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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

A venda do Cecé em Jaboticatubas

(Por Alexa Silva) Essa é uma típica venda mineira, também conhecida como armazém, fica em na histórica e tradicional cidade de Jaboticatubas MG, a 60 km de Belo Horizonte, na Serra do Cipó. Como toda vendinha do interior, tem de tudo...
          Café moído na hora, ovos caipira, fubá de moinho d'água, leite, queijo, rapadura, cerveja gelada, tira gosto, pinga, biscoitos caseiros, bolos, frutas, xampu, Presto-barba, soda cáustica, refrigerante, suco, vassoura, rodo, absorvente, água mineral, balde, fumo de rolo, galinha caipira, toucinho fresco, vela, papel higiênico, arroz, sal, açúcar, pão... Bem assim, tudo junto e misturado.
  
          Ahhh!!! Tava esquecendo o principal, tem Seu Cecé, dona Lia, e Nonô. Com atendimento maravilhoso, prosa boa, simplicidade, aconchego... Tudo tão lindo, tão simples, tudo tão Minas!
Texto e fotos da Venda do Cecé em Jaboticatubas de autoria de Alexa Silva/@alexa.r.silva

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Sabão de cinzas: tradição, origem e como fazer decoada

(Por Arnaldo Silva) Lembramos com romantismo e saudosismo os velhos tempos na roça que nossos pais e avós viveram. A vida era mais tranquila, as famílias trabalhavam na roça, plantavam para comer. 
          Quase ninguém tinha dinheiro, mas não faltava nada. Plantavam e colhiam. Criavam galinhas e porcos. Tinha ovos, carne e gordura sempre. Roupas eram feitas na roda de fiar, com o algodão colhido que eles mesmos plantavam. (foto acima de @merceariaparaopeba em Itabirito MG)
           Não havia luz elétrica, usavam lamparina para iluminar a casa à noite. Na beira do fogão muita prosa, cachaça feita no alambique da comunidade e muitas quitandas. Tudo iluminado à luz de lamparina.
          Eram simples e a vida era simples. Mas não era fácil. A vida era dura, o trabalho era pesado. Começava antes do sol amanhecer e do galo cantar e encerrava depois que o sol se punha. Mas era um estilo de vida que deixou saudades, pela pureza e pela nostalgia. (foto acima do Igor Messias em Santana do Pirapama MG)
          Comparando com a realidade atual, não hesitamos em dizer que, mesmo sendo uma vida difícil, era melhor que a que temos hoje. E éramos mais humanos e as famílias mais unidades.
          Nossos pais e avós nos deixaram coisas boas desse tempo. Muitas delas estão em nossa memória e vida, mas outras foram esquecidas devido a modernidade. Uma dessas preciosidades esquecidas é o Sabão de Cinzas, também chamado de Sabão Decoada que é o processo de coar as impurezas da cinza antes de ser dissolvida na água.
O Sabão feito de Cinzas
          Passaram gerações e esse sabão acabou sendo esquecido e ao saber que existia, muita gente estranha existir um sabão feito com cinzas. Naqueles tempos difíceis, as famílias tinham que usar técnicas bem rústicas para manterem a higiene da casa e de si próprios. Sabonete e sabão, como conhecemos, existia, mas fora da alcance da maioria do povo que vivia no interior. Se não tinha como comprar sabão, faziam, aproveitando ingredientes bem fáceis e sem custo algum. (na foto acima, sabão de cinzas da @merceariaparaopeba em Itabirito MG)
          A cinza do fogão a lenha, água de cisterna e a gordura de porco, após o uso em várias frituras e já não estava mais boa para novas frituras.
          Não leva nenhum produto químico, como soda cáustica e nem precisa. Isso porque a cinza é rica em sais como o carbonato de potássio e o carbonato de sódio. Que dissolvida na água, exerce a mesma função da soda cáustica, com a vantagem de ser natural.
          Além disso, na cinza estão concentradas propriedades que tem a função de purificar e branquear. E o povo antigo sabia disso. Tanto é que as roupas claras encardidas, eram colocadas de molho com o sabão que faziam, com uma trouxinha amarrada com cinzas. No dia seguinte enxaguavam e colocavam para secar. A roupa ficava branquinha.
          A cinza é fácil de diluir em água porque concentra substâncias alcalinas, que são solúveis. Por isso mesmo, é usada desde tempos antigos para fazer sabão.
          Antigo que eu falo é antigo mesmo, não é nos tempos de nossos avós não. Há registros de sabão feito de cinzas há 2.800 anos antes de Cristo. Surgiu no oriente médio, na Babilônia. A arte de fazer sabão de cinzas passou a ser difundida na Europa pelos gauleses 600 anos a. C e principalmente durante o Império Romano.
Como fazer o Sabão de Cinzas
          O primeiro passo é preparar a decoada, que é mistura da água com cinza, misturada na gordura e aquecida no fogo até aprumar, ficando numa consistência bem grossa.
          Então vamos aprender fazer o sabão?
Você vai precisar de:
• 2,5 quilos de cinza de madeira
• 5 quilos de gordura de porco
• 5 litros de água de nascente ou cisterna.
Embalagem. Antigamente não embalavam o sabão, mas hoje, caprichosamente, como podem ver na foto acima, na Mercearia Paraopeba em Itabirito MG, passamos a embalar o sabão na palha da bananeira. Fica mais charmoso e bem no estilo antigo. Capricho de mineiro mesmo.
Dicas importantes:
- Não use a cinza de madeira de eucalipto porque, hoje, é uma madeira modificada geneticamente e nem de madeira de árvores transgênicas. Use a cinza da madeira nativa natural.
- Faça o sabão somente com a água de cisterna ou nascente. Não use água de torneira porque contém muito cloro e o sabão não vai prestar.
- Não use de jeito nenhum óleo de cozinha que temos em casa, comprados em supermercados, já embalados. São feitos com químicos e produtos transgênicos. É banha de porco mesmo, nada de óleo de soja, girassol, granola, etc.
- O sabão de cinzas bom é o feito com água, cinza e gordura de porco, natural.
Modo de fazer
- Recolha as cinzas, passe em uma peneira e retire as impurezas e gravetos não queimados.
- Faça a decoada, dissolvendo a cinza na água. Misture bastante até as cinzas se dissolverem por completo.
- Coe novamente na peneira para retirar o restante de cinza e impurezas.
- Coe também a gordura para retirar restos de alimento.
- Em um tacho, coloque a gordura. Quando estiver derretida, acrescente aos poucos a decoada e deixe fervendo por umas 2 horas. O sabão ficará na cor cinza escura.
- Demora, mas sempre dê uma olhada e mexa de vez em quando.
- Quando perceber que está adquirindo uma consistência bem firme, está chegando no ponto e mexa devagar, mas sem parar.
- Nesse ponto, mexa mais rápido até engrossar bem.
- Desligue o fogo e continue batendo até ficar uma massa dura.
- Deixe esfriar e em seguida pegue um punhado do sabão e comece a embolar, fazendo bolinhas.
- Enrole na palha da bananeira e amarre, como vê na foto acima da Mercearia Paraopeba/@merceariaparaopeba em Itabirito MG.
Prontinho. Está pronto um sabão ecologicamente correto que não afeta o meio ambiente.
Uma tradição ecologicamente correta
          Nossos avós diziam que esse sabão ajudava no tratamento de doenças de pele como as brotoejas, perebas, piolho, coceira, etc. Limpava mesmo a pele e ainda, deixava o cabelo lisinho, além de ajudar a combater a seborreia, prevenir cravos e espinhas.
          Mesmo sendo antigo, o sabão de cinzas continua a ser feito nos quintais das casas de nosso interior, como em Itabirito MG, encontrado na Mercearia Paraopeba e em várias outras cidades mineiras.
          Sabão de cinzas é tradição e sabedoria que ficou no passado, mas presente na vida de muitas famílias hoje que não dispensa esse sabão, usando-o na lavagem de utensílios domésticos, de roupas e também para tomar banho. Ah, e ainda usam a bucha vegetal, que é esfoleante natural e ajuda em muito na limpeza da pele.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Diferenças de broa e bolo

(Por Arnaldo Silva) Vamos entender melhor a diferença entre broa e bolo. É muito comum o mineiro chamar de broa, o que a maioria, chama de bolo. Muita gente pergunta se não é a mesma coisa. Não é não. São guloseimas diferentes. Broa é uma quitanda presente em Minas Gerais há quase 300 anos, ainda nos tempos do Brasil Colônia.
          Broa é um tipo de pão, feito com fubá ou com acréscimo de várias farinhas, como de trigo, centeio e também, leveduras. Tem origem em Portugal e Galiza, tendo sido introduzida em Minas Gerais no início do Ciclo do Ouro, no século XVIII. (na foto acima, uma broa registrada pelo Fabrício Cândido e um bolo de trigo, registrado pelo Judson Nani
          A receita original portuguesa foi adaptada aos ingredientes das terras mineiras, com o fubá triturado no moinho, sem acréscimos de farinhas, por ser a farinha de trigo, inexistente na época do início da colonização. 
          Além disso não se usava fôrmas ou tabuleiros para assar as broas e sim, panelas mesmo, com uma chapa forrada com brasas cobrindo a as panelas. O tradicional bolo assado na brasa.
          As broas que começaram a serem feitas em Minas Gerais, no século XVIII, não se assemelhavam aos pães portugueses e sim aos bolos, porque eram assadas em panelas de ferro, em formatos redondos, parecidas com os bolos europeus, feitos com trigo e em fôrmas próprias, redondas com furo no meio. (na foto acima, bolo de farinha de trigo feito pela Regina Rodrigues da Fazendinha da Regina/@reginasfarm)
          Para se chamar broa em Minas Gerais, na sua forma original, tem que ter milho, triturado no moinho d´água, o nosso fubá de milho. Ou seja, pra ser broa, o ingrediente principal tem que ser o fubá.
          Quando do surgimento da broa mineira, não existia a farinha de trigo no Brasil. Com a popularização da farinha de trigo, esse ingrediente passou a ser acrescentado à massa da broa, mas em uma quantidade pequena, apenas para dar mais liga e tornar a broa mais leve. (na foto acima de Fabrício Cândido, broa acompanhada de café com leite)
          Se o principal ingrediente for a farinha de trigo, maisena ou outra farinha que não seja de milho, já não é broa, e sim bolo. É essa a diferença. Bolo é quando o ingrediente principal é a farinha de trigo ou outra farinha que não seja de milho. 
          Caso a quitanda tiver farinha de trigo e fubá, em partes iguais, é também bolo. Se predominar o fubá, como por exemplo, 500 gramas de fubá para 100 g de trigo, é broa. Se for o contrário, se predominar a farinha de trigo, é bolo.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

10 castelos em estilos medievais em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Os castelos impressionam pela beleza, arquitetura, luxo, demonstração de poderio econômico, além da segurança, já que são verdadeiras fortalezas. Era esse o sentido original dos castelos. Segurança.
          Castelos povoam nossa mente, são cenários de filmes épicos, românticos da Idade Média período da história da Europa entre os séculos V e XV, quando os castelos passaram a ser construídos em números escalonados na Europa, a partir dos séculos 9 e 10, com o objetivo de proteger as construções e propriedades da invasão dos povos nórdicos.
          Eram construções rústicas em seus exteriores, com muradas altíssimas, em pedra sobre pedra, torres frontais e laterais, onde ficaram os sentinelas e arqueiros de prontidão para ataques, além de entradas com portões gigantes de ferro, fosso em torno do castelo, masmorras, enfim, toda estrutura de segurança para ataque e principalmente, defesa. (na foto acima, o Castelo Indaiá em Dores do Indaiá MG/Divulgação)
          O objetivo era proteger a morada do senhor feudal, bem como os trabalhadores e moradores do feudo, de invasores. Quando surgiam eles, o refúgio seguro eram os castelos, até os dias atuais.
          Sua origem antecede a Idade Média. O primeiro castelo construído no mundo foi há 3000 a.C. em Aleppo, na Síria. Mas os castelos se popularizaram mesmo foi na Europa, Medieval.
          Ao longo dos séculos, impressionantes castelos foram construídos para abrigos, proteção dos senhores feudais e moradia das realezas. São construções imponentes, gigantes, impactantes. São mostras claras da riqueza e poderio econômico, principalmente de reis, rainhas, príncipes, princesas, duques, duquesas, senhores feudais e todos os ricos desse período e até dos dias de hoje também.
          Hoje, esses castelos da Idade Média continuam nas mãos de monarcas ou foram adquiridos por particulares ou mesmo, se transformaram em museus e hotéis de luxo.
Castelos no Brasil e em Minas Gerais
          No Brasil e em Minas Gerais, especificamente, existem castelos em vários estilos, inspirados nos castelos europeus da Idade Média, mas com objetivos diferentes. Castelos foram construídos no Brasil desde o Brasil Colônia mas não com o objetivo de proteção contra invasores, mas por poderio econômico mesmo. Muitos foram construídos no século passado quando os cassinos eram legalizados no Brasil ou foram construídos na crença que o jogo seria um dia liberado no país.
          Com a proibição dos cassinos e jogos no Brasil pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, em 1946, os imponentes e enormes palacetes e castelos construídos, foram dando lugar a hotéis, resorts, pousadas ou mesmo, espaços para eventos e até museus. E ainda estão surgindo construções inspiradas nos castelos para serem pousadas ou hotéis, já que o estilo medieval dos castelos inspira romantismo, requinte e nostalgia. (na foto acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, o interior do Castelo do Café em Manhuaçu, Leste de Minas)
          Em Minas Gerais temos vários castelos e palacetes construídos em estilos diferentes inspirados nos castelos medievais. Durante a Idade Média, os castelos passaram por três estilos: bizantino, românico e gótico. Nas construções novas seguem um desses estilos ou os 3 deles em um só castelo. Vamos conhecer 10 castelos em Minas Gerais.
01 - Castelo do café em Manhuaçu
          A 290 km de Belo Horizonte, na região do Coqueiro Rural, em Manhuaçu MG, Leste de Minas, um imponente castelo foi construído em homenagem ao café. Sim, ao café.
          A bebida reina em nossos lares, só perde para água, principalmente em Minas, que é o maior produtor de café do Brasil. Por isso, nada mais justo que um castelo para homenagear a bebida tradicional dos mineiros e do brasileiro. (foto acima de Brunno Estevão)
          O castelo foi idealizado pela família Charbel, formada pelo casal Charbel e Rosely e seus filhos Davi e Salomão, proprietários das marcas Café Rei Davi e Café Salomão. (fotografia acima e abaixo da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, o interior do Castelo)
          Audaciosos, empreendedores e criativos, contaram com a experiência do arquiteto João Previero para transformar um galpão já existente no local em um castelo. Para fazer o projeto, o arquiteto se inspirou nos castelos medievais da Itália e da Baviera, na Alemanha.
          Surgiu assim construção única, com uma arquitetura ímpar, singular, impactante e majestosa em Minas. Em torno do castelo cafezais, jardins belíssimos e uma bela cachoeira, completam a beleza cênica do lugar.
          É um espaço temático dedicado ao café, bem como todas as transformações desde o cultivo, colheita, secagem, torrefação, envasamento e preparo da bebida. (nas fotos acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, detalhes do interior do Castelo)
          O espaço conta com dois andares e três blocos grandes com armazém, escritório, torrefação, laboratório de classificação e claro, cafeteria, onde o visitante poderá apreciar o sabor dos cafés de alta qualidade produzidos pela família. Com certeza será uma experiência única, digno da mais sofisticada realeza e do café.
02 - Castelo de pedras
          Construído em Sobradinho, na zona rural de Itamonte MG, no sopé de uma montanha na Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas.
           É uma construção em pedra sobre pedra, sem reboco em seu exterior, com torre, portas e janelas em estilo medieval , além de outros detalhes arquitetônicos que nos remonta aos tempos medievais. (Foto acima e abaixo cedidas pela fanpage Itamonte MG)
          O visual imponente do castelo e paisagem da Mantiqueira impressionam. Há poucas informações de quem construiu, quando foi e porque foi construído, mas sem dúvidas, é uma das mais belas construções do estilo em Minas Gerais e no Brasil.
          Em seu redor, uma imensa área verde nativa, muralha em pedras e um pequeno lago abastecido por nascente. É muito procurado para visitas e fotos, principalmente para books de casamentos, pelo romantismo e áreas medievais da construção em pedras e toda a natureza em redor.
          A cidade está a 430 km de Belo Horizonte, a 200 km do Rio de Janeiro e 270 km de São Paulo com acesso pela BR-381 e BR-354. Pode aproveitar ainda para visitar as estâncias hidrominerais de São Lourenço a 40 km e Caxambu a 50 km.
          Para chegar ao castelo, a estrada é asfaltada e o caminho da entrada até o castelo é uma subida calçada em pedras. O local hoje é uma propriedade particular e precisa de autorização.
03 - Grande Hotel e Termas do Barreiro
          Fica em Araxá MG, no Alto Paranaíba, cidade distante 367 km de Belo Horizonte. Iniciada em 1938, na época de auge dos cassinos no Brasil, a imponente construção com 9 pisos e cerca de 27,34 metros de altura, foi inaugurada em 1944 pelo então presidente Getúlio Vargas e Benedito Valadares, então governador de Minas na época.
          A propriedade é de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). Desde 2010, é administrado pelo Grupo hoteleiro Tauá, vencendo concorrência pública. Desde essa época o local é chamado comercialmente de Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá.
          Rodeado por fontes de águas termais, sulfurosas e radioativas e uma imensa área verde e jardins projetados pelo pintor e paisagista Roberto Burle Marx, a majestosa construção foi projetada pelo arquiteto Luiz Signorelli. (foto acima de Márcio Pereira/@dronemoc)
          A inspiração do arquiteto veio das construções coloniais da América espanhola, como exemplo na Venezuela e Colômbia. Seu exterior é revestido de barro avermelhado, que nas construções coloniais espanholas simbolizam a simplicidade. Além do estilo colonial espanhol, o arquiteto usou os estilos eclético e neoclássico predominantes na Europa nos séculos XIX e início do século XX.
        Em contraste com seu exterior, o interior do Grande Hotel é requinte puro, um luxo que impressiona desde a entrada, passando pelos enormes corredores, salões, estruturas em estilo Greco-romano, quartos e suíte presidencial, além do mobiliário de época, digno de cenário de novelas. Estar no Grande Hotel nos dá uma sensação de volta ao glamour do início do século XX.
          É um lugar dos sonhos pra qualquer um se hospedar e visitar, tanto pelos jardins, o Parque das Águas e principalmente pela beleza, luxo, requinte e glamour do Grande Hotel.
04 - Castelo Indaiá
          No Km 41 da rodovia MG-176, em Dores do Indaiá, cidade histórica com origens no século XVIII, no Centro-Oeste de Minas, a 255 km de Belo Horizonte, o Castelo Indaiá é um dos maiores atrativos da cidade e região.
          Imponente, majestoso e suntuoso, em cor branca com detalhes azuis nas torres, está situado em uma fazenda próximo ao perímetro urbano da cidade e atrai turistas de Minas e o Brasil para Dores do Indaiá. Foi construído pelo empresário dorense Alberto Ferreira de Faria, após retornar à sua cidade natal, em 1994. Antes, o empresário viveu em Belo Horizonte e Estados Unidos. 
          Nos anos 1990, discutia-se no país a volta dos cassinos e o empresário, como tantos outros, acreditava que o projeto que liberava os cassinos no Brasil seria aprovado. Baseado nessa expectativa, decidiu construir um castelo para jogos em sua cidade natal, Dores do Indaiá MG.
          A inspiração para a construção do castelo não veio do estilo medieval dos castelos europeus, como é comum, e sim, com um castelo que conheceu nos Estado Unidos, quando vivia nesse país. 
          O castelo começou a ser construído em 1994 e, mesmo com a não legalização do jogo no Brasil, o empreendimento foi concluído em 2002. Mas quando tudo estava pronto, Alberto Ferreira de Faria faleceu ao 66 anos, vítima de infarto.
          Após seu falecimento o Castelo Indaiá passou a ser administrado pelo casal Wesley e sua esposa, sobrinha do Alberto Ferreira.
          O complexo do Castelo Indaiá possui uma área de 30 mil m², com 5 mil m² de área construída. São dois castelos, um maior e outro menor. Um para eventos e outros para suítes. O principal, o maior, (na foto acima) possui 4 andares, amplo salão para festas e casamentos, além de ornamentação requintada e suítes.
         No castelo menor, sãos 6 suítes que comportam até 25 pessoas, alugadas apenas para pessoas do evento, sendo um casamento para os parentes, mas nunca para um casal só, somente, grupos. Em sua maior parte, as suítes são usadas durante o ano pela família dos proprietários. 
          É usado somente para eventos sociais, como festas de aniversários, Réveillon, casamentos, debutantes, jantares, almoços de confraternização de fim de ano e almoços de batizados, além de receber grupos para fins de semana e feriados.
          Além disso, no entorno dos castelos está um belíssimo lago, uma ótima estrutura para diversão, construções menores em estilo colonial e enxaimel como podem ver na foto acima e abaixo, além de área verde muito bem cuidada.
          É um lugar para momentos românticos, festivos e realização de sonhos como por exemplo, festas de aniversário ou casamento, revivendo assim sonhos de um evento único em um castelo, digno de reis e rainhas, príncipes e princesas. (As fotos do Castelo Indaiá são arquivos do Castelo Indaiá e cedidas pelo Wesley - Administrador)
05 - O Castelinho de Almenara
          Na cidade de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, distante 744 km de Belo Horizonte, uma construção inspirada em castelos medievais, representa a beleza e o romantismo que o requinte dos castelos simbolizam em todo o mundo.
          É o Castelinho de Almenara, um dos principais atrativos da cidade e um de seus maiores bens culturais históricos. (na foto acima do João Avelar)
          Sua construção tem início no século passado, fruto de uma promessa de Olindo de Miranda à Eunice, por quem se enamorara.
          Se apaixonar, enamora-se por uma moça, sonhar em casar é normal, mas tem certas situações que impedem ou tentam impedir e por fim a esse sentimento. No caso de Olindo, sua paixão era a filha de Sabino Silva, na época Juiz de Direito da Comarca de Araçuaí, também no Vale do Jequitinhonha.
          O pai da moça era totalmente contra o namoro, mas Olindo, apaixonado por Eunice, não desistiu e lutou por seu amor e foi além, prometeu que se casasse com ela, construiria um castelo para os dois viverem.
          Determinado a casar-se com Eunice e aproveitando uma viagem a trabalho do juiz a Belo Horizonte, às escondidas, casou-se com Eunice na cidade de Itinga MG, também no Vale do Jequitinhonha.
          Já casados, em meados do século passado, cumpriu sua promessa. Aproveitou uma construção antiga que existia em sua propriedade, em forma de chalé e fez modificações para transformá-la em castelo, duas torre, dando à construção antiga, aparência de um castelo.
          Na torre central do castelo, está gravado o nome do casal Eunice e Olindo, preservando para a posteridade a história de um amor verdadeiro.
06 – Castelo do Bispo de Sá
          Localizado em Bueno Brandão, no Sul de Minas, a 471 km de Belo Horizonte, o Castelo Bispo de Sá entre as belezas naturais e arquitetônicas da charmosa, acolhedora e atraente cidade de Bueno Brandão.
          Cidade com tradições na gastronomia, na produção de cachaças, licores, fermentados e cafés, chocolates, vinhos e queijos finos de qualidade, além de belíssimas cachoeiras. (Foto acima e abaixo de Douglas Coltri)
          O Castelo Bispo de Sá é um dos atrativos da cidade e lugares mais visitados na região. Construção inspirada nos épicos castelos medievais, com estátuas de leões, armaduras de soldados medievais, mobiliário rústico e as tradicionais torres de vigia, características dos castelos europeus.
          É um tradicional espaço para eventos diversos como festas de casamentos, aniversários ou eventos sociais. Um lugar para quem sonha com um casamento, aniversário de 15 anos em um castelo que remonta os contos de fadas.
          Muito bem estruturado com ótima infraestrutura para eventos, com salão de festas com fonte de água, cozinha muito bem equipada, área externa com gramados, conforto, requinte e beleza cênica. Ótimo também para fotos e books.
07 - Castelo Líder
           Quem passa pela rodovia MG-050, próximo do trevo da BR-262, em Mateus Leme, a 60 km de Belo Horizonte, se depara com uma imponente construção com fachada inspirada nos castelos medievais, torres frontais e laterais. Para, admira e fotografa.
          É o Castelo da Mobiliadora Líder. Construído no final da década de 1970 pelo empresário João da Mata, proprietário da fábrica de móveis Líder, na cidade de Carmo do Cajuru, no Oeste de Minas, a 112 km de Belo Horizonte. O Castelo Líder de Mateus Leme é uma das lojas de móveis de fábrica da empresa que conta com outras lojas em Minas e também em outros estados. (foto acima do @arnaldosilva_oficial)
08 - Palácio da Liberdade
          Na Capital Mineira, uma imponente construção ladeada por uma bela praça e construções do início do século XX, inspiradas na arquitetura francesa, se destaca como uma das mais belas construções de Minas Gerais. É o Palácio da Liberdade, antiga sede do Governo de Minas, hoje espaço público aberto a visitação.
          Inaugurado em 1898, um ano depois da instalação da capital, foi projetado pelo engenheiro e arquiteto pernambucano José de Magalhães. Foi construído para ser a sede do Governo de Minas Gerais. (foto acima do Wilson Paulo Braz a fachada do Palácio e abaixo do Nacip Gômez, a sala de reuniões)
          À época, os arquitetos se inspiravam na arquitetura de um determinado país para fazerem seus projetos, mas com o Palácio da Liberdade foi diferente. Isso porque o arquiteto colocou um pouco da arquitetura estilos de vários países num só projeto, tanto na parte externa quanto na ornamentação de seu interior, fazendo uma mescla de traços e estilos da época de vários países europeus, em três pavimentos.
          O luxuoso palácio, teve inspirações nas construções dos castelos medievais europeus, mesclando estilos variados predominantes no século XIX como o estilo neoclássico, eclético e estilo Luís XVI, usando ainda traços do estilo mourisco, comuns em Portugal e Espanha, naquela época.
          Os belos jardins, monumentos, estátuas, chafarizes e ornamentações externas, foram inspirados nos jardins dos palácios da Alemanha e Bélgica. Além disso, para confirmar todo o estilo europeu do Palácio da Liberdade, a maioria do material usado na construção, mobiliário e ornamentações, foram importados da Europa, entre o fim do século XIX e início do século XX.
09 - Castelo Monalisa
          Imponente e majestoso, o Castelo Monalisa foi construído pelo ex deputado Federal Edmar Moreira, falecido em 17 de março de 2023. Após seu falecimento, o imóvel foi herdado por seus filhos.
          Construído em Carlos Alves, distrito de São João Nepomuceno MG, Zona da Mata, distante 314 km da capital, cidade natal do ex deputado, foi erguido em uma gigantesca área de 192 hectares de extensão, equivalente a 268 campos de futebol.(na fotografia acima e abaixo do Jair Barreiros, o Castelo Monalisa) 
           A área construída do castelo é também de proporções gigantescas. São 7.911,17 m² com 12 torres, 37 suítes com closet, cozinha industrial com capacidade para preparar refeições para até 200 pessoas, hall de circulação, vestiários para funcionários, ducha escocesa, bar, salão para churrasqueira, casa das máquinas, adega subterrânea para 8 mil garrafas, garagem coberta, capela, ar condicionado central e ainda parque aquático chafarizes, área verde e floresta de eucaliptos nos fundos do castelo.
10 - Pousadas em estilos medievais
          Para viver um conto de fadas no interior de um castelo não precisa ter um, basta se hospedar em um.
Em Monte Verde
 
          É o caso da Pousada do Castelo na charmosa Monte Verde, distrito de Camanducaia MG, no Sul de Minas, distante 473 km de Belo Horizonte. (na foto acima do Wellington Diniz)
          Construído no estilo dos castelos europeus, a Pousada do Castelo, como é chamada, é uma das mais atraentes da charmosa arquitetura europeia da vila mineira.
          Construção com torres, cômodos revestidos em pedras, mobiliário rústico, quartos com lareira, área verde, excelente café da manhã, enfim, estar no local é uma volta ao romantismo e glamour da época medieval, com a beleza da altitude da Serra da Mantiqueira, uma harmonia perfeita!
Em Pocinhos do Rio Verde
          Nesta mesma região, Sul de Minas, tem um lugar que lembra a rusticidade e o charme dos castelos europeus, embora a construção não seja propriamente um castelo mas o subsolo, como podem ver na foto acima fornecida pelo Gran Hotel/Summit Concept Pocinhos/Divulgação. Lugar ideal para noites românticas à luz de velas. Pocinhos é distrito de Caldas.
          É uma das mais famosas estâncias hidrominerais de Minas e estar no Grand Hotel, em seus salões enormes, construído e mobiliado nos estilos do início do século XX, é uma volta ao passado, ao glamour e romantismo puro.

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Trem do Sertão

(Por Marina Alves/Lagoa da Prata MG) E não é o Trem do Sertão? Entre fumaças e brumas, a hora de embarcar em viagem inusitada: um passeio atravessando os distantes dias, os anos, o tempo...
          Manobra o Trem do Sertão! Envolto em nebulosa purpurina que se mescla ao céu coalhado de nuvens, ele se recorta ao sol da manhã, banhado em luz cristalina que radia detrás da grande figueira. Ao fundo, os fornos das caieiras apregoam tempos que esbarram nos idos de 1950.
          Saltando de um conto antigo, a estação se entrincheira à beira da lagoa. Ao rés-da-plataforma, os trilhos se desenham em duras e brilhantes paralelas que levam a tantos destinos: serpentes de ferro que corcoveiam sob as bênçãos da rosa dos ventos, desbravando sortes e caminhos.
          Na travessa do telhado, o pêndulo de bronze adverte desavisados: hora de partida, maria-fumaça em movimento. De súbito, a vida para sob o clique mágico de quem flagra o belo nos desvãos de qualquer hora. A chapa batida num repente, de repente, nem queria, mas pegou gentes desprevenidas a boiar coincidentes num dia qualquer... Seria dia de semana? Talvez domingo? Ah, se alguém pudesse se lembrar, se alguém se atrevesse a contar!
          Porte elegante, o homem de bota e chapéu espicha-se em sombra no concreto rústico, alegorias do sol nascedouro. Sem nem sentir, sem nem premeditar, imortalizou-se nos umbrais do tempo. Perdido nas brumas da história, o escuso cavalheiro em secretos anonimatos virou lenda no retrato sem pose nem ensaio... Mas quanta beleza e mistério guardou para a posteridade nas entrelinhas das outras gentes que viriam.
          À parte, o Trem do Sertão com seus ilustres passageiros, maquinistas, foguistas, apitos e vagões, certamente seguiu moroso, cortando ventos e pontes e matas e encostas de outras eras que não voltam mais.
Texto baseado no icônico registro do fotógrafo Câncio de Oliveira, feita em 1950 na antiga Estação de Lagoa da Prata MG. Câncio era natural de Santo Antônio do Monte MG, faleceu em 2020, aos 95 anos. Fez várias fotos icônicas e marcantes de Minas Gerais, como esta de Lagoa da Prata, de sua cidade e de outras cidades mineiras, além de Belo Horizonte, cidade para onde se mudou em em 1941.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Vinho de jabuticaba ou fermentado de jabuticaba?

(Por Arnaldo Silva) Se o vinho não for feito com uva, não é vinho e sim fermentado. Isso é fato e é lei.
          Toda bebida obtida através da fermentação alcóolica do mosto de frutas, é popularmente chamado de vinho. Assim, além do vinho da uva, bebidas alcoólicas obtidas através da fermentação do mosto da jabuticaba, maçã, morango, jamelão, amora, banana, laranja, pera e outras frutas, tem a denominação popular de vinhos.
          Segundo a tradição europeia, a origem da palavra vinho, vem de videira. Desde a antiguidade, vinho sempre foi associado à uva e por isso, nenhuma outra bebida, de mosto fermentado, que não seja de uva, não é considera, vinho. Inclusive, essa questão, consta em lei no Brasil.
          É a Lei N 7.678 de 8 de novembro de 1988. Um dos artigos dessa lei é bem claro sobre a questão. No Artigo 3º da Lei diz: “Vinho é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, fresca e madura”. Parágrafo único. “A denominação vinho é privativa do produto a que se refere este artigo, sendo vedada sua utilização para produtos obtidos de quaisquer outras matérias-primas”.
          Segundo entendimentos de juristas, de acordo com a Lei citada acima, somente pode ser considerado vinho, a bebida alcóolica fermentada a partir do mosto da uva. Nenhuma outra bebida, fermentada, que não seja com uva, não pode ser denominada, vinho.
Sabará e Catas Altas
          Em Minas Gerais é tradição a produção de fermentado de jabuticaba, desde o século XIX, principalmente em Sabará a 20 km de Belo Horizonte (na foto acima de Thelmo Lins)  e Catas Altas MG, na Região Central, a 120 km da Capital (na foto abaixo da Elvira Nascimento), duas cidades históricas, com origens no século XVIII.
          Isso porque a fruta, nativa da Mata Atlântica, é abundante em Minas Gerais. É uma tradição secular a produção fermentado de jabuticaba nessas duas cidades em especial.
          A bebida secular feita com o mosto da jabuticaba é tradição centenária nessas duas cidades, anteriormente chamada de vinho. Nomenclatura que mudou, nos rótulos pelo menos, devido a questões legais, embora ainda seja popular chamar fermentado de jabuticaba, vinho.
          Esse é o motivo que não citamos a bebida fermentada de jabuticaba, como vinho.
          Os produtores da bebida fermentada de jabuticaba e suas entidades representativas, têm consciência disso e estão buscando nomenclatura própria para a bebida, de acordo com a tradição e identidade que a secular bebida tradicional dos mineiros tem com as cidades produtoras.
          
Isso por que a bebida é uma tradição que nasceu nos pomares de nossas cidades, onde os pés de jabuticabas, principalmente da espécie jabuticaba-sabará (Myrciaria cauliflora) estão presentes.
O fermentado de jabuticaba
          É uma bebida leve, saudável e saborosa que agrada em muito o paladar dos mineiros. A produção dessa bebida sobrevive até os dias de hoje, passadas de geração para geração, como exemplo na cidade de Catas Altas MG, onde o vinho de uva e o fermentado de jabuticaba são produzidos desde meados do século XIX.
          Como por exemplo, a geração de Jesuína Pereira de Souza, da Adega Aluar em Catas Altas MG. Dona Jesuína produz vinhos de uva bordô (na foto acima da Karla Jardim/@tripcatasaltas), fermentado de jabuticaba e licores, desde 1968, ensinada por sua mãe, quando tinha apenas 12 anos. Até hoje, produz as bebidas de modo artesanal, bem como a maioria dos produtores de vinhos e fermentados de jabuticaba, da cidade. 
          O modo artesanal de fazer vinhos de uva, jabuticaba e licores, é tão tradicional e importante para Catas Altas que foi tombado pela Prefeitura Municipal em 2011, e declarado como Patrimônio Imaterial de Catas Altas, através do Decreto n 1221/2011. 
          Além disso, todos os anos, em maio, Catas Altas realiza um dos maiores festivais gastronômicos do Brasil em praça pública, a Festa do Vinho de Catas Altas MG, com mostras de vinhos de uvas e fermentados das várias adegas da cidade e região.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Rio São Francisco: o Nilo brasileiro

(Por Arnaldo Silva) O Rio São Francisco nasce Minas Gerais, a 1200 metros de altitude, na Serra da Canastra. Sua nascente geográfica está localizada em Medeiros, no Centro-Oeste do Estado, e sua nascente histórica, em São Roque de Minas. São Várias nascentes que formam a cabeceira do Rio São Francisco na Serra da Canastra.
          Do alto das montanhas mineiras, suas águas descem e percorrem 2.883 km por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoa, até desaguar no Oceano Atlântico, em sua foz entre os Municípios de Brejo Grande (SE) e Piaçabuçu (AL). Ao todo, a área hidrográfica da bacia do Rio São Francisco é de 641 km², além de 168 afluentes diretos, sendo 90 em sua margem esquerda e 78 na margem direita. (na foto acima do Wesley Rodrigues, travessia de balsa sobre o Rio São Francisco entre Itacarambi e Jaíba, no Norte de Minas)
As Regiões que formam o Rio São Francisco
          Os 2.883 km de extensão do Rio São Francisco está dividido em 4 regiões:
- Região do Alto São Francisco com 702 km de extensão, entre a nascente e a cidade de Pirapora MG.
- Região do Médio São Francisco com 1230 km de extensão. Essa é a parte navegável do Rio São Francisco, que vai de Pirapora até Remanso na Bahia.
- Região do Submédio São Francisco com 440 km de extensão de  Remanso na Bahia até Paulo Afonso, também na Bahia.
- Região do Baixo São Francisco por 214 km de extensão de Paulo Afonso até sua foz entre Alagoas e Sergipe.
Velho Chico – O Nilo Brasileiro
          Conhecido como Velho Chico e também de Nilo Brasileiro em alusão ao Rio Nilo, histórico rio que nasce no Nordeste da África, entre Ruanda e Etiópia, percorrendo várias países, desde a antiguidade, como o Egito, até desaguar no Mar Mediterrâneo. Suas águas irrigam, fertilizam terras em suas margens. (na foto acima de Wesley Rodrigues, o Rio São Francisco e o canal que leva água do rio para o Projeto Jaíba o maior projeto de irrigação da América do Sul, abrangendo mais de 100 mil hectares de irrigação, tornando as terras férteis, produzindo frutas e hortaliças para todo o Brasil)
          O mesmo papel tem o Rio São Francisco, devido suas águas irrigarem e fertilizarem as terras em suas margens, principalmente durante as cheias, por isso a comparação. O Rio da Integração Nacional é um dos mais importantes rios da América do Sul e um dos mais importantes do Brasil. (na foto acima de @arnaldosilva_oficial, cheia do Rio São Francisco em Luz MG, Alto São Francisco)
Do Ciclo do Ouro à agricultura e turismo
          Segundo o IBGE, o Rio São Francisco perpassa por 507 municípios, atravessando Minas Gerais do Centro-Oeste ao extremo Norte de Minas, entrando na Bahia, Pernambuco, Alagoa e Sergipe. O Velho Chico integra o Sudeste ao Nordeste. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, o marco da nascente histórica do Rio São Francisco em São Roque de Minas)
          Boa parte dessas cidades banhadas pelo Rio São Francisco surgiram a partir de 1675, durante a descoberta de ouro em suas margens e nas de seus afluentes. A partir da descoberta do ouro, o rio passou a ser mais usado para transporte das mercadorias e do ouro extraído em suas margens bem como em seus principais afluentes o Rio das Velhas.
          A movimentação era intensa nesse período vindo a reduzir drasticamente no início do século XIX, com a decadência da extração mineral em Minas Gerais. A decadência da mineração reduziu o crescimento dos povoados e cidades mas fez surgiu novas atividades como o comércio pluvial, a agricultura de subsistência e o turismo.
A importância do Rio São Francisco
          Ao longo de todo o seu trecho, o Rio São Francisco sustenta boa parte da economia das cidades banhadas por suas águas, principalmente na região do semiárido mineiro e Nordeste, regiões com poucas chuvas, sendo o Rio São Francisco, um rio de grande valor econômico, além de ser a base da identidade social, gastronômica, cultural e folclórica dessas regiões, principalmente.
          Dezenas de milhares de famílias ribeirinhas vivem da pesca e das águas do Velho Chico que irrigam plantações de uvas de mesa para consumo e produção de vinhos, cultivo de frutas tropicais, hortaliças, legumes. (na foto acima de Lucas Du Rampa, barcos de pescadores no Rio São Francisco em Piumhi MG, Alto São Francisco)
          Além disso, cidades às margens do Rio São Francisco tem forte vocação para o turismo, já que suas margens forma belíssimas praias fluviais, gerando emprego e renda. (na foto acima do Márcio Pereira/@dronemoc, Praia Fluvial do Rio São Francisco em São Francisco MG, Norte de Minas)
          Durante décadas, Pirapora, no Norte de Minas, esteve ligada à cidade baiana de Juazeiro pelas águas do Rio São Francisco, com o famoso e histórico barco a Vapor Benjamim Guimarães, que levava mercadorias, além de fazer o transporte de passageiros. (na foto acima do Rhomário Magalhães, o Benjamim Guimarães em Pirapora MG, Norte de Minas)
          Ainda em funcionamento, mas em reformas, o velho Benjamim Guimarães retornará a navegar nas águas do Rio São Francisco mas apenas com passeios turísticos e ainda por curta distância.
          O barco, bem como o Rio São Francisco, são símbolos de Minas Gerais.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

28 nomes curiosos de cidades mineiras

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais tem 853 municípios e alguns desses municípios tem nomes bastante curiosos e intrigantes. Desde a origem de Minas Gerais, a partir de 1654, os colonizadores preservaram os nomes de rios, montanhas, acidentes geográficos, cachoeiras e localidades de nomes indígenas, já que foram os índios os primeiros habitantes desta terra.
          Ao longo dos séculos, novas cidades foram surgindo e nomes foram dados em homenagem a seus fundadores como Vespasiano, Pedro Leopoldo, Felício dos Santos ou fatos ou personagens históricos como as cidades Tiradentes nas Vertentes de Minas, Inconfidentes e Liberdade, no Sul do Estado. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, a entrada da cidade de Jampruca no Vale do Rio Doce)
          Além claro, nomes de cidades em homenagens a santos católicos, paisagens naturais, suas riquezas mineiras como Diamantina, Ouro Preto, Ouro Branco e Ouro Fino ou mesmo, preservando os nomes indígenas como Guaxupé, Aiuruoca, Paracatu, Itapanhoacanga, Uberaba, Araçaí, Araçuaí, etc e africanos como Caxambu, no Sul de Minas, que significa "atabaque". (na foto acima do Rafael Siqueira, vista parcial de Caxambu)
          Alguns nomes de cidades mineiras requer tradução por ter origem no tupi-guarani, em dialetos africanos e também em termos híbridos como a mistura de palavras indígenas com africanas e portuguesas com africanas e indígenas. (na foto acima do Fabinho Augusto, paisagem rural de Sem Peixe MG)
          Outras fazem homenagens a personalidades ilustres como músicos, políticos, fazendeiros, padres, benfeitores locais ou mesmo a alguma fruta, árvore, rio ou acidente geográfico.
         
A seguir, 28 cidades mineiras com nomes curiosos e suas origens.
01 - Alpercata: 
          A cidade do Vale do Rio Doce tem esse nome devido ao gosto pelo uso do calçado alpargata, também chamado de alpercata, do fundador do arraial que deu origem à cidade, Gabriel Lopes.
02 - Baldim: 
          A cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, conhecida como a “cidade dos doces” tem esse nome desde 1917, em homenagem ao português Ubaldino, mais conhecido como “Baldino”. Como mineiro tem o hábito natural de diminuir o nome, era chamado de “Baldim” e assim, nasceu o nome da cidade.
03 - Barbacena: 
          A tradicional cidade do Campo das Vertentes tem esse nome em homenagem a cidade portuguesa de Barbacena, no Alentejo. A cidade é a terra natal de Luiz Antônio Furtado de Mendonça, o Visconde de Barbacena, então governador da Província de Minas Gerais, no final do século XVIII. O povoado que deu origem à Barbacena portuguesa começou a ser formado na Idade Média, a partir de 1273, por povos bárbaros.
          Por isso o nome da localidade, Barbacena “Bárbaris Sena”, que significa Povoação de Bárbaros, se tornando nome de cidade portuguesa onde habitavam os bárbaros e mineira, em homenagem à cidade natal do Visconde de Barbacena. A cidade mineira, conhecida como a Capital das Rosas, é uma das poucas no Brasil que tem nome medieval.
04 - Brasília de Minas: 
          Localizada no Norte de Minas, a cidade perdeu seu nome para a Capital Federal. Seu nome era Brasília desde 1901, mas teve que ceder seu nome atendendo a “pedido” de Juscelino Kubitschek, para ser o nome da futura Capital Federal, que idealizou.
          Brasília de Minas tem origem no século XIX. Em 1890 o arraial que se formara é elevado a vila com o nome Vila de Contendas. Em 1901, o nome muda para Vila de Brasília e em 1923, passa a se chamar apenas Brasília.
          O nome da cidade recebeu o acréscimo do adjunto “de Minas” para atender o presidente JK, devido a criação Distrito Federal e o desejo do então presidente de nominar a capital federal de Brasília. Para não ter duas cidades com o mesmo nome, a Brasília mineira teve seu nome alterado de Brasília para Brasília de Minas, através da lei estadual n°2764, de 30/12/1962, passando a ser oficialmente, a partir de então, Brasília de Minas.
05 - Bom Despacho: 
          Localizada no Centro-Oeste de Minas a cidade e seu nome tem origem lusitana. Seus primeiros moradores vieram da região do Minho, em Portugal. O nome da cidade é devido a devoção e fé em Nossa Senhora do Bom Despacho, devotada em Portugal desde o século XVII. Segundo o Catolicismo, é Nossa Senhora do Bom Despacho que intercede pelas almas dos falecidos.
06 - Bugre: 
          Cidade do Vale do Rio Doce, tem origem no Arraial de São Sebastião do Bugre, formado no início do século passado, se tornando distrito em 1948, com o nome de Bugre e por fim à cidade emancipada, em 1995.
          A cidade tem esse nome devido a região ser habitada por indígenas até a chegada dos portugueses. Por serem arredios a cristianização europeia e a denominação portuguesa, os indígenas receberam o nome de bugres pelos colonizadores. Bugre não é uma palavra indígena e sim, francesa “bougre”, que vem do latim “búlgarus”, que significa herético, pagão, não cristão. Era o termo que os europeus definiam povos nativos que não se identificavam com suas culturas.
07 - Cabeceira Grande:           
          Município do Noroeste de Minas, é a única cidade de Minas Gerais que faz divisa com o Distrito Federal. Está apenas 117 km de Brasília e a 665 km de Belo Horizonte. É a porta de entrada de Minas para o Distrito Federal. Tanto é que Cabeceira Grande está inserida na Região Metropolitana do Distrito Federal e entorno. Seu nome é em referência à cabeceira do rio que margeia a cidade.
08 - Catas Altas da Noruega: 
          A cidade da Região Central é muitas vezes confundida com a homônima Catas Altas. São cidades diferentes, mas com semelhanças por serem históricas e com origens no Ciclo do Ouro.
          Nos tempos da exploração de ouro, tinha na localidade duas minas. Uma com o nome Catas Altas devido às dificuldades em retirar o ouro por estar em áreas altas da mina. Por isso a mina foi chamada de Catas Altas.
          Já o nome Noruega não tem nada a ver com o país escandinavo. Isso porque o nome noruega significa “terra úmida e sombria na encosta sul de montanha que recebe pouco sol”. E como havia uma mina de ouro no local com essas características, a mina passou a se chamar Noruega. O lugar passou a ser conhecido por essa duas minas, Catas Altas e Noruega. Juntando os dois nomes das minas, passou a ser Catas Altas da Noruega.
09 - Chapada Gaúcha: 
          Cidade do Norte de Minas, surgiu na década de 1970 com assentamentos do Governo Federal a colonos do Rio Grande do Sul, devido a secas prolongadas neste estado. Os gaúchos povoaram a região, que virou distrito e por fim, cidade em 1995. Na escolha do nome, prevaleceu a a vontade da maioria, Chapada Gaúcha, devido a maioria de seus moradores serem gaúchos e descendentes, por isso nome da cidade.
10 - Durandé: 
          A cidade da Zona Mata tem seu nome ligado ao francês Durand, que chegou à região em meados do século XIX, instalando próximo ao Rio José Pedro, formando em seguida um povoado que se transformou em cidade. Traduzindo do francês para o português, durand significa “permanente, duradouro”. Como os mineiros tem o hábito de adaptar palavras às suas fonéticas próprias, passou a chamar o francês e o lugar de Durandé e não Durand. E assim ficou o nome da cidade.
11 - Espera Feliz: 
          O romântico nome da cidade do Leste de Minas, tem sua origem não tão romântica como o nome insinua. Começou no século XIX com uma caçada a animais silvestres. Uns dizem que foram engenheiros que estavam na região para pesquisas, a mando da Corte Imperial. Outros que foi um fazendeiro de Carangola que comprou terras na região para passear com amigos e família. O certo é que gostavam de caçar. Em uma de suas horas de lazer, aproveitaram para caçar nas matas da região, mais precisamente no que é hoje a cidade. Esperaram um pouco mas tiveram dias felizes na caça. Como diziam, foi uma espera feliz que valeu a pena. Dai o nome se popularizou.
12 - Fruta de Leite: 
          A cidade do Norte de Minas tem esse nome devido a abundância de uma fruta nativa do Brasil, de sabor doce e da cor do leite, conhecida por fruta de leite (Cordia taguahyensis).
13 - Ibiracatu: 
          A cidade do Norte de Minas se chamava anteriormente Gameleira. Foi o padre Joaquim Gangana que sugeriu a alteração do nome por existir outra cidade mineira na mesma região chamada Gameleiras. O padre sugeriu o nome tupi Ibiracatu que significa “árvore boa”.
14 - Inimutaba: 
          A cidade da Região Central tem tradição na indústria de tecelagem desde o século XIX. Por essa tradição, a cidade que se formou em torno das indústrias de tecelagem adotou o nome Inimutaba, que é do tupi e significa “aldeia de tecelão”.
15 - Japonvar: 
          A cidade norte mineira, conhecida como a “Capital do Pequi” não tem nome indígena, nem português e sim é fruto da junção de três palavras. A cidade surgiu no entroncamento entre Januária, São João da Ponte e Varzelândia. Assim, juntaram o Ja de Januária, o Pon de São João da Ponte e o Var de Varzelândia, ficando Japonvar.
16 - Jampruca: 
          O nome da cidade do Vale do Rio Doce tem origem na fazenda São Sebastião da Jampruca, da família Dantas, de Araçuaí MG, no Vale do Jequitinhonha. Migrando para a região em 1935, um dos membros dessa família, Jorge Francisco Agostinho, se encantou com a beleza e fertilidade das terras do lugar e decidiu fixar residência.
          Um povoado começou a se formar e logo recebeu o nome de Jampruca, em homenagem a fazenda de seus familiares. O povoado cresceu, foi elevado a distrito e a cidade em 1992 com o nome de Jampruca. Não se sabe ao certo a tradução ou significado do nome e nem se tem tradução.
17 - Juiz de Fora: 
          A Manchester Mineira, nossa Juiz de Fora, na Zona da Mata, tem esse nome devido a um juiz designado pela coroa portuguesa por não haver juiz de direito na região. O magistrado adquiriu uma sesmaria (pequena fazenda) na localidade em 1713 e nas idas e vindas, acabou ficando e formando uma fazenda produtiva.
          A sesmaria passou a ser conhecida como a Fazenda do Juiz de Fora. Nessa fazenda e proximidades foi se formando um pequeno arraial e povoado, tendo sido elevado a distrito com o nome de Santo Antônio do Paraibuna em 1850 e à Cidade do Paraibuna em 1856. Em 1865, o nome é alterado para Juiz de Fora, devido à popularidade do nome na região.
18 - Lagamar: 
          Cidade do Noroeste Mineiro, cujo nome significa “cova no fundo do mar ou de um rio”. A cidade surgiu onde era uma lagoa de água salobra, por isso nome da cidade.
19 - Mar de Espanha: o nome charmoso e interessante da cidade da Zona da Mata foi dado por um espanhol que vivia na localidade, saudoso de sue seu país, a Espanha. Num dia de cheia do Rio Paraibuna, notou uma imensidão de água que lembra-lhe o mar da Espanha e como o próprio exclamou “ Parece um mar… um mar de Espanha”, dai ficou assim o nome da cidade.
20 - Moeda: 
          A pequena cidade do Vale do Paraopeba tem esse nome devido a uma antiga fábrica de fundição, clandestina, ativa durante a dominação portuguesa. Faziam e cunhavam as moedas de forma clandestina até serem descobertos e punidos pela coroa portuguesa. O lugar onde a fábrica funcionava passou a ser conhecido por Fazenda da Moeda, depois para São Caetano, em honra ao santo, depois para São Caetano da Moeda e por fim, apenas Moeda.
21 - Oratórios: 
          A cidade da Zona da Mata tem esse nome devido ao rio Oratórios que passa no município, que por sua vez tem esse nome porque os córregos que deságuam neste rio tem nome de santo.
22 - Pai Pedro: 
          Neste município do Norte de Minas, existia um poço de águas cristalinas, na Serra Branca, onde os moradores da cidade iam para se banhar. Era um poço bastante fundo e acidentes, como afogamentos, eram comuns. Uma das vítimas que se afogou neste poço foi um vaqueiro de nome Pedro. Seu filho, passou a frequentar o local com frequência por sentir muitas saudades do pai. Quando perguntavam onde ia, respondia: “Vou visitar meu pai Pedro”. Dai surgiu o nome da cidade.
23 - Passabém:
          A cidade da Região Central Mineira faz parte da Estrada Real, tem o nome ligado à hospitalidade mineira, que recebe os visitantes muito bem e principalmente com fartura de comida. Quem visitava a cidade e amigos, sabiam que passariam bem. O povoado que deu origem à cidade ganhou a fama de "quem lá vai passa bem, por isso o nome.
          Uma outra versão diz que tropeiros e viajantes, quando se aproximavam da cidade, tinham que passar sobre um córrego. Em dias de chuvas as margens ficavam barrentas e atolar era comum, impossibilitando a passagem. Por isso perguntavam antes de ir à cidade se dava para passar bem.
24 - Pintópolis: 
          A cidade do Norte de Minas surgiu do sonho do fazendeiro Germano Pinto em povoar a região. Germano teve 11 filhos que o apoiaram em seu sonho. O fazendeiro cedeu terras de sua propriedade e mesmo sem conhecimento de engenharia, traçou as ruas e avenidas largas, projetou praças, escolas, cadeia, igreja e estabelecimentos comerciais. Doou e vendeu terrenos. Com isso mais e mais pessoas foram chegando ao povoado que foi elevado à cidade em 1995.
          O nome sugerido foi Germanópolis, em homenagem ao seu fundador mas este recusou por não ter sido apenas ele que fundou a cidade. Contou com o apoio da esposa e filhos. Pediu para que o nome homenageasse a família Pinto. Assim ficou Pintópolis: polis do grego (cidade) que seria “Cidade dos Pintos”.
25 - Ressaquinha: 
          O nome da charmosa cidade da Região Central é o diminutivo de ressaca, mas não é no sentido de embriaguez mas sim no fenômeno natural provocado pelo encontro das ondas de dois cursos d´água, provocando a ressaca. No município havia uma pequena ressaca, uma ressaquinha, no encontro de dois rios, por isso o nome, no diminutivo.
26 - Sardoá: 
          A cidade do Vale do Rio Doce tem esse nome devido o “toá” um mineral comum na região, usado antigamente nos alicerces das casas. Por ser um mineral macio, era chamado na linguagem tupi de “sardoá”, que significa “pedra mole”.
27 - Sem Peixe: 
          A cidade da Zona da Mata Mineira tem origem no nome dado por índios nômades que tentavam pescar nos rios e córregos da região mas não encontravam muito peixe. Por ser um lugar sem peixe, deram o nome de “piracuera”, que significa “aqui não tem peixes”, um “lugar sem peixe”, por isso o nome da cidade.
28 - Tocos do Moji: 
          A pequena e pacata cidade do Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira, tem um nome muito bonito. Nesta região nasce o Rio Moji Guaçu (no tupi significa água de cobra). O Rio Moji Guaçu nasce no bairro rural de Araújos, em Bom Repouso MG na divisa com Tocos do Moji, a 1650 metros de altitude, seguindo para Tocos do Moji e Jacutinga em Minas Gerais, entrando em São Paulo por Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Porto Ferreira. Tocos é uma palavra de origem grega e significa "nascente", surgindo assim o nome da cidade, Tocos do Moji, a primeira cidade banhada pelo rio Moji Guaçu.

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