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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Campo de Gabirobas

(Por Marina Alves/Lagoa da Prata) Gabiroba, ou guabiroba? Eu gosto de “gabiroba”, mas pode ser “guabiroba” — ou vários outros nomes para a frutinha nativa dos nossos cerrados, que floresce de setembro a novembro, quando a gabirobeira se cobre de flores brancas e cheirosas. Vivi muito da minha infância correndo atrás das moitas apinhadas destes frutos maduros e docinhos.
          A gabiroba é uma fruta redondinha, de polpa suculenta, com muitas sementes. Seu nome, segundo li, vem do tupi-guarani wa'bi, "ao comer" e rob, "amargo” e tem um sabor de intrigante paladar. Quando verde, a casca é meio amarga e grossa, bem ruinzinha de provar, mas quando madura, é docinha feito ela só! É também fonte de alimento para insetos e pássaros, e concentra mais vitamina C que a acerola. (fotografia acima de Jad Vilela de Divinópolis MG)
          A gabiroba não é só uma deliciosa e nutritiva fruta do mato. Ela é também tema de muitas histórias de infância, sendo sua colheita pretexto para encontros e brincadeiras. Para quem viveu na roça, a gabiroba era um feliz e animado passatempo. Chegava o domingo e o povo chamava:         
 — Vamo caçá gabiroba, gente! — e estava pronto o passeio. Amigos e parentes se juntavam e saíam para passar o dia no cerrado, atrás das frutas. Os olhos ávidos por achar o pé mais carregadinho, não perdiam uma só moita pela frente. A gabiroba enche o pé! É uma festa dar de cara com o arbusto coberto de frutos maduros — puro mel na boca! Comer gabiroba no pé não é como comer uma banana ou chupar uma laranja. É totalmente diferente! Porque antes de tudo existe a aventura de “caçá-la”. E não são poucos os “causos” que começam assim: “Um dia, nóis fomo caçá gabiroba e...”. Certeza que vem causo bom! 
          Certa vez, perguntei a alguém de mais idade pelos “divertimentos” dos jovens de sua época. É claro que entre as rezas, os terços, as visitas, foi citada a caça à gabiroba. E pelos relatos, a busca pela frutinha era quase um evento. Ali se faziam amizades, começavam namoros, tratavam casamento, aconteciam fatos que viravam histórias. E muitos eram os casos de gente que, correndo atrás das gabirobeiras, se perdia na imensidão do cerrado. E que trabalhão encontrar os perdidos! E pasmem — havia até relatos de assombrações que apareciam para os mais desavisados e ambiciosos. Um perigo, uma coisa do outro mundo! Sem contar que tinha gente que acendia vela na intenção de colher boas e graúdas gabirobas. (foto acima de César Reis)
          E os concursos? Sim! Ao final do “tour rural” ganhava quem apresentasse a maior ou a menor gabiroba (só não sei qual era o prêmio. Talvez só mesmo o gosto de tirar uma onda: achei a maior! Achei a menor!) Cada coisa, hein? 
          Faz algum tempo, em visita ao lugar onde nasci, resolvi adentrar ao mato, à beira da velha estrada. Grata surpresa! Dei com um campo de gabirobas em temporada de colheita! Levar à boca os frutos maduros e doces foi como retornar no tempo, quando, junto com as primas, desbravava aqueles cerradões, à cata das gabirobeiras carregadas. (foto abaixo de Arnaldo Silva)
        E provar das gabirobas no pé não foi apenas saborear uma frutinha de sabor inconfundível. Foi ter o poder de trazer a infância outra vez, pelas boas lembranças e pelo paladar!

domingo, 5 de janeiro de 2020

Os principais folguedos folclóricos em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) A palavra folclore vem do inglês, folk-lore, significa a expressão oriunda do povo expressos em causos, lendas, canções, costumes, que são preservadas ao longo dos séculos, se transformando em tradição, dando identidade a uma comunidade, uma cidade, uma estado ou um país. Por sua vocação de preservar e conservar suas tradições, Minas Gerais é o mais rico estado brasileiro em tradição e identidade cultural, com sua riqueza e variedades cultural e costumes. Os folguedos populares são uma dessas tradições preservadas e vivas em Minas Gerais. (foto  abaixo, grupo de Pastorinhas em Jaboticatubas, fotografado por Thelmo Lins)
     Algumas manifestações folclórica mineiras, como a Folia de Reis e as Pastorinhas, tem como origem as tradições de Portugal, introduzidas no Estado no período do Brasil Colônia, com influência da cultura indígena e africana. Outras manifestações foram surgindo ao longo dos tempos, como o Reinado de Nossa Senhora do Rosário, nascido nas senzalas de Ouro Preto com os escravos, numa mistura da religiosidade católica, com as crenças africanas. A festa se popularizou e se democratizou,  sendo hoje uma das maiores manifestações religiosas e folclóricas de Minas Gerais. (na foto abaixo, de Elvira Nascimento, a Dança das Fitas em Ipaneminha, ditrito de Ipatinga MG)
     A presença dos portugueses, introduzindo no estado sua cultura, religiosidade, arquitetura, artesanato, não recebeu influência ou adaptação apenas nos folguedos, mas também no artesanato, na música típica, na medicina popular, nas lendas criadas que acabaram fazendo parte do nosso folclore como o Caboclo D´água de Barra Longa, o Bicho da Carneira de Pedra Azul, a Loira do Bonfim de Belo Horizonte, dentre outras tantas lendas e claro, na nossa culinária culinária. Minas Gerais é uma impressionante mistura das culturas portuguesas, africanas e indígenas, manifestadas ao longo dos séculos, sendo determinantes para a formação de nossa identidade cultural. 
Os mais populares folguedos em Minas Gerais:
Congado
     É uma das maiores manifestações folclórica e religiosas de Minas Gerais. No período da Escravidão, ss escravos eram proibidos de frequentar igrejas e também de manifestarem suas crenças de origens africanas. Por isso buscaram uma forma de expressar sua fé e sentimentos, sem serem proibidos. Assim surgiu o sincretismo religioso, que é a mistura das crenças africanas, com a crença católica. (foto acima, de Alisson Gontijo do Reinado em Perdigão MG e abaixo de Arnaldo Silva em Bom Despacho MG)
    Como os escravos tinham simpatia por Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Nossa Senhora das Mercês e Santa Efigênia, começaram a sair às ruas usando roupas enfeitadas e tocando seus instrumentos de som, de origem africana, cantando músicas que lembravam suas origens, bem como seus sofrimentos como escravos, reverenciando esses santos. Com o passar dos anos, a festa foi se tornando popular, se democratizando, ganhando novos instrumentos musicais, cânticos novos e ornamentos nas vestimentas, passando a ser reconhecida pela Igreja Católica. 
     Durante a festa, os grupos de tradição negra, como Moçambique, Catopés, Congo, Marujada, Caboclos, Marinheiros, Vilão e Candombe, se reúnem para preservar a tradição, sua dança e música, unindo a outros cortes formados por pessoas que por algum motivo, geralmente para pagar promessas, formam cortes de Reinado. A festa que começou com os negros, é hoje a festa de todos, sejam brancos ou negros, participando, reverenciando Nossa Senhora do Rosário e perpetuando em Minas Gerais, nos quase três séculos desse folguedo popular, uma das mais importantes festas populares do Brasil. 
Catira
     Muito popular em Minas Gerais, principalmente nas Regiões Central e Triângulo Mineiro, a catira é uma dança marcada pela batida dos pés e mãos de um grupo, formado por seis a 10 componentes, organizados em fileiras opostas. 
     Uma dupla de violeiros canta e toca modas de viola, dando ritmo aos passos. (foto acima de Gislene Ras, da dupla de violeiros do Grupo de Catira Pedro Pedrinho de Martinho Campos/Bom Despacho MG) É uma dança tipicamente interiorana, praticada por pessoas que vivem no meio rural. A própria vestimenta dos catireiros como, botas, calças jeans, camisa listrada, chapéus, já caracteriza a dança como sertaneja. Antes dançada apenas por homens, hoje conta com a presença de mulheres e crianças em grupos de catiras e até dançando em conjunto com homens. (foto abaixo, de Gislene Ras, grupo de Catira Pedro Pedrinho de Martinho Campos/Bom Despacho MG)
     Sua origem é incerta, mas a acredita-se que tenha vindo da Europa ou da Oceania, introduzida em Minas pelos imigrantes europeus, no século 19. Há também quem afirme que a origem da catira seja indígena, adaptada pelos boiadeiros que iam tocando gado pelos rincões do nosso sertão. Os peões boiadeiros imitavam as danças indígenas e perceberam que com suas botas pesadas e duras, faziam barulhos interessantes nos assoalhos dos ranchos. Assim foram adaptando a dança, com o bater dos pés e mãos, originando a catira, um dos mais importantes folguedos de nosso folclore. Por não ter origem certa, a dança de catira é chamada de dança híbrida.
     Na região Central de Minas, catira, no mineirês, significa trocar alguma coisa. Vamos catirar ou vamos dar uma catirada, pode ser dançar catira ou fazer uma troca de algum objeto por outro. 
Folia de Reis ou Reisado
     É um dos mais antigos folguedos europeus, introduzido no Brasil pelos portugueses e tradição preservada há séculos em todas as cidades mineiras e também do Brasil, sendo conhecido em outros estados por Reisado. A festa começa na véspera do natal e se encerra no dia 6 de janeiro, dia dedicado aos Santos Reis. (na foto acima de Luis Leite em Guaranésia MG) As companhias de Folias de Reis vão de casa em casa e conta com o mestre à frente, responsável pela cantoria e coordenação do grupo, auxiliado pelo contramestre, que é o responsável por recolher as doações, podendo também substituí-lo em alguma necessidade. Tem ainda a figura do embaixador, o responsável por pedir licença para entrar nas casas e cita profecias bíblicas sobre o nascimento de Jesus aos moradores.
     Carregam estandartes, flâmulas, tocam instrumentos, cantam e dançam usando vestimentas coloridas e máscaras. Essa formação não é padrão, podendo ocorrer diferenças de acordo com a região, como por exemplo, a presença de membros das companhias simbolizando os três reis magos. 
Pastorinhas
     Um folguedo de origem portuguesa presente em Minas Gerais. São grupos de moças e meninas que saem vestidas como as pastoras portuguesas, visitando os presépios de casa em casa, cantando músicas de louvou ao Menino Jesus e Nossa Senhora. Em Minas Gerais a festa é popular (foto acima de Thelmo Lins com as Pastorinhas de Jaboticatubas MG), mas os grupos não são formados apenas por meninas e moças, como na tradicional festa portuguesa. Mulheres e senhoras também fazem parte do grupo de pastorinhas, visitando as casas, cantando, dançando e pedindo contribuição para ajudar no natal de crianças carentes da comunidade em que vivem.  
Boi de Reis (ou Boi de Janeiro, Bumba-Meu-Boi etc.)
      A origem desse folguedo é dos teatros medievais na Idade Média, na Península Ibérica. Seria uma mistura da Folia de Reis com o Bumba-Meu-Boi, iniciando no dia de Santos Reis, 6 de janeiro, se estendendo até o dia de São Brás, em 3 de fevereiro. Usando trajes coloridos e máscaras, cantam e dançam visitando as casas e principalmente fazendas. Muito comum na região Norte de Minas,  caracteriza-se  pela representação da captura de um boi, que neste folguedo representa a fartura. Na encenação, o boi morre e por fim ressuscita. Sua ressurreição é acompanhada de muita alegria, dança e cantoria. É um dos mais populares folguedos de nosso interior,  cujos nomes e elementos que compõem a cena, podem variar de acordo com as diferenças regionais. (na foto acima de Pingo Sales, Bois de Reis em Januária MG)
Festa do Divino
     Consagrada ao Divino Espírito Santo, é um dos mais antigos folguedos portugueses, introduzido em Minas nos tempo dos Brasil Colônia. A tradição é preservada em Minas Gerais há mais de 300 anos, principalmente em Diamantina MG, Alto Jequitinhonha, onde a festa é chamada também de Festa do Império. Durante a festa em Diamantina, é eleito um Imperador, no caso o próximo festeiro. A côrte, com o Imperador e Imperatriz, sai pelas ruas da cidade histórica em cortejo acompanhado por grupos folclóricos e populares. A Festa do Divino Espírito Santo ou Festa do Imperador, é tão importante para  cidade que foi declarada Patrimônio Imaterial de Diamantina, junto com a receita do tradicional bolo de arroz, servido durante a festa.  (na foto acima de Projeto Acervo Diamantina - Fragmentos Visuais da Cidade no Século XXI, festa do Divino em Diamantina MG)
Cavalhada
     Presente em todas as regiões mineiras, a Cavalhada é uma herança das tradições da Cavalaria Medieval. Representa as sangrentas batalhas travadas entre cristãos e mouros na Idade Média. Nesse folguedo, os cavalos são decorados com finos tecidos bordados e cheios de babados. As cores predominantes usadas são o azul e o vermelho, representando os cristão e mouros. Acontece ao ar livre e durante a festa são eleitos reis, rainhas, príncipes e princesas, embaixadores, capitães e tenentes, nobres, damas, cavaleiros e lacaios, todos ricamente vestidos e portando espadas, pistolas e lanças, fazendo manobras com os cavalhos, simbolizando a cena medieval. (foto acima de Ane Souz da Cavalhada em Amarantina, distrito de Ouro Preto MG)
Mulinha de ouro
     Mulinha de Ouro é um folguedo popular na região do Médio e Baixo São Francisco. É a dança de um animal, geralmente uma mula, mas também usa-se a representação de boi, que dança e faz coreografias no meio do povo. (foto acima de Themo Lins em Pedra Azul MG)
Dança de São Gonçalo
    Tradicional em Portugal desde o século XIII onde era conhecida também por Dança das Regateiras, porque só participavam as mulheres que queriam se casar, a Dança de São Gonçalo foi introduzida no Estado pelos portugueses, passando a fazer parte do nosso folclore, mas com características próprias. A dança é realizada no dia da morte do santo (10/01/1259) e em outras épocas também, caso as devotas consigam alguma graça ou façam alguma promessa durante o ano. Assim sendo, juntam o grupo para dançar e rezar, pedindo ou agradecendo pela graça.  Em Minas, a Dança de São Gonçalo é muito comum no Norte do Estado e Jequitinhonha.       Os grupos festeiros de São Gonçalo são formados apenas por mulheres, todas vestidas de branco que fazem coreografias segurando um arco de madeira, enfeitado com plumas brancas. As mulheres dançam e cantam em honra ao santo, podendo ter ao centro a figura de um homem, também vestido de branco, que simboliza São Gonçalo. (na foto acima, de Pingo Sales, Dança de São Gonçalo em Januária MG)
Quadrilha
     É um dos mais populares folguedos no Brasil, também chamada de quadrilha caipira e quadrilha matuta. De origem européia a festa homenageia São João Batista, Santo Antônio e São Pedro, em junho.  As festas de junho surgiram das coutry-dances inglesas medievais no século XIII, ainda no período da Guerra dos 100 anos, entre Inglaterra e França, a dança acabou sendo incorporada e adaptada ao estilo francês expandida para outras partes da Europa, entre eles Portugal, que trouxeram a tradição européia para o Brasil nos tempos do Brasil Colônia. 
Os passos da dança que para os franceses chama-se "contredance" são todos falados em francês, "abrasileirado" como quadrille (quadrilha), Alavantú (en avant tous), Anarriê (en arrière), Changê (changer/changez), Cumprimento ‘vis-à-vis’, Otrefoá (autre fois), Balancê (balancer), Returnê (returner), Tur (tour).
      A diferença é que no Brasil a "Contredance" francesa recebeu uma mistura de cores, sabores e estilos de todas as regiões do Brasil, de acordo com suas diferenças culturais. Outra diferença é a música. A música brasileira, a encenação do casório e as coreografias, são bem mais animadas. 
     É sem dúvida uma das mais aguardadas festas populares do Brasil e que marca a infância de muita gente. 
     Quem nunca fez parte das quadrilhas das escolas? Se vestiu de caipira, pintou o rosto e ensaiava na hora do recreio? Mas as festas juninas hoje vão além das escolas. São verdadeiros espetáculos, principalmente em Belo Horizonte, com o tradicional Arraiá de Belô, no forró de Curvelo na região Central de Minas, em Ingaí no Campo das Vertentes com a maior fogueira de São João (na foto acima de Gilson Nogueira), em Cachoeira de Minas no Sul do Estado com a maior fogueira de São Pedro, em Mesquita no Vale do Jequitinhonha e em todo o Vale do Mucuri, destacando as cidades de Pavão e Teófilo Otoni.
Caxambu
     Caxambu, na língua africana é o tambor maior e principal usado nas manifestações afro-brasileiras. Em Minas Gerais, é o nome dado a uma cidade do Sul de Minas e a uma dança de origem africana, também conhecida por Jongo, em alguns estados. Essa dança foi introduzida no Brasil e em Minas Gerais pelos negros bantos, sequestrados na África e vendidos no Brasil como escravos. No Brasil, a dança se popularizou, principalmente nas senzalas das fazendas de café de Minas e do Rio de Janeiro, tendo tido grande influência na formação do samba carioca, bem como da nossa cultura em si. Nessa dança, homens e mulheres formam pares e dançam, enquanto outros tocam instrumentos de percussão. As mulheres usam vestidos longos, coloridos, rendados e fazem movimentos charmosos com o corpo e vestidos. Os homens acompanham, com evoluções mais fortes. 
Maneiro o pau
     Também chamada de Mineiro-pau, é uma dança muito popular na Zona da Mata Mineira, com a participação de várias pessoas, enfileiradas, lado a lado, de frente para o outro, dançando segurando um ou dois bastões, de forma ritmada, com várias batidas, dependendo das evoluções do grupo. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Cultura e turismo em Dores do Indaiá

(Por Arnaldo Silva) O povoamento na região começou em no início do século XVIII. De um pequeno povoado, surgiu um arraial, posteriormente vila em 1850 e por fim, município a partir de 8 de dezembro de 1885. Dores do Indaiá é um dos mais antigos, charmosos e pitorescos municípios mineiros, guardando relíquias de nossa história, bem como as riquezas das tradições religiosas e folclórica mineiras. (Fotografia de Geraldo Amarildo)
          A vida em Dores do Indaiá é calma e tranquila, com seus moradores desfrutando de uma cidade que oferece uma qualidade de vida muito boa. Foto acima e abaixo da Sueli Santos)
            Com 12.630 habitantes, segundo o IBGE, Dores do Indaiá, na Região Central, fica a 255 km de Belo Horizonte, a 36 km de Luz, 42 km de Abaeté, 27 km de Estrela do Indaiá, 26 km de Quartel Geral, 34 km de Serra da Saudade e a 90 km de Bom Despacho, cidades vizinhas.
          Para chegar à Dores do Indaiá, vindo de Belo Horizonte, o acesso se da através da rodovia BR-262 (partindo de Belo Horizonte ou do Triângulo Mineiro) e após a cidade de Luz, se dirigindo pela rodovia MG-176.  e pela rodovia BR-352 e em seguida se dirigindo pela rodovia MG-176, passando pelas cidades de Abaeté e Quartel Geral. (foto acima e abaixo da Sueli Santos)
          A economia gira em torno de atividades agropecuárias, onde o município realiza uma das maiores exposições agropecuárias da região, além de contar pequenos comércios, charmosas poucas, restaurantes com comida típica, produtos artesanais como queijos, doces e quitandas, direto da roça, além do turismo, já que Dores do Indaiá é uma cidade com origens no início do século XVIII. Surgiu com a formação de um pequeno arraial, que foi elevado a Vila em 1850 e por fim a cidade em 8 de outubro de 1885. 
          O município guarda relíquias dos tempos do Brasil Colônia como fazendas centenárias e casarões e igrejas em estilo neogótico, eclético e coloniais, presentes na Praça, nos prédios da Escola Estadual "Francisco Campos", da Escola Estadual "Dr° Zacarias", na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, além de construções contemporâneas como o Cristo do Alto da Capelinha e o Castelo Indaiá. (Foto acima e abaixo da Sueli Santos)
          A cidade preserva ainda sua rica tradição folclórica e religiosa, como as cavalhadas, festas juninas e a Festa de Nossa Senhora do Rosário, no mês de agosto, uma das mais antigas e famosas da região, que homenageia ainda, Nossa Senhora das Dores, São Benedito e Santa Efigênia. (foto abaixo da Sueli Santos)
Principais eventos culturais e sociais da cidade
Fevereiro: CarnaDores;
Abril: Semana Santa, Cavalgada Para o Campo do Bolado (Realizada pela Comitiva Oito Segundos);
Maio: Motofest;
Junho: Festa Junina Regional;
Julho: Exposição Agropecuária de Dores do Indaiá (Expodores);

Agosto: Festa do Rosário;
Outubro: Aniversário da cidade e a Festa Caboclos do Sertão;
Dezembro: Réveillon no Castelo Indaiá.

A origem do popular arroz com ovo

(Por Arnaldo Silva) Quem nunca comeu arroz com ovo? Na hora de não ter quase nada para comer ou falta de tempo para fazer, nada como preparar um arroz e fritar um ovo. É barato, apenas uma porção de arroz e um ovo. É fácil de fazer e rapidinho está pronto um dos mais populares pratos que existe. No mais puro mineirês é “roscovo”, que muita gente brinca dizendo que é comida russa. Mineiro gosta e todo brasileiro também. É tão popular que até parece que sua origem é brasileira. 
          Lamento dizer que não é. Arroz com ovo é um dos mais populares pratos chilenos. Sua origem é do Chile e se popularizou no continente e está presente no Caribe, Argentina, Brasil, dentre outros países latinos. (na foto acima do Édson Borges, o arroz com ovo mais incrementado e abaixo, da Sueli Santos, o tradicional)
          É tão popular que é considerado um dos mais apreciados pratos da América do Sul, no mesmo nível dos populares pratos latinos e brasileiros, como a feijoada, feijão tropeiro, vatapá, virado, arroz com pequi, cuscuz, frango com quiabo, etc. 
          Um prato humilde, bem simples, está presente hoje na mesa de todas as classes sociais. Dificilmente alguém pode dizer que nunca comeu arroz com ovo. 
         Em Minas Gerais, nos anos 1980, esse prato foi inspiração para o surgimento de um novo prato mineiro, popularíssimo, principalmente em Belo Horizonte. Além da porção de arroz e do ovo frito, ganhou uma rodela de tomate e um pedaço de linguiça. Criação do Bar e Restaurante Palhares em Belo Horizonte, sendo “batizado” de kaol, hoje conta com arroz, ovo, torresmo, farofa, couve refogada e molho . Vinha acompanhado de uma dose de cachaça mineira também. O kaol, antes simples, restrito às camadas mais populares pelo seu baixo custo, é hoje prato fino, presente em todas as classes sociais. (na foto acima, o kaol que eu mesmo preparei em casa)
          Mas, o tradicional e popular arroz com ovo, estará sempre presente em nossas mesas. Na hora do aperto lá está ele. E é ótimo, pra mim, delicioso! 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Eira, beira e tribeira: o mito da divisão social pelo telhado

(Por Arnaldo Silva) Quem não tem eira e nem beira é o tipo que não tem onde cair morto. Essa expressão é bem antiga. Tem origens em Portugal, na Idade Média. Ao contrário do que costumamos ouvir, ver vídeos e ler em artigos afirmando que essa expressão “nem eira e nem beira”, e tem gente que acrescenta até “tribeira”, era a forma de divisão social entre pobres e ricos. 
          Na expressão original, Medieval, nunca foi esse o significado de “nem eira e nem beira”. Aliás, essa expressão de divisão social entre pobres e ricos se limitar a simples adornos em telhados é invenção brasileira, difundida por Guias de Turismo pelo Brasil afora. (na foto acima de Nacip Gomêz, detalhes no telhado de uma construção colonial em Lavras Novas, distrito de Ouro Preto MG)
          Quem for para nossas cidades históricas e fazendas centenárias, se atente aos suntuosos palacetes, sobrados e casarões, com suas portas e janelas enormes, bem pintados, cômodos espaçosos e todos mobiliados com moveis entalhados artisticamente em madeiras nobres e até importadas da Europa. Isso porque seus proprietários tinham dinheiro, fazendas de gado e culturas diversas, minas de ouro e outras propriedades. Por isso tinham condições de construírem casarões, sobrados, palacetes e casas grandes de fazendas. (na fotografia acima do César Reis, uma rua da cidade histórica de Tiradentes com seu belo casario colonial com as ditas eira, beira e até tribeira)
          Agora, compare as construções dos ricaços medievais e coloniais, com as moradias dos colonos, trabalhadores e escravizados, ou seja, dos pobres em geral que trabalhavam para esses ricaços. Obviamente, não serão simples adornos nos telhados que dirá quem é pobre e quem rico. (na foto acima de@arnaldosilva_oficial, uma rua em São Bartolomeu, distrito colonial de Ouro Preto. Percebe-se a simplicidade das construções, suas portas e janelas, mas as casas tem as ditas eira, beira e tribeira no telhado)
Ostentação visível
          A ostentação dos ricaços do Brasil Colonial e Imperial eram visíveis, como, por exemplo, na quantidade de portas, janelas e cômodos dos casarões e sobrados. Quanto mais portas e principalmente, quanto mais janelas tinha um casarão, mais rico e poderoso era seu proprietário. Isso é fato. Compare as portas e janelas dos casarões coloniais com as casas simples do povo, do Brasil Colônia e Imperial.
          São construções suntuosas, imponentes e luxuosas com dezenas de portas e janelas, com nítida demonstração de riqueza, ostentação e poder para a época. Alguns tinham centenas de janelas como o casarão da Fazenda Santa Clara em Santa Rita de Jacutinga MG (na foto acima do Rildo Silveira)
          Essa imponente construção possui 365 janelas, uma para cada dia do ano, 54 quartos, 12 salões e 3 cozinhas, além de capela, torre com mirante, senzala e masmorra. Todos os cômodos mobiliados com os mais requintados e artisticamente bem entalhados móveis da época.
O que é eira e beira
          Para entendermos melhor essa expressão, temos que entender o que era uma eira e uma beira. A expressão sem eira e nem beira tem origem em Portugal, se popularizando no Brasil com a chegada em massa de portugueses.          
           Em Portugal, uma eira é uma parte do terreno de uma propriedade rural nas aldeias portuguesas, geralmente em frente a Casa Grande, em terra batida, lajeada ou cimentada. Na eira, cereais e grãos eram esparramados no chão, limpados, secados, por fim, armazenados e vendidos para consumo. Em outras palavras, é o mesmo que um terreiro, onde costumeiramente são secados grãos de café, arroz, feijão, etc. (na imagem acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas, temos uma eira ou seja, um terreiro de uma beira, para secagem de grãos, no caso, café)
          Para se ter uma eira, obviamente tem que ter uma beira. Em Portugal, uma beira era a divisão territorial desde a Idade Média até o século XVIII. As divisões em eiras foram substituídas posteriormente por comarcas e províncias. O país era dividido em seis beiras (Beira alta, Beira Baixa, Beira Litoral, Beira Interior e Beira Transmontana). Seria o equivalente a seis estados, hoje.
          Com a mudança para comarcas e províncias, beira continuou a existir, mas para definir extensões territoriais de cidades e aldeias portuguesas. No popular, eira passou a ser usada para definir os grandes donos de terras das cidades e aldeias portuguesas. Ou seja, quem possuía terras, com casa, bens e empregados, tinha uma beira.  Era o que chamamos hoje de grande produtor rural.
          Além disso, beira passou a ser o nome de uma extensão do telhado das casas que servia para proteger a casa da chuva, evitando infiltrações. Pelo menos essa beira, tanto pobre, quanto rico podia ter em suas moradas, já que são simples extensões de um telhado. As novas construções de hoje tem as beiras de fundo e laterais com calhas e a beira frontal, já nem existe, se transformou em varanda. (na imagem acima do Rildo Silveira, na Fazenda Santa Clara em Santa Rita de Jacutinga MG, podemos perceber a eira e beira no telhado. Tanto rico, quanto pobre, podiam ter esses detalhes no telhado)
          Portanto, quem tinha uma eira, que é um terreiro de secagem da produção da beira, uma propriedade rural, era rico, dono de casas, cavalos, gado, tinha vários empregados, etc.
          Como podem notar, a expressão portuguesa da Idade Média “fulano não tem eira e nem beira”, não tem nada a ver com adornos existentes nos telhados das casas do Brasil Colônia e Imperial. Essa expressão é portuguesa e não tem nada a ver com a explicação que são passadas por Guias e demais pessoas. Eira e beira nunca foi fator de divisão entre pobres e ricos. Essa “estória” que casa de rico tem eira, beira e tribeira e de pobre nem eira, nem beira e talvez uma tribeira, é só besteira.  
          Na real interpretação desse ditado popular, em Portugal, simplesmente significa que quem não tinha uma grande propriedade de terra e nem um terreiro para secagem de grãos, era pobre. Para ter eira e beira, obviamente, tinha que ser rico. Mas para ter fazer adornos decorativos no telhado, nem tanto.
Eira e beira e até tribeira no Brasil?      
          Há décadas que a “estória” que ricos construíam suas casas com eira, beira e tribeira e o pobre, sem eira e nem beira, apenas com tribeira, é contada, apresentada em vídeos, em artigos e reportagens como se fosse verdade e popularizou-se graças aos Guias de Turismo pelo Brasil. (na fotografia acima de Sueli Santos, um casarão colonial em Ouro Preto MG)
          Não é e nunca foi. Mesmo sem ter nenhum fundamento histórico e muito menos sentido, definir o status social de uma pessoa, baseado em simples adornos no telhado, é no mínimo questionável pelo mais simples leigo no assunto. 
          Existem dezenas ou até centenas de ditados populares em Minas Gerais, durante o Ciclo do Ouro, nos séculos XVIII e XIX e sempre ouvimos explicações dos Guias de Turismos sobre esses ditados. A ideia é mostrar como surgiram essas expressões. A maioria dos “guiados” desconhecem pouco a história, nem percebe que várias “explicações” dadas não tem lógica e nem fundamento histórico. Pior ainda, muitas dessas expressões já existiam em Portugal bem antes do descobrimento do Brasil.
          Tentam explicar o surgimento de expressões populares, superstições e senhas, com explicações duvidáveis, ao menos para quem não tem muita afinidade e pouco conhecimento de história. Além de não ter fundamento, criam outra que nem existem ou existiram.
          É a tal tribeira. Eira e beira sim, já mostrei acima, mas tribeira? Pesquisei em dicionários, livros de história e não encontrei essa palavra. Quem pode dizer o que é isso é só mesmo o inventor dessa palavra. A única definição que existe é a clássica dita pelos Guias de Turismo que tribeira seria a terceira camada mais alta, acima da eira e da beira. Mas na história real, essa palavra não era usada. Só mesmo quem criou essa palavra para explicar sua origem. (na imagem acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas, temos uma casa simples no Quilombo dos Bois, em Angelândia MG, com eira e beira e até com calha)
          Adornos em telhas para proteger a parede de infiltrações existiam e existem até hoje, sejam um, dois, três, quatro, cinco. Isso depende do projeto e do arquiteto. Só falta aparecer uma tetrabeira, uma pentabeira, hexabeira... Haja telhado! E lá vai eu inventando também. (na foto acima de Thelmo Lins, a sala da Fazenda União, do século XIX, em Belmiro Braga MG)
          Embora essa expressão falada no Brasil não tenha nada a ver com a expressão portuguesa original, quem não tem eira e nem beira significa hoje que é uma pessoa está é numa miséria danada ou na linha da pobreza mesmo. E nada a ver com adornos no telhado de casas.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

A Vila do Príncipe do Serro Frio

(Por Arnaldo Silva) A povoação no que é hoje a cidade do Serro começou em 1701. No ano seguinte, 1702, o pequeno povoado passou a ser chamado de "Arraial do Ribeirão das Minas de Santo Antônio do Bom Retiro do Serro do Frio".
          Em 1714 o arraial é elevado a Vila pelo governador Brás Baltasar da Silveira, com o nome de Vila do Príncipe. Em 1720 é elevada a sede da comarca, com o nome de Serro do Frio e por fim, à cidade emancipada, em 1838, já com o seu nome atual, Serro. (fotografia acima de Nacip Gômez)  
          É uma das mais antigas povoações de Minas Gerais e uma das mais importantes cidades do Caminho dos Diamantes e Estrada Real, graças a sua história e as minas de ouro e diamantes que atraíram bandeirantes e portugueses no século XVIII.(na foto acima de Tiago Geisler, vista parcial do Serro) 
          A presença dos bandeirantes paulistas e portugueses deixou como herança uma arquitetura inigualável, simples, singela e muito rica em detalhes e história. A beleza de seu casario, suas belas igrejas, suas ruas traçadas no auge do Ciclo do Ouro, nos tempos do Brasil Colônia, impressionam pela riqueza dos seus traçados, bem como pela simplicidade da arquitetura colonial e barroca mineira.
          Famosa por seu queijo, de fama internacional, o Serro fica a 320 km distante de Belo Horizonte, no Alto do Jequitinhonha.  (foto acima de Tiago Geisler) Faz divisa com os municípios de Diamantina, Datas, Presidente Kubitschek, Sabinópolis, Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Couto de Magalhães de Minas, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Rio Vermelho. Segundo o IBGE, 21.940 pessoas vivem no município atualmente.
          Além de sua riqueza arquitetônica e história, o Serro guarda tradições folclóricas e religiosas, preservadas há mais de 300 anos, bem como sua rica culinária, tipicamente mineira, como o pão de queijo, requeijão, doces e os pratos típicos mineiros e ainda o queijo do Serro, registrado como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais em 2002, pelo Iepha e Patrimônio Imaterial do Brasil, em 2008, pelo Iphan. (foto acima de Tiago Geisler o queijo do Serro e abaixo, a tradicional Festa de Nossa Senhora do Rosário)
          Pelos 1.217,645 km² do Serro, encontramos serras, morros, rios e cachoeiras, além de pitorescos e charmosos distritos, com um rico acervo arquitetônico, cultural e histórico. Dotados de uma beleza ímpar e uma simplicidade que impressiona, os distritos serranos são dotadas de uma paz e tranquilidade que somente as vilas mineiras proporcionam.
          O município do Serro é formado por pequenos povoados, comunidades quilombolas (na foto acima de Tiago Geisler, Mata dos Crioulos) como o Quilombo Baú, Quilombo Ausente, Quilombo Vila Nova, Quilombo Queimadas, Quilombo Fazenda Santa Cruz e pelos distritos de Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, Mato Grosso, Monjolos, Três Barras da Estrada Real e Capivari. A cidade e alguns distritos, possuem ótima estrutura para receber os turistas como guias, hotéis e  pousadas.
Conheça os distritos do Serro:
Milho Verde
          O mais famoso distrito do Serro é Milho Verde. Uma pequena vila, charmosa, pitoresca, harmonizada pela simpatia e hospitalidade de seus moradores. Foi nessa localidade, entre os anos de 1731 e 1735, que nasceu Chica da Silva, escrava e mulher do Contratador de Diamantes João Fernandes de Oliveira. (na foto acima de Raul Moura, a Igreja do Rosário, um dos cartões postais de Minas Gerais)
          Milho Verde possui cachoeiras paradisíacas e paisagens encantadoras, bem como seu belo casario e suas belas igrejas como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres (na foto acima, de Raul Moura), onde Chica da Silva teria sido batizada. (na foto abaixo de Norma Bittencourt, a Cachoeira do Moinho)
Monjolos
          Também chamado de Pedro Lessa, o distrito de Monjolos, como é mais conhecido, é um pacato vilarejo, com todos os detalhes da simplicidade e tradição das pequenas vilas mineiras. Se destaca entre os distritos serranos por suas belas cachoeiras entre elas, a Carioca, Moinho de Esteira, Cascata do Carioca, Cachoeira do Pimenta e Lajeado que fica no povoado de Boa Vista de Lajes. Pinturas rupestres podem ser vistas em um sítio arqueológico, além da singular Pedra Montada, uma escultura natural, muito procurada pelos turistas.
São Gonçalo do Rio das Pedras
          Lembra mais um presépio por sua paz e tranquilidade que transmite. Rico em história e preservando festejos religiosos tradicionais que atraem sempre visitantes, o distrito é o recanto do sossego. Seu casario tem traços coloniais, bem preservados e suas belezas naturais, como várias cachoeiras, são de tirar o fôlego. (foto acima de Raul Moura) 
Mato Grosso
          A Vila Deputado Augusto Clementino, popular Mato Grosso, é um local de peregrinação e fé.(foto acima de Thelmo Lins)  A vila com sua igreja, praça e casario tem as características típicas das tradicionais vilas mineiras. Mas não tem moradores. As dezenas de casas do distrito ficam fechadas durante quase todo o ano. O casario só volta a ser ocupado no mês de julho, durante o Jubileu de Nossa Senhora das Dores, um dos mais tradicionais eventos religiosos da região. Em abril acontece na Vila a Festa do Padroeiro, na Capela de São Sebastião e em setembro, a tradicional Festa de Nossa Senhora do Rosário.
Três Barras da Estrada Real
          Seu casario colonial se destaca pela simplicidade e seu povo pela simpatia e hospitalidade. As belezas naturais do distrito, em conjunto com sua a calma e beleza arquitetônica é o lugar ideal para quem busca paz, sossego e qualidade de vida num só lugar. (foto acima de Raul Moura)
Capivari
          É um dos mais visitados distritos serranos. É em Capivari que está uma das mais belas cachoeiras de Minas, a Cachoeira do Tempo Perdido. É a porta de entrada para o Pico do Itambé, Parque Estadual criado em 1998, mais conhecido como o “teto do sertão mineiro”. Subindo até o topo do pico, são 2.002 metros. A beleza é impressionante! (foto acima e abaixo de Tiago Geisler)
          Um dos destaques de Capivari são as flores e seus coletores, o que garante o sustento de muitas famílias, sendo também um dos atrativos para os turistas que visitam Capivari. Além disso, a charmosa vila tem um belo e simples casario, com um povo carismático, bem simples e trabalhador. Dão valor enorme ao trabalho que fazem com a coleta de flores e seu artesanato, além de preservarem sua fé e tradições religiosas.
          O Serro te espera para uma visita. Na cidade o visitante pode contratar os serviços de guias especializados para poder conhecer melhor e aproveitar mais as belezas arquitetônicas, culturais, naturais e gastronômicas serrana. Caso queira mais informações, o telefone da Secretaria de Cultura e Turismo do Serro MG é (38) 3541-2754. (Fotografia acima de Tiago Geisler e abaixo de Nacip Gômez)
Como chegar ao Serro
Acessos MG-010, BR259, BR381, BR120
Horários de Ônibus de Belo Horizonte ao Serro:
- Via Curvelo - Diários, às 7 h; - Às sextas-feiras, às 7 e às 22:15 h; tempo de viagem: 6 h; Viação Serro.
- Via Serra do Cipó - Diários, às 6 e às 15 h; tempo de viagem: 6 h; Viação Serro.
- Serro-BH: Via Curvelo - Diários, às 15 h; - Aos domingos, às 13,20 e às 17 h; tempo de viagem: 6 h; Viação Serro.
- Via Serra do Cipó - Diários, às 6:15 h e 9,30 h; - De 2.ª a 6.ª, às 16 h;
- Diários, vindo de Rio Vermelho, por volta de 8 h; tempo de viagem: 6 h; Viação Serro. 
Mais informações de ônibus
- Rodoviária BH - ( 31 ) 3271-3000.
- Rodoviária Serro - ( 38 ) 3541-1366.
- Viação Serro - ( 31 ) 3201-9662 (rodoviária BH); ( 31 ) 3422-6690 (empresa BH).
- Saritur - ( 33 ) 3421-1196 (rodoviária de Guanhães); (31) 3479-4300 (empresa BH); ( 31 ) 3272-8525 (rodoviária de BH).
- Empresa São Geraldo - Tel: ( 38 ) 3531-3840 (Diamantina).

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