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terça-feira, 19 de abril de 2016

Pão de queijo surgiu na serra mineira por necessidade

(Por Arnaldo Silva) Acredita-se que o pão de queijo tenha surgido na primeira metade do século 18, na época do auge do ciclo do ouro em Minas. Todos os dias chegavam em nossas terras bandeirantes, portugueses e tantas outras pessoas em busca do ouro. 
          Com esse fluxo enorme de gente, a necessidade de comida era grande em um país recém colonizado, com poucas opções alimentares. As dificuldades de trazer ingredientes, como trigo da Europa, eram grandes porque demoravam muito, vinham de navios em viagens que levavam meses e os ingredientes se perdiam pelo caminho. 
          Assim, pela necessidade, foram surgindo os nossos nossos pratos e quitandas especiais. A mais famosa, é o pão de queijo.
          Pesquisadores acreditam que o pão de queijo, que é a maior identidade mineira, tenha surgido em São Roque de Minas, na região da Serra da Canastra, se expandindo para as fazendas do Sul de Minas.
          Segundo o historiador da Universidade Federal de Minas Gerais, José Newton Meneses, em entrevista veiculada no Globo Repórter da Rede Globo em setembro de 2014, a informação é segura:  "As pesquisas foram feitas a partir de listas de compras, encontradas em inventários antigos. É o encontro da substituição do trigo, importado de Portugal, então, muito caro e uma certa produção local de outros produtos. Como o caso do pão de queijo, com os polvilhos da mandioca. O polvilho azedo, o polvilho doce, principalmente”.
     Como não existia trigo no Brasil à época da colonização, ingrediente essencial para se o tão desejado pão que os portugueses sentiam falta, surgiu o nosso pão brasileiro, que não usa trigo, mas sim o polvilho, feito da brasileiríssima mandioca. 
“O pão de queijo não é tecnicamente um pão, não usa nenhum tipo de fermento para produzir o crescimento do pão, então, ele tecnicamente é um biscoito de polvilho, né? Mas, ele adquire um valor tão grande, cultural, na subsistência dessas famílias, que dá-se a ele o nome de pão”, explica o historiador da UFMG.
     Na época os portugueses queriam um pão e foi criado, com o que tinha em nossas terras, o pão de queijo. Pode até não ser aquele pão que os portugueses costumavam comer em Portugal, mas porque foi chamado de pão e levava queijo, foi chamado de Pão de Queijo e nenhum mortal ousaria em mudar o nome da nossa mais importante quitanda.
     Todos nós comemos pão de queijo, se der, todos os dias e nunca enjoamos. Sabe por que? Porque nós mineiros temos um carinho enorme pelo fazemos e além de carinho, tradição passada de geração e amor ao que fazemos. Com amor tudo fica mais gostoso.
Receita do Pão de queijo típico de Minas Gerais 
INGREDIENTES
. 1 kg polvilho azedo
. 1 copo americano de água
. 1 copo americano de óleo
. 500 gramas de queijo Minas, meia cura ralado
. 5 ou 6 ovos
. Leite ou água para amolecer a massa
. Manteiga para untar
. Sal a gosto
MODO DE PREPARO
- Ferver o óleo e a água. 
- Depois de levantar fervura, coloque a mistura da panela na tigela do polvilho, escaldando-o. 
- Após isso, colocar os ovos e sovar a massa com as mãos.
- Acrescentar aos poucos o queijo ralado, o sal a gosto e continuar sovando.
- Amolecer a massa com um pouco de leite ou água, até ficar em ponto de enrolar, no caso, quando já estiver desgrudando das mãos. 
- Untar as mãos com manteiga e fazer bolinhas.
- Coloque os pães numa fôrma untada com manteiga, espalhe um pouco de queijo ralado sobre os pães de queijo na fôrma e leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC até que fiquem dourados

     Essa receita é tão boa que é a única coisa que mineiro não come quieto. Fala pra todo mundo e tem prazer em dizer que está comendo pão de queijo. E com muito orgulho!
     Por que? Porque é bom demais da conta uai!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Fubá Suado salgado e doce

(Por Arnaldo Silva) Nas casas de Minas, no interior, nossos pais sempre faziam fubá suado. Era uma tradição, uma doce lembrança de um tempo bom, que um simples prato nos causa. Alguns faziam da forma mais simples, outros acrescentavam queijo, carne desfiada, ervas. Doce ou salgado, era sempre bom comer fubá suado no café da manhã, da tarde ou a qualquer hora do dia.
          Eu gosto de Fubá Suado doce usando rapadura e leite queimado. Meu pai sempre preferia o salgado com ovo frito. (como na foto acima da Elvira Nascimento de Ipatinga MG). Às vezes, enriquecia o prato com torresmo, pedacinho de linguiça, alho, cebola e cheiro verde. Fazia sempre pela manhã, antes de ir para o trabalho.
          As vezes usava apenas fubá, sal e gordura de porco porque manteiga era difícil achar. Fazer é fácil. Em uma panela vá colocando água aos poucos e misturando o fubá e tampando para ele suar tendo, o cuidado de mexer sempre para não queimar. Essa é a receita mais simples. Como mais ingredientes, digamos, mais rica, é assim:
INGREDIENTES
. 1 xícara de água
. 2 xícaras de fubá ou farinha de milho
. 1 colher (sopa) de banha de porco
. 2 colheres (sopa) de manteiga
. 1 cebola pequena bem picadinha
. 3 dentes de alho bem amassado
. 1 xícara de torresmo, linguiça ou carne desfiada a seu gosto
. Cheiro verde a gosto
. 1 ou dois ovos fritos.
. Torresmo e linguiça (ou carne desfiada, se preferir) já preparados e cortadinhos
. Sal a gosto
Para fazer é assim gente:
- Em uma tigela, molhe o fubá, despejando devagar a água para umedecer, misturando bem. É apenas para umedecer.
- Em seguida despeje o fubá numa frigideira grossa e deixe no fogo até começar a torrar, mexendo sempre comum  garfo para ficar solto. Desligue e reserve.
- Em outra panela, aqueça a banha e a manteiga, doure a cebola e o alho.
- Em seguida coloque o o torresmo, a linguiça ou a carne desfiada e frite.
- Despeje todo o fubá reservado, acrescente o sal e misture 
- Vá pingando água morna e mexendo bem.
- Tampe agora a panela para que o vapor da água faça o fubá suar.
- Deixe cozinhando aproximadamente uns 8 minutos.
- Agora é só colocar o cheiro verde e servir o fubá suado com o ovo frito. 
Agora a receita do fubá suado doce, como esse da foto do Arnaldo Silva
INGREDIENTES
. 1 xícara de água
. 2 xícaras de fubá 
. 1 colher (sopa) de banha de porco ou óleo comum
. 3 colheres de sopa de manteiga
. 50 gramas de queijo Minas Padrão, picados em cubinhos
. Açúcar ou rapadura ralada a seu gosto. 
MODO DE FAZER
- Em uma tigela, molhe o fubá, despejando a água somente para umedecer e misture bem. 
- Despeje o fubá numa frigideira e comece a torrá-lo, mexendo sem parar com um garfo até ficar bem soltinho. Reserve.
- Aqueça o óleo e a manteiga em uma outra panela, coloque em seguida o queijo, em seguida o fubá reservado.
- Vá pingando um pouco de água morna,  mexendo devagar.
- Tampe para que o vapor da água possa fazer o fubá suar.
- Deixe cozinhando aproximadamente 8 minutos
- Prontinho, agora é só comer. Adoro com café bem quentinho.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Trem Vitória Minas: Horários, passagens e itinerários

(Por Arnaldo Silva) Em funcionamento desde 1907, a Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) é o único trem de passageiros diário no Brasil. Liga Belo Horizonte a Vitória no Espírito Santo. A Companhia Vale, é a responsável pela concessão da ferrovia.
          O trem transporta por ano, uma média, de 750 mil de passageiros com conforto e segurança. Para quem quer se livrar dos engarrafamentos e das curvas perigosas da BR 262 para curtir as praias capixabas, viajar a negócios ou passear de trem, esse é o melhor meio de transporte.
            O trem não é de turismo, é linha de passageiros normal, mas é muito usado para quem gosta de trem, para quem quer fazer turismo numa das cidades em que o trem passa e para e pelos que gostam das praias do Espírito Santo. (foto acima:Vale/Divulgação)
          Não só por isso, mas os amantes da natureza adoram viajar nesse trem. Além de passar por cidades históricas como as que estão as margens do Rio Piracicaba e Rio Doce, o viajante pode contemplar ao longo da viagem, paisagens deslumbrantes de Minas Gerais e do Espírito Santo.  
          Desde 2014, o antigo trem foi desativado e funciona hoje um novo, importado da Europa com 56 carros sendo 10 na classe executiva e 30 na classe econômica, além do vagão restaurante, lanchonete, gerador e  vagão exclusivo para portadores de necessidades especiais – cadeirante e pessoas com dificuldade de locomoção).
          O trem possui ainda serviço de bordo em todos os ambientes. Tem gente que mesmo viajando precisa ou gosta de estar conectado. (foto acima: Vale/Divulgação)
          O trem tem wi-fi, TV nos vagões, tomada para recarga de celular e as cadeiras tem mesinhas para colocar os notebooks. Há serviço de bordo em todos os ambientes a disposição dos passageiros com café da manhã, almoço e jantar com preço atrativo e cardápio variado.          
          Segundo a Companhia Vale, os vagões do trem passam por inspeções constantes, bem como os trilhos e estações. A viagem e estações são monitoradas por profissionais especializados em Inteligência Artificial (IA), realidade virtual e simuladores. São usados sistemas e equipamentos de última geração e de alto desempenho. Essa tecnologia de ponta faz da Estrada de Ferro Vitória Minas uma das mais seguras e modernas operações ferroviárias do mundo.
Espaço para acolhimento a pessoas neurodivergentes
          Todos os passageiros viajam em assentos regulares durante todo o trajeto da viagem. Em caso de necessidade momentânea, foi criado no Trem Vitória Minas, um espaço dedicado ao acolhimento de pessoas neurodivergentes. Este espaço permite melhor isolamento acústico, além de ser equipado com brinquedos pedagógicos, visando a descompressão, quando houver necessidade de mais tranquilidade.
          São cerca de 13 horas de viagem, num percurso de 664 km sobre trilhos. Mas quem viaja nem se incomoda com esse tempo todo porque a viagem é agradável, com belas paisagens, vistas espetaculares, rios, montanhas, matas nativas que fazem o tempo voar. Além disso tem a segurança. Não há nenhum acidente registrado nesse com esse trem pela Vale, e claro, nenhum engarrafamento. (foto acima: Vale/Divulgação)
Itinerário do Trem Vitória Minas 
          Ao longo do percurso são 30 paradas. Mas são paradas somente embarque e desembarque de passageiros, já que o itinerário é fixo e há horário a ser cumprido.
Saindo de Belo Horizonte
- 664 km é o percurso completo do Trem de Passageiros
- 30 pontos de embarque e desembarque
- 42 municípios atendidos
- 750 mil, em média, passageiros transportados por ano (média histórica)

          São servidos refeições ao longo da viagem. Para saber informações de preços, cardápios e horários das refeições, continue lendo a matéria, poderão ver o o link do site da Vale e o telefone da Estação, onde poderão obter informações direto na empresa já que preços e cardápios podem sofrer alterações. (na foto acima o Vagão Restaurante/Vale/Divulgação). 
Passagens
          A procura pelas passagens do Trem Vitória Minas é grande, principalmente nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho.  Aém dos viajantes normais para as cidades de paradas do trem, o público que viaja de trem é muito variado. São grupos de amigos, família, casais de namorados, ou mesmo pessoas que viajam sozinhas, apenas pelo prazer de viajar de trem. Aconselha-se comprar as passagens com antecedência, principalmente no período de carnaval, feriados, férias escolares e festas de fim de ano. (foto acima e abaixo: Vale/Divulgação)
Serviços
Horários
          Todos os dias, dois trens de passageiros circulam pela EFVM: um sai de Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória (ES), às 7h e chega em Belo Horizonte (MG), por volta das 20h30. O outro parte da capital mineira às 7h e encerra a viagem às 20h30. 
           A EFVM dispõe de um serviço adicional que faz o percurso entre as cidades de Itabira e Nova Era, ambas em Minas, e faz conexão com os dois trens da linha principal.
Passagem
          A passagem na classe econômica entre Belo Horizonte e Vitória é R$73,00 na Classe Econômica. Na classe executiva, o valor é R$105,00 - valores sujeitos a alterações. (na imagem acima, o banheiro do trem - Vale/Divulgação)
          Caso necessite de informações sobre os valores entre outras estações, já que toda a estrada de ferro conta com 30 terminais, pode consultar os canais de atendimento da Vale, como o Alô Ferrovias (0800-285-7000) e (27 99503-5918), no site da Vale www.vale.com/tremdepassageiros ou pelo aplicativo “Trem de Passageiros”, disponível para Android e IOS. 
          Além disso, pode obter informações presenciais na Estação Ferroviária de Belo Horizonte à rua Aarão Reis, 423, Centro. 
          O bilhete de viagem não é vendido no dia do embarque. Tem que comprar com antecedência. (foto acima do vagão restaurante: Vale/Divulgação)
Venda de passagens online
          Além de poder comprar passagens em mais de 30 pontos ao longo da linha, o passageiro pode adquirir bilhetes pela internet, por meio de cartão de crédito. A compra pode ser feita com até 60 dias antes da data da viagem. (foto acima: Vale/Divulgação)
          Para isso, é preciso entrar no site da Estrada de Ferro Vitória a Minas, o site da Vale. Após fazer a compra online, quando for embarcar o passageiro deverá apresentar o comprovante na estação de embarque para receber o bilhete.
          A Vale sugere adquirir a passagem com ao menos 30 dias úteis de antecedência, inclusive para quem pretende comprar a passagem presencial. A procura é muito grande.
          Para comprar a passagem são necessários apresentação de documento com foto, original ou cópia autenticada de pelo menos um dos documentos da lista abaixo:
- Carteira de Identidade (RG);
- Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
- Carteira de Trabalho;
- Carteira de identidade emitida por conselho ou federação profissional, com fotografia (OAB, CREA e outras);
- Cartões de identificação expedidos pelos Poderes Judiciário e Legislativo federal ou estaduais;
- Documento expedido por ministério ou órgão subordinado à Presidência da República.
          O pagamento pode ser feito em dinheiro ou no cartão de crédito, que pode ser parcelado em até 6 vezes.
Idosos, deficientes e crianças pagam?
          A cada viagem do trem, duas passagens são liberadas para idosos com mais de 60 anos, que são direcionados para a classe econômica. Superada a cota gratuita de duas passagens por viagem, os bilhetes serão vendidos pela metade do preço aos idosos maiores de 60 anos.
          A Lei 8.899, que dispõe sobre o passe livre, garante gratuidade às pessoas com deficiência (PcD, gratuidade nos transportes. A viagem de trem é gratuita para este público.
          Crianças de 0 a 11 anos não pagam passagem. O responsável terá que apresentar a certidão de nascimento. As crianças maiores de 12 anos pagam passagem. O responsável deverá apresentar documento oficial da criança com foto. Além disso, deverá apresentar certidão de nascimento se a viagem for com tios e ou avós.
Cancelamento da passagem
          Caso aconteça contratempos e imprevistos que impeçam a viagem, o passageiro deverá entrar em contato com a Vale através do Alô Vale do número 0800 285 7000. A ligação é gratuita. Deficientes auditivos tem atendimento exclusivo pelo telefone 0800 021 9934.
          Segundo a Vale, uma passagem pode cancelada até seis horas antes do embarque, com multa de 5%. Caso o passageiro queira alterar a data da viagem, também pode ser feito. A multa nesse caso é de 20% do valor da passagem, cobrada três horas antes da partida do trem.
Diferença entre o Vagão Econômico e Executivo
(segundo informações do site da Vale)
Classe Econômica
- Poltronas ergonômicas com acionamento mecânico
- Tomadas elétricas individuais nas paredes
- Monitores de vídeo
Classe Executiva
- Poltronas mais largas e reclináveis com acionamento pneumático
- Som e iluminação individuais
- Sistema de som individual com três opções de canais
- Descanso de pés
- Tomadas individuais (foto abaixo:Vale/Divulgação)
 
O que pode e não pode levar na viagem? 
- É proibido fazer uso de bebidas alcoólicas e cigarros. Quem for flagrado com bebidas alcoólicas ou fumando, será retirado do trem na próxima estação.
- Não é permitido levar animais, mesmo os de pequeno porte levados em caixas pequenas, com exceção para cães guias.
- Cada passageiro pode embarcar com no máximo 35 kg de bagagem.
- Os preços das passagens do Trem Vitória/Minas são calculados pela distância entre as estações de embarque e desembarque, de acordo com valores fixados pela ANTT, para vigorar do início ao fim de cada ano.

O mineiro e o trem

(Por Arnaldo Silva) Mineiro tem mania de falar trem. O trem está presente em tudo na vida do mineiro. Não sei como começou isso; mas é bem antigo. Para o dicionário Aurélio, trem significa: Bagagem de um viajante; Mobília de uma casa; Comboio ferroviário; Bateria de cozinha; Treco; Diz de pessoa ou coisa imprestável. O comboio ferroviário recebeu o nome de "Trem," justamente porque transportava os “Trens” das pessoas. Por isso que mineiro nunca perde o "Trem", chega uma hora antes para ajeitar os trem direitinho. (foto abaixo de César Reis, a Estação de Trem de Tiradentes MG
Pra tudo os mineiros usam o trem. Faltou uma palavra, fala trem. Quer ver?
- Já arrumou os trem?
- Colocou os trem no lugar?
- Que trem esquisito sô!
- Larga desse trem sô!
- Mete logo esse trem ai!
- Tô cum trem na barriga.
- Nó, vi um trem voando no céu!
- Que trem é esse que ta aqui.
- Não tinha um trem melhor pra você arrumar não?
- Caiu um trem no meu olho!
- Que trem grande sô!
- Que trem danado de bão uai!
- Eu ainda pego esse trem pra mim!
Se o mineiro quiser comer alguma coisa, já vai logo falando: 

- Esse trem que comi é um trem bão sô!
- Nunca comi um trem tão gostoso como esse!
- Tô cum vontade de cumê um trem.
- Hoje eu como esse trem de qualquer jeito. 
E se a comida faz mal, não titubeia e fala logo: 
- Esse trem que eu comi me deu uma caganeira danada.
- Nó, que trem mais ruim sô!
- Num como esse trem nunca mais sô!
Na hora de mudar os móveis de lugar tem trem também
- Arreda esse trem dai!
- Coloca esse trem pra lá.

E se o mineiro ficar bravo com você se prepara que vai levar um monte de trem, ou pelo menos ouvir....
- Vô tacá um trem nocê!
- Agora cocê pulô no gorguim de vez, aguenta os trem!
- A é? Então vou mostrar um trem procê vê o que é bão pra tosse!
          Esse é o nosso trem. Serve pra tudo. 
          Faltou uma palavra, fala trem. Está com vergonha de dizer alguma palavra, fala trem. 
          Quer algo e não sabe o nome, pede um trem. Quer xingar alguém, fala é um monte de trem. 
          E assim termina essa trenheira toda que eu escrevi para vocês lerem.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Rua do Amendoim em Belo Horizonte

(Por Arnaldo Silva) A Rua do Amendoim é um dos pontos mais visitados de Belo Horizonte porque atrai curiosos do mundo inteiro que vem à capital mineira para conhecê-la, sendo considerada um dos pontos turísticos de Belo Horizonte por um estranho fenômeno que acontece nessa rua.
          Na verdade, essa rua chama-se Professor Otávio Coelho Magalhães, e Amendoim, é o nome antigo. 
          O que chama a atenção nessa rua, que atrai tantos olhares é esta ladeira, onde os carros desligados, ao invés de descer, sobem.
          Quando eu morava em Belo Horizonte, no final dos anos 70 ou início dos anos 80, não me lembro a data, quando este fenômeno foi descoberto, foi um comentário geral. Na época, a Prefeitura resolveu pavimentar as ruas do bairro das Mangabeiras. O operários deixaram as máquinas estacionadas nesta rua no horário de almoço. Começaram a perceber que os tratores e veículos se movimentavam sozinhos e na subida. Foi um susto geral e um bafafá enorme na cidade desde então. 
          Quem já viu esse fenômeno estranha. Quem não viu, não acredita até ver de perto. 
          Todo mês, milhares de turistas vão a essa rua para presenciar o fenômeno. A maioria céticos, mas depois que veem com os próprios olhos, ficam buscando explicações para o ocorrido.
          Explicações há, mas não conclusivas. Por exemplo, a de que o local tem alta concentração de minério de ferro, por isso o magnetismo presente no mineral move os carros. Há quem diga que nessa ladeira tem um enorme ímã formado há milhões de anos e pela atração deste ímã, os carros se movimentam. Tem quem garante ser esse fenômeno uma mera ilusão de ótica. O certo é que nenhuma dessas explicações foram comprovadas até hoje.
          E o fenômeno está lá, desafiando o raciocínio e ceticismo de todos e as explicações que cada um dá ao que vê e presencia
          Na prática, eu mesmo, Arnaldo Silva, pude presenciar esse fenômeno. Acompanhado de dois amigos, um deles físico e que até o local só falava que o fenômeno era ilusão de ótica. Chegamos na rua do Amendoim, paramos o carro e descemos. Marquei com um giz na roda dianteira no local que paramos. Alguns segundos depois o carro começou a se movimentar. Quando parou, medimos com uma fita métrica e foram exatos 3, 23 metros. 
          O meu amigo físico começou a coçar a cabeça e desafiei ele a sentar na rua, a alguma metros à frete do carro e ele ficou lá. O carro começou a andar sozinho para cima dele que logo tratou de levar e sair da frente. Começou foi é a dar umas risadas bem sem graça, tentando se justificar, mas diante do que viu, não conseguiu. Se ele que é físico ficou sem reação ao ver o fenômeno e não conseguiu explicar, eu não que vou tentar explicar, apenas relatar o que vi, presenciei e o que ao longo das décadas, milhares de pessoas presenciaram.
          A propósito, quem diz que o fenômeno é ilusão de ótica, com certeza nunca foi ao local e nunca presenciou o fenômeno, fala pelo achismo mesmo. O certo é que não há ainda uma explicação convincente e oficial sobre o fenômeno, que existe e acontece todos os dias no local. Basta ir lá na Rua do Amendoim e conferir de perto. 
          Em São Tomé das Letras MG, tem uma rua com este mesmo nome e com o mesmo fenômeno, bem como em outras parte do Brasil e em alguns países do mundo também.

sábado, 2 de abril de 2016

Alto do Pico do Itambé, o teto do sertão mineiro.

(Por Arnaldo Silva) Entre os municípios do Serro e Santo Antônio do Itambé, a 2044 metros de altitude, no topo da Serra do Espinhaço, está o Pico do Itambé. 
          Na região, é conhecido como o “Teto do sertão mineiro”, (foto acima de Tiago Geisler) Do alto do pico, uma vista paradisíaca por quilômetros, predomina, principalmente ao nascer do sol, transmitindo uma incrível sensação de estar acima das nuvens. Nos tempos da colônia e chegada dos bandeirantes à região, no século XVI, foi o marco de referência geográfica. A região é de grande importância para o Estado de Minas Gerais pelo fato das cadeias de elevações que circundam o pico, ser uma vertente geográfica, fazendo escoamento de água para as bacias hidrográficas do Rio São Francisco, do Jequitinhonha e do Rio Doce.
          Subir os 2044 metros até o pico é relativamente tranquilo. Dependendo do preparo físico do visitante, o percurso pela trilha dura em média 4 horas.(foto acima de Tiago de Gisler) Tanto no Serro e nos seus distritos de Milho Verde, São Gonçalo das Pedras e Capivari, quanto em Itambé do Mato Dentro, encontra-se guias treinados para orientar e acompanhar os visitantes. Dá para ir e voltar no mesmo dia, saindo bem cedo, embora tenha quem prefira pernoitar no topo do pico, em barracas montadas em grutas, ao lado de pedras ou numa casa existente no alto do pico. Passando a noite no pico, tem-se a oportunidade de contemplar o pôr do sol e levantar bem cedinho e admirar a beleza da alvorada. (foto abaixo de Tiago Geisler
          O acesso ao Pico pode ser feito por Capivari, distrito do Serro ou por Santo Antônio do Itambé. Seja por qual dos dois caminhos escolhidos, para os amantes de aventuras e da natureza, é um passeio  e tanto. São belezas naturais como cachoeiras, vegetação rupestre com uma rica flora se destacando as bromélias, plantas carnívoras, orquídeas e sempre-vivas, só encontradas na Serra do Espinhaço. Além, claro, de estar no topo do "teto do sertão mineiro" e contemplar uma das mais belas vistas de Minas Gerais.

Canjiquinha Mineira

Esse é um dos mais apreciados prato pelos mineiros. Inclusive faz parte da merenda escolar, por ser nutritivo. Além disso, é muito saboroso. Vamos aprender a fazer?
INGREDIENTES
. 500 g de canjiquinha
. 1,5 kg de costelinha ou carne de porco (pernil por exemplo) picados bem pequenos
. 450 g de lingüiça calabresa picada em cubinhos
. 100 g de bacon com pouca gordura
. 2 cebolas grandes picadas
. 4 dentes de alho
. Sal a gosto

. Água o suficiente para cozinhar a canjiquinha
. 3 tabletes de caldo de carne
. Cheiro verde a gosto
. 3 colheres de óleo de soja
. 2 colheres de massa de tomate

MODO DE PREPARO
- Em uma panela frite a carne de porco ou a costelinha já temperados, até ficarem bem dourados (sempre pingando água para não grudar no fundo)
- Em outra panela frite a calabresa picada e o bacon
Reserve
- Em panela coloque a água e a canjiquinha com as 3 colheres de óleo, por cerca de 20 minutos, ou até que esteja bem macia (mexendo enquanto cozinha é o mais indicado para não grudar e não empelotar)
- Misture a costelinha já frita com o bacon, a calabresa, as cebolas picadas, as 2 colheres de massa de tomate e o caldo de carne derretido, e deixe refogar por cerca de 10 minutos
- Adicione a canjiquinha, aos poucos, sempre mexendo bem
Finalize colocando cheiro verde e sirva ainda quente.

Foto e receita por Arnaldo Silva

Tiradentes:a pérola de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Tiradentes é acima de tudo uma cidade encantadora, perfeita para você passear por suas ruas, visitar as lojinhas de artesanato, de doces e de outros produtos caseiros, típicos de Minas. (foto acima e abaixo de Matheus Freitas/@m.ffotografia)
          Rica em história e, ao mesmo tempo, aconchegante, a cidade é perfeita para quem quer passar dias tranquilos. As construções dos sobrados, solares e casas térreas tem a arquitetura de várias épocas do Brasil Colônia, com as ruas calçadas com pedras e paralelepípedos, onde é impossível circular com pressa.
          As igrejas da cidade trazem o requinte da arte barroca, como a Matriz Santo Antônio, um dos mais ricos exemplares do barroco brasileiro, com muito ouro e prata decorando seu altar; ou a Nossa Senhora do Rosário, a igreja mais antiga da cidade, com o altar-mor em estilo rococó, folheado a ouro.(foto acima e abaixo de César Reis)
          A Maria Fumaça, que sai de São João Dei Rei, percorrendo 12 km até chegar a Tiradentes é um espetáculo à parte. Um passeio inesquecível. Funciona nas sextas, sábados, domingos e feriados. (na foto abaixo, de César Reis, a Estação de Tiradentes)
Quadro de horários normal
Sexta
São João Del Rei: 10h, 13h e 15h30
Tiradentes: 11h, 14h e 17h
Sábado
São João Del Rei: 10h, 12h, 14h e 16h
Tiradentes: 11h, 13h, 15h e 17h
Domingo
São João Del Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h

Estudantes, crianças de 6 a 12 anos e adultos com mais 60 anos têm direito à meia entrada. Crianças até 05 anos no colo não pagam

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A vila colonial de Lavras Novas e a Mega Tirolesa

(Por Arnaldo Silva) Lugar tranquilo, cheio de charme, com ruas calçadas em pedras, paisagens deslumbrantes, arquitetura colonial, povo simples, artesanato rico. Esse lugar pitoresco é Lavras Novas, um dos mais atraentes distritos de Ouro Preto MG, cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, distante 117 km de Belo Horizonte. Lavras Novas fica a 17 km de Ouro Preto. (fotografia acima de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial)
          Lavras Novas é uma vila tipicamente mineira. Seu povo é simples, seu casario charmoso. Lugar calmo, onde os animais andam livres pelas ruas. 
          Não apenas cães e gatos, mas cavalos, bois e vacas. Os animais nas ruas não incomodam, ao contrário, são bem tratados e são típicos de Lavras Novas, atrativos até.
          Dificilmente alguém não para fotografar os animais deitados nas gramas ou andando livremente pelas ruas e pastando, já que as calçadas são quase todas gramadas. (fotografia acima de Vinícius Barnabé/@vinicusbarnabe)
 
          Na Vila, vivem cerca de 1500 pessoas e é comum ver animais como vacas, bois e cavalos, passeando tranquilamente pela ruas da vila, como podem ver na foto acima do César Rocha.
          Em fins de semana e principalmente em dias de festas, eventos religiosos como a Folia de Reis, Semana Santa, Festas Juninas, a Festa de Nossa Senhora dos Prazeres e do Divino em setembro, esse número sextuplica. As belezas e tradições de Lavras Novas atraem turistas de toda Minas Gerais, do Brasil e do mundo também. (na imagem acima do Antônio Carlos/@casaaurelioartes)
A origem de Lavras Novas

          A história da vila começa a partir do início do século XVIII, quando da descoberta de lavras novas de ouro na região, pela família Cubas de Mendonça. A partir do século XIX, o vilarejo começou a crescer, com a chegada de novas famílias que ao longo de 2 séculos, deram forma arquitetônica e cultural à vila. (na foto acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro, a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres)
           No século XX, o artesanato se solidifica umas das principais vocações dos moradores da vila. Os primeiros artesãos de Lavras Novas se dedicavam a produzir e vender cestas e balaios de taquara, uma espécie de gramínea com caule oco, típico da região. Hoje o artesanato local é bem variado e riquíssimo. (na foto acima, de César Rocha, loja de artesanato em Lavras Novas)
          Na década de 1970, o distrito passou a ter energia elétrica, o que facilitou a vida dos moradores, bem como investimentos na melhora da infraestrutura da vila, da valorização das riquezas naturais da região na promoção da história e cultura local. A partir da década de 1990 a charmosa vila foi “descoberta” pelos turistas de Minas e de todo o Brasil. (na foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro, um charmoso restaurante na Vila)
Atrações turísticas de Lavras Novas
          Hoje, Lavras Novas é um dos destinos mineiros mais procurados por turistas. Quem busca aventuras, esportes radicais, cachoeiras, trilhas, passeios e descanso, Lavras Novas é o lugar ideal. (fotografia acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro)
          Os moradores antigos, desde o século 19, deixaram um rico patrimônio histórico, cultural, vocação para o artesanato e na preservação de suas belezas naturais como formações rochosas, serras, matas, nascentes, mirantes, nascentes, represa como a do Custódio e belíssimas cachoeiras com destaque para as cachoeiras do Falcão, que fica no subdistrito da Chapada, do Pocinho, dos Três Pingos, do Cibrão, dos Namorados 
e a Cachoeira do Rapel, com suas três quedas d´água (na foto acima do Antônio Carlos/@casaaurelioartes e na foto abaixo a Casa Aurélio Artes/@casaaurelioartes. É um charmoso ateliê, com artesanato local e ainda, um café, onde os visitantes podem saborear as quitandas locais e tomar aquele cafezinho feito na hora).
          Belezas essas muito procuradas para prática de esportes radicais ou mesmo contato pleno com a natureza. O visitante encontra em Lavras Novas uma boa estrutura de hospedagem e gastronomia, além de guias e veículos próprios para esportes de aventuras ou mesmo acompanhamento a pé ou a cavalo, para que possa aproveitar com segurança suas belezas naturais.
A estrada para Lavras Novas
          O acesso à Lavras Novas, até proximidades do subdistrito de Chapada de Ouro Preto, é asfaltado (na foto acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro). Pela na estrada, o visitante tem o privilégio de poder desfrutar de belíssimas paisagens naturais pelo caminho.
          A partir do subdistrito da Chapada, a estrada é de terra revestida com calçamento intertravado (pequenos bloquetes espaçados). A foto acima, de minha autoria, mostra o lugar conhecido como 'Pedra do Equilíbrio', em das mais belas partes do trecho. A estrada hoje encontra-se em bom estado, conservada, calçada e segura para uso.
          Por ser uma área de preservação ambiental, com nascentes, matas nativas e formações rochosas em seu percurso, essa parte não pode receber asfalto.
          De Lavras Novas à Ouro Preto tem ônibus de segunda à sexta-feira, exceto sábado, domingo e feriado. Sai às 6 da manhã de Lavras Novas e retorna de Ouro Preto às 17hs. (na fotografia acima de autoria de Antônio Carlos/@casaaurelioartes)
          A linha era operada pela Transcotta, atualmente é operada pela empresa Rota Real. Devido a fatores adversos, como reformas na via ou outras situações, os horários e dias de circulação da linha podem sofrer alterações. Informações sobre horários de saída e retorno, devem ser obtidas na Rodoviária de Ouro Preto.
Uma volta ao passado
          A sensação de estar em Lavras Novas é de estar voltando aos tempos antigos, da simplicidade, da comida em fogão a lenha, da harmonia e alegria do povo, da cultura, do artesanato. Uma gostosa sensação de volta ao passado. (fotografia acima de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial)
A tirolesa mais alta do Brasil 
          A 1500 metros de altitude, acima do nível do mar, na Serrinha de Lavras Novas, está a mais alta tirolesa do Brasil. Inaugurada em 2020, vem atraindo cada dia mais, amantes de esportes radicais e pessoas de de todas as idades, que curtem a liberdade e a alegria de estar em contato mais próximo à natureza. (foto acima do Antônio Carlos/@casaaurelioartes)      
           A velocidade da descida é tanta, que além de todos os equipamentos de segurança necessários como mosquetões, roldanas, capacete e cadeirinha, um paraquedas é usado para reduzir a velocidade. (na foto acima enviada pela @megatirolesalavrasnovas)
          A tirolesa foi construída e é administrada pela Agência Céu Turismo. Suporta até 120 kg e para seu uso, é cobrada uma taxa. Menores de 18 anos tem que ter a permissão dos pais ou responsável para usar a tirolesa. Já gestantes, pessoas cardíacas e com problemas relacionados à altura e velocidade, não devem usar a tirolesa.

Moeda, a Serra e as ruínas de São Caetano

(Por Arnaldo Silva) Moeda é uma acolhedora, charmosa, pequena e pacata cidade na região do Vale do Paraopeba, o Vale do Charme Mineiro. A cidade está apenas 60 km de Belo Horizonte. Conta atualmente com menos de 5 mil habitantes e faz divisa com Brumadinho, Belo Vale, Ouro Preto e Itabirito. O município tem origens históricas, no século XVIII, fazendo parte da Estrada Real. Tanto na sua área urbana, quando na zona rural, a cidade guarda relíquias setecentistas em sua arquitetura colonial, bem como, traços arquitetônicos dos estilos eclético e neoclássico, do século XX.
          A estação de trem de Moeda (na foto acima de César Reis), com traços tradicionais das construções do início do século XX, é uma das mais charmosas de Minas e um dos mais visitados pontos turísticos da cidade. Durante décadas, o trem de passageiros da Estrada de Ferro Central do Brasil, cortava o Vale do Paraopeba, levando e trazendo gente. 
          A Estação de Trem de Moeda foi uma das estações mais movimentadas da região, até a desativação do ramal de passageiros, em 1996. O trem ainda passa pelos trilhos de Moeda, mas somente para o transporte de carga. O acesso à cidade é por rodovia, pela BR-040 e MG-825. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Sua área rural conta com povoações pitorescas e charmosas, além da riqueza e belezas históricas de suas construções rurais. (na foto acima do Evaldo Itor Fernandes, a Vila Coco) Duas dessas relíquias merecem destaque. A primeira é o trecho do caminho para a antiga fundição, todo calçado em pedras, por escravos, há mais de 300 anos. Chamado de Calçadão, fica em Moeda Velha, hoje, distrito de São Caetano.
          A segunda, é a Fazenda dos Martins, construída no século XVIII. Todo o conjunto no entorno da fazenda, foram tombados em 1977, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG) (fotografia acima de César Rocha)
          Hoje a riqueza de Moeda não é mais o ouro, embora a mineração continue, com as minas de minério de ferro da região sendo exploradas, a riqueza agora em Moeda é o turismo. Por estar perto de Belo Horizonte, vem sendo um dos destinos mais procurados pelos amantes da natureza e adeptos de esportes radicais, quem vem ao município em busca de contato com a natureza e aventuras, pelas trilhas, a Serra da Moeda, paisagens lindíssimas e por suas cachoeiras paradisíacas, como a Cachoeira do Paiolino e o Poço do Limoeiro, distante apenas 15 km do Centro, ficam em uma propriedade particular, com acesso pago. (na foto acima do Evaldo Itor Fernandes)
          Um dos lugares mais visitados no município é Moeda Velha, povoado de Moeda (na foto acima do César Rocha, a Igreja de São Caetano, no povoado) Por volta de 1720, mesmo com o rígido controle da Coroa Portuguesa sobre nossas riquezas, existia na região da Serra a Fábrica do Paraopeba. Era uma fábrica clandestina de moeda, tendo sido a primeira do gênero no Brasil. 
          Fundiam ouro sem arrecadar o quinto, que correspondia a tarifa de 20% sobre a riqueza extraída, que deveria ser pago à Coroa Portuguesa. A fábrica foi construída clandestinamente com esse objetivo, não pagar o Quinto. Por isso a região, que antes se chamava Serra do Paraopeba, passou a ser conhecida como a Serra da Moeda, justamente pela fundição de moedas instalada na serra.
          Na tradição popular, o lugar sempre foi conhecido por moeda, pela existência da antiga fundição, hoje em ruínas, sendo um dos lugares mais interessantes para serem visitados na região. (na foto acima do Evaldo Itor Fernandes, as ruínas da fundição no povoado de Moeda Velha, que fica próximo a Igreja de São Caetano) 
          Moeda, adotou esse nome em 1923. Antes seu nome era São Caetano da Moeda e era distrito de Ouro Preto. Em 1938 o nome foi alterado para Coco, passando a ser distrito de Itabirito. Finalmente, em 1953, foi emancipada, voltando a se chamar Moeda, em definitivo.
          No charmoso povoado, rodeado pelas belezas da Serra da Moeda, acontece todos os anos, no segundo final de semana de agosto, a Festa de São Caetano, que atrai gente de vários lugares das redondezas, para participar da festa, bem como conhecer as ruínas da antiga fundição e sua história.
          O município de Moeda tem o privilégio fazer parte da Serra da Moeda, uma das mais belas e deslumbrantes montanhas mineiras, pertinho de Belo Horizonte, a cerca de 35 km. (na fotografia acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro, o Topo do Mundo) Com picos que variam de 1140 a 1500 metros de altitude, a cordilheira possui 70 km de extensão, abrangendo, os municípios de Moeda, Brumadinho, Itabirito, Belo Vale e Ouro Preto, cidades que compõem ainda o Vale do Charme.
          As cidades que fazem parte da Serra da Moeda tem ótima estrutura para receber os turistas, com excelentes pousadas, restaurantes típicos, com a melhor da culinária mineira. São opções que cabem para todo o bolso, desde o viajante estilo mochileiro ao que prefere o luxo e conforto. (fotografia acima e abaixo de Andréia Gomes)
          A vista é incrível, impressionante e um dos locais preferidos dos trilheiros, praticantes balonismo, voo livre e asa-delta que vem de todos os lugares, inclusive de outros países, atraídos pela beleza da cordilheira. (foto acima de Andréia Gomes) Na Serra, uma rampa natural, a 1500 metros de altitude, é o maior atrativo, tanto para os esportistas, tanto para quem procura apenas relaxar, com a belíssima vista, com as opções de subir a Serra de bike, a pé ou mesmo a cavalo. Conhecer a Serra da Moeda é conhecer um pouco magia singular das montanhas mineiras.

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