Arquivo do blog

Tecnologia do Blogger.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

As colônias de imigrantes alemães em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Vivendo num continente instável politicamente, com guerras e conflitos constantes, além da instabilidade econômica que a Europa passava no século XIX e principalmente nas primeiras décadas do século XX, devido a Primeira e Segunda Guerra Mundial, o Brasil se tornou um local de refúgio e segurança para dezenas de milhares de famílias de vários países europeus, principalmente a Alemanha, país arrasado pela duas grandes guerras mundiais.
          A partir de 1824, no início do período Imperial de Dom Pedro I, imigrantes alemães começaram a desembarcar no Brasil, sendo assentados inicialmente em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, dando origem assim a primeira colônia alemã no Brasil.
          A partir da segunda metade do século XIX, começaram a vir imigrantes em maior número, devido o crescimento da economia brasileira e ainda com a iminência do fim do regime escravagista, havendo assim necessidade de mão de obra. (na foto acima a Cervejaria Kraemerbier, fabricante da cerveja Kraemerfass, fundada pela família Kraemer, instalada em Delfim Moreira, Sul de Minas. A família Kraemer tem origens na Normandia e viviam em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde produziam cervejas artesanais desde 1900, uma parte da família migrou-se Minas, na Serra da Mantiqueira, em Delfim Moreira. Foto: Cervejaria Kraemerbier/Divulgação)
          Mais ainda, devido política de modernização implantada pelo Imperador Dom Pedro II. Isso porque que o Brasil carecia de investimentos na sua iniciante indústria e abertura e construção de ferrovias. Uma das metas de Dom Pedro II era planejava ligar todas as províncias brasileiras por trilhos e estradas. Para isso, carecia de mão de obra qualificada.
          Baseado nessa visão, politicas de incentivos para facilitar a imigração, principalmente de ingleses e alemães para o Brasil eram de grande importância. Inglaterra e Alemanha eram os países mais desenvolvidos no século XIX e início do século XX. Alemães e ingleses dispunham da mais alta tecnologia na época na mineração, fundição, construção de locomotivas, trilhos, na metalurgia e siderurgia.
          Para o governo na época, a presença desses povos era de grande importância para o desenvolvimento agrário e principalmente industrial do Brasil, além de acelerar o povoamento de regiões brasileiras pouco ocupadas. (na foto acima do Wellington Diniz, fachada da Vila Germânica em Monte Verde, Sul de Minas)
          A concentração de imigrantes teve como prioridade o Sul do Brasil, devido essa região ter terras férteis e por ser a menos populosa do país na época, além de cidades do interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, no Sudeste, que careciam de povoamento imediato naqueles tempos.
A imigração alemã para Minas Gerais
          No século XVIII e XIX, o povoamento e crescimento de Minas Gerais foi rápido, devido o Ciclo do Ouro, que fez com que viessem para Minas um grande número de brasileiros de todas as regiões do país, em busca da riqueza que a mineração, principalmente o ouro, gerava. Mesmo com o fim do Ciclo do Ouro, iniciou-se o Ciclo do Café e a migração continuou.(na foto acima de Arnaldo Silva, detalhes da arquitetura alemã, do Roda D´Água, complexo formado por restaurante, posto de gasolina, fonte de água mineral, cafeteria e lanchonete na BR-262, km 382, em Juatuba MG, Centro-Oeste de Minas, fundado por Olga Ullmann.)
          As riquezas minerais, água e terras férteis em abundância, expansão da malha ferroviária, instalação de companhias têxteis e construção de usinas hidrelétrica, atraía famílias, inclusive os imigrantes que vieram para o Brasil no século XIX e seus descendentes. Entre es esses imigrantes, estavam os colonos alemães e italianos, que vieram em grande número para Minas Gerais.
Migração ou imigração alemã?
          Na verdade a formação de comunidades e colônias de alemães em Minas Gerais não se deu inicialmente por política do Governo, que incentiva a imigração, dava incentivos fiscais, terras, etc. 
          O que ocorreu foi uma migração dos imigrantes e seus descendentes que já viviam no Brasil, para Minas Gerais, como por exemplo italianos, dinamarqueses, letões e alemães que viviam em São Paulo, migraram-se para várias cidades mineiras, principalmente para o Sul de Minas, concentrando-se, em cidades como São Lourenço, Jacutinga, Monte Sião, Alagoa, Delfim Moreira, Poços de Caldas, Monte Verde, dentre outras tantas.
          A presença alemã em Minas, seja em colônias ou escolha individual de famílias, são marcadas principalmente pela culinária e características típicas de suas construções, como na foto acima, do Wagner Rocha em Barbacena no Campo das Vertentes, é uma mostra dos trações típicos da arquitetura alemã, presente em todas as regiões mineiras.
Zona da Mata e Vale do Mucuri
          Caso à parte foi na Zona da Mata e no Vale do Mucuri no século XIX, que recebeu grande fluxo de imigrantes alemães, graças a parceria de duas empresas privadas, a Companhia União e Indústria de Juiz de Fora MG e a Companhia de Comércio e Navegação do Mucuri, com o Governo da Província de Minas.
          Essas empresas necessitavam de mão de obra especializada para a construção de ferrovias e rodovias nessas regiões. Como a Alemanha detinha tecnologia de ponta nessa área e boa parte dos alemães trabalhavam na indústria, a preferência foi para a imigração alemã. Com isso, colônias de alemães foram sendo criadas com a chegada de um grande número de imigrantes em Juiz de Fora, na Zona da Mata e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
          Já a migração alemã em grande escala se deu a partir do século XIX e primeiros anos do século XX, com a constante chegada de alemães e seus descendentes em Minas Gerais que deixaram a região Sul do Brasil e do Espirito Santo, estado de maior concentração de imigrantes alemães do Sudeste. (Essa é parte de uma maquete de Lagoa Santa, na Grande BH no século XIX, fotografada pelo Thelmo Lins no Museu de Arte Natural de Belo Horizonte. Dá para perceber nas construções o estilo colonial mineiro com o europeu e de como eram as colônias em geral nessa época)
          Vieram para Minas Gerais, atraídos pelas ótimas condições de trabalho, principalmente na agricultura, extração de madeira, e construção de ferrovias.
Imigração alemã como política de Estado
          A partir de 1908 a imigração alemã passou a ser política de Estado em Minas Gerais. (na foto acima de Wilson Fortunato, a entrada de São Lourenço MG, Sul de Minas)
          Os governantes da época perceberam que Minas Gerais carecia de mão de obra especializada para a indústria, já que o estado estava ainda engatinhando na industrialização, sendo basicamente agrário e voltado para a mineração, mesmo assim, de forma bem rudimentar. 
          Minas Gerais precisava atrair indústrias, mas antes disso, precisa investir da ampliação de sua malha ferroviária, abertura de estradas, construção de usinas hidrelétricas e com isso, desenvolver a economia do Estado com a industrialização. 
          Não faltava vontade e nem recursos para isso. O que faltava era mão de obra especializada no setor industrial, engenharia civil e industrial.          
          A solução era atrair imigrantes da Europa, principalmente da Alemanha, país de tecnologia industrial avançada na época e com grande número de profissionais na área industrial disponíveis, devido as questões econômicas e sociais causadas por sequentes conflitos e crises econômicas no Velho Continente. (fotografia de André Daniel da entrada de Jacutinga MG, Sul de Minas)
          Com esse objetivo, foram criadas novas colônias de imigrantes alemães em regiões mineiras, vistas pelo governo da época com grande potencial para crescimento industrial e ferroviário, como a Região Metropolitana de Belo Horizonte, Região Central, Sul de Minas e Centro-Oeste, além de ampliar a presença alemã em cidades e regiões que já contavam com colônias como Sete Lagoas na Região Central, Juiz de Fora na Zona da Mata, Campo das Vertentes e Teófilo Otoni no Vale do Mucuri, vistas também com enorme potencial de crescimento industrial e expansão da malha ferroviária nessa região.
          Com base nessa política, a partir de 1852 começaram a chegar à Minas Gerais imigrantes e descendentes de alemães que já viviam no Brasil. Ao chegarem, eram encaminhados para as colônias novas criadas pelo governo e outros, para as colônias já existentes no estado.
As colônias alemãs em Minas Gerais
          A primeira colônia de imigrantes alemães criada em Minas Gerais foi Colônia Nova Filadélfia, fundada, por Teófilo Benedito Ottoni em 1852, na cidade que posteriormente levou seu nome, Teófilo Otoni MG. A segunda colônia agrícola foi a Colônia Saxônia, em 1853. Em 1923, foi fundada também na cidade a Colônia Francisco Sá. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a Praça Germânica em Teófilo Otoni MG)
          Teófilo Benedito Ottoni era descendente de italianos, nascido na Vila do Príncipe, atual cidade do Serro MG, em 1807. Foi jornalista, comerciante, deputado provincial, senador, comerciante e empresário do ramo de comércio e navegação. Era proprietário da Companhia de Comércio e Navegação do Rio Mucuri, criada pra promover o desenvolvimento e colonização do Vale do Mucuri. O empresário foi um dos grandes incentivadores da imigração alemã para a região.
          A terceira colônia alemã fundada em Minas foi a Colônia Dom Pedro II, fundada em Juiz de Fora, na Zona da Mata, em 1858. Foi o empresário Mariano Procópio Ferreira Lage, proprietário da Companhia União e Indústria e um dos grandes incentivadores da vinda de imigrantes alemães para a cidade e região, que fundou a colônia. (na foto acima, a antiga estação ferroviária de Santa Rita de Jacutinga MG, Zona da Mata)
          A empresa foi responsável pela construção da Estrada de Rodagem União Indústria, que ligava Juiz de Fora a Petrópolis no Rio de Janeiro. Foi a primeira estrada pavimentada no Brasil, inaugurada por Dom Pedro II em 1861.
          Sete Lagoas, na Região Central, recebeu também imigrantes alemães, aumentando sua comunidade, formada em 1908, quando foi criada a colônia agrícola João Pinheiro.
          Ainda na Zona da Mata, foi fundada em 1910, na cidade de Astolfo Dutra, a Colônia Santa Maria. Nesse mesmo ano, era fundada em Ouro Fino, no Sul de Minas, a Colônia Inconfidência. Em 1913, a Colônia Guidoval era fundada em São Domingos no Prata, cidade do Médio Piracicaba, vizinha a João Monlevade.
          As últimas colônias de alemães criadas em Minas foram nas cidades de Pouso Alegre no Sul de Minas e em Bom Despacho, no Centro-Oeste Mineiro. Essas colônias de imigrantes alemães foram criadas por Artur Bernardes, presidente do Estado (Governador) de 1918 a 1922 e presidente da República de 1922 a 1926. (na foto acima de Arnaldo Silva, a arquitetura alemã do Posto Roda D´Água na BR-262, km 382, em Juatuba MG, Centro-Oeste de Minas, fundado por Olga Ullmann)
          Bom Despacho, cidade a 150 km de Belo Horizonte, foram criadas duas colônias de imigrantes alemães que contava ainda com famílias húngaros e austríacas. A maioria tinha experiência na área industrial, sendo um dos motivos para a criação as colônias na cidade.
          A primeira colônia criada por Artur Bernardes em Bom Despacho foi a de Álvaro da Silveira, formada próximo a ponte férrea sobre o Rio Lambari, na divisa com Leandro Ferreira, na época, distrito de Pitangui MG. Essa colônia foi criada no entorno da Estação e Armazém da Estrada de Ferro Paracatu, antes da ponte que separa as duas cidades e uma pequena dos colonos forma alojas na outra margem do rio, em Leandro Ferreira/Pitangui.
          No ano seguinte, em 1921, foi criada a Colônia Davi Campista, já nas proximidades do perímetro Urbano da cidade.
Em Pouso Alegre, foi criada no ano de 1924 a Colônia Padre José Bento.
          Os imigrantes recebiam glebas de terras férteis para agricultura e condições para trabalho, além de incentivos para trabalharem nas áreas industriais.
Importância da imigração alemã
          Os descendentes dos imigrantes alemães estão presentes em todas as regiões mineiras, seja em grande número ou menor. A maioria não vive mais em colônias e sim, inseridos na sociedade mineira e brasileira mas sempre deixam um pouco de suas origens na arquitetura, gastronomia, religiosidade, cultura e tradições, onde vivem. (na foto acima do Wilson Fortunato, construção em Sete Lagoas MG)
          A presença dos imigrantes, não só alemães, mas de todos os povos que vieram para o Brasil, foram de grande importância para o crescimento, desenvolvimento econômico e industrial do país.
Minas Gerais e o Brasil deve muito aos imigrantes e devemos reconhecer isso e valorizar a memória dos primeiros imigrantes que vieram para nosso Estado e pais, no século XIX e XX.

domingo, 28 de maio de 2023

Receita de broa cremosa de farinha de milho

INGREDIENTES:
. 2 xícaras (chá) de farinha de milho
. 200 gramas de queijo Minas meia cura ralado grosso
. 1/2 xícara (chá) de fubá mimoso
. 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
. 4 xícaras (chá) de leite integral
. 4 ovos caipira
. 2 xícaras (chá) açúcar
. 2 colheres (sopa) de manteiga
. 1 colher de (sopa) fermento pó
MODO DE PREPARO:
- Coloque no liquidificador a manteiga, o leite, o açúcar, a farinha de milho, o fubá, a farinha de trigo, os ovos e bata por 5 minutos (se a massa ficar muito mole, acrescente um pouco mais de farinha de milho, se ficar muito seca, mais um pouco de leite).
- Desligue, acrescente o fermento e a metade do queijo Minas ralado e mexa devagar com uma colher.
- Unte uma fôrma com manteiga e polvilhe um pouco de fubá.
- Despeje a metade da massa na fôrma e espalhe por cima o restante do queijo Minas ralado.
- Em seguida, despeje o restante da massa e leve ao forno pré-aquecido a 200°C e deixe assando por cerca de 40 minutos, ou até dourar.
- Por fim, retire do forno, desenforme e sirva com café!
          A broa fica cremosa e muito deliciosa. Ótima para o café!
Fotografias de Judson Nani de Barão de Cocais MG

quinta-feira, 25 de maio de 2023

10 castelos em estilos medievais em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Os castelos impressionam pela beleza, arquitetura, luxo, demonstração de poderio econômico, além da segurança, já que são verdadeiras fortalezas. Era esse o sentido original dos castelos. Segurança.
          Castelos povoam nossa mente, são cenários de filmes épicos, românticos da Idade Média período da história da Europa entre os séculos V e XV, quando os castelos passaram a ser construídos em números escalonados na Europa, a partir dos séculos 9 e 10, com o objetivo de proteger as construções e propriedades da invasão dos povos nórdicos.
          Eram construções rústicas em seus exteriores, com muradas altíssimas, em pedra sobre pedra, torres frontais e laterais, onde ficaram os sentinelas e arqueiros de prontidão para ataques, além de entradas com portões gigantes de ferro, fosso em torno do castelo, masmorras, enfim, toda estrutura de segurança para ataque e principalmente, defesa. (na foto acima, o Castelo Indaiá em Dores do Indaiá MG/Divulgação)
          O objetivo era proteger a morada do senhor feudal, bem como os trabalhadores e moradores do feudo, de invasores. Quando surgiam eles, o refúgio seguro eram os castelos, até os dias atuais.
          Sua origem antecede a Idade Média. O primeiro castelo construído no mundo foi há 3000 a.C. em Aleppo, na Síria. Mas os castelos se popularizaram mesmo foi na Europa, Medieval.
          Ao longo dos séculos, impressionantes castelos foram construídos para abrigos, proteção dos senhores feudais e moradia das realezas. São construções imponentes, gigantes, impactantes. São mostras claras da riqueza e poderio econômico, principalmente de reis, rainhas, príncipes, princesas, duques, duquesas, senhores feudais e todos os ricos desse período e até dos dias de hoje também.
          Hoje, esses castelos da Idade Média continuam nas mãos de monarcas ou foram adquiridos por particulares ou mesmo, se transformaram em museus e hotéis de luxo.
Castelos no Brasil e em Minas Gerais
          No Brasil e em Minas Gerais, especificamente, existem castelos em vários estilos, inspirados nos castelos europeus da Idade Média, mas com objetivos diferentes. Castelos foram construídos no Brasil desde o Brasil Colônia mas não com o objetivo de proteção contra invasores, mas por poderio econômico mesmo. Muitos foram construídos no século passado quando os cassinos eram legalizados no Brasil ou foram construídos na crença que o jogo seria um dia liberado no país.
          Com a proibição dos cassinos e jogos no Brasil pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, em 1946, os imponentes e enormes palacetes e castelos construídos, foram dando lugar a hotéis, resorts, pousadas ou mesmo, espaços para eventos e até museus. E ainda estão surgindo construções inspiradas nos castelos para serem pousadas ou hotéis, já que o estilo medieval dos castelos inspira romantismo, requinte e nostalgia. (na foto acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, o interior do Castelo do Café em Manhuaçu, Leste de Minas)
          Em Minas Gerais temos vários castelos e palacetes construídos em estilos diferentes inspirados nos castelos medievais. Durante a Idade Média, os castelos passaram por três estilos: bizantino, românico e gótico. Nas construções novas seguem um desses estilos ou os 3 deles em um só castelo. Vamos conhecer 10 castelos em Minas Gerais.
01 - Castelo do café em Manhuaçu
          A 290 km de Belo Horizonte, na região do Coqueiro Rural, em Manhuaçu MG, Leste de Minas, um imponente castelo foi construído em homenagem ao café. Sim, ao café.
          A bebida reina em nossos lares, só perde para água, principalmente em Minas, que é o maior produtor de café do Brasil. Por isso, nada mais justo que um castelo para homenagear a bebida tradicional dos mineiros e do brasileiro. (foto acima de Brunno Estevão)
          O castelo foi idealizado pela família Charbel, formada pelo casal Charbel e Rosely e seus filhos Davi e Salomão, proprietários das marcas Café Rei Davi e Café Salomão. (fotografia acima e abaixo da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, o interior do Castelo)
          Audaciosos, empreendedores e criativos, contaram com a experiência do arquiteto João Previero para transformar um galpão já existente no local em um castelo. Para fazer o projeto, o arquiteto se inspirou nos castelos medievais da Itália e da Baviera, na Alemanha.
          Surgiu assim construção única, com uma arquitetura ímpar, singular, impactante e majestosa em Minas. Em torno do castelo cafezais, jardins belíssimos e uma bela cachoeira, completam a beleza cênica do lugar.
          É um espaço temático dedicado ao café, bem como todas as transformações desde o cultivo, colheita, secagem, torrefação, envasamento e preparo da bebida. (nas fotos acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho, detalhes do interior do Castelo)
          O espaço conta com dois andares e três blocos grandes com armazém, escritório, torrefação, laboratório de classificação e claro, cafeteria, onde o visitante poderá apreciar o sabor dos cafés de alta qualidade produzidos pela família. Com certeza será uma experiência única, digno da mais sofisticada realeza e do café.
02 - Castelo de pedras
          Construído em Sobradinho, na zona rural de Itamonte MG, no sopé de uma montanha na Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas.
           É uma construção em pedra sobre pedra, sem reboco em seu exterior, com torre, portas e janelas em estilo medieval , além de outros detalhes arquitetônicos que nos remonta aos tempos medievais. (Foto acima e abaixo cedidas pela fanpage Itamonte MG)
          O visual imponente do castelo e paisagem da Mantiqueira impressionam. Há poucas informações de quem construiu, quando foi e porque foi construído, mas sem dúvidas, é uma das mais belas construções do estilo em Minas Gerais e no Brasil.
          Em seu redor, uma imensa área verde nativa, muralha em pedras e um pequeno lago abastecido por nascente. É muito procurado para visitas e fotos, principalmente para books de casamentos, pelo romantismo e áreas medievais da construção em pedras e toda a natureza em redor.
          A cidade está a 430 km de Belo Horizonte, a 200 km do Rio de Janeiro e 270 km de São Paulo com acesso pela BR-381 e BR-354. Pode aproveitar ainda para visitar as estâncias hidrominerais de São Lourenço a 40 km e Caxambu a 50 km.
          Para chegar ao castelo, a estrada é asfaltada e o caminho da entrada até o castelo é uma subida calçada em pedras. O local hoje é uma propriedade particular e precisa de autorização.
03 - Grande Hotel e Termas do Barreiro
          Fica em Araxá MG, no Alto Paranaíba, cidade distante 367 km de Belo Horizonte. Iniciada em 1938, na época de auge dos cassinos no Brasil, a imponente construção com 9 pisos e cerca de 27,34 metros de altura, foi inaugurada em 1944 pelo então presidente Getúlio Vargas e Benedito Valadares, então governador de Minas na época.
          A propriedade é de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). Desde 2010, é administrado pelo Grupo hoteleiro Tauá, vencendo concorrência pública. Desde essa época o local é chamado comercialmente de Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá.
          Rodeado por fontes de águas termais, sulfurosas e radioativas e uma imensa área verde e jardins projetados pelo pintor e paisagista Roberto Burle Marx, a majestosa construção foi projetada pelo arquiteto Luiz Signorelli. (foto acima de Márcio Pereira/@dronemoc)
          A inspiração do arquiteto veio das construções coloniais da América espanhola, como exemplo na Venezuela e Colômbia. Seu exterior é revestido de barro avermelhado, que nas construções coloniais espanholas simbolizam a simplicidade. Além do estilo colonial espanhol, o arquiteto usou os estilos eclético e neoclássico predominantes na Europa nos séculos XIX e início do século XX.
        Em contraste com seu exterior, o interior do Grande Hotel é requinte puro, um luxo que impressiona desde a entrada, passando pelos enormes corredores, salões, estruturas em estilo Greco-romano, quartos e suíte presidencial, além do mobiliário de época, digno de cenário de novelas. Estar no Grande Hotel nos dá uma sensação de volta ao glamour do início do século XX.
          É um lugar dos sonhos pra qualquer um se hospedar e visitar, tanto pelos jardins, o Parque das Águas e principalmente pela beleza, luxo, requinte e glamour do Grande Hotel.
04 - Castelo Indaiá
          No Km 41 da rodovia MG-176, em Dores do Indaiá, cidade histórica com origens no século XVIII, no Centro-Oeste de Minas, a 255 km de Belo Horizonte, o Castelo Indaiá é um dos maiores atrativos da cidade e região.
          Imponente, majestoso e suntuoso, em cor branca com detalhes azuis nas torres, está situado em uma fazenda próximo ao perímetro urbano da cidade e atrai turistas de Minas e o Brasil para Dores do Indaiá. Foi construído pelo empresário dorense Alberto Ferreira de Faria, após retornar à sua cidade natal, em 1994. Antes, o empresário viveu em Belo Horizonte e Estados Unidos. 
          Nos anos 1990, discutia-se no país a volta dos cassinos e o empresário, como tantos outros, acreditava que o projeto que liberava os cassinos no Brasil seria aprovado. Baseado nessa expectativa, decidiu construir um castelo para jogos em sua cidade natal, Dores do Indaiá MG.
          A inspiração para a construção do castelo não veio do estilo medieval dos castelos europeus, como é comum, e sim, com um castelo que conheceu nos Estado Unidos, quando vivia nesse país. 
          O castelo começou a ser construído em 1994 e, mesmo com a não legalização do jogo no Brasil, o empreendimento foi concluído em 2002. Mas quando tudo estava pronto, Alberto Ferreira de Faria faleceu ao 66 anos, vítima de infarto.
          Após seu falecimento o Castelo Indaiá passou a ser administrado pelo casal Wesley e sua esposa, sobrinha do Alberto Ferreira.
          O complexo do Castelo Indaiá possui uma área de 30 mil m², com 5 mil m² de área construída. São dois castelos, um maior e outro menor. Um para eventos e outros para suítes. O principal, o maior, (na foto acima) possui 4 andares, amplo salão para festas e casamentos, além de ornamentação requintada e suítes.
         No castelo menor, sãos 6 suítes que comportam até 25 pessoas, alugadas apenas para pessoas do evento, sendo um casamento para os parentes, mas nunca para um casal só, somente, grupos. Em sua maior parte, as suítes são usadas durante o ano pela família dos proprietários. 
          É usado somente para eventos sociais, como festas de aniversários, Réveillon, casamentos, debutantes, jantares, almoços de confraternização de fim de ano e almoços de batizados, além de receber grupos para fins de semana e feriados.
          Além disso, no entorno dos castelos está um belíssimo lago, uma ótima estrutura para diversão, construções menores em estilo colonial e enxaimel como podem ver na foto acima e abaixo, além de área verde muito bem cuidada.
          É um lugar para momentos românticos, festivos e realização de sonhos como por exemplo, festas de aniversário ou casamento, revivendo assim sonhos de um evento único em um castelo, digno de reis e rainhas, príncipes e princesas. (As fotos do Castelo Indaiá são arquivos do Castelo Indaiá e cedidas pelo Wesley - Administrador)
05 - O Castelinho de Almenara
          Na cidade de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, distante 744 km de Belo Horizonte, uma construção inspirada em castelos medievais, representa a beleza e o romantismo que o requinte dos castelos simbolizam em todo o mundo.
          É o Castelinho de Almenara, um dos principais atrativos da cidade e um de seus maiores bens culturais históricos. (na foto acima do João Avelar)
          Sua construção tem início no século passado, fruto de uma promessa de Olindo de Miranda à Eunice, por quem se enamorara.
          Se apaixonar, enamora-se por uma moça, sonhar em casar é normal, mas tem certas situações que impedem ou tentam impedir e por fim a esse sentimento. No caso de Olindo, sua paixão era a filha de Sabino Silva, na época Juiz de Direito da Comarca de Araçuaí, também no Vale do Jequitinhonha.
          O pai da moça era totalmente contra o namoro, mas Olindo, apaixonado por Eunice, não desistiu e lutou por seu amor e foi além, prometeu que se casasse com ela, construiria um castelo para os dois viverem.
          Determinado a casar-se com Eunice e aproveitando uma viagem a trabalho do juiz a Belo Horizonte, às escondidas, casou-se com Eunice na cidade de Itinga MG, também no Vale do Jequitinhonha.
          Já casados, em meados do século passado, cumpriu sua promessa. Aproveitou uma construção antiga que existia em sua propriedade, em forma de chalé e fez modificações para transformá-la em castelo, duas torre, dando à construção antiga, aparência de um castelo.
          Na torre central do castelo, está gravado o nome do casal Eunice e Olindo, preservando para a posteridade a história de um amor verdadeiro.
06 – Castelo do Bispo de Sá
          Localizado em Bueno Brandão, no Sul de Minas, a 471 km de Belo Horizonte, o Castelo Bispo de Sá entre as belezas naturais e arquitetônicas da charmosa, acolhedora e atraente cidade de Bueno Brandão.
          Cidade com tradições na gastronomia, na produção de cachaças, licores, fermentados e cafés, chocolates, vinhos e queijos finos de qualidade, além de belíssimas cachoeiras. (Foto acima e abaixo de Douglas Coltri)
          O Castelo Bispo de Sá é um dos atrativos da cidade e lugares mais visitados na região. Construção inspirada nos épicos castelos medievais, com estátuas de leões, armaduras de soldados medievais, mobiliário rústico e as tradicionais torres de vigia, características dos castelos europeus.
          É um tradicional espaço para eventos diversos como festas de casamentos, aniversários ou eventos sociais. Um lugar para quem sonha com um casamento, aniversário de 15 anos em um castelo que remonta os contos de fadas.
          Muito bem estruturado com ótima infraestrutura para eventos, com salão de festas com fonte de água, cozinha muito bem equipada, área externa com gramados, conforto, requinte e beleza cênica. Ótimo também para fotos e books.
07 - Castelo Líder
           Quem passa pela rodovia MG-050, próximo do trevo da BR-262, em Mateus Leme, a 60 km de Belo Horizonte, se depara com uma imponente construção com fachada inspirada nos castelos medievais, torres frontais e laterais. Para, admira e fotografa.
          É o Castelo da Mobiliadora Líder. Construído no final da década de 1970 pelo empresário João da Mata, proprietário da fábrica de móveis Líder, na cidade de Carmo do Cajuru, no Oeste de Minas, a 112 km de Belo Horizonte. O Castelo Líder de Mateus Leme é uma das lojas de móveis de fábrica da empresa que conta com outras lojas em Minas e também em outros estados. (foto acima do @arnaldosilva_oficial)
08 - Palácio da Liberdade
          Na Capital Mineira, uma imponente construção ladeada por uma bela praça e construções do início do século XX, inspiradas na arquitetura francesa, se destaca como uma das mais belas construções de Minas Gerais. É o Palácio da Liberdade, antiga sede do Governo de Minas, hoje espaço público aberto a visitação.
          Inaugurado em 1898, um ano depois da instalação da capital, foi projetado pelo engenheiro e arquiteto pernambucano José de Magalhães. Foi construído para ser a sede do Governo de Minas Gerais. (foto acima do Wilson Paulo Braz a fachada do Palácio e abaixo do Nacip Gômez, a sala de reuniões)
          À época, os arquitetos se inspiravam na arquitetura de um determinado país para fazerem seus projetos, mas com o Palácio da Liberdade foi diferente. Isso porque o arquiteto colocou um pouco da arquitetura estilos de vários países num só projeto, tanto na parte externa quanto na ornamentação de seu interior, fazendo uma mescla de traços e estilos da época de vários países europeus, em três pavimentos.
          O luxuoso palácio, teve inspirações nas construções dos castelos medievais europeus, mesclando estilos variados predominantes no século XIX como o estilo neoclássico, eclético e estilo Luís XVI, usando ainda traços do estilo mourisco, comuns em Portugal e Espanha, naquela época.
          Os belos jardins, monumentos, estátuas, chafarizes e ornamentações externas, foram inspirados nos jardins dos palácios da Alemanha e Bélgica. Além disso, para confirmar todo o estilo europeu do Palácio da Liberdade, a maioria do material usado na construção, mobiliário e ornamentações, foram importados da Europa, entre o fim do século XIX e início do século XX.
09 - Castelo Monalisa
          Imponente e majestoso, o Castelo Monalisa foi construído pelo ex deputado Federal Edmar Moreira, falecido em 17 de março de 2023. Após seu falecimento, o imóvel foi herdado por seus filhos.
          Construído em Carlos Alves, distrito de São João Nepomuceno MG, Zona da Mata, distante 314 km da capital, cidade natal do ex deputado, foi erguido em uma gigantesca área de 192 hectares de extensão, equivalente a 268 campos de futebol.(na fotografia acima e abaixo do Jair Barreiros, o Castelo Monalisa) 
           A área construída do castelo é também de proporções gigantescas. São 7.911,17 m² com 12 torres, 37 suítes com closet, cozinha industrial com capacidade para preparar refeições para até 200 pessoas, hall de circulação, vestiários para funcionários, ducha escocesa, bar, salão para churrasqueira, casa das máquinas, adega subterrânea para 8 mil garrafas, garagem coberta, capela, ar condicionado central e ainda parque aquático chafarizes, área verde e floresta de eucaliptos nos fundos do castelo.
10 - Pousadas em estilos medievais
          Para viver um conto de fadas no interior de um castelo não precisa ter um, basta se hospedar em um.
Em Monte Verde
 
          É o caso da Pousada do Castelo na charmosa Monte Verde, distrito de Camanducaia MG, no Sul de Minas, distante 473 km de Belo Horizonte. (na foto acima do Wellington Diniz)
          Construído no estilo dos castelos europeus, a Pousada do Castelo, como é chamada, é uma das mais atraentes da charmosa arquitetura europeia da vila mineira.
          Construção com torres, cômodos revestidos em pedras, mobiliário rústico, quartos com lareira, área verde, excelente café da manhã, enfim, estar no local é uma volta ao romantismo e glamour da época medieval, com a beleza da altitude da Serra da Mantiqueira, uma harmonia perfeita!
Em Pocinhos do Rio Verde
          Nesta mesma região, Sul de Minas, tem um lugar que lembra a rusticidade e o charme dos castelos europeus, embora a construção não seja propriamente um castelo mas o subsolo, como podem ver na foto acima fornecida pelo Gran Hotel/Summit Concept Pocinhos/Divulgação. Lugar ideal para noites românticas à luz de velas. Pocinhos é distrito de Caldas.
          É uma das mais famosas estâncias hidrominerais de Minas e estar no Grand Hotel, em seus salões enormes, construído e mobiliado nos estilos do início do século XX, é uma volta ao passado, ao glamour e romantismo puro.

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Receita tradicional de broinha airosa

INGREDIENTES
. 500 gramas de fubá mimoso
. 250 gramas de farinha de trigo
. 750 ml de leite integral
. 250 gramas de manteiga em temperatura ambiente
. 1 colheres (chá) de sementes de erva-doce
. 8 ovos grandes.
. 1 1/2 xícara (chá) de açúcar
. 1 pitada de sal
MODO DE PREPARO
Preparando o angu
- Despeje 500 ml do leite em uma panela, acrescente a manteiga e o açúcar e deixe no fogo até ferver.
- Pegue o fubá e a farinha de trigo e dissolva nos 250 ml de leite restante, coloque a erva-doce e acrescente à panela, passe para o fogo brando e mexa sem parar por 5 minutos.

Finalizando
- Após esse tempo, retire do fogo, transfira tudo para uma batedeira.
- Ligue a batedeira e coloque os ovos, um a um, e deixe batendo até que fique uma massa homogênea. (se a massa ficar muito dura, coloque um pouco de leite morno, ou se muito mole, mais fubá)
- Coloque a massa em um saco com um furo na ponta e faça os moldes em bolinhas sobre uma fôrma já untada com manteiga e polvilhada com fubá.
- Espalhe também fubá sobre as broinhas.
- Leve ao forno pré-aquecido a 200ºC e deixe assando por cerca de 35 minutos ou até que fiquem douradas. (Por Arnaldo Silva)

terça-feira, 23 de maio de 2023

Receita do biscoitão caipira tradicional

(Por Arnaldo Silva) Crocante e tradicional em Minas Gerais, é fácil de fazer e não tem lactose, glúten e nem açúcar.
INGREDIENTES:
. 1 quilo de polvilho azedo
. 1 copo (americano) de banha de porco
. 1 copo (americano) de água 
. 4 ovos caipira
. 1 colher (sopa) de sal ou a seu gosto
MODO DE PREPARO
- Ferva a água com a banha do porco.
- Coloque o polvilho e o sal numa bacia e vá despejando a água com a banha sobre o polvilho. 
- Mexa com uma colher.
- Acrescente os ovos um a um e comece a sovar com as mãos até ficar uma massa firme, lisa e não muito seca. Caso esteja seca, coloque mais um pouco de água quente.
- Coloque a massa em um saco plástico com um furo de 2 cm e espalhe os moldes em uma fôrma untada com banha de porco, dando distância de 1 centímetro de cada.
- Leve para assar a 180°C graus por 30 minutos ou até começar a dourar, mas não deixe dourar, tem que ficar firme, crocante e branquinho, como nos fotos.
- Por fim, sirva com café ou chá!
Fotografia e receita fornecida pela Marilene Rodrigues de Felício dos Santos MG

domingo, 21 de maio de 2023

Receita de biscoito caipira de farinha de milho

INGREDIENTES
. 2 copos (requeijão) de farinha de milho
. 1 1/2 vidro de leite de coco
. 500 gramas de polvilho doce + ou -
. 5 ovos caipira
. 1/2 copo (americano) de óleo
. 1 colher (sopa) de sal
MODO DE PREPARO
- Coloque no liquidificador os ovos, leite de coco, farinha de milho, óleo, o sal e bata bem até ficar uma mistura homogênea. 
- Despeje a mistura numa vasilha e acrescente aos poucos o polvilho e vá misturando com as mãos até a massa desgrudar das mãos, quando terá boa consistência para enrolar. Se a massa ficar dura, acrescente água fria até dar o ponto certo.
- Pegue um punhado da massa e faça moldes em forma de palito grosso, como na primeira imagem ou em forma de anel, como na segunda imagem.
- Coloque em uma fôrma já untada com manteiga.
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC até que fiquem dourados. (fotos de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial)

As cidades da Região do Médio Piracicaba

(Por Arnaldo Silva) As cidades do Médio Piracicaba formam o berço histórico do início da mineração no Estado de Minas Gerais. Fundadas a partir do final do século XVII, durante o século XVIII e XIX, a região é formada por 9 municípios. Em ordem alfabética: Alvinópolis, Bela Vista de Minas, Itabira, João Monlevade, Nova Era, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, São Domingos do Prata e São Gonçalo do Rio Abaixo.
          São cidades tradicionais, históricas, cheias de belezas naturais e arquitetônicas, com forte predominância econômica, até os dias de hoje, da mineração e em menor proporção a agricultura, pecuária, prestação de serviços, outras atividades industriais, além do turismo já que são cidades de origem secular com grande patrimônio cultural, artísticos e arquitetônico, dotadas ainda de belezas. Naturais.
          Juntos, esses nove municípios somam 320.156 habitantes (dados do IBGE/2021), além de responderem por 2,5% do PIB de Minas Gerais.
          Além disso, preservam em sua maioria, as tradições genuínas de Minas Gerais, desde suas origens, no século XVIII, preservando o Montanhês, que é o sotaque tradicional mineiro, a culinária típica, o folclore, tradições religiosas, bem como suas características arquitetônicas, barrocas e coloniais.
As 9 cidades do Médio Piracicaba
- Itabira          
          A conhecida cidade onde nasceu o poeta Carlos Dumont de Andrade, está a 111 km de Belo Horizonte e conta hoje com cerca de 114 mil habitantes. Itabira é um município de grande extensão territorial, ocupando uma área de 1.253,704 km². Faz divisa com Itambé do Mato Dentro, Jaboticatubas, Nova União, Bom Jesus do Amparo, João Monlevade, São Gonçalo do Rio Abaixo, Bela Vista de Minas, Nova Era e Santa Maria de Itabira. (na foto acima de Arnaldo Quintão, o Centro Histórico de Itabira e a abaixo a Mata do Intelecto com vista parcial da cidade.)
          Sua origem data do final do século XVII, sendo povoada a partir do século XVIII, graças a exploração mineral, principalmente de minério de ferro, estando instaladas no município mineradoras, como a Vale S.A, por exemplo.
          Além da beleza do casario do Centro Histórico da cidade com casarões e sobrados do século XVIII e XIX, a Praça do Centenário, a Catedral de Nossa Senhora do Rosário, o Museu de Território Caminhos Drummondianos, o Parque Municipal da Água Santa, onde estão as águas térmicas que brotam das profundezas da terra.
          Conta ainda com atrativos naturais como a Mata do Limoeiro, a Pedra da Igreja, a Serra do Bicudo e a Serra dos Alves, bem como diversas cachoeiras em destaque as cachoeiras dos Cristais, do Campo, da Boa Vista, do Limoeiro e do Meio.
          Além disso, em Itabira está a Serra dos Alves, uma charmosa e atraente vila colonial e Ipoema, um dos mais tradicionais distritos de Minas Gerais, onde está o Museu do Tropeiro e o Morro Redondo. (na foto acima do Nacip Gômez)
- Alvinópolis
          Distante 162 km de Belo Horizonte, o município conta com um pouco mais de 15 mil habitantes. Faz divisas com Barra Longa, Catas Altas, Dom Silvério, Mariana, Rio Piracicaba, Santa Bárbara e São Domingos do Prata. (fotografia acima do Elpídio Justino de Andrade)
          O povoamento de Alvinópolis começou no final do século XVII, quando foi encontrado ouro no Rio Gualaxo Norte, pelo sertanista Paulo Moreira da Silva. A partir da descoberta, fixou moradia às margens do Rio do Peixe, devido a ótima fertilidade das terras no local, iniciando assim um povoamento que cresceu, foi elevado a freguesia, vila, distrito e à cidade em fevereiro de 1891. A cidade passou a adotar o nome Alvinópolis em homenagem ao ex governador mineiro, Cesário Alvin.
          Já no século XX, o município recebeu um grande número de imigrantes italianos, vindos do norte da Itália. Por esse motivo, nomes e sobrenomes italianos são bastante comuns na cidade. Além disso, a centenária Companhia Fabril Mascarenhas atua na cidade desde o início do século XX, e ainda na ativa até os dias de hoje, produzindo para todo o Brasil, tecidos de chita e chitão, gerando centenas de empregos diretos e indiretos no município. Alvinópolis é a Capital da Chita no Brasil.
          Por suas terras férteis, foi durante o Ciclo do Ouro um importante centro de produção de alimentos para as cidades de grande fluxo de mineração. Além disso, o município foi uma importante rota de tropeiros, estando ainda inserido na Estrada Real.
          Cidade de boa estrutura urbana, comércio variado e um bom setor de prestação de serviços, Alvinópolis preserva sua arquitetura colonial, suas igrejas históricas, bem como sua vocação para a agropecuária.
- Bela Vista de Minas
          O município com pouco mais de 10 mil habitantes, está a 120 km de Belo Horizonte e faz divisa com João Monlevade, Nova Era, Itabira, São Domingos do Prata e Rio Piracicaba. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, vista parcial da cidade)
          Até 30 de dezembro de 1962, Bela Vista de Minas era distrito de Nova Era MG, tendo sido elevada à cidade emancipada nesta data.
          Cidade tipicamente mineira, tem boa parte de seu território cortado pela Estrada de Ferro Vitória Minas. Além do trem, tem como destaque a estátua do Cristo, de 4 metros de altura, construída em fibra de vidro. O monumento, um dos atrativos turísticos da cidade, foi doado pela família de Luci de Melo Bastos e está localizado às margens da BR-381.
          Além disso, a Matriz de São Sebastião, a Igreja de Nossa Senhora de Fátima e as festas do Reinado são atrativos religiosos da cidade. Tem ainda a Cachoeira do Taquaril que é um atrativo natural estruturado com acampamento, churrasqueira e banheiros.
          Outro evento atrativo Belo Vista de Minas é a Cavalgada e o Bellafolia, eventos que atraem um grande número de visitantes à cidade.
- João Monlevade
          Com cerca de 81 mil habitantes, João Monlevade, a 110 km de Belo Horizonte, faz divisa com Itabira, Bela Vista de Minas, São Gonçalo do Rio Abaixo e Rio Piracicaba. Cidade desenvolvida, muito bem estruturada, com boa estrutura de prestação de serviços, comércio diversificado, possui acesso fácil pela BR-381, bem como ligação à Belo Horizonte e Vitória, através do Trem Vitória-Minas que passa dentro da cidade. (na foto acima de Marley Mello, vista parcial da cidade)
          A cidade da cidade começou em agosto de 1817 com a chegada à região do francês Jean-Antoine Félix Dissandes de Monlevade. Conhecido por Jean Monlevade, o francês era engenheiro e pesquisador. Na região, à época coberta por densa Mata Atlântica, comandou estudos sobre o potencial mineralógico e geológico do local, encontrando vastas jazidas de minério de ferro.
          Com a descoberta das jazidas, Jean Monlevade fixou-se na região, dando origem assim a formação de um povoado, que se tornou freguesia, vila, distrito e finalmente cidade emancipada em 29 de abril de 1964, adotando o nome de João Monlevade, em homenagem ao engenheiro francês Jean Monlevade.
          Nessa época, a cidade era uma das mais desenvolvidas de Minas, graças a mineração e instalação, em 1921, da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, indústria hoje pertencente a Arcelor Mittal Aços Longos.
          Como atrativos, João Monlevade conta com vários atrativos históricos, culturais e naturais.
          Em destaque, a Matriz de São José Operário, construída na década de 1940, única igreja no mundo construída em V, lembrando um cálice (na foto acima da Elvira Nascimento); a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes; a Fazenda Solar, formada no século XIX, por escravos e a Forja Catalã, construída na década de 1910 para abrigar Jean-Antoine Félix Dissandes de Monlevade; a Serra do Seara, o ponto mais alto do município, o Floresta Clube Henry Meyers um clube social, que conta ainda com uma imensa área verde com 100 mil m², ótimos para passeios ambientais e prática de esportes.
          Além disso tem o Parque Municipal do Areão, onde são realizados exposições agropecuárias, além de contar ainda com uma pequena reserva ambiental. No decorrer do ano, várias festas populares e religiosas acontece em João Monlevade como o Carnaval, as comemorações do aniversário da cidade em abril, o Dia do Trabalhador, as Festas Juninas, a Cavalgada, Reinado e Folia de Reis, além das festas Natalinas.
- Nova Era
          É uma das mais antigas povoações de Minas Gerais. Nova Era tem origens em 19 de março 1703, com a chegada à região dos bandeirantes Antônio Dias de Oliveira e irmãos Camargos, em busca de pedras preciosas. São José, desde a origem da cidade é seu santo padroeiro, por ter sido no dia do santo, 19 de março, o dia da chegada dos bandeirantes e início da formação do povoado, chamado no início de São José da Lagoa. (fotografia acima de Thiago Andrade)
          Mesmo sendo uma das mais antigas povoações mineiras, foi elevada à cidade apenas em 17 de dezembro de 1938.
          O município está a 137 km de Belo Horizonte e tem ligação com a capital através da BR-381, pela BR-262 já que está a 20 km desta rodovia e por ferrovia, através Trem Vitória Minas. Faz divisa com Santa Maria de Itabira, Itabira, Bela Vista de Minas, São Domingos do Prata e Antônio Dias.
          Cidade tranquila, bem estruturada, com um casario histórico charmoso e bem preservado e com boa estrutura urbana, Nova Era se destaca na mineração, como a maioria das cidades do Médio Piracicaba, mas também no turismo, justamente por sua história e belezas naturais.
          Em destaque a Matriz de São José da Lagoa e o seu casario colonial, a Lagoa São José, a Ponte Benedito Valadares, a Gruta de São José, O Centro de Educação Ambiental, as festas Juninas, a Semana Santa, a Coração de Nossa Senhora em maio, o Desagravo ao Sagrado Coração de Jesus em junho, o tradicional Pastel de São José e o Rio Piracicaba, que banha a cidade. 
- Rio Piracicaba
          Rio Piracicaba, distante 127 km de Belo Horizonte, conta cerca de 15 mil habitantes. O município faz divisa com Bela Vista, João Monlevade, São Gonçalo do Rio Abaixo, Santa Bárbara, Alvinópolis e São Domingos do Prata. Também banhada pelo Rio Piracicaba de ponta a ponta, a cidade que recebe o nome do rio, foi fundada em 29 de setembro de 1713 e emancipada em 30 de agosto de 1911. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade, a estação ferroviária e a cidade ao fundo)
          Cidade tranquila, charmosa, com boa estrutura urbana e um comércio variado, tem acesso rodoviário fácil pela BR-262 e BR-381, além de acesso por ferrovia, através do trem de passageiros Vitória Minas, que faz parada na cidade.
          A base de sua economia é a agricultura de subsistência, a pecuária leiteira, pequenos comércios e principalmente a extração do minério de ferro.
          Como atrativos, a cidade tem o Rio Piracicaba, a Estação Ferroviária, as igrejas de São Miguel, do Bom Jesus e de Nossa Senhora do Rosário, a Praça Getúlio Vargas, a Gruta de São Judas Tadeu e as cachoeiras do Carvalho, do Ribeirão Caxambu e do Talho Aberto.
- Santa Bárbara
          Fundada em 4 de dezembro de 1704, no início do Ciclo do Ouro, é uma das mais antigas povoações de Minas Gerais e uma das mais belas cidades históricas de Minas Gerais. Santa Bárbara está a 105 km de Belo Horizonte, com acesso pela BR-381, BR-262 e MG-436. O município faz divisa com Alvinópolis, Barão de Cocais, Catas Altas, Caeté, Itabirito, Mariana, Ouro Preto, Rio Acima, Rio Piracicaba e São Gonçalo do Rio Abaixo. (na foto acima da Elvira Nascimento as igrejas de Santo Antônio de Pádua e de Nossa Senhora do Rosário)
          Cidade histórica de beleza única, turística, com paisagens bucólicas, harmoniosas e cênicas, conta com 32 mil habitantes, atualmente. Encontra-se bem no centro da Estrada Real e seu povo é muito acolhedor e hospitaleiro.
          Sua economia tem como base a extração mineral do ouro e principalmente do ferro e ainda na produção de mel e derivados da silvicultura, no plantio de eucalipto para a produção de celulose, na agropecuária e também no turismo, atraídos por sua relevante beleza arquitetônica colonial, cultura, religiosidade, culinária típica, paisagens naturais deslumbrantes, que permitem a prática de esportes radicais e fazendas centenárias.
          Destacam-se no turismo os casarões e sobrados coloniais, o Santuário do Caraça, o Santuário de Nossa Senhora Mãe dos Homens, a Matriz de Santo Antônio, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, a Casa do Mirante, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Relógio do Sol, a Capela da Arquiconfraria do Cordão de São Francisco, o Memorial Affonso Penna, a Casa de Cultura, a antiga estação ferroviária e o Parque Recanto Verde, além de cachoeiras, trilhas e paisagens montanhosas belíssimas e a Vila Colonial de Brumal, uma das mais antigas povoações de Minas.
- São Domingos do Prata
          Distante 30 km de João Monlevade e 136 km de Belo Horizonte, São Domingos do Prata conta com cerca de 18 mil habitantes. A base de sua economia é a pequena e média indústria, pequenos comércios e principalmente a agricultura e pecuária. Faz divisa com Antônio Dias, Jaguaraçu, Nova Era, Bela Vista de Minas, Rio Piracicaba, Alvinópolis, Dom Silvério, Sem-Peixe, São José do Goiabal, Dionísio e Marliéria. Cidade bem estruturada e bem organizada, conta com um comércio variado e um setor de prestação de serviços de boa qualidade. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
          Sua origem tem início a partir de meados do século XVIII, com a chegada à região de Domingos Marques Afonso, detentor de uma sesmaria de terras férteis na região.
          Região tomada por imensas florestas de Mata Atlântica, habitada pelo povo indígena Botocudo, Domingos adentrou-se no meio da mata, se perdendo de seu ponto de origem. Temia por sua vida, já que podia ser atacado pelos Botocudos ou mesmo, por animais selvagens. Era o ano de 1.758.
          Sem esperanças de sair vivo da mata, deixou gravado no tronco de uma sapoquema a frase: "Aqui passei uma noite às claras, esperando o momento de ser atacado pelos Bugres e pelas onças ou ser picado por uma cobra venenosa". 23 de março de 1758, Domingos Marques Afonso. A árvore com essa inscrição foi encontrada em 1870, confirmando o relato popular da época.
          Como era devoto de São Domingos de Gusmão, prometeu ao santo Católico que se saísse vivo da mata, doaria uma parte de suas terras para a construção de uma igreja em honra ao santo. Por sua fé, conseguiu sair da mata e chegar são e salvo a sua casa. E cumpriu a promessa iniciando a construção da capela em honra a São Domingos de Gusmão em 1760. Em torno da capela formou-se um povoado que cresceu, se tornou freguesia, vila, distrito e cidade emancipada. Três de março de 1891 é oficialmente a data de fundação da cidade.
          Hoje, a primitiva capela deu origem a uma belíssima igreja, a Matriz de São Domingos de Gusmão. A cidade manteve o nome de São Domingos, substituindo “de Gusmão” para “do Prata” em alusão ao Rio da Prata que banha a cidade. (foto acima de Thiago Andrade)
          São Domingos do Prata faz parte do Circuito Turístico Mata Atlântica de Minas por isso mesmo é dotado de belezas naturais de tirar o fôlego como belíssimas cachoeiras, trilhas, prática de esportes radicais como voo livre, a Pedra da Baleia, mata nativa preservada, além de suas igrejas e construções históricas, seu artesanato variado e seu povo acolhedor e bastante hospitaleiro.
          Além disso, a cidade tem tradição em festas de grande participação regional como por exemplo o Festival Gastronômico com a participação de bares, lanchonetes e restaurantes da cidade e região, o Carnaval do Prata, as cavalgadas, o Encontro Nacional de Motociclistas, o Concerto das Estações, os festejos de aniversário da cidade, além de eventos culturais diversos e festividades religiosas como a Festa de São Domingos.
- São Gonçalo do Rio Abaixo
          Cidade pacata, tradicional, charmosa, com um povo bom e hospitaleiro, São Gonçalo do Rio Abaixo, distante 84 km de Belo Horizonte, conta atualmente com cerca de 12 mil habitantes. Faz divisa com João Monlevade, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo e Itabira. (fotografia acima de Marley Mello)

          O município tem origens no século XVIII, com a mineração, sendo até os dias de hoje sua principal atividade econômica. Do povoado que surgiu em 1720 com o nome de Rio Abaixo, tendo como padroeiro São Gonçalo do Amarante, surgiu a cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, elevado a distrito em 1880 e emancipada em 30 de dezembro de 1962, quando se desmembrou de Santa Bárbara.
          Por existir outro distrito, também de Santa Bárbara, com o nome de São Gonçalo do Rio Acima, optou-se pelo nome São Gonçalo do Rio Abaixo, apenas para diferenciar uma da outra.
          Entre os atrativos turísticos em terras são-gonçalenses, destacam-se uma das principais atrações turísticas da Cemig, a Usina Hidrelétrica e Estação Ambiental do Peti. A usina, além de abastecer o município, abastece com energia elétrica os municípios vizinhos de Catas Altas, Barão de Cocais e Santa Bárbara e promove programas voltados para educação ambiental.
          Além disso, tem a Praça 1º de Março, onde encontra-se um belíssimo exemplar do estilo rococó mineiro, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, o busto do Padre João e um charmoso casario em seu entorno.
          A cidade conta ainda como atrativos o Cruzeiro da Matriz, a Matriz de São Gonçalo, a Igreja de São Sebastião, a Igreja de Santa Efigênia, além da beleza da Serra do Catungui, o Centro Cultural São Gonçalo do Rio Abaixo e das cachoeiras da Cascata, do Seara e de São José.

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Facebook

Postagens populares

Seguidores