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domingo, 28 de março de 2021

Vinhos e uvas: dos vinhedos para nossa mesa

(Por Arnaldo Silva) Vinho é uma das mais antigas bebidas do mundo. A videira e seu fruto, a uva, é originária da Ásia. Ao longo de milênios, as videiras foram se expandindo para todas as regiões do mundo. É citada na Bíblia, desde o primeiro, ao último livro, bem como o suco de uva e o vinho. Estudos indicam a produção de vinhos na antiga Armênia, há 4 mil anos a.C, bem como, no Egito antigo, sem, contudo, haver uma data e local, precisos do surgimento da bebida.
          Bebida alcóolica originária da fermentação do mosto da uva, é largamente produzida em todo o mundo e uma das bebidas mais consumidas, presente nas mesas, eventos sociais, encontros românticos e em cerimônias religiosas. (fotografia acima da Vinícola Casa Geraldo em Andradas MG, fotografada por Luís Leite)
          Além da socialização e simbologia da bebida, o vinho, bebido de forma moderada, um cálice por dia, é benéfico para a saúde humana. Ajuda na prevenção do diabetes e na proteção do coração. Auxilia também na prevenção de doenças, como depressão e o Alzheimer, contribui também para melhora da saúde da pele. Com esses benefícios, ajuda a aumentar a longevidade.
          Da uva origina-se vários tipos de vinhos. Os principais são os vinhos tinto, branco, rosé, vinho de sobremesa, espumantes e os fortificados, que são os vinhos que tem adição de algum tipo de destilados. (na foto acima do Erasmo Pereira/Epamig, uma das variedades de uvas mais usadas na produção de vinhos finos, a Syrah)
          Cada tipo de vinho pode apresentar variações na cor e doçura, podendo ser suave, seco e meio seco. Pela legislação brasileira atual, o vinho seco pode ter até 4 gramas de glicose por litro. O vinho suave, a partir de 25 gramas, em sua composição. 
          Existe ainda o vinho meio seco, que diferente do que parece, tem índice de açúcar bem elevado, variando de 4 a 25 gramas de glicose em sua composição. 
          O nível de teor alcóolico, bem como de açúcar nos vinhos, seja vinhos nacionais ou importados, devem constar nos rótulos, de acordo com a legislação brasileira.
Definição e tipos de vinhos
          Vinho vem de videira, planta que produz a uva. Não existe vinho, sem ser o feito com a uva. Bebidas alcóolicas feitas com outras frutas como jabuticaba, jamelão, laranja, pera, maçã, amora e outras frutas, não são vinhos e sim fermentados. Inclusive, essa questão é bem clara no mundo e no Brasil, é até lei.
          A Lei N 7.678 de 8/11/1988, que dispõe sobre a produção, circulação e comercialização do vinho e derivados da uva e do vinho, e dá outras providências como os tipos de vinhos, teor de açúcar e álcool, envelhecimento, etc., no Artigo 3º diz: “Vinho é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, fresca e madura”. No Parágrafo único, desta lei brasileira é bem claro e fácil de entender quando diz que: “A denominação vinho é privativa do produto a que se refere este artigo, sendo vedada sua utilização para produtos obtidos de quaisquer outras matérias-primas”.
          Os vinhos são classificados como varietal e de corte. Pouca gente conhecesse essas expressões, mas são importantes para conhecermos melhor o mundo dos vinhos. Varietal é a expressão mais comum, já que são vinhos feitos com apenas uma variedade de uva. A maioria dos vinhos hoje são feitos com uma variedade apenas de uva. São os vinhos varietais. 
          Já os vinhos de corte, conhecidos ainda por blend e assemblage, são aqueles vinhos feitos com a combinação de duas ou mais variedades de uvas, finas e especiais, resultando numa soma de sabores e texturas diferentes dos vinhos varietais, de acordo com as uvas usadas.
As diferentes espécies de uvas
          Entendido essa parte, vamos entender agora um pouco das espécies de uvas, suas funções na cor e sabor dos vinhos e as diferenças entre os vinhos finos e de mesa.
          Os fatores naturais como clima, água, solo, cuidado com os parreirais são importantes, mas a escolha da uva é primordial, bem como o processo de fermentação do mosto da fruta e o armazenamento. São estes os fatores que dão cor, textura, sabor e qualidade aos vinhos, bem como a vocação, talento e conhecimento do vinicultor e viticultor.
          Existem milhares de espécies de uvas no mundo, com tonalidades, tamanho e cores diferentes. Podem ter uvas na cor rosa, verde, vermelha, preta, laranja, etc. Algumas variedades, são mais indicadas para sucos, geleias, refrigerantes e outras são excelentes para a produção de vinhos. (foto acima parreiras de vinícola Uva e Vinho Fidêncio de Bueno Brandão)
          As espécies mais comuns no Brasil são as uvas americanas (Vitis Bourquina, Vitis Labrusca e Vitis Rupestres) e as uvas europeias (Vitis Vinífera). Das variedades dessas espécies, são produzidos vinhos de mesa e vinhos finos. Esses dois termos foram criados e inseridos nos rótulos dos vinhos para distinguir um vinho feito com uvas comuns, com qualidade mais baixa, dos vinhos feitos com uvas adequadas à produção de vinhos, os chamados, vinhos finos.
Uvas Americanas
          As uvas americanas, são as das espécies Vitis Bourquina, Vitis Labrusca e Vitis Rupestres. As uvas mais conhecidas dessas espécies são as Bordô, Isabel, Rubi, Niágara, Herbermont, Concord, dentre outras. São as mais cultivadas, mais populares, mais baratas. São excelentes na alimentação e muito apreciadas in natura ou em forma de geleia, sucos e refrigerantes. São ainda muito usadas na fabricação vinhos suaves.
          As uvas americanas são bem resistentes, se adaptam bem às diferenças regionais, como por exemplo, se desenvolvem bem na altitude e frio intenso do Sul de Minas, bem como no semiárido do Norte de Minas, como nas regiões do Jaíba e Pirapora, onde o plantio de uvas americanas é uma das principais culturas do norte-mineiro.
          Os vinhos produzidos com as uvas americanas, são identificados com a palavra, “Vinho de Mesa”, presente nos rótulos. Por serem as uvas mais produzidas, mais consumidas e mais baratas, os vinhos feitos com uvas americanas são produzidos em grandes quantidades, sem passar por envelhecimento, em barris de carvalho, sendo engarrafados e prontos para comercialização. Tem a cor mais intensa, sabor e aroma bem simples. São mais baratos e por isso, mais populares. 
          Após sua vinificação, caso seja necessário a correção da doçura ou mesmo para suavizar o sabor, podem receber adição de açúcar para equilibrar a doçura ou mesmo, torná-lo mais suave. 
          Ou seja, vinho suave é geralmente, vinho adoçado, com o nível de açúcar equilibrado, tornando-se mais agradável ao paladar. Essa informação vem em letras abaixo do nome dos vinhos, nos rótulos: Vinho Tinto de Mesa Suave.
Uvas Europeias e vinhos finos
          Já os vinhos feitos com as variedades das uvas europeias (Vitis Vinifera), são considerados vinhos finos. Nesse tipo de vinho é proibido qualquer adição de açúcar. 
          É o vinho conhecido por tranquilo, por passar pelo processo de fermentação de forma natural, quando praticamente todo o açúcar presente no mosto da uva, se transforma em álcool, tornando assim, vinho seco, com teor alcóolico, maior que o de mesa.
          Os vinhos que passam pelo processo natural de fermentação, tem um sabor seco, devido transformação do açúcar em álcool e principalmente pela concentração maior de taninos nas cascas e sementes da uva, já que ficam um tempo maior na fermentação, absorvendo em maior quantidade os taninos e demais nutrientes da uva. 
          Tanino é uma substância química, natural, encontrada nos fenóis vegetais, presentes principalmente na uva, mas também na romã, açaí, nozes, amêndoas, várias especiarias como cravo e canela, chocolate amargo, dentre outros.
          Além de auxiliarem na conservação, na estrutura e longevidade dos vinhos, os taninos fazem muito bem à saúde. São antioxidantes, atuam no reforço das artérias, previnem o entupimento das veias, ajudam na redução do colesterol ruim e contribuem para retardar o envelhecimento das células.
          Todo vinho obtido através da fermentação natural, sem adição de açúcares ou gases, é tranquilo, seco e fino. O resultado final é um vinho de alta qualidade, encorpado, com aroma e sabor equilibrados. A diferença dos vinhos de mesa e vinhos finos, é enorme.
Vinhos finos, reserva e reservado
          Nos rótulos dos vinhos feitos com uvas europeias vem o termo: Vinho Fino. Isso quer dizer que o vinho foi elaborado com uvas adequadas e da melhor qualidade.
          As uvas da espécie Vitis Vinífera, não se adaptam facilmente a qualquer tipo de solo e clima, por isso, exigem mais investimentos e muito conhecimento do produtor, além de cuidados na escolha do solo, sementes, plantio, colheita, preparação da fermentação, envelhecimento em barris de carvalho, até o engarrafamento e comercialização. (na foto acima, barril de carvalho da vinícola Uva e Vinho Fidêncio em Bueno Brandão MG) 
          As uvas dessa espécie mais conhecidas no Brasil são: Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Malbec, Syrah, Cabernet Franc, Tempranillo, Chardonnay Sauvignon Blanc, Carménère, Pinot Noir, Pinot Grigio, Sangiovese, Gewürztraimine e Tannat.
          Há também os vinhos com a nomenclatura "reserva" e "reservado". Os dois são feitos com as variedades de uvas europeias. O vinho reserva é o vinho produzido com muito cuidado, começando pela seleção da uvas, que é muito criterioso, indo para o processo de vinificação, até o seu envelhecimento em barris de carvalho, gerando um vinho de ótima qualidade. 
          Já o vinho reservado, ao contrário, mesmo feito com uvas europeias, é um tipo de vinho mais simples, menos sofisticados que o vinho reserva. São produzidos em grande escala, não passando pelo complexo e longo processo de envelhecimento em barris e garrafas. São os vinhos que apresentam a vinícola ou uma marca, chamados de vinhos de entrada.
          Ao contrário dos vinhos de mesa, que tem o sabor e aroma bem simples, os vinhos finos, tem o aroma e sabor mais acentuado, além de mais brilho e cor, que os vinhos de mesa.
          Quando envelhecidos em barris de carvalho, as características dos vinhos finos são aprimoradas naturalmente, se tornando mais agradáveis, acentuando mais seu aroma, obtendo mais estrutura e melhorando o sabor, na medida de seu envelhecimento. Vale a verdade daquela antiga frase que dizia que "vinho, quanto mais velho, melhor".

sábado, 27 de março de 2021

O diferencial nos queijos, que não está em receitas

(Por Arnaldo Silva) Por toda Minas Gerais encontrará queijos especiais, de sabores inigualáveis. O Estado mineiro é privilegiado pela altitude, o clima das montanhas, a qualidade das terras e pastagens, bem como de nossa água. São fatores importantes para a qualidade de nossos queijos, mas acima de tudo, nossos queijos carregam a tradição e vocação do mineiro, que tem o queijo correndo em suas veias. Uma tradição tricentenária, passada por gerações.
          Não é uma receita, por melhor que seja, que dará cor, sabor, textura, características e identidade geográfica a um queijo e sim, bactérias, fungos, mofos e ácaros. Simplesmente porque, esse alimento milenar, é formado por microrganismos vivos. (na foto acima do Fabrício Cândido, em sentido anti-horário, queijo parmesão 4 tipos: ao vinho, tradicional, defumado e temperado, de Santo Antônio do Rio Grande, distrito de Bocaina de Minas)
          Nos queijos, esses organismos vivos, atuam ainda no leite e vão aumentando e acentuando suas ações, no tempo de maturação. Quanto mais maturado é o queijo, mais as bactérias agem, mais o queijo ganha sabor, textura, aroma, características e identidades próprias.
         Esse mundo dentro dos queijos é fascinante e difícil de conhecer por inteiro, já que são centenas de milhares de bactérias e fungos, diferentes, espalhadas por todas as regiões do mundo. Tudo isso torna a missão de conhecer um a um desse pequeno mundo vivo, quase que impossível. Até porque, as bactérias e fungos presentes no queijo, não são as mesmas, nem tem presença constante na região de origem, podendo haver alterações na flora bacteriana regional, de acordo com o clima, umidade e mudanças de estações.
Queijo não é receita pronta
         A forma de fazer queijo é uma só. Ordenha, separar o soro, o coalho, o pingo, a massa, prensar, salgar, deixar maturar. Todo queijeiro sabe disso e mesmo quem entende pouco da arte de fazer queijo, sabe que o modo artesanal de fazer queijo, é único.
          Alguns queijos podem até ter algum detalhe a mais, como corantes naturais, sendo o urucum muito usado para tornar a mais com uma cor amarela ou laranja mais densa. Ou mesmo, como os queijos da Fazenda Pavão, do produtor e queijeiro João Melo, da Região Queijeira Mineira, Serra do Salitre, que são revestidos com resinas comestíveis nas cores, preta, vermelha e amarela (como podem ver acima, dos queijos do “Seu” João Melo, com a foto que ele mesmo, nos enviou).
          Alguns queijos podem ser mais picantes ou menos picantes. Alguns podem até acrescentar ervas ou especiarias (como em alguns tipos de Queijo do Reino, de Santos Dumont MG, na foto acima do Fabrício Cândido), mas a forma artesanal de fazer o queijo, pouco muda, é a mesma. Os acréscimos entram no final, na prensagem, quando o queijo já está pronto.
          O clima, a qualidade da água, o bom trato e cuidados para com o gado, além da higiene do curral, cocho e ordenha, são fatores importantes para se produzir leite de qualidade, bem como, os cuidados na hora de fazer os queijos, principalmente com a higiene do local e de quem vai fazer os queijos, seguindo rigorosamente as regras sanitárias, de acordo com as leis vigentes. O resultado são queijos de qualidade, finos e especiais. Mas o primordial não é apenas isso.
          O queijeiro tem que ter pelo menos um mínimo de conhecimento do mundo dos queijos. Não é apenas seguir uma receita padrão. Tem que ter noção de cuidados para com o gado e saber qual a melhor raça que se adapte à sua região e pastagem. Entender um pouco sobre o alimento que lida no dia a dia, o leite, bem como saber como organizar sua queijaria, preparar o queijo, embalar e colocar no comércio.
Aperfeiçoamento preservando a tradição
          Cooperativas, Sindicatos Rurais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, sempre oferecem cursos de qualificação para os produtores rurais, aprimorarem seus conhecimentos. Com informação, passam a entender melhor o universo vivo presente nos queijos.
          Assim, pela tradição familiar, vindas de gerações, foram surgindo tipos de queijos diferentes. E com o conhecimento adquiridos e investimentos em melhora do rebanho e estrutura das queijarias, a qualidade, aroma e sabor dos queijos, vão se aprimorando.
O mundo vivo dos queijos
          Isso porque por que ele sabe que são as bactérias presentes no leite que darão vida a seu queijo, na medida que for maturando. O queijeiro sabe da importância dos fungos e mofos presentes em sua região e dos cuidados que tem que ter para preservar a qualidade de seus queijos, através de boas práticas no manejo do gado e nos cuidados para com sua queijaria. (na foto acima, o queijo maturado em caverna, da Estância Capim Canastra em São Roque de Minas)
          Os fungos e mofos se formarão na casca do queijo, tornando a casca bem firme e grossa. Essa casca poderá ter a cor amarela, cinzenta ou escura, de acordo com umidade e microrganismos, presentes na região. Essa casca grossa formada pelos fungos e mofos, protegerão os queijos, garantindo assim a livre ação dos microrganismos no interior do queijo, preservando sua temperatura e o sabor.
Modo de preparo original
          É essa a origem dos diferentes tipos de queijos em Minas Gerais e em todo o mundo. Não há nenhum ingrediente a mais no modo artesanal de fazer, não apenas em Minas, mas em qualquer lugar do mundo. Fazer queijo é leite, pingo, coalho, prensar, salgar e maturar. 
          A arte de fazer queijos não é como uma receita de bolo, qualquer um pode fazer, igual. É um modo artesanal único, é uma tradição, é vocação. É a identidade e características de cada vila, de cada cidade, de cada região.
Exemplos de queijos
          Veja como exemplo o nosso mais popular queijo, o Canastra. Há mais de 200 anos feito na região. Esse tipo de queijo, teve inspiração no queijo São Jorge, nos Açores, Portugal. Mas o Canastra é bem diferente do queijo São Jorge. Evidentemente por causa da diferença das regiões e claro, das bactérias. As bactérias e fungos presentes nos Açores não são as mesmas, presentes na Serra da Canastra. Por isso a diferença. (na na foto acima, queijos Canastra feitos pelo Mestre Queijeiro Roberto Soares, no Rancho 4R)
          Outro exemplo é o Queijo do Reino de Santos Dumont MG, na Zona da Mata, um dos mais tradicionais de Minas. Começou a ser produzido por volta de 1850, com a chegada de gado holandês, legítimo, à cidade. Vieram também técnicos holandeses. Na cidade, começaram a fazer o tradicional Edam, holandês, o preferido do Reino Português. Por isso o nome do queijo, de Santos Dumont MG, Queijo do Reino.
          Receita holandesa, gado holandês, instrutores holandeses, com o resultado final de um queijo com semelhanças ao Edam. Ser semelhante, não é ser igual. Isso se deve as diferenças entre os fungos e bactérias existentes na região holandesa, onde o Edam é fabricado, das bactérias e fungos, existentes na região de Santos Dumont MG. Como são as bactérias que dão aroma e sabor, características e identidades aos queijos, não tinha como ser igual, porque não era a mesma flora bacteriana. 
          Assim surgiu em Minas Gerais, no século XIX, um queijo de excelente qualidade e sabor único, inigualável, com identidade e características próprias. Um queijo simplesmente excepcional. Um legítimo queijo fino mineiro (na foto acima de Fabrício Cândido)
          Mais um exemplo, é o Queijo Artesanal de Alagoa, na cidade do Sul de Minas, Alagoa. A tradição de fazer queijos chegou à cidade com imigrantes italianos. Um desses italianos, Paschoal Poppa, conhecia a técnica de fazer o parmesão. Começou a fazer esse tipo de queijo, com a receita que conhecida, em Alagoa. Isso por perceber a semelhança do clima e paisagens da região, com a Itália. 
          Mesmo feito por italianos e com a mesma receita, não era igual ao parmesão. E nem tinha como ser igual, simplesmente devido as diferenças de fungos, mofos e bactérias. Não eram as mesmas da região dos imigrantes, evidentemente, não seria um queijo igual. É simplesmente o Queijo de Alagoa. (na foto abaixo enviada pelo Rafael Diniz, o Queijo Artesanal de Alagoa, Sítio do Morro)
          Um queijo mineiro, com características e identidades próprias, com sabor único. Queijo com o aroma, sabor, textura e características do Queijo Artesanal de Alagoa, não tem igual em lugar algum no mundo, somente em Alagoa, encontrará.
Modo de preparo iguais, sabores diferentes
          O queijo do Reino de Santos Dumont, tem sabor único, diferente dos normais. Como o queijo Canastra, é de sabor único, o queijo de Alagoa também, bem como outros tantos queijos mineiros, da região queijeira do Serro, de Araxá, da Serra do Salitre, do Campo das Vertentes, do Triângulo Mineiro, do Cerrado, das Terras Altas da Mantiqueira. (na foto acima, o mestre Queijeiro Roberto Soares preparando o queijo Canastra em Medeiros MG)
         São queijos feitos do modo artesanal, tradicional, há séculos, mas são queijos especiais, não são iguais. São os queijos de Minas Gerais e característicos de cada região mineira. Não tem como fazer os mesmos queijos, iguais, em outras regiões. São queijos com personalidades e identidades de suas regiões de origem e personalidades e identidades, não tem nada a ver com receita.
          Não tem como fazer queijos iguais, a não ser que, além da receita, traga junto as bactérias e fungos do lugar, o que é impossível, não tem como isso acontecer.
          Por isso a diferença nos queijos. Podem pedir para o melhor mestre queijeiro, por exemplo, da Região Queijeira do Serro, ir para a Itália, França ou Suíça, fazer queijo do Serro, lá. Vai ser diferente, mesmo usando a mesma receita e técnica. Os microrganismos são diferentes, a umidade, o clima, altitude, o gado, as pastagens, também. Tudo isso interfere na identidade e características regionais de um queijo e não tem como serem iguais. O máximo que pode acontecer é lembrar um pouco, ter semelhança, mas serem iguais, não tem como. (na foto acima, os queijos do Mestre Queijeiro Túlio Madureira, do Serro MG)
          Por isso os queijos mineiros se destacam. Tradição, vocação, busca de conhecimento, investimentos em qualidade e busca constante da excelência do melhor Queijo Minas Artesanal (QMA) e dos Queijos Artesanais Mineiros (QAM), presentes nos 853 municípios e 1772 distritos de Minas Gerais, além dos inúmeros queijos produzidos nas indústrias e laticínios mineiros.
          Pensou em queijo, pensou em Minas Gerais. É uma das mais importantes identidades gastronômicas e tradicionais de Minas Gerais.

Como identificar um queijo bom e um queijo ruim

(Por Arnaldo Silva) Queijo é comprovadamente um ótimo alimento, mas a dúvida é qual queijo escolher. Pela fama, pelo nome, pela propaganda, pela região, pelo país?
          Um leigo pode escolher por essas opções, mas não é a correta. O certo seria entender um pouco do universo dos queijos, a forma que ele é feito e a tradição da região onde é produzido. Isso conta muito. Mas e aí: qual queijo escolher? Fresco, meia cura, curado, com mofo, casca amarela ou aqueles cheios de furinhos? (na foto acima, queijo feito pelo Mestre Queijeiro Roberto Soares, na Fazenda Fortaleza em São João Del Rei, região queijeira Campo das Vertentes)
Queijos com olhaduras
          Os queijos com olhaduras, os famosos furinhos formados no corpo do queijo, são atrativos e muitos preferem queijos com olhaduras. E realmente são queijos ótimos, saborosos e bem como benéficos para nossa saúde.
          Durante a fabricação dos queijos, as bactérias presentes no leite, bem como as existentes no local em que o queijo está sendo feito, começam a agir, já na fôrma, após a prensagem da massa.
          No início do processo de maturação, após duas ou três semanas, na cura, começam a surgir pequenos furinhos nos queijos, que vão aumentando de tamanho a cada dia, durante a maturação. É um processo, natural, sem ação humana, por isso, lento.
          Esses furinhos (olhaduras) são provocados por ações naturais de microrganismos, como Leuconostoc cremoris e Propionnibacterium shermannii. As olhaduras começam pequenas e na medida do envelhecimento dos queijos, vão aumentando. A ação dos microrganismos e bactérias ao longo da maturação, aprimoram o sabor do queijo, suas características e identidades. São queijos ótimos! Como o da foto acima, do Queijo Canastra Real, feito pela Queijaria Roça da Cidade, em São Roque de Minas. Percebe-se que as olhaduras no queijo são firmes, sinal da ação saudável do mundo vivo presente no queijo, durante a maturação.
A coloração das cascas
          As cascas amarelas, rugadas ou escuras nos queijos maturados, são formadas por fungos, amentando de acordo com o tempo de maturação. Tem a função de proteger o queijo, preservando seu sabor. Quanto mais tempo na maturação, mais encorpada e grossa é a casca. Como é casca, o correto é comer apenas o queijo, retirando a casca, com uma faca. Se a casca estiver mais fina, não em problema comê-la junto com queijo. Essa casca, mais fina, pode ser derretida e fazer uma farofa. Fica ótima! Mas as cascas de cor intensa e bem grossa, são duras, não dá para comer, então, devem ser retiradas e comer apenas o queijo que ela protege.
          Não são todos os queijos curados que desenvolvem olhaduras, mas isso não muda o sabor e nem na identidade e característica dos queijos. Isso é devido à ausência no local, onde o queijo foi fabricado e está sendo maturado, dos microrganismos, citado acima. As olhaduras são mais comuns nos queijos como, o Gouda holandês, o queijo Prato, o Emmental e Gruvère suíços, em alguns tipos de queijos da Serra da Canastra, dentre outros tantos em Minas Gerais, no Brasil e no mundo.
Olhaduras em queijos frescos
          Olhaduras em queijos curados com 30, 60, 90, 120, 180, 360 dias ou mais de maturação, são normais. O que não é normal, olhaduras ocorrerem em queijos frescos, os famosos e populares, queijos brancos, com menos de 7 dias.
          Diferente dos tradicionais queijos frescos, que não passam pelo processo de maturação e, portanto, tem que ter a massa compacta e bem lisa, sem olhaduras. Queijo fresco não tem furinhos.
          A questão é que em alguns queijos brancos, frescos, recém retirados das fôrmas, conter a presença de olhaduras, de forma crescente e rápida, não é um bom sinal.
          Queijos que mal saem da fôrma, já estão cheios de furinhos, grandes até. Aí é que está o problema.
          Caso existam olhaduras em queijos frescos, em grandes proporções, fique atendo no que está consumindo.
Rendas em queijos brancos não é um bom sinal
          Queijos assim, são chamados pelos queijeiros mineiros de “queijo rendado”, porque a formação dos furinhos, lembra um tecido de renda e tem o visual e cheiro, nada agradável. Na foto acima, um exemplo claro de queijo fresco rendado. 
          Queijo fresco, com menos de 7 dias, tem a massa bem lisa e densa, não tem furinhos em sua massa.
          Nos queijos meia cura e curados, com mais de 22 dias de maturação, a presença de olhaduras são normais, sendo parte do processo natural de maturação de certos tipos de queijos e ao longo de sua ação, aprimoram suas as características e sabor. 
          É bom prestar atenção nessas diferenças, para não confundir. Queijo fresco é o queijo branco, bem mole, e não é para ter furinhos. Queijo meia cura ou curado, é o queijo duro, com casca grossa e com furinhos e de acordo com o tipo de queijo. Isso é normal e saudável. É a ação das bactérias benéficas no interior do queijo.
          No queijo fresco os furinhos tipo renda é um mal sinal. Pode ser um forte indicador da presença de contaminação por bactérias, que não tem que estar no mundo dos queijos: os coliformes fecais e os estafilococos patogênicos. 
          Essas bactérias se alimentam da lactose, produzindo gases, como consequência disso, esse queijo começa a inchar, ficando muito estufado e leve (como podem ver na foto acima). A ação desses microrganismos começa ainda na fôrma, já no segundo, terceiro ou quarto dia. Isso porque as bactérias que contaminaram o queijo, se alimentam de lactose, deixando vazios na massa do queijo.
          Em alguns queijos, a contaminação já é visível ainda na fôrma, quando já começa a estufar, como na foto acima. Caso apareça rachaduras na casca do queijo, é sinal da presença da bactérias gênero Clorisdum, que contaminam o leite através da água suja e barrenta e restos da alimentação nos cochos, que fermentam. Por isso, os currais devem ser sempre limpos, após a ordenha e alimentação do gado para não fermentarem e nem atrair insetos, como moscas.
          Até para um leigo em queijos, dá para perceber ao mastigar o queijo. Um queijo bom, curado, ao ser mastigado, dissolve na boca. Já o queijo rendado, com coliformes fecais, ao mastigá-lo, da a impressão de estar mastigando um plástico. Inclusive, percebe-se esse barulho característico de um plástico sendo mastigado na boca. 
Como escolher o queijo branco então? 
          Queijo branco, fresco, adequado ao consumo, tem que estar com a massa lisa e vistosa, como na foto acima.
          Se forem poucos furinhos, isolados, não comprometem muito a qualidade dos queijos, podendo ser erro na prensagem, mas se parecerem com uma renda ou até lembrar uma peneira, fica a seu critério consumi-lo ou não. O mais prudente, é não o consumir, porque não é para um queijo branco ter furinhos dessa forma.
Como surge a contaminação nos queijos?
          Tanto o homem, quanto os animais, podem se contaminar com essas bactérias, através de alimentos crus, da água não tratada e pela falta de higiene mesmo. 
          Essas bactérias se alojam no intestino e são expelidas pelas fezes. Surge nos queijos devido à falta de higiene e cuidados durante o manejo do gado, ordenha e fabricação do queijo. 
          Manejo do gado não é apenas pastagens e complementos alimentares de qualidade, como ração. A qualidade da água que o animal bebe é muito importante para evitar contaminações no leite.
          Um hábito comum no passado, ainda existente em alguns lugares, é o de colocar o gado para beber água direto de córregos e rios. Nessa água, podem conter impurezas, esgoto despejado direto no rio ou córrego, ao longo de seu percurso, restos de animais mortos, lixo, resíduos industriais, etc. Como essa água geralmente não é tratada, interfere na qualidade do leite que o animal produzir, podendo até adquirir doenças, como vermes.
          Tem ainda os cuidados para com a limpeza do curral, dos tanques de armazenamento de leite e da limpeza e higienização das ordenhadeiras. Se for ordena manual, cuidados com a higiene das mãos, do balde e do latão são primordiais. Já com o leite na queijaria, o local tem que estar adequado às condições de fazer os queijos, bem limpo e higienizado. Além claro, de quem for fazer os queijos, deve lavar muito bem as mãos, usar roupas limpas, tocas e máscaras.
          Não havendo cuidados e higiene no manejo do gado e durante a produção dos queijos, o resultado pode ser a presença de bactérias fora do mundo sadio dos queijos, o que pode prejudicar a saúde humana. Geralmente as contaminações do leite ocorre no curral, daí a importância dos cuidados do produtor com a higiene e todo o processo que envolva a ordenha, bem como a limpeza diária do curral e em seu entorno.
Melhora da qualidade do queijo artesanal mineiro
          Nos queijos industrializados, o leite é pasteurizado, ou seja, é fervido em altíssima temperatura e em seguida, resfriado. Nesse processo, quase todas as bactérias presentes no leite, são mortas. Mesmo assim, pode ocorrer ainda contaminação do leite, já que é um alimento muito rico em nutrientes e de fácil fermentação, sendo um campo propício para a proliferação de bactérias. Por isso a necessidade de um ambiente adequado e higienizado constantemente nos laticínios.
          Já com o queijo artesanal, a produção é feita com o leite cru, tradição secular da arte mineira de fazer queijos. Vale lembrar que o modo artesanal de fazer queijos, como o Canastra e o do Serro, são patrimônios imateriais de Minas e do Brasil, reconhecidos pelo IEPHA e IPHAN. Mas, evidentemente, a produção artesanal de queijos conta atualmente com regras sanitárias, de acordo com legislação vigente, que garante a originalidade e qualidades dos queijos artesanais.
          A tradição queijeira em Minas Gerais tem mais de 300 anos. Desde o século passado, as queijarias mineiras vêm se modernizando, se profissionalizando, investindo no melhoramento da qualidade dos seus rebanhos, pastagens, da água, dos currais e das queijarias, adequando-se às leis e regras sanitárias.
          O resultado que temos hoje é um crescimento substancial na produção e vendas dos queijos mineiros para todo o Brasil, bem como o reconhecimento internacional na qualidade dos nossos queijos. São diversas premiações, dezenas de medalhas, de bronze, prata, ouro e super ouro, em concursos em nível nacional e internacional, antes dominados pelos queijos europeus. Como exemplo, o último Mondial Du Fromage, realizado em 2019, em Tours, Paris. O concurso contou com centenas de queijos produzidos em vários países. Os queijos brasileiros foram premiados com 58 medalhas. Desse total, 50 medalhas foram para os queijos de Minas Gerais. Isso é uma mostra clara da vocação queijeira mineira, de investimentos no melhoramento do rebanho e manejo do gado, da qualidade de nossos queijos e claro, da vocação do mineiro em fazer queijos de qualidade.
Queijo com selo arte
          Os queijos que se adequam às leis sanitárias, de acordo com a Lei Federal nº 13.680, de 14 /07/2018, regulamentada em Minas Gerais pelo Decreto nº 9.918, de 18/07/2019, recebem o Selo Arte (AS) concedido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Esse selo, permite, entre outras coisas, que os produtos artesanais de origem animal, possam ser comercializados em todo o país, desde que sejam submetidos à inspeção sanitária, estejam registrados junto ao serviço de inspeção estadual, no caso de Minas Gerais, no IMA.
          Os queijos mineiros reconhecidos como Queijo Minas Artesanal (QMA), podem receber o Selo Arte, permitindo assim a comercialização de seus queijos para todo o país. Tem ainda os selos de Qualidade e de Inspeção, expedidos por órgãos sanitários como o Mapa e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Para receberem os devidos registros e selos, as queijarias mineiras, são inspecionadas e orientadas a seguirem rigorosamente regras sanitárias bem rígidas, de acordo com as leis sanitárias vigentes, de manejo do gado, higiene durante a ordenha, bem como do local onde os queijos são produzidos, embalagem e comercialização.
Regiões queijeiras mineiras
          Em Minas Gerais, temos nove as regiões queijeiras reconhecidas oficialmente: Serra da Canastra, Serra do Salitre, Araxá, Triângulo Mineiro, Campo das Vertentes, Serro, Cerrado, Mantiqueira de Minas, Serras da Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.
          Nessas regiões, é possível conhecer todo o processo de produção dos queijos, já que a maioria das queijarias, recebem a presença de visitantes, que podem conferir todo o processo de produção e cuidados higiênicos na produção de queijos e as devidas licenças concedidas pelas entidades sanitárias.
A modernização das queijarias mineiras
          Hoje, na maioria das queijarias mineiras, a água que o gado bebe, não vem de beira de rios ou córregos. Vem de água tratada ou que direto de uma nascente, de água pura, fresca e limpa. Na maioria das fazendas, a água que o gado bebe, vem de poços artesianos, garantindo assim que o gado esteja bebendo uma água de boa qualidade e sem impurezas. 
          Os currais passam por limpezas diárias, com os dejetos dos animais, retirados e usados adequadamente, bem como é feita constantemente a limpeza das ordenhadeiras e tanques de armazenamentos.
          Nas queijeiras, telas são colocadas sobre as janelas, para evitar a entrada de insetos. As paredes e pisos são revestidos com cerâmica e todo o material usado na fabricação dos queijos, limpos e higienizados. (na foto acima queijaria do Rancho 4R em São Roque de Minas, com os queijos feitos pelo Mestre Queijeiro, Roberto Soares)
            Os queijos chegam ao consumidor, embalados à vácuo, e muitos deles, além da embalagem plástica, vem acondicionados em caixas apropriadas e personalizadas, sem o contato com o ambiente. (como podem ver na foto acima da Camila Costa, do Queijo da Cristina, de Vargem Bonita MG e abaixo do Rafael Diniz, Queijo Sítio do Morro em Alagoa MG)
          Assim não correm o risco de contaminação durante o trajeto para o mercado e mesa do consumidor. Nas embalagens, consta os selos de identificação, atestando que o produto segue as regras sanitárias vigentes, a Indicação Geográfica (IG), o tipo de queijo, informações nutricionais, validade, etc. (abaixo, os queijos bem embalados da queijaria Roça da Cidade, de São Roque de Minas/Divulgação)
          No Estado de Minas, são 853 municípios e 1712 distritos. Em todos esses, municípios encontrará queijos, já que faz parte da tradição e identidade do povo mineiro, fazer queijos. São pequenos produtores que fazem queijos para consumo próprio, para serem usados para fazer quitandas, ou mesmo para venderem, em pequenas quantidades, no comércio local.
          Hoje, há um esforço das cooperativas, sindicatos rurais, Ima, Emater, Epamig, Senar, etc, para orientar, apoiar e qualificar melhor com cursos diversos, os pequenos e médios produtores rurais. Com isso, melhoram o manejo do gado, do modo de fazer queijos, com noções de leis sanitárias, melhorando assim a qualidade de seus produtos e consequentemente, melhorando sua renda.
Queijos rendados são fatos isolados
          Não podemos generalizar e dizer que contaminações em queijos frescos é um fato comum. Não é não. A maioria dos produtores vem adquirindo consciência do manejo adequado do gado e higiene, durante a ordenha e na fabricação de seus queijos. Produzem queijos frescos, brancos, de qualidade, com massa bem lisa e saborosos. Mas como dito acima, o leite é um alimento de fácil contaminação, por isso deve haver atenção e cuidados redobrados do produtor para testar verificar a qualidade de seus queijos, antes de comercializá-los, principalmente na embalagem.
Cuidados na compra do queijo fresco
          Em se tratando de queijos frescos, como o Minas Frescal, devem vir embalados à vácuo. O consumidor deve ler o rótulo do queijo, seguindo as orientações de armazenamento e prazo de validade, depois de aberto. Como esse tipo de queijo tem muita umidade, pode estragar com rapidez, se ficar exposto, fora da embalagem ou mau acondicionado. O certo seria o consumo rápido, mas se for guarda-lo, que seja na geladeira, na mesma embalagem ou se possível, em queijeira, o mais adequado. Na geladeira pode ser conservado por 7 a 10 dias.
          Cuidados também devem ter os consumidores, na hora de escolher o queijo.
          Quando for comprar queijo fresco, por exemplo, em feiras e mercados populares, onde os queijos não são embalados e ficam empilhados uns sobre os outros, pode comprá-lo, desde que você tome os devidos cuidados na escolha.
          Peça para o feirante ou o dono da loja, cortar o queijo ao meio. Ele pode até não gostar, mas mesmo assim, insista, mesmo que você leve as duas metades para casa. 
          Se a massa do queijo fresco, aquele branco e com massa mole, estiver lisa, sem rendas, pode comprar, mas em casa, raspe e lave bem o queijo. Isso porque na exposição, sem proteção, várias pessoas podem ter tocado nos queijos, já que muita gente gosta de apertar os produtos. Ou mesmo, insetos podem pousar nos queijos, o que também, é normal acontecer.
          Se o queijo tiver a casca dura, amarelada ou mais escura e firme, com poucos ou muitos furos na massa, pequenos ou grandes (como na foto acima, do Canastra feito pelo Mestre Queijeiro Roberto Soares), isso é normal para esses tipos de queijos e são ótimos, como citado no início da matéria. Mas mesmo, assim, como está em público, à mercê da mão de muita gente apertando-os e insetos pousando, retire a casca do queijo. A função dela é exatamente proteger o queijo, que está dentro dela.
          Seja qual for sua escolha, queijo fresco, meia cura ou curado, do tipo Minas Artesanal, todos os queijos das regiões queijeiras de Minas Gerais ou mesmo de sua cidade. Mesmo até que sua preferência seja por queijos importados, não importa, isso é escolha pessoal. O importante é que queijo é um dos melhores e mais completos alimentos do mundo e necessário à nossa saúde e a maioria dos queijos, principalmente dos mineiros, investem muito na qualidade dos seus queijos, para que eles cheguem à mesa do consumidor com qualidade e segurança.
          Seguindo as dicas citadas na matéria, sinta-se seguro para adquirir seu queijo preferido. Queijos combinam muito bem com café, doces e vinhos finos, como o queijo Canastra Ponte Velhano, na foto acima.

terça-feira, 23 de março de 2021

15 Capitais de Minas Gerais - Parte I

(Por Arnaldo Silva) A capital administrativa de Minas Gerais é Belo Horizonte, todos sabem. Mas pelas 12 regiões geográficas mineiras, alguns municípios se destacam no cenário estadual, nacional e até internacional, seja na gastronomia, indústria, artesanato, cultura, confecções, religiosidade, bebidas, moda, carnaval, confecções, pedras preciosas, agricultura, pecuária, dentre outras atividades, com saberes e sabores populares, alguns de origem secular. 
          Esses saberes e sabores, aliados à vocação natural de cada município, formam suas identidades, tornando-os também “capitais”, não só de Minas, mas também “capitais” nacionais e mundiais. 
          Em ordem alfabética, 30 “capitais” de Minas Gerais, dividida em duas partes. Nessa primeira parte, 15 "capitais". As outras 15, que completam as 15 capitais, estão na parte II
01 - Borda da Mata - Capital do Pijama
          Cidade com ótima estrutura urbana, charmosa, acolhedora, Borda da Mata, conta atualmente pouco mais de 17.500 habitantes. O município fica no Sul de no Sul de Minas, distante 410 km de Belo Horizonte, a margens da Rodovia MG-290 e faz parte do Circuito Turístico das Malhas do Sul de Minas. (fotografia acima de Marcos Pieroni)
          Se destaca em todo o Brasil no turismo de negócios. Todos os dias, são centenas de pessoas, vindas de vários estados do país, em busca de seu principal produto: o pijama. A cidade é um polo de confecções em Minas Gerais e os turistas adquirem os pijamas e malhas, no atacado e no varejo. A atividade de confecção de pijamas, malhas e tecelagens, respondem por cerca de 80% da economia da cidade, gerando cerca de 4 mil empregos diretos. Além das confecções, o artesanato e artigos para decoração em madeira, feitos pelos artesãos locais, são atrativos especiais à parte, bem como a bela Basílica do Carmo.
02 - Andradas – A terra do Vinho em Minas
          Com cerca de 41 mil habitantes e distante 463 km de Belo Horizonte, Andradas é uma charmosa, acolhedora e elegante cidade do Sul de Minas. Agraciada com as belezas das montanhas do Sul de Minas, suas paisagens naturais são de tirar o fôlego Sua origem é do século XIX, destacando em Minas pela sua produção de rosas e pela tradição vinícola. (foto abaixo de Alexandre Pastre)
          A produção de vinhos, foi introduzida na cidade no início do século XX, por famílias de imigrantes italianos, que se instalaram no município, existindo até os dias de hoje, vinícolas fundadas pelos italianos, como a Casa Geraldo, Belotto, Marcon, Muterle, Piagentine e Basso, uma das mais antigas, fundada em 1905. A altitude, o clima ameno da Serra da Mantiqueira e a qualidade das terras e água, permitem a produção de vinhos finos, um dos fatores da qualidade dos vinhos de Andradas. Desde 1954, acontece na cidade a Festa do Vinho, geralmente no mês de julho. Este evento atrai visitantes de toda a região e do Brasil, consolidando Andradas como a Terra do Vinho e Capital do vinho em Minas Gerais.
03 - Belo Horizonte - Capital Mundial dos Botecos
          Sem dúvida alguma, Belo Horizonte (na foto acima de Clésio Moreira), além de ser a capital de Minas Gerais, é a “Capital Mundial dos botecos”. Os quase doze mil bares espalhados por todas as regiões da cidade motivaram a criação de uma lei que declarou Belo Horizonte como "capital mundial dos botecos". São cerca de 12 mil bares, botecos e restaurantes, espalhados por toda a capital mineira, que atendem seus cerca de 2,3 milhões de habitantes. O título de “capital mundial dos botecos” é reconhecido pela Lei Municipal nº 9.714. 
          Anualmente são realizados vários eventos gastronômicos na cidade, com destaque para o festival “Comida di Buteco”, que atraí milhares de turistas de todo o Brasil para experimentarem as novidades gastronômicos dos bares, botecos e restaurantes belo-horizontinos.
04 - Alvinópolis – Capital Nacional das Chitas
          Cidade histórica, charmosa, com pouco mais de 15 mil habitantes, Alvinópolis está a 162 km distante de Belo Horizonte, na Região Central. É na cidade que está instalada a Fabril Mascarenhas, uma das mais antigas, tradicionais e importantes indústrias têxteis do Brasil, presente na cidade desde 1912, produzindo a Chita, o tecido mais popular Brasil.
          A Chita e a indústria, são tão importantes para a cidade que estão incorporados à identidade do município, sendo, Alvinópolis, a capital nacional do tecido de chita. Todos os anos, geralmente em junho, acontece a FestChita, um tradicional evento cultural, musical e gastronômico, com mostras das novidades da produção de chitas, em vários estandes, além de shows, barracas com comidas típicas e roupas feitas com chita. (Na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, o Centro de Alvinópolis)
05 - Capitólio - Capital do Lago de Furnas
          Entre as 34 cidades, banhadas pelo imenso Lago da Represa de Furnas, Capitólio (na foto acima da Lucélia Miranda), a 276 km distante da Capital, no Sudoeste de Minas, conta pouco mais de 10 mil habitantes. Capitólio se destaca no turismo, não só na região, mas no Brasil, por suas paisagens paradisíacas e espetaculares. É atualmente o mais badalado point de turismo em Minas Gerais. 
          A cidade recebe diariamente, centenas de turistas vindos de todas as partes de Minas e do Brasil. Vem à cidade desfrutar das maravilhas naturais do município, bem como da sua rica e diversificada gastronomia, o charme de suas construções, confortáveis e aconchegantes pousadas e restaurantes com seus pratos finos e variados, principalmente com os pratos feitos com peixes de água doce.
06 - Conceição dos Ouros – Capital Mundial do Polvilho
          Conceição dos Ouros, no Sul de Minas, conta atualmente com cerca de 11 mil habitantes, fica a 450 Km de Belo Horizonte e é conhecida carinhosamente como “Princesa da Mantiqueira”, a cidade é charmosa, acolhedora e com boa estrutura urbana. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Cidade com tradição na agropecuária, desde o início do século XX, teve o auge de seu desenvolvimento a partir da década de 1970, com o surgimento de fábricas de móveis artesanais, de artefatos de gesso, de polvilho, confecções de roupas e calçados esportivos, produtos alimentícios diversos como geleias e derivados do leite e indústrias de autopeças.
          O grande destaque da indústria de Conceição dos Ouros atualmente é sem dúvida, o cultivo da mandioca e seus derivados, principalmente, o polvilho. A cidade é o maior produtor de polvilho do mundo. É o polvilho, um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento da cidade. São cerca de 20 fábricas no município, que produzem toneladas de polvilho doce e azedo por ano, gerando milhares de empregos diretos e indiretos. Produzindo tanto polvilho, assim, obviamente, a cidade se destaca na produção de pão de queijo e principalmente, biscoitos de polvilho.
          O polvilho é tão importante para Conceição dos Ouros, que todos os anos, a cidade realiza a Festa do Polvilho, geralmente no início de agosto, atraindo milhares de pessoas, vindas de todas as regiões. Na festa, acontecem shows e barraquinhas com comidas típicas, bem como as inovações da indústria de polvilho e claro, presença de todas as quitandas feitas com o polvilho. A festa é tão importante para Conceição dos Ouros, que é um dos patrimônios do município e um dos principais eventos culturais e gastronômicos de Minas Gerais.
07 - Estiva – A Capital do Morango
          Com cerca de 11.500 habitantes e distante 409 km de Belo Horizonte, a acolhedora cidade de Estiva, no Sul de Minas, se destaca em Minas Gerais e no Brasil na produção de morangos, desde a década de 1960, tendo sido a pioneira na produção da fruta no Estado de Minas Gerais, cultivando cerca de 15 variedades diferentes de morangos. Minas Gerais é responsável por 65% da produção nacional de morangos, produzindo uma média de 118 mil toneladas/ano, segundo dados da Emater em 2018. (foto acima de Jean Carlos de Andrade)
          A maior parte da produção de morangos em Minas está concentradas na Região Central, Vale do Jequitinhonha e em sua maioria, no Sul de Minas, principalmente nas cidades de Estiva, Bom Repouso, Pouso Alegre, Espírito Santo do Dourado, Senador Amaral e Carvalhos, atualmente as maiores produtoras.
          Por ser a pioneira e a fruta ser tradição no município, além de Estiva ser uma das maiores produtoras do Estado, a cidade é considerada a Capital do Morango. O morango é tão importante para Estiva, que todos os anos, em julho, acontece a ExpoFest, um evento com shows, com eleição da Rainha do Morango, além da apresentação de tecnologias novas e todas as delícias feitas com morango.
08 - Governador Valadares – Capital mundial do voo livre
          A 320 km de Belo Horizonte, no Vale do Rio Doce, Governador Valadares, hoje com cerca de 258 mil habitantes, é uma das maiores cidades do Estado e uma das importantes cidades de Minas Gerais. Cidade com excelente estrutura urbana, tanto para seus moradores, bem como para os turistas que vem à cidade. A cidade conta com uma ótima malha rodoviária, trens de carga e de passageiros, com estação do Trem Vitória Minas e aeroporto. Se destaca em vários ramos comerciais e industriais, principalmente na mineração de minério e pedras preciosas. (fotografia acima de Sérgio Mourão)
          No entanto, o destaque maior da cidade, além de suas exposições de negócios, o GV Folia, é o Rio Doce, que permite a prática de canoagem e até surf e o Pico do Ibituruna, considerado o melhor lugar do mundo para a prática de voos livres. Isso devido a ótima estrutura do local e principalmente, pela função da corrente de ar favoráveis a prática desse tipo de esporte, segundo os praticamente de voo livre. Tanto é que campeonatos nacionais e internacionais dessa modalidade, são realizados no município, com a presença de grandes nomes desse esporte no mundo, o que faz com que a cidade seja considerada a Capital mundial do voo livre.
09 - Inconfidentes - Capital do Crochê
          A cidade é atraente, bonita, tranquila e seu povo muito acolhedor. Fica no Sul de Minas, distante 432 km de Belo Horizonte e conta atualmente com pouco mais de 7 mil moradores. (foto acima de Pedro Massari/ Ascom/Prefeitura Municipal)
          Está numa região cafeeira e ainda com grande produção leiteira, de feijão e alho. Tem ainda a indústria extrativa de minerais, como o feldspato, quartzos, caulim e areia, além de ser uma região turística. 
          O grande atrativo de Inconfidentes, são as dezenas de fábricas de malhas, produção de tapetes, fibras e fios para crochês. A produção de crochês é toda feita de forma artesanal. É um dos mais antigos ofícios da cidade e sua maior identidade, o que faz de Inconfidentes, a Capital do Crochê. 
          A cidade organiza todos os anos, em junho, a Crochê Malhas, um dos grandes eventos do turismo de negócios em Minas Gerais, com a presença de milhares de turistas de tudo o Brasil para acompanhar as novidades do setor de malhas e conhecer um dos mais belos trabalhos artesanais em crochê, do Brasil, inclusive, presente nas praças e ruas da cidade, onde o crochê decora monumentos e árvores. 
10 - Ibiá – A capital Nacional do leite
          Distante 324 km de Belo Horizonte, Ibiá, com cerca de 23 mil habitantes, é uma cidade muito charmosa e atraente da Região do Alto Paranaíba. É ainda uma das maiores produtoras de leite do Brasil. A produção de leite em média no município, é de 107.223 milhões litros de leite por ano. Tamanha produção leiteira, faz da cidade a Capital Nacional do Leite e uma das grandes produtoras de derivados do leite com laticínios como o Laticínio União, que produz queijo de diversos tipos como Provolone, Prato, Mozzarella, Parmesão, Queijo Minas, dentre outros derivados do leite, além da cidade sediar uma das maiores fábricas de leite em pó da Nestlé, na América Latina. (fotografia acima de Emílio Mendes Ferreira)
11 - Jacutinga – A Capital das Malhas
          Distante 490 km de Belo Horizonte, com pouco mais de 25 mil habitantes, Jacutinga é uma charmosa, atraente e acolhedora cidade no Sul de Minas. (fotografia acima do André Daniel)
          A cidade conta grande presença de descendentes de imigrantes europeus, principalmente italianos. Um desses italianos, Antônio Pieroni, na década de 1960, introduziu na cidade a confecção de malhas e tricôs. Pelas mãos dos italianos, o ofício cresceu, a cidade abraçou a nova atividade e virou fonte de renda de famílias. 
          Mais de 50 anos depois, a indústria da confecção de malhas e tricô de Jacutinga, é hoje a maior atividade industrial e comercial da cidade, sendo mais de 1000 empresas e cerca de 450 lojas comerciais, gerando milhares de empregos, bem como, Jacutinga, uma das referências nacionais no setor, sendo responsável por 25% de toda a produção de malhas e tricô do Brasil. 
          Cidade bem estruturada para receber turistas, se destaca no turismo de negócios, com a presença diária de turistas vindos de todos o Brasil para fazer compras no atacado e no varejo. Por isso Jacutinga é a Capital das Malhas.
12 - Juruaia - Capital mineira da lingerie
          Distante 450 km da capital mineira, Juruaia, fica no Sul de Minas e conta atualmente com cerca pouco mais de 11 mil habitantes. A cidade oferece uma ótima estrutura urbana para seus moradores e visitantes. Além de suas belezas naturais, como montanhas, trilhas e cachoeiras paradisíacas, belíssimos casarões podem ser vistos na cidade e na zona rural, que conta ainda com suas belíssimas fazendas cafeeiras, já que Juruaia é uma das maiores produtoras de café do Brasil. (nas fotos acima do Elpídio Justino de Andrade, o maior sutiã e a maior calcinha do Brasil, instalados na praça central de Juruaia)
          Desde 1992, a cidade vem se destacando e crescendo ano a ano no ramo das confecções, com destaque maior para as lingeries. A pequena cidade mineira é uma das gigantes no Brasil na confecção de lingeries, com a qualidade de suas peças, famosas no Brasil e também no mundo. É o terceiro polo nacional de confecções de lingeries, além de ser a capital mineira da lingerie.
          São mais de 200 confecções instaladas na cidade, que geram milhares de empregos diretos e indiretos. Todos os meses, saem das confecções de Juruaia, uma média de 1,5 milhão de peças, com ótimo preço, qualidade inquestionável e com designs atraentes e inovadores e sempre com novidades. Esses são os diferenciais, que garantem o sucesso das vendas e crescimento das confecções na cidade. Um detalhe importante é que 95% das confecções instaladas em Juruaia, são comandadas por mulheres.
          Todos os dias, turistas chegam de várias partes da região e do Brasil, para compras no atacado e varejo. A cidade tem ótima estrutura para receber os visitantes. Em maio, a cidade fica mais movimentada, já que é nesse mês, que acontece a Feira de Lingerie de Juruaia (Felinju) e também, em setembro, quando acontece a Fest Lingerie. 
13 - Montes Claros – A capital do Pequi
          A cidade do Norte de Minas é uma das mais populosas e industrializadas do Estado de Minas, distante 422 km da capital. Com origem no século XIX, a cidade conta hoje com cerca de 415 mil habitantes. Com ótima estrutura urbana, um comércio variado, bons níveis de prestação de serviços, Montes Claros é uma cidade industrializada, além de ser uma cidade de destaque na agricultura e pecuária, no Norte de Minas. (fotografia acima de Eduardo Gomes)
          A Região Norte de Minas tem o Cerrado, como bioma predominante e seu principal fruto, o pequi, é largamente consumido in natura, em pratos especiais e industrializados, na região, principalmente em Monte Claros. O valioso fruto do Cerrado atrai investimentos, gera emprego e renda, além de fazer parte da cultura, tradição e gastronomia da cidade.
          Há três décadas, Montes Claros realiza uma das mais importantes festas culturais e gastronômicas do país: A Festa Nacional do Pequi. A identidade do pequi com Montes Claros é tão forte, que a cidade se considera, não só a capital do pequi de Minas, mas também do Brasil.
14 - Nova Lima – A capital da cerveja artesanal
           Está na divisa com a Zona Sul da capital, apenas 20 km de Belo Horizonte e conta atualmente com cerca de 112 mil habitantes. (foto acima de Andréia Gomes) Conta com um variado e desenvolvido parque industrial, um setor de prestação de serviços eficiente e comércio bem variado, além da cidade ser um dos maiores polos cervejeiros do país. A tradição cervejeira de Nova Lima teve início ainda no século XIX, sendo uma indústria sólida no município, além de ser destaque em Minas Gerais, no Brasil e no mundo. Isso graças às diversas premiações de seus rótulos, em eventos cervejeiros nacionais e internacionais. O pioneirismo e presença de um grande número de cervejarias artesanais na cidade, faz de Nova Lima, a Capital da Cerveja no Estado.
          Consolidando sua liderança no setor cervejeiro mineiro, todos os anos, no mês de outubro, a cidade realiza o Uaiktoberfest, inspirada na Oktoberfest, a tradicional festa de origem alemã, adaptada às tradições mineiras. O local da festa é todo decorado no estilo germânico, bem como figurinos, se vestem com as tradicionais roupas dos antigos colonos alemães, da região da Baviera. Além disso, na Uaiktoberfest acontece shows com artistas diversos, conta com a presença dos principais rótulos cervejeiros do país, além de muita animação e comidas típicas de Oktoberfest Nova Lima, como o Pastel Lamparina e o Bolo Queca, além da culinária mineira e de outros lugares do mundo.
15 - Mirabela - Capital Nacional da Carne de Sol
          Mirabela, no Norte de Minas, conta com cerca de14 mil habitantes e está distante 483 km da capital. A cidade tem forte tradição na agricultura e principalmente na pecuária de corte, com destaque para a carne de sol, tradição que tem origens no início do século XX.
          A carne de sol de Mirabela, não é apenas destaque na região, mas em todo o país. Isso porque a cidade tem a fama de ter a melhor carne de sol do Brasil, por isso, é a Capital Nacional da Carne de Sol.
          A atividade movimenta a economia local, gera emprego e renda para centenas de famílias. São mais de 20 açougues instalados em Mirabela, que preparam e comercializam toneladas de carne de sol por semana. 70% de sua produção vai para mercados da região e também de outras cidades, como Montes Claros, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, dentre outras. Muitas dessas cidades, recebem a carne encomendada pelos próprios consumidores, que experimentam a iguaria. Gostam tanto que passam a compra sempre e não tem dúvidas alguma em dizer que carne de sol de verdade, é a de Mirabela. A fama de ter a melhor carne do Brasil, não é por menos. (não temos foto até o momento)

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