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segunda-feira, 9 de abril de 2018

A cidade de pedras, a Igreja e o maior presépio do mundo

(Por Arnaldo Silva) Grão Mogol é a genuína e autêntica raiz do sertão mineiro. Suas ruas e construções em pedras, em destaque para a Igreja de Santo Antônio, é a mais pura originalidade da cultura, arquitetura e riqueza patrimonial de Minas Gerais. (fotografia acima de Anderson Sá/@meuolhar.andersonsa).
           Tem origens em um povoado formado no início do século XIX, posteriormente elevado a distrito em em 1840, ano oficial da fundação da cidade. Grão Mogol guarda em sua história preservada no seu seu centro histórico, com suas ruas e casarios em estilo colonial, todos em pedra, tombados pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural de Minas Gerais (Conep). A cidade possui também um presépio tamanho natural, muito visitado por turistas nas proximidades do natal. O município tem cerca de 14 mil habitantes, está a 829 metros de altitude e a 556 km de Belo Horizonte, 1.080 km do Rio de Janeiro, 1.215 km de São Paulo, 930 km de Brasília, 940 km de Vitória e 879 km de Salvador (fotografia acima de Tharlys Fabrício).
          É uma das mais importantes cidades do Norte de Minas. Faz divisa com os municípios de Riacho dos Machados, Francisco Sá, Itacambira, Botumirim, Cristália, Berilo, Virgem da Lapa, Josenópolis, Padre Carvalho, Fruta de Leite, Rio Pardo de Minas, Juramento. (fotografia acima de Allan Chaves dos fundos da Matriz)
O presépio natural Mãos de Deus     
          Além da sua arquitetura, em pedras sobre pedras, uma outra construção, também em pedras, chama a atenção, do mundo. É o presépio Natural Mãos de Deus, inaugurado em 2011, ocupando uma área de 3,6 mil metros quadrados, numa região alta, na área central de Grão Mogol, permitindo uma bela vista da cidade, seu casario de pedras, a Praia do Vau, no Rio Itacambirassu, com sua areia branquíssima e a Serra do Espinhaço. A obra foi construída pelo empresário grão-mogolense, Lúcio Bemquer, ex-presidente da Associação Comercial de Minas (fotografia acima de Anderson Sá/@meuolhar.andersonsa). 
          Inspirado na crença e devoção do povo brasileiro, foi esculpido em pedras, aproveitando as rochas e condições propícias para fazer e colocar as obras de arte. (fotografia acima de Thelmo Lins) As obras, encenam o nascimento do Menino Jesus, com todos os personagens da passagem bíblica, representados em tamanho original, tendo ainda no local, um espaço para oração e reflexão. É atualmente o maior presépio a céu aberto do mundo. O local é é bem sinalizado, com rampas, parapeitos e iluminação noturna e fica aberto todos os dias, para visitação, de 8 às 22 horas.
          O escultor Antônio Silva Reis, de Contagem, esculpiu os personagens da Sagrada Família (José, Maria e o Menino Jesus), o burrinho, o boi, carneiro e o galo, usando cimento e ferro. Já os três reis magos, Melquíades, Belchior e Baltazar, além de uma estátua de São Francisco de Assis, santo que criou o primeiro presépio, no mundo, em 1223, se tornando tradição, desde então, foram esculpidos pelo artista plástico Edson Novais, de Ouro Preto MG.  
          Todas as obras tem tamanho natural e cada peça, pesa em média 700 quilos. (fotografia acima de Tharlys Fabrício e abaixo de Anderson Sá)
       Lugar encantador, que leva o visitante a reflexão, oração e transmite um sentimento de paz e energia muito grande, que saem das profundezas da terra, sentida pelos milhares de visitantes que vem à cidade conhecer uma das mais belas obras da religiosidade moderna, no mundo. O presépio de Grão Mogol é único no mundo, não tem outro igual.
Breve história
          A partir de 1710, bandeirantes e aventureiros começaram a chegar na Serra do Espinhaço devido a descoberta de diamantes, num local denominado Arraial do Tejuco, onde é hoje o município de Diamantina. (na foto abaixo de Thelmo Lins, rua tradicional e típica de Grão Mogol)
           A descoberta gerou a procura por diamantes em terras ao longo do entorno do recém formado Arraial do Tejuco. No final do século XVIII descobriram diamantes ao longo do Rio Itacambiraçu e na Serra de Santo Antônio, onde foram encontrados diamantes nas rochas, sendo caso único no mundo. A partir de então, um pequeno arraial começou a se formar, denominado de Santo Antônio do Itacambiruçu, que hoje é a cidade de Grão Mogol.
Origem do nome
          A origem do nome Grão Mogol não é exata. Uma versão diz que vem do nome de um diamante descoberto na Índia em 1550, que pesava 793 quilates denominado Grão Mogol. Na região do Espinhaço foram encontrados alguns diamantes semelhantes em quilates, por isso a associação ao nome. (na foto acima do Thelmo Lins, a Capela do Rosário e na foto abaixo também de Thelmo Lins, local de extração de diamantes, ainda em funcionamento)
          Outra versão sugere que o nome tenha originado no amargo sofrimento gerado por conflitos pela disputa de diamantes, ocasionando grandes desordens sociais e assassinatos, o que provocava grande amargor nas pessoas do povoado. 
          Já naquela época, o mineiro tinha o hábito de reduzir as palavras, como ainda hoje. Não falavam "grande amargor" e sim "granmargor", "grãomargó" e por fim, corrigindo a pronuncia, a denominação passou a ser Grão Mogol. (na foto acima de Manoel Freitas, a lateral da Igreja de Santo Antônio)
De povoado à cidade
          Em 1840 o povoado foi elevado a distrito, subordinado a Montes Claros MG. Em 1849 foi elevado a Vila e finalmente, reconhecida como cidade em 1858. A data oficial do aniversário de Grão Mogol é 23 de março de 1840. 
          A  marca da presença dos colonizadores era a edificação de uma cruz e construção de uma capela, em homenagem aos seus santos. Os portugueses que vieram para Grão Mogol, bem como seus descendentes, veneravam muito Santo Antônio, um frade franciscano nascido em Lisboa que viveu boa parte de sua vida em Pádua, na Itália. (na foto acima do Tharlys Fabrício, a Igreja de pedras dedicada a Santo Antônio)
A Igreja de pedras
          Na região já existia uma cadeia montanhosa com o nome de Santo Antônio e resolveram construir uma igreja em sua homenagem. Começaram a construção da igreja, no então distrito com apoio do Barão de Grão Mogol, que cedeu o terreno e escravos para a construção.
 (fotografia acima de Anderson Sá)    
          A ideia era que a igreja fosse construída somente com rochas, que são abundantes na região. A partir da construção da igreja, em pedras, os moradores começaram a construir suas casas também com pedras, sendo até hoje uma das características arquitetônicas da cidade, além de ser um material bem fácil de encontrar na região. Não só as casas são em pedras. As pedras estão presentes nos muros, ruas e praças. (foto acima de Thelmo Lins e abaixo de Tharlys Fabrício, o interior da Igreja de Santo Antônio)
A fachada da Igreja foi construída em estilo eclético. Mesmo sendo feita de pedras, diferente das construções em barro e pau-a-pique da época, o interior da igreja seguiu os padrões do estilo da época, ou seja, o barroco. Na época as igrejas sempre tinham um altar principal todo ornado em madeira e ouro, com a imagem central do padroeiro e dois altares laterais, com diversos pequenos oratórios, dedicados aos santos e imagens de anjos adornando toda a igreja. Todos ornados em madeira, como também o piso, os bancos, confessionários, etc. (na foto abaixo do Manoel Freitas, detalhes da fachada da Matriz de Santo Antônio)
          No caso dessa igreja, a originalidade da cor bruta das rochas e a beleza nobre da madeira, dá um contraste com ares de paz e sossego. (na foto abaixo de Lucas Alves, vista parcial de Grão Mogol)
          É uma das mais belas igrejas de Minas Gerais, um rico patrimônio de Grão Mogol e do povo mineiro.

domingo, 8 de abril de 2018

10 refrescantes cachoeiras do Triângulo Mineiro

(Por Arnaldo Silva) A Região do Triângulo Mineiro é dotada de rara beleza. Paisagens, rios e cachoeiras de tirar o fôlego, muitas dessas ideais para sossego e passeio em família e outras, para quem gosta de agitação e esportes radicais. Todas as cidades do Triângulo Mineiro tem cachoeiras, lagoas, paisagens e cursos d´água, mas vamos destacar aqui apenas 10, nas fotos do Eudes Cerrado, nosso colaborador de Uberlândia MG, (na foto acima a Cachoeira das Irmãs em Araguari MG)
01 Complexo do Azulinho em Sacramento
            Azulinho é um complexo formado por 4 cachoeiras e poços favoráveis a banhos. Fica próximo a portaria da Serra da Canastra, entrada por Sacramento MG. O entorno do complexo é formado por paisagens de mata nativa, bem preservados. 
          É um lugar onde o visitante poderá aproveitar as belezas da natureza, descansar e curtir ás águas do local. Mas o visitante tem que ficar atento às surpresas da natureza. Entre janeiro e fevereiro costuma acontecer trombas d´águas. Fique atentos a tempos chuvosos, melhor não arriscar.
02 - Cachoeira do Sucupira em Uberlândia
          A Cachoeira do Sucupira está localizada a 17 km do centro de Uberlândia, na zona rural, sentido Leste, entre as rodovias BR- 050 e BR- 452. Possui queda d´água de 15,00 metros e com um paredão de 25 a 30 metros de largura. Suas águas são claras e sem poluição, servindo como ponto turístico e local de lazer para a população de Uberlândia. A 600 metros depois da Cachoeira do Sucupira, tem a famosa Cachoeira dos Namorados. Você pode ir à pé até a cachoeira e se sentirá recompensado. Tem 21 metros de queda que forma um poço com água convidativa a um bom banho, principalmente depois de uma caminhada.
03 - Cachoeira das Irmãs em Araguari
          A Cachoeira das Irmãs, também chamada de Cachoeira das Freiras, fica em Araguari, no Triângulo Mineiro e distante 36 km da vizinha Uberlândia. É de fácil acesso e uma das cachoeiras mais famosas da região. O local pertence ao Instituto Savério Pestanha onde se localiza o Conventos de Freiras de Araguari. Dai o nome da cachoeira. A cachoeira é formada pelas águas do ribeirão Bom Jardim que despencam de 42 metros de altura em grande volume, formando um poço em redor. Araguari é um município privilegiado por belas paisagem, principalmente lindas cachoeiras.
04 - Cachoeira da Fumaça em Nova Ponte
          A cachoeira do Rio Claro, popularmente chamada de Cachoeira da Fumaça, fica em Nova Ponte a 60 km do centro de Uberlândia-MG e 72 km de Uberaba-MG no Triângulo Mineiro. São 43 metros de altura e é considerada a maior vazão de águas do Triângulo Mineiro.
05 - Nascentes Gerais em Sacramento
          É uma das mais belas cachoeiras do Triângulo Mineiro, bastante procurada por turistas. São 83 metros de queda que formam cerca de 28 piscinas naturais no entorno. O local possui próximo uma boa estrutura com chalés, restaurante e lanchonete e um ótimo café da manhã, deixa os visitantes mais encantados ainda com o lugar.
06 - Cachoeira Mandaguari em Indianópolis
          Fica em Indianópolis MG, Distante 51 km de Uberlândia, a Cachoeira do Mandaguari tem 25 metros de queda, que forma um lindo poço. O local é de difícil acesso e exige um bom preparo físico de quem quer desfrutar dessa beleza.
07 - Cachoeira do Rio Bonito em Tupaciguara
          São 90 metros de queda que impressiona quem frequenta o local. É uma das mais altas do Triângulo Mineiro. Fica a 80 km do Centro de Uberlândia. Para se chegar a parte alta é mais fácil, na parte baixa é mais difícil, principalmente em dias de chuva. Para chegar até o local, pegue como referência o trevo de Tupaciguara. De lá, pegue a rodovia para Araguari que fica a uns 8 km dessa cidade. A cachoeira fica próxima a rodovia. É fácil de achar o lugar.
08 - Cachoeira da Ponte Alta em Uberaba
          Essa cachoeira é de grande porte, encanta e atrai gente de toda a região. É muito procurada por escoteiros, ciclistas, amantes da natureza e para a prática de esportes radicais como o rapel. 
09 -  Cachoeira dos Costas em Tupaciguara
          Essa cachoeira fica em Tupaciguara, a 89 km de Uberlândia e uma das mais belas da região. É muito procurada para fazer trilhas, passeios e banhos. Devido a seus 125 metros de queda livre, praticantes de rapel são vistos constantemente em atividades, na cachoeira, sendo considerada uma das melhores cachoeiras de Minas para a prática dessa modalidade.
10 - Cachoeira do Mirandinha e do Mirandão 
          Em Indianópolis MG a 45 km de Uberlândia, próximo a Patrocínio, pela BR-365 você encontra duas fantásticas cachoeiras, pertinho da Usina Hidrelétrica de Miranda. A do Mirandinha e a do Mirandão, conhecida também por Cachoeira dos Macacos. A Cachoeira do Mirandinha, da foto acima, tem 25 metros de queda e é de fácil acesso. 
          Já a do Mirandão ou Macacos na foto acima, é maior, tem 70 metros de queda e impressiona. O acesso é fácil e é uma ótima dica para os amantes do ecoturismo e praticantes de rapel.
Reportagem de Arnaldo Silva com fotografias de Eudes Cerrado

História de infância com manga, banana e leite

(Por Maria Mineira) Uma das crendices mais conhecidas é a da manga! Acreditava-se que ela fazia mal se ingerida com determinados alimentos. Em algumas regiões é manga com leite que faz mal, em outras é manga com banana que mata.
          Durante toda a minha infância eu tive mãe e avós vigiando a mim e aos irmãos, para não comermos a mistura fatal: manga com Banana leite!
          Eu era encarregada de tomar conta dos irmãos mais novos e um dia, puxava meu irmão caçula numa carrocinha de madeira pelos arredores do sítio. Confesso que o fazia em alta velocidade e o pequeno gostava muito! Infelizmente, numa manhã, houve um pequeno acidente. Na pressa, o deixei cair e rolar ladeira abaixo. O terror das mães daquele tempo era o filho “beber o fôlego”, e o danado do menino bebeu! Se engasgou com o choro e quase morreu sufocado.
          Com varinha de marmelo, levei um doloroso corretivo e fui para o quarto escuro do castigo. Me senti injustiçada e planejei a vingança. Friamente fiz todos os cálculos, pensando:
          — Ocêis vai vê... Vô morre aos nove anos e toda famia vai ficá cum tanto, mas tanto pesar e remorso por ter batido e colocado de castigo uma pessoa tão boa!
          Ao receber a ordem para sair do castigo e voltar a pajear o irmão, eu não fui. Me dirigi à despensa, peguei duas bananas prata e comi. Passei na cozinha e tomei um pouco do leite que vi em cima do fogão.
          Como se preparada para um ritual, fui para o fundo do pomar e subi na mangueira mais alta. Estava mesmo decidida a “morrer”! Então, apanhei duas mangas bem doces e maduras e as devorei calmamente. Sem saber o tempo que a morte demoraria para chegar, me acomodei num galho.
          Aos nove anos, nem me lembro se tinha noção do que era morte, mas fiquei lá pelejando para morrer. Passou mais de uma hora, eu ainda vivia. Resolvi mudar de galho, o que eu estava era muito alto, poderia me machucar ao cair mortinha no chão.
          Vi a primaiada brincando lá embaixo. Eles me chamavam:
          — Mariinha larga mão de sê besta, sô! Dêxa pá morrê otro dia...Amanhã é domingo, dia de banho no rio. Desce daí, bamu brincá de pique pega!
          Eu desci e fui brincar. E a partir desse dia, descobri que manga e leite, juntamente com bananas só matam a fome!
          Ê tempinho bão!

Texto de autoria de Maria Mineira de São Roque de Minas com  fotografia de Arnaldo Silva

O Bicame de Pedra de Catas Altas

(Por Arnaldo Silva) Construído por escravos, o Bicame de Pedra foi um aqueduto construído em 1792 com o objetivo de captar água da Serra do Caraça e levá-la até o povoado de Brumado, onde o ouro era extraído das minas da localidade. A água era para lavar o ouro após a extração. 
          É formado por uma muralha de pedra seca com 5,10 metros de altura na parte mais alta, com 12 km de extensão. 
          Fica a 12 km de Catas Altas, com estrada de terra bem conservada. Catas Altas distante 121 km de Belo Horizonte. 
          De sua construção original, restam apenas 200 metros hoje. 
          É um dos lugares mais visitados de Catas Altas, eleito uma das 21 maravilhas da Estrada Real. 
          Uma escadaria na lateral  do aqueduto dá acesso à parte superior da obra possibilidade uma boa visão do Bicame. (na foto acima do Vinícius Barnabé/@viníciusbarnabe, mostra o que restou da Bicame de Pedras, de Caltas Altas MG)

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Fogão a lenha móvel: simples e fácil de fazer

(Arnaldo Silva) A ideia é desenvolver um fogão a lenha que possa ser levado para vários lugares, como por exemplo, camping. Nesse modelo criado pelo Marlon Arantes de Aiuruoca MG, no Sul de Minas, usamos um pé de máquina de costura antiga, mas pode usar como base pés de mesa de ferro ou outra base que tiver. Sendo de ferro melhor porque é mais resistente. É uma ótima opção para quem gosta de viajar com a família e amigos já que pode ser levado aonde for, ainda mais agora com a chegada do inverno, imagina você podendo levar o fogão para um acampamento. Além de uma boa comida que fará, vai esquentar o ambiente.
Materiais que precisará:
Tijolos de barro
Barro
Água
Açúcar (sim, açúcar, ela evita que o barro rache. Use uma mão cheia)
Chapa de fogão (você encontra em lojas de produtos rurais)
Uma manilha - que será a chaminé
Placas de muro (aqueles muros pré fabricados)
(ferramentas de pedreiro como colher, carrinho de mão, régua)
Agora mãos à obra. Vamos fazer o fogão!
Faça a massa misturando o barro e o açúcar com água.
Veja as fotos ao lado e abaixo e siga os passos
1 - Coloque sobre os pés da máquina a placa de muro.
2 - Pegue os tijolões e faça da forma que vê nas imagens. 
Coloque a massa sobre a placa, onde colocará os tijolões. 
Na parte mais estreita do fogão e 2 tijolões nas partes laterais.
Isso porque usamos uma chapa com apenas duas bocas. 
Se preferir um chapa maior, use de três bocas, dá para colocar mais panelas né? 
3 - Coloque sobre os tijolos a chapa e uma pequena placa de muro com um furo no centro para encaixar a manilha (chaminé)
4 - Coloque refratários (ou cerâmica) na base da placa para evitar que pegue muito calor e para cozinhar melhor.
5 - Coloque a manilha, bem encaixada e em seguida, com uma esponja umedecida, passe na parte com barro para que fique bem lisa. (se quiser, pode usar também vermelhão ou amarelão em pó, dá um visual mais bonito)
          Prontinho o fogão. Você pode até assar o saudoso bolo de fubá assado na brasa. Só colocar uma chapa por cima da panela com brasa e assar. Fica delicioso!
          Fácil de fazer não é? Então, mãos à obra. Se alguém tiver alguma dúvida, pode ligar para o Marlon Arantes, pelo watsapp: 35 999831601

quinta-feira, 5 de abril de 2018

A tronqueira, o mata-burro e o passador

(Por Arnaldo Silva) Quando eu era menino, vinha muito pra roça. Era minha diversão. Chegava as férias, ficava lá o tempo todo. Da cidade pra roça tinha um ônibus, bem velho, uma jardineira. Levavam de tudo lá. Roupas, comida, cachorro, até porco, mas era divertido.
          A gente apeava na beira da estrada e seguia caminho a pé. Os caminhos eram pequenas trilhas e a gente passava em várias propriedades, divididas por cercas e tinha sempre um passador para passar de um pasto para outro.
          Passador era uma pequena passagem, de 50 uns centímetros de largura mais ou menos, em curva. Isso impedia o gado de passar para outro pasto, tinha que ser estreito assim, porque bezerro podia passar com facilidade. O passador era feito com troncos de madeira e arame farpado. Já rasguei roupa demais nesses passadores. Só podia passar um de cada vez. Meu avô brincava dizendo que é "passa um", se passar dois, não vai, entala todo mundo.
          Quando a gente pegava a estrada sempre tinha mata-burros. Tinha uma mata-burro e de um lado uma porteira. A porteira era para passagem de charretes e o mata-burro dos caminhões de leite e outros carros. Foram feitos exatamente para evitar o tempo gasto do motorista do caminhão de sair, abrir a porteira, passar com o caminhão e voltar para fechar. Com o mata burro isso não era necessário.
          Faziam um buraco no chão e colocavam a armação em concreto ou ferro, com várias fendas. Boi, vaca e cavalos são muito medrosos, tem medo de buracos e não se atreviam a passar para o outro lado. Nunca fazem isso. Se por um acidente caírem no mata-burro, machucariam muito, as patas ficariam presas e se não tiverem socorro rápido, morrem. Mas porque o nome mata-burro?
          Meu avô dizia que um burro caiu num desses e morreu. O mata-burro era sobre um córrego e como não tinha socorro, as casas de roça eram distantes uma da outra, o animal acabou morrendo. Dai o nome. Se tivesse caído um boi, seria mata-boi. Se fosse uma vaca, mata-vaca. Um cavalo, mata-cavalo. Mas quem morreu primeiro por causa dessa ideia foi um burro e ficou então, mata-burro.
          É raro um animal cair num mata-burro, justamente pelo medo deles de buracos. Mas já vi também muito motorista ruim mesmo cair no mata-burro, não foi pouco não. Mas a gente seguia o caminho. Chegando na fazenda, tinha uma porteira enorme, de madeira bruta, mas entre uma pasto e outro, tronqueiras.
          Ô trem ruim é tronqueira viu. Só quem já tentou abriu ou fechar esse troço, sabe o quanto é ruim. Trata-se de troncos com arame farpado pregados e presos a um tronco maior. Eram bem esticados e ficavam apertados. Tinha que prender em baixo e em cima e dava trabalho e machucava às vezes. Já prendi dedo, já cortei a mão com o arame. Para tirar a argola que prendia o tronco era difícil, pra fechar mais ainda.
          Por que tronqueira? Era uma economia. Fazer porteira, toda em madeira, era trabalhoso e caro, as tronqueiras são mais em conta. Tinha também os colchetes, que é o mesmo que tronqueira mas menor, para passagem de pessoas apenas, entrada em hortas, no cercado em volta das casas. 

          Gostando ou não, as tronqueiras e colchetes são realidades na roça, justamente por serem baratas, em relação a porteiras. Mas ô trem danado de ruim para abrir e fechar viu!  Quando eu ando a pé na roça, prefiro pular a cerca que abrir tronqueiras.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

A Matriz de Formiga e o Órgão de Tubos

(Por Geisiane Cristina e Tadeu Alencar) A Igreja Matriz de São Vicente Férrer é uma obra do séc. XVIII que encanta todos que passam pelo município de Formiga MG. Sua construção teve início no ano de 1749, e foi a Primeira Capela do município de Formiga, sendo um marco para o desenvolvimento do arraial que ali se localizava. Em 1765, foi concluída a primeira fase de sua construção. A até então Capela de São Vicente Férrer só se tornou igreja em 1839, porém foi inaugurada 34 anos mais tarde, no ano de 1873,quando foi feita uma ampliação, construindo o altar-mor, onde está localizada a imagem do padroeiro São Vicente Férrer. 
            Sua construção é de adobe, toras de aroeira e o alicerce em grandes blocos de pedra. O seu estilo arquitetônico sofreu influências dos períodos Barroco e Rococó. A sua construção foi na transição destes períodos. 
          Entalhes e pinturas originais de seus altares foram trabalhos do artista veneziano Ângelo Pagnaco, que foi auxiliado por artistas e artesãos do município na década de 1920. 
          Além dos traços, contornos e afrescos, marcantes do estilo barroco, a Igreja Matriz São Vicente Férrer guarda outro tesouro cultural. A raridade é um órgão que possuí 952 tubos e é o um dos maiores do Brasil. 
          Através da Lei Municipal 3327, de 2002, o órgão foi instituído patrimônio histórico de Formiga e em abril de 2004 foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). 
O Órgão de Tubos
          O órgão da Matriz foi inaugurado em 1937 pelo Vigário, Padre Remaclo Foxius, juntamente com o Professor Franz Stangelberger, austríaco radicado em Formiga, e sabidamente sobrinho do grande Franz Schubert, que também foram seus primeiros “tangedores”.
          Os construtores foram os alemães Carlos Moehrle e Gustav Weissenrider, da prestigiada fábrica de órgãos Walker, na Alemanha que, no Brasil fixaram-se em Jundiaí/SP e construíram órgãos para São Paulo, Rio de Janeiro, Petrópolis e mais.
          Seguramente era o maior instrumento de Minas Gerais, ao tempo em que foi construído, e dos maiores do País. Até hoje impressiona pela qualidade da sua sonoridade e da construção; e não faz mal se deixou de se incluir dentre os maiores do país, o órgão da Matriz tem uma beleza e um som que é só dele. 

A Praça da Matriz
          Além do órgão o complexo da Igreja Matriz de São Vicente Férrer conta com uma praça com área de 5.019 m2, projetada pelos arquitetos Alexandre Brasil, Carlos Alberto Maciel, com a colaboração de André Luiz Prado e que já recebeu prêmios como o 1o lugar-concurso nacional Prêmio ex-aequo 4a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo – 1999. 
          O desenho Praça São Vicente Férrer toma como ponto de partida os principais elementos pré-existentes – a generosa arborização perimetral de paus-ferros, a Igreja e a linearidade das duas pequenas praças atrás dela – para definir as principais intervenções que estruturam o lugar: O eixo que recupera a importância do átrio da Igreja; a esplanada circular para eventos na área central da praça; os patamares sob a sombra das árvores, ampliando o uso e a presença humana cotidiana através do redesenho de sua topografia.
Autores: Geisiane Cristina/ Thadeu Alencar
Fotos enviadas por Thadeu Alencar
Fontes: ARQUITETOS ASSOCIADOS. PARÓQUIA SÃO VICENTE FÉRRER, PREFEITURA MUNICIPAL DE FORMIGA.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Um relato sobre Minas

Santuário do Caraça
Não preciso ir aos Estates para ouvir "where are you from?", se aqui existe o "Donde cê é?"
Aqui existe o: "Come mais um tiquim", "logo ali" "quele negócio" "apia aqui pra dentro"
Milho Verde
Para quem gosta de gelo, existe as águas de IBITIPOCA e MONTE VERDE. Para quem gosta de patrimônio Histórico, tem DIAMANTINA , TIRADENTES. A charmosa LAVRAS NOVAS e a mística SAO TOMÉ DAS LETRAS
Lapinha da Serra
E na culinária? Tem o pão de queijo a Lá café. O tal " COuuVE com âNGO" que os Italianos tentavam decifrar em OURO PRETO. E o docê de leite ( vai me desculpar os Argentinos, mas não se compara ao nosso).
Santuário do Caraça
São inumeras cachoeiras e montanhas que se perdem no horizonte,
São inumeros os abraços e um 'fica mais um tiquim sô, vou passar mais cafezim"

São inúmeros os sorrisos recebidos pelas estradas.

A hospitalidade aqui é "mato" , tá inserida no ser de cada Mineiro. São como o Chapéu e o cigarro de paia, "não faia."

Mas dizer que Minas é só isso? Longe de mim.
Aqui tem a História, tem mato, tem cachoeira , tem sorriso e tem BEOZONTE.

Tem urbano e o caipira , tem a cidade e tem o campo. Tem balada e tem fogueira e tem o trem.
O trem , ahhh o trem,esse tem em todo o estado!

Então caro viajante, caso opte vir por essas bandas das Gerais traga na mochila um sorriso e disposição, aqui encontrará Inúmeros sorrisos espalhados pelos horizontes que corta todo o Estado. (foto acima na Serra da Canastra)

E por mais grande que seja o velho Chico, ainda assim, é pequeno comparado aos corações Mineiros.
Artigo e fotografias de  Suelen Rezende  

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