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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Diário de Viagem: Serra do Caraça

Misturando-se com as montanhas, o Santuário do caraça é mais uma das miragens Mineiras. É cercado de Horizontes e História. De fé e de sorrisos. " Só o caraça paga toda viagem a Minas" disse D Pedro II.
Tudo é detalhadamente belo, nos pequenos e grandiosos detalhes. 
O silencio da mata toma conta do espaço, é quebrado apenas, pelos ventos que balançam as orquídeas, pelos turistas que sussurram e pelos pássaros, que insistem em cantar! 
A construção neogótico, primeira do Brasil, foi construída sem mão escrava. E permanece intacta mesmo após as chamas na madrugada de 1968. "Se foi muitos livros e documentos da nossa História" disse-me Pedro enquanto me mostrava a revista do mosteiro. Foi o único momento em que seus olhos mergulharam na tristeza. Eu, o entendia completamente! 
Apesar da tragedia no frio de maio de 68 , o Santuário não perdeu o brilho; parte foi restaurado fazendo um paralelo entre o antigo e o moderno. Na biblioteca encontrei anotações de D pedro II , junto estava a cópia do seu diário. No museu vi alguns antigos rádios; machados, retratos e a cama de Tereza Cristina (queria cochilar por ali mesmo) vi os objetos que mais me interessavam: os baús. 
Na capela, vi alguns fiéis pedindo suas preces, vi o Padre por perto, pra qualquer orientação e vi a arquitetura, que fugia do barroco. 
E na simplicidade, vi o sorriso de Vicente. O "nosso vicente". Sentando em baixo da árvore , o olhar aceso disfarçava seu cento e poucos anos. Escolhendo as palavras, prozeou com a Aline, contando que morou ali a vida inteira e não se imagina longe. 
Afirmou que iria se casar um dia, e quem sabe não era comigo? 
Abri um sorriso por tamanha simpatia. Sr Vicente é tão especial que a sua História se mistura com a do Caraça, e a do Caraça se mistura com a dele. O ovo e a gema. 
Percebi na partida , olhando no vidro do carro enquanto as nuvens passavam, que: por mais que meus olhos se esforçassem , eles não conseguiriam, jamais, captar todos os detalhes daquele lugar. Alguns se misturaram no Horizonte, outros se foram nas chamas ou simplesmente esconderam-se na timidez ,como os olhos negros de Vicente. 
Conheçam o Caraça! 
Texto e fotografias de Suelen Rezende, 22 /11 de 2018.

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