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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Conheça o Castelo do Café

(Por Arnaldo Silva) O Castelo do Café está localizado na região do Coqueiro Rural em Manhuaçu – MG a 290 km de Belo Horizonte. (fotografia acima de Brunno Estevão)
          Empreendimento ousado e imponente que surgiu com a finalidade de unificar e centralizar as operações do Café Salomão. Desta maneira, a família Charbel, formada pelo casal Rosely e Charbel e os filhos Davi e Salomão, foram audaciosos e decidiram criar um empreendimento único, e que trouxesse uma experiência ímpar no universo dos cafés especiais. (fotos acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho)
          No início, a ideia era ter um galpão e colocar em sua fachada algo parecido com um castelo, porem, unindo a criatividade da Rosely e a experiência do arquiteto João Previero, o galpão se transforma em um Castelo. Uma obra majestosa, localizada entre uma cachoeira e belíssimos jardins e lavouras de café, a obra leva em seus traços características dos castelos italianos e da região da Baviera na Alemanha. 
         O visitante que tiver a oportunidade de ir até o Castelo do Café poderá ver de perto um local rico em detalhes, unindo os símbolos da família Charbel, elementos medievais e saborear cafés frescos de altíssima qualidade (característica presente do Café Salomão) na Cafeteria do Castelo do Café. (foto acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho e abaixo arquivo do Castelo do Café/Divulgação)
          O Castelo do Café está aberto ao público aos sábados, domingos e feriados entre 10 da manhã às 20 horas. O endereço é: Chácara a Rosa e a Deusa, 1 - Castelo do Café, Coqueiro Rural, Manhuaçu MG, Zona da Mata. Telefone: (33) 99811-1004
(Com informações e algumas imagens fornecidas por Davi Charbel)

domingo, 12 de fevereiro de 2017

As cidades da Zona da Mata Mineira

(Por Arnaldo Silva) Na Região da Zona da Mata vivem mais de 2 milhões de mineiros, em 142 municípios, ocupando uma área total de 35,7 mil km², estando na divisa com os Estados do Rio de Janeiro e Espirito Santo. A região é dividida em 7 microrregiões,  com sede nas cidades de Juiz de Fora, a cidade de maior destaque na região, Cataguases, Ponte Nova, Ubá, Manhuaçu, Muriaé, Viçosa e Juiz de Fora. 
            É uma das regiões mais tradicionais e desenvolvidas do país, com altos Índices de Desenvolvimento Humano, principalmente na área educacional, com a presença de universidades, escolas de ensinos fundamental e médio de qualidade. (na fotografia acima de Brunno Estevão, vista parcial de Muriaé)
          Além disso as cidades da Zona da Mata se destacam na área, comercial, industrial, pecuária e principalmente na agricultura, onde se destaca na produção de cafés especiais, de alta qualidade, premiados não só no Brasil, mas no exterior.
          É uma região riquíssima, tanto em história, em belezas naturais, como em patrimônio e povoados coloniais.
            Na economia da Zona da Mata destacam-se as indústrias metalúrgicas, automobilísticas, têxteis e moveleiras, sendo Juiz de Fora o principal polo industrial da região e o 10º polo industrial de Minas Gerais. Tem ainda Ubá, como destaque na indústria moveleira, sendo a cidade o maior polo moveleiro de Minas Gerais e o segundo do Brasil atualmente. (na foto acima do Brunno Estevão, a charmosa cidade de Eugenópolis)
          O setor de serviços responde por mais de 60% do PIB da região com destaque para Carangola, Ponte Nova, Viçosa, Ubá, Cataguases, Muriaé, Leopoldina (na foto acima do Duu @divagante84), Além Paraíba e Juiz de Fora, o maior polo regional neste segmento, bem como, o quinto no Estado de Minas.
           A agropecuária é uma atividade muito expressiva na região, sendo uma das regiões de destaque no Brasil pela sua produtividade agrícola como milho, arroz, feijão, cana-de-açúcar, destacando o café, cultivado em boa parte, na região norte da Zona da Mata, além da pecuária leiteira e criação de bovinos, suínos e aves. As cidades de Carangola (na foto acima de Terezinha Ognibene) Manhuaçu, Juiz de Fora, Lima Duarte, Ervália, Leopoldina, Muriaé, Ponte Nova são os destaques na agricultura e pecuária da Zona da Mata.
          A região é cortada pelas antigas ferrovias Central do Brasil e E.F. Leopoldina, além de estar numa região estratégica, servidas por importantes rodovias como a BR-040, BR-116, BR-262, BR-267 e BR-482. (foto acima de Sérgio Mourão, pela estrada, próximo a Juiz de Fora, com destaque para a beleza da Mata Atlântica)
          No turismo a região se destaca por cidades e fazendas centenárias com casarões suntuosos, do tempo dos Barões do Café e período colonial como a Fazenda Santa Clara em Santa Rita de Jacutinga, a maior da América Latina (na foto acima do Duu @divagante84).
          Tem ainda a beleza das cidades pelo caminho novo da Estrada Real que corta a região, em especial, Santos Dumont. 
          O Caminho da Luz, uma rota religiosa, histórica e ecológica de 200 km, feita à pé  com início na cachoeira de Tombos (na foto acima do @shakalcarlos) até o Pico da Bandeira em Alto Caparaó.
          A Zona da Mata, guarda verdadeiros santuários ecológicos, preservados em parques estaduais e nacionais como Parque Nacional do Caparaó, na charmosa e atraente Alto Caparaó (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade), o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro em Araponga e um dos mais belos santuários naturais do Brasil, o Parque Estadual do Ibitipoca, na charmosa vila colonial de Conceição do Ibitipoca, (na foto abaixo do Sérgio Mourão), distrito de Lima Duarte.
          Em toda a região da Zona da Mata, pequenos povoados, cidades pacatas e charmosos distritos encantam a todos pela singeleza, beleza de sua arquitetura colonial e eclética e por sua história. Um desses exemplos é São José da Três Ilhas, (na foto abaixo do Thelmo Lins), um dos mais belos distritos de Minas Gerais, surgido no auge do Ciclo do Café.
As microrregiões e cidades da Zona da Mata
01 - A microrregião de Juiz de Fora MG
          Com cerca de 500 mil habitantes, Juiz de Fora é o maios município da Zona da Mata,  o quarto município mais populoso de Minas Gerais e ainda, o 36º mais populoso do Brasil. (fotografia acima de André Saliya) 
          Distante 283 km, Juiz de Fora tem sua origem no século XVIII, tendo desmembrando-se de Barbacena em 31 de maio de 1850, data em que se comemora sua fundação e oficialmente, à cidade emancipada em 1856, com o nome de Cidade do Paraibuna, adotando o nome atual, Juiz de Fora, a partir de 1865.
          Rica em história, Juiz de Fora (foto acima de Marcelo Melo) e seus distritos, guarda relíquias arquitetônicas dos tempos do Brasil Colônia e imponentes casarões da época do auge do Ciclo do Café, bem como construções em estilo eclético, que predominou no Brasil no início do século XX.
          Além de sua riqueza arquitetônica, a cidade tem fortes raízes culturais desde suas origens, graças a presença de imigrantes portugueses, italianos, alemães, sírios, libaneses, africanos e indígenas. Esses povos deram suas contribuições para a cultura, arte, arquitetura, religiosidade e folclore da cidade, além de contribuírem para o desenvolvimento, industrial, comercial e agrícola de Juiz Fora.
          Além disso, o grande potencial turístico de Juiz de Fora é outra atrativo. Destaque para sua ótima estrutura urbana, hotéis, pousadas e restaurantes com ótimas estruturas, parques, jardins, belas praças, além de bares e locais de entretenimento e turismo como fazendas centenárias, trilhas, cachoeiras, museus, teatros, cinema, templos religiosos, shoppings, o Museu Mariano Procópio, o Museu de Arte Moderna Murilo Mendes, além da charmosa Rua Halfeld, Cine-Theatro Central; Parque da Lajinha; Morro do Imperador; Usina de Marmelos Zero; Aeroclube de Juiz de Fora; a Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, a Igreja Ortodoxa Melquita de São Jorge, dentre outros pontos turísticos e naturais.
          Além de Juiz de Fora, a microrregião é formada pelos municípios de Aracitaba (na foto acima do Marcelo Melo), Belmiro Braga, Bias Fortes, Bicas, Chácara, Chiador, Coronel Pacheco, Descoberto, Ewbank da Câmara, Goianá, Guarará, Lima Duarte, Mar de Espanha, Maripá de Minas, Matias Barbosa, Olaria, Oliveira Fortes, Paiva, Pedro Teixeira, Pequeri, Piau, Rio Novo, Rio Preto, Rochedo de Minas, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga, Santana do Deserto, Santos Dumont, São João Nepomuceno, Senador Cortes e Simão Pereira.
02 - A microrregião de Muriaé MG
         Muriaé, distante 322 km de Belo Horizonte, tem sua origem no final do século XVIII, tendo sido elevada à categoria de Vila em 16 de maio de 1885. (na foto acima do Brunno Estevão Imagens Aéreas). Atualmente, vivem cerca de 110 mil pessoas. É uma das mais importantes cidades de Minas Gerais e uma das melhores cidades de Minas Gerais para se viver, por sua ótima estrutura urbana, atrativos naturais, culturais, praças, monumentos, com várias opções de lazer e entretenimento, tanto na área urbana, quanto na zona rural, com belas paisagens e fazendas centenárias. 
          Além de excelente nível em sua rede educacional, que conta com várias escolas de ensino fundamental e médio, além de importantes instituições de ensino como UNOPAR, UNIFRAM, UNIFAMINAS, Estácio de Sá, FASM, IF Sudeste, UNIP e uma unidade do SENAI/MG . Conta com uma ótima rede hoteleira, gastronômica, excelente malha rodoviária, além de um aeroporto, localizado a 2 km do centro da cidade.
          A cidade vive em constante crescimento e desenvolvimento industrial, destacando em Muriaé (na foto acima do Brunno Estevão) e nas vizinhas Eugenópolis, Laranjal, Patrocínio do Muriaé e Recreio, a indústria da moda, formando juntas o 4º maior polo têxtil de Minas Gerais, além de em Muriaé, seu parque industrial contar com indústrias de bebidas e montagem de veículos. 
          O município se destaca também na agricultura, destacando o cultivo de banana, arroz, cana-de-açúcar e pecuária leiteira e de corte. Outro destaque importante na economia muriaense é o setor de serviços, com um centro comercial bastante desenvolvido e muito variado, sendo responsável pela maior parte do PIB do município.
          Além de Muriaé, a microrregião é formada pelos municípios de Antônio Prado de Minas, Barão de Monte Alto, Caiana, Carangola, Divino, Espera Feliz, Eugenópolis, Faria Lemos, Fervedouro, Miradouro, Miraí, Orizânia, Patrocínio do Muriaé, Pedra Dourada, Rosário da Limeira, São Francisco do Glória (na foto acima de Bruno Estevão Imagens Aéreas), São Sebastião da Vargem Alegre, Tombos e Vieiras.
03 - A Microrregião de Cataguases MG         
          Tem sua origem no final do século XVIII, tendo sido elevada à Vila em 7 de setembro de 1877, contando hoje com cerca de 80 mil moradores. O município é servido pela BR-12-, MG-285 e MG-447, além de contar linha férrea, da antiga Estrada de Ferro Leopoldina. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Guardando traços da arquitetura colonial, bem como de sua história, Cataguases, além de ser uma cidade rica, desenvolvida, com ótima estrutura urbana e rural, é considerada uma cidade histórica de grande importância para Minas Gerais. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade) Na cultura, teve papel de destaque nos movimentos culturais das primeiras décadas do século XX, em destaque para o cinema, com Humberto Mauro, que nasceu em Volta Grande, pequena e charmosa cidade na zona da Mata, gravando seu nome na cidade de Cataguases, onde se destacou para o Brasil e o mundo.          
           Cataguases também esteve à frente  no Movimento Moderno de arquitetura na década de 1940, movimento este que modificou a arquitetura do Brasil, com traços diferentes das tradicionais arquiteturas barrocas, ecléticas, neoclássica, neogóticas e neorromânicas, predominantes até então. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, a sede da Prefeitura, em arquitetura do Movimento Modernista)
          Convidados por Francisco Inácio Peixoto e José Pacheco de Medeiros Filho, chegaram à cidade arquitetos, paisagistas e artistas com visões modernas, como Oscar Niemeyer, Cândido Portinari, Burle Marx, Joaquim Tenreiro, Djanira, José Pedrosa, Jan Zach, dentre outros grandes nomes da arquitetura, paisagismo e arte brasileira. Grandes artista deixaram na cidade seus traços arquitetônicos, colocando Cataguases à frente do modernismo na época, construções hoje, presentes na cidade, sendo um de seus maiores atrativos, bem como a Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia, padroeira da cidade (na foto acima do Duu @divagante84).
          Além da cultura, arquitetura e arte, de suas belezas naturais, belíssimas fazendas e charmosos povoados em sua zona rural, em Cataguases estão instaladas várias indústrias como a tecelagem Companhia Industrial Cataguases (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade), a Cataguases Papel, a Mineradora Rio Pompa, a Companhia Manufatora, que fabrica algodão hidrófilo, a metalúrgica alemã do Grupo Zollern, sendo também sede do Grupo Energisa, grande empresa do setor elétrico presente em Minas Gerais, Rio de Janeiro, em cidades do Nordeste e Centro Oeste brasileiro.
           Além de Cataguases, a microrregião é formada pelos municípios de Além Paraíba (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade), Argirita, Dona Eusébia, Estrela Dalva, Itamarati de Minas, Laranjal, Leopoldina, Palma, Pirapetinga, Recreio, Santana de Cataguases, Santo Antônio do Aventureiro e Volta Grande.
04 - A Micro Região de Ponte Nova MG
          Sua origem é do século XVIII, surgindo como um pequeno arraial a partir de 12 de dezembro de 1770, data em que se comemora sua fundação. Foi elevada à cidade em 1866. Está distante 180 km de Belo Horizonte, contando com uma população de cerca  de 60 mil pessoas. Ponte Nova faz parte do Circuito Turístico Montanhas da Fé. (foto acima de Fabinho Augusto)
          Cidade com belas paisagens, rios como o Rio Piranga (na foto acima enviada pelo Evânio Cerqueira) e cachoeiras, com destaque para a Cachoeira do Vau-Açu, além de seu belo casario em estilo colonial, eclético, modernista e contemporâneo, destacando na cidade a belíssima igreja de São Sebastião, Conta ainda com uma boa rede hoteleira e sua rica culinária, além de contar com uma ótima estrutura urbana e rural.  A cidade se destaca na suinocultura, na agropecuária, além de contar com um forte comércio varejistas, um setor de serviços variado.
          Além de Ponte Nova, a microrregião é formada pelos municípios de Acaiaca, Barra Longa, Dom Silvério, Guaraciaba, Jequeri, Oratórios, Piedade de Ponte Nova, Raul Soares, Rio Casca, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado, Santo Antônio do Grama, São Pedro dos Ferros (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade), Sem-Peixe, Sericita, Urucânia e Vermelho Novo
05 - A microrregião de Manhuaçu MG
          Com cerca de 90 mil habitantes, Manhuaçu, (na foto acima de Wilson Fortunato) é um dos principais municípios cafeeiros de Minas Gerais, fazendo parte ainda do Circuito Turístico do Pico da Bandeira. Além do café, destaca no município a mineração, a construção civil, grandes redes de lojas, principalmente do setor varejistas, além de um comércio intenso e variado. Importantes rodovias como a MG-111, BR-262 e BR-116, corta a cidade, distante 290 km de Belo Horizonte.
          Além de Manhuaçu, a microrregião é formada por São João do Manhuaçu (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade) Abre Campo, Alto Caparaó, Alto Jequitibá, Caparaó, Caputira, Chalé, Durandé, Lajinha, Luisburgo, Manhumirim, Martins Soares, Matipó, Pedra Bonita, Reduto, Santa Margarida, Santana do Manhuaçu, São José do Mantimento e Simonésia.
06 - A microrregião de Viçosa MG
          Cidade de destaque no Brasil por sua rede educacional, em especial pela Universidade Federal de Viçosa (na foto acima de Alexandre Vidigal, o Campus da Universidade), fundada em 1926, pelo viçosense Arthur Bernardes, presidente da República na época. Tem ainda seu famoso doce de leite, eleito por 10 vezes o melhor doce de leite pastoso do Brasil e um dos melhores do mundo, produzido no laticínio a Universidade Federal de Viçosa.
          Atualmente, para viver e estudar, Viçosa (na foto acima do Chico do Vale) é uma das melhores cidades de Minas pela qualidade de seu ensino e ótima infraestrutura urbana. (na foto acima do Alexandre Vidigal, Sua origem é do início do século XIX, tendo sido fundada em 30 de setembro de 1871 com o nome de Viçosa de Santa Rita, passando a ser somente Viçosa a partir de 1911. Viçosa fica a 230 km de Belo Horizonte e conta atualmente com cerca de 80 mil habitantes, desses, a maioria são jovens, com a cidade promovendo anualmente diversas festividades voltadas para esse público, em sua maioria estudantes. 
          Além de Viçosa, a microrregião é formada pelos municípios de Alto Rio Doce, Amparo da Serra, Araponga, Brás Pires, Cajuri, Canaã, Cipotânea, Coimbra, Ervália, Lamim, Paula Cândido, Pedra do Anta, Piranga (na foto acima de Alexandre Vidigal), Porto Firme, Presidente Bernardes, Rio Espera, São Miguel do Anta, Senhora de Oliveira e Teixeiras.
07 - A micro Região de Ubá MG
          Sua origem dada de 1815, com a formação de uma arraial. Em 1841, o arraial em desenvolvimento passou a se chamar Capela de São Januário de Ubá, tendo sido elevado à Vila em 3 de julho de 1853, com o nome de Vila de São Januário de Ubá e à cidade em 17 de junho de 1857, adotando o nome em definitivo de Ubá a partir de então. Está a 290 km de Belo Horizonte, contando atualmente com cerca de 120 mil habitantes. (foto acima e abaixo de Elpídio Justino de Andrade)
          Em termos de indústria, comércio e estrutura na Zona da Mata, Ubá está atrás apenas de Juiz de Fora. Seu polo industrial conta com cerca de 1000 indústrias de pequeno e médio e grande porte, nos segmentos de vestuário, calçados e da indústria moveleira, sendo Ubá o maior polo moveleiro de Minas Gerais, com cerca de 500 indústrias do ramo. É umas das referências nacionais em organização e desenvolvimento desse setor e ainda, sedia uma das maiores feiras de móveis do país, a Feira de Móveis de Minas Gerais - FEMUR. 
          O município se destaca na produção de manga, sendo uma das variedades dessa fruta, carrega o nome da cidade, a Manga Ubá, uma das identidades da cidade, declarado Patrimônio Natural de Ubá em 2003. A fruta é encontrada facilmente nos quintais da cidade, fazendas, chácaras. É uma das identidades do município e valorizada por seu povo. A cidade conta com uma ótima infraestrutura urbana, pelo setor de serviços que muito abrangente e de qualidade, além de um variado comércio, com grandes lojas, supermercados e farmácias, além da cultura e educação, já que a cidade conta com várias instituições culturais e de ensino.
          Além de Ubá, é a microrregião é formada pelos municípios de  Astolfo Dutra, Divinésia, Dores do Turvo, Guarani, Guidoval, Guiricema, Mercês, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, São Geraldo, Senador Firmino (na foto acima do Pedro Henrique), Silveirânia, Tabuleiro, Tocantins e Visconde do Rio Branco.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A história da Fazenda Santa Clara

 (Por Arnaldo Silva) A Fazenda Santa Clara fica em Santa Rita de Jacutinga, charmosa cidade da Zona da Mata, com cerca de 5 mil habitantes que faz divisa com os municípios de Rio Preto, Bom Jardim de Minas, Passa Vinte. É a maior atração turística do município que fica apenas 140 km de Juiz de Fora,190 km do Rio de Janeiro e 380 km de Belo Horizonte.
História da Fazenda Santa Clara
          A história da fazenda começou no final do final do século XVIII, quando o fazendeiro e minerador, Luiz Fortes de Bustamante e Sá, natural de São João Del Rei, foi agraciado com o cargo de guarda-mor do registro de Rio Preto. Um guarda-mor era um oficial nomeado pela Coroa Portuguesa, tendo como função proteger o Rei, comandar sua guarda pessoal e cuidar de seus bens em sua ausência. Mas Luiz desistiu do cargo, sendo substituído pelo seu irmão, Francisco Dionísio Fortes de Bustamante, que mudou com a esposa e filhos para a região, por volta de 1800.
          Em 1824, Francisco Tereziano Fortes de Bustamante, filho de Dionísio Francisco, recebeu do governo imperial uma sesmaria de terras e nestas terras, ergueu a Fazenda Santa Clara. 
          A construção teve início em 1805, levou 15 anos para ser construída e totalmente concluída, com decoração, entalhes e detalhes em 1856. Após sua morte, sua esposa, a viscondessa de Monte Verde, dona Maria Tereza de Souza Fortes, assumiu a fazenda, que depois de falecida, deixou a fazenda para seu irmão, Carlos Teodoro de Souza Fortes, já que a viscondessa não teve filhos. 
          Com o fim da escravidão, pela enorme estrutura da fazenda, bem como a manutenção do casarão, as dificuldades para pagar mão de obra e manter toda a estrutura da propriedade eram grandes. As dívidas aumentavam, até a fazenda ser hipotecada, estando em posse de um banco por 20 anos até ir a leilão, tendo sido arrematada pelo Comendador Modesto Leal e vendida em 1924 para o Coronel João Honório, sendo a Santa Clara, hoje, propriedade de seus descendentes.  
Uma das maiores construções rurais da América Latina 
          Ao todo, a Fazenda Santa Clara tem 6 mil m² de área construída, com 365 janelas, uma para cada dia do ano, 54 quartos, 12 salões, 3 cozinhas, 2 terreiros de café, uma capela, um mirante, senzala, masmorra, etc. 
          É considerada uma das maiores construções rurais da América Latina. Trabalho de construção feito por escravos, erguida em vigas de madeira e pau-a-pique, com decoração e ornamentação interna, totalmente com mobiliário, requintado, luxuoso, trabalhado em madeira bruta, feitos pelos melhores marceneiros e artistas da época.
          No entorno da fazenda um enorme terreiro de café, chama a atenção por sua dimensão, além da masmorra, construída de forma que impedisse qualquer tipo de fuga de escravos. 
          Mesmo assim, foi construído um mirante, que permitia ver toda a movimentação no entorno da fazenda, num ângulo de 360º graus, permitindo uma vigilância melhor da fazenda. Um detalhe interessante que neste mirante, construído no topo do casarão, foi instalado um relógio alemão, datado de 1840, em perfeito funcionamento até hoje. 
          É tradição no Brasil criar-se lendas e superstições, em torno de casarões antigos, com estórias que envolvem fantasmas arrastando correntes, tesouros escondidos, assombração, etc. Evidentemente, que a Fazenda Santa Clara não escapa dessas lendas, ainda mais por sua história, que envolve luxo, riqueza,  escravidão e sofrimento. Na tradição popular, tem muita estória. 
Castigos e masmorra
          Não se sabe ao certo quantos escravos trabalhavam na fazenda Santa Clara. Acredita-se que desde sua fundação, até o fim da escravidão, tenha sido usado na fazenda a mão de obra de cerca de  3 mil seres humanos escravizados. Esse grande número de seres humanos forçados a trabalhar como escravos, se explica pela enorme produção cafeeira da fazenda, exigindo muita mão de obra e com cercas de 14 horas de trabalho por dia. 
          Além de usar mão de obra escravizada, outro negócio paralelo ao café, aumentava em muito a riqueza dos proprietários. Era a comercialização de escravos para outros fazendeiros da região. 
          Seres humanos eram comprados e revendidos, ou mesmo, os filhos e filhas dos escravizados, eram vendidos, movimentando um comércio lucrativo na fazenda. (Nas fotos acima, a senzala e masmorra, onde os escravos dormiam e alguns dos instrumentos usados para castigar os escravos).
A Fazenda ontem e hoje
          A fazenda Santa Clara, guarda mais de 200 anos de história e tradição, tendo sua fachada tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórica e Artístico Nacional (IPHAN), bem com está em análise pelo órgão, o tombamento de sua parte interna. Para manter a conservação e preservar a história da fazenda, o local é aberto a visitação, com visitas acompanhadas por guias, com cobrança de uma taxa por pessoa. Esse valor é usado para a manutenção e preservação de um dos patrimônios de Minas Gerais e do Brasil.   
          Além de toda sua história, um detalhe curioso, são as telhas que cobrem o teto. Percebe-se que os tamanhos e formatos não são padronizados, se diferem uns dos outros. Isso porque, foram usados como moldes, as coxas dos escravos. Alguns tinham as coxas mais grossas, outros mais finas e por isso aconteciam essas variações nos formatos. Não eram telhas padronizadas, como vemos hoje. Assim surgiu a famosa expressão popular " feito pelas coxas". 
          Todos os meses turistas de várias partes do Brasil e até do exterior, vem à Fazenda Santa Clara para conhecer o casarão e toda sua história, percorrendo todos os cômodos possíveis, os salões, a senzala, a masmorra, os mobiliários da época, ouvindo com atenção as histórias contadas pelos guias.
          No casarão, o visitante tem a oportunidade entrar dentro da senzala e masmorra e conhecer em detalhes como era a vida dos centenas de escravos da fazenda, bem como os instrumentos usados para castigos e o mirante, construído para vigiar os escravos e a fazenda. 
         No interior do casarão, o mobiliário chama a atenção pelo luxo e arte muito bem feitas. Um tapete persa de mais de 20 metros quadrados é um dos atrativos, numa sala luxuosíssima, rodeada por mobiliário requintado de época. Outro atrativo é um espelho todo coberto em ouro e vários móveis como cristaleiras, cadeiras, lustres e outros objetos de grande valor histórico e cultural, pela beleza e requinte como foram trabalhados. 
          Por essa rica história e construção exuberante, a fazenda Santa Clara foi cenário da novela "Terra  Nostra"em 1999 e também da minissérie "Abolição", ambas da Rede Globo. 
     Na Região da Zona da Mata, existiam dezenas de fazendas de café com um rico patrimônio arquitetônico e cultural. Muitas delas ainda preservadas, mas de boa parte dessas fazendas, sobraram poucas peças para contar sua história. Ao contrário da Fazenda Santa Clara, foram conservadas boa parte da história da fazenda, bem como sua arquitetura e mobiliário. Por isso sua importância para Minas Gerais, um patrimônio que deve ser preservado. 
          A conservação da Fazenda Santa Clara até os dias de hoje é de grande importância para entendermos a história e o estilo de vida das oligarquias da época, bem como sua visão cultural, politica, religiosa e social, além, claro, de como viviam os escravos, o comércio de seres humanos e a forma como eram tratados. 
          Estar na fazenda, entrar nos suntuosos aposentos da imponente construção, descer à senzala e masmorra, é uma aula de história viva. 
          Isso porque a fazenda foi umas das mais ativas na produção cafeeira na época, no auge do Ciclo do Café. São histórias de riqueza, luxo, poder, também por simbolizar os horrores praticados durante os tempos da escravidão. 
          Impressiona por sua beleza, ao mesmo tempo, causa calafrios pela dor e sofrimento causados aos escravos, somente em ver os instrumentos usados para castigos e pela forma com que viviam na senzala, já arrepia e comove. 
          A Fazenda Santa Clara é a face da história da riqueza e escravidão no Brasil e conhecê-la é aprofundar-se de corpo e alma na nossa história, em especial, do século  XIX, durante o período da riqueza e poder, gerados pelo café, cuja a fazenda é o reflexo de tudo isso.
COMO VISITAR A FAZENDA SANTA CLARA
Endereço: Estrada Santa Rita - Rio Preto Povoado João Honório, Santa Rita de Jacutinga MG
Horário visitas: Todos os dias de 8 às 17 horas com guia. Cobra-se para entrar. Verifique os valores
Telefones: (32) 3291-1400 - (24) 2442-5703

(Todas as fotos desta edição são de autoria de Rildo Silveira)

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