Arquivo do blog

Tecnologia do Blogger.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Passeio de Maria Fumaça

(Por Arnaldo Silva) 28 de agosto de 1881 data que a Maria Fumaça, que hoje liga as cidades de São João Del Rei a Tiradentes MG, no Campo das Vertentes foi inaugurada pelo Imperador Dom Pedro II, percorrendo 12 km entre as duas cidades. (foto acima de César Reis) A Maria Fumaça foi fabricada na Filadélfia, Estado Unidos em 1880. Já a linha férrea foi construída pela Estrada de Ferro Oeste de Minas. A construção da ferrovia teve como o objetivo de ajudar no desenvolvimento e povoamento do oeste mineiro. O trajeto inicial da ferrovia era de 600 km, hoje resumidos apenas 12 km, em passeios turísticos apenas. (foto acima e abaixo de César Reis)
O passeio na Maria Fumaça é um dos mais emocionantes, nostálgicos e românticos que existem no Estado. A velha Maria Fumaça percorre vales, corta montanhas, cruza rios, passa por povoados e estações com arquiteturas do século XIX. (foto abaixo de César Reis)
São 50 minutos percorrendo os 12 km da ferrovia, saindo de da bela estação ferroviária de São João Del Rei, que abriga o Museu Ferroviário da cidade, inaugurado em 1981 com raridades e história da ferrovia mineira, com destino final em Tiradentes, uma das mais importantes e belas cidades históricas brasileiras. A capacidade total de transporte é de 280 passageiros. (foto abaixo de César Reis)
Quadro de horários normal
Sexta
São João del-Rei: 10h, 13h e 15h30
Tiradentes: 11h, 14h e 17h
Sábado
São João del-Rei: 10h, 12h, 14h e 16h
Tiradentes: 11h, 13h, 15h e 17h
Domingo
São João del-Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h

(os horários acima podem sofrer alterações. Consulte antes)
Foto acima de César Reis
Endereço e informações
Estação São João Del-Rei
Rua Hermília Alves, 366, Centro
São João Del-Rei/MG, Brasil
T. +55 (32) 3371-8485 (Atendimento de 4ª a sábado)
Horário de bilheteria
4ª a 6ª – 9:00 às 11:00 e 13:00 às 16:00
Sábado – 9:00 às 13:00 e 14:00 às 16:00
Domingo – 9:00 às 13:00
Estação Tiradentes
Praça da Estação s/nº - Tiradentes/MG, Brasil
Horário de bilheteria
5ª – 9:00 às 11:00 e 13:00 às 16:00
6ª – 9:00 às 13:00 e 14:00 às 17:00
Sábado e Domingo – 9:00 às 12:00 e 13:00 às 17:00
Museu Ferroviário de São João del-Rei
Funcionamento de 4ª a 6ª - de 9:00 às 11:00 e 13:00 às 16:00. Sábado: de 09:00 às 11:00 e de 14:00 às 16:00, aos domingos de 09:00 às 13:00.
(os horários acima podem sofrer alterações. Verifique antes)
 Maria Fumaça a caminho de Tiradentes. Fotografia de César Reis 
Como chegar a São João Del Rei de ônibus e carro vindo de SP, RJ e BH.
De Carro
Vindo de Belo Horizonte, acesso pela BR-040 (sentido Rio de Janeiro até  Joaquim Murtinho) e BR-383
Vindo do Rio de Janeiro, acesso pela BR-040 (sentido Belo Horizonte até Barbacena) e BR-265
Vindo de São Paulo, acesso pela BR-381 (até Lavras) e BR-265
De ônibus: 
 As empresas Expresso Gardênia (0800-30-2000), Paraibuna (32-2101-3333) e Sandra (31-3201-2512) têm ônibus para São João del Rei partindo  de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Pico da Bandeira: o ponto mais alto de Minas

(Por Arnaldo Silva) Exatos 2.891,98 metros de altitude marcam o ponto mais alto de Minas Gerais e da Região Sudeste. É Pico da Bandeira em Alto Caparaó MG, no Leste de Minas. É o terceiro mais alto pico do Brasil, atrás apenas do Pico 31 de Março, com 2974 metros e do Pico da Neblina com 2996 metros de altitude, ambos no Estado do Amazonas. (foto acima de Anderson Sá)
          O ponto mais alto do Estado de Minas Gerais está localizado no Parque Nacional do Caparaó, na Serra do Caparaó (na foto acima de Sairo C. Guedes, Guia de Turismo), na divisa com o Estado do Espírito Santo, abrangendo 4 cidades mineiras e 7 cidades capixabas. A maior parte da área do Parque Nacional do Caparaó, de 31.800 hectares, está concentrada em território capixaba. No mesmo parque, encontra-se ainda o Pico do Cristal com 2.769 metros, já totalmente em território mineiro.

          Chegar até o topo do Pico da Bandeira é uma grande aventura, embora o acesso não seja muito difícil, já que as trilhas são bem sinalizadas e ainda tem a disponibilidade de guias na região. Mesmo assim é uma subida considerável, principalmente nos dias de inverno, época ideal para avistar o nascer do sol e a nevoa aos pés do pico (como podem ver na foto abaixo de Sairo C. Guedes, Guia de Turismo)
          Exige-se muita disposição, preparo físico e estar bem agasalhado, porque as subidas ao topo, para apreciar o nascer do sol começa geralmente por volta das 3 da manhã. Tem ainda o frio do inverno rigoroso da região, ainda mais no topo, quando as temperaturas despencam para abaixo de 0 grau. (foto acima do @shakalcarlos)
          O acesso ao pico pode ser feito pelo lado capixaba pela portaria na comunidade de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto ou pelo lado de Minas Gerais, na portaria de Alto Caparaó MG, a preferida, pelo acesso ser mais fácil. Embora as trilhas sejam bem sinalizadas, é aconselhável contratar os serviços de um guia especializado, já que são treinados e conhecem muito bem o caminho, proporcionando assim mais segurança aos visitantes. 
          Vale lembrar que dentro do parque não tem restaurante, nem lanchonete, apenas fontes de água. Portanto, o visitante tem que levar comida e bebida, além de roupa seca, caso a pessoa transpire muito na subida. Estando bem equipado, bem agasalhado e com comida e bebida, resta vivenciar a beleza que a natureza do Parque do Caparaó proporciona, como seus vários poços de águas limpas e cristalinas, como esse acima, da foto da Naiara Cler, o poço formado pela Cachoeira da Hidrolândia. Tem ainda o frio congelante no topo do pico, como podem ver na foto abaixo com Naiara Cler, em junho de 2016, quando os termômetros, no topo do pico, registraram 14 graus negativos.
          Estar no Pico da Bandeira é um sentimento indescritível, tanto pela beleza e principalmente por estar num lugar preservado. Além disso, tem o charme da pequena e charmosa cidade de Alto Caparaó, com dezenas de pousadas, restaurantes servindo comidas e bebidas típicas da região, principalmente café, considerado o melhor do Brasil atualmente. 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Monte Sião: a capital das porcelanas

(Por Arnaldo Silva) Conhecida como a Cidade Nacional do Tricô e da moda, Monte Sião no Sul de Minas, destaca-se também pela produção artesanal de porcelanas, famosas no Brasil inteiro e com características únicas. Nas cores azul e branca, são totalmente artesanais, bem trabalhadas e finíssimas, como podem ver na foto acima do  Marcos Pieroni. 
          A cidade é pioneira na produção da porcelana azul e branca, onde funciona desde 1959 uma fábrica que produzia inicialmente bibelôs, tendo iniciada a produção de porcelanas, inspirada nos azulejos e cerâmicas portuguesas, com o toque e criatividade mineira. (foto acima de Marcos Pieroni) 
          A iniciativa foi tão grande e beleza e qualidade das peças produzidas agradaram os clientes, tornando a cidade a Capital das Porcelanas no Brasil.
          É a única no país que faz porcelana com essas características no Brasil. A matéria prima, a argila, ao chegar à fábrica, é moída, tratada, moldada, por fim pintada, totalmente a mão e colocada num forno a lenha que dá à porcelana extrema rigidez, durabilidade e qualidade. (fotografia acima e abaixo de Deividson Costa)
          Os visitantes tem acesso a fábrica, podendo conhecer o processo da produção e ver como é a arte de fazer porcelanas. 
          A empresa está sediada à rua Sete de Setembro, 436, no Centro de Monte Sião. Aberta de segunda à sexta-feira de 8:00 hs-17:30 hs. Aos sábados de 8:00-18:00 hs e nos domingos de 8:00 hs -15 hs.
          Não é produção mecânica ou industrial. É produção artesanal, usando ainda o velho forno a lenha, originando porcelanas únicas, de altíssima qualidade e beleza, sem igual. Todas as peças são pintadas a mão, como podem ver nas fotos acima e abaixo, do Deividson Costa.
          Da arte de fazer porcelanas, de Monte Sião, saem xícaras, pires, travessas, canecas, jarras, copos, bules, pratos, queijeiras, etc, trabalhos de altíssima qualidade.
          As porcelanas de Monte Sião são comercializadas em todo o Brasil e também, no exterior, como podem ver na foto acima do Marcos Pieroni, as porcelanas já prontas para exportação. Produto genuinamente brasileiro, feito em Minas. 
A cidade de Monte Sião
          Localizada a 497 km de Belo Horizonte, Monte Sião faz divisa com os municípios de Jacutinga, Ouro Fino, Bueno Brandão e com as cidades paulistas de Socorro e Águas de Lindóia. (foto acima de Marcos Pieroni)
          A temperatura média anual é de 21°C chegando a 0° durante o inverno, onde a cidade atrai milhares de turistas de todo o Brasil para compra de vestuários com a oportunidade de conhecer as belezas da cidade, sua gastronomia, artesanato e a fábrica de porcelanas azuis finíssimas.
          Além das porcelanas, do tricô e das malhas, Monte Sião possui uma boa estrutura turística, hoteleira e gastronômica. A cidade é charmosa, aconchegante e seu povo muito hospitaleiro e receptivo. Vale a pena conhecer Monte Sião.

Barbacena: a cidade das rosas

(Por Arnaldo Silva) Distante 170 km de Belo Horizonte, com cerca de 140 mil habitantes, tradicional da política e história de Minas, com mais de dois séculos de existência, fundada em 1791, Barbacena, no Campo das Vertentes, se destaca por sua beleza arquitetônica, pelo alto nível educacional tanto em nível médio e superior e ainda, se destaca no cenário nacional pela produção de rosas e flores diversas. (foto abaixo de Igor Messias)
          Seu clima ameno, em média 17ºC, possibilita o cultivo de roseiras, sendo a cidade hoje um dos grandes produtores de rosas de qualidade do mundo, exportando suas flores para os estados brasileiros, para os Estados Unidos e países da Europa. 
         A produção e tradição no plantio de rosas teve início em meados do século XX. Em 1968 os produtores perceberam a necessidade da união, já que a produção de rosas vinha crescendo, bem como a demanda. Fundaram a Uniflor, associação que foi de grande importância para dar suporte aos produtores para aprimoramento do cultivo e melhorando cada vez mais a qualidade das rosas cultivadas no município. A entidade, em parceria com a Prefeitura, criou a Festa das Rosas, com o objetivo de divulgar as rosas de Barbacena, tornando-a mais conhecida entre os mineiros e brasileiros. 
          A Festa das Rosas hoje é um dos mais importantes eventos de Barbacena, bem como de Minas Gerais. Atrai turistas de todo o estado, do país e até do exterior, para conhecer as belezas de uma das mais lindas flores do mundo, bem como a festa em si.
          Na festa, durante o baile de gala, acontece a eleição da Rainha das Rosas, com desfile das candidatas. Após a eleição da Rainha e princesas, são escolhidos ainda o Broto das Rosas e os Brotinhos.
          
Durante os dias de festas, Rainhas, Princesas, Brotos e Brotinhos desfilam pela cidade em carros e tratores enfeitados com rosas. Durante a festa há apresentações de grupos musicais, estandes florais na Praça dos Andradas, missa, apresentação de provas esportivas com Mangalarga Marchador no Parque de Exposições Bias Fortes, Coroação da Rainha, Princesas, Brotos e Brotinhos, com desfile em carros e tratores ornamentados, mostras do artesanato local e barracas com comidas típicas. O evento geralmente acontece no início de outubro de cada ano, sendo realizado na Praça dos Andradas e no Parque de Exposições Bias Fortes. (foto abaixo de Igor Messias)
          Além da Festa das Rosas e Flores, outras festas são destaques em Barbacena como o Jubileu de São José Operário, Exposição Agropecuária, Festa do Morango, a Semana Santa, dentro outras. 
          Durante essas festas, o turista pode conhecer os principais pontos turísticos e arquitetônicos da cidade como a Matriz Santuário, Nossa Senhora de Assunção, Nossa Senhora do Rosário, a Basílica de São José Operário, a Estação Ferroviária, o Jardim do Globo, monumentos, praças atraentes e outras belezas. A cidade possui uma boa rede hoteleira, bem como restaurantes com comidas típicas de Minas, de outras regiões e outros países. 
Barbacena (na foto acima de Igor Messias), a Cidade das Rosas é uma das mais belas cidades de Minas Gerais. O visitante terá prazer em conhecê-la.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Carne na lata: receita da iguaria tradicional em Minas

(Por Arnaldo Silva) Da necessidade de ter comida e conservá-la por muito tempo originou-se técnicas rústicas de armazenamento. Uma dessas técnicas é a carne na lata. Por volta de 1650, começaram a chegar Bandeirantes Paulistas no que é hoje o território mineiro em busca de ouro. Comida naqueles tempos era bem difícil de encontrar, numa terra ainda recém explorada. 
          A partir dessa época sentiram a necessidade de ter alimentos que durassem por muito tempo sempre disponíveis. A única gordura que usavam naqueles tempos era a de porco e já era de conhecimento que a banha do porco não perecia rapidamente e ainda conservava o que era misturado a ela. Foi até por acidente que descobriram isso.
            Fritaram muita carne de porco num enorme caldeirão. Como não comeram toda carne, tamparam e deixaram. Perceberam que a gordura tinha ficado grossa e a carne no seu interior ficava normal, sem perecer. Assim surgiu essa técnica. Durava em média dois meses no caldeirão. 
            Numa terra recém descoberta, sendo desbravada, não existia utensílios para o cozimento. Tudo vinha de Portugal, como os caldeirões e talheres, quando não se encontrava talheres, usavam colheres feitas com cavacos de madeira, cabaça e cuité. As tropas, em suas viagens, levavam a carne no caldeirão mesmo. 
          Essa técnica se difundiu pelo restante do país pelos próprios bandeirantes e tropeiros que saiam pelos rincões de nossas terras desbravando nossos sertões. A forma de armazenar comida e prepará-las foram introduzidas por eles em outras regiões, hoje, outros estados.   
          No século XIX começou a se desenvolver a siderurgia e assim começaram a fazer vasilhames e latas de metal. Por serem leves, já que os caldeirões eram pesados, as latas começaram a ser usada no armazenamento das carnes. Como a carne era colocada dentro da lata, virou "carne de lata". Na verdade era carne armazenada na lata ou carne na lata. Falamos carne de lata mas o correto mesmo é carne na lata, já que a carne é de porco, não de lata.
          A carne na lata era tão popular que é considerada uma das identidades de Minas Gerais. Uma iguaria do interior mineiro..
          Essa técnica durou até o surgimento da energia elétrica e com a invenção e popularização das geladeiras, que com o passar do tempo, passou a estar presente em todas as casas. Até a década de 1980 ainda era muito popular no interior de Minas. 
          Mas hoje está acontecendo algo diferente. As tradições antigas estão sendo mais valorizadas e receitas quase que esquecidas como bolo de fubá assado na brasa, requeijão da roça, a carne na lata, dentre outras receitas tradicionais de Minas, estão ressurgindo, ganhando vida nas mãos das nossas cozinheiras. Cada dia mais a carne na lata vem sendo procurada. Quer fazer?
Mas como é preparada a carne na lata?
 
          A forma tradicional é mais demorada. Leva uns 10 dias. Primeiro tem a matança do porco, depois tem que limpar e desossar a carne, separando a carne de osso, o lombo, o pernil, etc.
          A gordura do animal é retirada e levada ao fogo até derreter toda. A partir de então já, é a banha propriamente dita. 
Depois de picada e temperada, a carne é frita por 3 horas na banha, em fogão à lenha. Esse é o tempo para retirar toda a água que fica na carne. Ela ficará sequinha. Depois é só esperar esfriar e colocar a carne num caldeirão ou numa lata de preferência. Armazene num local fresco. Sempre quando quiser comer carne, só retirar e colocar numa panela e aquecer. 
          Quem já experimentou a carne na lata sabe que o sabor é outro, sem igual, totalmente diferente, gostoso e único.
Como fazer carne na lata morando na cidade?
- Você que mora na cidade e gosta da carne na lata, pode fazer em casa também. Não precisa matar um porco, pode comprar 1 kg de carne de porco no açougue e 1 kg de barriga de porco. 
- Frite a barriga de porco e retire o torresmo. Reserve a banha.
- Corte a carne e tempere a seu gosto. 
- Deixe essa carne descansando por umas 3 horas. 
- Depois desse tempo, coloque a banha no fogo, em seguida a carne e frite até que fique bem cozida mesmo. 
- Espere esfriar e coloque numa lata e armazene num local seco e arejado, com a carne totalmente submersa na banha. 
Está prontinha sua carne na lata e conservada na banha, dura por mais ou menos 2 meses. 
As fotos que ilustram a matéria são de autoria de Arnaldo Quintão de Itabira MG

Mineiro com orgulho

(Por Arnaldo Silva) Sou mineiro com muito orgulho. Sei escrever e falar corretamente o Português, mas sou mineiro e falo como meu povo, com meu sotaque. Falo Uai sim senhor e não tenho vergonha do meu Uai, do meu sô, do meu trem bão. Temos sotaque e sotaque é identidade de um povo, de uma região. Adquire-se com o passar do tempo. 
          Falo por prazer de ser o que sou, mineiro com orgulho sim senhor. Sou tão mineiro, mas tão mineiro que quando nasci, já fui logo falando pro médico: “bate não sô!”
          Gosto de Pão de Queijo, de Tutu, de Frango com Quiabo, de Feijão Tropeiro, de doce de leite com queijo e também, claro, queijo com goiabada.

          Comemos palavras, falamos errado para uns, mas sotaque é tradição e mantenho a tradição, falando meu mineirês.
Estudo nós temos, falamos errado porque queremos e gostamos.
Não tem jantar aqui em Minas, tem janta. Comemos o “r”. Almoçar é simples, é só falar “murçá” que todos entendem. Venha almoçar! Mineiro não fala isso nunca, tem dó, pra que complicar sô, facilita uai, diminui o trem sô!

          Senhora e senhor? Falamos isso não. Sá e sô. Vai lá sô (pra ele), vai lá sá (pra ela) e por ai vai. Quando se referir a um senhor ou moço é sô e a uma senhora ou moça é sá, viu?
E se estivermos com muita preguiça de falar muito, falamos trem. Pra tudo falamos trem.
Mineiro não namora, dá uma coisada no trem. Não vai comer algo, vai ali comer um trem. E se não gostar, fala logo “ que trem ruim sô”

          Mineiro não ri da cara de ninguém, só caçoa.
          Como todo bom mineiro, não falo uma frase completa, tenho que comer alguma letra.
          Ocê ou cê, tanto faz, entende? A distância pode ser até longa, mas pra nós é “logo ali ó!”. Ver é só “V”. Nossa é apenas “nó”.
Mineiro não aumenta, diminui o português. É pra tudo ficar bem bunitim, facim e arrumadim pra todo mundo entender direitim.
Viu só, falando certim, todo mineiro entendi bem direitim e a prosa fica boa dimais da conta sô!

          É só falar e amar porque Minas é um trem que corre em minhas veias e a estação é o meu coração. Amo Minas porque sou mineiro com muito orgulho e muito amor e ser mineiro é um prazer que só quem é mineiro sabe e entende. Ser mineiro não é apenas Texto, arte e fotografia de Arnaldo Silva

Conheça a cachoeira do Sucupira

(Por Arnaldo Silva) Distante 535 km da Capital Belo Horizonte, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, é a segunda maior cidade de Minas Gerais. É uma cidade desenvolvida, industrial e um dos grandes produtores de grãos de Minas. Se destaca também por suas belezas naturais.
          Uma dessas belezas é a Cachoeira de Sucupira (na foto acima de Eudes Silva) a 17 km do centro da cidade, na zona rural, sentido Leste, entre as rodovias BR- 050 e BR- 452. Suas águas, claras e sem poluição despencam por 15 metros em um paredão de 25 a 30 metros de largura. 
          É um dos principais locais de lazer do uberlandense e também de moradores de cidades vizinhas. (foto acima de Eudes Silva) A cachoeira é muito bonita, com poço e praia natural, de pedras e cascalhos. Nos fins de semanas e feriados, famílias frequentam o local, fazendo piqueniques. Uberlândia é uma cidade grande, com ares e detalhes típicos do interior. Vale a pena conhecê-la.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Serra do Cipó: paraíso natural de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) A Serra do Cipó fica bem pertinho de Belo Horizonte. São apenas 100 km da capital. Toda a área do Parque Nacional da Serra do Cipó é dotada de rara beleza. Uma dessas belezas mais famosas é a Cachoeira Grande, um dos cartões postais de Minas. (na foto acima de Thiago Perilo/@thiagop.photo em Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho MG).
          São cachoeiras, grutas, trilhas e paisagens, cada uma mais linda que a outra.(na foto acima de Tom Alves/tomalves.com.br a flora da Serra do Cipó) O parque tem estrutura para atender visitantes adeptos da ecoturismo e de esportes radicais como rapel, trekking, ciclismo, alpinismo e rafting. Nos charmosos e pitorescos povoados e cidades da região da Serra do Cipó existem pousadas e restaurantes com a culinária típica de Minas.  
          Santana do Riacho, a 110 km de Belo Horizonte é a porta de entrada para o Parque Nacional da Serra do Cipó, bem como seu mais famoso distrito, Lapinha da Serra (na foto acima de Marcelo Santos), a 1000 metros de altitude, aos pés do Pico da Lapinha.  Tanto na cidade, quanto no distrito, o visitante encontrará lugares charmosos, tranquilos, boa comida, boas pousadas e muita beleza natural. 
          Além da Cachoeira Grande, o Rio Cipó (na foto acima de Tom Alves/tomalves.com.br) serpenteia por entre a serra, considerada o jardim do Brasil, por suas cerca de 1700 espécies da nossa flora como sempre vivas (na foto abaixo de Marcelo Santos), canela-de-ema, orquídeas, bromélias, etc. A Serra do Cipó é uma das maiores concentrações de flora no mundo. 
          A fauna também é riquíssima. São encontrados diversas espécies de aves e animais ameaçados de extinção como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e a onça-parda. 
          Em todo o complexo da Serra do Cipó encontra-se nascentes que desaguam em rios que formam correntezas, cascadas e cachoeiras que formam poços, muito procurados por banhistas que fazem questão de irem à pé ou de bike até esses locais. (foto acima de Tom Alves/tomalves.com.br) As cachoeiras mais procuradas, além da Cachoeira Grande são as da Serra Morena, Farofa, Véu da Noiva, Capivara, Andorinhas, da Naná e a cachoeira das Congonhas Essa cachoeira tem 20 metros de altura e é uma das preferidas para a prática de rapel.
          Próximo a essa cachoeira está o Cânion das Bandeirinhas (na foto acima Alexsandra Almeida), cujas águas formam poços ótimos para banhos e relaxamento. 

O Museu do Inhotim em Brumadinho

(Por Arnaldo Silva) Pra quem não sabe, onde é hoje o Inhotim, foi antes uma área de mineração, que após o encerramento das atividades, foi recuperada, transformando-se ao longo dos anos que que é hoje, o maior museu a céu aberto do mundo. Muitos pensam que o nome Inhotim é um nome indígena Tupi-Guarani. Não é nome indígena não.
          Quando a área era de mineradora, tinha como responsável um inglês de nome Timot, conhecido pelos demais funcionários da mineração e pessoas do local como "Senhor Tim". Como mineiro adora diminuir as palavras, começaram a falar "Sinhô Tim", por fim, como o s e ficou "Inhô Tim" e assim ficou e se popularizou tanto que virou nome do local. Quando no início dos anos 1980, decidiram recuperar a área para ser criado um museu contemporâneo, optaram por manter o nome já que Inhotim era parte da história do local. (fotografia acima de Andréia Gomes/@andreiagomesphotoart)
          O Instituto Inhotim, surgiu na década de 1980, idealizado pelo empresário mineiro Bernardo de Mello Paz. Hoje é uma Oncip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).  
          Ao longo dos anos o local foi se transformando, ganhando mais com o plantio de diversas espécies de árvores e flores, do Brasil e do mundo, inclusive com espécies raras. Além da vasta coleção botânica, obras de arte de grandes artistas contemporâneos da atualidade estão presentes no Inhotim e muitas delas impressionam como essa obra ao lado, na foto de Sônia Fraga, que mostra uma castanheira feita de bronze suspensa por árvores de verdade, assinada pelo artista plástico italiano Giuseppe Penone. (fotografia acima de Sônia Fraga)
          O Inhotim é hoje hoje um dos grandes propulsores do desenvolvimento humano sustentável. O espaço é rico em cultura e beleza, o que atrai pessoas de todos os gostos e faixas etárias diferentes. Os projetos paisagísticos e botânicos, além das pesquisas, são desenvolvidos em parceria com órgãos do Governo e iniciativa privada.
          Segundo um dos mais importantes jornais do mundo, o The New York Times, em referência ao Inhotim, citou em uma de suas edições que “poucas instituições se dão ao luxo de devotar milhares de acres de jardins e montes e campos a nada além da arte, e instalar a arte ali para sempre.” (fotografia acima de Andréia Gomes/@andreiagomesphotoart)
          O Inhotim (foto acima John Brandão/@fotografo_aventureiro) fica em Brumadinho, município com uma imensa área territorial com cerca de 640 km2, distante apenas 55 km de Belo Horizonte.(foto abaixo de Sérgio Mourão)
JARDIM BOTÂNICO
          A área de visitação do Inhotim tem 140 hectares com destaque para o verde nativo de Mata Atlântica, cinco lagos e uma das maiores coleções botânicas plantadas do mundo. São pouco mais de 4 mil espécies representando 181 famílias botânicas e 953 gêneros. As coleções que mais chamam a atenção são de palmeiras com aproximadamente 1400 espécies e a coleção de Araceae que inclui imbés, antúrios e copos-de-leite, sendo a maior coleção da América Latina. No Inhotim estão cerca de 450 espécies de orquídeas, em destaque para a espécie Vanda, a que mais chama a atenção dos visitantes. (fotografia abaixo de Sônia Fraga)
INFORMAÇÕES SOBRE O INHOTIM
- Horários: Aberto à visitação pública às terças, quartas, quintas e sextas-feiras, das 9h30 às 16h30 (última entrada às 16h00), e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30 (última entrada às 17h00).
- Entrada: Cobra-se ingresso para entrar. Verifique os preços antes.
Meia-entrada para maiores de 60 anos e estudantes (mediante apresentação de carteira específica da escola ou faculdade, dentro do prazo de validade e com foto). Entrada gratuita para menores de seis anos.
- Transporte interno: Existe também o serviço de transporte interno para facilitar o acesso às obras mais distantes. O serviço pode ser adquirido na recepção e em outros pontos do parque e o custo é por pessoa e tem validade durante toda a estada no parque. Portadores de necessidades especiais e crianças menores de seis anos de idade não pagam.
- Alimentação: Dos lanches rápidos aos pratos mais elaborados e sofisticados, os visitantes do Inhotim podem desfrutar de uma gastronomia variada. São muitas as opções. (fotografia abaixo de Andréia Gomes/@andreiagomesphotoart)
COMO CHEGAR:
- Ônibus:
De terça a sexta-feira, o ônibus com destino ao Inhotim sai da Rodoviária de Belo Horizonte (plataforma F2) às 9h e retorna às 16h30. Nos finais de semana e feriado, o horário de retorno para a capital é às 17h30.
O percurso tem a duração de 1h30.
Informações pelo telefone: (31) 34191800 ou (31) 3272 8525.
- De carro - acessos

Acesso pelo km 640 da BR-381 – sentido BH-SP. (aproximadamente 1h15 de viagem).
O Instituto, visitado por milhares de pessoas de todo o mundo, é automaticamente lembrado quando se fala em Brumadinho, município mineiro, que, partindo de BH, é acessado pelas rodovias BR-381, MG-155 e MG-040.
          Para quem não vai de carro, uma linha de ônibus sai da rodoviária de Belo Horizonte para o Inhotim. São 60 quilômetros de BH até o Instituto. E o caminho não é difícil: é preciso seguir pela rodovia Fernão Dias (BR-381) e, depois de passar pelo trevo para o Triângulo Mineiro, pegar a saída 501, em direção a Mário Campos.
          Depois de um posto de gasolina, virar à direita e pegar a estrada que leva ao Centro de Brumadinho. A partir dali, placas indicam o caminho para o museu. (fotografia abaixo de Andréia Gomes/@andreiagomesphotoart)
          Está em curso, estudos para a viabilização de uma linha de trem de passageiros, que ligará o Museu do Mao na Praça da Estação de Belo Horizonte com estação final no Inhotim, o que facilitará a locomoção de turistas que chegam a Belo Horizonte, para o Museu do Inhotim. 

Serra da Canastra: berço do Rio São Francisco

(Por Arnaldo Silva) A Serra da Canastra, na região Oeste de Minas abriga um dos maiores tesouros da nossa fauna e flora, principalmente nas nascentes que formam o Rio São Francisco. A beleza impactante da região vem atraindo amantes do Ecoturismo, bem como visitantes para as cidades do Circuito da Canastra. ecológico.
          Para preservar as nascentes do Rio São Francisco, em 1972, foi criado o Parque Nacional da Serra da Canastra, com área de 200 mil hectares, abrangendo os municípios de São Roque de Minas, Vargem Bonita, Sacramento, Delfinópolis, São João Batista do Glória e Capitólio. (fotografia acima de Pedro Beraldo/@ecotrilhasdacanastra)
          A portaria para a nascente do Rio São Francisco (na foto acima do Arnaldo Silva) e parte alta da Cachoeira da Cascadanta fica em São Roque de Minas. Já para ir a parte baixa da Cachoeira da Cascadanta, a primeira queda do Rio São Francisco, com 163 metros, tem que ser por Vargem Bonita.
          A região forma um conjunto de rara beleza, de extasiar. Campos rupestres característicos do Cerrado e Mata Atlântica, animais silvestres como o lobo-guará (na foto acima da Conceição Luz), tatu-canastra, pato-mergulhão, veado-campeiro, onça-pintada, tamanduá-bandeira (na foto abaixo de Conceição Luz), várias espécies de pássaros, as cristalinas águas do Rio São Francisco, as formações rochosas, são os cenários que encantam na Serra da Canastra, protegidos nos limites do parque.
          Na região, remanescentes das tradições do século 19 estão presentes na arquitetura das casas no estilo barroco e currais, feitos em pedra sobre pedra, sem cimento, o queijo Canastra, o carro de boi e a culinária mineira. (foto abaixo de Luiz Leite, em Vargem Bonita, ao fundo a Cachoeira da Cascadanta)
COMO CHEGAR
          O caminho mais fácil para chegar a São Roque de Minas, e Vargem Bonita, cidades onde estão as portarias para entrada para a nascente do Rio São Francisco e Cachoeira da Cascadanta, é indo por Piumhi, já que a estrada é asfaltada.
          De Piumhi até São Roque são 58 km, pela MG-341.Para subir a Serra, o restante do percurso é em estrada de terra. Até Vargem Bonita são 24 km no asfalto. Para ir até a parte baixa da Cascadanta, terá que pegar mais 26 km de estrada de terra. (fotografia acima de Pedro Beraldo/@ecotrilhasdacanastra, Sempre-Vivas na Serra da Canastra)
          Nas duas cidades existem pessoas que levam turistas em carros 4x4 ou vans. Geralmente as pousadas locais oferecem esse tipo de serviço aos seus hóspedes. O que é aconselhável aceitar. (na foto acima de Nacip Gômez, a Cachoeira da Cascadanta)
          Como eles conhecem bem o caminho e as estradas, que em alguns trechos requer habilidade e atenção dos motoristas, seria uma opção inteligente, mesmo se for de carro próprio, contrate um guia para te acompanhar, para evitar que se perca nas sinuosas e perigosas curvas das estradas da Serra da Canastra e claro, para que o guia possa te orientar a desfrutar e conhecer melhor todas as belezas da região.
          Uma outra dica, não deixe de abastecer o carro, no Parque não tem posto de gasolina.

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Facebook

Postagens populares

Seguidores