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sexta-feira, 20 de maio de 2022

A cidade de Cássia e o maior santuário de Santa Rita do mundo

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Cássia, no Sudoeste de Minas, distante 392 km de Belo Horizonte, conta atualmente com cerca de 18 mil habitantes. Faz divisa com Ibiraci, Capetinga, Passos, Delfinópolis, Pratápolis e Itaú de Minas.
          O povoado que deu origem à cidade, foi formado em meados do século XIX, a partir de 1850, numa região de parada de tropeiros. Alguns foram ficando e com isso, um pequeno povoado foi se formando. Seus primeiros moradores devotavam Santa Rita de Cássia. Em honra à santa, edificaram uma pequena capela no povoado. (na foto acima de Carias Frascoli, o Santuário e abaixo do Nacip Gômez, a Praça da Matriz de Cássia)
          Em 2 de janeiro de 1866, o povoado foi elevado à distrito, subordinado a Dores do Aterrado, atual município de Ibiraci, com o nome de Jacuí. Em fevereiro1890, o distrito de Jacuí foi elevado à vila e à cidade emancipada nesse mesmo ano. A data oficial do aniversário do município sendo 22 de maio que é o dia e mês do falecimento de Santa Rita de Cássia, padroeira da cidade. Em 1919, a cidade passou a adotar o nome de Cássia.
O maior Santuário do mundo
          A fé e a devoção à santa italiana são tão fortes e marcantes na cidade, que toda a comunidade se uniu na construção do novo Santuário de Santa Rita de Cássia.
          Idealizado pelo empresário Paulo Flávio de Melo Carvalho, 73 anos, natural da cidade e devoto de Santa Rita de Cássia. Carvalho visitou a cidade de Cássia, na Itália, para conhecer e ter mais referências para seu projeto. A obra levou 4 anos para ser concluída e contou com apoio de mais de 100 empresas e da comunidade, além de ter gerado mais de 500 empregos diretos. O edifício foi doado pelo empresário à diocese de Guaxupé. (na foto acima de Douglas Arouca, o amanhecer em Cássia em Cássia MG e abaixo, de Felipe Brazão/@fbimagensaerea, o anoitecer, com o todo o complexo do santuário)
          Erguido numa área de 180 mil m², o santuário possui 100 mil m² só de edificação. Com isso, se torna o maior santuário dedicado à Santa Rita de Cássia no mundo.
          O imponente edifício tem capacidade para receber 5 mil fiéis sentados e 2 mil em pé e estacionamento para 200 ônibus e até mil carros. 
          Conta ainda com centro comercial, velário, sanitários, vestiários, fraldário, praça de alimentação, heliponto e uma réplica da casa, construída entre 1200 e 1300, onde viveu Santa Rita de Cássia. (foto acima e abaixo de Carias Frascoli)
          O novo santuário atrai dezenas de milhares de turistas e peregrinos à cidade todos os anos, impulsionando com isso o crescimento da cidade, principalmente no setor de turismo, hoteleiro e gastronômico. (fotografia acima de Carias Frascoli)
          É o maior santuário dedicado à Santa Rita de Cássia e o terceiro maior santuário do mundo. O maior é a Basílica de São Pedro, no Vaticano e o segundo é o santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. (fotografia acima e abaixo de Carias Frascoli)
          O Santuário de Santa Rita de Cássia é símbolo da fé do povo cassiense e concretização do sonho do empresário Paulo Flávio de Melo Carvalho, que acreditou em seu sonho. Com apoio da comunidade em geral, devoção e fé, o que começou num sonho, se tornou realidade, fortalecendo a cidade como dos mais importantes centros de peregrinação religiosa no Brasil.
Quem foi Santa Rita de Cássia
          Margherita Lotti, nome de batismo de Santa Rita de Cássia, foi uma freira agostiniana italiana. Nasceu em 1381 na cidade de Roccaporena, próxima à cidade de Cássia, na Itália, onde faleceu em em 22 de maio de 1457.
          Após ficar viúva, optou por seguir a vida religiosa, vocação que sentia ter desde criança, ingressando na Ordem dos Agostinianos. Sábia, amável, caridosa e fervorosa, suas orações curavam, tornando-a amada e sempre procurada pelos fiéis. Após sua morte, passou a ser venerada pelos milagres a ela atribuídos em vida e após sua morte. (fotografia acima e abaixo de Carias Frascoli, a réplica fiel da Casa de Santa Rita de Cássia, em Cássia MG)
          Margherita foi beatificada em 1627 e canonizada em 1900 pela Igreja Católica passando a ser Santa Rita de Cássia, em alusão à cidade em que viveu sua vida religiosa, na Itália.
A cidade mineira de Cássia hoje
          A cidade é tranquila, charmosa e dotada de uma boa estrutura urbana, com boas pousadas, hotéis, restaurantes, bom setor de prestação de serviços. Seu povo é hospitaleiro e acolhedor.
          Município com forte presença na agricultura regional, se destaca no cultivo de café e banana e também no turismo, já que a Cássia está na divisa com Delfinópolis, uma das cidades da Serra da Canastra. (na foto acima do Nacip Gômez, casario de Cássia e abaixo, a balsa sobre o Rio Grande entre Delfinópolis e Cássia)
          Além disso, suas belezas naturais se destacam como o Rio Grande, a charmosa balsa, paisagens naturais, córregos, nascentes e belíssimas cachoeiras como a Cachoeira da Paz, a Cachoeira da Gruta, a Cachoeira do Luquinha, a Cachoeira do Ouro, a Cachoeira do Itambé (na foto abaixo do Felipe Brazão/@fbimagensaerea), dentre outras belezas naturais.
          A área urbana conta com belos casarões, belas praças e igrejas, o Centro Memorial Antônio Teodora Grilo e agora, a igreja Matriz e agora, o Santuário de Santa Rita de Cássia, inaugurado em maio de 2022. (fotografia abaixo de Carias Frascoli)
          A cidade se movimenta nos dias festivos e religiosos, principalmente no dia de Santa Rita de Cássia, 22/05, padroeira da cidade.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Mexido de banana

(Por Wander Sena) Esta receita é da minha Bisavó “Dª. Sinhá”, e tem sabor de infância. Faz parte da memória das Minas Gerais provavelmente desde o tempo dos tropeiros e bandeirantes.
O mexido de banana é muito forte e provavelmente foi criado por tropeiros em suas andanças. Deduzo isto porque os ingredientes para esta receita podiam ser encontrados em qualquer casa das Minas Gerais.
          Certamente foi criado com esses ingredientes pelas mesmas razões que criaram o feijão tropeiro – Os ingredientes eram fartos e fáceis de serem encontrados.
          Na minha infância ficávamos esperando que os adultos cumprissem a promessa de fazer mexido de banana - submetidos à pedagogia das trocas:
          Se nós ficássemos quietos e fizéssemos tudo o que nos pediam, fariam o mexido de banana. Isto ‘emprestou’ outro sabor ao prato, que ficou impregnado nas nossas memórias. Esta memória de criança é um ingrediente que faz toda a diferença e não está na receita e sim em você. Coloque à vontade! Mesmo que não tenha experimentado deste mexido em sua infância.
          Aí está a receita que me traz boas lembranças.
INGREDIENTES:
• 2Kg de banana prata muito madura com a casca pintando de preto é o ideal porque os açúcares terão mais intensidade.
• 04 ovos.
• Óleo em pouca quantidade, o suficiente para cobrir o fundo da panela que deve ser grande para facilitar a mistura.
• ½ xícara de açúcar.
• ½ queijo Minas em estado de meia cura importante que o queijo seja meia cura para que não derreta totalmente.
• ½ quilos de farinha de milho a farinha de milho com bejús é melhor e a quantidade a ser usada varia conforme a consistência que se deseja dar ao mexido de banana. A consistência ideal é de uma massa que permita fazer as bolinhas de mexido com os dedos, pois comer de colher é não seguir a moda como os tropeiros comiam o mexido.
MODO DE PREPARAR:
• Pique a banana em pedaços bem pequenos e não muito grossos para que se dissolva mais facilmente e separe;
• Pique o queijo em cubos mais grossos e separe;
• Coloque a metade do óleo na panela em fogo alto e antes que esquente muito, coloque os quatro ovos para estrelar. Quando os ovos estiverem no ponto (firme e sem queimar) retire da panela e separe;
• Coloque a outra metade do óleo na panela e deixe esquentar. Depois coloque a banana e ½ xícara de açúcar e vá mexendo para a banana dissolver. 
DICAS
- Utilize uma colher de Pau para fazer o mexido, pois as colheres de metal liberam metais da panela;
- Quando a Banana estive totalmente derretida, diminua o fogo e observe no fundo da panela quando ‘ameaçar’ agarrar (dar a rapa) coloque o queijo e vá mexendo lentamente e em movimentos circulares. 
- Se o queijo for de boa qualidade e estiver em estado de meia cura serão desprendidos fios de queijo no mexido e este é o momento para colocar os ovos e a farinha;
- Adicione o ovo mexido;
- Adicione farinha aos poucos cuidando para que o mexido fique na consistência de uma pasta não muito seca e com a farinha totalmente integrada à massa. Deixar farinha solta no meio do mexido não é bom, pois torna o mexido muito seco. 
          Este mexido de banana varia conforme as preferências e conforme os ingredientes, principalmente conforme o tipo de banana, que deve estar muito madura - já fiz com banana caturra e também fica muito bom, embora com sabor mais forte e mais doce.
Selecione o queijo Minas, de ‘meia cura’ e evite os queijos que hoje em dia vem com amido misturado e não dá a consistência desejada.
          Cuide para que a banana seja totalmente dissolvida para uma consistência adequada do mexido.
          Controle a quantidade de farinha que se for muita, deixa o mexido seco demais.
          Atenção para o ponto da massa que deve estar com a banana totalmente dissolvida e um com um leve indício de sapecado (muito cuidado neste ponto para não ficar com gosto de queimado), com o queijo aparecendo em fios e em pequenos pedaços.
          O ponto da massa é o de se poder comer com as mãos, fazendo bolinhas.
          Vai ser difícil, mas modere na quantidade que vai comer.
Bom apetite! 
(Wander Sena é de Divinópolis MG. O mexido de banana está presente na família por gerações. Fotografias de Arnaldo Silva)        

sábado, 14 de maio de 2022

O pão de Cristo: origem e receita tradicional

(Por Arnaldo Silva) Surgiu na Europa, mas não se sabe quem criou e nem onde começou a tradição de preparar o Pão de Cristo, apenas a certeza que é um dos mais antigos pães da Era Cristã e um dos pães mais consumidos no mundo, desde os tempos antigos, principalmente na Europa.
          A receita chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses. Por sua origem, simbologia religiosa e superstições que o envolve, tornou-se uma iguaria de grande importância, principalmente a mineira, pela própria tradição religiosa do mineiro. É consumido principalmente aos domingos e em dias festivos, principalmente na Páscoa.
A isca é o fermento
          O fermento é natural e só pode ser obtido com alguém que já o tenha. Ao obter a isca, que é o fermento, a pessoa deverá cultivá-lo até o ponto de formar três porções. Esse fermento (isca) é formado por organismos vivos, que se multiplicam ao longo do tempo.
          Uma dessas porções é fica com quem fez, a outra terá guardá-la, para fazer novos pães e a terceira parte deverá doar a alguém. Quem receber o fermento (isca), terá que fazer o mesmo e assim, sucessivamente.
          O pão leva 3 dias para ficar pronto. Ao sovar a passa, deve-se fazer orações e pedidos a Cristo enquanto sova. Quando o pão estiver pronto, deve ser guardo e consumido 3 dias após de feitos e por fim, consumir uma parte e dividir o restante com os amigos.
O número 3 no Pão de Cristo
          O número 3 está presente nesse receita e não é por acaso. Mas porque o número 3 e não outro?
          Pai, Filho e Espírito Santo formam a Santíssima Trindade. A fé, a esperança e a caridade, são as 3 virtudes que devem ser praticadas pelo cristão. Os Reis Magos eram 3. Pedro negou Cristo por 3 vezes. Jesus morreu numa sexta-feira e ressuscitou ao 3° dias. 
          O fermento (isca) não podia ser preparado durante a Quaresma. Tinha que ser preparado após a Páscoa, pois foi após sua ressurreição que Jesus se torna o Cristo, segundo a fé cristã. O pão é de Cristo e não o pão de Jesus.
          Toda essa simbologia e o ritual de ter que doar uma parte do fermento a alguém preservou a receita original que atravessou milênios.  
A importância do Pão de Cristo na religiosidade
          O pão representa para os cristãos, o Corpo de Cristo, embora toda essa simbologia, além do pão simbolizar o corpo de Jesus, gerou ao longo da história, várias superstições. Quem recebia a parte do fermento, não arriscava a perdê-la de jeito nenhum e muito menos deixar de doá-la. Fazia tudo e passava a terceira parte para frente.
          Entre o povo mineiro, religioso, conservador e devoto das tradições não foi diferente e até hoje, nos lares mais simples do sertão mineiro, o ritual de preparo do Pão de Cristo se faz presente.
          O pão de Cristo é mais que um pão assado, que se come acompanhado de um café. Simboliza a fé e religiosidade preservada desde os primórdios da Cristandade. É uma das receitas mais antigas da era Cristã.
          Entendido essa parte, vamos à receita:
INGREDIENTES
- 1º dia (isca)

. 4 colheres (sopa) de farinha de trigo
. 1 litro de água
. 4 colheres (sopa) de açúcar
. 1 colher (sopa) de sal
- 2º dia
. Farinha de trigo até dar o ponto
. 4 ovos mal batidos
. 7 colheres (sopa) de açúcar
. 1 xícara de óleo
MODO DE PREPARO
- 1º dia - Isca:
 Coloque numa bacia a água, as 4 colheres de açúcar, 4 colheres de farinha de trigo e o sal numa bacia.

- Não mexa nos ingredientes, apenas cubra-os com um pano branco.
- 2º dia- Massa: Pela manhã, mexa devagar os ingredientes da isca com uma colher de pau e volte a cobri-la
- A tarde divida o liquido em três partes iguais.
- Passe duas partes para duas amigas e na parte restante acrescente os ovos mal batidos, 1 xícara de óleo, as 7 colheres de açúcar e a farinha de trigo.
- Comece a sovar. Enquanto sova, faça orações e um pedido a Cristo
- Depois de bem sovado, cubra novamente com o pano branco.
- 3º dia - Pão: Pela manhã, pegue um punhado da massa com as mãos, faça moldes grandes e redondos dos pãezinhos e amasse um pouco.
- Coloque-os na assadeira untada com pouco óleo, cubra com pano branco e descansando até a parte da tarde.
- Leve-os ao forno para assar em forno pré-aquecido a 180ºC até que estejam dourados.
- Se preferir, espalhe por cima dos pães coco ralado e sirva com café.
Fotografias Sila Moura em Morada Nova de Minas

terça-feira, 10 de maio de 2022

A região queijeira do Serro

(Por Arnaldo Silva) Fundado em 1714, Serro é um dos mais antigos municípios de Minas Gerais e um dos berços da gastronomia mineira. Cidade de gente simples e acolhedora, preserva sua história, arquitetura colonial e tradição culinária, desde suas origens.
          O Serro conta com pouco mais de 21 mil habitantes, e está localizada ao centro-nordeste de Minas Gerais, na parte central da Serra do Espinhaço, a 325 km de Belo Horizonte. (na foto acima do Sérgio Mourão/@sergio.mourao, os queijos do Serro aos pés da escadaria para a Capela de Santa Rita)
          Sua principal iguaria, o Queijo do Serro, foi reconhecido em 2002 como Patrimônio Imaterial do Brasil, pelo Instituto Patrimônio Histórica e Artístico Nacional (IPHAN). Foi o primeiro queijo brasileiro a receber esse reconhecimento oficial. O queijo do Serro foi o primeiro Patrimônio Imaterial de Minas, reconhecido em 2008 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG).
Características
          É um tipo de queijo artesanal, que há mais de 300 anos tem características definidas. Embora seja um queijo Tipo Minas, não é propriamente Queijo Minas (frescal) e nem os queijos duros, curados.
          É um queijo diferente que recebe influência direta do clima serrano de altitude que varia de 885 até 2002 metros, acima do nível do mar, o tipo de solo úmido e calcário, que favorece o desenvolvimento de pastagens e água de qualidade, além de sua flora bacteriana láctea e fungos únicos, boa parte, somente encontrados nessa região. Esses são os segredos que dão característica, cor, sabor e textura ao queijo do Serro. (na foto acima enviada pelo produtor de queijos Túlio Madueira, do Serro MG, o tradicional Gado Gir)
          Cada peça pesa entre 700 a 1 kg, 13 a 15 cm de diâmetro e 4 a 6 cm de altura. Seu sabor é leve e ligeiramente ácido. Sua massa é compacta e semidura, fina, sem trincas e de coloração amarelo-claro. (na foto acima de Rodrigo Leal, queijos do Serro feitos em Rio Vermelho MG e abaixo, de queijos em maturação do produtor Túlio Madureira, criador da grife do queijo "Trem-ruá", em Serro MG)
          Com o tempo de cura, sua crosta tende a ficar mais fina, levemente amarelada e dependendo do tempo da maturação, apresenta formação de mofos brancos.
          Queijo e Serro, Serro e queijo são sinônimos de tradição. O queijo e a cidade do Serro, são orgulhos do povo serrano, da região e de Minas Gerais.
Receita e harmonização
          Feito a base de leite cru e totalmente artesanal, a receita preservada há mais de 300 anos, foi trazida pelos portugueses, no início do século XVIII, com a receita original adaptada às características serranas, desde essa época. Comparando-se com o queijo da Serra da Estrela, o queijo do Serro se difere por ser mais úmido e ácido, além da flora bacteriana láctea e fungos, em sua maioria somente encontradas nessa região.
          Das queijarias do Serro saem um queijo fino, especial e único que harmoniza perfeitamente com goiabada, marmelada, doce de leite, café, cachaça e vinhos finos. (na foto acima da Nilza Leonel, o Queijo Turvo Grande, do produtor Deodelino, do Serro MG)
          Além disso, em Serro e região são produzidos outros tipos de queijos como o Queijo Prato, a Mozzarella, o Requeijão Moreno e Ricota. E por ser a região um dos berços da culinária mineira, os pratos tradicionais mineiros, bem como quitandas e doces, fazem parte da cultura e história gastronômica serrana.
A Região Queijeira
          O queijo do Serro, com as mesmas características, textura, sabor e modo de preparo, é feito em Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho (na foto acima de Rodrigo Leal), Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Coluna. Essas 10 cidades, juntamente com o Serro, formam a Região Queijeira do Serro, reconhecida pela Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária/Seapa/MG, através de seus órgãos Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG).
          Os queijos produzidos nessas11 cidades são reconhecidos como Queijo do Serro. São cidades de tradição, com uma rica e preservada arquitetura colonial, além de preservarem suas identidades gastronômicas. (na foto acima da Nilza Leonel, o Queijo do Serro feito em Materlândia MG)
          Os queijos do Serro produzidos nessa região, vem com o selo da tradição, da cultura e qualidade da arte tricentenária de fazer queijos do povo serrano.
          É um dos melhores queijos do mundo, premiado em todo o Brasil e em vários concurso mundiais de queijos, entre eles, o Mondial Du Fromage, a copa do mundo dos queijos, competição bienal realizada em Paris/França. (na foto acima, premiações internacionais dos queijos do Serro feitos pelo produtor Túlio Madureira)

sábado, 7 de maio de 2022

Santa Luzia: arquitetura, história, santuário e fé

(Por Arnaldo Silva) Cidade histórica, Santa Luzia tem origens em 1692, no final do século XVIII, quando chega à região, bandeirantes em busca de ouro. É uma das mais antigas povoações de Minas Gerais.
          Cidade com uma rica história e patrimônio arquitetônico colonial e sacro de imenso valor para a história de Minas. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
          O pequeno arraial formado a partir de 1692, se transformou numa grande cidade dotada de boa estrutura urbana, industrializada e com construções modernas, mas ao mesmo tempo, preservando seu centro histórico com suas igrejas e casarões coloniais.
          Santa Luzia tem atualmente, 219 mil habitantes. Está bem perto de Belo Horizonte, apenas 18 km. Faz divisa com Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa, Sabará, Taquaraçu de Minas e Jaboticatubas. (fotografia acima de Thelmo Lins)
Patrimônios históricos
          Santa Luzia faz parte da Estrada Real. É uma cidade turística com foco no turismo de eventos, rural e no turismo histórico. A cidade preserva suas tradições culturais, religiosas e folclóricas, como a Festa de Nossa Senhora do Rosário, a Folia de Reis e a festa de Santa Luzia, a padroeira da cidade. (na foto acima e abaixo de Thelmo Lins, construções coloniais de Santa Luzia MG)
          Além disso, construções coloniais preservadas, concentradas em sua maioria na área do centro histórico, tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
           As construções coloniais em destaques na cidade, tem origens nos séculos XVIII e XIX: a Igreja Matriz de Santa Luzia, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a antiga Estação Ferroviária (na foto acima da Alexa Silva/@alexa.r.silva), a Capela do Senhor do Bonfim, o Solar da Baronesa, o Muro de Pedras que serviu de trincheira durante a Revolução Liberal de 1842, o Solar dos Teixeira Costa e o Mosteiro de Macaúbas, construído a partir de 1714. 
          O maior patrimônio histórico, arquitetônico, cultural e religioso da cidade é sem dúvidas, o Santuário de Santa Luzia, localizado à Rua Direita.
          A Santa Católica é a padroeira da cidade desde sua origem, por isso adotou como nome, Santa Luzia. (na fotografia acima de Elvira Nascimento, a Matriz em destaque)         
O milagre de Santa Luzia em Minas
          A devoção à Santa Luzia tem origens no início da povoação da região, durante a formação do arraial. A devoção teve início por um milagre alcançado por Leôncio, um pescador que sofria com problemas na visão. Enxergava muito pouco.
          Segundo a história, Leôncio avistou um objeto luminoso enterrado num banco de areia, no fundo do Rio das Velhas. Ao retira-la da areia, notou que era a imagem de Santa Luzia, a protetora dos olhos. Orou à Santa e na mesma hora, o pescador recuperou totalmente a visão.
          A imagem encontrada por Leôncio foi colocada no altar da primeira capelinha do arraial, erguida por volta de 1701. A pequena ermida tinha apenas 22 passos de comprimento e 12 de largura.
          O arraial crescia com a chegada de aventureiros, mineradores, escravos e trabalhadores para trabalharem nas minas de ouro, além da presença constante de tropeiros, no rancho formado nas proximidades. A pequena capela se tornou pequena para atender o grande número de fiéis, tendo por isso, sido ampliada entre os anos de 1721 e 1729.
          Relatos de milagres eram atribuídos à Santa Luzia em Minas Gerais, chegando à Portugal e ao conhecimento de Joaquim Pacheco Ribeiro, Sargento-Mor português. O nobre português perdera a visão e estava desenganado pela ciência humana da época.
          Acreditando que podia ser curado de sua enfermidade Joaquim Pacheco Ribeiro, fez voto à Santa Luzia, pedindo a restauração de sua visão. Se conseguisse a graça, iria para o sertão mineiro e edificaria um templo em honra à Santa.
          O lusitano conseguiu a graça. Sua visão foi recuperada e estava são. Veio então para Minas Gerais em 1758 disposto a cumpri sua promessa, acompanhado de Ana Senhorinha, Angélica e Adriana, suas filhas. Nesse mesmo ano, já em Minas Gerais, deu início a construção do templo, no lugar da pequena capela do arraial, no dia em que se comemora o dia de Santa Luzia, 13 de dezembro. (na foto acima da Elvira Nascimento, Santa Luzia vista da torre do sino da Matriz)
          A antiga capela ficava de frente para a Rua do Serro, depois que se tornou igreja, sua fachada principal ficou de frente para a Rua Direita.
          Como a exploração de ouro nessa época estava no auge, a Igreja foi ornamentada e decorada com o ouro extraído do Rio das Velhas, doado pelo minerador Antônio Martins Gil. (na foto acima e abaixo de Thelmo Lins, pinturas e ornamentações dos altares em ouro no interior do Santuário de Santa Luzia)
          As impressionantes e excepcionais talhas, ornamentações em estilo rococó nos altares e pinturas internas, foram feitas por Felipe Vieira e Francisco de Lima Cerqueira. Sua construção segue fielmente o estilo Joanino, considerado a segunda fase do Barroco Mineiro. (na imagem abaixo de Thelmo Lins, detalhes das talhas douradas do altar-mor do Santuário de Santa Luzia)
          Ao longo dos séculos XIX e XX, a Matriz passou por algumas reformas tanto em sua arquitetura, quanto em suas ornamentações, mesmo assim, preservando boa parte de suas características originais.
          A tricentenária Matriz é hoje Santuário e o símbolo da fé e história do povo luziense e um dos mais importantes marcos da fé e história mineira. (na fotografia acima de Elvira Nascimento, o Centro Histórico de Santa Luzia)
Santa Luzia de Siracusa
          Luzia foi uma mártir da cristandade, no início do século IV. Seu prenome vem do latim Lux que quer dizer, luz. Por isso é venerada como protetora da vista, na crença católica, a santa que intercede a Deus pela recuperação da visão dos cegos e de quem tem problemas na vista. É italiana e seu nome em italiano é Lúcia, mas canonizada como Luzia de Siracusa. Natural de Siracusa, ao sul da Sicília, na Itália, em 27 de março de 283 D.C., faleceu nesta mesma cidade em 13 de dezembro de 304 D.C, morta durante a perseguição aos cristãos por Diocleciano. (na imagem acima de Elvira Nascimento, as belíssimas pinturas no forro da Igreja de Santa Luzia MG)
          Lúcia foi presa e forçada a negar sua fé cristã e converter-se ao paganismo, o que foi prontamente recusado por ela. "Adoro a um só Deus verdadeiro, a quem prometi amor e fidelidade", foi sua resposta. Imediatamente, foi decapitada e sua cabeça, rolou pelo chão. Era o dia 13 de dezembro de 304 D.C.
          É uma das mais populares santas da Igreja Católica, venerada ainda pelos cristãos Ortodoxos. Seus restos mortais estão expostos no Santuário de Santa Luzia em Veneza, na Itália, tendo ainda a Igreja de Santa Lucia Sepulcro, em Siracusa, como seu principal local de culto.

Tacho de cobre é liberado na produção de doces

(Por Arnaldo Silva) A arte de fazer doces é tradição em Minas Gerais desde o século XVIII. Os doces feitos em fogão a lenha, com enormes tachos de cobre e colheres pau, faz parte da vida de centenas de milhares de família mineiras.
          Nas cozinhas das fazendas e quintais mineiros, em fogão a lenha ou a gás, fazer doce é uma tradição que vem de gerações. Minas Gerais é o maior produtor de doces caseiros do Brasil, desde os tempos do Brasil Colônia. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
          A partir de 2007, a tradição mineira, de fazer doces em tachos de cobre foi proibida e usar colher de pau também. A proibição teve como base decisão da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), que restringiu o uso desses utensílios na produção de doces.
          Por ser o maior produtor de doces do Brasil, a proibição do uso de tachos de cobre foi um duro golpe, não só na tradição mineira, mas na vida de milhares de produtores que dependem da iguaria para sobreviverem. O resultado foi a diminuição na produção de doces artesanais.
Argumentos da Anvisa
          Segundo argumentos da Anvisa, com o movimento da colher de pau, o cobre solta-se durante o cozimento, ao longo do uso. Com o longo tempo de cozimento e a forma de misturar usando a colher de pau, faz com que o metal se desprenda e se misture ao doce.
          Como consequência, o cobre presente no alimento pode causar danos neurológicos ao organismo, além de problemas no fígado, rins, sistema nervoso, ossos, além de provocar perda de glóbulos vermelhos, segundo a Anvisa.
          A recomendação da Anvisa virou lei em 2007, cumprida pelos órgãos sanitários mineiros, como a Vigilância Sanitária Estadual (Visa).
          Pela lei, os doceiros não podiam usar o tacho de cobre e se usar, tinham que revestir o tacho com outras substâncias que impedissem que o cobre se misturasse ao doce. O que era inviável para a maioria dos doceiros, devido o aumento do custo.
          Fazer doces em tacho de cobre, usando colher de pau é mais que tradição. Esses utensílios, com o leite e talento dos doceiros, formam um conjunto que dão cor, sabor e originalidade aos doces. Em tachos e colheres de inox, o metal mais recomendado atualmente na produção industrial, o sabor e a cor do doce não os mesmos. Perde-se com isso a tradição e a originalidade dos doces.
          A partir dessa época, os doceiros começaram a se unir, devido a controvérsias dos argumentos da Anvisa para recomendar a proibição dos tachos de cobre e colher de pau e comprovar que a lei é injusta. E conseguiram!
Contra-argumentos
          Além de fazer parte da tradição mineira, o cobre tem a preferência dos mineiros na produção doceira por ser mais barato que o inox e por ser uma excelente fonte de distribuição de calor, além de preservar o sabor e a cor original do doce.
          Isso porque o metal inativa as enzimas que modificam cor e sabor das frutas usadas na produção do doce. No tacho de inox é ao contrário, o doce perde a cor original, além do sabor não ser o natural. Por isso a opção pelo tacho de cobre.
          Além disso, o cobre é eficaz contra a proliferação de fungos, bactérias e de vírus, segundo afirmou a engenheira química, mestre em alimentos e doutora em Bioquímica, Amazile Biagioni Maia, durante audiência pública que discutia a proibição do tacho de cobre, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
          Ainda segundo a especialista, A FDA - Food and Drug Administration (agência americana que controla alimentos e medicamentos) o índice máximo de consumo diário de cobre é de 1 mg, isentando de risco até 10 vezes maior que esse número diário, afirmando que doces feitos em tachos de cobre não atingem esse limite diário.
Liberado o uso dos tachos
          Desde 3 de maio de 2001 que a lei de 2007 foi flexibilizada, permitindo o uso dos utensílios de cobre na produção de doces, sem revestimento, a critério das autoridades sanitárias municipais.
          Em 3/05/2022, em audiência na Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi confirmado pela própria Vigilância Sanitária Estadual (Visa) a liberação dos tachos de cobre e o uso da colher de pau na produção de doces mineiros, com recomendação do uso de boas práticas de higiene.
          O produtor de doces, segundo a Visa, deve manter o local da produção bem limpo e arejado, bem como todos os utensílios usados, higienizados corretamente.
          Visando conscientização sobre as boas práticas na produção de doces, os doceiros mineiros terão orientação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), para adequarem suas docerias às normas sanitárias.
           A liberação do tacho de cobre e o uso da colher de pau na produção d doces é uma vitória da tradição e da mineiridade. Com isso, os doceiros mineiros podem voltar a produzir seus doces da mesma forma que há 200 anos, no fogão a lenha, em tachos de cobre e usando colher de pau, mas de forma consciente, respeitando as normas sanitárias. (na foto acima de Arnaldo Silva, Dona Doquinha, tradicional doceira de São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto MG)
          É o resgate da originalidade da cozinha mineira e dos fazeres, sabores e saberes tradicionais das origens gastronômicas mineiras.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

A região queijeira Mantiqueira de Minas

(Por Arnaldo Silva) A região queijeira Mantiqueira de Minas é formada pelos municípios de Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Bocaina de Minas, Carvalhos, Itamonte, Liberdade, Itanhandu, Passa Quatro e Pouso Alto. São 10 cidades ao todo, identificadas e reconhecidas pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG), como produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA).
          A iguaria movimenta a economia dessas cidades, gerando emprego e renda, melhorando com isso a qualidade de vida das famílias produtoras e contribuindo para o desenvolvimento local. (fotografia acima de Maria Marquez Lino/@emporiodavaquinha, queijos da Mantiqueira)
          A região queijeira Mantiqueira de Minas foi reconhecida em junho de 2020, pelo Governo de Minas, através do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), ambas vinculadas à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG). (fotografia acima de Marcelo Arantes de queijo feito em Aiuruoca)
Características
          Os queijos feitos na região Mantiqueira de Minas, tem o modo de preparo diferente do tradicional Queijo Minas Artesanal das demais regiões. Na Mantiqueira de Minas, o leite é aquecido e ainda utilizam fermento na produção.
          Queijo de massa cremosa com olhaduras (furinhos), leve picância, textura firme e casca amarelo claro, é um queijo que agrada todos os paladares, por ser um de queijo versátil, principalmente quando usados em pratos especiais, como em massas (pizzas, sanduíches, macarronada, etc.), além de harmonizarem muito bem com café e principalmente com vinhos finos. (fotografia acima e abaixo de Marlon Arantes)
          Alguns queijos da região podem variar na coloração devido a maturação longa natural ou maturados no azeite, na fumaça de alecrim e eucalipto, no vinho, defumado e alguns recebendo resinas escuras ainda acréscimos de temperos e ervas.
          As características únicas e singulares dos queijos feitos na região Mantiqueira de Minas é formada por um conjunto de fatores como a altitude, o clima, a geologia, a qualidade da água, da pastagem, da flora bacteriana única da região.
          Outro fator importante é a tradição, passada por gerações, o que garante a preservação da originalidade do modo de preparo dos queijos feitos nessa região. (na foto acima, Queijo Inácio, de Alagoa MG)
Queijo Artesanal de Alagoa
          A tradição queijeira da região tem início com a chegada à Alagoa MG de Paschoal Poppa e sua esposa Luiza Altomare Poppa, de Parma, na Itália. O casal Poppa percebeu semelhanças do clima, pastagens, da fertilidade das terras e da qualidade da água. (na foto acima de Marlon Arantes, Alagoa MG)
          Tais semelhanças motivaram o casal a produzir, em Alagoa, um dos mais tradicionais queijos italianos, o parmesão, feito em Parma, cidade natal do casal de imigrantes.
          Mesmo com as semelhanças climáticas da Mantiqueira com a região de Parma, na Itália, semelhante não é o mesmo que igual. O queijo feito pelo casal de italianos em Alagoa MG, passaram a adquirir as características regionais próprias. Isso devido a flora bacteriana presente na região, não ser igual à encontrada em Parma. São as bactérias lácteas que dão cor, sabor, textura e característica de um queijo e cada região tem sua flora própria.
          Com o passar do tempo, o queijo feito pelo casal italiano se transformou em uma das mais importantes iguarias da região, presente na vida de centenas de famílias até os dias de hoje. (na foto acima, queijo Artesanal de Alagoa, feito pela Queijaria Sítio do Morro/Divulgação)
          Assim começou a tradição queijeira de Alagoa, tradição esta que se expandiu para as cidades da Mantiqueira, tornando hoje a cidade de Alagoa e a região Mantiqueira de Minas, uma região queijeira singular e única em Minas Gerais.
          O município de Alagoa, além de fazer parte da região Mantiqueira de Minas, produzindo os tradicionais queijos da Mantiqueira, é também reconhecia como produtora do “Queijo Artesanal de Alagoa”, um tipo de queijo somente feito em Alagoa. A marca carrega o nome da cidade e é sua principal identidade gastronômica.
          Além disso, o queijo de Alagoa é premiadíssimo, estando entre os melhores do mundo comprovadamente com as inúmeras medalhas de bronze, prata e ouro, conquistas em concursos nacionais e internacionais de queijos, como o Mondial Du Fromage, destaque para os queijos feitos pelo produtor Osvaldo Filho, da Queijos D´Alagoa MG (na foto acima/Arquivo pessoal), e na Fazenda Bela Vista, do produtor Renato. Duas queijarias medalhistas no último concurso mundial de queijos, realizado na França, sendo o queijo Premium da Fazenda Bela Vista, premiado com medalha de ouro duas vezes consecutivas (na foto abaixo, em azul, o casal de produtores Renato e Thaylane,da Fazenda Bela Vista).  
          Podemos dizer que é um queijo feito em Alagoa e Mantiqueira de Minas, tem a essência italiana, mas com corpo e alma mineira.

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