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sábado, 26 de agosto de 2017

10 lugares em Minas ideais para acampar

(Por Arnaldo Silva) Pra quem gosta de viajar e está a procura de um lugar para acampar entre montanhas, matas nativas e cachoeiras, esse lugar é Minas Gerais. Em Minas o que não falta é lugar para acampar e curtir a natureza. 
          Tem lugares rústicos, sem nenhuma estrutura, totalmente natural, como este espaço registrado pelo Marcelo Santos, que fica ao lado da Cachoeira do Sumidouro em Felício dos Santos MG, mas tem vários outros espaços com boa estrutura como estacionamento, restaurantes, banheiros e chuveiros.
          Segue a lista de 10 sugestões de lugares com boa estrutura e ótimos para acampamento em Minas Gerais. Tem muito mais que 10, mas para não ficar muito longa a lista, listamos apenas 10:
01 - Camping do Tio Zezico na Serra da Canastra
              É uma fazenda que recebe visitantes para camping e desfrutar das águas de um ribeirão, nos fundos da propriedade. Fica apenas 100 metros da estrada, que liga São José do Barreiro à Cachoeira da Cascadanta, em São Roque de Minas. (fotografia acima e abaixo de Nilza Leonel)
          Um lugar paradisíaco, como piscinas naturais de águas limpas e cristalinas, além de um camping com boa estrutura, como banheiros com chuveiro quente. Para passar o dia, cobra-se taxa para usar as piscinas naturais, bem como para acampar.
No camping, tem-se uma vista privilegiada da Serra da Canastra, da Cascadanta, as águas do ribeirão que formam as piscinas naturais. Pode-se ainda conhecer a vida simples da Serra da Canastra, além da culinária e claro, os queijos Canastras. Tudo isso pode ser vivenciadas em um único dia, no Camping. Vale a pena.
02 - Camping do Canarinho em Capitólio
          Bem às margens da rodovia MG-050, entre São José da Barra e Capitólio, o Camping Canarinho é uma opção para quem quer curtir as belezas naturais do Lago de Furnas e dos famosos cânions.
          O camping tem boa estrutura, como área plana e gramada, energia elétrica, banheiros masculinos e femininos, com chuveiro quente, cozinha com pia, fogão e geladeira. Além de sua ótima estrutura, tem as belezas de Capitólio para serem vivenciadas, além dos cânions como cachoeiras, piscinas naturais, mirantes, matas nativas, etc. (fotografia acima de Jefferson Souza dos Cânions)
03 - Camping do Sossego - Bueno Brandão
          Bueno Brandão, no Sul de Minas (na foto acima do Douglas Coltri), conhecida como a "Cidade das Cachoeiras" e por sua exuberante natureza, cultura e tradições gastronômicas, como vinhos, chocolates, licores e cachaças.
          É um paraíso e um convite para quem gosta de acampar. Cidade com ótima estrutura para receber turistas, com opção de acampar como por exemplo, no Camping do Sossego (na foto acima do Douglas Coltri). Um lugar tranquilo, onde o visitante tem o privilégio de conviver com a natureza e belezas da Serra da Mantiqueira.
04 - Camping das Bromélias - Lapinha da Serra
 
          Localizado bem no centro de Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho MG, a 110 km de BH. em meio ao casario simples da vila das paisagens nativas da Serra do Cipó, o local é bem estruturado, com banheiros masculino e feminino, cozinha coletiva, ducha externa, etc. Só pelas belezas da vila e da Serra do Cipó, vale a pena acampar. (na foto acima de Giseli Jorge, o charme de Lapinha da Serra)
05 - Camping do Noel - São Thomé das Letras
          É um dos mais antigos campings de São Tomé das Letras, no Sul de Minas. Possui ótima estrutura e atendimento como água mineral, de fonte própria, banheiros com chuveiro quente, cozinha comunitária, energia elétrica, área para fogueira, restaurante com cozinha típica, área para fogueira, já que nessa região faz muito frio. (fotografia ilustrativa acima de Jonh Brandão - In Mermoriam)
          Além disso, a área conta com cascata para um relaxante banho, além de campo de futebol e pista de cross para bikes, dentre outros atrativos. Fica na estrada da Serrinha, em Canta Galo, São Tomé das Letras.
06 - Camping O Panorâmico - Aiuruoca
          Localizado bem aos pés da Serra do Papagaio, em Aiuruoca, no Sul de Minas, o camping é dotado de ótima estrutura com áreas para barracas, banheiros masculino e feminino com chuveiro quente, além de cozinha coletiva e área interativa. Conta ainda parceria com restaurante para servir café da manhã, almoço e jantar, para quem preferir. Aiuruoca é show à parte. A cidade é magnífica! (na foto acima de Jerez Costa, o Pico do Papagaio em Aiuruoca MG)
07 - Camping Véu da noiva - Serra do Cipó
          Próximo ao Parque Nacional da Serra do Cipó, em Santana do Riacho MG a 110 km de BH,  o camping é um ótimo lugar para relaxamento em grupos, a sós ou em família, em meio à exuberância nativa da Serra do Cipó, o "Jardim Natural" do Brasil como por exemplo, a Cachoeira Véu da Noiva, próxima ao camping. 
          O Camping Véu da Noiva é um dos mais antigos e bem estruturados da região, desde 1980 em atividade. (na imagem ilustrativa acima do John Brandão - In Memoriam, a MG-10, de acesso à Santana do Riacho, na Serra do Cipó)
          Conta com uma ótima estrutura para camping com piscinas naturais, quadras de areia, restaurante, bar, área com jardins, sala de TV, wi-fi, banheiros com chuveiros, banheiros para deficientes, além de ter capacidade para até 300 barracas.  
08 - Camping Sossego do Jeca - Carrancas
          Carrancas, no Campo das Vertentes, é cenário de novelas, literalmente. Isso porque várias novelas globais, além de cineastas, usam como cenários as belezas naturais da cidade. Se hospedar ou mesmo, acampar entre as cachoeiras e belezas naturais de Carrancas, é vivenciar um verdadeiro oásis.
            Para quem gosta de acampar, a dica é o Camping Sossego do Jeca, muito bem estruturado, com cozinha comunitária, banheiros com chuveiro quente, energia elétrica, wi-fi, além do lugar ser muito bem localizado e arborizado. Fica dentro da cidade, com o visitante podendo com isso, desfrutar da beleza e encantos da arquitetura de Carrancas, bem como conhecer as belezas naturais, como a Cachoeira da Fumaça (na fotografia acima do Rogério Salgado).
08 - Camping Claro Casa de Pedra - Delfinópolis
          Delfinópolis, no Sudoeste de Minas, é uma das mais belas cidades da Região da Serra da Canastra. Montanhas, cachoeiras paradisíacas, trilhas, poços de águas cristalinas como o poço formado pela pequena queda d´água da Cachoeira do Zé Carlinhos (na foto acima do Wallace Melo). Enfim, Delfinópolis é um pedaço do paraíso em Minas. Vivenciar a natureza, ao ar livre, em acampamento uma experiência única. 
          No município tem o Camping Claro Casa de Pedra, distante apenas 7 km do Centro da cidade. Conta com estrutura para receber mais de 200 barracas em suas duas áreas de campings, além de estacionamento, banheiros com chuveiros quentes, restaurante e lanchonete.
10 - Camping Ibitilua - Conceição do Ibitipoca
 
          A charmosa vila colonial de Conceição do Ibitipoca, distrito de Lima Duarte MG, Zona da Mata, é a porta de entrada para o Parque Estadual do Ibitipoca. (fotografia acima de Raul Mourão da Matriz do distrito)
          O Camping do Ibitulua, é também uma aconchegante pousada. O turista tem como opção, hospedar-se nos chalés ou acampar. A área de camping, conta com uma boa estrutura com banheiros, churrasqueiras, fogão a lenha, duchas, etc. Fica bem no centro de Conceição do Ibitipoca.
Nota: Em todos os 10 lugares para acampar citados acima, cobra-se entradas, serviços e diárias dos visitantes. Verifique as condições e regras dos acampamentos e consulte os preços antes.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

As 12 mais belas cachoeiras de Minas Gerais - Parte I

(Por Arnaldo Silva) Cachoeiras em Minas Gerais é o que não falta. São milhares espalhadas pelos 853 municípios mineiros. Todas lindas mas algumas são especiais, de tirar o fôlego, como esta acima que destacamos: a Cachoeira Beija-flor em Capitólio MG
Fotografia: Cachoeira do Beija-flor em Capitólico MG - Por @percio_passeioscapitalio
       Selecionamos 24 cachoeiras divididas em 12 partes, para não ser muito cansativo a leitura. 
          Consideradas as mais lindas de Minas Gerais, algumas dessas cachoeiras são verdadeiros cartões postais de várias cidades e do estado como a Cachoeira da Cascadanta em São Roque de Minas. Conheça 12 cachoeiras da primeira parte da série:
01 - Cachoeira do Sumidouro em Felício dos Santos MG
 Fotografia: Marcelo Santos
         A Cachoeira do Sumidouro origina-se da nascente do Rio Araçuaí. Fica em Felício dos Santos, no Vale do Jequitinhonha. Tem cerca de  75 metros de altura de queda. É muito procurada pelos praticantes de rapel. Diferente das demais, essa cachoeira não forma um poço em sua queda porque suas águas "desaparecem" ao pé da queda. Por isso o nome de Sumidouro. 
02 - Cachoeira do Serrado em Porteirinha
Foto: Marcelo Santos 
        A Cachoeira do "Serrado" com S mesmo, de serração, fica em Porteirinha, no Norte de Minas. Estão dentro do Parque Estadual de Serra Nova que além de Porteirinha, fazem parte Serranópolis de Minas e Rio Pardo MG. No meio da da Serra do Espinhaço, uma fenda aberta, dando impressão que foi "Serrada" estão as cachoeiras do Serrado. Não é uma apenas, são várias quedas que formam essa cachoeira, uma das mais belas de nosso Estado. 
        Suas águas são escuras e correm por entre pedras formando excelentes poços para banhos. O complexo das Cachoeiras do Serrado fica a 45 km do centro da cidade pegando a MG 122 e já no parque, concluindo o percurso por estrada de terra. Tem um "atalho" de 25 km por estrada de terra mas não é recomendado por ser estrada ruim, ocasionando dificuldades na direção.
03 - Cachoeira das Irmãs em Araguari
Fotografia: Eudes Silva
          A Cachoeira das Irmãs, também chamada de Cachoeira das Freiras, fica em Araguari, no Triângulo Mineiro e distante 36 km da vizinha Uberlândia. É de fácil acesso e uma das cachoeiras mais famosas da região. O local pertence ao Instituto Savério Pestanha onde se localiza o Conventos de Freiras de Araguari. Dai o nome da cachoeira. A cachoeira é formada pelas águas do ribeirão Bom Jardim que despencam de 42 metros de altura em grande volume, formando um poço em redor. Araguari é um município privilegiado por belas paisagem, principalmente lindas cachoeiras.
04 - Cachoeira dos Cristais em Diamantina
 Fotografia: Edson Zanatto
         Cachoeira de pouca altura, mas com um poço ótimo para banho. As águas são tranquilas e limpas. É possível nadar até a queda e ficar atrás da cortina de água. A Cachoeira dos Cristais fica a menos de 15 quilômetros de Diamantina. Cachoeira de pouca altura, mas com um poço ótimo para banho. As águas são tranquilas e limpas. É possível nadar até a queda e ficar atrás da cortina de água. A Cachoeira dos Cristais fica a menos de 15 quilômetros de Diamantina. 
05 - Cachoeira da Cascadanta em São Roque de Minas
Fotografia: Wilson Fortunato
          A Cachoeira Casca D´Anta é a maior queda do rio São Francisco e se forma quando o Rio da Integração Nacional deixa o seu "berço" na serra da Canastra, em São Roque de Minas, Sudoeste de Minas Gerais. A região mais importante da Serra da Canastra é a área já regularizada do Parque Nacional, onde se localiza a Cachoeira Casca D’anta, considerada a maior atração da Canastra e pode ser visitada pelo alto da serra ou por baixo, em ambos os casos com acesso relativamente fácil por estradas de terra. A Cachoeira Casca D’Anta tem queda livre de 186 metros.
06 - A Cachoeira do Zé Carlinhos em Delfinópolis MG
Fotografia: Wallace Melo
          É uma das mais belas cachoeiras de Delfinópólis, no Sudoeste de Minas, com duas quedas, culminando num poço circular de águas verdes, cristalinas, geladas, além de uma praia com areia branquinha. Além disso, é rodeada por exuberante paisagem, montanhas, trilhas e vistas espetaculares. A Cachoeira do Zé Carlinho fica em São Roque de Minas, com acesso mais fácil pelo Vale da Gurita, a 25 km de Delfinópolis.  É uma propriedade particular, com acesso pago, sendo recomentado o acompanhamento com guia especializado, que pode ser encontrado com facilidade na cidade. 
07 - Cachoeira do Tabuleiro em Conceição do Mato Dentro
Fotogrqafia: John Brandão - In Memorian
          A Cachoeira do Tabuleiro é uma queda-d'água brasileira, situada na serra do Espinhaço, no município de Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas. É mais alta de Minas Gerais e a terceira maior do Brasil. São 273 metros de queda livre formada a partir de um paredão de beleza monumental. Na parte alta da cachoeira existem outras quedas e lagos e, na parte de baixo, existe um grande poço ladeado por imensos blocos de pedra, com 18 metros de profundidade.
08 - Cachoeira da Esmeralda em Carrancas
 Fotografia: Vinícius Barnabé
         Carrancas é uma das maravilhas de Minas, lugar de belezas naturais espetaculares e de cachoeiras paradisíacas como as que formam o Complexo da Zilda, a Cachoeira da Fumaça, a Cachoeira do Grão Mogol, a Cachoeira do Salomão, a Cachoeira do Moinho, o Poço do Coração, dentre tantas outras que fica difícil dizer qual dessas é a mais bonita. Mas Carrancas não pode ficar de fora da lista e representando as belezas da cidade, a Cachoeira da Esmeralda, na imagem acima. É uma das preferidas dos banhistas e turistas que vem à cidade. Suas águas são limpas, geladas, a mata nativa em redor é esplêndida. O reflexo do sol nas pedras e água, torna sua cor esmeralda mais vibrante e impressionante. 
09 -Cachoeira Grande na Serra do Cipó
 
Fotografia: Tom Alves/@tomalvesfotografia
          A Cachoeira Grande é uma das mais belas de Minas e um dos nossos cartões postais. A queda é de apenas 10 metros de altura, mas tem 60 metros de largura e forma uma enorme lagoa, ótima para banhos. Fica em Santana do Riacho a 100 km de Belo Horizonte, na Serra do Cipó. É um local para ficar o dia inteiro, mergulhado na lagoa que as suas quedas formam.
10 - Cachoeira do Bicame em Santana do Riacho
Fotografia: Gisele Jorge
          A Cachoeira do Bicame fica na Serra do Cipó, em Santana do Riacho MG, a 125 km de Belo Horizonte, numa RPPM (Reserva Particular de Patrimônio Natural). Embora não seja muito alta, é imponente e linda. Fica a 10 km do Centro de Santana do Riacho. Suas águas geladas correm normalmente, mesmo no período da estiagem. Tem a cor caramelo escuro, e sua queda forma um poço profundo , de uma beleza sem igual. O caminho até a cachoeira é estonteante de belo podendo ver, contemplar e fotografar o famoso "mar" de montanhas de Minas e pinturas rupestres.
11 - Cachoeiras dos Cânions de Capitólio 
Fotografia: Marcelo Santos
          Distante 300 km de Belo Horizonte, Capitólio é um dos pontos turísticos mais visitados de Minas Gerais, por causa do lago de Furnas, seus cânions e suas inúmeras cachoeiras, entre elas, as cachoeiras dos Cânions, que descem pelos paredões numa queda de 50 metros de altura, formando um lindo lago com águas esverdeadas. Para se chegar a esse local, somente de barco ou escuna que partem de Capitólio, na Rodovia MG 050, km 306, na Ponte do Turvo.
12 - Cachoeira do Rio Claro  em Nova Ponte
 Fotografia: Eudes Silva
         A cachoeira do Rio Claro (na foto acima de Eudes Silva), popularmente chamada de Cachoeira da Fumaça, fica em Nova Ponte a 60 km do centro de Uberlândia-MG e 72 km de Uberaba-MG no Triângulo Mineiro. São 43 metros de altura e é considerada a maior vazão de águas do Triângulo Mineiro.
NOTA: A maioria dessas cachoeiras estão em Parques Ambientais ou em propriedades particulares. Em algumas, a entrada é gratuita, em outras, são cobradas taxas por visitante. Pesquise antes os preços cobrados e verifique as regras de permanência nos locais.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A lenda da origem dos ipês

"Naqueles tempos, o inverno estava nos seus últimos dias e todas as árvores da floresta estavam começando a florescer. Somente os ipês continuavam sem flores. Os ipês, cada vez mais se entristeciam com aquela situação. Eles eram os únicos que não tinham nem flores, nem frutos. Então, os amarelos canários da terra, percebendo a tristeza dos ipês, resolveram fazer seus ninhos somente nos galhos de um dos ipês. E ninhais também foram feitos pelas araras vermelhas e azuis e os sanhaços em outro; as garças brancas em outro, as siaciras em outro, e num outro ipê menos imponente, foram os periquitos, jandaias, maritacas e papagaios. (Primeira foto de Wilson Fortunato, segunda de César Reis, terceira de Wilson Fortunato e quarta de Giselle Oliveira)
          Os ipês ficaram muito felizes e resolveram pedir à Providência Divina que lhes dessem flores, como forma de agradecimento aos canários da terra e a todos os outros pássaros da floresta, pela alegria que tinham levado a eles. (foto acima de Wilson Fortunato, ipê roxo florido, em Bom Despacho MG)
          No dia seguinte, dizem, sob o mais belo céu azul que aqueles sertões já conheceram, os ipês floresceram em várias cores. Cada um dos ipês se vestiu nas cores e matizes dos pássaros que os havia adotado. Quando tudo isso aconteceu, dizem, era agosto".  (foto acima de ipês rosas e abaixo, ipê branco,de Arnaldo Silva em Bom Despacho MG)        
          E assim, desde então, os ipês têm florescidos em agosto. Agora, a cada agosto, um vento frio sopra desde os sertões do Brasil: é a Providência Divina anunciando que ainda mais uma vez os ipês florescerão, cumprindo a aliança entre Deus e a Natureza. As cores dos ipês são, portanto, expressão de um milagre do amor de Deus pela natureza e pelos seres que vivem na Terra".
Autoria do texto desconhecida (se alguém souber a autoria nos informe para darmos os créditos)

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Cinco cidades-fantasma em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Outrora cheios de gente e ativos economicamente, esses povoados de rica tradição, cultura e história, deram lugar à monotonia da rotina e lembranças de um passado glorioso, que ficaram nas lembranças de alguns poucos que ainda permanecem nessas localidades.          
          Citaremos cinco: Biribiri (na foto acima de Elvira Nascimento), em Diamantina; Desemboque, o berço da colonização do Triângulo Mineiro, com 27 moradores; a Vila de Mato Grosso, no Serro, com alguns moradores residindo próximo à Vila, o Cemitério do Peixe em Conceição do Mato dentro, onde a maioria dos moradores estão no cemitério e a Matriz da Vila de Dores do Paraibuna, e o povoado em seu redor, inundado por águas em Santos Dumont MG (na foto abaixo do Fabrício Cândido).
          Não tem fantasmas, no sentido literal da palavra, nessas localidades. Eram localidades habitadas e de grande importância social e econômica no passado, mas aos poucos foram diminuindo de importância econômica e social e com isso, de moradores, até terem poucos ou mesmo, nenhum morador.
          Essas são as famosas "cidades-fantasmas" de Minas.
01 - Vila de Biribiri - Diamantina
          A charmosa Vila de Biribiri (na foto acima de Elvira Nascimento) fica em Diamantina MG, no Vale Jequitinhonha, a 298 km de Belo Horizonte. Foi construída em 1876 para ser moradia dos funcionários de uma fábrica de tecidos. 
           O lugar é um charme, com suas casas coloniais pintadas em azul e branco e até os dias de hoje, bem preservadas, bem como sua belíssima e singela igreja (na foto acima do Edison Zanatto). Tem ainda um gerador de energia elétrica próprio, pequeno comércio, bar com tira gosto e até uma pequena pousada, para receber viajantes. Nos áureos tempos do início da industrialização em Minas Gerais, Biribiri chegou a ter mais de mil moradores. 
          A economia e vida em Biribiri girava em torno da fábrica de tecidos. O arraial foi próspero até 1973, quando a fábrica fechou suas portas. Sem emprego e sem perspectivas de reabertura da fábrica, os moradores da vila foram deixando suas casas e migrando para outras cidades, em busca de trabalho e vida melhor. (fotografia acima e abaixo de Alexsandra Almeida)
          A vila foi tombada como patrimônio histórico, restaurada em sua originalidade e está muito bem preservada. É hoje uma das principais atrações turísticas de Diamantina. O visitante também pode conhecer as belezas naturais em seu entorno como as cachoeiras dos Cristais e do Sentinela.
02 - A Vila de Dores do Paraíbuna - Santos Dumont
          Distrito de Santos Dumont, Dores do Paraibuna era uma charmosa vila do século XIX, com uma belíssima igreja, datada de meados do século XIX e um singelo casario colonial em seu redor. (fotografia acima de Fabrício Cândido)
          Na década de 1990, uma nova vila com novo casario e igreja foi construída e seus moradores transferidos, já que o antigo distrito seria inundado pelas águas da Represa de Chapéu d´Uvas, para represar as águas do Rio Paraibuna. A nascente do Rio Paraibuna encontra-se a 50 km de distância. A represa Chapéu d´Uvas tem 12 km de extensão e 41 metros de profundidade. (foto acima de Alexandra Dias)
          Foi construída para ser mais uma fonte de água para abastecer e proteger Juiz de Fora de inundações causadas pelo Rio Paraibuna, além de possibilitar melhor aproveitamento das usinas hidrelétricas da Cemig na região. 
          Com o tempo e com a força das águas, o antigo casario colonial no entorno da igreja foi levado pelas águas. Em pé, restou apenas as estruturas de sua velha matriz, do século XIX (como podem ver na foto acima do Jefferson Formigoni/@jjefinhoformigoni)
          Na estiagem, quando as águas da represa ficam baixas, dá para ver a igreja ainda de pé, mas do casario que ficava em seu redor,  não existe mais que os lembre. Uma beleza histórica, numa região de grande importância cultural, arquitetônica econômica para Minas Gerais.
03 - Vila de Mato Grosso - Serro MG
          Até 1966, o nome era Vila de Mato Grosso. Posteriormente, foi alterado  para Vila Deputado Augusto Clementino. Mesmo com mudança de nome, a vila continua sendo chamado popularmente de Vila de Mato Grosso. (na foto acima de Thelmo Lins)
          É distrito de Serro MG, no Centro-Nordeste de Minas e fica cerca de 18 km de distância da sede. Sua história começou por volta de 1714, com a chegada de bandeirantes, além de viajantes de outras localidades que vinham à região, por acreditarem que que na Serra da Carola, milagres aconteciam por intercessão de Nossa Senhora das Dores. Até os dias de hoje, é difícil encontrar alguém que não tenha relatos de graças conseguidas por intercessão de Nossa Senhora das Dores.
          A crença e relatos de milagres sempre atraiu peregrinos para o local. Para atender os fiéis, foi construída uma pequena vila com capela e casas bem pequenas, para os devotos ficarem durante o período de peregrinação. Isso porque a serra fica num morro e idas e vindas era muito cansativo para os fiéis, por isso a construção de uma vila, com casas e capela. 
         São cerca de 100 casas muito simples. Muitas delas com apenas um cômodo, paredes caiadas e bancos de madeira entre as pequenas ruas da vila. (foto acima de Thelmo Lins)
          Completando a arquitetura do lugar, a Capela de São Sebastião, padroeiro do distrito e de Nossa Senhora das Dores, construídas em estilo barroco, dão um charme característico das vilas mineiras. Nessas igrejas são realizadas a festa de Nossa Senhora do Rosário, o jubileu e festa de Nossa Senhora das Dores. Embora construídas pelos fiéis, o local pertence a Igreja Católica.
          Nas casinhas não mora ninguém, mas tem moradores nas redondezas próximas. São apenas usadas pelos fieis no mês do jubileu, na 2ª e 3ª semanas de julho, na Festa de São Sebastião em abril e de Nossa Senhora das Dores em setembro. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Por isso que Mato Grosso é conhecida por Vila Fantasma. Só é habitada da nos dias de festas religiosas. Fora dos dias de jubileu, os visitantes podem visitar a vila e conhecer a paz, tranquilidade, charme e a beleza do lugar. Na cidade do Serro, tem guias local que oferecem passeios à Vila Fantasma de Mato Grosso. 
04 - Vila Cemitério do Peixe
          Este pequeno lugarejo, com apenas 7 moradores, é banhado pelo Rio Paraúna. É subordinado ao município de Conceição do Mato Dentro MG, na região Centro-Nordeste de Minas, distante 170 km de Belo Horizonte. A vila Cemitério do Peixe é formada por uma única igreja, dedicada a São Miguel Arcanjo e um cemitério, que deu nome ao lugar. São cerca de 200 casas em estilo colonial caiadas com janelas e portas pintadas em azul, cheias de simplicidade e mistério. (foto acima de Tom Alves/@tomalves.fotografia)
          Em frente a Igreja de São Miguel Arcanjo (na foto acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas) está o cemitério e há uma placa com os dizeres “Ó tu que vens a este cemitério, medita um pouco nesta campa fria: eu fui na vida o que tu és agora, eu sou agora o que serás um dia”. Por essas palavras e por ser um lugar praticamente desabitado, o lugarejo ganhou a fama de "cidade-fantasma"
          Segundo a história popular, por volta de 1860, um rico fazendeiro da região conhecido por Canequinha, doou parte de suas terras à Igreja Católica para que fosse construída uma capela e um cemitério em sua fazenda. Mandou construir ainda algumas casas em torno da capela e do cemitério, para moradia dos padres e fiéis. (na foto acima do Marcelo Santos, estrada para a Vila do Cemitério do Peixe, sob a névoa)
         Por ironia do destino, Canequinha foi enterrado no cemitério que mandou construir. É o primeiro túmulo na entrada do cemitério, com data de sepultamento em 1941. No túmulo há uma placa escrita: "Fundador". (fotografia acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Já o nome peixe, segundo a história popular, vem de um escravo apelidado de "Peixe", que teria sido sepultado no cemitério bem antes do Canequinha. Como o escravo era muito estimado por seu senhor, o local passou a ser chamado de Cemitério do Peixe e o nome se popularizou. 
05 - Vila de Desemboque - Sacramento
 
          O povoamento de Desemboque, distrito de Sacramento no Triângulo Mineiro começou em 1766, com a chegada de bandeirantes em busca de ouro na região e em Goiás. (fotografia acima de Luís Leite)
          Na época, o arraial prosperou a ponto de ter quase 2 mil moradores. Era o centro de lazer da região pois tinha até cassino, além de ser um importante centro comercial e de mineração do Triângulo Mineiro. (na foto acima do Luís Leite, os fundos da Igreja de Nossa Senhora do Desterro e abaixo, um dos velhos casarões da Vila)
          Com a escassez do ouro, a partir de 1871, os moradores foram fechando seus comércios e se mudando para outras regiões mais prósperas, deixando para trás suas casas.
          A vila outrora povoada, ficou deserta. Restou a história de um passado glorioso e relíquias arquitetônicas daqueles tempos como as igrejas de Nossa Senhora do Rosário, construída em 1854 pela Irmandade de Nossa Senhora dos Rosário dos Homens Negros e Pardos. (na foto acima do Luís Leite). Esta igreja é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG, em 1984.
          E ainda a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, construída pelos homens brancos, entre 1743 e 1754 (na foto acima de Luís Leite). Foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG), em 1984. 
          Um detalhe da igreja é o cemitério em seu redor. Naquela época, era comum cemitérios nos fundos das igrejas, com bancos e a frente livre para os fiéis. Em Desemboque não, as sepulturas contornam a Igreja do Desterro. Para entrar na igreja, os fiéis tem que obrigatoriamente passar pelas sepulturas. A igreja e o cemitério são protegidos por uma pequena murada de pedras. 
          Uma vez no ano, seus moradores se reúnem no período da festa junina para carreada de bois e queima da fogueira. (foto acima e abaixo de Luís Leite)
          Nessa época, as lembranças da antiga Vila movimentada de tempos atrás, se torna presente, já que no dia da queima da fogueira e carreada de bois, a vila fica repleta de pessoas, que vem de toda região, para prestigiar a festa.
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terça-feira, 18 de julho de 2017

Cidades de Minas celebram a tradição do carro de bois

(Arnaldo Silva) Por toda Minas Gerais, desfile com carro de bois vem virando tradição. A importância do carro de bois para a vida mineira vem de séculos. É mais que simples peças de madeira, com duas rodas, puxado por juntas de bois. É tradição, é saudade, é saudosismo.
        Mesmo com a modernidade, ainda hoje o carro de bois está presente na vida do povo mineiro transportando alimentos, ajudando o homem do campo em sua lida na roça, principalmente nos pequenos vilarejos do interior. (foto acima de Luís Leite em Desemboque, distrito de Sacramento MG)
        Pesado, desajeitado e barulhento, por séculos garantiu o sustento de muitas famílias, transportando as riquezas da roça para a cidade e vice versa.(foto abaixo de Wilson Fortunato em Formiga MG)
Carro de bois faz parte da identidade mineira
        O amor ao carro de bois nunca acabará. Está na identidade do povo mineiro, passada de geração para geração. E a nova geração, curte com alegria a beleza e encanto do velho carro de bois. Para o carreiro, o “choro” do carro de bois é a mais bela melodia que já ouviu. É algo que emociona e essa emoção sempre foi retratada em versos, prosas e em modas de violas, cantadas por grandes artistas da música sertaneja. (foto acima de Wilson Fortunato em Formiga MG)
Carreada de bois por Minas
        Por isso as centenas de festas e desfiles de carros de bois pelas cidades, distritos e povoados de toda Minas Gerais. É para preservar a tradição do carro de bois, mas também, matar saudades dos tempos de carreiro. (na foto acima, de Wilson Fortunato, carro de bois em Formiga MG)
        Essas festas espalhada pelos rincões mineiros movimentam a economia local e atraem turistas. Para os que participam dos desfiles com seus bois e carros, é mais que um evento econômico. É a preservação da memória de seus pais, avós e bisavós que trabalhavam com carros de bois. (na foto acima do Wilson Fortunato, carreada de bois em Leandro Ferreira)
        Desse trabalho tiravam o sustento de suas famílias e ajudavam no crescimento de suas cidades. Nos primórdios das cidades de hoje, o carro de bois se fez presente, sendo mola propulsora do crescimento, num tempo que não existiam carros, nem caminhões e nem linha férrea, tudo era transportado em carro de bois. Para chegar até as cidades, por exemplo, querosene, lamparinas, açúcar, roupas, sapatos, tudo mesmo, vinham no carro de bois. (foto acima Wilson Fortunato em Formiga MG e abaixo no Engenho do Ribeiro, distrito de Bom Despacho MG)
        Nas 12 regiões geográficas de Minas, em praticamente todas as cidades, acontecem as carreadas, junto com atividades culturais regionais. Um evento emocionante, mostrando a força e riqueza de nossas tradições.
Carreadas tradicionais
        As carreadas de bois mais famosas de Minas são presenciadas em Itumirim, Engenho do Ribeiro, distrito de Bom Despacho, Formiga, Abaeté, Piedade das Gerais, Desemboque, distrito de Sacramento, Campos Altos, Unaí, São Tiago, Ibertioga, Alterosa, Andrelândia, Caldas, Bueno Brandão, São Gotardo, Jacuí, Leopoldina, Entre Rios de Minas, dentre outras tantas. (na foto acima de Ézio Donizete, carreada em Macuco de Minas, distrito de Itumirim MG e abaixo de Wagner Indaiá em Matutina MG)
        A Festa do Carro de Bois em Minas é tradição que cresce a cada ano e valorizada porque o carro de bois está no sangue dos mineiros, tanto quanto o queijo.

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