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sábado, 18 de março de 2023

Santa Rita Durão homenageia um homem, não uma mulher

(Por Arnaldo Silva) Santa Rita Durão é um distrito histórico da antiga Cata Preta, hoje Mariana MG, na Região Central, distante 145 km de Belo Horizonte e apenas 20 km de Ouro Preto MG. O distrito está a 35 km distante da sede, Mariana.
          Surgiu em 1702 durante o início do Ciclo do Ouro, oriundo da ocupação acelerada do sertão mineiro por bandeirantes, sertanistas, viajantes, tropeiros e aventureiros em busca de ouro, diamante e esmeralda. (Fotografia de Luciana Silva)
          Seu primeiro nome foi Nossa Senhora de Nazaré do Inficionado, variante da palavra “infeccionado”. Isso devido a baixa qualidade e do pouco ouro encontrado no curso d´água onde foi formado o vilarejo. Ouro de boa qualidade e em quantidade foram encontrados nas cercanias mais próximas.
          Em 16 de fevereiro 1718, a charmosa colonial de Santa Rita Durão foi reconhecida por lei Freguesia com o nome de Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré do Inficionado.
          Santa Rita Durão, faz parte da Estrada Real. Conta hoje hoje menos de 1000 moradores. (fotografia de Luciana Silva)
          O distrito tinha população maior, reduzida em 5 de novembro de 2015, quando seu subdistrito, Bento Rodrigues, foi devastado pela lama, devido rompimento da barragem de rejeitos da mineração de ferro da Samarco Mineração S. A, no Rio Gualaxo do Norte. Nessa época, Bento Rodrigues contava com 200 casas e 620 moradores.
A vila de Santa Rita Durão
          A pequena, pacata, tradicional é rica em história, artesanato, culinária artesanal típica e cultura. Seu povo é simples, hospitaleiro, trabalhador e muito acolhedor.
          Construções preservadas e típicas da arquitetura colonial e barroca mineira, em Santa Rita Durão o destaque arquitetônico é a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, presente no nome do povoado desde sua origem. É um bem tombado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 5 de novembro de 1945. (fotografia acima de Luciana Silva)
          Começou a ser construída em 28 de maio de 1729 pelo Sargento-mor Paulo Rodrigues, data que obteve a bênção sacerdotal para iniciar a construção. Sua construção segue o estilo Joanino, criado por Dom João V, com decoração e ornamentação setecentista da época. Sua estrutura é madeira, seus altares policromados, sete ao todo e forro em formado por arcos, sustentados por paredes ou pilares laterais, chamados de abóbada de berço.
          A pintura do forro da nave retrata o primeiro milagre de Nossa Senhora de Nazaré e símbolos religiosos e personagens bíblicos católicos. As pinturas são atribuídas a João Batista de Figueiredo, um dos mais importantes pintores da arte setecentista do século XVIII.
          Entre 1766 e 1794, a igreja, principalmente a capela-mor, passou por reformas de embelezamento feitos pelo artífice Domingos Francisco Teixeira, atendendo pedidos da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Destaque na ornamentação interna, estão os altares do cruzeiro e altar-mor, preservados em sua originalidade, seguindo fielmente a rusticidade do estilo Joanino.
          Além disso, andar pelas ruas calmas e tranquilas de Santa Rita Durão é uma sensação de volta ao passado, é uma aula de história e mineiridade. Parar um pouco, prosear com os moradores, sentar num banco de praça ou de um antigo boteco, é sentir a alma mineira presente no lugar. (na foto acima da Luciana Silva, a bela paisagem da região)
Origem do nome
          O nome da Vila, Santa Rita Durão, homenageia um homem e não uma mulher. Frei José de Santa Rita Durão, popular Santa Rita Durão. O religioso da ordem dos Agostinianos nasceu em 1722 nos arredores da Freguesia do Inficionado, em Cata Preta, hoje Mariana MG e faleceu em 24 de janeiro de 1784 em Lisboa, Portugal.
          A vila passou a adotar o nome de Santa Rita Durão em homenagem ao ilustre personagem da história mineira e da Literatura Brasileira, frei Santa Rita Durão, além de religioso, era poeta, escritor e grande orador. Santa Rita Durão é autor de escritos, poemas e livros, entre eles um dos clássicos épicos língua portuguesa, o “Caramuru. Publicado em 1781, a obra é considerada a primeira a abordar assuntos indígenas no Brasil. Santa Rita Durão se inspirou no estilo de Luís de Camões para fazer a narrativa do seu poema. É uma das mais importantes obras do Arcadismo brasileiro.
          Assim é o distrito de Santa Rita Durão. Venha, conheça essa joia da história de Minas!

quinta-feira, 16 de março de 2023

Curralinho e a Ponte do Acaba Mundo


(Por Arnaldo Silva) Diamantina, a 290 km distante de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha é formada por 10 distritos. São pequenas vilas charmosas e bucólicas, com destaque para Curralinho, uma charmosa Vila Colonial, com origens no final do século XVIII. Em Curralinho conta com menos de 1000 moradores e tem na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, um de seus maiores atrativos. (na foto acima de Sueli Santos)
          
Quando foi elevado a distrito, Curralinho recebeu outro nome, Extração, final do século XX. Mas mesmo com a mudança de nome, a histórica vila é chamada de Curralinho até os dias de hoje por seus moradores e visitantes e raramente por Extração. Está apenas 11 km de Diamantina. Extração é o nome formal, Curralinho o nome secular, tradicional e popular. (na foto acima a Giselle Oliveira, a Capelinha do Gambá, na Pedreira da Serra)
A Ponte do Acaba Mundo
          Um dos lugares muito procurado em Curralinho por visitantes é a Ponte do Acaba Mundo (na foto acima da Giselle Oliveira). A ponte foi construída em 1930 sobre o encontro de duas vertentes do Rio Jequitinhonha:  o Rio Jequitinhonha Preto e o Rio Jequitinhonha Branco (na foto abaixo da Giselle Oliveira) 
          O objetivo da ponte era para facilitar a passagem de tropeiros que vinham da região Leste de Minas à Diamantina. Hoje é um dos pontos atrativos do distrito diamantinense.       
          É um dos mais destacados cenários naturais de Minas Gerais. Tanto é que a charmosa e pitoresca Vila, atrai produtores de TVs e cinema que optam pelo distrito para gravações de externas, além de ser um dos mais atrativos pontos turísticos de Minas Gerais, que atrai turistas de todo o Brasil e mundo. 
Cenário de filmes e novelas
          Curralinho já foi cenário dos filmes Minha Vida de Menina e a Hora e Vez de Augusto Matraga, além de ter sido cenário das novelas Chica da Silva, da Rede Manchete, O Rei Davi, da Rede Record, a minissérie A Cura e as novelas Liberdade Liberdade, Irmãos Coragem e No Rancho Fundo, da Rede Globo. Todas ambientadas na Vila de Curralinho e na Gruta do Salitre, que fica apenas 1 km distante de Curralinho.
          A Gruta do Salitre (na foto acima do Anderson Sá) é uma formação rochosa em quartzito, com cânions de pedras em seu interior, com cerca de 5 metros de altura. Esses cânions tem a forma pontiaguda, formados naturalmente há milhões de anos. Nessa gruta, era extraído antigamente o salitre, um mineral usado na fabricação de pólvora. 
          Hoje é ponto turístico e um dos lugares mais belos e enigmáticos de Minas Gerais, por sua beleza natural e acústica, considerada perfeita, por isso é cenários de novelas, filmes e concertos musicais.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

O Morro Redondo em Ipoema

(Por Arnaldo Silva) A 1180 metros de altitude, está o Morro Redondo, em Ipoema distrito de Itabira, na Região Central, distante 110 km de Belo Horizonte. Ipoema é uma charmosa e tradicional vila mineira. Lugar agradável, pacato, encantador, histórico, riquíssimo em belezas naturais, com cachoeiras espetaculares.
          Sua origem é do início do século XIX e guarda tesouros de nossa história, principalmente do tempo que as tropas cortavam o sertão mineiro. Em Ipoema, está o Museu do Tropeiro, com cerca de 700 peças, que nos levam a conhecer a vida e rotina dos tropeiros e viajantes. (fotografia acima e abaixo de Arnaldo Quintão)
            O mirante do Morro Redondo, nos seus 1180 metros de altitude, é o principal ponto turístico de Ipoema. A vista é impactante e impressionante, além do charme da graciosa Capela do Senhor do Bonfim, palco de celebrações religiosas e folclóricas de seus moradores, como a Festa de Santa Cruz, em maio. 
          Além do Morro Redondo, em Ipoema, destaca-se fazendas centenárias, áreas de proteção ambiental, como o Morro da Pedreira e Bacia Hidrográfica Ribeirão Aliança, a Igreja de São José do Macuco, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída entre 1915 e 1934 (na foto acima do Arnaldo Quintão), a Cachoeira Alta com seus 110 metros de queda, uma das mais belas de Minas Gerais e outras cachoeiras paradisíacas, como a Cachoeira Boa Vista, Cachoeira do Patrocínio Amaro, Cachoeira do Morro Redondo e a Cachoeira do Meio.

A Lapinha de Belém da Serra do Cipó

(Por Arnaldo Silva) No sopé do Pico da Lapinha, segundo ponto mais alto da Serra do Cipó, a 1687 metros de altitude acima do nível do mar, está Lapinha de Belém, para os antigos, e Lapinha da Serra, como é mais conhecido popularmente.
          Inserido na Área de Preservação Ambiental Morro da Pedreira, Lapinha da Serra é distrito de Santana do Riacho, cidade turística mineira, considerada a “porta de entrada” para a Serra do Cipó. Santana do Riacho fica a 110 km de Belo Horizonte, com acesso pela MG-050. Lapinha da Serra fica a 33 km da sede. (fotografia acima de Marcelo Santos)
          A pequena vila conta com cerca de 400 moradores, que vivem da agricultura familiar, do artesanato e turismo. É um dos pontos turísticos mais conhecidos e visitados em Minas Gerais. Seu povo é gentil, acolhedor e hospitaleiro. Preservam a vila em que vivem, bem como suas raízes e tradições religiosas, como o a Festa de São Sebastião, padroeiro da Vila, a Festa de Nossa Senhora Aparecida, além do tradicional Batuque, manifestação folclórica, com origem em Cabo Verde, na África, preservada e valorizada no vilarejo. (foto acima de Giseli Jorge, Lapinha da Serra vista do Pico)
          
A charmosa e turística vila é atraente, seu casario colonial bem no estilo mineiro, é charmoso e muito bem cuidado. No entorno de Lapinha da Serra, belezas naturais são convites para descanso e sossego. São impressionantes e magníficos lagos, cachoeiras, grutas, picos, sítios arqueológicos, além da beleza do Rio Cipó. (fotografia acima de Giseli Jorge)
          O vilarejo é o lugar ideal para quem quer maior convívio com a natureza e também para quem gosta de esportes radicais, ao ar livre.
   

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

O Taboão de Bom Jardim de Minas

(Por Arnaldo Silva) Taboão de Minas ou simplesmente Tabuão é distrito de Bom Jardim de Minas, município localizado entre a Zona da Mata e Sul de Minas, a 295 km da capital Belo Horizonte. Faz divisa com Passa Vinte e Andrelândia, no Sul de Minas e Santa Rita de Jacutinga, Rio Preto e Lima Duarte, na Zona da Mata.
          Bom Jardim de Minas, juntamente com Bias Fortes, Ibertioga, Pedro Teixeira Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga e Santana do Garambéu, faz parte do Circuito Turístico Serras de Ibitipoca. (foto acima do Márcio Lucinda - Guia de Turismo no Ibitipoca, vista parcial do Taboão)
Bom Jardim de Minas
           Bom Jardim de Minas é uma cidade charmosa, pacata e dotada de belezas naturais espetaculares. Conta com cerca de 6. 500 habitantes.
          Tem origens no final do século XVIII. Seu crescimento foi lento, desde seus primórdios de povoação, até se tornar freguesia, vila, distrito e cidade emancipada em 17 de dezembro de 1938, passando a se chamar Bom Jardim de Minas. Seu nome anterior era Senhor Bom Jesus do Bom Jardim. Seu nome tem origem na Fazenda Bom Jardim, que contava com um belo jardim no entorno da sede. (na foto acima de Fabrício Cândido, trem de carga passando por Bom Jardim de Minas)
          A cidade está localizada às margens do Rio Grande e Serra da Mantiqueira. É uma região de clima ameno, relevo montanhoso e de altitude, com elevação de 1119 metros, acima do nível do mar.
          Além disso, formações rochosas variadas são comuns no município, com destaque para granitos, micaxisto, migmatito, arenito, arcózio, argila e conglomerados, com vários tipos de minerais como quartzito, ganisse, mica, caulim, ferro e feldspato.
          Cidade simples, bem organizada, um casario colonial, simples, bem cuidado e charmoso, praças e igrejas atraentes, conta com uma boa estrutura urbana e boa qualidade de vida, conta com um pequeno mas variado comércio e tem na agricultura e pecuária, a base de sua economia. (fotografia acima e abaixo de Alexandra Dias)
          Bom Jardim de Minas preserva suas tradições culturais, folclóricas e religiosas como a Semana Santa, a Festa de Maio, em honra a Nossa Senhora da Conceição e São Benedito, a Festa de Agosto em honra a Bom Jesus de Matosinhos, além da riqueza de seu artesanato e das festividades de aniversário da cidade, em dezembro.
          Outro destaque de Bom Jardim de Minas e do Taboão é sua rica gastronomia, em destaque claro, os pratos da cozinha mineira como o arroz com feijão-mineiro, a feijoada mineira e o tradicional frango com quiabo, angu e torresmo, prato especial da cidade, além claro, de nossas tradicionais quitandas e queijos, já que Bom Jardim de Minas tem tradição queijeira secular, com técnicas artesanais na arte de fazer queijos, preservadas de geração em geração.
O Taboão de Minas
          Bom Jardim de Minas se destaca na região no ecoturismo, bem como seu principal distrito, Taboão de Minas, que conta com cerca de 800 habitantes. O distrito tem origens no século XIX, tendo sido elevado a distrito em 19 de julho de 1872 com o nome de São Sebastião. Passou a se chamar Taboão a partir 7 de setembro de 1923. Era subordinado a Andrelândia, passando a pertencer a Bom Jardim de Minas, logo após a emancipação do município, em 1938, passando a ser Taboão de Minas. (fotografia acima de Rildo Silveira)
          O Taboão é um cantinho de Minas apaixonante, difícil conhecer e não se apaixonar à primeira vista. Uma vila típica de Minas Gerais com praça, matriz (na foto acima do Rildo Silveira), arquitetura colonial singela e seu povo muito simples, simpático, hospitaleiro e que preserva seus costumes, suas tradições familiares, gastronômicas e religiosas desde sua origem.
          A pitoresca Vila (acima na foto do Rildo Silveira) guarda tesouros naturais de tirar o fôlego já que está em região de altitude, formada por serras, ribeirões como o Imbutaia e do Taboão, córregos como o do Taboão, das Três Barradas, da Serra da Bandeira, do Goiabal, do Ataque, do Milho Branco, dentre outros córregos e ribeirões diversos, além de nascentes como a nascente do Rio do Peixe, um dos maiores da região.
           Com tantos ribeirões e nascentes, encontra-se no Taboão diversas cachoeiras, como a Cachoeira das Crianças (na foto acima do Rildo Silveira), Cachoeira do Presépio e a Cachoeira do Remanso. As águas dessas cachoeiras despencam em pequenas quedas d´água e formam poços de águas limpas e cristalinas. No Taboão pode se contemplar ainda, além de matas nativas, fauna e flora variada, um imenso paredão com um grande poço margeado por uma praia de areia. Lugar próprio para tomar sol e se banhar nas águas do poço.
          Essas belezas naturais citadas estão em maior parte presentes no Parque Municipal do Taboão (na foto acima do Rildo Silveira), um dos lugares mais procurados por amantes da natureza em Minas Gerais. Além disso, o local é bem sinalizado e com boa estrutura para receber turistas, além de contar com áreas de camping e banheiros.
          Bom Jardim de Minas e o distrito de Taboão de Minas são lugares cênicos e paradisíacos, bem típico de Minas Gerais. Vale a pena conhecê-los.

terça-feira, 26 de abril de 2022

O Mercado de Origem e o Museu das Reduções

(Por Arnaldo Silva) Instalado anteriormente em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto MG, o Museu das Reduções foi transferido para o Mercado de Origem, no bairro Olhos D´Água, na região Oeste de Belo Horizonte, às margens da BR-040, a 1,9km do BH Shopping, em frente ao Leroy Merlim e ao BH Outlet .
          Ocupando 14 mil m² de área construída, o Mercado de Origem é um complexo de compras e entretenimento, central de produtos , conhecimentos, tecnologias e eventos relacionados à agricultura mineira e brasileira de todas as regiões. (foto acima e abaixo Mercado de Origem/Divulgação)
          Com o objetivo de ser além de um centro de produtos variados e diferenciados, da agricultura familiar, cultura, sabor e saberes de Minas Gerais, mas principalmente, um ponto de encontro de pessoas e histórias de Minas, do Brasil e do mundo. São cerca de 180 lojas comerciais.
          O quê, que o Museu das Reduções tem a ver com o Mercado de Origem? Tudo a ver.. Primeiro porque é no Mercado de Origem que está funcionando agora o Museu das Reduções.
          Como o Mercado de Origem, além de ser um centro comercial, é um centro de cultura e tradições, por isso, sediar o Museu das Reduções, que é um museu único no Brasil, tem tudo a ver.
O Museu das Reduções
          A formação do Museu das Reduções começou em 1978, com os irmãos Ênnio, Décio, Evangelina e Silva Alves de Vilhena. Aposentados e talentosos artistas, decidiram reproduzir réplicas dos principais monumentos brasileiros, um antigo sonho dos irmãos. Viajaram pelo Brasil, pesquisaram, fotografaram, calcularam os projetos para transformar o sonho em realidade. Os irmãos desenvolveram técnicas e ferramentas que permitiram transformar imponentes construções históricas em pequenas obras de arte, idênticas às originais. (na imagem abaixo, redução do Convento de São Francisco de Assis em Olinda/PE, peça do Museu das Reduções)
          Não se trata de simples réplicas em gesso, acrílico ou resina. Nas peças não há nenhum produto sintético ou industrializado. É uma reprodução autêntica, feita com materiais usados nas construções originais como cimento, tijolo, telhas de barro, amianto e zinco, ferragens, madeira, tinta, lampiões, grades, balaústres, treliças, comportas metálicas, etc., todos esculpidos manualmente, em formatos reduzidos e pintados em cores originais.  (acima e abaixo, fotos de monumentos reduzidos no Museu das Reduções)       
          O Guia 4 Rodas do Brasil, elegeu em 2006, o Museu das Reduções como a melhor atração do país na categoria Contribuição Artística.
Os monumentos do Museu das Reduções
          O acervo do Museu das Reduções é composto por 29 réplicas reduzidas de monumentos de 24 cidades, 15 estados brasileiros.
Monumentos do Sul do país: Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Viamão/RS; Museu de Arqueologia e Etnologia de Paranaguá, Paranaguá/PR; Igreja de São Benedito, Paranaguá/PR; Casa enxaimel de Pomerode/SC e a Estação Ferroviária de Joinville/SC. (na foto acima/acervo do Museu das Reduções)
Monumentos do Sudeste: Casas Coloniais, Paraty/RJ; Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, Rio de Janeiro/RJ; Convento dos Reis Magos, Nova Almeida/ES; Fazenda do Resgate, de Bananal/SP e Casas coloniais, Paraty/RJ (na foto acima: acervo do Museu das Reduções).
Monumentos do Nordeste: Farol de São João da Barra (Farol da Barra), Salvador/BA; Engenho de São João, Itamaracá/PE; Convento de São Francisco de Assis, Olinda/PE; Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN; Museu Histórico de Sergipe, São Cristóvão/SE; Mercado Municipal, Laranjeiras/SE; Trecho de Rua, Marechal Deodoro/AL; Casas Particulares, Aracati/CE; Convento de São Francisco de Assis, Olinda/PE e a Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN. (na foto acima do acervo do Museu das Reduções)
Monumentos do Centro Oeste do Brasil: Palácio Conde dos Arcos, Goiás Velho/GO; Palácio da Alvorada, Brasília/DF (na foto acima do arquivo do Museu das Reduções)
Monumentos de Minas Gerais: Usina Marmelos Zero, Juiz de Fora/MG; solar dos Ferreira, Campanha/MG; Casa de Câmara e Cadeia, Mariana/MG; Igreja de Nossa Senhora da Expectação do Ó, Sabará/MG; Igreja de São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha), Belo Horizonte/MG; Igreja das Dores, Campanha/MG; Casa Paroquial de Amarantina, Ouro Preto/MG, Casa dos Contos, Ouro Preto/MG (na foto acima/arquivo do Museu das Reduções) e, inacabada devido Evangelina Vilhena, ter falecido antes da conclusão da réplica e a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha em BH (na foto abaixo/arquivo Museu das Reduções)
Museu e atividades sócios-educativas
          Um trabalho longo, que consumiu anos de dedicação. Em 1994, o acervo do Museu estava completo, sendo aberto para visitação pública em 26 de março de 1994, em Amarantina, distrito de Ouro Preto MG, se mantendo ao longo dos anos com o apoio de diversos parceiros comerciais, Ong´s e benfeitores.
          Os irmãos Vilhena passaram desenvolver vários projetos, como o de uma escola de artesanato onde ensinavam a fazer reduções, uma escola de informática e outros projetos culturais e socioeducativos. Ao longo seu funcionamento em Amarantina, os projetos desenvolvidos pelo Museu das Reduções beneficiaram diretamente milhares de alunos.
          Em 31 de Outubro de 2016, o Museu das Reduções encerrou suas atividades no Distrito de Amarantina, transferindo-se posteriormente para Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto MG, reabrindo para visitações, em 2020. (foto acima do arquivo do Museu das Reduções)
          Em 2023, as instalações do Museu das Reduções foram transferidas o Mercado de Origem, na BR-040, no bairro Olhos D´Água, na Capital Mineira, com o mesmo objetivo, além de continuar com suas atividades culturais e sociais.
O projeto das instalações do museu
          O novo espaço do Museu das Reduções foi projetado pela consagrada arquiteta mineira Jô Vasconcelos, especialista em centros culturais, responsável pelos projetos do Circuito Praça da Liberdade e da Filarmônica de Minas Gerais, dentre outros. 
          Numa releitura do Museu, que retrata a evolução da arquitetura Brasileira ao longo dos últimos 5 séculos, Jô explorou muito bem os aspectos e elementos da construção do Mercado de Origem, como tubulações aparentes, azulejos incompletos,  paredes desgastadas, etc, emoldurados pela fantástica arte de Drin Cortês, com pinturas que remetem aos séculos representados. 
          O resultado final é surpreendente, com as artes interagindo harmonicamente com o espaço inusitado, contando, de uma forma genuína, a história do Brasil.
Contato para mais informações: site:museudasreducoes.com.br, e-mail: museudasreducoes@gmail.com, WhatsApp (31) 9 9727-3658, Instagram e Facebook @museudasreducoes.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Três Ilhas: os encantos de uma joia mineira

(Por Arnaldo Silva) Três Ilhas é um distrito de Belmiro Braga, município a 295 km de Belo Horizonte na divisa em Minas Gerais com Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão Pereira, Santa Bárbara do Monte Verde e com Paraíba do Sul, Comendador Levy e Rio das Flores, no Rio de Janeiro. Em Três Ilhas, vivem pouco mais de 250 moradores. 
          Com origens no século XIX, Três Ilhas é um distrito histórico de grande importância  para Minas Gerais. Seu Centro Histórico, com destaque para o sobrado do Barão de São José Del Rei e a Igreja de São José, são bens tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) em 10 de setembro de 1997. (fotografia acima de Thelmo Lins)
Cenário de cinema
          Suas ruas históricas e seu valioso casario bem preservado, sua simplicidade e charme, fazem do distrito um verdadeiro cenário de cinema, tanto é que os filmes o Menino Maluquinho 2 de 1997 e Lavoura Arcaica, de 2001, foram gravados em Três Ilhas. (fotografia acima de Pedro Henrique e abaixo de Marcos Lamas)
           Seu casario é todo habitado e bem conservado pelos moradores. Tendo ainda um cartório, um pequeno comércio e uma pequena e aconchegante pousada.
A Matriz de São José
          O grande destaque de Três Ilhas é a Igreja de São José, com obra iniciada em 1788 e inaugurada 10 anos depois, em 1888. Foi projetada pelo arquiteto Quintiliano Nery Ribeiro e projeto executado pelo metre-pedreiro português Manoel Joaquim Rodrigues e construídas por mãos escravas.
           Uma igreja imponente, erguida com enormes blocos de pedras e riqueza nos detalhes interiores que impressiona. (na foto acima do Thelmo Lins, a fachada da Igreja de São José e abaixo, de Marcos Lamas, o seu interior)
          Sua construção seguiu o estilo neorromânico, em pedras monocromáticas e grande números de arcos romanos em sua ornamentação interna, com colunas em pedra. A obra teve influência direta do poderio econômico dos barões do café do período do Ciclo do Café. Completa o conjunto da matriz, o casario barroco em seu entorno, bem conservado e de grande valor histórico.
A festa de São José
          Julho é o mês mais interessante para conhecer Três Ilhas. É no início desse mês, que acontece no distrito a tradicional Festa de São José.
          Além das comemorações religiosas, como missa, reza do terço e procissões dos motociclistas e ciclista, tem cavalgada, leilões, shows musicais, apresentação de coral, orquestra e sanfoneiros, baile com apresentações musicais, barracas com comidas típicas, café comunitário, almoço festivo beneficente, dentre outras atividades, durantes os 3 dias de festa.
Uma vila preservada
          A igreja de São José, bem como o casario em sua principal rua (na foto acima de Thelmo Lins), se manteve praticamente inalterado ao longo dos anos. É um dos poucos vilarejos mineiros que se mantém praticamente inalterado, desde suas origens.
          A igreja fica maior parte do tempo fechada, mas quem quiser conhecer seu interior, basta procurar pelo sacristão, que tem as chaves da igreja. ou então, conhecê-la nos dias de missa, no 1° e 3° domingos do mês, as 11 horas.
          Três Ilhas é uma mostra do poderio econômico do auge do Ciclo do Café, bem como as fazendas centenárias, presentes na região, muitas delas, hoje funcionando como hotéis fazendas. (fotografia acima e abaixo de Márcia Vale)
          Uma vila a ser descoberta pelos turistas por sua história, por suas fazendas históricas, arquitetura imponente, por suas belezas naturais e pelo seu charme único e encantador.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Conheça São Gonçalo de Amarante

(Por Arnaldo Silva) São Gonçalo de Amarante é distrito colonial, do século XVIII, da cidade histórica de São João Del Rei MG, nas Vertentes Mineiras. A cidade está a 190 km de Belo Horizonte e o distrito, apenas 18 km distante da sede.
          Pouco se sabe sobre a história do povoado que se formou no início do século XVIII, com a chegada de bandeirantes e portugueses, em busca da riqueza que as minas de ouro mineiras proporcionavam. (fotografia acima de César Reis)
De Brumado, Caburu e São Gonçalo de Amarante
          É uma vila charmosa, pitoresca, bem atraente, com um casario colonial pequeno e bem preservado, além de ser um lugar tranquilo e aconchegante. Destaque para sua imponente, igreja construída entre 1720 e 1730, dedicada a São Gonçalo de Amarante, em estilo Nacional Português, a primeira fase do barroco mineiro. (na foto acima do César Reis, o casario da vila)
          É uma igreja simples com poucos detalhes exteriores, sem torres e com a sineira ao lado. Suas talhas interiores e ornamentações em dourados, são riquíssimas e refletem a beleza da arte da primeira fase do barroco mineiro e a riqueza do período do Ciclo do Ouro. (fotografia acima de César Reis).
          Por estar próximo a um riacho de nome Brumado, o primeiro nome do arraial foi São Gonçalo do Brumado, O arraial cresceu, se transformou num próspero povoado, foi elevado à vila e por fim, à distrito em 7 de setembro de 1923, mas com o nome de Caburu.
          Não se sabe ao certo o porquê desse nome, já que Caburu, no tupi é a junção das palavras cáa (mato) com mburu (maldito), Mato Maldito. E ainda, a junção pode ainda significar cab (vespa ou marimbondo), com uru (cesto, recipiente), Caixa de Marimbondos.
          O nome Caburu, se manteve até 1990, quando o distrito passou a ter o mesmo nome de sua igreja, São Gonçalo de Amarante. (fotografia acima de César Reis)
Em São João Del Rei
          A devoção a São Gonçalo de Amarante chegou a São João Del Rei nos primeiros anos do século XVIII com a chegada de algumas famílias, oriundas de Amarante, em Portugal.
          O arraial cresceu em torno da igreja que os portugueses, devotos de São Gonçalo de Amarante construíram. Com o passar do tempo, a fé em São Gonçalo de Amarante se expandiu para regiões vizinhas. A igreja é constantemente visitada por fiéis, desde a origem do povoado, principalmente no dia dedicado São Gonçalo de Amarante, 10 de janeiro.
          Nos períodos que antecedem à festa, a comunidade se organiza em preparativos para o evento religioso e também para receber os fiéis que vem de outras localidades. Religiosidade, barraquinhas com comidas e bebidas típicas, rezas, penitências e também muita alegria nos dias de festa.
          Festa de fé, de devoção e também, oportunidade de estar num lugar aprazível, charmoso, com um povo acolhedor e hospitaleiro.
Quem foi Gonçalo de Amarante
          Gonçalo de Amarante O.P (Ordem dos Pregados, conhecida ainda por Ordem de São Domingos) foi um religioso português, nascido em Arriconha, no ano de 1187.
          O frei dominicano viveu boa parte de sua vida religiosa na cidade de Amarante, também em Portugal. Faleceu nesta mesma cidade em 10 de janeiro de 1262, aos 75 anos.
          Gonçalo foi um religioso muito popular em Amarante e por isso, teve seu nome associado à cidade, sendo mais conhecido por São Gonçalo de Amarante.
          Após sua morte, cresceu a veneração ao religioso e processo visando sua beatificação e posterior canonização, foi aberto no século XV. Gonçalo foi beatificado em 24 de abril de 1551, pelo Papa Júlio III, mas o processo ainda continua. O Beato Gonçalo de Amarante não foi canonizado ainda pela Igreja Católica, portanto, oficialmente não é santo católico e sim, beato.
          O correto seria Beato Gonçalo de Amarante, mas o povo o vê como santo e o Beato Gonçalo de Amarante é aclamado popularmente e venerado como São Gonçalo de Amarante. É considerado o santo protetor dos ossos e também padroeiro de quem está em busca de um bom casamento.
          A devoção ao Beato Gonçalo de Amarante se estendeu para as colônias portuguesas, chegando ao Brasil no início do século XVIII. O beato português deu nome à várias cidades brasileiras como São Gonçalo do Amarante no Ceará, São Gonçalo do Amarante no Rio Grande do Norte; São Gonçalo no Rio de Janeiro e Amarante, no Piauí, além do distrito são-joanense de São Gonçalo de Amarante.
          Além disso, várias igrejas dedicadas a São Gonçalo de Amarante estão espalhadas pelo Brasil como em Batalha no Piauí, Ibituruna, Contagem e São Gonçalo do Sapucaí em Minas Gerais, Umari no Ceará, Itapissuma em Pernambuco, etc.

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