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sexta-feira, 9 de abril de 2021

Minas Gerais para todos os gostos e estilos

(Por Arnaldo Silva) São mais de 20 milhões de mineiros vivendo no Estado, em seus 853 municípios, 1712 distritos e milhares de pequenos povoados. Sem contar com outros centenas de milhares de mineiros, que vivem em outros estados e outros países. Minas Gerais, hoje é o quarto maior estado brasileiro, em número de habitantes e o maior Estado, em extensão territorial do Sudeste. É ainda o maior estado do Brasil, em número de municípios. 
          O “Ser Mineiro” não é apenas um adjetivo, mas uma característica peculiar, já que Minas Gerais é um estado que desenvolveu ao longo dos séculos de sua existência, identidade própria. Esta identidade está presente na arquitetura, belezas naturais, cultura, gastronomia, vida social, religiosidade e tradições peculiares. Sem contar o jeito autêntico do mineiro em falar o português, de forma autêntica e original, diferente do Brasil. O tradicional, mineirês. (na foto acima do John Brandão - In memoriam, o Santuário de Nossa Senhora da Piedade em Caeté MG)
           Isso faz com que Minas Gerais seja um dos melhores destinos turísticos do Brasil e reconhecido em nível mundial, como uma das 10 regiões mais acolhedoras do planeta, conforme lista divulgada pela Traveller Review Awards 2021, promovida pela Booking.com (na foto acima de Arnaldo Silva, Vila de Martins Guimarães, distrito de Lagoa da Prata MG)
          O jeito mineiro de ser e suas tradições, estão presentes em todas as cidades, através da identidade religiosa do povo mineiro, manifestada nas tradicionais festas populares.
           Com destaque para o Congado, Folia de Reis, Bumba-meu-boi, Festa do Divino, Cavalhadas, Dança de São Gonçalo, Festas Juninas, a tradição dos presépios, Guarda Romana de Diamantina, procissões religiosas e outras tantas tradições religiosas, vividas e preservadas no Estado.(na foto acima de Luís Leite, Folia de Reis em Guaranésia, no Sul de Minas)
          O artesanato é uma das fortes identidades mineiras. Reconhecida por sua beleza, tanto no Brasil, quanto no exterior, a arte que encanta o mundo, vem da terra e da natureza, moldadas pelas mãos e talento do povo mineiro.
          O artesanato de Minas Gerais vem da argila, cerâmica, da madeira, das fibras vegetais, flores do Cerrado, bambus, do ouro, da prata, do estanho, da pedra sabão e fibras têxteis, que dão origem aos fios de linha, usados nos tapetes, crochês e bordados. (na foto acima da Giselle Oliveira, tapetes arraiolos feitos para artesã Vânia Ponto do Arraiolo de Diamantina MG)
          Cidades como Belo Horizonte, Tiradentes, Ouro Preto, Congonhas, Mariana, Diamantina, Paracatu, Itapecerica, Viçosa, além das cidades do Vale do Jequitinhonha, com a arte inigualável de suas ceramistas, são os destaques no artesanato mineiro. (na foto acima do Marlon Arantes, artesanato em argila de Minas Novas MG)
          Como o artesanato, a cozinha mineira é famosa no mundo inteiro. Desde o século XVIII, Minas se destaca na culinária com pratos feitos à base de carne de porco, fubá, leite, mandioca e carne de boi, além dos doces, quitandas e queijos. Além disso, cachaças, licores e vinhos finos, são produzidos em Minas, desde o século XVIII, com maior produção de cachaça, reconhecida como a melhor do Brasil.
          São quase duas centenas de pratos diferentes em Minas Gerais, sendo os mais apreciados a vaca atolada, o tutu de feijão, a canjiquinha, o frango com ora-pro-nóbis, o feijão tropeiro, o leitão à pururuca, o torresmo, a linguiça, o angu, a couve, o fubá suado, o frango com quiabo e ao molho pardo, farofa de carne, farofa de queijo, o arroz com pequi, o pão de queijo, mingau de milho verde, doces de leite, ambrosia, mamão, abóbora, laranja da terra, figo e goiabada cascão, além dos biscoitos de queijo, tareco, broa de milho, broa de fubá, broa de massa de queijo e outros saborosos pratos, que não cabem na lista. (na foto acima, a mineiríssima cozinha do Restaurante Jeitinho Mineiro de Santa Rita de Jacutinga MG)
          Sem contar o café de Minas Gerais, considerado um dos melhores do mundo e nossos queijos também. As porteiras das fazendas de azeites da Serra da Mantiqueira, de fazendas de cafés especiais do Sul de Minas e Zona da Mata, das queijarias da Serra da Canastra e as vinícolas do Sul de Minas, estão abertas para o turismo rural, com direito a degustação. (na foto acima de Camila Costa, a Queijaria da Cristina, na Zona Rural de Vargem Bonita MG, Serra da Canastra)
          A história do Brasil passa por Minas Gerais. Durante o Ciclo do Ouro, todas as atenções da Colônia se voltaram para Minas, que recebeu pessoas de todo o país e de vários países do mundo. Esses diferentes povos e cultura, foram os responsáveis pela formação social, política, arquitetônica, cultural e gastronômica do povo mineiro e suas tradições. Minas é um estado diferente, em relação aos outros estados brasileiros. 
          Mais de 60% do patrimônio histórico e cultural brasileiro estão em Minas Gerais, preservados e presentes nas cidades históricas mineiras, surgidas a partir final do século XVII e nas primeiras décadas do século XVIII. (na foto acima de Ane Souz, a Praça Tiradentes em Ouro Preto MG)
          Cidades históricas com boa parte pertencendo aos caminhos da Estrada Real (Caminho dos Diamantes, Caminhos do Sabarabuçu, Caminho Velho e Caminho Novo). Foram caminhos abertos pelo sertão mineiro, para levar nossas riquezas para o porto de Paraty. 
          Ou ainda, por novos caminhos abertos, ligando Minas a Goiás e São Paulo, cortando o Cerrado do Triângulo Mineiro e Noroeste de Minas, como por exemplo, a Picada de Goiás, em Paracatu (na foto acima de Neusa de Faria).
         São cidades, fazendo parte dos caminhos da Estrada Real ou não, de grande importância para a história de Minas Gerais, como Itapecerica, Dores do Indaiá, Onça do Pitangui, Formiga e Pitangui, no Centro Oeste Mineiro. (na foto acima de Sueli Santos, Dores do Indaiá MG)
          Barão de Cocais, Santa Bárbara, Catas Altas, Jaboticatubas, Caeté, Conceição do Mato Dentro, Entre Rios de Minas, Itambé do Mato Dentro, Ouro Preto, Mariana, Ouro Branco, Congonhas e Itabirito, na Região Central. (na foto acima da Elvira Nascimento, Santa Rita Durão, distrito de Mariana MG)
          Campanha, Baependi, Caxambu, Passa Quatro, São Lourenço, Caldas e Cruzília, no Sul de Minas. (na foto acima do Rildo Silveira, Cruzília MG)
          Barbacena, Lagoa Dourada, São João Del Rei, Prados e Tiradentes, no Campo das Vertentes. Santos Dumont, Rio Novo, Rio Preto, Belmiro Braga e Juiz de Fora, na Zona da Mata. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, o Museu Cabangu, em Santos Dumont MG)
          Belo Horizonte, Sabará, Santa Luzia, Brumadinho, Rio Acima na Grande Belo Horizonte. (na foto acima de Alexa Silva, o Centro Histórico de Santa Luzia MG)
          Diamantina, Chapada do Norte, Couto de Magalhães de Minas, Serro, Minas Novas, Pedra Azul, Chapada do Norte e Itamarandiba no Vale do Jequitinhonha e Januária, Pirapora, Grão Mogol e São Romão, no Norte de Minas. (na foto acima de Viih Soares Fotografia, Chapada do Norte MG)
          Estas cidades acima, são apenas algumas dentre outras tantas cidades históricas de Minas Gerais.
          Além disso, tem as cidades que surgiram ou se desenvolveram, durante o Ciclo do Café, no século XIX, após a decadência do ouro e surgimento dos Barões do Café. 
          A maioria dessas cidades, que viveram o auge da riqueza do Ciclo do Café, estão na Zona da Mata Mineira e boa parte das antigas fazendas, são hoje hotéis fazendas ou as que ainda permanecem, recebem visitantes. É o caso da Fazenda Santa Clara, em Santa Rita de Jacutinga. É o mais imponente e maior casarão deste período, na América Latina. O casarão sede da Fazenda Santa Clara tem 6 mil metros de área construída, 365 janelas, 54 quartos, 12 salões, 3 cozinhas, 2 terreiros para secagem de café, uma capela, senzala, masmorra, mirante, etc.
          A fazenda é o melhor lugar no Brasil para se conhecer a história do Ciclo do Café, da Escravidão, da riqueza gerada pelo café e os reflexos gerados pela decadência da cafeicultura. A Fazenda Santa Clara é a história viva desse período histórico, do Brasil. (na foto acima do Rildo Silveira, a sede da Fazenda Santa Clara)
          Para quem vem à Minas e gosta de aventuras, encontrará de sobra. São paredões, cachoeiras, grutas, cavernas, lagos, trilhas, picos e montanhas em todo o Estado, que propiciam paisagens de tirar o fôlego. (na foto acima de Giseli Jorge, Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho MG)
          Boa parte das belezas naturais de Minas Gerais estão preservadas em parques municipais, estaduais e nacionais, como destaque para a Serra do Cipó, Serra da Canastra, Serra da Bocaina em Araxá, Serra da Mantiqueira, Ibitipoca, Serra do Caraça e Serra do Espinhaço. São imensas áreas verdes de preservação de nossa fauna e flora, nativas. (na foto acima do Tom Alvesa/tomalves.com.br, a beleza do Parque Estadual do Rio Preto, em São Gonçalo do Rio Preto MG)
          Sem contar as belezas das estâncias hidrominerais mineiras como as águas quentes de Felício dos Santos, no Vale do Jequitinhonha, as águas termais de Montezuma no Norte de Minas, as águas sulfurosas de Araxá, no Alto Paranaíba e as águas medicinais das estâncias hidrominerais do Sul de Mias, como Poços de Caldas e Pocinhos do Rio Verde. (na foto acima de Joseane Astério, a estância hidromineral de Lambari MG)
          Em Minas, o turista tem o Lago de Três Marias, conhecida como “Mar Doce de Minas” e o Lago de Furnas, o “Mar de Minas”, que banha 34 cidades das regiões Oeste, Sudoeste e Sul de Minas. (na foto acima do Raul Moura, balsa no Lago de Três Marias, entre Três Marias e Morada Nova de Minas)
          O Lago de Furnas, tem nas cidades de cidades de Boa Esperança, Capitólio e Fama, suas cidades de maior destaque, além da beleza do Paraíso Perdido e do Paraíso Achado, em São Sebastião do Glória, na região da Serra da Canastra. (na foto acima de Nilza Leonel, o lago de Furnas em Santo Hilário, distrito de Pimenta MG)
          Mesmo para quem vem à Minas, para compras e negócios, as opções são muitas. Cidades com ótimas infraestruturas urbanas, rede hoteleira e gastronômica de qualidade, com acesso terrestre e aérea e estruturas para eventos, como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberaba, Ipatinga, Teófilo Otoni, Uberlândia, Araxá, Montes Claros, Governador Valadares, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Divinópolis, dentre tantas outras. (na foto acima de Elvira Nascimento, Ipatinga MG)
          Minas Gerais tem para todos os gostos, estilos e opções. Minas te espera! E como disse o nosso grande Guimarães Rosa, escritor natural de Cordisburgo MG: "Minas são muitas".

quarta-feira, 7 de abril de 2021

O Mercado Velho de Diamantina

(Por Arnaldo Silva) A Imponente construção, do século XIX, na atual Praça Barão do Guaicuí, hoje, é o Mercado Municipal de Diamantina MG, cidade histórica no Vale do Jequitinhonha, distante 292 km da Capital, Patrimônio da Humanidade desde 1999.
          Foi construído em 1835 a mando do Tenente Joaquim Cassimiro Lages, para moradia, rancho e também, uma intendência. (fotografia acima de Elvira Nascimento)  Na época, uma intendência era um lugar oficial, para descarregamento e comercialização de mercadorias, vindas de outras regiões. As mercadorias chegavam à cidade através das tropas que cortavam o sertão mineiro, levando e trazendo mercadorias. Por isso o local ficou conhecido, popularmente, por Mercado dos Tropeiros. 
          Uma construção muito bem planejada, imponente e suntuosa, com a frete pavimentada, em pedra, com esteios, onde os tropeiros amarravam os animais, enquanto descarregavam as mercadorias. (na foto acima de Giselle Oliveira, os fundos do Mercado Velho e abaixo, a frente e a Praça Barão do Guaicuí)
          Construído em estrutura de madeira, terra, alvenaria e tijolos, ocupa uma quadra inteira. Possui dois pavimentos, telhado em 8 águas, beiradas em cachorro, com pintura tradicional para época, em azul e branco. Possui várias fachadas, que dão de frente para vários pontos da cidade, com destaque para charmosos e atraentes arcos na entrada do Mercado. (na foto abaixo de Elvira Nascimento)
          Arcos no período colonial, eram usados para separar o altar-mor, da nave das igrejas, os chamados, arcos do cruzeiro e também, como ornamentação das vigas de sustentação dos templos. Em termos de construção colonial, sem ser em templos religiosos, uma novidade arquitetônica, para a época. Inclusive, Oscar Niemeyer, teria se inspirado nos arcos do Mercado Velho de Diamantina, terra de seu amigo, Juscelino Kubistchek, para desenhar os traços do Palácio da Alvorada, em Brasília.
          A função do Mercado Velho diamantinense, como intendência, foi encerrada em 1884. O imóvel foi adquirido pelo município em 1889, através de iniciativa da Câmara Municipal, que percebeu a necessidade de centralizar a distribuição de mercadorias, bem com evitar, monopólio de intendências, que surgiam em Diamantina. Com a aquisição pelo município, o local foi transformado em Mercado Municipal, permitindo assim uma maior organização do comércio na cidade. (fotografia acima de Elvira Nascimento, mostrando o Mercado de Flores que acontece nos fins de semana e feriados, em frente Mercado Velho)
          Hoje, o Mercado Municipal de Diamantina, também chamado de Mercado Velho, é um Centro Cultural e um dos lugares mais visitados turistas. (foto abaixo de Giselle Oliveira)
          No Mercado Velho estão o artesanato da cidade como o artesanato em flores de sempre-vivas, bordados, tapetes arraiolos, a culinária típica da cidade, tira gostos e as famosas quitandas, além dos produtos da agricultura familiar, como doces, vinhos, licores, cachaças, produtos caseiros, etc., direto do produtor, para o consumidor.

terça-feira, 6 de abril de 2021

Nova Era e o Pastel que salvou a Igreja de São José da Lagoa

(Por Arnaldo Silva) Nova Era, cidade histórica mineira, distante 137 km de Belo Horizonte, na Região Central, conta atualmente com cerca de 18 mil habitantes. O município faz divisa com Santa Maira de Itabira, Itabira, Bela Vista de Minas, São Domingos do Prata e Antônio Dias. O acesso à cidade se dá pela BR-262 e BR-381, rodovia que corta a cidade, no sentido Vale do Aço.
Breve história e origem do nome          
          Outra versão para o nome São José da Lagoa, vem da tradição popular. Segundo a tradição, dois bandeirantes, se perderam na região e já fatigados, com fome e sede, começaram a orar ao seu santo de devoção, São José, pedindo forças e água. Caso fossem atendidos, fundariam uma cidade. (na fotografia acima da Elvira Nascimento, o Centro Histórico de Nova Era)
          Andando pela mata, encontraram uma lagoa, com água limpa e cristalina. Beberam o suficiente para matar a sede e deparam com a imagem de São José, refletindo na água. Entenderam que o Santo os ajudará e cumpriram a promessa. Por isso o nome dado ao arraial e o nome da Matriz da cidade.
Região de mineração e terras férteis
          Na região, os bandeirantes encontraram o que procuravam, muito ouro. O arraial prosperou, mas veio a decadência do ouro, e com isso, desenvolveu-se no arraial, outra atividade: a agricultura. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
          Em 1848 o arraial de São José da Lagoa foi elevado à distrito, pertencente a Itabira MG. Em 17 de dezembro de 1938, foi elevada à cidade emancipada, com o nome de Presidente Vargas, passando a chamar-se Nova Era, em definitivo, a partir de 1942.
          A economia da cidade tem como base hoje, a agricultura, a pecuária, a indústria de extração mineral e vegetal, além indústrias de pequeno porte, um comércio variado e um bom setor de prestação de serviços, além do turismo.
          Além disso, a cidade está a 20 km da BR-262 e é cortada pela BR-381, além da ferrovia da Vale, que sai de Belo Horizonte, até o Porto de Tubarão/ES, estando portanto, num corredor econômico de grande fluxo e importância. Além de estar próximo às regiões metropolitanas de Belo Horizonte e do Vale do Aço.
Uma típica cidade mineira
          Típica cidade mineira, Nova Era mantém viva as tradições religiosas, presentes no Estado de Minas Gerais, como a Festa de Nossa Senhora do Rosário em outubro, a Semana Santa, Corpus Christi e os festejos natalinos. Destaca também as Cavalgadas e as festas populares, como o Carnaval e as Festas Juninas, além de seu riquíssimo artesanato e culinária típica. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
          Duas festas são de grande importância para a cidade. Uma é a festa do padroeiro São José da Lagoa, e outra, em comemoração ao aniversário da cidade. As festividades são realizadas na semana do dia de São José, 19 de março.
          Em seus mais de 300 anos de fundação, Nova Era guarda história e relíquias dos séculos XVIII, XIX e XX, em sua área urbana e rural, que são atrativos turísticos, de valor histórico.
Atrativos culturais e históricos
          Entre os principais atrativos turísticos da cidade, podemos destacar ; a corporação Musical Euterpe Lagoana; a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1925 e 1941; a Gruta de São José da Lagoa; o Centro de Educação Ambiental; a Lagoa São José e o Museu Municipal de Arte e História de Nova Era, com um grande acervo sobre a história da cidade (na foto acima de Elvira Nascimento).
          Tem ainda o Conjunto arquitetônico da Estação Ferroviária; a Feira de Sábado, próximo a Ponte Benedito Valadares com produtos da terra, artesanato, comidas típicas, doces, etc. e atraentes bares, padarias, lanchonetes e restaurantes com comidas típicas pela cidade.
O Rio Piracicaba
          Nova Era está na bacia de um dos mais importantes rios de Minas Gerais, o Rio Piracicaba, nasce a 1680 metros de altitude, em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto e percorre, 241 km, até se encontrar com o Rio Doce, em Ipatinga MG (na foto acima da Elvira Nascimento, o encontro do Piracicaba com o Rio Doce).
          Em Nova Era, além da beleza do Rio Piracicaba, a Ponte Benedito Valadares é um dos atrativos da cidade. Foi inaugurada em 13 de maio de 1940, pelo Governador de Minas na época, Benedito Valadares e Getúlio, Presidente da República. A ponte, de 86 metros, une as principais áreas da cidade, divididas pelo Rio Piracicaba. (na foto acima do Marley Melo, a Ponte Benedito Valadares sobre o Rio Piracicaba)
A Fazenda da Vagem
          Um dos mais imponentes e importantes símbolos da arquitetura colonial mineira, está em Nova Era. É o casarão sede da Fazenda da Vagem. A área total da fazenda é de 10 mil m². O casarão impressiona! Construído a mando de Joaquim Martins da Costa, em estrutura de madeira, terra e pedra, em 1840, no século XIX, para ser entreposto comercial da região. É um dos mais genuínos exemplares da história arquitetônica de Minas Gerais. Foi todo restaurado e no local ocorre eventos culturais do município. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
A Igreja de São José da Lagoa
          A Igreja de São José da Lagoa, é sem dúvida o maior, e mais atraente ponto turístico de Nova Era. Pelo que representa para a cidade e pela importância do templo para a história, não só de Minas, mas do Brasil. Tanto é que é um bem tombado em nível nacional, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 17 de março de 1953. A igreja começou a ser construída em 1766, no século XVIII sendo finalizada, no final do mesmo século. (fotografia acima da Elvira Nascimento)
          Sua arquitetura foi inspirada nos navios negreiros, da mesma forma que as igrejas similares em arquitetura existentes em Sabará como a Igreja de Nossa Senhora do Ó, a de Nossa Senhora do Rosário em Santa Bárbara e em Milho Verde, distrito do Serro MG.
          Seus traços e riscos, seguem o estilo do barroco mineiro. Seu interior conta com obras de Francisco Vieira Servas em seu altar-mor, que impressiona bela beleza da arte sacra e o brilho dourado do ouro, em sua ornamentação e pinturas em estilo rococó. (na fotografia acima de Elvira Nascimento, a impressionante beleza do altar-mor da Igreja de São José)
          No altar-mor, em destaque, a imagem de São José e em seu conjunto de altares, as imagens de São Benedito São Sebastião, Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia, Sant´Anna e São Francisco.
O pastel que salvou a Igreja de São José
          Os nova-erenses tem o maior carinho e zelo por sua matriz. A cidade é unida em defesa de suas tradições religiosas, arquitetônicas e culturais. Isso pôde ser percebido, claramente, no no final dos anos 1980, quando a comunidade percebeu a urgente restauração da igreja. (na foto acima de Thiago Andrade/thiagotba83,vista noturna da Igreja de São José)
          Foi criada em 1987 a Casa da Cultura, com o objetivo de buscar recursos para a restauração da igreja. A comunidade se uniu, abraçou a sua igreja e começaram a fazer eventos sociais, como almoços, para angariar recursos para a reforma, bem como a ajuda de Terezinha de Souza Araújo, que a partir de 1991, começou a fazer pasteis, para ajudar nas obras de restauração da igreja.
          A comunidade estava unida e tudo parecia caminhar bem, até que no Governo de Fernando Collor (1990/1992), ocorreu o confisco na caderneta de poupança, atingindo a conta da entidade, que ficou sem condições de honrar seus compromissos.
          Foi nessa hora, de grandes dificuldades e incertezas, que o dinheiro arrecado com o pastel feito pela dona Terezinha, salvou a igreja. A cidade começou a comprar os pasteis e com isso, o dinheiro da venda dos pastéis, ajudou a Casa da Cultura a saldar seus compromissos e dar continuidade à restauração à Matriz de São José da Lagoa.
          A iguaria de certa forma, uniu a cidade, nos pontos de venda, reuniões e encontros da comunidade, sobre a restauração da igreja e nos momentos de mais incertezas e dificuldades. Por isso é o símbolo da restauração da igreja, sendo também, hoje, um dos símbolos da cidade. Por isso o nome do salgado: Pastel de São José da Lagoa.
          A receita é tradicional, feita com massa caseira e recheio de queijo ou carne. Pode ser uma iguaria comum para muitos, mas não para os nova-erenses. Pra eles, é um pastel especial.
          O Pastel de São José da Lagoa foi o alimento da esperança do povo de Nova Era, em ter sua igreja restaurada. É o símbolo da união, da solidariedade e do amor de seu povo por sua cidade e sua memória histórica.
          Por essa importância e grande valor social, gastronômico e cultural para Nova Era, o Pastel de São José da Lagoa foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Nova Era, pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Era (Comphane).

terça-feira, 30 de março de 2021

O queijo Canastra maturado em caverna

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais é um Estado privilegiado. A qualidade dos queijos mineiros vem da vocação de nosso povo na arte de fazer queijos, tradição com mais de 300 anos. Busca-se em Minas, conhecer melhor o mundo vivo presente nos queijos. Saber o tempo certo e os efeitos da longa maturação, a ação das bactérias e fungos, a temperatura ideal nas queijarias, vedação, iluminação, umidade. O objetivo é sempre aprimorar a qualidade, o aroma e sabor dos vários tipos de Queijos Minas Artesanal. 
          De grande importância, é entender como melhor trabalhar com os fungos, mofos e ácaros, presentes no mundo em redor dos queijos, as cascas. Embora seja quase que impossível ter domínio sobre esse mundo invisível, identifica-los e entender como agem, mesmo que seja um conhecimento mínimo, é de grande importância para produção de queijos de qualidade e surgimentos de novos tipos de queijos. Além claro, praticar boas práticas de higiene de todo o processo que envolve a produção do queijo, cuidados para com o gado, das pastagens, da água, da ordenha, limpeza do curral e tanques, até a chegada do leite ao local onde o queijo será feito e maturado. (na foto acima, dois queijos Canastra. Um com maturação natural, na cor amarela e o outro, cortado, com maturação de 120 dias, em caverna. Foto: Estância Capim Canastra/Divulgação)
          A maturação, um processo natural. É quando um queijo jovem, recém tirado da fôrma, começa a envelhecer ao entrar em contado com o mundo vivo dos fungos e bactérias, que agem na massa e na casca do queijo.
          A presença de fungos, ácaros e bactérias são vitais para as definições do estilo, características e identidades dos queijos. São esses microrganismos que dão cor, sabor, aroma, textura, características e identidades regionais aos queijos.
          A maturação é de grande importância para a ação das bactérias. Quanto mais tempo durar o processo de maturação, melhor e mais definido, será o queijo.
          São vários os locais usados na maturação dos queijos em Minas Geais. Um desses locais usados são as cavernas. Maturar queijos em cavernas não é uma novidade recente, ao contrário, é bem antiga. Tem origens na Idade Média (473 d.C. a 1453) e até os dias de hoje, maturar queijos em cavernas, é comum na Europa. As cavernas tem muita umidade, pouca luminosidade e por isso, prolifera fungos com facilidade. (foto abaixo da caverna de maturação de queijos da Estância Capim Canastra/Divulgação)
          Como esses microrganismos são primordiais na formação dos queijos, são ambientes ideais para o surgimento de fungos e principalmente, para maturação dos queijos. Na Europa Medieval, queijos eram maturados em porões subterrâneos de mosteiros, grutas e cavernas, aos pés das montanhas europeias.
          Em Cavernas de serras e montanhas mineiras, queijos também são maturados. Mesmo que na ausência de uma caverna natural, pode-se criar um ambiente que simule as condições de umidade, temperatura e luminosidade de uma caverna, num porão, por exemplo.
          A maturação em cavernas exige muito conhecimento do queijeiro, cuidados constantes com a preservação da flora bacteriana presentes nas cavernas, bem como, cuidados com a limpeza da caverna e manejo dos queijos. São queijos que entram em processo de maturação, ainda frescos, jovens e passam por maturação de 30 dias, 60 dias, 90 dias e 120 dias. São queijos diferenciados e com sabores únicos. (na foto acima, o ambiente de caverna, a 3 metros abaixo do subsolo, da Estância Capim Canastra/Divulgação)
          Dependendo da altitude, umidade e do bioma, a quantidade de fungos podem variar. Os fungos de maior ação em cavernas são os do gênero Penicillium. Quando esses fungos começam a se desenvolver em frutas e pães, o resultado é um alimento estragado. Em queijos o efeito é ao contrário, é um alimento excelente. A ação desses fungos é de suma importância, pois são os fungos que definirão todas as características dos queijos e sua identidade própria, de acordo com a região. Os fungos se desenvolvem no exterior dos queijos, formando uma casca, ao longo da maturação, dura e rugosa.
          Os fungos desse gênero mais comum na Europa são os Penicillium: roqueforti, usado na fabricação dos queijos Roquefort; o fungo glaucum, na fabricação do queijo Gorgonzola; o fungo camemberti, na fabricação dos queijos Brie e Camembert, dentre outros fungos, do gênero Penicillium. São esses fungos, por exemplo, que além do aroma e sabor, dão cores a esses queijos. Um exemplo são os queijos Roquefort, Blue Cheese, Cabrales, Gorgonzola, dentre outros, que tem detalhes em sua casca e até mesmo em sua massa, na cor azul, resultado da ação do fungo Penicillium roqueforti.
          Em Minas Gerais, o fungo do gênero Penicillum, mais presente nos queijos brancos, de massa crua, são que dão a cor branca à casca. Em queijos de massa cozida, quando maturados em cavernas, a ação dos fungos fará com que o queijo tenha a cor da casca, mais azulada. (na foto acima Canastra Real de 6 meses, maturado em caverna)
          Os fungos podem não ser visíveis, mas a ação deles é, porque estão presentes em grandes quantidades nos queijos, formando camadas de mofos. Isso porque os fungos desse gênero, se reproduzem com rapidez em superfícies úmidas e principalmente, com grande concentração de sal, como nos queijos.
          Para manter a qualidade dos queijos e as ações benéficas da ação dos fungos em cavernas, a higienização constante do ambiente, é obrigatória.
          As cavernas para maturação dos queijos atuais, não são mais iguais as antigas cavernas medievais e nem pode. Hoje as leis sanitárias estão muito rígidas e o produtor tem que seguir essas regras para poder produzir e comercializar seus queijos. (na foto acima, caverna a 3 metros do subsolo, onde são maturados os queijos da Estância Capim Canastra/Divulgação)
          No caso das cavernas em Minas Gerais, o piso das cavernas, onde estão os queijos, são geralmente revestidos. Usa-se sabão neutro e água para limpar o piso. Não pode ter detergentes químicos, para não modificar ou prejudicar a flora bacteriana na caverna. As prateleiras de madeira, devem ser lavadas e secadas naturalmente. Passa-se um pouco de vinagre nas prateleiras e paredes das cavernas para facilitar controlar o crescimento dos fungos.
          Nos queijos são comuns o surgimento de ácaros, pequenos bichinhos, que também tem importantes finalidades na formação das características e identidades dos queijos. Como eles se alimentam da lactose, o controle da quantidade e ação desses bichinhos deve ser constante, senão, eles comem todo o queijo.
          Para melhor aproveitamento da ação da flora bacteriana de cavernas, os queijos devem ser virados diariamente, para quem a ação seja por igual.
          Os queijeiros e pessoas com acesso às cavernas, devem, antes de entrar na caverna, higienizar os sapatos, colocar toca, máscaras e luvas. 
          O contato da Estância Capim Canastra é pelo site capimcanastra.com ou pelo número 37 9968-0881
Queijo de caverna da Estância Capim Canastra
          Essas boas práticas de higiene e cuidados nas cavernas onde os queijos são maturados, são praticadas na Estância Capim Canastra, em São Roque de Minas, Oeste Mineiro.
          Tradicional em produção de queijos de qualidade há gerações, atualmente, a Estância Capim Canastra está sob a direção do Guilherme Ferreira, já na quinta geração queijeira da família. (foto acima da sede da fazenda e abaixo, os queijos sendo feitos na queijaria. Fotos:Estância Canastra/Divulgação)
          Os queijos da Estância Capim Canastra estão entre os mais premiados queijos do Brasil, com diversas premiações, nacionais e no exterior, sendo o primeiro queijo brasileiro, premiado no mais importante concurso internacional de queijo, o Mondial Du Fromage, em Tours, na França. Além de conquistar várias outros medalhas, nesse mesmo concurso, tem várias premiações estaduais e nacionais.
          Além de produzir o queijo Canastra tradicional, desde 2017, Guilherme Ferreira inovou sua produção, introduzindo em sua propriedade, a técnica Medieval de maturar queijos em cavernas. Os queijos da Estância Capim Canastra são feitos com o leite do gado Caracu, raça com origem na região portuguesa do Alentejo, introduzida no Brasil, nos tempos do Brasil Colônia, além de outros gados, como o Girolando. Raças muito boas, na produção de leite de qualidade.
          A caverna onde os queijos são maturados na Estância, fica a 3 metros do subsolo. No interior da caverna, encontra-se centenas de culturas da microflora e microfauna (bactérias, fungos e ácaros), específicos da região. Fatores como a alta umidade e temperatura baixa da caverna, facilita a proliferação dos fungos, tendo como resultado, queijos de massa densa, casca bem rugosa e firme, além do sabor marcante. (foto acima dos queijos Capim Canastra maturando na caverna. Foto: Estância Capim Canastra/Divulgação)
          Os queijos chegam bem frescos, com menos de 7 dias e são maturados em 30, 60, 90 e 120 dias. Na sequência das fotos, o tempo de maturação de cada queijo.
Queijo maturado com 30 dias: o sabor é mais leve, com massa mais cremosa. (foto: Capim Canastra/Divulgação)
Queijo maturado com 60 dias: o sabor um pouco mais intenso, a massa mais seca, com um leve amargor. (foto: Capim Canastra/Divulgação)
Queijo maturado com 90 dias: o sabor é forte e picante e a massa ressecada e com amargor mais acentuado. (foto acima: Capim Canastra/Divulgação)
Queijo maturado com 120 dias. O sabor é bem forte e bem picante, com massa bem seca e um amargor bem definido. (foto acima: Capim Canastra/Divulgação)
Não julgue pela aparência
          Cada queijo desse, de caverna, pesa em média 1 quilo. A casca rugosa, efeitos da ação dos fungos, na maturação, é apenas a casca. O queijo está em seu interior, revestido pela casca. É a casca que preserva a temperatura interna dos queijos, bem como seu sabor e aroma. Você pode comer o queijo com a casca, já que em queijos grandes, a casca é mais fina. Em queijos de casca mais grossa e dura, caso queira, pode retirar a casca para comer o miolo.  
          A Estância Capim Canastra recebe todos os dias, de 9h às 17h, visitas individuais ou em grupos, para quem quer conhecer a fazenda, o processo de produção do queijo, desde a ordenha, até o queijo ir para a forma e ser maturado, podendo ainda conhecer a queijaria e a caverna, além de poder degustar os queijos. 
          Além disso, o visitante poderá conhecer produtos feitos na fazenda, como a goiabada e doce de leite, além do mel, extraído na região da canastra. (foto acima e abaixo: Capim Canastra/Divulgação)
          Todo o ambiente da fazenda, passa por rigorosos processos de limpeza e higienização, principalmente onde os queijos são maturados, seguindo o processo de limpeza e higienização citados no início da matéria.
          O endereço da fazenda é: Rodovia Bambuí, km 3,5, à direita, segunda fazenda à esquerda da Fazenda São Bento, em São Roque de Minas, (37) 9968-0881.

domingo, 28 de março de 2021

Vinhos e uvas: dos vinhedos para nossa mesa

(Por Arnaldo Silva) Vinho é uma das mais antigas bebidas do mundo. A videira e seu fruto, a uva, é originária da Ásia. Ao longo de milênios, as videiras foram se expandindo para todas as regiões do mundo. É citada na Bíblia, desde o primeiro, ao último livro, bem como o suco de uva e o vinho. Estudos indicam a produção de vinhos na antiga Armênia, há 4 mil anos a.C, bem como, no Egito antigo, sem, contudo, haver uma data e local, precisos do surgimento da bebida.
          Bebida alcóolica originária da fermentação do mosto da uva, é largamente produzida em todo o mundo e uma das bebidas mais consumidas, presente nas mesas, eventos sociais, encontros românticos e em cerimônias religiosas. (fotografia acima da Vinícola Casa Geraldo em Andradas MG, fotografada por Luís Leite)
          Além da socialização e simbologia da bebida, o vinho, bebido de forma moderada, um cálice por dia, é benéfico para a saúde humana. Ajuda na prevenção do diabetes e na proteção do coração. Auxilia também na prevenção de doenças, como depressão e o Alzheimer, contribui também para melhora da saúde da pele. Com esses benefícios, ajuda a aumentar a longevidade.
          Da uva origina-se vários tipos de vinhos. Os principais são os vinhos tinto, branco, rosé, vinho de sobremesa, espumantes e os fortificados, que são os vinhos que tem adição de algum tipo de destilados. (na foto acima do Erasmo Pereira/Epamig, uma das variedades de uvas mais usadas na produção de vinhos finos, a Syrah)
          Cada tipo de vinho pode apresentar variações na cor e doçura, podendo ser suave, seco e meio seco. Pela legislação brasileira atual, o vinho seco pode ter até 4 gramas de glicose por litro. O vinho suave, a partir de 25 gramas, em sua composição. 
          Existe ainda o vinho meio seco, que diferente do que parece, tem índice de açúcar bem elevado, variando de 4 a 25 gramas de glicose em sua composição. 
          O nível de teor alcóolico, bem como de açúcar nos vinhos, seja vinhos nacionais ou importados, devem constar nos rótulos, de acordo com a legislação brasileira.
Definição e tipos de vinhos
          Vinho vem de videira, planta que produz a uva. Não existe vinho, sem ser o feito com a uva. Bebidas alcóolicas feitas com outras frutas como jabuticaba, jamelão, laranja, pera, maçã, amora e outras frutas, não são vinhos e sim fermentados. Inclusive, essa questão é bem clara no mundo e no Brasil, é até lei.
          A Lei N 7.678 de 8/11/1988, que dispõe sobre a produção, circulação e comercialização do vinho e derivados da uva e do vinho, e dá outras providências como os tipos de vinhos, teor de açúcar e álcool, envelhecimento, etc., no Artigo 3º diz: “Vinho é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, fresca e madura”. No Parágrafo único, desta lei brasileira é bem claro e fácil de entender quando diz que: “A denominação vinho é privativa do produto a que se refere este artigo, sendo vedada sua utilização para produtos obtidos de quaisquer outras matérias-primas”.
          Os vinhos são classificados como varietal e de corte. Pouca gente conhecesse essas expressões, mas são importantes para conhecermos melhor o mundo dos vinhos. Varietal é a expressão mais comum, já que são vinhos feitos com apenas uma variedade de uva. A maioria dos vinhos hoje são feitos com uma variedade apenas de uva. São os vinhos varietais. 
          Já os vinhos de corte, conhecidos ainda por blend e assemblage, são aqueles vinhos feitos com a combinação de duas ou mais variedades de uvas, finas e especiais, resultando numa soma de sabores e texturas diferentes dos vinhos varietais, de acordo com as uvas usadas.
As diferentes espécies de uvas
          Entendido essa parte, vamos entender agora um pouco das espécies de uvas, suas funções na cor e sabor dos vinhos e as diferenças entre os vinhos finos e de mesa.
          Os fatores naturais como clima, água, solo, cuidado com os parreirais são importantes, mas a escolha da uva é primordial, bem como o processo de fermentação do mosto da fruta e o armazenamento. São estes os fatores que dão cor, textura, sabor e qualidade aos vinhos, bem como a vocação, talento e conhecimento do vinicultor e viticultor.
          Existem milhares de espécies de uvas no mundo, com tonalidades, tamanho e cores diferentes. Podem ter uvas na cor rosa, verde, vermelha, preta, laranja, etc. Algumas variedades, são mais indicadas para sucos, geleias, refrigerantes e outras são excelentes para a produção de vinhos. (foto acima parreiras de vinícola Uva e Vinho Fidêncio de Bueno Brandão)
          As espécies mais comuns no Brasil são as uvas americanas (Vitis Bourquina, Vitis Labrusca e Vitis Rupestres) e as uvas europeias (Vitis Vinífera). Das variedades dessas espécies, são produzidos vinhos de mesa e vinhos finos. Esses dois termos foram criados e inseridos nos rótulos dos vinhos para distinguir um vinho feito com uvas comuns, com qualidade mais baixa, dos vinhos feitos com uvas adequadas à produção de vinhos, os chamados, vinhos finos.
Uvas Americanas
          As uvas americanas, são as das espécies Vitis Bourquina, Vitis Labrusca e Vitis Rupestres. As uvas mais conhecidas dessas espécies são as Bordô, Isabel, Rubi, Niágara, Herbermont, Concord, dentre outras. São as mais cultivadas, mais populares, mais baratas. São excelentes na alimentação e muito apreciadas in natura ou em forma de geleia, sucos e refrigerantes. São ainda muito usadas na fabricação vinhos suaves.
          As uvas americanas são bem resistentes, se adaptam bem às diferenças regionais, como por exemplo, se desenvolvem bem na altitude e frio intenso do Sul de Minas, bem como no semiárido do Norte de Minas, como nas regiões do Jaíba e Pirapora, onde o plantio de uvas americanas é uma das principais culturas do norte-mineiro.
          Os vinhos produzidos com as uvas americanas, são identificados com a palavra, “Vinho de Mesa”, presente nos rótulos. Por serem as uvas mais produzidas, mais consumidas e mais baratas, os vinhos feitos com uvas americanas são produzidos em grandes quantidades, sem passar por envelhecimento, em barris de carvalho, sendo engarrafados e prontos para comercialização. Tem a cor mais intensa, sabor e aroma bem simples. São mais baratos e por isso, mais populares. 
          Após sua vinificação, caso seja necessário a correção da doçura ou mesmo para suavizar o sabor, podem receber adição de açúcar para equilibrar a doçura ou mesmo, torná-lo mais suave. 
          Ou seja, vinho suave é geralmente, vinho adoçado, com o nível de açúcar equilibrado, tornando-se mais agradável ao paladar. Essa informação vem em letras abaixo do nome dos vinhos, nos rótulos: Vinho Tinto de Mesa Suave.
Uvas Europeias e vinhos finos
          Já os vinhos feitos com as variedades das uvas europeias (Vitis Vinifera), são considerados vinhos finos. Nesse tipo de vinho é proibido qualquer adição de açúcar. 
          É o vinho conhecido por tranquilo, por passar pelo processo de fermentação de forma natural, quando praticamente todo o açúcar presente no mosto da uva, se transforma em álcool, tornando assim, vinho seco, com teor alcóolico, maior que o de mesa.
          Os vinhos que passam pelo processo natural de fermentação, tem um sabor seco, devido transformação do açúcar em álcool e principalmente pela concentração maior de taninos nas cascas e sementes da uva, já que ficam um tempo maior na fermentação, absorvendo em maior quantidade os taninos e demais nutrientes da uva. 
          Tanino é uma substância química, natural, encontrada nos fenóis vegetais, presentes principalmente na uva, mas também na romã, açaí, nozes, amêndoas, várias especiarias como cravo e canela, chocolate amargo, dentre outros.
          Além de auxiliarem na conservação, na estrutura e longevidade dos vinhos, os taninos fazem muito bem à saúde. São antioxidantes, atuam no reforço das artérias, previnem o entupimento das veias, ajudam na redução do colesterol ruim e contribuem para retardar o envelhecimento das células.
          Todo vinho obtido através da fermentação natural, sem adição de açúcares ou gases, é tranquilo, seco e fino. O resultado final é um vinho de alta qualidade, encorpado, com aroma e sabor equilibrados. A diferença dos vinhos de mesa e vinhos finos, é enorme.
Vinhos finos, reserva e reservado
          Nos rótulos dos vinhos feitos com uvas europeias vem o termo: Vinho Fino. Isso quer dizer que o vinho foi elaborado com uvas adequadas e da melhor qualidade.
          As uvas da espécie Vitis Vinífera, não se adaptam facilmente a qualquer tipo de solo e clima, por isso, exigem mais investimentos e muito conhecimento do produtor, além de cuidados na escolha do solo, sementes, plantio, colheita, preparação da fermentação, envelhecimento em barris de carvalho, até o engarrafamento e comercialização. (na foto acima, barril de carvalho da vinícola Uva e Vinho Fidêncio em Bueno Brandão MG) 
          As uvas dessa espécie mais conhecidas no Brasil são: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Malbec, Syrah, Cabernet Franc, Tempranillo, Chardonnay Sauvignon Blanc, Carménère, Pinot Noir, Pinot Grigio, Sangiovese, Gewürztraimine e Tannat.
          Há também os vinhos com a nomenclatura "reserva" e "reservado". Os dois são feitos com as variedades de uvas europeias. O vinho reserva é o vinho produzido com muito cuidado, começando pela seleção da uvas, que é muito criterioso, indo para o processo de vinificação, até o seu envelhecimento em barris de carvalho, gerando um vinho de ótima qualidade. 
          Já o vinho reservado, ao contrário, mesmo feito com uvas europeias, é um tipo de vinho mais simples, menos sofisticados que o vinho reserva. São produzidos em grande escala, não passando pelo complexo e longo processo de envelhecimento em barris e garrafas. São os vinhos que apresentam a vinícola ou uma marca, chamados de vinhos de entrada.
          Ao contrário dos vinhos de mesa, que tem o sabor e aroma bem simples, os vinhos finos, tem o aroma e sabor mais acentuado, além de mais brilho e cor, que os vinhos de mesa.
          Quando envelhecidos em barris de carvalho, as características dos vinhos finos são aprimoradas naturalmente, se tornando mais agradáveis, acentuando mais seu aroma, obtendo mais estrutura e melhorando o sabor, na medida de seu envelhecimento. Vale a verdade daquela antiga frase que dizia que "vinho, quanto mais velho, melhor".

sábado, 27 de março de 2021

O diferencial nos queijos, que não está em receitas

(Por Arnaldo Silva) Por toda Minas Gerais encontrará queijos especiais, de sabores inigualáveis. O Estado mineiro é privilegiado pela altitude, o clima das montanhas, a qualidade das terras e pastagens, bem como de nossa água. São fatores importantes para a qualidade de nossos queijos, mas acima de tudo, nossos queijos carregam a tradição e vocação do mineiro, que tem o queijo correndo em suas veias. Uma tradição tricentenária, passada por gerações.
          Não é uma receita, por melhor que seja, que dará cor, sabor, textura, características e identidade geográfica a um queijo e sim, bactérias, fungos, mofos e ácaros. Simplesmente porque, esse alimento milenar, é formado por microrganismos vivos. (na foto acima do Fabrício Cândido, em sentido anti-horário, queijo parmesão 4 tipos: ao vinho, tradicional, defumado e temperado, de Santo Antônio do Rio Grande, distrito de Bocaina de Minas)
          Nos queijos, esses organismos vivos, atuam ainda no leite e vão aumentando e acentuando suas ações, no tempo de maturação. Quanto mais maturado é o queijo, mais as bactérias agem, mais o queijo ganha sabor, textura, aroma, características e identidades próprias.
         Esse mundo dentro dos queijos é fascinante e difícil de conhecer por inteiro, já que são centenas de milhares de bactérias e fungos, diferentes, espalhadas por todas as regiões do mundo. Tudo isso torna a missão de conhecer um a um desse pequeno mundo vivo, quase que impossível. Até porque, as bactérias e fungos presentes no queijo, não são as mesmas, nem tem presença constante na região de origem, podendo haver alterações na flora bacteriana regional, de acordo com o clima, umidade e mudanças de estações.
Queijo não é receita pronta
         A forma de fazer queijo é uma só. Ordenha, separar o soro, o coalho, o pingo, a massa, prensar, salgar, deixar maturar. Todo queijeiro sabe disso e mesmo quem entende pouco da arte de fazer queijo, sabe que o modo artesanal de fazer queijo, é único.
          Alguns queijos podem até ter algum detalhe a mais, como corantes naturais, sendo o urucum muito usado para tornar a mais com uma cor amarela ou laranja mais densa. Ou mesmo, como os queijos da Fazenda Pavão, do produtor e queijeiro João Melo, da Região Queijeira Mineira, Serra do Salitre, que são revestidos com resinas comestíveis nas cores, preta, vermelha e amarela (como podem ver acima, dos queijos do “Seu” João Melo, com a foto que ele mesmo, nos enviou).
          Alguns queijos podem ser mais picantes ou menos picantes. Alguns podem até acrescentar ervas ou especiarias (como em alguns tipos de Queijo do Reino, de Santos Dumont MG, na foto acima do Fabrício Cândido), mas a forma artesanal de fazer o queijo, pouco muda, é a mesma. Os acréscimos entram no final, na prensagem, quando o queijo já está pronto.
          O clima, a qualidade da água, o bom trato e cuidados para com o gado, além da higiene do curral, cocho e ordenha, são fatores importantes para se produzir leite de qualidade, bem como, os cuidados na hora de fazer os queijos, principalmente com a higiene do local e de quem vai fazer os queijos, seguindo rigorosamente as regras sanitárias, de acordo com as leis vigentes. O resultado são queijos de qualidade, finos e especiais. Mas o primordial não é apenas isso.
          O queijeiro tem que ter pelo menos um mínimo de conhecimento do mundo dos queijos. Não é apenas seguir uma receita padrão. Tem que ter noção de cuidados para com o gado e saber qual a melhor raça que se adapte à sua região e pastagem. Entender um pouco sobre o alimento que lida no dia a dia, o leite, bem como saber como organizar sua queijaria, preparar o queijo, embalar e colocar no comércio.
Aperfeiçoamento preservando a tradição
          Cooperativas, Sindicatos Rurais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, sempre oferecem cursos de qualificação para os produtores rurais, aprimorarem seus conhecimentos. Com informação, passam a entender melhor o universo vivo presente nos queijos.
          Assim, pela tradição familiar, vindas de gerações, foram surgindo tipos de queijos diferentes. E com o conhecimento adquiridos e investimentos em melhora do rebanho e estrutura das queijarias, a qualidade, aroma e sabor dos queijos, vão se aprimorando.
O mundo vivo dos queijos
          Isso porque por que ele sabe que são as bactérias presentes no leite que darão vida a seu queijo, na medida que for maturando. O queijeiro sabe da importância dos fungos e mofos presentes em sua região e dos cuidados que tem que ter para preservar a qualidade de seus queijos, através de boas práticas no manejo do gado e nos cuidados para com sua queijaria. (na foto acima, o queijo maturado em caverna, da Estância Capim Canastra em São Roque de Minas)
          Os fungos e mofos se formarão na casca do queijo, tornando a casca bem firme e grossa. Essa casca poderá ter a cor amarela, cinzenta ou escura, de acordo com umidade e microrganismos, presentes na região. Essa casca grossa formada pelos fungos e mofos, protegerão os queijos, garantindo assim a livre ação dos microrganismos no interior do queijo, preservando sua temperatura e o sabor.
Modo de preparo original
          É essa a origem dos diferentes tipos de queijos em Minas Gerais e em todo o mundo. Não há nenhum ingrediente a mais no modo artesanal de fazer, não apenas em Minas, mas em qualquer lugar do mundo. Fazer queijo é leite, pingo, coalho, prensar, salgar e maturar. 
          A arte de fazer queijos não é como uma receita de bolo, qualquer um pode fazer, igual. É um modo artesanal único, é uma tradição, é vocação. É a identidade e características de cada vila, de cada cidade, de cada região.
Exemplos de queijos
          Veja como exemplo o nosso mais popular queijo, o Canastra. Há mais de 200 anos feito na região. Esse tipo de queijo, teve inspiração no queijo São Jorge, nos Açores, Portugal. Mas o Canastra é bem diferente do queijo São Jorge. Evidentemente por causa da diferença das regiões e claro, das bactérias. As bactérias e fungos presentes nos Açores não são as mesmas, presentes na Serra da Canastra. Por isso a diferença. (na na foto acima, queijos Canastra feitos pelo Mestre Queijeiro Roberto Soares, no Rancho 4R)
          Outro exemplo é o Queijo do Reino de Santos Dumont MG, na Zona da Mata, um dos mais tradicionais de Minas. Começou a ser produzido por volta de 1850, com a chegada de gado holandês, legítimo, à cidade. Vieram também técnicos holandeses. Na cidade, começaram a fazer o tradicional Edam, holandês, o preferido do Reino Português. Por isso o nome do queijo, de Santos Dumont MG, Queijo do Reino.
          Receita holandesa, gado holandês, instrutores holandeses, com o resultado final de um queijo com semelhanças ao Edam. Ser semelhante, não é ser igual. Isso se deve as diferenças entre os fungos e bactérias existentes na região holandesa, onde o Edam é fabricado, das bactérias e fungos, existentes na região de Santos Dumont MG. Como são as bactérias que dão aroma e sabor, características e identidades aos queijos, não tinha como ser igual, porque não era a mesma flora bacteriana. 
          Assim surgiu em Minas Gerais, no século XIX, um queijo de excelente qualidade e sabor único, inigualável, com identidade e características próprias. Um queijo simplesmente excepcional. Um legítimo queijo fino mineiro (na foto acima de Fabrício Cândido)
          Mais um exemplo, é o Queijo Artesanal de Alagoa, na cidade do Sul de Minas, Alagoa. A tradição de fazer queijos chegou à cidade com imigrantes italianos. Um desses italianos, Paschoal Poppa, conhecia a técnica de fazer o parmesão. Começou a fazer esse tipo de queijo, com a receita que conhecida, em Alagoa. Isso por perceber a semelhança do clima e paisagens da região, com a Itália. 
          Mesmo feito por italianos e com a mesma receita, não era igual ao parmesão. E nem tinha como ser igual, simplesmente devido as diferenças de fungos, mofos e bactérias. Não eram as mesmas da região dos imigrantes, evidentemente, não seria um queijo igual. É simplesmente o Queijo de Alagoa. (na foto abaixo enviada pelo Rafael Diniz, o Queijo Artesanal de Alagoa, Sítio do Morro)
          Um queijo mineiro, com características e identidades próprias, com sabor único. Queijo com o aroma, sabor, textura e características do Queijo Artesanal de Alagoa, não tem igual em lugar algum no mundo, somente em Alagoa, encontrará.
Modo de preparo iguais, sabores diferentes
          O queijo do Reino de Santos Dumont, tem sabor único, diferente dos normais. Como o queijo Canastra, é de sabor único, o queijo de Alagoa também, bem como outros tantos queijos mineiros, da região queijeira do Serro, de Araxá, da Serra do Salitre, do Campo das Vertentes, do Triângulo Mineiro, do Cerrado, das Terras Altas da Mantiqueira. (na foto acima, o mestre Queijeiro Roberto Soares preparando o queijo Canastra em Medeiros MG)
         São queijos feitos do modo artesanal, tradicional, há séculos, mas são queijos especiais, não são iguais. São os queijos de Minas Gerais e característicos de cada região mineira. Não tem como fazer os mesmos queijos, iguais, em outras regiões. São queijos com personalidades e identidades de suas regiões de origem e personalidades e identidades, não tem nada a ver com receita.
          Não tem como fazer queijos iguais, a não ser que, além da receita, traga junto as bactérias e fungos do lugar, o que é impossível, não tem como isso acontecer.
          Por isso a diferença nos queijos. Podem pedir para o melhor mestre queijeiro, por exemplo, da Região Queijeira do Serro, ir para a Itália, França ou Suíça, fazer queijo do Serro, lá. Vai ser diferente, mesmo usando a mesma receita e técnica. Os microrganismos são diferentes, a umidade, o clima, altitude, o gado, as pastagens, também. Tudo isso interfere na identidade e características regionais de um queijo e não tem como serem iguais. O máximo que pode acontecer é lembrar um pouco, ter semelhança, mas serem iguais, não tem como. (na foto acima, os queijos do Mestre Queijeiro Túlio Madureira, do Serro MG)
          Por isso os queijos mineiros se destacam. Tradição, vocação, busca de conhecimento, investimentos em qualidade e busca constante da excelência do melhor Queijo Minas Artesanal (QMA) e dos Queijos Artesanais Mineiros (QAM), presentes nos 853 municípios e 1772 distritos de Minas Gerais, além dos inúmeros queijos produzidos nas indústrias e laticínios mineiros.
          Pensou em queijo, pensou em Minas Gerais. É uma das mais importantes identidades gastronômicas e tradicionais de Minas Gerais.

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