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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O Mosteiro de Macaúbas e o Vinho de Rosas

(Por Arnaldo Silva) O Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, ou simplesmente convento ou mosteiro de Macaúbas, está localizado na rodovia MG 020, km 37,5 que liga Santa Luzia ao município de Jaboticatubas, a 12 km do Centro Histórico de Santa Luzia e a 40 km de Belo Horizonte. (fotos abaixo de Rodrigo Martins, com arte de Arnaldo Silva)
          O imponente casarão do século XVII conta com 200 cômodos, mobiliário, capela e detalhes do período Colonial brasileiro. O silêncio do local é apenas quebrado pelo canto dos pássaros e os cânticos em latim e orações das freiras que vivem no convento.
          São 16 freiras da Ordem da Imaculada Conceição. Elas vivem em regime completo de clausura, saindo apenas em ocasiões necessárias, como por exemplo, problemas familiares ou de saúde.
          Entrar no templo não é permitido. As freiras vivem numa rotina rigorosa. Acordam todos os dias antes às 5 da manhã e se deitam às 20h30min. Fazem pelo menos 10 orações diárias com horários pré-determinados. Quando não estão orando, estudam ou meditam e trabalham nos afazeres no interior do convento e na produção dos produtos culinários. (abaixo, detalhes da rotina das freiras enclausuradas, com fotos das fotos expostas em painéis no interior do convento, fotografadas pelo Rodrigo Martins)
História
          Sua construção começou em 1714, por Félix da Costa para ser uma casa de recolhimento religioso e educandário feminino. A obra foi concluída em 1770.
          Este foi o primeiro educandário feminino do Brasil. Pelo convento passaram filhas das mais ricas famílias do Brasil e de personagens ilustres de nossa história como, por exemplo, Joaquina, a filha de Tiradentes. Também as nove filhas do Contratador João Fernandes de Oliveira, marido de Chica da Silva estudaram no local. 
          A casa em que o Chica da Silva e seu marido ficavam, quando iam visitar suas filhas, ainda existe. Fica nas proximidades da entrada do Mosteiro (fotografia acima de Alexa Silva/@alexa.r.silva). O próprio João Fernandes, a título de dote pelo acolhimento de suas filhas, entre 1767 e 1768 ampliou o local, mandando construir a Ala do Serro, com mirante e 10 celas (quartos para religiosos). 
          Mas o convento não abrigava apenas filhas da elite brasileira da época. Recebiam e davam abrigo a meninas e mulheres órfãs, pensionistas e devotas. Recebiam também mulheres que optavam em ficar por algum tempo no convento para guardar a honra, enquanto os pais ou maridos viajavam. O convento acolheu também várias mulheres, que para lá fugiram do preconceito e discriminação social por terem sido desonradas. 
          Devido sua importância passou a ser protegido da rainha de Portugal, Dona Maria I, por Carta Régia. Quase um século depois, em 1881, o Imperador Dom Pedro II, que estava de viagem à Minas Gerais, fez questão de visitar o colégio. (fotografia abaixo do Rodrigo Martins)
          Em 1847, o convento passou a funcionar como colégio, se tornando uma das mais tradicionais escolas de Minas Geras.
          No século XX, começa a chegar a Minas congregações religiosas europeias com experiência em educação. 
Com isso, o colégio começa a entrar em decadência e em 1933 deixou de existir o colégio, se tornando desde então até os dias de hoje, um convento de freiras que vivem enclausuradas.
Dia a dia e trabalho
          Quando não estão orando ou estudando, as freiras trabalham e muito. É do trabalho das freiras e doações que vem o sustento e manutenção do convento.
          No interior do Mosteiro elas produzem e vendem licores, doces, quitandas e o famoso vinho de rosas. No século XVII, médicos da época recomendavam este vinho para curar problemas do pulmão. (foto acima de Rodrigo Martins, o Vinho de Rosas e abaixo de Thelmo Lins, mostra a fachada do mosteiro)
          As paredes do convento guardam as receitas das quitandas, licores e do vinho de rosas desde o século XVII. A técnica usada pelas freiras são as mesmas de 300 anos atrás, não mudaram nada no modo de fazer. É totalmente artesanal.
          Elas guardam com zelo cada receita e fazem com um imenso carinho, preservando uma das mais fortes culturas gastronômicas de Minas Gerais. As freiras fazem quitandas, doces, licores e o famoso vinho de rosas. No século XVII, o vinho de rosas era recomendado pelos médicos da época para curar os males do pulmão. 
O vinho que inspirou o filme
     A tradição gastronômica e a história do convento, principalmente o vinho de rosas, virou filme em 2005, chamado de O vinho de rosas. Dirigido por Elza Cataldo, o longa metragem retrata a vida de Joaquina, filha de Tiradentes, criada num convento. Na história, Joaquina descobre que é filha de Tiradentes e que sua mãe, ainda estava viva. Aos 18 anos, deixa o convento e sai em busca de sua história e seu passado.
Como comprar os produtos do Mosteiro de Macaúbas
     A manutenção dos trabalhos, do imóvel e atividades das freiras enclausuradas, vem das vendas dos produtos feitos pelas irmãs e de doações.
     Quem quiser adquirir os produtores da culinária do Mosteiro de Macaúbas, podem entrar ir diretamente ao local ou entrar em contato pelos telefones (31) 3684-2096/9612-1773. 
     Os interessados em ajudar nos gastos com manutenção e reformas do Mosteiro de Macaúbas podem entrar em contato pelos  telefones acima e obter mais informações. 
Agradecimentos: Ao Thelmo Lins e Rodrigo Martins pela gentileza na cessão das fotos para esta edição

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