(Por Arnaldo Silva) Nas primeiras décadas do século XVIII, no auge do Ciclo do Ouro, construções imponentes começaram a ser erguida no Morro de Santa Quitéria, como o Palácio dos Governadores, residência oficial dos governantes da Capitania da Província de Minas Gerais, já funcionando para este fim desde 1748.
A partir da construção desse palácio no local, novas construções começaram a surgir e a aumentar consideravelmente, tendo como centro uma praça, chamada até o final do século XIX de Praça da Independência. Essas construções se expandiram com abertura de ruas próximas a praça, formando o conjunto arquitetônico de Ouro Preto, hoje, digamos a “sala de visitas” para quem chega à cidade.
Em 21 de abril de 1894, o povo ouro-pretano e as autoridades mineiras da época, presenciaram a instalação da estátua em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, o Mártir da Inconfidência Mineira. O momento da inauguração da estátua foi registrado na tela da artista plástica francesa Emile Rolde (Avignon, França, 1848 – Santos/SP, 1908) que chegou ao Brasil em 1880, se estabelecendo em Santos/SP. A imagem acima registra o momento da inauguração da estátua de Tiradentes na visão da artista. A praça que antes se chamava Praça da Independência teve o nome alterado para Praça Tiradentes, por decreto oficial na época. A estátua foi feita pelo artista plástico italiano Virgílio Cestari, usando bronze vindo da Argentina e base de granito, vindo do Rio de Janeiro.
Quando da execução de Tiradentes, em 1792 no Rio de Janeiro, seu corpo foi decapitado e espalhado em trechos da Estrada Real, numa clara tentativa de intimidação a qualquer tentativa de levante contra a Coroa Portuguesa.
Na época, as cabeças pensantes do movimento contra a Coroa Portuguesa estavam em Ouro Preto, entre eles o mais notável, Joaquim José da Silva Xavier. Não foi por acaso que a cabeça de Tiradentes foi enviada à cidade e pendurada num poste, justamente na chamada Praça da Independência. A estátua em homenagem a Tiradentes foi colocada onde estava o poste com a cabeça do Mártir pendurada.
Na época, as cabeças pensantes do movimento contra a Coroa Portuguesa estavam em Ouro Preto, entre eles o mais notável, Joaquim José da Silva Xavier. Não foi por acaso que a cabeça de Tiradentes foi enviada à cidade e pendurada num poste, justamente na chamada Praça da Independência. A estátua em homenagem a Tiradentes foi colocada onde estava o poste com a cabeça do Mártir pendurada.
Quem chega a Ouro Preto vê logo a imponente estátua de bronze, de frente para o Museu da Inconfidência e de costas para quem chega. Essa posição da estátua não foi nenhum acaso. Foi pensada em honra a luta e memória de Tiradentes. (foto acima de Ane Souz)
Onde hoje é o Museu da Mineralogia, era no tempo de Tiradentes, o Palácio dos Governadores, suntuosa construção que serviu a todos os governantes da capitania e província de Minas Gerais até 1898, quando a capital de Minas passou a ser Belo Horizonte. Por isso que a estátua do Alferes foi colocada de costas para o imponente prédio da residência oficial do Governador, representante da Coroa Portuguesa e do Império.
Hoje a Praça Tiradentes continua como no passado, sendo palco das mais importantes manifestações políticas e culturais da cidade, bem como de Minas Gerais. É uma das mais importantes praças do Brasil, pela sua importância histórica e beleza de seu conjunto arquitetônico.
Hoje a Praça Tiradentes continua como no passado, sendo palco das mais importantes manifestações políticas e culturais da cidade, bem como de Minas Gerais. É uma das mais importantes praças do Brasil, pela sua importância histórica e beleza de seu conjunto arquitetônico.