Arquivo do blog

Tecnologia do Blogger.

Mostrando postagens com marcador Artigos e Reportagens. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Artigos e Reportagens. Mostrar todas as postagens

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Os 10 destinos mais acolhedores do Brasil em 2024

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Carrancas, no Campo das Vertentes e Gonçalves, no Sul de Minas, foram eleitas entre os 10 destinos mais acolhedores do Brasil, em 2024, na tradição eleição anual, promovida pela plataforma Booking.com (na imagem acima do Marcelo Santos, a Matriz de Carrancas e abaixo de Fernando Campanella, a cidade de Gonçalves)
O que é a Booking?
             Disponível em cerca de 43 idiomas e atualmente a maior plataforma de viagens do mundo, a Booking.com oferece a seus mais de 309 milhões de afiliados, serviços de reservas pela internet de acomodações para férias e viagens.
          Um dos destaques da plataforma é a eleição dos lugares mais acolhedores de cada país, já na 12° edição, de 2024. A eleição é feita com base em avaliações de seus usuários, nesse caso, do Brasil. Trata-se de uma avaliação das experiências de viagens dos usuários da plataforma, de forma real e enviadas no momento da viagem. São avaliações feitas em tempo real pelos viajantes que usaram os serviços da plataforma.
Como é feita a pesquisa?
          A pesquisa foi feita com os usuários da plataforma no Brasil, de forma online, no final de 2023 e início de 2024, com resultado divulgado em abril. A plataforma colheu informações e avaliações de seus usuários sobre os serviços de alugueis de carro, serviços de transportes públicos e privados e principalmente, estrutura das hospedagens e opinião dos seus afiliados sobre o acolhimento recebido. Cada destino a ser votado tinha que ter pelo menos 50 acomodações elegíveis para serem incluídas na lista. 
          A avaliação de cada item vai até 10, sendo que para ser premiado, a média tem que ser igual ou superior a 8 ao menos entre 3 a 5 quesitos avaliados. Como resultado final, a plataforma elege de acordo com as avaliações dos seus usuários, os 10 destinos mais acolhedores do Brasil.
          Cidades mineiras sempre aparecem na listas dos 10 destinos mais acolhedores do Brasil. Nessa 12° edição, duas cidades mineiras figuram na lista: Carrancas, na terceira colocação e Gonçalves, no Sul de Minas, na quinta posição. (na foto acima do Fernando Campanella, paisagem de Gonçalves e abaixo, do Rogério Salgado, a Serra de Carrancas) 
          Duas cidades com tradições históricas, tradicionais, com uma rica gastronomia típica, artesanato, cultura popular, com boas estruturas para receberem turistas, além de serem cidades com alto potencial para o turismo ecológico. 
          Ambas as cidades, são acolhedoras e seus moradores, hospitaleiros, gentis, atenciosos, fazendo jus a fama dos mineiros em receberem muito bem suas visitas. (nas fotos abaixo de Elpídio Justino de Andrade, Gonçalves e Carrancas)


Os 10 destinos mais acolhedores do Brasil em 2024
. São Bento do Sapucaí, São Paulo
2°. Pedra Azul, Espírito Santo
3°. Carrancas, Minas Gerais
4°. Visconde de Mauá, Rio de Janeiro
5°. Gonçalves, Minas Gerais
6°. Flecheiras, Ceará
7°. Maraú, Bahia
8°. Pomerode, Santa Catarina
9°. Cunha, São Paulo
10. Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul
Fonte: Booking.com

domingo, 19 de dezembro de 2021

1910: ano que Minas comprou acesso ao mar

(Por Arnaldo Silva) Minas encanta por seus rios, paisagens naturais, culinária, cachoeiras, arquitetura, hospitalidade e deslumbrantes montanhas. Um cenário idílico e cinematográfico, chegando à quase perfeição de tão espetacular que é.
          
Só falta o mar, banhar Minas, o que já aconteceu. Isso foi há pouco mais de 120 anos. O “litoral mineiro” era formado por 12 km de largura e 142 km de extensão. São 12 km de praia.
          Esse pedaço de chão “mineiro”, iniciava em Serra dos Aimorés/MG na Divisa com a Bahia, seguindo pelo extremo sul baiano, até Ponta de Areia, no Oceano Atlântico (na foto ilustrativa acima do Tom Alves/@tomalvesfotografia, a costa sul da Bahia, em Porto Seguro)
A Estrada de Ferro Bahia e Minas
          Esse filete de terra fazia parte dos 578 km de extensão da Estrada de Ferro Bahia e Minas. Inaugurada em 1881, ainda a época do Império, a ferrovia ligava Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, a Ponta de Areia, distrito de Caravelas, no litoral baiano. Foi construída pela Companhia Estrada de Ferro Bahia e Minas, em parceria com o Governo de Minas. (na fotografia acima do Sérgio Mourão/@sergio.mourão, Pontilhão da EFBM sobre o Rio Mucuri)
          A ferrovia foi desativada em 1966, na época do Governo Militar, sob o argumento de que asfalto e transporte rodoviário, traria mais desenvolvimento para a região, do que manter os trens de passageiros. Na visão dos políticos do século XX, asfalto significava desenvolvimento e trilhos, atraso.
          Optaram então por desativar as ferrovias e abrir estradas. Na verdade, esse era o argumento para o desmonte da malha ferroviária brasileira, desde Juscelino Kubistchek, sacramentado durante os 20 anos do Governo Militar no Brasil. Com o fim dos trilhos, estradas federais (BR´s) e rodovias estaduais, começaram a serem abertas por todo o Brasil. Saíram os trilhos e os trens, entrou o asfalto, caminhões, ônibus e carros.
A compra que ficou na história
          Essa história começou em 1881, ainda no período imperial com a criação da Estrada de Ferro Bahia e Minas com a abertura da linha férrea que ligava o Vale do Jequitinhonha, ao litoral da Bahia, construído e gerenciado pela Companhia Estrada de Ferro Bahia e Minas.(na foto acima da do Sérgio Mourão/@sergio.mourão, Estação Caporanga em Novo Cruzeiro MG)
          A visão da época era ligar o Brasil através dos trens para escoar a produção agroindustrial e ligar cidades e pessoas, através dos trens de passageiros. O trem significava desenvolvimento e encurtava a distâncias num país de dimensões continentais, como o Brasil
          Para incentivar os investimentos privados nas ferrovias, o Imperador do Brasil, Dom Pedro II (1825/1891), criou vários incentivos. No caso da Companhia Estrada de Ferro Bahia e Minas, Dom Pedro II concedeu à empresa, 12 km de extensão de terras devolutas, margeando os trilhos, por 142 km, em território baiano, na divisa com Minas Gerais. Eram seis quilômetros em cada lado da ferrovia.
          No início do século XX, na era republicana, a companhia começou a enfrentar dificuldades financeiras, tendo que recorrer a financiamento junto ao Banco de Crédito Real do Brasil, hipotecando 142 km das terras devolutas da ferrovia, concedidas à época do Império.
          O financiamento não foi pago e em 1908, o banco executou a dívida, ficando com as terras devolutas do extremo sul baiano. Em 1910, o próprio banco entrou em liquidação, com seu patrimônio tendo sido liquidado.
Governo de Minas compra as terras hipotecadas
          Ciente disso, o Governo de Minas à época, se interessou pelas terras hipotecadas pelo banco. Foi feita a compra, no valor de 300:000$000 (trezentos contos de réis, algo em torno hoje de R$40 milhões), pagos com títulos da dívida pública, lavrada em escritura de cessão de crédito e transferência de direito. (na foto acima de Sérgio Mourão/@sergio.mourão, antigo túnel da EFBM em Ladainha MG)
          Há época, a compra dessas terras significava a ligação que faltava de Minas Gerais com o Oceano Atlântico.
          Pagou, mas não levou. A grande questão a saber é por quê Minas Gerais não levou, pelo que pagou.
Minas comprou o acesso ao mar
          Dos 578 km de extensão da ferrovia, Minas Gerais comprou 142 km do trecho, com margem de 12 km, sendo seis km de cada lado, pertencentes à Companhia Estrada de Ferro Bahia e Minas iniciando em Serra dos Aimorés/MG, na divisa com a Bahia. 
          Em território baiano, essas terras margeavam a ferrovia, passando por Argolo, Posto da Mata e Helvécia, distritos de Nova Viçosa/BA, Aparaju, distrito de Alcobaça/BA, entrando na cidade histórica de Caravelas/BA e estações nos seus distritos de Juerana, Barra de Caravelas e Ponta de Areia, na Costa Sul da Bahia.
          O km 0 da Ferrovia Bahia e Minas era Ponta de Areia, na Bahia e o km 578, final, era em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. (na foto acima de Sérgio Mourão/sergio.mourao, a Estaçaõ Queixada em Novo Cruzeiro MG)
Por que Minas não explorou as terras compradas?
          Minas não tomou posse de imediato de sua compra. Entre 1908 e 1910, época da aquisição das terras do litoral baiano, Minas Gerais vivia momentos conturbados em sua vida política, com trocas constantes de governadores, em espaços curtos de tempo, além da questão do Contestado, entre Minas e Espírito Santo e outros problemas.
          O primeiro foi Júlio Bueno Brandão que governou o Estado de 27/10/1908 até 03/04/1909, quando nesse dia, assumiu Wenceslau Brás Pereira, se afastando em 05/02/1910. Em seu lugar, assumiu o governo mineiro, Antônio do Prado Lopes Pereira, que ficou no cargo até 21/03/1910, quando Wenceslau Brás Pereira, retornou ao cargo, ficando até 07/09/1910. Em seguida, assumiu o Governo de Minas, Júlio Bueno Brandão, que voltou ao governo, ficando no cargo até 07/09/1914.
          Com o momento conturbado da vida política mineira, a compra do acesso ao mar, acabou ficando em segundo plano. Com o tempo, esquecido por completo e até mesmo, desconhecido por boa parte dos governadores mineiros e do próprio povo, que desconhecia essa história.
          Isso porque a compra foi um ato corriqueiro do Estado e não teve muito alarde à época, ficando o assunto restrito ao círculo político e empresarial mineiro da época.
          Boa parte dessa região do extremo sul baiano, onde passavam os trilhos da “Baiminas”, estão hoje em áreas de manguezais, sistema de transição entre o ambiente terrestre e marinho, portanto, áreas de preservação ambiental.
“Olha aí o Mar de Minas”
          Décadas depois, a história do Mar de Minas volta à tona pelas mãos de Fernando Brant, mineiro, natural de Caldas MG. Formado em direito e um dos grandes compositores brasileiros, com mais de 200 músicas feitas em parceria com Milton Nascimento. (imagem ilustrativa acima do Deocleciano Mundim, praia do litoral Sul da Bahia)
          Na a partir da década de 1960, se dedicou ao jornalismo, exercendo a função de repórter em veículos de comunicação, entre eles, a extinta Revista O Cruzeiro.
          Na revista O Cruzeiro, uma de suas reportagens de maior impacto, feita em 23 de maio de 1973, com o título ‘Olha aí o Mar de Minas”, trouxe de volta à tona a questão das terras do litoral baiano compradas por Minas Gerais em 1910 e esquecida há décadas.
          A reportagem teve grande repercussão e discussão à época, deixando boa parte dos mineiros perplexos. Isso porque, a ligação de Minas ao mar da Bahia era desconhecida pela maioria dos mineiros e até das autoridades.
          Viajando até a região fazendo fotos, entrevistas e pesquisando fatos e documentos sobre a compra feita por Minas das terras baianas, Fernando Brant fez uma reportagem que entrou para a história da imprensa mineira. Mais que isso, graças ao alcance da revista, mineiros e baianos tomaram conhecimento de um fato sequer imaginado até então. Minas tinha acesso ao mar.
          Além da reportagem, o tema inspirou Fernando Brant, que compôs, em parceria com Milton Nascimento, Ponta de Areia, uma de suas mais populares canções.
          “...Ponta de areia, ponto final, da Bahia a Minas, estrada natural, que ligava Minas, ao porto, ao mar, caminho de ferro mandaram arrancar...” é um dos mais nostálgicos e emocionantes versos da música, composta durante sua viagem de trabalho à região.
          Em um dos trechos da reportagem, Fernando Brant descreve a possibilidade de Minas ter acesso ao mar: “É o fim da nostalgia do mar. Minas Gerais já têm o seu, de direito, desde 1910. O Cruzeiro descobre e mostra documentos e fatos que comprovam: Minas é um estado marítimo. A história começa no segundo Império e se arrasta até hoje (23/05/1973), encoberta por inexplicável silêncio”.
          Mesmo sendo um pequeno trecho de terras, Fernando Brant valorizou a importância da aquisição do Governo de Minas, em 1910: “É apenas um fiapo no mapa, mas é o quanto basta para Minas. Um fio de linha, uma modesta e tímida maneira de se chegar ao mar. O direito real é aclarado pelos documentos; falta a posse de fato para que o mineiro possa um dia dizer, debaixo das amendoeiras de Grauçá e Aracaré: ‘Olha aí o nosso mar’”.
O Contestado
          Fernando Brant deixa bem claro na reportagem que a compra das terras baianas pelo governo mineiro, não tinha relação alguma com o Contestado, uma disputa territorial entre mineiros e capixabas, que quase culminou em guerra entre os dois estados.
          O Contestado começou no início do século XVIII, quando o Rio Doce foi aberto a navegação, dando início a ferrenha disputa sobre a divisões territoriais entre Minas Gerais e o Espírito Santo. 
          Mineiros e capixabas contestavam as divisões territoriais em suas divisas, seja na esfera politica, judicial e até armada, com os dois estados vivendo décadas de tensão de um possível conflito armado. 
          Tropas mineiras e capixabas se entrincheiraram em suas divisas, com o conflito se intensificando no início do século XX, tendo como epicentro a região de Mantena no Vale do Rio Doce e Barra do São Francisco, Noroeste do Espírito Santo.
          A situação começou a ser resolvida a partir de 1958, quando os dois estados decidiram retirar suas tropas das divisas em busca de um acordo de paz entre mineiros e capixabas.
          Em 1963 o conflito foi finalmente resolvido, quando as armas deram lugar ao diálogo e consequentemente, definições das divisas territoriais de Minas Gerais e Espírito Santo. O acordo foi firmado entre o Governador de Minas Gerais à época, Magalhães Pinto e Lacerda Aguiar, do Espirito Santo. 
          Durante os mais de 150 anos de disputa entre mineiros e capixabas, não houve guerra declarada, mas ocorreram ao longo desses anos todos, confrontos armados isolados. O saldo, entre mineiros e capixabas, foi um incontável saldo de mortes de ambos os lados, entre civis e militares.
          Por isso Fernando Brant, deixou bem claro, em um dos trechos de sua reportagem que a compra das terras baianas por Minas, em 1910, ligando o Estado ao mar, não tinha nada a ver com a disputa dos mineiros com os capixabas de 1800 a 1958. “Não se trata do Contestado, motivo de tanta briga, em passado recente, entre mineiros e capixabas. Uma briga inútil, pois, desde 1910, trezentos contos de réis tornaram Minas Gerais proprietário, de direito, de um trecho no extremo Sul da Bahia, que vai dar em Caravelas, Ponta de Areia e Barra de Caravelas”.
O que significa a compra de terras baianas?
          Minas Gerais não comprou terras do Governo da Bahia e sim, terras pertencentes à Companhia Estrada de Ferro Bahia e Minas, hipotecadas pelo Banco de Crédito Real do Brasil. O negócio foi feito entre o Governo de Minas e o banco, que tinha posse das terras. Nenhum centavo foi pago ao Governo da Bahia e nem o tema foi discutido ou negociado entre os dois governos na época. (na foto acima do Sérgio Mourão/@sergio.mourao, a Estação de Novo Cruzeiro MG)
          O fato de Minas Gerais ter adquirido terras em outro estado da Federação, não significa um acréscimo à extensão territorial de Minas Gerais e nem pode. Os estados são soberanos em suas divisas.
           O que Minas fez foi o que qualquer pessoa jurídica ou física no Brasil pode fazer. Comprar bens e imóveis à venda em território nacional. Evidentemente, respeitando-se as leis vigentes nos estados.
          Foram simplesmente terras adquiridas da iniciativa privada que Minas Gerais pagou, mas não levou. E ainda, não recebeu de volta o dinheiro gasto com a compra. Ao menos, é o que se sabe.
          Como foi uma compra escriturada e documentada, cabe uma análise mais detalhada da documentação, saber onde foi registrada, de qual instituição sucedeu o extinto banco e o destino de sua massa falida, para uma análise mais profunda desta questão.
O que fez o governo mineiro?
          Desde 1910, apenas três governadores se interessaram pelo tema. (na arte acima, trecho de 12 quilômetros de largura por 142 quilômetros de extensão da Bahia e Minas, adquiridos por Minas, que inicia na atual divisa com a Bahia, se estendendo as praias do sul baiano, em Ponta de Areia. Arte Jornal O Estado de Minas/divulgação)
          O primeiro foi Milton Campos que governou Minas de 19/03/1947 a 31/01/1951. Ao tomar conhecimento dessas terras adquiridas por Minas Gerais em 1910, Milton Campos solicitou oficialmente informações ao Governo da Bahia sobre a questão. Não obteve resposta ou pelo menos, não tornou público a resposta do governo baiano, com o caso voltando ao esquecimento.
          Nos anos 1980, durante o Governo Newton Cardoso (15/03/87 a 15/03/1991), também ocorreu discussões na imprensa e governo sobre as terras que Minas teria comprado da Bahia, mas não houve avanços na discussão do Governo Mineiro sobre a questão.
          Em 19 de agosto de 2015, após uma série de reportagens e vídeos do Jornal O Estado de Minas, baseada na matéria da Revista O Cruzeiro em 1973, trouxe novamente à tona, a questão do Mar de Minas, no litoral baiano.
          A reportagem e os vídeos feitos pelo Jornal O Estado de Minas sobre a Ferrovia Bahia e Minas, teve enorme repercussão, despertando novamente o interesse do povo mineiro pela intrigante história do acesso de Minas ao Oceano Atlântico. 
          O próprio governador de Minas Gerais, à época, Fernando Pimentel (2015/2019), se interessou pela história, mas sem nenhuma conclusão final sobre o assunto. 
          Apenas a reafirmação de que não foi encontrado no mapa de Minas Gerais, nenhum acréscimo da citada faixa de terras adquiridas em 1910. E o assunto parou por ai.
          Minas Gerais comprou terras hipotecadas de um banco. Não foi um acordo de extensão territorial entre governos, por isso não podia ser inserida no mapa geográfico de Minas. As divisas de Minas Gerais com a Bahia foram definidas pelo decreto 24.155 e não pode ser mudada.

          Na época, a reportagem do Jornal O Estado de Minas, consultou o governo baiano sobre a questão, que respondeu não ter nenhuma informação sobre o assunto.
          Assim, retornou ao silêncio e esquecimento, a curiosa, interessante e intrigante história do “Mar de Minas”, sem ainda um capítulo final.
O que fazer com as terras que Minas comprou?
          A reivindicação das terras adquiridas por Minas Gerais, em 1910, não se discute. O Estado da Bahia é soberano em suas divisas, como todo estado brasileiro é. Seria uma discussão desnecessária e totalmente inútil no momento.
          O que se discute hoje é a reativação desse trecho, ligando novamente Minas Gerais ao litoral baiano, para transporte de cargas e passageiros. Mas através de discussão, interesse e acordo, envolvendo o Governo Federal, Governo da Bahia, Governo de Minas e iniciativa privada. Seria ótimo para Minas Gerais, Bahia e Brasil.
         Se não conseguir a reativação total do trecho, ao menos em partes, colocando nos trilhos, trem de passageiros, para fins de passeios turísticos, o que facilitaria a vida dos mineiros da região.
         Isso porque, mineiros do Vale do Mucuri, Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, são frequentadores assíduos das praias do extremo Sul da Bahia, como exemplos, Porto Seguro, Prado, Ponta de Areia, Alcobaça, Abrolhos e Trancoso, além das cidades históricas baianas como Caravelas, fundada em 1503, dentre outras. (na foto acima do Deocleciano Mundim, praia no litoral Sul da Bahia)
          É uma discussão longa e uma luta para sua concretização, mais longa ainda. Mas a sociedade brasileira vem se conscientizando da importância da volta dos trens, buscando sensibilizar deputados, governos estaduais e o governo Federal, sobre a importância da volta dos trens de passageiros.
         Seria também uma redenção econômica da região, principalmente das cidades do Vale do Jequitinhonha, que foram bastante afetadas em suas economias e crescimento, com a extinção da ferrovia em 1966.
          A reativação do trecho da Bahia e Minas, de Araçuaí a Ponta de Areia ou em partes, está em discussão por iniciativa popular, sem nada de concreto por enquanto, bem como a reativação de antigos ramais e construções de novos por todo o Brasil. A iniciativa vem do povo, que ver trilhos lingado todo o Brasil, não apenas transportando cargas, mas passageiros.
A necessidade dos trens de volta aos trilhos
          No século XXI, o debate da volta dos trens de passageiros, surge como solução como o melhor transporte de massa, principalmente em regiões metropolitanas.
          Além disso, trens facilitam a ligação de regiões brasileiras, reduz os gastos com manutenção de estradas, gera lucros, empregos, renda e desenvolvimento. Era esse o objetivo, quando da criação dos trilhos no Brasil no século XIX. Essa velha teoria, implantada por Dom Pedro II, não perdeu validade, está mais que atual e necessária, hoje.
          A volta dos trens é mais que um anseio e apelo popular. E uma necessidade devido ao aumento crescente da produção agroindustrial, e da necessidade urgente de alternativas de transportes de massas, nas grandes cidades, principalmente.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Carruagens elétricas substituirão charretes em Poços

(Por Arnaldo Silva) No dia 6/12/2021, o prefeito, Sérgio Azevedo (PSDB), de Poços de Caldas, famosa estância turística do Sul de Minas, anunciou o fim às charretes puxadas por animais. Os tradicionais passeios de charretes, pelos pontos turísticos da cidade continuarão, mas em carruagens elétricas e não mais em charretes puxadas por animais.
           Carruagem elétrica nada mais é que um carro elétrico, em design das antigas e glamourosas carruagens do século XIX. A diferença é que os cavalos serão substituídos por motores elétricos.
         Segundo informou o prefeito em coletiva à imprensa, que a iniciativa da prefeitura, faz parte do projeto “Poços + Inteligente”. O projeto foi executado ao longo de 2022 em parceria com a DME, PUC Minas Poços de Caldas e o IF Sul de Minas, com prazo final, de conclusão o projeto para 2022. (na foto acima de Guilherme Augusto - In Memoriam, charrete puxada por cavalo pelas ruas de Poços de Caldas)
           O projeto foi concluído, agora está sendo colocado em prática com os atos legais como licitação, tomada de preços, etc. Segundo a Prefeitura, até o fim do ano de 2023, é possível que 6 ou mais carruagens já estejam sendo usadas na cidade, substituindo as carroças puxadas a cavalo
          A substituição das carroças por carruagens elétricas, será gradativa. Não há um prazo definido para que todas as charretes puxadas por animais parem o serviço, mas a expectativa da população e do próprio Poder Público é que o longo de 2024, animais não estejam mais puxando carroças pelas ruas da cidade.
 Argumentos para a substituição
          A iniciativa da prefeitura é uma demanda bem antiga da comunidade, através de ações de vereadores, comerciantes, ambientalistas e população em geral, para pôr fim ao uso de animais puxando carroças na cidade.
          Diante dos avanços tecnológicos alcançados pela humanidade nas últimas décadas do século XX e neste século, com o surgimento de tecnologias de ponta, que ao longo do século XX, foram sendo inseridas na vida urbana e rural, o uso de trabalho animal não se faz mais necessário, como foi em séculos anteriores.
          Hoje temos carros, carretas, pick-ups, caminhonetes, caminhões, tratores e máquinas agrícolas modernas. Diante da tecnologia atual, é inconcebível o uso de bois, cavalos, mulas e burros, no uso urbano e rural para trabalhos e entretenimento turístico.
          Existem outras alternativas, no caso, para os tradicionais passeios de charretes das cidades turísticas, a carruagem elétrica é a melhor alternativa no momento. (na imagem acima, Carruagem elétrica testada em Petrópolis RJ, pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans). Fotografia: CPTrans/Divulgação)
Tradição mantida 
          As carruagens elétricas manterão a tradição de Poços de Caldas, facilitarão a mobilidade urbana e a limpeza das ruas, além de manter o foco no turismo, levando os turistas, aos principais pontos turísticos da estância hidromineral mineira.
          Com as carruagens elétricas, toda a cidade sai ganhando. Os turistas, poderão usufruir dos passeios pelas ruas da charmosa estância hidromineral mineira, em requintadas e luxuosas carruagens elétricas, bem ao estilo da cidade, uma das mais belas e bem estruturadas cidades do Brasil.
Todos ganham com a substituição
          A iniciativa também, atrairá mais turistas, principalmente para os que se recusavam a usar charretes puxadas por animais. Isso aquecerá mais ainda a forte economia local.
          Os tradicionais charreteiros da cidade, também ganharão. Isso porque terão prioridade para assumir a condução das carruagens e ainda, farão cursos de capacitação para manobrar o veículo.
Pioneirismo de Poços de Caldas
          Poços de Caldas será uma das poucas cidades do mundo sem o uso de cavalos puxando charretes para entretenimento de turistas. 
          A iniciativa é pioneira em Minas, o que incentivará outras cidades turísticas, que usam animais em carroças por suas ruas, a fazerem o mesmo. Todos ganham com isso.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Copo Americano em Minas é Lagoinha. Entenda o motivo.

(Por Arnaldo Silva) Nas lanchonetes, padarias, restaurantes, nas mesas de bares e botecos, bem como, nas casas dos mineiros e brasileiros, está sempre presente, até mesmo em festas sociais, sendo inclusive, imprescindível nas medidas culinárias, com seus exatos 190 ml.
          É o copo Lagoinha, como é chamado em Minas Gerais, principalmente em Belo Horizonte. No Brasil, é conhecido por copo Americano, seu nome original. É um copo genuinamente brasileiro. (fotografia acima de Alexa Silva/@alexa.r.silva em Jaboticatubas MG)
          Copo americano, brasileiro ou mineiro? Se é brasileiro, porque tem o nome de Copo Americano? O que esse copo tem a ver com os Estados Unidos? Se o copo surgiu em São Paulo, o que tem a ver com Minas Gerais?
          Vamos as respostas. Não existe esse tipo de copo na América e com certeza, a maioria dos americanos sequer ouviu falar desse tipo de copo. É criação brasileira, criado pelas mãos de um mineiro, de São João Del Rei MG, cidade histórica nas Vertentes de Minas, distante 190 km de Belo Horizonte, com cerca de 90 mil habitantes.(fotografia de Clésio Moreira do 24º andar do condomínio do Edifício Super Building Valente, na Avenida Afonso Pena, Centro)
Nadir Figueiredo
          Seu criador foi Nadir Dias de Figueiredo, nascido em São João Del Rei, em 1891. Radicou-se em São Paulo, no início do século XX, com seus irmãos, em busca de uma vida melhor, já que veio de uma origem bem modesta. (na foto acima de Deividson Costa, vista parcial de São João Del Rei)
          Na capital paulista, tornou-se um dos maiores empresários do Brasil, se destacando no ramo da vidraçaria. Nadir Figueiredo faleceu em 10 de abril de 1983, em São Paulo.
          O copo Americano, que criou em 1947, foi uma de suas maiores e mais populares criações. Mas antes disso, Nadir Figueiredo já era um próspero e visionário empresário. Fundou uma oficina de conserto em máquinas de escrever em 1912. Alguns anos depois, passou a atuar no setor de eletrificação em sociedade com o irmão, Morvan Dias de Figueiredo.
          Em 1935, os irmãos decidiram investir no segmento de vidraçaria, adquirindo a empresa Cristaleira Americana, transformando-a no que é hoje a Nadir Figueiredo, empresa e marca que leva o nome do empresário, tornando-a uma das maiores e mais importantes empresas do Brasil, destaque inclusive no mundo. Em 2019, a empresa foi adquirida pela gigante americana de private equity HIG Capital.
A origem do copo Americano
          Nadir Figueiredo decidiu criar um copo que ao mesmo tempo fosse atraente e resistente. Ficou sabendo de um copo abaulado (em forma de curva) criado pela artista plástica russa, Vera Mukhina, no início da década de 1940.
          Nessa época, os copos eram muito frágeis, quebravam com facilidade, principalmente quando eram colocados nas rústicas máquinas de lavar louças, que existiam na extinta União Soviética. A artista criou o design de um copo justamente, para ser resistente e não quebrar com facilidade, quando colocadas nessas máquinas. E conseguiu.
          Foi nessa ideia da artista soviética que Nadir Figueiredo se inspirou para desenvolver o design de seu copo. Em viagem aos Estados Unidos, o empresário conheceu as vidraçarias americanas, seus produtos e a tecnologia disponíveis de ponta, da época.
          Voltou ao Brasil com ideia de criar um copo, inspirado no estilo soviético. Além disso, importou o maquinário dos Estados Unidos para São Paulo, dando início assim a concretização de sua ideia.
          Nadir Figueiredo, queria um copo no estilo abaulado, como o criado pela artista soviética, usando o que tinha de mais moderno da indústria americana, na época. Entre o maquinário de ponta que importou dos Estados Unidos, estava uma máquina que abaulava copos.
          Com a inspiração no design soviético, Nadir Figueiredo criou um copo versátil, resistente, confortável e que tivesse inúmeras utilidades, além de ter um custo mais acessível à população em geral. Isso porque, naquela época, copos de vidros eram mais restritos às camadas mais abastadas da sociedade.
          Além disso Nadir Figueiredo procurou adequar sua ideia à característica, cultura e costumes do povo brasileiro, que o empresário conhecia muito bem.
          Com base nesses critérios, criou um design genuinamente nacional, para atender os gostos e necessidades de todos os brasileiros.
          Todos os detalhes do copo foram pensados para dar mais resistência, utilidades diversas e versatilidade ao copo. Boca larga, com borda lisa, uma linha que circula a borda, separando a boca do restante do corpo do copo, que é todo chanfrado. Tudo isso, além de ser mais robusto que os demais copos, foi pensado para que o copo americano fosse resistente e cumprisse seus objetivos.
O motivo do nome copo Americano
 
          E cumpriu. O copo agradou e agrada até os dias de hoje. Por ter sido feito em máquinas que importou dos Estados Unidos, passou a chamar seu copo de copo Americano, mesmo tendo se inspirado no design de um copo soviético. E assim ficou o nome. (foto acima do Clésio Moreira)
O copo do mundo
          Copo Americano, criado por um mineiro, inspirado no design de um copo soviético, fabricado com maquinário Americano, numa fábrica paulista, que acabou se popularizando em Belo Horizonte e Minas Gerais com o nome de copo Lagoinha.
          Com todos esses atributos, não tinha como não ser um copo universal e tão popular assim.
          A produção inicial, em 1947, começou totalmente manual. As máquinas produziam apenas de 2 copos por minuto. Em 2012, a empresa comemorou 6 bilhões de unidades do copo Americano, vendidas em todo o mundo. Esses 6 bilhões de copos em fila, seria o equivalente a 10 voltas em torno do planeta Terra. (na foto acima da Aline Marrques, café da manhã do Chalé Cantinho de Minas, em São João Batista do Glória MG. E está o copo Lagoinha)
Símbolo nacional
          A popularidade desse copo é tanta e seu design, criado por Nadir Figueiredo, se tornou dos símbolos do design do Brasil, reconhecido no mundo todo. Tanto é que em 2009, o modelo tradicional do Copo Americano, foi exposto no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York. Méritos para Nadir Figueiredo, que deu ao Brasil, um produto que reflete a identidade e criatividade do povo brasileiro.
A chegada do Copo Americano em Minas Gerais
          A popularidade do Copo Americano em Minas Gerais, começou a partir do bairro boêmio da Lagoinha, em Belo Horizonte, nos primeiros anos da década de 1950.
          O nome Lagoinha tem origem nas lagoinhas formadas, durante a extração de rochas nesta região. Esta atividade existia antes mesmo da fundação do Curral Del Rei, povoado que deixou de existir para dar lugar à futura capital mineira, fundada em 12 de dezembro de 1897.
          Com a fundação de Belo Horizonte, a Lagoinha começa a ser povoada, se transformando em bairro.
          Até hoje, charmosas e bem trabalhadas, construções em estilo eclético das primeiras décadas do século XX, bem como construções modernistas, harmonizadas pela bela vista da Serra do Curral, que a região proporciona. (na foto acima do Thelmo Lins, Rua Além Paraíba no bairro Lagoinha)
          Estão presentes no tradicional bairro como o Cemitério do Bonfim (na foto acima do Thelmo Lins), a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, o Conjunto IAPI, o Colégio Municipal, a Rádio Itatiaia, o Hospital Odilon Behrens, dentre outros antigos estabelecimentos e construções residenciais.
          Foi na Lagoinha que foi criada a Corporação Musical Nossa Senhora da Conceição, a primeira banda de música da cidade e ainda em atividade, bem como o Leão da Lagoinha, primeiro bloco de carnaval da capital mineira.
          O bairro concentra até os dias de hoje a maior diversidade religiosa de Belo Horizonte, com templos de diversas denominações religiosas convivendo democraticamente na região, bem como seus velhos e charmosos casarões em estilo eclético, mostrando o tempo do romantismo arquitetônico da capital mineira. Mas a região é famosa desde as primeiras décadas do século passado por sua agitada vida boêmia.
           A Lagoinha, juntamente com parte da região Central da Capital, a partir da Rodoviária e os bairros Bonfim, Carlos Prates, Colégio Batista, Pedreira Padro Lopes, São Cristóvão e Senhor dos Passos, formam a Região da Lagoinha.
O primeiro copo
          O primeiro estabelecimento a vender o Copo Americano foi o Armazém dos Irmãos Vaz de Mello, que funcionava na Rua Itapecerica, na esquina com a Avenida do Contorno, na Região da Lagoinha.
           Um dos irmãos, Joaquim Sétimo Vaz de Mello (“Seu” Quimquim), gostava de mostrar os atributos do copo, inclusive, batendo-o na bancada de madeira de seu armazém para mostrar aos fregueses que o copo não quebrava fácil. Com isso, além de versátil e multiuso, ganhou fama de copo inquebrável, tornando-se sucesso geral de vendas.
          Não demorou muito, para o copo cair no gosto dos donos de bares e botecos da região da Lagoinha, principalmente dos comerciantes da Praça Vaz de Melo, que na época, tinha uma vida boêmia muito intensa.
          O copo alegrava os ambientes dos bares e botecos, unindo sambistas, malandros, comerciantes, mulheres e pessoas de outras regiões que frequentavam a boemia belo-horizontina. As rodas de samba e bate papo entre amigos, corria a noite e o copo era o componente principal dessa socialização.
          Por isso, cada vez mais os pedidos de copos chegando ao ponto de ser tão popular, que o copo Americano foi associado e até mesmo, ser um símbolo da boemia belo-horizontina.
Aqui é copo Lagoinha! Aqui é Minas!
          Tanto é que ao invés de chamar copo Americano, era chamado de copo Lagoinha, por sua tamanha aceitação e popularidade nessa região.
          O nome copo Lagoinha passou a ser pedido para compras nos armazéns e no uso de botecos e bares. Não se pronunciava mais copo Americano.
           Com o passar do tempo, o copo Lagoinha começou a se expandir por outras regiões da Capital, passando a ser usado, nos demais bares e botecos da capital mineira, pelos restaurantes, padarias, lanchonetes, mercados e mercearias da cidade, além da população em geral. (fotografia acima de Clésio Moreira)
          A praticidade do Copo Lagoinha saiu das divisas de Belo Horizonte para todo o interior mineiro. Caindo de vez no gosto de todos os mineiros.
          Na década de 1980, foi criado o Complexo Viário da Lagoinha, ligando a Zona Norte-Sul com a Zona da Leste-Oeste de Belo Horizonte. Esse complexo foi construído onde era a efervescência da boêmia da capital. 
          Na medida que a construção foi avançando, os casarões, bares, botecos e comércios que existiam no local, foram dando lugar a um imponente complexo viário, com túneis, viadutos, rotatórias e novas ruas. Com isso, os anos da boêmia da Lagoinha, ficaram no passado, na história e imaginário do povo belo-horizontino.
Melhor copo do mundo para se tomar cerveja
          O Copo Lagoinha é tão popular em Minas Gerais, quanto a cachaça de Minas. Aliás, cachaça e Copo Lagoinha, tudo a ver. Cerveja também, claro. (fotografia acima de Alexa Silva/@alexa.r.silva em Jaboticatubas)
          Numa votação popular na década de 1990, o Copo Lagoinha foi eleito pelos belo-horizontino e mineiros, como o melhor copo para se tomar cerveja no mundo. É também o preferido nas mesas dos bares para se tomar a tradicional cachaça mineira. Cachaça e cerveja em copo que não seja o Lagoinha, perde a graça. Isso é fato!
          É um copo que simboliza e reflete claramente a cultura e os sabores do mineiro, já integrado no dia a dia do nosso povo. Sem nenhum projeto de marketing, tornou-se um dos símbolos da capital dos bares do Brasil, Belo Horizonte. Um símbolo que saiu das camadas populares e da boemia belo-horizontina, naturalmente, incorporando-se aos costumes da cidade e do nosso povo em geral.
          Mesmo com tantas opções de copos hoje disponíveis, nos mais diferentes designs e os preços mais em conta, o copo Lagoinha nunca deixou de estar nas casas brasileiras. E sempre estará. O copo é um símbolo da cultura, festas, tradições, folclore, costumes e alegria do povo brasileiro. Faz parte não só da cultura e costumes do nosso povo, mas de nossas emoções e sentimentos.
Campanha tornou o nome Lagoinha, oficial
          Em nenhum estado ou cidade brasileira, esse copo tem tanta importância como em Belo Horizonte. De tão importante, está enraizado na cultura e costumes da cidade, desde a década de 1950/60. É parte da vida e história do povo belo-horizontino e um ícone dos bares e botecos mineiros e também um ícone do Brasil. (fotografia acima de Alexa Silva/Alexa.r.silva) 
          Em 2019, numa campanha organizada pela Cervejaria Wäls, marca mineira de cervejas artesanais, para que a empresa Nadir Figueiredo, reconhecesse o nome Copo Lagoinha, como oficial, teve adesão do povo mineiro.
Foi feita uma petição que contou com ampla mobilização dos belo-horizontinos com efeito positivo. Isso porque a empresa aceitou a petição dos mineiros, reconhecendo que copo Americano, é também chamado de copo Lagoinha.
Enquanto o restante do Brasil chama o modelo de copo Americano, em Belo Horizonte o copo Lagoinha é unanimidade, o copo e o nome.
          Quando completou 20 anos, a própria cervejaria homenageou o copo Lagoinha, símbolo de Belo Horizonte, criando um rótulo personalizado (na foto acima do Thiago Andrade). Na descrição, a Wäls descreve a cerveja Copo Lagoinha como puro malte, não filtrada, aromática e refrescante, com baixo amargor. Foi feita sob medida para Belo Horizonte, a Capital Mundial dos botecos.
Da alegria à democracia
          Da pinga ao pingado, da água ao café, do suco ao refrigerante, ele está lá, presente. Sem contar nas rodas de amigos, nos bares, botecos e festinhas, tem sempre Copo Lagoinha presente. Se não tiver copo americano, qualquer churrasco ou roda de amigos e principalmente em bares e botecos, não tem graça alguma. (fotografia acima de Arnaldo Silva) 
          É o copo mais democrático e social que existe no Brasil. Na maioria das casas, das mais diferentes camadas sociais, em padarias, lanchonetes, bares, mercados públicos e restaurantes, simples ou sofisticados, tem copo Lagoinha.

sábado, 27 de novembro de 2021

11 tradicionais Mercados Centrais mineiros

(Por Arnaldo Silva) Concentrar lojas e produtores de uma cidade em um único lugar, aberto a todos os públicos, é prática milenar. Era a forma que os governantes encontraram para ter mais controle sobre os produtos que entravam e saiam das cidades, além claro, de aumentar a arrecadação de impostos, evitando comércios irregulares.
          Ao longo dos milênios, as funções dos mercados públicos foram se aprimorando, chegando a ser hoje um espaço democrático, de relacionamentos interpessoais, sociais e coletivos. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, banca de temperos do Mercado de Araçuaí MG)
          São estabelecimentos antigos e tradicionais, que atraem gente de todas as camadas sociais, já que nesses mercados, estão presentes os produtos da terra, o artesanato, a arte, a cultura, a história e a gastronomia das cidades.
          Os Mercados Municipais, popularmente chamados de Mercados Centrais, por sempre se localizarem nas regiões centrais das cidades, são um dos poucos espações públicos, onde diferentes classes sociais e a intelectualidade, convivem harmoniosamente. Por isso que os mercados públicos estão presentes há séculos nas cidades de todo o mundo. (na foto acima de Rogério Salgado de uma banca de queijos no Mercado Central de BH)
          Diferente dos supermercados e grandes redes varejistas, quem vai aos mercados públicos, vai para comprar sim, mas principalmente, interagir com amigos e fazer novas amizades, em rodas das tradicionais bebidas, petiscos e pratos típicos locais. 
          A sociabilidade e a convivência democrática é a diferença de um mercado público, para os mercados particulares existentes atualmente.
            Isso porque são os Mercados Centrais a forma mais democrática e popular de convívio social e de contato direto do produtor, feirante e dono das lojas, com os frequentadores desses espaços. São pessoas de diferentes faixas etárias e com diferentes objetivos e motivos, frequentando um Mercado Público. (na foto acima do Rogério Salgado, banca de flores do Mercado Central de BH)
          Os mercados públicos tem história e presença nas cidades, desde sua origem, passando por suas dependências, várias gerações.
          Os frequentadores com mais de 50 anos, frequentam esses mercados mais por saudosismo, para relembrar os tempos de sua infância e juventude, vividos nesses locais. Os abaixo de 50, até 30 anos, gostam de frequentar os barzinhos e lojas para comprarem produtos para suas famílias, além de encontrar os amigos para bater papos, nos botecos e lojas de comidas dos mercados. Quem tem menos de 30 anos, os mais jovens, buscam mesmo é a alegria e diversão que os mercados oferecem.
          Os Mercados Centrais ou Municipais, são mais que ponto de vendas de mercadorias. São pontos de encontro entre amigos, lazer e diversão, além, de compras, claro. (na foto acima do Ernani Calazans, o Mercado Municipal de Itinga, no Vale do Jequitinhonha)
          Em Minas Gerais, a tradição dos mercados públicos, estão presentes. Listamos 11 mercados públicos tradicionais em Minas Gerais. Uma profusão de cores, saberes e sabores de Minas.
01 – Mercado Central de Belo Horizonte
          É sem dúvida o mais famoso e o mais popular mercado público de Minas Gerais, além de ser um dos mais tradicionais mercados municipais do Brasil.
          Recentemente, o Mercado Central de BH fez parte da lista dos 10 melhores mercados públicos do mundo, eleito pelos usuários em todo o mundo, da companhia aérea, Latam Airlines, com resultado divulgado na Revista Tam Nas Nuvens. (fotografia acima de Alexandre Vidigal)
          Entre os 10 primeiros colocados, o Mercado Central de BH, ficou em terceiro lugar, atrás apenas dos mercados públicos Mercat de la Boqueira, de Barcelona e do Boiurough Market, de Londres.
          São 13.442 m2 de área, com mais de 400 lojas, espalhadas por seus corredores temáticos, com produtos variados. 
          São lojas de queijos, doces, cachaças e licores mineiros, pimentas, temperos, compotas, hortifrutis, ervas medicinais, artesanato, arranjos florais, utensílios domésticos, todos os produtos típicos da culinária mineira, lanchonetes, restaurantes e botecos, que estão sempre lotados, principalmente nos finais de semana. (fotografia acima de Alexandre Vidigal)
          O fígado com jiló, tira gostos como a linguiça acebolada e a feijoada, são os pratos mais apreciados pelos frequentadores do Mercado Central de Belo Horizonte.
          Inaugurado em 7 de setembro de 1929, funciona até os dias de hoje à Avenida Augusto de Lima, 744, com entrada também pela Avenida Amazonas.
          O Mercado Central de Belo Horizonte é um dos pontos de maior sociabilidade e parada obrigatória dos belo-horizontinos e de quem vem à Belo Horizonte. Estatísticas apontam uma média diária de 15 mil visitantes.
02 – Mercado Municipal Uberaba
          Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, distante 480 km de Belo Horizonte, está um dos mais antigos mercados públicos de Minas Gerais. Foi fundado em 1882, no século XIX. (fotografia acima de Thamires Manfrim/@gotogetherbr) Seu primeiro endereço foi no bairro Alto do Rosário, mudando a partir de 1914 para a Praça Manoel Terra, no Centro da cidade, até a construção própria da sede definitiva do mercado, nesta mesma praça, no centro da cidade.
          Próximo ao mercado, estão pontos históricos e turísticos de Uberaba como a Igreja de Santa Rita Igreja, datada de 1854 (na foto acima de Thamires Manfrim/@gotogetherbr) e a Igreja de São Domingos, além de casarões coloniais e prédios públicos, como o da antiga cadeia e da faculdade de medicina.
          Construído em estilo octogonal, ocupa uma área de 1400 metros quadrados. Inicialmente, o prédio passou por algumas reformas e ampliações, ao longo de décadas, sendo a última, em 2006, sempre acompanhando o crescimento da cidade. (fotografia acima de Thamires Manfrim/@gotogetherbr)
          Por sua história, arquitetura e importância turística, social e cultural para Uberaba, o Mercado Municipal foi tombado pelo Município em agosto de 1999.
          No Mercado Municipal de Uberaba encontra-se de tudo como queijos, doces, ovos, produtos da agricultura familiar, carnes, frutas, peixes, artesanatos e artigos religiosos, além claro, nostalgia, alegria, diversão e amigos que se encontram nos bares e botecos do Mercado, com seus deliciosos pratos típicos da nossa culinária.
03 - Mercado Municipal de Salinas 
          A Capital Mundial da Cachaça, conta também com um dos mais atraentes e ativos mercados municipais do Norte de Minas. (na fotografia acima e abaixo de Gil Santos)
          Além da produção variada da agricultura familiar local, do artesanato do norte mineiro e claro, da famosa cachaça produzida na cidade, no Mercado de Salinas são encontradas as iguarias típicas da culinária do Norte de Minas como os pratos a carne de sol, doces tradicionais como tijolo, pratos feitos à base de carne de sol e pequi, dentre outros, servidos no restaurante do Mercado. (fotografia acima e abaixo de Gil Santos)
          Inaugurado em 1972, O Mercado Municipal de Salinas, instalado no Centro da cidade, é um ponto de encontro entre amigos e fomentação cultural. Fica aberto de segunda à sábado de 6h às18hs, não abrindo aos domingos e feriados.
04 – Mercado Municipal de Diamantina
          Na cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, Diamantina, o Mercado Velho ou Mercado dos Tropeiros, foi no século XIX um dos mais importantes pontos de parada de tropeiros de Minas Gerais. Jequitinhonha, cidade mineira, Patrimônio Mundial da Humanidade. (fotografia acima de Giselle Oliveira)
          O Mercado Velho foi construído em 1835 para ser um ponto parada dos tropeiros que cortavam o sertão de Minas Gerais, trazendo e levando mercadorias. No século XX, com a chegada dos carros e caminhões no Brasil e abertura de estradas, o transporte de cargas feito por tropas, foi deixando de existir aos poucos.
          Hoje é um dos mais importantes pontos culturais e tradicionais de Diamantina. Um dos mais belos cartões postais de Diamantina e de Minas. Nas manhãs de sábados, os diamantinenses e turistas, podem adquirir no Mercado Velho, as tradicionais comidas típicas de Minas Gerais, doces, queijos, etc., além do artesanato local, como a arte feita em flores de sempre vidas, tapetes arraiolos e peças diversas do riquíssimo artesanato da cidade da região. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
          À noite o Mercado Velho é um espaço cultural e gastronômico. O turista encontra no Mercado, os pratos típicos dos sabores de Diamantina e de Minas Gerais, além das cachaças, licores e vinhos finos, feitos pelas vinícolas da cidade. Diamantina produz vinhos finos há mais de 200 anos. Além disso, seus queijos são maravilhosos, sem contar as variadas criações dos chef´s de cozinha local, que aguça os mais finos e exigentes paladares.
04 – O Mercado Municipal de Teófilo Otoni
          Em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, está um dos mais populares mercados públicos de Minas Gerais. Localizado bem no Centro da cidade, ocupa um quarteirão inteiro, com acesso pela principal avenida central da cidade, a Avenida Getúlio Vargas. (na foto acima do Sérgio Mourão/@sergio.mourao, bancas do Mercado de Teófilo Otoni)
          Funciona de segunda à sexta-feira de 8h às 18h e aos sábados, das 8 da manhã, até o meio dia. São lojas diversas, com produtos da agricultura familiar, queijos, doces, requeijão, cachaças, licores, artesanato, pedras preciosas, hortifrutis, dentre outras variedades de produtos.
          No Mercado Municipal de Teófilo Otoni, o visitante encontra os sabores, saberes, cultura, artesanato e a culinária típica da região, bem como amigos, para bater um bom papo.
05 – O Mercado Municipal de Uberlândia
          Instalado à Rua Olegário Maciel, 255, Centro, num prédio histórico, construído em 1944, o Mercado Municipal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, é um dos mais atraentes pontos turísticos da maior cidade do interior de Minas Gerais. (fotografia de Álvaro Luiz Medeiros)
          O espaço foi todo revitalizado em 2009 e conta com ótima estrutura, para atender os feirantes, comerciantes e frequentadores em geral.
          Oferece uma enorme variedade de produtos oferecidos como biscoitos, doces, queijos típicos da região, peixes, hortifrutis da agricultura familiar, frutos do mar, carnes variadas, enfim, uma infinidade de produtos para todos os gostos.
          O espaço oferece o que existe de melhor na culinária mineira, bebidas e artesanato da cidade e ainda, abriga no local, o Espaço Cultural Mercado (na foto acima de Álvaro Luiz Medeiros), que oferece aos frequentadores do Mercado, shows musicais, apresentações teatrais, exibição de filmes, exposições de artes visuais e outras atividades culturais.
06 - O Mercado Municipal de Poços de Caldas
          Mercado público é tradição na famosa Estância Hidromineral de Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, desde 1890, quando funcionou na Av. Francisco Salles com Assis Figueiredo. Neste local funcionou até 1969, quando foi transferido para a Rua Pernambuco, estando hoje localizado no Centro da cidade, numa construção maior, com melhores condições para os produtores comercializarem seus produtos, além de oferecer mais conforto e acesso mais fácil a população. (na foto acima enviada pelo Sebastião Tranalli, uma das bancas do Mercado)
          São 194 boxes internos, 54 boxes externos, com os comerciantes instalados em local arejado e bem organizado. Com isso, os moradores da cidade e turistas, tem um ótimo espaço para compras dos diversos produtos da cidade, como queijos diversos, requeijão moreno, doces, frutas, verduras, bebidas, temperos, artesanato local e claro, encontrar amigos e até fazer novas amizades, já que o ambiente é muito agradável.
07 - O Mercado Municipal de Montes Claros
          Um lugar onde encontra-se os principais sabores e saberes do Norte de Minas: queijos, requeijão moreno, cachaça, licores, farinha de mandioca, carne de sol, compotas de pequi, doces diversos, polvilho, temperos, rapadura, doce tijolo, hortifrutis, artesanato e também amigos. Este é o Mercado Christo Raeff, o Mercado Municipal de Montes Claros. (na foto acima do Gilberto Coimbra, banca de temperos do Mercado)
          É um dos mais completos e antigos mercados centrais de Minas Gerais. Datado de 1899, funcionou inicialmente na Praça Dr. Carlos, posteriormente na Rua Joaquim Costa e por fim, desde 1992, na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, 1460. (na foto acima do Márcio Pereira/@dronemoc, vista parcial de Montes Claros, com destaque para o Mercado e Av. Dep. Esteves Rodrigues) 
          Nas dependências do mercado, o visitante encontra farmácia popular, mercearias, açougue, lojas de artesanato, bares, restaurantes, que servem pratos típicos como o arroz com pequi, pratos feitos com peixes, carne de sol e mandioca, feijão tropeiro, feijoada e outros pratos.
          Conta ainda com uma variedade de bancas, com diversos produtos da agricultura familiar, divididos em 289 boxes, com mais de 600 comerciantes.
          É um dos maiores e mais populares mercados de Minas Gerais, além de ser um importante ponto turístico da cidade, referência em gastronomia, cultura e arte do Norte de Minas Gerais.
08 – Mercado Municipal de Araçuaí
          Inaugurado em 1961, instalado numa charmosa construção histórica da cidade, o Mercado Municipal de Araçuaí, na região do Vale do Jequitinhonha, é um dos mais populares da região. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, o interior do mercado)
          Conhecido como Mercadão o espaço oferece uma diversidade de produtos como frutas, verduras, cerais, carnes, temperos a granel, queijos, doces, dentre outros produtos, além da culinária e do artesanato da cidade e de todo o Vale do Jequitinhonha. Essa diversidade, além de sua história, faz do Mercadão um ponto de lazer, cultura e turismo do Vale do Jequitinhonha.
          Na parte externa do Mercadão, acontece uma feira popular, com os produtos da agricultura familiar de Araçuaí e de cidades vizinhas como Berilo e Francisco Badaró. A feira é bastante concorrida, com maior concentração de público, aos sábados. (na fotografia acima de Ernani Calazans)
09 - O Mercado Municipal de Conceição do Mato Dentro
          Fundado em 1931, é um dos mais tradicionais da região da Cordilheira do Espinhaço, a Nordeste de Minas, na cidade histórica de Conceição do Mato Dentro, distante 170 km de Belo Horizonte. (fotografia acima e abaixo de Nacip Gômez do Mercado durante Festa do Rosário)
          Localizado no Largo do Rosário, numa atraente construção em estilo eclético, do início do século XX, os produtos oferecidos no mercado, saem direto do produtor conceicionense, para o consumidor, além de ser uma referência gastronômica, cultural, artística e turística da cidade.
          Por sua importância histórica, cultural e social para a cidade, foi declarado Patrimônio Cultural Municipal, tendo sido tombado pelo município em 2004.
10 – O Mercado Municipal de Pouso Alegre
          Fundado 1893 e instalado hoje ao lado da Catedral Metropolitana, O Mercado Central de Pouso Alegre, conhecido por Mercadão, é um dos mais populares mercados centrais de Minas Gerais. (foto acima e abaixo de Fernando Campanella)
          Tem de tudo um pouco, desde os produtos da agricultura familiar, queijos, doces diversos, carnes, hortifrutis, empórios a artesanato, roupas, souvenires, restaurante com a nossa culinária típica.
          Além disso, é um espaço social, de encontro e confraternização de amigos que se reúnem no Mercadão para um bom bate papo e saborearem os doces sabores da culinária local, em especial, o pastel de milho recheado com carne ou queijo e outros petiscos, acompanhados por refrigerantes, cachaça ou mesmo, cerveja gelada.
          O local é agradável, tranquilo e muito bem organizado em diversas bancas.
11 – O Mercado Municipal de Juiz de Fora
          O Mercado Público de Juiz de fora, na Zona da Mata Mineira, foi inaugurado em 31 de dezembro em 1904. Funcionou por décadas numa construção em estilo eclético, formando um conjunto arquitetônico de grande relevância para a cidade, tendo sido por isso, tombado desde 1983. (fotografia acima e abaixo de Joseane Astério)
          Desde 1987 passou a funcionar na Avenida Getúlio Vargas, 188, no Complexo Mascarenhas, totalmente restaurado em 2000, após um incêndio, em 1991. Trata-se de uma área de mais de 8.500 metros quadrados, formado pelo Mercado Público, Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, Biblioteca Municipal, Secretaria de Educação, Restaurante, bar, salão de beleza, etc.
          Aberto de segunda a sexta, das 8h às 19h30, sábado das 8h às 18h, e aos domingos de 8h às 12h, é um dos mais tradicionais pontos turísticos da cidade, referência na gastronomia, cultura, história, artesanato, tradição, além de oferecer, produtos diversos e de qualidade à disposição das inúmeras bancas no Mercado, além de ser ponto de encontro de amigos.

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Facebook

Postagens populares

Seguidores