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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Vinhos mineiros: qualidade e reconhecimento

(Por Arnaldo Silva) Segundo dados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), dos cerca de 100 produtores de vinhos no Brasil, 25 são de Minas Gerais. Boa parte das vinícolas mineiras produzem vinhos finos, de qualidade, equivalente aos vinhos produzidos nos países tradicionais, na produção desta bebida milenar, como França, Portugal, Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha, etc.
          Prova do crescimento e qualidade dos vinhos produzidos em Minas Gerais, são as recentes premiações nacionais e internacionais dos vinhos produzidos no Sudeste, em especial, no Sul de Minas, como os vinhos da Vinícola Bárbara Eliodora, de Gonçalo do do Sapucaí MG, fundada em 2015, que recebeu medalha de ouro, no Prêmio Internacional de Bruxelas, em 2019 e bronze, no DWWA 2020. (na foto acima, adega da Epamig em Caldas MG - Foto: Ascom Epamig/Divulgação)
          No último Decantar World Wine Awards (DWWA), maior concurso mundial de vinhos, com destaque para os vinhos produzidos na Serra da Mantiqueira, com assistência da Epamig, que receberam medalhas de prata e bronze. 
          Decantar World Wine Awards é a maior e mais respeitada competição internacional de vinhos do mundo, organizada pela revista inglesa Decanter, estando atualmente em sua 17ª edição.
Realizado tradicionalmente em Londres, na Inglaterra, o resultado final, divulgado no final de setembro de 2020, surpreendeu. Foram inscritos 18.054 rótulos diferentes, de 56 países, de todos os continentes.
          No concurso, foram eleitos os 50 melhores vinhos do mundo, nas categorias super ouro, tendo ainda as categorias ouro, prata e bronze. Dentre os vinhos brasileiros premiados com medalhas, 12 são vinhos produzidos no Sul de Minas e São Paulo na Região da Serra da Mantiqueira. São vinhos feitos com base na técnica da dupla poda, criada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG).
          O vinho Fumé Blache Sauvignon Blanc, da vinícola Ferreira em Piranguçu MG, conquistou a medalha de prata, obtendo 92 pontos, bem como o vinho Tempos de Góes Reserva Sauvgnon Blanc, da vinícola Góes de São Roque/SP, que obteve 90 pontos, levando também, a medalha de prata.
          
Dez rótulos do Sudeste brasileiro, foram premiados com medalhas de bronze: o Espumante Nature, da Carvalho Branco (Caldas MG) (89 pontos); Vale da Pedra, da Guaspari (Espírito Santo do Pinhal SP) (88 pontos); Luiz Porto Cabernet Sauvignon, da Luiz Porto Vinhos Finos (Cordislândia MG) (88 pontos); Brandina Assemblage, da Villa Santa Maria (São Bento do Sapucaí SP) (88 pontos); Bárbara Eliodora Sauvignon Blanc (São Gonçalo do Sapucaí MG (87 pontos); Syrah Speciale, da Casa Verrone (Itobi SP) (87 pontos); Vale da Pedra, da Guaspari (Espírito Santo do Pinhal SP) (87 pontos); Colheita Especial Viognier, da Casa Verrone (Itobi SP) (86 pontos); Vista da Serra Syrah, da Guaspari (Espírito Santo do Pinhal SP) (86 pontos); Eva Syrah, da Maria Maria (Três Pontas MG) (86 pontos).
          A 17ª edição do Concurso Internacional de vinhos ocorreu durante 28 dias consecutivos, em setembro de 2020, com provas à cega, dos 16.158 rótulos inscritos.           
          
As premiações internacionais conquistadas pelos vinhos brasileiros são positivas, porque desperta o interesse do brasileiro pela bebida nacional, bem como incentiva os produtores a investirem na ampliação da produção e buscando cada vez mais excelência na qualidade.
          Os vinhos e espumantes brasileiros estão pouco presentes nos bares e restaurantes brasileiros, que preferem os importados, mas aos poucos, nossos vinhos vem rompendo essas barreiras, de preconceito com o produto nacional, graças a investimentos e cada vez mais, melhorando a qualidade da bebida, resultando em seguidas premiações no exterior, 
principalmente, os vinhos produzidos com a técnica da dupla poda, da empresa mineira, Epamig, a grande responsável pela considerável melhora na qualidade dos vinhos mineiros e do Sudeste brasileiro nas últimas décadas. (foto acima de Erasmo Pereira/Epamig)
A técnica da dupla poda
 
          A melhora na produção e qualidade dos vinhos finos no Sudeste só foi possível graças a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), quando da criação do Núcleo Tecnológico de Uva e Vinho da EPAMIG, em Caldas MG, Sul de Minas, há cerca de 20 anos. (na foto acima de Erasmo Pereira - Epamig/Divulgação)
 
          O homem do campo, no mundo inteiro, sabe que dependendo da época da poda, a planta irá produzir em determinada data. Os pesquisadores da Epamig aprimoraram esse conhecimento antigo, com anos de estudos, permitindo a produção de frutos com maior qualidade, o que permite, melhoras significativas na produção final oriunda das frutas, no caso, os vinhos finos de inverno. (na foto acima, videiras da Epamig no núcleo da empresa em Caldas MG e abaixo, uvas já em ponto de colheita. Fotos: Epamig/Divulgação)    
           Sem poda não há uva, por isso as podas nas videiras, são necessárias. Com a poda sendo feita anualmente, tradicionalmente feita no fim da primavera, para que os frutos se desenvolvam e possam ser colhidos no verão, em janeiro. Uma época de intenso calor e chuvas fortes o que permite a proliferação de pragas, o que leva os produtores a um intenso trabalho de controle de suas videiras. (Foto abaixo em Caldas MG - Epamig/Divulgação)
          Para fugir dos efeitos no verão e pragas nos parreirais, foi criado a técnica da dupla poda. No caso, a técnica desenvolvida em Minas, permite a poda duas vezes. A dupla poda nada mais é do que a inversão do ciclo produtivo das uvas, ou seja, ao invés da poda tradicional no fim da primavera, faz-se a poda para a formação dos ramos, no inverno, com a colheita dos frutos sendo feita em agosto. As uvas da primeira colheita, são as usadas na produção dos vinhos de inverno em Minas Gerais. Essa técnica permite ainda uma segunda poda, a tradicional, no fim do ano, com a colheita dos frutos, em janeiro. (na foto abaixo, a vinícola da Epamig em Caldas MG. Foto: Ascom/Epamig)
          A Epamig, que é vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA), desenvolveu e implantou em Caldas MG, o método da dupla poda, desenvolvido no Brasil pelo pesquisador da Epamig, Murillo de Albuquerque Regina, Coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Vitivinicultura da Epamig. Essa técnica, faz com que a uvas sejam mais sadias, tenham maturação plena, mais concentração de cor e mais aroma. Resultado, é uma nítida melhora na qualidade dos vinhos. (abaixo, a sede da Estação Experimental da Epamig em Caldas MG. Foto: Erasmo Pereira/Ascom/Epamig)
          O sucesso da técnica da dupla poda vem da qualidade do solo, clima e investimentos dos produtores, bem como a assistência da Epamig, com pesquisas, orientações e apoio aos produtores, o que vem tornando Minas Gerais, especialmente o Sul de Minas, num dos maiores produtores de vinhos finos de qualidade, no país. A técnica desenvolvida pela Epamig, não só beneficia os produtores mineiros, mas os produtores de vinhos de toda a região Sudeste do Brasil.
          Atualmente, são cerca de 600 hectares de vinhedos no Brasil, que usam a técnica da dupla poda. A técnica, está presente na região do Cerrado, Nordeste brasileiro e em sua maioria, no Sudeste, na Mantiqueira. A produção anual, dos vinhedos é cerca de 4 mil toneladas de uvas e são produzidos, cerca de 2,5 toneladas de litros de vinhos, por ano. A técnica da dupla poda, ajuda no aumento da produção de uvas e vinhos, gera empregos e injeta na economia, cerca de 120 milhões por ano.

2 comentários:

  1. Qual é o nome do vinho para 'nois' experimentar. Encontra no mercado? Sou mineiro e moro em Marília SP. Parabéns mineiros.

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  2. Uai sô, nós qué exprimentá do vinho bão de Mingerais, mas ocêis num dexô o indereço pra nois comprá, nem o preço.

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