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domingo, 26 de maio de 2019

Trem da fé: locomotiva liga Caeté à Serra da Piedade

(Por Arnaldo Silva) Elaborado pela Arquidiocese de Belo Horizonte, o projeto prevê trem de passageiros ligando Belo Horizonte a Caeté, com estação nesta cidade e os turistas e romeiros, completando o percurso, até o Santuário da Serra da Piedade, em uma locomotiva. (na foto abaixo, do Elpídio Justino de Andrade, na Estação Bracarena)
          O objetivo é ligar a fé ao turismo e facilitar a vida dos 500 mil peregrinos que visitam o Santuário de Nossa Senhora da Piedade anualmente. Além disso, reduzirá o tráfego na BR 381, reduzindo o número de acidentes nessa perigosa via. A viagem propiciará aos turistas a vista de belas passagens ao longo do caminho. O trajeto total do percurso de trem, será feito por etapas. 
          A primeira etapa, que seria a ligação de Caeté ao topo do Santuário por uma locomotiva, teve início em 2019 e concluída em junho de 2021 e já está em atividade, levando romeiros e turistas até o topo da Serra da Piedade. (na foto acima de Padre Miguel Ângelo - Arquidiocese de Belo Horizonte/Divulgação, o topo da Serra da Piedade)
          Os romeiros que vem à Serra da Piedade, chegarão até o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, de locomotiva. A composição sairá da estação, construída na Praça Antônio da Silva Bracarena, antiga Praça da Cavalhada, (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade), e seguirá até o topo da Serra da Piedade, onde está o Santuário. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a locomotiva na estação de em Caeté, de onde sairá, subindo até o topo da Serra da Piedade).
          O percurso, dessa primeira etapa, será de 2,5 km. (na foto acima, detalhes de um dos vagões, equipados com cintos de segurança e abaixo, a locomotiva e os vagões, fotografados pelo Elpídio Justino de Andrade)
          Chamada de Locomotiva da Piedade e popularmente de "Trem da Fé", o novo transporte, facilitará a vida dos turistas e romeiros, que terão mais facilidades para subir à Serra, além de poderem contemplar toda a beleza em 360 graus.
          Trata-se de um transporte sustentável, ecologicamente correto e que permitirá a preservação de um dos mais belos patrimônios naturais de Minas, além da conservação do patrimônio natural e arquitetônico da Serra da Piedade. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Isso porque, o acesso até próximo ao topo do maciço rochoso, onde está o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, era feito de carro ou van, por uma estrada sinuosa e estreita. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a entrada para o Santuário da Piedade)
          É no topo da Serra que está a pequena ermida construída no século 18 (na foto acima de Elvira Nascimento), que guarda relíquias de nossa história, como a imagem de Nossa Senhora da Piedade, obra do Mestre do Barroco Mineiro, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814). A pequena ermida, foi elevada a basílica pelo Papa Francisco. É atualmente, a menor basílica do mundo.
          Agora será pela Locomotiva Piedade, uma composição com capacidade para transportar até 100 passageiros, movida a diesel, com motor de um cavalo mecânico modelo Cargo 4331, com motor modelo Série C da marca Cummins, de seis potências com 310 cv, caixa de transmissão automática e puxará 5 vagões, que vieram do Rio Grande do Sul. (fotografia acima e abaixo de Elpídio Justino de Andrade)
          A locomotiva não é um trem, literalmente falando. Usa pneus e não trafega sobre trilhos. Isso devido a longa subida, até o topo da Serra da Piedade. Da estação em Caeté, até o topo, são 1746 metros de altura. Uma subida e tanto.
          A construção da Estação Locomotiva da Piedade, foi aprovada pela Superintendência em Minas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), devido ao valor cultural, ambiental e turístico para Minas Gerais, além de contribuir com a preservação da Serra. Foram gastos R$ 1,07 milhão na obra, com recursos obtidos através de acordo entre Arquidiocese de Belo Horizonte e o Governo Mineiro, através da Secretaria de Cultura e Turismo. (na foto abaixo do John Brandão/@fotografo_aventureiro, mostra a Serra da Piedade e abaixo, ao fundo, Caeté. Agora, com a locomotiva, ônibus, vans e carros, ficarão na Estação em Caeté e os romeiros e turistas, subirão a Serra de locomotiva)         
          As etapas seguintes seria a ligação até Belo Horizonte, já com trem, mesmo, trafegando sobre trilhos. Da Capital à Caeté, são cerca de 55 km. (na imagem acima com arte de Lelis/Arquidiocese de BH/Divulgação, todo o trajeto e pontos turísticos do percurso do Trem que ligará Caeté a Belo Horizonte)
          O projeto, elaborado por uma equipe técnica da Arquidiocese de Belo Horizonte, foi apresentado à Secretaria de Turismo e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iehpa) e Governo de Minas Gerais. Está na fase de contatos com futuros parceiros e estudos. É um processo longo, demorado, mas a possibilidade de se concretizar existe. 
          Os envolvidos no projeto estão empenhados e engajados na luta para que saia do papel, já que ligará a Belo Horizonte, a um dos mais importantes centros de turismo do Brasil, que recebe cerca de 500 mil visitantes, em média, por ano.
          Pelo projeto, o trem sairia da Praça da Estação em Belo Horizonte, passando pela cidade histórica de Sabará (na foto acima do Thelmo Lins), onde os passageiros poderão contemplar belas paisagens pelo caminho e na cidade, conhecer o Santuário de Santo Antônio de Roça Grande, a Igreja de Santo Antônio em Pompéu, as belezas da arte barroca que a cidade oferece e as igrejas de Nossa Senhora do Ó, de Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Carmo.
          De Sabará o trem seguirá até a Estação Nossa Senhora da Piedade, na Praça Antônio da Silva Bracarena em Caeté, onde o turista poderá conhecer as relíquias da arte barroca da cidade, principalmente a Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso. (na foto acima do Clésio Moreira, Caeté vista do topo da Serra da Piedade)
          Da estação de Caeté, os turistas e romeiros embarcarão na locomotiva, até o topo da Serra da Piedade. Chegando ao Santuário, além do espetáculo da visão, o visitante conhecerá a Basílica de Nossa Senhora da Piedade, cujo altar-mor guarda a imagem da Santa, padroeira de Minas Gerais, obra do Mestre Aleijadinho.
          Um dos maiores defensores desse projeto, é o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor de Oliveira Azevedo, até pouco tempo, Cardeal arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte.
          Em declaração ao Jornal O Estado de Minas, em 2019, dom Walmor disse: “A Região Metropolitana de Belo Horizonte guarda tesouros que precisam ser apreciados e valorizados. A arte barroca das cidades coloniais, muitas belezas naturais pouco conhecidas, patrimônios da religiosidade e da história de Minas. É preciso investir para que a fé e o turismo contribuam ainda mais para o desenvolvimento sustentável do estado, da capital e da Grande BH”. Para o religioso, ligar Belo Horizonte ao Santuário da Piedade “é retomar a tradição das viagens feitas sobre trilhos, oportunidade para contemplar paisagens, conhecer regiões a partir de novas perspectivas”.      

sábado, 13 de abril de 2019

Armazém do Zé Totó: em atividade desde 1943 em BH

(Por Arnaldo Silva) Imagine você numa capital como Belo Horizonte, com 2,5 milhões de habitantes, entrando numa venda, daquelas antigas, que vende de tudo. Balas, produtos alimentícios, brinquedos, doces, batons, cachinhos para o cabelo, bolinhas de gude, ferramentas, vassouras, fumo de rolo, ratoeira, material escolar, pratos, agulhas, linha, tudo que você imaginar. Tem até balcão para os fregueses que apreciam uma boa pinguinha e cerveja gelada, como no século passado. E quem não tem dinheiro, tem caderneta onde se anota toda a compra do dia e no início do mês, o freguês vai lá e paga.
          Em pleno século 21 imaginar isso numa metrópole é difícil, mas existe. É o Armazém do Zé Totó, aberto em 1943 pelo senhor José Alves dos Santos e faleceu em 1950, vítima da doença de Chagas. Zé Totó conta que nessa época, com 13 anos, ajudava o pai no armazém e após sua morte, passou a cuidar do armazém. Mesmo hoje, com 91 anos, "Seu" Zé Totó é figura presente no armazém, que conta com a ajuda dos filhos, netos, bisnetos e genros na administração. Funciona no mesmo lugar e tudo do jeito que era antes, numa movimentada esquina no bairro Aparecida, na região Noroeste de Belo Horizonte. Fica aberto de domingo a domingo, de 8 da manhã às 21 horas. Só não abre na Sexta-Feira da Paixão. A construção é da década de 1940 e uma das poucas construções preservadas na região.
          O sucesso do Armazém é tanto que a freguesia é antiga, passa de geração para geração e uma clientela fiel. Tudo isso graças à diversidade dos produtos oferecidos. Tem de tudo que você precisa. Além-claro, do carisma, simplicidade e simpatia do "Seu" Zé Totó, um senhor alegre, atencioso, que gosta de uma boa conversa no balcão com seus fregueses e amigos.
          O lugar não tem luxo algum, mas tem uma alegria nostálgica. Encostar-se ao balcão do Armazém e ficar de conversa com os mais antigos, principalmente com o "Seu" Zé Totó é como se estivéssemos revivendo um passado feliz que a gente não conhecia. Os primórdios do desenvolvimento da nossa capital, as histórias de vida que o povo conta, estão lá, presentes na memória do "Seu" Zé Totó, dos fregueses antigos e dos mais novos, que ouviram de seus avós e pais as histórias.
          Quem vai lá não vai para passar tempo, vai para curtir a alegria que o lugar emana. Assim eram as antigas vendas, lugar de comprar o que precisava em casa e de encontrar com os amigos para uma boa roda de conversa. Com a presença do "Seu" Zé Totó, a conversa é longa, alegre, interessante e saudável. Conversa de gente feliz.
          O tempo que eu estive no Armazém, na companhia dos fregueses e do “Seu” Zé Totó, senti tudo isso. Nostalgia, simplicidade, alegria, saudade dos bons tempos da verdadeira amizade, da confiança na honestidade das pessoas, a generosidade e a gratidão sincera das pessoas. Gostei dessa volta ao passado, na metrópole do século 21.
          O Armazém do Zé Totó fica na Rua Aporé, número 500, bairro Aparecida em Belo Horizonte. Telefone: (31) 3428-3066. Infelizmente, o simpático Zé Totó faleceu em 2022. O Armazém do Zé Totó continua aberto, no mesmo lugar, do mesmo jeito, administrado atualmente por seus familiares. 
Texto e fotografias com direitos reservados à Arnaldo Silva

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Brumadinho: história, distritos e o Inhotim

(Por Arnaldo Silva) Brumadinho é uma charmosa cidade turística mineira, distante apenas 55 km de Belo Horizonte. Segundo o IBGE, em 2019, sua população estimada era de 40.103 habitantes. Apesar de ser uma cidade pequena, é um dos maiores municípios em extensão territorial de Minas Gerais. (fotografia acima de Sônia Fraga)
          Faz divisa com os municípios de Ibirité, Sarzedo, Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Itatiaiuçu, Rio Manso, Bonfim, Belo Vale, Moeda, Itabirito, Nova Lima e Belo Horizonte, estando apenas a 55 km de distância da capital.   
          A região de Brumadinho é montanhosa, com matas nativas, o que possibilitada a formação constantes e pequenas brumas. Brumadinho é simplesmente, o diminutivo de bruma. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a entrada da cidade)
Origem
          No início de seu povoamento, no século XVIII, com a chegada de bandeirantes paulistas para explorar ouro na região no Vale do Paraopeba, foram fundados os povoados de São José do Paraopeba, Aranha e Brumado do Paraopeba, distrito criado em 1891, passando a se chamar Conceição do Itaguá em 1914, a Brumadinho em 1923, para finalmente, em 17 de dezembro de 1938, ser elevado município, permanecendo o nome Brumadinho.
Com chegar?
          O acesso a Brumadinho é bem fácil, já que o município é cortado pelas rodovias BR-381 (São Paulo-Belo Horizonte) e com acesso fácil pela BR-040 (Rio de Janeiro-Belo Horizonte), sendo possível chegar à sede municipal a partir de ambas as rodovias, sendo o acesso mais curto para quem vem da Capital, pela BR-040, pela Via do Minério, estrada que sai da Região do Barreiro em Belo Horizonte, atravessando pelos municípios de Ibirité e Mário Campos, até chegar a Brumadinho.
Riqueza hidromineral
          Em Brumadinho, a mineração que responde por 65% sua arrecadação, mas a cidade se destaca também pelos seus recursos hídricos. Seu relevo montanhoso e sua enorme extensão territorial, permitem concentrar em suas dimensões grandes mananciais de água. 
          Pra se ter ideia da riqueza hídrica de Brumadinho, 1/4 da água que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte, que tem cerca de 5,5 milhões de habitantes, saem de Brumadinho e dos municípios vizinhos, através dos sistemas Rio Manso e Catarina, operados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). (na foto acima do Anderson Sá, a Cachoeira das Ostras)
          Além dos mananciais, está em Brumadinho a maior fonte de água mineral do mundo, localizada na serra, entre Brumadinho e Mário Campos. Esta água atualmente é explorada pela Hidrobrás, detentora da marca "Ingá".
Distritos históricos
          O município de  Brumadinho é formado pelos distritos de Aranha, Conceição de Itaguá, São José do Paraopeba e Piedade do Paraopeba (na foto acima do Barbosa).
          Além dos seus quatro distritos, bairros e povoados rurais completam a formação do município, como o de Águas Claras, Casa Branca (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade), Coronel Eurico, Córrego do Feijão, Córrego Fundo, Eixo Quebrado, Encosta da Serra da Moeda, Marinhos, Melo Franco, Monte Cristo, Palhano, Parque da Cachoeira, Quilombos do Sapé, Retiro do Brumado, Suzana, Toca e Tijuco.
Gastronomia e belezas naturais
          O comércio de Brumadinho é bem variado, com lojas de todos os tipos, com ofertas de produtos diversos, além do visitante encontrar na  cidade bares e restaurantes dos mais simples aos mais requintados como o Carpe Dien, na foto acima da Eliane Torino, além de excelentes pousadas e hotéis, tanto na cidade, como na zona rural para que os que vêm à cidade atraídos por seu clima, belezas e paisagem naturais, sossego e para conhecer o Inhotim, possam desfrutar de momentos agradáveis e guardar boas lembranças. Seu povo é hospitaleiro, gentil e recebem muito bem os visitantes.
          Quatro belíssimas serras circundam Brumadinho, entre elas a Serra da Moeda e a Serra do Rola Moça (na foto acima da Eliane Torino). Serras que atraem turistas diariamente para meditar, praticar voo livre, fazer sobrevoos de balão, caminhar ou subir a serra pelas trilhas em bikes e motos, além do atrativo da beleza das vistas que proporcionam, principalmente no Topo do Mundo, na Serra da Moeda.
Construções seculares e o Inhotim
          Em torno de suas belezas naturais, seja em suas serras, distritos ou bairro rurais, encontra-se construções dos séculos XVII e XVIII como igrejas, fazendas centenárias, o distrito de Piedade do Paraopeba, um dos mais antigos povoados de Minas Gerais, dentre outros.
          Um dos destaque do patrimônio histórico de Brumadinho é a Igreja de Nossa Senhora da Piedade, datada de 1713 (na foto acima do Barbosa, o seu interior), uma das construções mais antigas de Minas Gerais, com elementos arquitetônicos em estilo Barroco e decoração interior em o estilo o Rococó. A devoção, estilo arquitetônico da Igreja, um dos símbolos do distrito, marcam os tempos do Ciclo do Ouro em Minas Gerais. 
           Ainda em Brumadinho, destaque-se como atrativos a Mansão Matosinhos, a Estação de Marinhos, a Fazenda Martins (na foto acima de César Rocha), o Mirante dos Veados, o Templo Budista, o Túnel do Sapê, as ruínas do antigo Forte de Brumadinho, o charme do bairro rural de Casa Branca, com seus restaurantes sofisticados e comidas típicas, a Corporação Musical Banda São Sebastião, fundada em 13 de maio de 1929 por Tarcílio Gomes da Costa e o Inhotim, um dos maiores atrativos, não só da cidade mas de Minas Gerais, considerado um dos maiores museus a céu aberto do mundo, com uma expressiva coleção de arte contemporânea, paisagens deslumbrantes, com várias espécies de árvores oriundas de diversos países. (foto abaixo de Wellington Diniz)
          Como atividades culturais e religiosas, durante o ano são destaques vários eventos como a Festa da Jabuticaba, a Festa do Milho, a Festa da Mexerica, a Festa da Cachaça, a  Festa de São Sebastião, o Jubileu de Nossa Senhora das Mercês, o Festival Gastronômico, o Rodeio de Brumadinho, dentro outros eventos. 

sábado, 5 de janeiro de 2019

Conheça Belo Horizonte em fatos e fotos

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais é um estado de tradições e história antiga, mas sua capital, Belo Horizonte, tem história mais recente. Fundada em 12 de dezembro de 1897, substituiu a primeira capital, Mariana, fundada 150 anos antes, e Vila Rica, que era a atual capital de Minas na época. (fotografia abaixo de Thelmo Lins)
          Antes da capital ser criada, a região era habitada desde 1701. Vivia na região o bandeirante João Leite Ortiz, que possuía uma fazenda, que posteriormente foi se transformando, a partir de 1707, num pequeno arraial, denominado Arraial de Curral Del Rei, formado por trabalhadores da fazenda e outros bandeirantes que vinham para a região. O nome do arraial permaneceu até a fundação da Capital. (na foto abaixo de Júlio de Freitas - Instagram: @julio_defreitas, Belo Horizonte vista do bairro Buritis)
          No ano de 1883, decidiu-se pela transferência da capital mineira, na época Vila Rica, atual Ouro Preto para uma região mais central do estado, tendo sido escolhido a região onde estava o Arraial de Curral Del Rei. Foi promulgada a lei determinando a mudança da capital para as terras da antiga fazenda. Por ser uma região montanhosa, com belas vistas, principalmente pelo belo horizonte que se via na do alto de suas serras, optou-se pelo nome Belo Horizonte para a nova capital mineira. (foto abaixo de Thelmo Lins)
          A equipe de engenheiros, chefiada pelo engenheiro Aarão Reis,   se inspirou nos modelos urbanos das cidades de Whashington, nos Estados Unidos e de Paris, na França para projetar a nova capital. A arquitetura das construções belo-horizontinas do início de sua construção foram inspiradas na arquitetura francesa. 
          Emoldurada por uma cadeia montanhosa, como a Serra do Curral, Belo Horizonte oferece várias atrações a seus moradores e visitantes. Além da charmosa arquitetura do final do século 19 e início do século 20, de inspiração francesa, presentes na região centro-sul da capital, tem ainda como atrações o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, um dos principais trabalhos do arquiteto Oscar Niemeyer, erguido entre 1942 e 1943, na gestão do prefeito Juscelino Kubitschek (1902-1976) e da Praça da Liberdade, onde está localizado o Palácio da Liberdade, um dos cartões postais de Belo Horizonte, construído para ser sede do Governo Mineiro entre 1895 e 1897. Atualmente é aberto a visitação pública nos fins de semana. (na foto abaixo de Lucas Vieira, o Palácio Tiradentes, atual sede do Governo Mineiro)
          Belo Horizonte conta cerca de 69 museus, se destacando o Museu de Artes e Ofícios, Museu das Minas e do Metal, Museu da Moda, Memorial Minas Gerais, Museu de Arte da Pampulha, Museu da Imagem e do Som, Museu da História da Inquisição, Museu de Ciências Naturais, Museu Abílio Barreto, Museu do Brinquedo, dentre outros. Possui ainda dezenas de parques em todas as regiões da cidade, outras dezenas de teatros e espaços para exposições, convenções e eventos de grande porte como a Serraria Souza Pinto,  o Minascentro e o Expominas. 
          A vida noturna na capital é intensa, com milhares de bares espalhados pelos bairros da cidade, que garante à Belo Horizonte, o título de "capital brasileira dos bares". A cidade se destaca ainda na gastronomia, sendo o Festival de Comida de Boteco, que acontece todos os anos, uma das referências nacionais em gastronomia popular. (foto acima de Thelmo Lins)
          Além dos teatros, museus e gastronomia, a capital tem ainda como atrativos a Praça da Estação, o Parque Municipal um dos pontos de encontro das famílias belo-horizontinas, o Palácio das Artes, o Mirante do Mangabeiras, a praça do Papa, de onde se tem uma excelente vista panorâmica. 
          Tem a Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, que funciona todos os domingos pela manhã, com cerca de 4 mil barracas oferecendo produtos diversos, sendo a maior feira ao ar livre da América Latina . Outro destaque da cidade é o Mercado Central, eleito pelos passageiros da Revista Tam Nas Nuvens, como um dos 10 melhores do mundo. (Foto acima e a abaixo de Thelmol Lins)
          Hoje Belo Horizonte conta cerca de 2,5 milhões de habitantes, sendo a quarta capital mais populosa do Brasil, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.  A Região Metropolitana de BH é formada por 33 municípios, ao todo tem mais de 5 milhões habitantes. A média anual da temperatura na capital é de 22º C. A cidade fica a 586 km de São Paulo, 435 km do Rio de Janeiro, 740 km de Brasília e 550 km de Vitória.

domingo, 21 de outubro de 2018

Monumento à Terra Mineira

(Por Arnaldo Silva) A Praça Rui Barbosa, a popular Praça da Estação de Belo Horizonte, é um dos locais mais visitados da capital mineira. Por ser um espaço amplo, é constantemente palco de eventos culturais como o Forró de Belô, Carnaval e outras festas. O que poucos sabem ou conhecem é o valor histórico e simbólico do local para Minas Gerais.
          Por décadas transitaram pelo local milhares de pessoas, já que o espaço foi construído para ser a Estação de Trens de Belo Horizonte. Hoje o que era a estação ferroviária, abriga o Museu de Artes e Ofícios. Ao lado, tem a estação de metrô, mais moderna. E um pouco mais à frente, a Estação de Trem de passageiros, Vitória Minas.
          O que chama atenção na Praça é um enorme monumento que representa a Terra Mineira. 
          A obra toda esculpida em granito é do escultor italiano Giulio Starace (1887 - 1952). Está na esplanada da Praça da Estação, entre a Praça Rui Barbosa e o Museu do Mao. Foi inaugurada no dia 15 de julho de 1930 com a presença do Presidente do Estado Antônio Carlos Andrada, do ministro Francisco Campos e do professor Aurélio Pires. Em todo o monumento, detalhes da história mineira estão representados. Mostra o domínio do território pelos bandeirantes e a conquista da liberdade pelos nossos mártires encravados em relevos no bloco central.
          Nos relevos do granito estão representadas as figuras de Bruzza Spinosa, o martírio de Tiradentes, o martírio de Felipe dos santos e o bandeirante Fernão Dias Pães Leme, como o "Caçador de Esmeraldas." (na foto abaixo, alguns dos inconfidentes foram lembrados em placa)
         No alto, a figura de um homem nu empunhando uma bandeira se destaca. O artista se inspirou em Apolo, uma das principais divindades greco-romanas, tida como um deus justo, que defendia a tolerância. A estátua em bronze representa o heroísmo do cidadão mineiro. Abaixo da estátua pode ser ler a inscrição em latim “Montani Semper Liberti” (a montanha sempre está livre).
          Sendo esse então o maior significado do monumento que sempre marcou a característica do povo mineiro, desde os tempos do Brasil Colônia e Imperial: a luta pela liberdade. 

sábado, 20 de outubro de 2018

Parque Municipal de BH: um museu a céu aberto

(Por Arnaldo Silva) Desde a sua fundação em 1897, o Parque Municipal Américo Renê Giannetti em Belo Horizonte é o ponto mais visitado da capital mineira. Faz parte da família belo-horizontina um passeio no parque. Atividades como piqueniques, encontros de amigos, prática de esportes, passeios ou simplesmente, descansar sobre a sombra das frondosas árvores do parque são programas comuns de quem frequenta o local. Muitos ainda não resistem e tiram fotos com os famosos lambe-lambes, que ainda estão em atividades no parque.
          Idealizado por Aarão Reis, a área inicial do parque quando criado era de 555 mil metros quadrados. Com o crescimento da capital ao longo dos anos, sua área foi reduzida aos poucos e hoje ocupam 182 mil metros quadrados no centro da capital mineira. Quando o parque foi criado, a ideia original era ser o Parque de Belo Horizonte o maior e mais bonito parque da América Latina. No início era mesmo, pela dimensão territorial que tinha. Os idealizadores do parque se inspiraram nos belos espaços públicos franceses, nos tempos de paz da chamada "Belle époque", entre 1871 a 1914.
          Esse parque tem belezas e detalhes desconhecidos por boa parte de seus frequentadores. As centenas de pessoas que todos os dias passam pelo local nem percebem ou desconhecem as inspirações europeias em construções e monumentos do parque. Basta andar  com mais atenção que os detalhes se revelam. E não são poucos e nem minúsculos. Estão visíveis aos olhos de todos.
A Mãe Mineira
          Uma dos monumentos que mais impressiona no parque é o da "Mãe Mineira." Foi esculpido por Lélio Coluccini, escultor neoclássico e modernista italiano, nascido em Valdicastello em 1910. Viveu no Brasil, se radicando em Campinas, onde faleceu em 1983. O monumento impressiona pelo realismo e modernismo. Foi inaugurado em 1958 e homenageia as mães de Minas Gerais.
          Dentro do Parque temos o Teatro Francisco Nunes. Inaugurado em 1950 é um dos principais palcos da cultura da cidade. Na parede lateral do teatro existe um detalhe que poucos param para contemplar. Dois enormes painéis retratam a fauna e flora brasileira com mosaicos portugueses.
Coreto importado da Bélgica
 
          Dentro do Parque, próximo à lagoa dos barquinhos, tem um coreto que chama a atenção. Todos sobem as escadas para conhecer o coreto e tirar fotos porque ele é muito bonito, com belos detalhes entalhados. Além disso, acontecem apresentações com bandas, grupos de serestas em torno do coreto.
          Mas a origem do coreto é muito interessante. Os belos jardins em volta do coreto foram projetados em estilo francês, justamente para receber a estrutura do coreto, que foi importado da Bélgica. O coreto belga foi instalado inicialmente na antiga Praça do Mercado, hoje a atual Praça da Rodoviária. Em 1922 foi transferido para o Parque Municipal. Hoje, o coreto é um dos patrimônios culturais de Belo Horizonte.
Escultura alada Vitória de Samotrácia
          Com 3,60 metros de altura, pesando uma tonelada, uma escultura de uma mulher alada, sem cabeça e braços desperta a curiosidade dos frequentadores do parque. É a réplica de uma das mais importantes esculturas do mundo, Vitória de Samotrácia. A original está exposta no Museu do Louvre em Paris e é a terceira obra mais visitada neste museu.    No Parque Municipal, passa quase despercebida, sendo inclusive desconhecida sua história e importância.
          A obra retrata Atena Niké, a deusa grega da vitória. Sua forma é de uma mulher alada. Acreditam os historiadores que era usada em forma de carranca em navio de guerra e em uma batalha naval perdeu a cabeça, braços e pés. A escultura pode também ter sido usada para ornamentar a entrada de um santuário dedicado aos Cabírios, considerado os protetores dos navegantes. A escultura original foi encontrada na cidade de Samotrácia, na Grécia em 1863. Por simbolizar a vitória na guerra, seu nome passou a ser Vitória de Samotrácia. 
          A escultura foi instalada no Parque Municipal próximo a entrada da Rua Ezequiel Dias, em 2008, por ocasião dos 110 anos do parque. A réplica foi autenticada pela Réunion de Musées Nationaux, instituição francesa que coordena 33 museus franceses.
Afrodite: a Vênus de Milo
          No lago do Parque Municipal, próximo a Rua Ezequiel Dias, uma escultura realista, esculpida em mármore branco chama a atenção. É a Vênus de Milo, réplica de uma das mais famosas esculturas gregas do mundo. A original pertence ao acervo do Museu do Louvre em Paris. A "deusa sem braços" é uma das obras mais reproduzidas atualmente no mundo.
          A escultura é envolta a mistérios até hoje não decifrados pelos historiadores. É o símbolo da beleza feminina clássica. Foi esculpida entre os anos 100 e 190 a.C., sem autoria até hoje identificada. Chamada de Vênus pelos conquistadores romanos, a escultura representa a deusa Afrodite para os gregos. Segundo a mitologia grega, Afrodite é a deusa do amor, sendo uma das deusas mais cultuadas pelos gregos na antiguidade.
          A estátua foi encontrada em 8 de abril de 1820 na cidade grega de Milos, sem os braços e sem o pé esquerdo. Como os romanos chamavam a deusa Afrodite de Vênus e a estátua foi encontrada em Milos, ficou o nome, Vênus de Milo.
Outros detalhes do Parque Municipal
          Pelos 182 mil metros quadrados do Parque Municipal existem centenas de árvores, principalmente figueiras centenárias todas identificadas com plaquinhas. Tem a cascatinha (foto acima), uma nascente dentro do parque. A Fonte dos Burros. Tem também várias espécies de flores, bem como outros monumentos como os bustos dos fundadores de Belo Horizonte. No parque pode ser vista também uma pirâmide. Uma mística obra, inspirada nas pirâmides egípcias, doada pela Associação Rosa Cruz.
          Até a heroína Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi (nascida em Tubarão/SC em 30 de agosto de 1821, falecida em Ravena, na Itália em 4 de agosto de 1849) é homenageada pelos mineiros. Anita Garibaldi foi uma famosa revolucionária catarinense, que juntamente com seu marido Giuseppe Garibaldi, teve participação direta na Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul e no processo de unificação da Itália.
            Foi tão atuante nesses dois episódios que ficou conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos". A homenagem à heroína fica na Ilha dos Amores, no lago principal do parque.
          Como podem perceber o Parque Municipal de Belo Horizonte é um museu a céu aberto. E o melhor é que tudo isso é gratuito, entrada franca para todos. Vale a pena prestar atenção nos detalhes que temos no nosso mais famoso parque. 

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