da Imaculada Conceição, é uma das mais fortes e antigas tradições do município.
          Construir capelas em fazendas era prática comum nos tempos do Brasil Colônia devido à dificuldade de locomoção até as igrejas, que ficavam nas cidades. As capelas construídas serviam para orações e práticas da fé católica dos proprietários e seus familiares. Muitas dessas capelas construídas dentro de fazendas deram origem a grandes povoados e até cidades. (foto abaixo Rogério Salgado)
          A partir de 1879 as terras em torno da capela foram doadas para formação de um povoado. Neste caso, como a capela foi construída na Fazenda do Saco, o povoado que surgiu em torno da mesma, passou a ser chamado popularmente de Capela do Saco. 
          Hoje a Capela de Nossa Senhora da Conceição é patrimônio tombado pelo IEPHA/MG e um dos mais importantes patrimônios de Minas, bem como toda a vila, que foi de grande importância para a economia local no século 18. (foto acima de Gilson Nogueira) Quando não existia a ferrovia, o Porto do Saco, às margens do Rio Grande, foi um importante canal comercial para escoamento da produção de ouro de São João Del Rei e Ouro Preto, até o porto final de Paraty. Quando possível, boa parte da produção seguia de barco pelos rios e completava o trajeto em carros de bois até o destino final, Paraty, onde o ouro de Minas seguia em navios para Portugal. 
          Além da rica história da Capela do Saco, não se esqueçam que fica em Carrancas, uma das maravilhas de Minas graças a suas paisagens paradisíacas, constantemente sendo cenário de novelas e filmes, o povoado é também rico em belezas naturais como cachoeiras, o Rio Grande e a represa de Camargos (na foto acima e abaixo de Jerez Costa) onde os turistas trazem lanchas, botes, jet skis e se deliciam em suas águas.
          A Capela do Saco tem outro tesouro valioso. Seu povo. Gente simples, atenciosa, gentis, muito hospitaleiros e adoram uma boa prosa com os visitantes. Vale a pena conhecer a Vila da Capela do Saco, suas belezas, história e seu povo maravilhoso. 
Como Chegar a Capela do Saco
DE CARRO
Saindo de Belo Horizonte pegue a Rodovia Fernão Dias, sentido Betim e siga até a entrada de Lavras e pegue a BR 265 e siga as placas indicativas até Carrancas. Próximo a Itutinga avistará a Represa de Camargos, o Rio Capivari e a Serra de Carrancas. De Itutinga a Carrancas são 26 km e de Carrancas, para a Capela do Saco. Basta seguir as placas indicativas na cidade ou parar perguntar como chegar.
DE ONIBUS
Terá que ir até São João Del Rei e de lá pegar outro ônibus para Caquende que sai da rodoviária duas vezes ao dia. Chegando a Caquende, terá que atravessar o Rio Grande de balsa (na foto acima de Gilson Nogueira), é rápido a travessia que acontece quatro vezes ao dia. 

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Produção de trigo cresce em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Triticum spp. o nosso trigo, originário da Síria, Jordânia, Turquia e Iraque, no Oriente Médio é uma gramínea presente em todos os países do mundo. Sua origem data de 10 mil anos e é a maior cultura de cereais desde os tempos antigos. Em seguida vem a cultura do arroz e o milho. Os grãos do trigo são usados na fabricação de farinha e com esta o pão nosso de cada dia e outros alimentos presentes na culinária de todos os países do mundo. Além da alimentação humana, do trigo são criados alimentos para animais domésticos e usado também na fabricação de cervejas. 
          Chegou ao Brasil em 1531 através do português Martin Afonso de Souza já que a planta não existia no recém-descoberto Brasil e os portugueses necessitavam dos alimentos à base de trigo, principalmente pão. As primeiras sementes foram plantadas no que é hoje o Estado de São Paulo. Por ser uma planta de clima frio, foi levado para o Sul do país, onde encontrou solo propício para seu cultivo, bem como clima adequado ao seu desenvolvimento. Durante séculos de colonização, a produção de trigo foi ínfima, devido às dificuldades de manejo, pouca mão de obra e constantes guerras locais. A situação só começou a melhor a partir da Independência em 1822 e com a chegada de imigrantes alemães a partir de 1824 e dos imigrantes italianos, que começaram a chegar ao Brasil a partir de 1875. Foi um novo impulso à produção de trigo no Brasil. 
          Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, Minas Gerais é hoje o terceiro maior produtor de trigo no Brasil, atrás do Paraná, o maior produtor e do Rio Grande do Sul,  o segundo. 
          O Brasil produz em média 5,2 milhões de toneladas de trigo por ano e importa sete milhões de toneladas todos os anos, ou seja, o consumo de trigo no Brasil é de mais de 12 milhões de toneladas anuais, sendo a produção nacional insuficiente para abastecer o mercado interno. 61% do trigo consumido no país são importados. 
          Por isso a necessidade de ampliar a área de produção de trigo no país, para outras regiões brasileiras. Além da produção insuficiente, o frio extremo, as chuvas e geadas constantes no inverno na região Sul do Brasil, ocasiona perdas nas plantações, o que compromete o consumo, bem como encarece o produto, já que para repor as perdas e abastecer o mercado interno, tem que aumentar as importações, além do normal.
          Como a demanda interna maior que a produção, surgiu a necessidade de ampliar a área de plantio de trigo no Brasil. O trigo encontrou solo perfeito para se desenvolver em Minas Gerais e com qualidade, haja vista o crescimento da safra a cada ano, bem como a aceitação do mercado consumidor para o trigo mineiro, desde as grande indústria de moageira, até a pequenas panificadoras artesanais. 
          Isso porque o solo mineiro é muito fértil, o inverno não é tão rigoroso como no Sul do país e pelo fato do clima nessa época do ano ser bem seco. Esses fatores proporcionam uma menor incidência de pragas e doenças nas lavouras, possibilitando o uso menor de defensivos agrícolas, gerando menos gastos para o produtor. Outro ponto importante é que Minas Gerais é um considerado o celeiro do Brasil. 
          As fazendas mineiras produzem feijão, arroz, milho, soja, café, etc. e já tem infraestrutura na produção agrária como tecnologia, maquinários, mãos de obra especializada, armazéns para armazenamento de grãos, etc., necessitando apenas de alguns ajustes no plantio e colheita do trigo. Diante desse cenário positivo, os triticultores (quem produz trigo) mineiros começaram a investir no plantio de trigo, principalmente na entressafra.
           O início foi tímido, com uma produção pequena nas décadas de 1980/90. Hoje o Estado ocupa a quarta colocação na produção de trigo no Brasil, com tendência a crescer muito mais. Há 10 anos, por exemplo, a produção de trigo em Minas era em média 20 mil toneladas, por ano. 
          Na safra 2018/2019 chegou a 208,3 mil toneladas, um aumento significativo, mas insuficiente para abastecer todo o mercado mineiro, cuja demanda anual é quase um milhão de toneladas por ano. A tendência é a produção de trigo crescer anualmente em Minas Gerais, ampliado as áreas plantadas, a ponto da produção atender toda a demanda anual do Estado, num futuro próximo.    
          Para se ter uma ideia desse crescimento, nos últimos 10 anos, a área de trigo plantada no Estado de Minas Gerais cresceu de 11,7 hectares para mais de 88,3 mil hectares em 2019, segundo dados da Embrapa. Hoje, cerca de 32% do trigo consumido pelos mineiros é produzido em Minas. Realidade diferente de 2006, por exemplo, que era apenas 2%. 
          A tendência é essa área ampliar mais, já que esse tipo de monocultura tem mercado no Brasil, ainda muito dependente das importações. Por isso o trigo vem conquistando cada vez mais espaço na produção agrícola mineira, sendo uma alternativa na entressafra quando acontece a rotação das lavouras.   
          Ainda mais que os produtores mineiros tem o apoio da Empresa  de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e EMBRAPA, que desde 2009, conduzem pesquisas de manejo e melhoramento genético, em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. O resultado vem sendo percebido ao longo dos anos, com o aumento da área plantada, qualidade do trigo e aumento anual da produção. 
          Segundo dados da Seapa MG (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a maior região produtora de trigo em Minas Gerais é o Alto Paranaíba, seguido pelo Sul de Minas e Região Central Mineira, distribuídos em 77 municípios mineiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Os grandes produtores de trigo em Minas Gerais são os municípios de Ibiá, atualmente o maior produtor de Minas e Alto Paranaíba, na região do Alto Paranaíba; Perdizes, Uberlândia e Uberaba no Triângulo Mineiro; São João Del Rei, Ingaí e Madre de Deus de Minas, no Campo das Vertentes´.
Reportagem de Arnaldo Silva com fotografias de Gilson Nogueira em Ingaí MG, Campo das Vertentes

domingo, 9 de junho de 2019

Conheça a cidade de Ingaí

(Por Arnaldo Silva) Seu nome origina-se do Ingá, uma árvore frutífera, comum na região, encontrada atualmente próximas a rios e riachos. Ingaí é uma pequena e charmosa cidade do Sul de Minas, distante 230 km de de Belo Horizonte, fazendo divisa com Lavras, Itumirim, Carmo da Cachoeira, Luminárias e Itutinga.
          Sua origem data da formação de um pequeno arraial em 1775, tendo sido elevado a freguesia, a distrito subordinado a Lavras em 1846 e por fim, emancipada em 1962. Ingaí hoje conta com menos de 3 mil habitantes e oferece uma ótima qualidade de vida a seus moradores, bem como boa estrutura para receber turistas e visitantes. 
          O município é dotado de natureza exuberante com belas paisagens, serras, cânions, grutas, poços, lagos, trilhas, cachoeiras paradisíacas como a da foto acima, a Cachoeira do Engenho e fazendas centenárias e belíssimas.
          Pelo município passam três rios. O mais importante é o Rio Ingaí (foto acima) que nasce em Aiuruoca, Sul de Minas. Em Ingaí este rio divide o município e deságua no Rio Capivari, outro importante rio na cidade, delimitando a divisa de Ingaí com Itumirim e Itutinga. O Rio Cervo é outro importante rio nas terras de Ingaí, delimitando o município com Carmo da Cachoeira. 
          A tranquilidade, as belezas naturais e o aconchego da cidade, proporcionam ao seus moradores descanso e um dia dia tranquilo, bem como agrada aos turistas, que vem à cidade desfrutar de suas belezas naturais e praticar esportes  como rapel, rafting, trekking, pesca, entre outros.
          Seus moradores vivem de pequenos comércios, na produção de produtos artesanais como queijos, doces e quitandas e da agropecuária, em destaque para as plantações de soja e trigo.
          Além das belezas naturais, do charme de seu casario e da hospitalidade de seu povo, Ingai se destaca por sua Festa de São João. É uma das mais tradicionais festa junina do Brasil e como atração maior a fogueira de São João que tem cerca de 40 metros de altura. Um espetáculo para o turista! Vale a pena conhecer a festa!
Vale a pena conhecer Ingaí! 
As fotografias desta edição são de autoria de Gilson Nogueira

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Um paraíso chamado Carrancas

(Por Arnaldo Silva) O povoamento de Carrancas, cidade com cerca de cinco mil habitantes, na região do Campo das Vertentes, começou no século 18, com a chegada de bandeirantes, em busca de ouro. (foto acima de Marcelo Santos) Próximo a um ponto de mineração, os bandeirantes notaram a semelhança de duas pedras com a fisionomia humana, dai deram o nome ao local de Carrancas, prevalecendo este o nome da cidade.
          Desse tempo até os dias de hoje, o município preserva suas tradições culturais e gastronômicas. Possui um artesanato riquíssimo em história e qualidade (foto acima de Giseli Jorge), além de atividades religiosas como o Congado e Folia de Reis mantidas em suas tradições originais. A arquitetura da cidade é marcante e os detalhes arquitetônicos antigos preservados em suas casas, casarões e fazendas. (foto abaixo de Gilson Nogueira)
          O município é dotado de belezas naturais espetaculares e abriga o mais completo complexo de águas do Estado. São águas cristalinas, que formam várias cachoeiras com paisagens dignas dos mais belos paraísos do mundo. Vale ressaltar que os complexos de águas de Carrancas são únicos em Minas Gerais. Não é por menos que a cidade é conhecida como a cidade das serras e das cachoeiras. Tantas belezas chamam a atenção de turistas do Brasil inteiro, adeptos do ecoturismo e de emissoras de TV, principalmente a Rede Globo, que tem em Carrancas, cenário natural para suas produções como exemplos: Alma Gêmea (2004), Paraíso (2009), Amor Eterno Amor (2012), Império (2014), Orgulho e Paixão (2018), Espelho da Vida (2018). 
          Por toda a extensão do município brotam águas cristalinas de nascentes, que formam riachos e alimentam grandes rios, como o Rio Capivari, que nasce nas serras do município. Para quem busca um contato pleno com a natureza, Carrancas é o seu destino. A terra das cachoeiras possui mais de 30 atrações mapeadas, com mais de 60 atrativos naturais entre grutas, cachoeiras, poços e serras com trilhas para acesso a pé, 4x4 ou de bike. Algumas de fácil acesso, outras requerem bom preparo físico para chegar. Em alguns trechos pode se fazer rapel e escalada. (foto abaixo de John Brandão/@fotografo_aventureiro)
          Pelas belezas de suas águas e paisagens, Carrancas atrai a cada dia, famílias e amantes da natureza e práticas esportivas naturais que procuram principalmente as cachoeiras do Complexo da Fumaça (na foto acima de Gilson Nogueira), Complexo da Toca, Complexo da Vargem Grande, Complexo da Zilda, os poços do Coração (na foto abaixo do Marcelo Santos) e das Esmeraldas e as cachoeiras do Luciano, Véu de Noiva e da Serrinha.
Atrativos da cidade
Igreja de Nossa Senhora da Conceição 
          A matriz da cidade foi construída no século 18 com quartzito, rocha comum na região. As torres da igreja chamam a atenção. (foto acima de Gilson Nogueira) Geralmente as torres frontais das igrejas são idênticas. De Carrancas não, são diferentes uma da outra.
          No interior da igreja há obras de grande valor cultural e patrimonial atribuídas a Joaquim José da Natividade, discípulo do Mestre Aleijadinho. O interior da igreja é belíssimo, com altar com detalhes em ouro e móveis em madeira. (foto acima de Gilson Nogueira)
          Outro destaque religioso em Carrancas é uma singela capela branca, com janelas azuis dedicadas à Nossa Senhora da Conceição do Porto do Saco. (na foto acima de Gilson Nogueira) Uma relíquia do século 18, que fica no distrito de Porto do Saco. Por seu valor histórico para a cidade e Minas Gerais, foi tombada pelo Iepha/MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais).
          Em toda a extensão do município de Carrancas, encontramos fazendas, algumas delas, do tempo dos bandeirantes. Algumas ainda estão em atividade produtiva, outras viraram hotéis fazendas. Entre as mais tradicionais estão às fazendas Grão Mogol, Cachoeira, Bananal, Serra das Bicas (na foto acima de Gilson Nogueira), Pitangueiras, Retiro de Baixo e a Fazenda do Saco.
Carrancas tinha linha férrea
          Trem de passageiros e de cargas passaram por esses trilhos. Hoje não tem mais trem transportando passageiros. O que restou dessa lembrança do passado, a Estação de Trens, é hoje um importante ponto turístico e histórico da cidade. (foto acima de Jerez Costa e na foto abaixo, do Marcelo Santos, a Cachoeira da Fumaça)
          Carrancas faz divisa com os municípios de Itutinga, São Vicente de Minas, Minduri, Cruzília, Luminárias, Nazareno e São João Del Rei MG. A distância de Belo Horizonte para Carrancas é de 300 km, via BR 381.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

São Tiago: a terra do Café com Biscoito

(Por Arnaldo Silva) “Entra, vou passar o cafezinho e fazer biscoitos pra nós”. Ouvir isso é comum em São Tiago, cidade mineira encravada nas colinas do Campo das Vertentes, a 190 km de Belo Horizonte. As visitas vão logo pra cozinha. É uma das mineiridades, aprendidas em casa, desde os tempos antigos, como as receitas de biscoitos. (na foto abaixo do Deividson Costa, a Praça Ministro Gabriel Passos, onde acontece a Festa do Café com Biscoito)
          Desde o século 19, São Tiago tem fama de ser a cidade do Café com Biscoito. É uma tradição preservada há mais de 150 anos, graças ao amor à arte de fazer biscoitos, vocação antiga de todos os moradores. (na foto abaixo de Deividson Costa/@deividsoncosta, o centro de São Tiago no dia da Festa do Café com Biscoito)
          Difícil não encontrar na cidade uma família que não tenha a vocação para fazer biscoitos. As receitas são de família, preservadas de geração a geração e biscoitos de qualidade, raramente encontrados fora de São Tiago. Toda cidade se envolve na produção de biscoitos. Movimenta a economia e sustenta famílias. Isso é o que difere São Tiago das outras cidades mineiras: a qualidade e sabor único dos biscoitos feitos na cidade.(os ipês amarelos florescem entre agosto e setembro e colorem a Festa do Café com Biscoito. Fotografia de Deividson Costa/@deividsoncosta)
          Segundo dados do IBGE, pelos menos 1/3 dos moradores 10.892 moradores de São Tiago trabalham na produção de biscoitos para a venda. São cerca de oito mil toneladas por ano de biscoitos vendidos na região e em quatro estados brasileiros. É um mercado em constante crescimento que favorece o sucesso profissional dos pequenos produtores artesanais de biscoitos e empresários locais que investem no setor, bem como gera emprego e melhores para o município com impostos. (na foto abaixo do Zezé Bárbara, uma das barracas de biscoitos)
          Pra se ter ideia da vocação e talento do povo são-tiaguense na arte de fazer biscoitos, existe em São Tiago mais de 100 tipos de biscoitos diferentes que deixa o visitante de água na boca. Essa centena de biscoitos conquistou selo de procedência do Instituto Nacional de Proteção Industrial (INPI). É a garantia de que os biscoitos feitos em São Tiago, são únicos, não tem igual em outro lugar. 
Esses biscoitos podem ser degustados, adquiridos e conhecidos na festa anual do Café com Biscoito (na foto acima de Deividson Costa/@deividsoncosta) que acontece regularmente no SEGUNDO FIM DE SEMANA DO MÊS DE SETEMBRO. São Tiago faz divisa com Ritápolis, Resende Costa, Conceição da Barra, Nazareno, Bom Sucesso e Oliveira. 

sábado, 17 de março de 2018

Lagoa Dourada: a capital nacional do rocambole

(Por Arnaldo Silva) Lagoa Dourada, cidade do Campo das Vertentes, com 12.769 habitantes em 2022, é conhecida nacionalmente como a terra do legítimo rocambole e ainda, Terra do Jumento Pêga.
          Lagoa Dourada está a 146 km de Belo Horizonte; a 875 km de Brasília; 36 km de São João Del Rei e a 46 km de Tiradentes. O município faz divisa com Carandaí, Casa Grande, Entre Rios de Minas, Resende Costa, Coronel Xavier Chaves e Prados. (Na foto acima de Heloisa de Resende Andrade/Arquivo pessoal, o delicioso rocambole de Lagoa Dourada)
          Elevada à cidade em 6 de junho de 1912, a história de Lagoa Dourada, começa bem antes, nos primeiros anos século XVIII, quando a região começou a ser povoada, com a chegada da bandeira de Oliveira Leitão. Numa pequena lagoa, encontraram muito ouro, que a lagoa ficava até dourada. Quando se referiam ao local, chamavam de "Alagoa Dourada", pela cor do metal. (na foto acima da Luciana Silva, o interior da Matriz de Santo Antônio)
          Com a descoberta do ouro na lagoa, foi se formando um pequeno povoado, com o nome Alagoa Dourada. O povoado começou a crescer a partir de 1717, com mais gente chegando, para explorar ouro. (na foto acima da Luciana Silva, o interior a Igreja do Rosário e abaixo, a Igreja do Senhor Bom Jesus)
          Com o crescimento do arraial, uma pequena capela, dedicada a Santo Antônio é erguida, em 1734. Em 1750, o arraial é elevado a Distrito de Paz. Em 1832, o nome Alagoa Dourada, do povoado, é alterado para Lagoa Dourada. Em 1850, a antiga capela, do início do século 18. Por fim, o distrito de Lagoa Dourada, que pertencia a Prados, é desmembrado, em 1911, se tornando cidade emancipada em 6 de junho de 1912, data, oficial de seu aniversário.
          A cidade guarda em sua história e religiosidade, as tradições folclóricas e culturais mineiras, bem como a beleza e riqueza da arquitetura colonial, presente em seus casarões, fazendas e igrejas. (fotografia acima de Marcelo Melo)
          Além disso, é uma atração a mais para quem visita a Estrada Real. A estrada corta o perímetro urbano do município.
          Com o fim da exploração aurífera, a agricultura e pecuária passou a ser de grande importância para a economia da cidade e desde o início do século XX, o Rocambole, passou a ser a principal identidade gastronômica de Lagoa Dourada.
A história do Rocambole em Lagoa Dourada
          A guloseima movimenta a economia, gera emprego e renda para seus moradores, bem como, faz de Lagoa Dourada, a Capital Nacional do Rocambole.
          Segundo relatos do livro “Lagoa Dourada 300 Anos - Síntese Histórica”, a guloseima surgiu a longa data: “Na cidade a produção leiteira sempre favoreceu a fabricação de guloseimas, biscoitos e toda a espécie de quitandas caseiras. [...] E entre essas quitandas se insinuou como principais as roscas e o pão de ló. Esse último, de sabor muito leve e agradável, é caracterizado por uma massa fina à base de ovos, açúcar e farinha de trigo. A maior divulgação dessa iguaria começou com o descendente de imigrantes libaneses, o Sr. Miguel Youssef. Após casar-se com a lagoense Dolores de Mello, ele se estabeleceu com um botequim na cidade onde, uma vez por semana, servia o pão de ló recheado com doce de leite, sob a forma de um rocambole” (p. 133, 2011). (fotografia acima de Luciana Silva e abaixo de Sérgio Mourão)
          Continuando a tradição, em 1965, Paulo, um dos filhos do Miguel Yossef, teve a ideia de criar uma embalagem com o pão de ló para que fossem levados pelos viajantes e visitantes, o que facilitou a compra da guloseima, já que já vinha embalado.
          A ideia deu muito certo, que contribuiu muito para tornar mais conhecido ainda o rocambole de Lagoa Dourada em Minas Gerais e no Brasil inteiro, aumentando em muito a demanda e popularizando mais ainda o rocambole. 
          Hoje o “Rocambole de Lagoa Dourada” é referência em qualidade e originalidade, sendo produzido atualmente em várias confeitarias da cidade, mantendo a tradição e a qualidade do legítimo rocambole lagoense.
          Não tem igual no Brasil rocambole igual ao de Lagoa Dourada, é único e vale a pena conhecer a cidade, provar da iguaria e levar pra casa. (em cada rua ou esquina, o turista encontrará docerias e padarias, com as guloseimas típicas da cidade, principalmente, o rocambole. Fotografia acima de Luciana Silva)
          Todos os anos, na semana de aniversário de emancipação do município, 6 de junho, acontece, em Lagoa Dourada, a tradicional Festa do Rocambole, com shows, exposições e muito rocambole, com vários sabores.
          É um dos eventos gastronômicos mais importantes de Minas, que atraem milhares de turistas do estado e do pais para experimentar o legítimo rocambole e conhecer a cidade.
Capital Nacional do Rocambole          
          No dia 3 de julho de 2023, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) a Lei que concede oficialmente o título de Capital Nacional do Rocambole a Lagoa Dourada MG. A iguaria já é considerada Patrimônio Imaterial da cidade e agora, a cidade é reconhecida oficialmente como a Capital Nacional do Rocambole.(Na foto abaixo, de Heloisa de Resende Andrade/Arquivo pessoal, o delicioso rocambole de Lagoa Dourada)
A receita do Rocambole de Lagoa Dourada
          O recheio tradicional é com doce de leite caseiro mas você pode usar goiabada ou outro doce de sua preferência.
INGREDIENTES
. 150 gramas de açúcar
. 150 gramas de farinha de trigo
. 6 ovos
. 1 colher (chá) de fermento químico em pó
MODO DE PREPARO
- Bata os ovos em uma batedeira com o açúcar. 
- Coloque a farinha de trigo em uma vasilha, acrescente o fermento e mexa com uma colher de pau.
- Misture os ovos batidos  e mexa com a colher até formar uma massa firme e lisa. Caso queira, pode bater na batedeira.
- Cubra a fôrma papel manteiga e espalhe a massa por cima do papel e leve ao forno pré-aquecido a 180°C graus e deixe assando por 15 minutos ou até começar a dourar. (a massa tem que ser fina, não pode ser muito grossa.
- Com a massa ainda na fôrma, espalhe o doce de leite, pegue as pontas do papel manteiga, levante e vá enrolando a massa devagar, para que não se quebre. 
- Está pronto seu rocambole. Só servir.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Resende Costa: a cidade do artesanato em tecido

(Por Arnaldo Silva) O artesanato mineiro é destaque no cenário mundial, mas em Resende Costa MG, na Região do Campo das Vertentes, cidade, com aproximadamente 15 mil habitantes, o artesanato é vocação e tradição passada de geração a geração e presente em todos os cantos da cidade, principalmente o artesanato em tecido, sendo a principal fonte de renda e emprego da cidade. (foto acima de Deivdson Costa/@deividsoncosta) 
          O município faz divisa com São Tiago, Ritápolis, Lagoa Dourada, Entre Rios de Minas, Desterro de Entre Rios, Oliveira, Passa Tempo, Coronel Xavier Chaves e está a 194 km de Belo Horizonte. (foto acima de André Saliya)
          O artesanato feito com tear mecânico é a principal atividade econômica do município, fortalecendo a economia e fomentando o turismo no município.  O artesanato de Resende Costa está presente na vida de quase todas famílias do município, quer tecendo verdadeiras obras artesanais, quer preparando a matéria prima para os diversos produtos. Não tem com falar de Resende Costa hoje, sem mencionar o artesanato.
          A cidade é conhecida nacionalmente, como "a cidade do artesanato". O turista, que vem à cidade,se depara com uma infinidade de lojas espalhadas pela cidade. Boa parte dessas lojas estão concentradas na Avenida Alfredo Penido. (foto acima de Eduardo Henrique)
          Mesmo com maquinários modernos, a tradição do tear que remete ao século 18, é preservada por diversas famílias até hoje na cidade. Além do artesanato têxtil, em Resende Costa é produzido colchas e ainda tapetes feitos com as sobras das malhas das indústrias. (foto acima de Marcelo Melo e abaixo de André Saliya)
          A cidade foi erguida sobre uma rocha, o que dá uma visão panorâmica de todo o seu entorno, um dos atrativos para quem visita Resende Costa. 

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