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quinta-feira, 13 de março de 2025

Bolo ladrão

Bolo Ladrão, "Spitsbuubkuchen" na língua Pomerana, é um bolo tradicional da comunidade Pomerana do Espírito Santo e da Vila Neitzel, em Ituêta MG, Vale do Rio Doce. O nome é devido ao formato em quadrado que lembra grades de uma prisão.
Ingredientes
. 7 ovos
. 500 gramas de margarina ou manteiga
. 800 gramas de açúcar
. 2 colheres de sopa de fermento
. 1 pitada de sal
. Suco de 2 limões galego (opcional)
. 500 gramas de polvilho doce
. 1 kg de trigo( colocar o trigo aos poucos até dar o ponto)
. 1 kg de goiabada derretida
Modo de preparo
- Em uma vasilha, coloque o açúcar, o ovo e a manteiga e mexa até que ficar bem homogêneo.
- Acrescente o leite à mistura, o fermento, o suco do limão, se preferir.
- Mexa mais e vá despejando aos poucos a farinha de trigo. 
- Vá colocando o trigo e sovando até que a massa fique firme, lisa e desgrudando das mãos. 
- Unte uma forma com manteiga e farinha de trigo e espalhe uma parte da massa.
- Agora passe a goiabada sobre a massa derreta.
- Em seguida, faça tirinhas com o restante da massa e espalhe sobre a goiabada derretida na horizontal e vertical deixando dois dedos de espaço entre cada, formando quadrinhos.
- Leve ao forno pré-aquecido a 180 graus e deixe assando até que fique dourado.
- Espere esfriar, corte a seu gosto e sirva.
Fotos de Vanderleia e Rafaela Bulll com receita fornecida pela Verônica Bul de Itarama/ES.

terça-feira, 11 de março de 2025

A arte de fazer tapetes Arraiolos em Passa Tempo

(Por Arnaldo Silva) A técnica muçulmana de confeccionar tapetes, conhecida por Ponto dos Arraiolos, é uma das mais antigas da humanidade. São tapetes feitos à mão, usando técnicas artesanais com desenhos intricados e alta qualidade artesanal, bordados com pontos cruzados oblíquos.
Fotos fornecidas por Adriano Van Vaar
        A tradição surgiu em Portugal no século XVI ou XVII, introduzida no país pelos Mouros, nome dado aos povos islâmicos que invadiram a Península Ibérica, a Sicília, a Malta e parte da França, durante a Idade Média, vindos do Norte da África. Em Portugal, os Mouros se estabeleceram em cidades portuguesas, como na vila de Arraiolo, de Évora de Évora. Como eram tapeceiros experientes, os tapetes em pontos feitos pelos Mouros assimilou o nome do lugar, chamando de Ponto do Arraiolo e as peças sendo chamadas de Tapete Arraiolo. São peças únicas, requintadas e de alto valor comercial.
Foto acima fornecida por Adriano Van Vaar em Passa Tempo MG
        Algumas cidades mineiras fazem tapetes Arraiolos usando a tradicional técnica Medieval dos Mouros, da mesma forma que na Idade Média, manual e totalmente artesanal.. Entre essas cidades, se destaca Passa Tempo MG.
A cidade de Passa Tempo
Fotografias de Saulo Guglielmelli
        Passa Tempo, charmosa, atraente e pacata cidade da Região Oeste de Minas, com 8.500 habitantes. Faz divisa com os municípios de Oliveira, Carmópolis de Minas, Desterro de Entre Rios, Piracema e está a 143 km distante de Belo Horizonte com acesso pela Rodovia MG-270.
Origem da cidade
Fotografias de Saulo Guglielmelli
        No século XVIII a região onde é Passa Tempo era ponto de descanso de bandeirantes e tropeiros por ser considerada por eles próprios, um local aprazível para "passar tempo". Era uma parada para passar o tempo enquanto os animais descansavam. Por esse motivo, o lugar passou a ser conhecido como Passa Tempo. Neste local foi se formando um pequeno povoado, elevado a distrito de 1832, subordinado a Oliveira, elevado a vila em 1911 e por fim, à cidade emancipada em 10-09-1925.
Tradições seculares
        A cidade preserva as tradições seculares como a religiosidade, folclore, gastronomia e também sua arquitetura barroca, presente no seu centro urbano e em fazendas coloniais, como a Fazenda Campo Grande. Passa Tempo (nas fotos acima do Saulo Guglielmelli) e Fazenda Araújos (nas fotos abaixo do Saulo Guglielmelli). Passa Tempo é uma charmosa cidade histórica mineira.
        Além disso, Passa Tempo é conhecida por ser a terra onde nasceu Antônio Faleiro, ufólogo renomado no Brasil e exterior, autor de vários livros sobre Ufos no Brasil, além de especialista no estudo do folclore brasileiro e ovnis.
O começo da tradição de fazer tapetes Arraiolos
Fotografia fornecida por Adriano Van Vaar
        A arte de fazer tapetes Arraiolos foi introduzida na cidade em 1977, pelo Padre Irineu Leopoldino de Souza, O padre foi transferido de Diamantina MG, para Passa Tempo. Por participar e conhecer o projeto dos Tapetes Arraiolos em Diamantina, introduzido na cidade em 1975 em parceria com a Igreja e casal tapeceiros portugueses, que vieram de Portugal especialmente para ensinar a arte da fazer tapetes Arraiolos.
        Em Passa Tempo, padre Irineu percebeu um grande potencial na cidade para fazer esses tapetes Arraiolos e desenvolveu o projeto diamantinense em Passa Tempo.
Tapeceira de Passa Tempo MG. Foto fornecida por Adriano Van Vaar
        Mesmo com a posterior transferência do padre da cidade, a arte de fazer tapetes continuou, isso porque a ideia evoluiu, teve grande aceitação popular, cujo ofício foi passado de mãe para filha e muitos ensinavam uns para os outros. As tapeceiras podem ser vistas nas na cidade, expondo e desenvolvendo sua arte.
Fotografia fornecida pelo Adriano Van Vaar
        Esse interesse pela arte de fazer tapetes Arraiolos foi tão grande na época que se tornou tradição na cidade, gerando renda para as famílias. Atualmente o ofício é praticado por poucas tapeceiras, organizadas na Associação das Tapeçarias e Artesanatos de Passa Tempo (ATAPT), que visa manter a tradição e unir as tapeceiras e tapeceiros da cidade.
Fotografia fornecida pelo Adriano Van Vaar
        Passa Tempo é hoje conhecida no Oeste de Minas como a “Terra dos Tapetes Arraiolos”, pela diversidade de sua produção, criatividade e talento de seus artesãos e artesãs na arte de fazer tapetes Arraiolos.
        Os tapeceiros e bordadeiras da cidade sentem orgulho de exercerem a arte da tapeçaria, contribuindo com a história da cidade e de suas próprias, que tiveram parte de suas vidas e histórias dedicada ao amor à arte de fazer tapetes.

sábado, 8 de março de 2025

Pão tradicional de abóbora moranga

Ingredientes 
. 3 xícaras (chá) bem cheias de abóbora moranga (conhecida também por Cabotiá) cozida e amassada;
.1 xícara (chá) e 1/2 de açúcar
. 1 xícara (chá) de leite morno
. 2 colheres (sopa) de fermento biológico granulado para pão
. 10 colheres de manteiga ou se preferir 3/4 de xícara de óleo
. 2 ovos grandes
.1,5 kg de farinha de trigo + ou - (usar até estar no ponto de despregar das mãos)
.1 colher rasa de sal
Modo de preparo
- Em uma vasilha, coloque o açúcar, o leite, o sal, o fermento e misture bem;
- Feito isso, acrescente o restante dos ingredientes e comece a sovar. Sove bastante;
- Cubra com um pano e deixe descansando por 30 minutos;
- Após esse tempo, faça os moldes dos pães, coloque-os em forma já untada com manteiga e farinha, cubra com um pano e deixe descansando por 1 hora;
- Depois desse tempo, leve para assar em forno pré-aquecido a 180°C por cerca de 45 minutos ou até que fiquem dourados.
Fotos de Edson Borges de Sete Lagoas MG. 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Charretes elétricas substituem charretes puxadas a cavalos em Minas

(Por Arnaldo Silva) As charretes puxadas a cavalos, tradicionais nas cidades históricas e estâncias hidrominerais mineiras, vem aos poucos sendo substituídas por charretes elétricas.
        Cidades como Poços de Caldas, Lambari, Caxambu, São Lourenço e mais recentemente, Tiradentes (nas fotos ilustrativas), vem se empenhando em substituir os veículos de tração animal por charretes elétricas.
        A iniciativa mineira segue uma tendência mundial, iniciada em Bruxelas, na Bélgica, que aboliu de vez os passeios feitos em carruagens para entretenimentos de turistas. A tendência se espalhou por cidades europeias, chegando ao Brasil. Petrópolis, no Rio de Janeiro, foi a primeira cidade brasileira a substituir as carruagens e charretes por carruagens elétricas, uma alternativa ecologicamente correta, já que esses veículos usam energia limpa.
Foto do cavalo de Robson Gondin e segunda, Divulgação em Tiradentes MG
               Além disso oferecem mais conforto e segurança aos turistas, reduz risco de acidentes relacionados com animais, preserva o patrimônio histórico, facilita a inclusão social, a sustentabilidade e ainda preservam o charme as características das charretes puxadas por animais, além de harmonizarem com a arquitetura local.
Por que abolir as charretes puxadas a cavalos?
        A decisão visa atender apelos de entidades de defesa dos direitos dos animais, de turistas e moradores locais, que viam na prática tradicional, um caminho ao contrário da sociedade atual, hoje voltada para proteger o bem-estar e saúde dos animais. Diante de novas opções de passeios e entretenimentos de turistas como as charretes elétricas, o uso de cavalos puxando charretes, apenas para divertimentos e passeios de turistas, foi vista como desnecessária e inaceitável para este século.
        Isso porque, segundo os ativistas da causa animal, o fim dos veículos de tração animal para fins turísticos, submetia os animais a condições climáticas adversas como chuva, sol e frio, além de longas jornadas de trabalho, falta de descanso e alimentação adequadas e ainda puxavam peso por ruas calçadas com pedras e paralelepípedos. O mau cheiro exalados devido o suor dos animais, as fezes deixadas pelas ruas, a urina e emissão de gases, são outros fatores apontados pelos ativistas que protestavam contra a manutenção dessa atividade.
        Esse conjunto de situações gerava um impacto negativo para as cidades que mantinham essa prática em nome da tradição, afirmam os que se opunham ao uso de charretes puxadas por animais.
Busca por soluções
        Com toda essa situação, representantes do Ministério Público, Prefeituras, Câmara de Vereadores e entidades representativas dos charreteiros, se reuniam em busca de um acordo em comum que visasse a preservação da atividade, bem como o bem-estar dos animais, mas também dos charreteiros, que tem nessa atividade, sua fonte de renda e sustento.
        Alternativas compensatórias, destino dos animais, capacitação dos que optaram por permanecer na atividade e facilidades na aquisição das charretes elétricas para os que optassem em continuar na atividade foram os temas abordados. O objetivo era chegar a uma acordo que atendesse a tendência mundial para o fim dessa atividade e garantir emprego dos charreteiros bem como a atividade turística.
        Assim surgindo acordos para substituição gradativa das charretes puxadas a cavalo para charretes elétricas.
Diferença entre charrete e carruagem  
        As cidades europeias tem como tradição o uso de carruagens, que são veículos com com quatro rodas, estrutura de madeira, ferro, cobertura, portas, janelas, bancos e adornos luxuosos, puxadas por dois ou 4 cavalos. São usadas até os dias de hoje pelas monarquias europeias. Já a charrete é um veículo de tração animal menor que as carruagens, bem mais simples, com estrutura em madeira e de duas rodas, puxadas geralmente por um cavalo, com cobertura e bancos. Charretes elétricas
        Em Minas Gerais, são as charretes que predominam nas cidades históricas e estâncias hidrominerais, que usam esse tipo de veículos para passeios turísticos.
        O projeto desses veículos teve como inspiração os automóveis elétricos desenvolvidos no final do século XIX, na Europa e Estados Unidos. Tem a frente que lembra os primeiros "fords" e a parte traseira lembrando as atuais charretes.
        As charretes elétricas são charmosas, silenciosas e livres de emissões de gases, o que garante um ambiente agradável e bastante saudável. A preferência por esse tipo de modelo é para manter o romantismo e charme tradicional das cidades históricas e estâncias hidrominerais, além de se parecerem muito com as charretes puxadas por animais. É uma mistura de tecnologia com o glamour das construções históricas dessas cidades.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

A cidade mineira que mantém forte conexão com os Estados Unidos

(Por Arnaldo Silva) Com população 258 mil, segundo Censo do IBGE em 2022, Governador Valadares está entre os 10 mais municípios populosos de Minas Gerais. Dotado de boa estrutura urbana, bom setor de serviços e economia diversificada, com comércio e indústrias de pequeno, médio e grande portes, atuando na cidade, o município localizado no Vale do Rio Doce, a Leste de Minas e distante 320 km da capital é um dos mais desenvolvidos de Minas Gerais.
Foto: Zano Moreira
Origem da cidade
        O povoamento no Leste de Minas teve início no século XIX através da exploração da agricultura e recursos minerais. Pequenos arraiais foram surgindo, crescendo e ampliado a partir de 1910, quando foi inaugurada a ferrovia Vitória Minas, com criação de estações ao longo de seu trecho.
        Uma dessas estações foi construída no vilarejo de Figueira do Rio Doce, povoado que deu origem a Governador Valadares. Elevado a distrito em 1937, Figueira do Rio Doce foi elevado à cidade emancipada em 30 de janeiro de 1938, passando a adotar, em 17 de dezembro desse mesmo ano, o nome de Governador Valadares em homenagem a Benedito Valadares Ribeiro, governador de Minas Gerais entre 15/12/1933 a 4/11/1945.
Atrativos urbanos e naturais
Fotos: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Além de se destacar na mineração, a cidade é famosa em todo o mundo por possuir condições climáticas e geográficas ideais para a prática de voo livre, parapente e asa-delta. Por esse motivo, Governador Valadares é reconhecida mundialmente pela prática desses esportes, sendo considerada a capital mundial do voo livre. Do alto do Pico do Ibituruna, amantes do voo livre, asa-delta e parapente, saltam, sobrevoando a cidade e colorindo o céu valadarense. (fotos acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
 Foto acima: A Cardo - Por Zano Moreira
       Além disso, a cidade tem outros atrativos históricos, urbanos e naturais. Entre os destaques históricos, destaque para a Maria Fumaça e a Açucareira, indústria de açúcar e álcool da Companhia Açucareira Vale do Rio Doce (CARDO), empreendimento da Cia Belgo Mineira, produzindo açúcar e álcool para o mercado interno e exportação. A usina funcionou entre 1948 a 1978. 
Foto: Elpídio Justino de Andrade
        Além disso, tem o Rio Doce que banha acidade, o Pico do Ibituruna, a Ilha dos Amores, a Lagoa do Pérola, o Parque Natural Municipal, o GV Shopping, o Museu da Cidade, o Science Park, o Teatro Palavra Viva, o Teatro Atibaia, a Praça da Estação Ferroviária, o Centro Cultural Nelson Mandela, o Santuário Santa Rita de Cássia, a Cachoeira Véu da Noiva, a Cachoeira do Porto, o Parque Estadual Vale do Rio Doce, a Praça do Imigrante, além de bares, lanchonetes, sorveterias, cervejarias e restaurantes que oferecem ótimas opções aos moradores e visitantes, bem como uma rede hoteleira que atende a todos os gostos e bolsos.
A formação de Valadares
Fotos: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Desde sua origem, no século passado, Governador Valadares teve como base em sua formação a migração. Com a mineração e presença da Estrada de Ferro Vitória Minas, a cidade recebeu um constante fluxo migratório, vindos de várias regiões mineiras e também de descendentes de italianos e alemães, boa parte vindos do vizinho estado do Espírito Santo, bem como os povos nativos, já que a região teve forte presença de povos indígenas até o início do século XIX. 
        A presença dos migrantes de origem europeia e mineira, além das tradições indígenas da região, contribuiu com a sua formação cultural, religiosa, folclórica, arquitetônica e histórica, sendo esses povos a base da identidade do município.
A origem da conexão de Valadares com os Estados Unidos
Boston/USA - Fotos: Norma Suely Bittencourt
        Governador Valadares tem uma forte conexão com os Estados Unidos e não é recente. Essa conexão começou durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nessa época, Governador Valadares começou a receber um grande fluxo imigratório de americanos para a cidade. O interesse dos Estados Unidos por Governador Valadares foi devido a descoberta de jazidas de mica, na região.
        Esse mineral, também chamado de malacacheta, é essencial para a indústria elétrica, eletrônica e de aviação, além da indústria de cosméticos, na construção civil, em eletrodos para solda, cerâmica, lubrificantes de poços de petróleo, capacitores, transistores, caldeiras de vapor e na produção de tintas. À época, o maior produtor de mica era a Índia, mas um forte bloqueio naval da Alemanha, durante a Segunda Guerra, interrompeu o comércio de mica. Por isso, os aliados tiveram que buscar o mineral em outra região.
        Com a descoberta de jazidas de mica em Valadares, a região mineira se tornou ponto estratégico para os interesses dos países aliados, principalmente dos Estados Unidos. Por esse motivo que os americanos se estabeleceram na região, dando início a exploração e beneficiamento da mica, além de abrirem estradas estradas utilizando veículos próprios para o transporte da carga, além de jipes, pouco conhecidos no país, à época.
Contribuição para a saúde e saneamento básico
Foto: Zano Moreira
        Além disso, a presença americana em Governador Valadares foi de grande importância para o crescimento e desenvolvimento da cidade, como exemplo, na área de saneamento básico com construção de redes de água e esgoto, praticamente inexistentes à época, além de darem apoio financeiro e tecnológico aos serviços de saúde pública, como o Serviço Especial de Saúde Pública, que apoiou as iniciativas americanas na área de saúde.
        Os americanos introduziram, na cidade, tecnologias de ponta dos Estados Unidos nas áreas de saúde e saneamento básico, na época. Como resultado concreto, a iniciativa americana contribuiu para a erradicação de doenças no Vale do Rio Doce, como a febre amarela e malária.
        A Companhia Vale do Rio Doce, à época uma empresa estatal, contou com suporte financeiro e apoio técnico dos Estados Unidos para a exploração e transporte do minério de ferro. Os americanos reformaram ainda a Estrada de Ferro Vitória Minas, visando o escoamento da produção de mica. Getúlio Vargas, então presidente da República, firmou acordo com os americanos para que a estrada fosse reformada.
        A mica exportada a partir de Governador Valadares foi volumosa e intensa. As cifras são altas. Mais de 80% da mica usada na Segunda Guerra Mundial saiu de Minas Gerais.
Decadência da mineração
Foto: Elvira Nascimento
        A extração de mica e presença dos americanos na cidade, contribuiu para um enorme salto no desenvolvimento econômico e industrial na cidade. Paralelo a mineração, siderúrgicas e serrarias começaram a se instalar na cidade, além de aumentar o número de moradores da cidade de forma rápida. De 80 mil moradores em 1960, a população saltou para124 mil em 1970.
        Na década de 1960, a extração de mica na cidade começa a declinar, devido a riqueza que movimentava a cidade vinha de recursos naturais. De tanto retirar da natureza, as minas de mica começaram a exaurir, além do desmatamento causado pela extração do mineral, reduzindo a capacidade produtiva do solo.
        Com isso, os americanos começaram a deixar a região, deixando um legado cultural, econômico, tecnológico, cultural e histórico na cidade. Com o fim da exploração da mica e sem os investimentos americanos, a economia da cidade começou a entrar em declínio, com significativo aumento do desemprego.
Em busca do "Sonho Americano"
        Pelo que conheciam e ouviam dos americanos falarem dos Estados Unidos, o interesse dos valadarenses em viver nesse país cresceu, devido a situação econômica da região, à época. A partir da década de 1960, começa de fato a imigração de valadarenses para os Estados Unidos. Foram em busca do tão falado “sonho americano”.            Uma parte foi para estudar e conhecer a cultura local, mas a maioria, foi em busca de uma vida melhor para suas famílias. Iam com o intuito de juntarem dinheiro, mandar para suas famílias, investirem em imóveis e negócios próprios para enfim, voltarem à sua terra. Não imigravam para ficar ou se naturalizar. A imigração era individual, geralmente um membro da família ia e mandava dinheiro para seus parentes que ficaram em Governador Valadares.
        O rápido crescimento financeiro e a facilidade de arrumar emprego na América, à época, fez com que o número de valadarenses que imigravam para os Estados Unidos crescesse substancialmente nas décadas de 1970 e principalmente na década de 1980, quando a imigração aumentou muito, devido a grave crise econômica no Brasil naquela década. Nos 1980, Governador Valadares se tornou o maior fornecedor de mão de obra para os Estados Unidos.
        Não só isso, as notícias de uma vida melhor na América com ganhos muito superiores ao que recebiam no Brasil, incentivou mineiros das cidades vizinhas e de outras regiões mineiras a fazerem o mesmo.
        Na década de 1990, as restrições à imigração para os Estados Unidos começaram a ficar mais duras, fazendo com que brasileiros que desejassem buscar uma vida melhor no exterior, buscassem outros países como Portugal, Reino Unido, Austrália, Canadá, dentre outros para darem uma vida melhor aos seus familiares.
        No século XXI, percebe-se uma mudança no comportamento dos imigrantes. Antes um membro da família imigrava para juntar dinheiro, investir na sua cidade e voltar. Nesse novo século, vão para ficar e ainda, levam suas famílias, inclusive crianças, juntos. Com o tempo, se naturalizavam, recebiam dupla cidadania e ficavam de vez.
A cultura da imigração e o fenômeno "Valadólares"
New York, Milford e Bosto. Fotos: Norma Suely Bittencourt
        A influência americana em Governador Valadares não se limita ao período da guerra e nem ao grande número de valadarenses que imigraram para os Estados Unidos em busca do “Sonho Americano”. Essa ligação com origens na década de 1940, moldou a identidade cultural, econômica e histórica da cidade, formando uma forte conexão entre Governador Valadares e os Estados Unidos.
        Desde a origem da imigração, os dólares que os valadarense enviavam para seus parentes na cidade, movimentava a economia de Governador Valadares e contribuía para o seu desenvolvimento e crescimento. No auge da imigração, 1970 e 1980, o dólar era a moeda que mais se ouvia falar na cidade à época. Por esse motivo, até os dias de hoje, Valadares é chamada de “Valadólares”. Nos anos 1980 era difícil não se encontrar alguém que não tinha ao menos um parente vivendo nos Estados Unidos.
Homenagem aos imigrantes
        A cidade valoriza sua ligação com os Estados Unidos, bem como a contribuição dos imigrantes valadarenses para a cidade, homenageando-os com uma praça. A Praça dos Imigrantes é o símbolo da formação da identidade cultural e econômica de Governador Valadares.
        Os valadarenses se orgulham da história que seus conterrâneos e parentes construíram nos Estados Unidos e na cidade, ao longo de décadas. Por isso mesmo, a cidade mantém uma forte conexão com esse país, através da língua, da gastronomia e da cultura americana, formada durante décadas de imigração dos valadarenses para a América.      

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Pequi protegido: lei mineira Pró-Pequi é nacionalizada

(Por Arnaldo Silva) Projeto de Lei nº 1970/2019 que visa a criação de uma Política Nacional para manejo sustentável, plantio, extração, consumo, comercialização e transformação do pequi (Caryocar brasiliense) e demais frutos do Cerrado, foi sancionado pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 7 de janeiro de 2024. A nova lei nacional já é praticada Minas Gerais.
        O objetivo da Lei é incentivar o beneficiamento, a industrialização, comercialização do pequi e outros frutos do Cerrado, além de proteger a espécie, ameaçada pela expansão imobiliária, queimadas e derrubadas para formação de pastagens e lavouras. Além disso, tem como objetivo garantir a geração de emprego e renda de milhares de famílias que vivem da cultura do pequi e outros frutos do Cerrado Brasileiro. Dados de 2024 afirma que somente em Minas Gerais, 4.800 famílias tiveram no pequi, sua maior ou única fonte de renda. (fotografias acima de Arnaldo Silva em Bom Despacho MG)
Lei mineira nacionalizada
        O Projeto de Lei, agora nacionalizado, é de autoria do deputado Federal Rogério Corrêa (PT-MG). A solenidade de sansão da Lei Pró-Pequi foi realizada no Palácio do Planalto com a presença do Presidente Lula (PT), do deputado Federal Rogério Corrêa (PT-MG), autor do projeto, além de ministros, deputados e representantes de cooperativas.
        Em Minas Gerais o pequizeiro e o pequi, são protegidos contra ação depredatória. A lei mineira foi nacionalizada pelo pelo Governo Federal, tornando o pequizeiro e os demais frutos do Cerrado como a cagaita, o bacupari, a gabiroba, o coco macaúba, o baru, o buriti, dentro outros frutos, protegidos por lei, além de proibir, entre outras medidas, a derrubada predatória de pequizeiros, com exceção da prática ser autorizada pelos órgãos ambientais competentes. A nova lei cria ainda estímulos para o impulsionamento da exploração sustentável dos frutos do Cerrado por comunidades tradicionais. (na foto acima de Wilson Fortunato, pequizeiro em Bom Despacho MG)
Impacto positivo no agro e na economia
        Protegido por lei nacional, haverá um impacto positivo na economia, com a geração de emprego e renda para as famílias que vivem nas regiões com predominância do bioma Cerrado, além de gerar um impacto positivo para o agronegócio. Isso porque a lei Pró-Pequi cria um auxílio de crédito e incentivos aos produtores rurais, entidades e cooperativas do bioma, além de instituir uma politica nacional para o manejo sustentável do Cerrado. Como consequência, haverá aumento na geração de emprego e renda, além de aumento na produção dos produtores rurais, sem depredação do bioma e com respeito ao Cerrado. (foto acima de Wilson Fortunato, frutos de pequi em Bom Despacho MG)
Pequizeiro é a árvore símbolo de Minas Gerais
        O pequizeiro é a árvore símbolo de Minas Gerais e a espécie tem lei específica de proteção no Estado. A lei Pró-Pequi, torna o Cerrado, principalmente o pequizeiro e seu principal fruto, o pequi, protegidos em todo o território nacional, onde o bioma Cerrado se faz presente: Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. A nacionalização da Lei de proteção do Pequi aumentará a preservação do Cerrado do brasileiro, segundo expectativas. (na foto acima do Wilson Fortunato em Bom Despacho MG, galhos de pequizeiro)
Bioma Cerrado
        O bioma Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. Em Minas Gerais, o bioma Cerrado ocupa 57% do território mineiro, estando presente na Região Oeste, Centro-oeste, Central, Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro, Noroeste de Minas, Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Norte de Minas. (na foto acima do Ernani Calazans em Araçuaí MG, Jequitinhonha, o pequi, fruto do pequizeiro)
Benefícios do pequi
        O pequi, o fruto do pequizeiro, é rico em vitaminas A, C e E, fibras e gorduras saudáveis, que ajudam na diminuição do nível de colesterol ruim. Pra se ter ideia, a polpa do pequi contém 70,9 mg/100 g a 105 mg/100 g de vitamina C, valores bem superiores à vitamina C encontrada na laranja, goiaba, banana-d´água, limão e na maçã argentina, por exemplos. A polpa do pequi concentra 72% de óleo, com grande concentração de compostos fenólicos, que possuem propriedades anti-inflamatórios. Além disso, a polpa é composta de 14% de fibras e 11% de proteínas e carboidratos. (foto acima de Wilson Fortunato em Bom Despacho MG)
        A castanha do pequi, que fica no interior do fruto, é também nutritiva, por ser rica em ribolavina, tiamina e provitamina A, além de ser muito e saborosa. É apreciada in natura e usada ainda em farofas, doces, cookies, mistura à granola, pães, etc. (na foto acima do Ernani Calazans, em Araçuaí MG, Jequitinhonha, o pequi, sua polpa, espinhos e castanha)
        O fruto do pequi possui muitos espinhos, por isso não pode ser mordido e sim, roído para evitar acidentes. É apreciado na culinária com arroz, como principal mistura, além de ser usado na produção de licores, doces, sorvetes, compotas, conservas, farinha e ração para animais. (na foto acima do Edson Borges de Felício dos Santos MG, Jequitinhonha, prato com pequi)

        O óleo do pequi, que é extraído da polpa e também de sua castanha, é usado na indústria de cosméticos na produção de hidratantes para a pele e na indústria farmacêutica, devido sua propriedade anti-inflamatória, cicatrizante e antioxidante, além de ser usado na produção de remédios para tratar doenças respiratórias como bronquite, tosse, gripe e resfriado.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

O Pelourinho de Mariana

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Mariana, primaz de Minas, tem atualmente 62 mil habitantes. Está a 120 km de Belo Horizonte e faz limites territoriais com Alvinópolis, Catas Altas, Ouro Preto, Acaiaca, Diogo de Vasconcelos, Piranga e Santa Bárbara. Cidade com forte presença na mineração desde os tempos do Brasil Colônia, Mariana possui e preserva um vasto e importante acervo colonial, presentes em suas igrejas, ruas, largos, praças, museus, casarões e monumentos.
        
Entre seus principais acervos está a Praça Minas Gerais, formada por casario colonial em seu entorno, a Igreja de São Francisco de Assis, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, o prédio da antiga Cadeia e Câmara da Cidade e ao centro, o Pelourinho, símbolo maior da dominação portuguesa e subjugação de escravizados. (na foto, o Pelourinho de Mariana e a Igreja de São Francisco de Assis. Foto: Elvira Nascimento)
Origem dos pelourinhos
        Pelourinho tem origem na Idade Média. Trata-se de uma coluna de madeira ou de pedra, com suporte para correntes onde criminosos e escravizados que eram amarrados e açoitados em público. A prática medieval foi introduzida no Brasil pelos portugueses exatamente para impor castigos e humilhações públicas a inimigos da dominação de Portugal na colônia, escravizados e criminosos.
        Durante o Ciclo do Ouro e do Café, pelourinhos passaram a ser instalados em praças, vilarejos e fazendas, entre os séculos XVIII e XVIII, devido ao grande número de escravizados que em trazidos para Minas Gerais. A maioria dos pelourinhos construídos nessa época foram destruídos com o fim da escravidão. (Na foto acima da Gislene Ras, o pelourinho no Centro Histórico de Catas Altas)
        Em algumas cidades históricas mineiras, os pelourinhos foram preservados com o objetivo de se lembrar do vergonhoso período da Escravidão no Brasil, como em Catas Altas, na Região Central, onde o antigo pelourinho permanece na Praça Monsenhor Mendes, na foto acima, do Leandro Leal. Os pelourinhos simbolizam os tempos sombrios e dos horrores praticados nesse período pelos colonizadores e escravocratas.
O Largo da Sé
        Na segunda metade do século XVIII, Mariana era uma das mais importantes cidades da Colônia. A presença do poder da Coroa Portuguesa na cidade concentrava-se no Largo da Sé, atualmente, Praça Cláudio Manoel da Costa, poeta, Inconfidente e natural da cidade. Largo era como se chamavam à época, os espaços públicos destinados a passagem de pedestres, comércio de tropeiros, espaço cívico para manifestações e eventos, além de ser o local onde eram lidos os editais públicos e anunciados as novas ordens e notícias da Coroa Portuguesa. Hoje o nome Largo é raramente usado. Foi substituído por praça. (na foto acima da Jane Bicalho, o casario do Largo da Sé)
        O conjunto arquitetônico do Largo da Sé foi formado a partir de 1747 e projetado por José Fernandes Alpoim. No largo, temos o casarão onde residiu Cláudio Manoel da Costa, além da primeira estalagem, primeira casa de intendência e a primeira casa de fundição de Minas Gerais. A praça fica em frente a Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, a popular, Sé de Mariana, no Centro Histórico da cidade. A praça dá acesso às tradicionais Rua Direita e Rua Dom Viçoso, ruas onde estão museus e um rico casario colonial. (na foto acima, a Catedral da Sé de Mariana - Foto: Jane Bicalho)
O pelourinho de Mariana
 
        O Largo da Sé, nome dado ao conjunto formado pela Catedral da Sé, praça, prédios públicos e casario, era o centro do poder português à época, simbolizado pela presença do Pelourinho, instalado em frente a catedral em 1750. (nas fotos acima do Leandro Leal, o Pelourinho de Mariana, a Igreja de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Carmo)
        Projetado e construído por José Moreira Matos, o pelourinho de Mariana foi uma exceção à parte, em relação aos que existiam. Isso porque não foi construído para fins de castigos e sim como monumento cívico para simbolizar a presença e marco da dominação de Portugal. Foi projetado para exaltar a Coroa Portuguesa e da Justiça.
        Tem em seus detalhes simbólicos um globo no topo, que simboliza as conquistas marítimas dos portugueses. Dois braços seguram dois símbolos: um, uma balança, simbolizando a Justiça, e o outro, uma espada, simbolizando a condenação. Entre os dois braços foi colocado o Brasão de Portugal.
Fim dos pelourinhos
        Com a Independência do Brasil em 1822, os símbolos da colonização portuguesa passaram a não serem bem-vistos nas cidades mineiras, além do aumento do engajamento da população pela causa abolicionista e surgimento de leis que limitavam a escravidão, como a Lei do Ventre Livre. Por esses motivos, em 1871, o pelourinho de Mariana foi demolido. Não só o de Mariana, como a maioria dos pelourinhos existentes em Minas Gerais, foram demolidos sem deixarem vestígios, principalmente após a Proclamação da República no Brasil, em 1889.
        Em sua maioria, não foram demolidos por ordem dos governantes e sim, pela própria população, por sentir vergonha de terem em suas cidades o símbolo maior do poder da dominação portuguesa e imperial, além de ser a lembrança maior das barbáries ocorridas durante a escravidão. Simbolizava uma lembrança que envergonhava e, de acordo com pensamento à época, precisava ser esquecido e apagado. Poucos pelourinhos permaneceram de pé, principalmente os de madeira. Boa parte dos que existem atualmente, foram reconstruídos ou restaurados, por ser parte da memória e história da cidade. 
        Quando foram destruídos, o objetivo era apagar a vergonha da escravidão, mas hoje, o pensamento é diferente. É não esconder essa parte vergonhosa e assustadora da nossa história e relembrar sim como foram os 388 anos de escravidão no Brasil, para que tal fato nunca se repita e muito menos seja apagado de vez de nossa memória e história.
Réplica do antigo pelourinho
        Devido sua importância para a história da cidade, além de sua simbologia, uma réplica idêntica do antigo pelourinho de Mariana, demolido em 1871, foi feita em 1967, por iniciativa da Academia Marianense de Letras, com o objetivo de resgatar um dos símbolos da história do município. Quando a réplica ficou pronta, optou-se por sua instalação na principal praça da cidade, a Praça Minas Gerais, formada a partir de 1760. A réplica do antigo pelourinho foi colocada entre as igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Carmo e de frente para a antiga Câmara e Cadeia da cidade. (nas fotos acima do Vinícius Barnabé, a Praça Minas Gerais com o Pelourinho ao centro e abaixo de Anderson Sá, detalhes do Pelourinho)
        O monumento que simbolizava à época a dominação portuguesa, passou a fazer parte do conjunto arquitetônico do principal cartão-postal da cidade e um dos símbolos da história de Minas Gerais, que é a Praça Minas Gerais.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Minas é eleita um dos destinos de viagens mais completos do Brasil

(Por Arnaldo Silva) Segundo levantamento das plataformas Booking e Hyatt, feito entre seus seguidores, as características de preferências para viagens para 2025, são lugares que ofereçam experiências únicas, combinadas com a hospitalidade, boa gastronomia, acolhimento, autenticidade, nostalgia, contemplação, sossego e silêncio, este o principal quesito na escolha de destinos para viagens, apontado por 79% dos entrevistados da Bookinkg.
Nas fotos: Ouro Preto (Arnaldo Silva), Conceição do Mato Dentr (/Marcelo Santos), Vila de Cocai (/Judson Nani) e Belo Horizonte (Nacip Gomêz)
        Nesses quesitos, Minas Gerais foi o estado preferido para viagens, entre os seguidores das plataformas por ser um estado que combina a hospitalidade, com cultura, arquitetura histórica, arte e principalmente belezas naturais que permite a contemplação, o sossego e o bloqueio de ruído, conhecido mundialmente como “silent travel”, oferecendo experiências únicas e inesquecíveis aos visitantes. Busca por destinos com essas características vem se tornando uma tendência mundial e Minas Gerais é um dos destinos preferidos por viajantes do Brasil e do exterior.
        A pesquisa das plataformas afirma ainda que 88% dos “Baby Boomers”, como são chamados as pessoas que nasceram entre 1940 e 1960, desejam pagar viagens para seus filhos, netos e bisnetos. Para esse público, que opta por passeios em família, Minas Gerais é o local preferido. Isso porque o estado promove experiências completas para todas as idades. Queijos, vinhos, artesanato, azeites, cultura, música, vilas pitorescas, cidades históricas, modernas, estâncias hidrominerais, acolhedoras e atraentes, natureza exuberante, tranquilidade e sossego, além da riqueza de seu patrimônio histórico. Segundo o IPHAN, 62% dos bens tombados como patrimônio nacional, estão em Minas Gerais.
        Passeios em família pelas vilas e cidades históricas mineiras é uma experiência única, inesquecível e marcante, que leva o viajante uma nostálgica sensação de volta ao passado, despertando com isso interesse pela cultura e história do nosso povo. Isso é valorizado pelos viajantes e turistas, ao avaliar escolha de seus destinos de viagens.
        Com base nessa pesquisa, a Booking e Hyatt apontam Minas Gerais como um dos destinos mais completos do Brasil. O estado das alterosas mineiras oferece experiências únicas que combinam contemplação, retiros saudáveis, autenticidade, hospitalidade com uma riqueza gastronômica única e sem igual.

Serra da Mantiqueira
Nas fotos: Aiuruoca e Baependi (Jerez Costa), São Tomé das Letras (JuAvohai)
        Entre os destinos tido como “silent travel” e saudável, está a Serra da Mantiqueira, devido seu clima ameno, matas nativas, rios e cachoeiras paradisíacas. É um dos lugares mais bem avaliados pelos viajantes, considerado ideal para retiros espirituais, contemplação, meditação, orações e convívio pleno com a natureza, e sensação única de bem-estar.
        A região conta ainda com inúmeras pousadas e hotéis aconchegantes e acolhedores, em meio às montanhas da Mantiqueira e a energia mística que a região transmite, principalmente nas cidades consideradas sagradas por místicos que são: São Tomé das Letras, Pouso Alto, Itanhandu, Carmo de Minas, Maria da Fé, Conceição do Rio Verde e Aiuruoca, cidades que orbitam na chamada “Capital Espiritual do Novo Milênio”, que para os místicos é São Lourenço.
        Além disso, o céu, seja durante o dia e à noite, é perfeito para contemplação, principalmente para os amantes da astronomia e astrologia e claro, para os que buscam contatos com OVNI´S. Sem contar o romantismo das charmosas e acolhedoras cidades e da gastronomia diversificada acrescida de queijos, azeites e vinhos finíssimos de qualidades reconhecidas mundialmente.
Estâncias hidrominerais
Nas fotos: Araxá (Arnaldo Silva), São Lourenço (Cássia Almeida), Poços de Caldas (Arnaldo Silva), Lambari (Luiz Carlos) e Caxambu (Marcelo Lagatta)
        As estâncias hidrominerais de Minas estão no roteiro de quem busca bem-estar, longevidade, alívio de estresse, cura de doenças e sossego. São cidades dotadas de ótima estrutura, tranquilas, seguras, rica em história, arquitetura e atrativos turísticos.
        Entre as principais estâncias hidrominerais mineiras se destacam as cidades de Caxambu, considerada a maior estância hidromineral do mundo, com 12 fontes de água mineral com propriedades diferentes, Poços de Caldas, Baependi, Cambuquira, Campanha, Carmo de Minas, Conceição do Rio Verde, Cruzília, Dom Viçoso, Heliodora, Jesuânia, Lambari, São Lourenço, Soledade de Minas e Três Corações, todas no Sul de Minas. Tem ainda as Thermas de Araxá, no Alto Paranaíba, com suas águas radioativas e sulfurosas, as águas quentes e termais de Felício dos Santos, no Vale do Jequitinhonha, as águas quentes e termais de Montezuma no Norte de Minas, dentre outras.
A Cordilheira do Espinhaço
Cadeia da Cordilheira do Espinhaço - Fotos: Tom Alves/@tomalvesfotografia
        É a única cordilheira existente no Brasil, inicia-se em Ouro Branco, no Quadrilátero Ferrífero, segue pela Região Central, Norte de Minas, até o Sul da Bahia. São 1000 km de extensão e largura que variam de 50 a 100 km. É um dos mais impressionantes espetáculos naturais do Brasil e do mundo. Por isso mesmo, foi reconhecida como Patrimônio Natural pela Unesco.
        Lugar de equilíbrio e paz interior, a Cordilheira do Espinhaço é um santuário ecológico e um imenso jardim a céu aberto. São milhares de plantas e flores, além de uma riquíssima fauna presente em toda sua extensão. Por esse motivo, o Espinhaço e a Serra do Cipó, que faz parte da Cordilheira, vem se tornando um dos destinos preferidos de viajantes e turistas do Brasil e do mundo, que vem à região em busca do refúgio, silêncio e reconexão com a natureza, que a Cordilheira do Espinhaço oferece. Além disso, gastronomia, cultura, artesanato típico, tradição, hospitalidade e pousadas que combinam o turismo rural, passeios ecológico e turismo sustentável, são outros destaques em toda cadeia do Espinhaço, que os viajantes levam em conta na hora da escolha de seus destinos.
        Opções de turismo é o que não falta em Minas. Seja o turismo ecológico, meditativo, religioso, gastronômico, cultural, artístico, ou mesmo para quem gosta de agitação, Minas Gerais atende a todos os gostos e estilos.

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