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sábado, 27 de julho de 2019

10 vezes o melhor doce de leite do Brasil

 (Por Arnaldo Silva) O Minas Láctea é um evento bienal realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Instituto Cândido Tostes (ICT) de Juiz de Fora MG, Zona da Mata. Tradicionalmente, é realizado em anos ímpares.
          Trata-se do maior evento lácteo da América Latina, englobando a Semana do Laticinista, Congresso Nacional de Laticínios, a Expolac, a Expomaq e o tradicional Concurso Nacional de Produtos Lácteos. 
          Este concurso nacional, premia onze categorias diferentes: Gorgonzola, Parmesão, Gouda, Provolone, Reino, Prato, Requeijão Cremoso, Doce de Leite, Manteiga de Primeira Qualidade, Minas Padrão e Destaque especial.
          Todos produtos passam por uma rígida avaliação feita por um corpo de profissionais qualificados e reconhecidos no mercado de lácteos do Brasil. Não se trata de votação e sim avaliação. (foto acima da Camila Costa, somente ilustrativa para a matéria, mostrando o melhor doce do Brasil com o queijo Canastra da Cristina, em Vargem Bonita MG)
          Os critérios adotados para escolha dos melhores são: cor, textura, odor, aroma, sabor e consistência, através de testes cegos, sem o conhecimento dos rótulos pela comissão avaliadora. Quem faz a avaliação é o laboratório da Epamig – Instituto Cândido Tostes. (na foto acima de Eramos Pereira/Epamig, jurados analisando doces de leite no 45° Concurso Nacional de Produtos Lácteos, no Minas Láctea 2022)
          Já são 45 edições, a última realizada em julho de 2022. Em 10 dessas edições, o doce de leite Viçosa foi deca-campeão. Um feito impressionante, consagrando o doce de leite fabricado em Viçosa, como o melhor do Brasil e um dos melhores do mundo.  
         O Doce de Leite Viçosa é o maior campeão. Desde a criação do concurso nacional, em 2000, foram 10 vitórias: 2001, 2004, 2006, 2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016 e a última, em 2019. 
A história do Doce de Leite Viçosa
          O doce é famoso em Minas e no Brasil. Fabricado pelo Laticínio Escola (Funarbe – Universidade Federal de Viçosa). Produzido desde 1988, em Viçosa MG, Zona da Mata Mineira, é feito com matéria-prima de primeira qualidade, mão de obra muito bem qualificada. (na foto acima de Chico do Vale, o Campus da Universidade Federal de Viçosa MG)
          Além disso, o apoio técnico-cientifico que a Universidade Federal de Viçosa dispõe, garante um doce de primeira linha, usando o mínimo de conservantes possíveis, sem adição de misturas que possam comprometer sua qualidade, como amido e glicose de milho. 
          O resultado final é um doce de altíssima qualidade, com alto nível de pureza, textura macia, sabor único e inigualável, além de ser rico em valores nutricionais. É comercializado em três versões: tradicional, com coco e com chocolate, com opção em embalagens de 475 gramas, 855 gramas e 5 quilos.
Doce com tecnologia e tradição mineira
          Ser 10 vezes eleito o melhor doce de leite do Brasil, é resultado de muita pesquisa, pela busca pelo aprimoramento e do equilíbrio da tecnologia com a tradição culinária de Minas Gerais. Dessa união, originou o melhor doce de leite do Brasil e um dos melhores do mundo. Doce de Minas, com tecnologia e sabor das montanhas mineiras.
          Ser deca-campeão em um concurso tão concorrido e respeitado nacionalmente
, vem coroar o mais alto nível do laticínio, tanto em qualidade profissional, como investimento em maquinário da mais alta tecnologia, com a preocupação de valorizar as tradições mineiras.
          O resultado: reconhecimento profissional e popular. O povo sabe porque experimenta, compra, conhece e afirma: o doce de leite Viçosa é o melhor do Brasil. É o doce preferido dos mineiros e brasileiros.
         
Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais
          Por sua importância para Minas, sua simbologia, história e tradição, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais analisou, discutiu e votou o Projeto de Lei (PL 632/2019) de autoria do deputado Estadual Coronel Henrique (PSL). O projeto reconhece o processo de produção do Doce de Leite Viçosa, como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais. (na foto acima do Osvaldo Filho, o Doce de Leite Viçosa e o tradicional Queijo D´Alagoa MG)
          A PL 632/2019 foi aprovada em primeiro turno no dia 19/05/2021 e em segundo turno, no dia 17/11/2021.
          Em 5 de janeiro de 2022, o Projeto de Lei 632/2019, aprovado em dois turnos pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi sancionado pelo Governado Romeu Zema (Novo).

sexta-feira, 7 de junho de 2019

18 maneiras diferentes de preparar café

(Por Arnaldo Silva) Água na chaleira, 4 colheres de pó de café no coador de pano, sustentado por um mancebo, com o café caindo sobre o bule  à beira do fogão a lenha. Despeje a água fervente sobre o coador, fazendo círculo, mexa com colher e está pronto o melhor café. Simples assim.
          É o típico café do mineiro e do brasileiro em geral, conhecido como café expresso. Mas não é essa a única forma de preparar café. Pelo mundo afora, em bares e cafeterias chiques de shoppings e cidades do mundo, podemos encontrar diversos tipos de cafés, preparados dos mais variados jeitos. É café para todos os gostos. (imagem acima meramente ilustrativa de cafés preparados por baristas durante Semana do Café em Alto Caparaó, com cafés produzidos na cidade e região.)
18 modos de preparos de cafés
          Escolha o tipo que mais lhe agrada, use sua criatividade na montagem da xícara e prepare sua bebida. (na foto acima, um modo de preparo de café, feito com café do Sítio Pé de Breu em Alto Caparaó MG e abaixo, drink com o café preparado para a Semana do Café de Alto Caparaó MG)
          A base é o café e para prepará-lo, basta escolher o que usar no preparo da mistura ao café que lhe agradar. É só misturar ao café ou bater no liquidificador os itens de cada tipo de café, adoçar, aquecer ou gelar, ao seu gosto e pronto. Só servir.
- Café Expresso - Café preto em dose dupla
- Café Americano - Café fraco
- Café Irlandês - Café com whisky e creme batido
- Café Havaiano - Café com leite de coco
- Café Machiatto - Café com chantilly
- Café Expresso Panna - Café com creme batido
- Café Árabe - Café com especiarias
- Café Pingado -
Café com um pouco de leite
- Café com Leite -
Metade com café e metade com leite
- Café Lágrima - Pouco café e muito leite
- Café Caribenho -
Café com rum, açúcar mascavo e baunilha
- Café Capucinno - Café com pouco leite e muito chantilly
- Café Latte - Café com muito leite e pouco chantilly
- Café Breve - Café com leite e creme em partes iguais
- Café Mocha/Vienna - Café com chocolate, leite e chantilly
- Café Submarino - Leite com uma barra de chocolate
- Café Amaretto - Café com licor de amêndoa e creme de leite
- Café Caramelo Machiatto - Café com leite, chantilly e calda de caramelo

          Que tal experimentar fazer e tomar um desses cafés? É só escolher a sua mistura preferida, de acordo com o tipo de café. Se preferir quente, frio ou gelado, com açúcar, adoçante ou leite condensado, é a sua escolha. 

quarta-feira, 1 de maio de 2019

A origem do café em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) No início do século 18, o ouro de Minas passou a ser enviado também para outro caminho, o chamado "Caminho Novo". Através desse caminho, o ouro extraído em Minas era levado pelos tropeiros, até o porto do Rio de Janeiro. Mas voltavam com outra riqueza: o café. Levavam ouro e traziam sementes de café. 
          O plantio de café no território mineiro iniciou-se também no século XVIII. Com o declínio do Ciclo do Ouro, o café passou a ser a maior riqueza produzida no Estado, tendo sua produção chegado ao auge, no século XIX e início do século XX. (foto acima e abaixo de Tadeu Gomes em Imbiruçu, distrito de Mutum MG)
          O Caminho Novo, era o principal corredor de envio de café para a Europa. Como esse "Caminho Novo" era na região da Zona da Mata Mineira, a região foi a pioneira no plantio de café em Minas Gerais.
          O plantio foi crescendo, novas fazendas surgindo e a riqueza aumentando. A Zona da Mata foi a região mais rica de Minas até o início do século 20. Desde que foi introduzido em Minas, o café gerou riquezas e imponentes construções se destacam nas sedes das fazendas.
          Boa parte das grandes fazendas de café estão na Zona da Mata. A que mais se destaca é a Fazenda Santa Clara, em Santa Rita de Jacutinga MG, considerada a maior construção colonial das Américas. São vários casarões existentes na região, que marcam o período do café. Algumas ainda em atividades, outras, se transformaram em hotéis fazenda. (na foto acima, do Ivan Ruela, cafezal em Mutum MG, Leste de Minas)
          No início do século XX, muitos mineiros migraram para o oeste de São Paulo com o objetivo de plantar café o que acabou reduzindo a hegemonia da Zona da Mata. Com o sucesso do plantio do fruto em Minas e São Paulo, novas plantações foram surgindo em outros estados brasileiros como Espírito Santo e Rio de Janeiro. Hoje é plantado em praticamente todo o país. (foto acima de Ricardo e Widma de Alto Caparaó MG, do Sítio Pé de Breu)
          O café gerou riquezas para Minas Gerais, sendo passo importante para a industrialização do Estado. Começou na Zona da Mata e se estendeu por boa parte de Minas, gerando novos empregos e com a criação de novas empregos com o surgimento de têxtis, alimentícias, siderúrgicas, construção de usinas hidrelétricas, etc. 
Matas de Minas
          A Zona da Mata Mineira continua sendo uma das grandes produtoras de café não só em Minas, mas em todo o Brasil. Produz café tradicional e cafés especiais. O café especial da Zona da Mata e Leste de Minas é o Matas de Minas. (foto acima de Ricardo e Widma de Alto Caparaó MG, do Sítio Pé de Breu)
          O café produzido é o cereja e nessa região a opção é pelo cereja descascado. Seu aroma é achocolatado, sabor cítrico, com acidez média, doçura alta e corpo médio a encorpado. É de ótima qualidade, se destacando sempre em concursos de cafés especiais, tanto no Brasil como no exterior, com mercado de exportação para Japão, Estados Unidos e vários países da Europa.
          Essa região cafeeira é composta por 63 municípios, se destacando Alto Caparaó, Ervália, Manhumirim, Carangola, Alto Jequitibá, Araponga, Espera Feliz, Muriaé, Pedra Dourada, Tombos, Caparaó e Viçosa. Gera 75 mil empregos diretos e cerca de 150 mil empregos indiretos. 

segunda-feira, 8 de abril de 2019

As regiões produtoras de cafés especiais de Minas

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. O Estado de Minas sozinho é responsável pela produção de 53% do café no país. Segundo dados da Federação da Agricultura de Minas Gerais (FAEMG), a indústria cafeeira mineira gera 4 milhões de empregos diretos e indiretos no Estado. Dados da Embrapa aponta que o café é o principal commodity, de exportação de Minas Gerais. 
          O café tradicional é produzido em todas as 12 regiões geográficas mineiras, sendo que em várias cidades dessas regiões, são produzidos cafés especiais, de alta qualidade e grande valor, tanto para o mercado interno, quanto para o mercado externo. Se engana quem pensa que os cafés especiais são apenas para a exportação. A preferência por esse tipo de café vem crescendo a cada ano, mesmo com preços superiores ao café tradicional. (na foto acima, café do Sítio Pé de Bréu em Alto Caparaó MG. Enviada por Ricardo e Widma/Divulgação)
          O café mineiro vem a cada dia conquistando o paladar, não só do brasileiro, mas de todo o mundo. Em todas as regiões de Minas se produz café e algumas delas se destacam pelos cafés especiais. Como Minas é um estado com clima, altitudes, latitudes e biomas diferentes (no Estado temos os biomas Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga), além de diferentes formas de cultivos, faz com que os cafés mineiros tenhas suas particularidades e diferenças. Dessas diferenças regionais podemos encontrar cafés com sabores e aromas diferentes, que caracterizam cada região. (na foto acima de @hamiltoncarlos98, cafezais em Alto Caparaó MG, Zona da Mata e abaixo, de Luís Leite, terreiro de café em Poços de Caldas MG, Sul de Minas))
          A cada ano vem crescendo no Brasil o hábito em consumir cafés especiais. O consumo do café tradicional cresce 3% ao ano, já os cafés especiais, 15% ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais. A diferença do café especial para o café convencional é a qualidade superior, resultado de investimentos em tecnologia, pesquisas que geram grãos de alta qualidade, consequentemente, um café especial, de excelente qualidade, aroma e sabor.
As regiões produtoras de cafés em Minas Gerais
- Campo das Vertentes
 
          O Campo das Vertentes é uma das principais regiões de Minas Gerais. Clima ameno, montanhas, altitude e solo de qualidade são fatores preponderantes que definem as características únicas, dos cafés especiais, produzidos nessa região, reconhecida como região de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional de Patentes Industriais (INPI0 em novembro de 2020. (na foto acima de Deividson Costa, fazenda de café em São Tiago MG)
          A região cafeeira mineira Campo das Vertentes, é formada pelos municípios de São Tiago, São João Del Rei, Oliveira, Ibituruna, Conceição da Barra de Minas, Santo Antônio do Amparo, Santana do Jacaré, Ritápolis, Camacho, Campo Belo, Carmo da Mata, Cana Verde, Perdões, Candeias, Bom Sucesso, Nazareno e São Francisco de Paula. 
- Matas de Minas
          O café produzido na região Matas de Minas é o cereja e nessa região a opção é pelo cereja descascado. Seu aroma é achocolatado, sabor cítrico, com acidez média, doçura alta e corpo médio a encorpado. É de ótima qualidade, se destacando sempre em concursos de cafés especiais, tanto no Brasil como no exterior, com mercado de exportação para Japão, Estados Unidos e vários países da Europa. 
     Essa região cafeeira é composta por 65 municípios, se destacando Alto Caparaó, Ervália, Manhumirim, Carangola, Alto Jequitibá, Araponga, Espera Feliz, Muriaé, Inhapim, Mutum, Caparaó e Viçosa.(foto acima do Café Pé de Bréu de Alto Caparaó MG, enviada por Ricardo e Widma/Divulgação)
- Café Chapada de Minas
          O café Chapada de Minas tem como característica o corpo denso, com notas de caramelo, frutas passa, capim limão e acidez cítrica.
          É produzido no Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Norte de Minas, regiões que estão se tornando referência no plantio de cafés especiais de alta qualidade. (na foto acima, cafezal em Angelândia, Vale do Jequitinhonha. Fotografia de Sérgio Mourão/Encantos de Minas)
          Em destaque para as cidades de Capelinha, a maior produtora do região, Diamantina, Montes Claros, Buritizeiro, Presidente Kubistchek, Medina, Ladainha, Pedra Azul, Nanuque, Felício dos Santos, Salinas, Turmalina, Teófilo Otoni, Serro, Gouveia, Santa Maria do Salto, Malacacheta, e Angelândia, cujo café Geisha da Fazenda Primavera, do grupo Montesanto Tavares, ganhou o Cup Excelence de 2018, sendo considerado até então o café mais caro no mundo. A saca de 60 kg foi vendida por 72 mil reais.
- Sul e Sudoeste de Minas
          O café produzido nas montanhas do Sul de Minas tem como característica o corpo aveludado, adocicado, com notas de chocolate, amêndoas, caramelo, cítricas e frutadas. Já o café do Sudoeste Mineiro tem como característica o corpo médio com notas florais e cítricas, além de ser adocicado e com acidez alta. (na foto acima de Luís Leite, terreiro de café em Campestre MG)
          O café produzido no Sul de Minas é 100% Arábica. Esse é o tipo de café mais cultivado no mundo e no Brasil. 

          A origem desse café é Africana e se adaptou muito bem ao Brasil, principalmente em Minas Gerais já que o plantio desse tipo de café requer altitudes acima de 700 metros. Devido ao seu clima ameno, entre 18 a 22 graus, relevo e altitudes que variam de 850 a 1500 metros, o Sul de Minas se tornou propício para o desenvolvimento de grãos de café arábica de alta qualidade. Aliado a pesquisas, dedicação e infraestrutura sólida, se consolida como um dos melhores cafés do mundo. 
          As variedades do café Arábica cultivado na região são o Catuaí, Mundo Novo, Icatu, Obatã e Catuaí Rubi. 
          Destaca-se na produção desse café a cidade de Guaxupé, que tem a maior cooperativa do Brasil, a Cooxupé e ainda as cidades de Campos Gerais, Poços de Caldas,  Muzambinho e Três Pontas, cidade tradicional na produção de cafés especiais, que conta ainda com uma estação experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), estatal mineira vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA/MG).
- Mantiqueira de Minas
          A Serra da Mantiqueira faz parte da Região Sul de Minas. O café cultivado na região é um dos mais premiados no Brasil e no exterior. Por ser uma região de tradição cafeeira, se destaca na produção de café desde o século passado, sempre esteve à frente na produção de cafés de qualidade. Essa tradição, aliada a inovação, tecnologia do cultivo e pesquisas, consolida o café da Mantiqueira como um dos melhores do mundo, reconhecidamente com várias premiações nacionais e internacionais. 
          O café da Mantiqueira é caracterizado pelo corpo cremoso e denso, notas florais e cítricas, doçura alta, frutado, acidez cítrica com intensidade média alta.
          Por sua tradição e fama mundial por produzir cafés especiais de altíssima qualidade, diferenciado e sabor único, a Mantiqueira é reconhecida como Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP) desde 2011.
          Entre os municípios produtores do café da Mantiqueira de Minas se destacam Conceição das Pedras, Paraisópolis, Jesuânia, Lambari, Dom Viçoso, Pedralva e os municípios de Cristina e Carmo de Minas, que conquistaram vários prêmios pela qualidade de seus cafés produzidos. 

- Cerrado Mineiro
          O café Cerrado Mineiro é uma bebida fina, bem encorpada, com sabor doce, aroma intenso, acidez delicada e cítrica, com notas de chocolate, caramelo e nozes.
          É um dos melhores cafés do Brasil. 100% Arábica, produzido em altitudes que variam de 800 a 1200 metros em 55 cidades das regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, se destacando as cidades de Patrocínio, Monte Carmelo, Araguari, Patos de Minas, Campos Altos, Unaí, Serra do Salitre, São Gotardo, Araxá e Carmo do Paranaíba. Essas três regiões tem estações climáticas definidas com chuvas intensas no verão e estiagem no inverno, o que propicia o cultivo natural, com secagem ao sol, de cafés de alta qualidade, como o Arábica. 

          O clima do Cerrado Mineiro contribui para fixar o aroma e a doçura desse tipo de café, aliado a técnicas de cultivo, pesquisas e investimentos tecnológicos dos produtores da região.
- Café Tradicional
          O nosso tradicional e popular cafezinho vem das fazendas de todas as 12 regiões de Minas (Zona da Mata, Campo das Vertentes, Noroeste de Minas, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Região Central, Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri, Norte de Minas, Região Metropolitana de BH, Sul e Sudoeste de Minas, Centro Oeste de Minas). (foto acima de Chico do Vale de Viçosa MG)  Como pode ler acima, várias cidades dessas regiões se dedicam a produção de cafés especiais. Em sua maioria, o café produzido em Minas é o tradicional. É aquele café colhido nas fazendas ou nos sítios, torrado e moído da forma tradicional que conhecemos. É empacotado à vácuo e disponibilizado nos supermercados para o consumidor. 
          O café tradicional tem o sabor bem forte e marcante. É produzido a partir de grãos que valorizam o equilíbrio entre a excelência da bebida, o aroma  e o sabor. 
          A tradição do que há de melhor em nossa terra, pode ser saboreada numa boa xícara de café que traz em si um café saboroso, de cor escura, com sabor que varia entre o forte ao extraforte.
          Esse é o café presente no nosso dia a dia, coado em coador de pano, em filtros de papel ou feito até em cafeteiras. Mas nunca falta em nossas casas, escritórios, lanchonetes e padarias que frequentamos. (foto acima de Chico do Vale em Viçosa MG)
          Para aproveitar melhor o sabor e aroma do café tradicional, ele deve ser consumido até uma hora depois de coado. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Conheça o café do Jacu

(Por Arnaldo Silva) Jacu (Penelope sp.) é uma ave de grande porte da nossa Mata Atlântica e está presente em todo o território nacional. Pode chegar a 85 cm, tem calda, pescoço e asas longas e uma cabeça pequena. Em torno dos seus olhos vermelhos tem uma pele em tom azulado e sem pelos. O papo do jacu é vermelho. Sua plumagem é lisa com aspecto escamado e tem a tonalidade escura e as vezes, na cor cinza. Suas patas tem tons avermelhados. (foto abaixo de Ricardo Cozzo em Monte Verde MG)
          Ai você pergunta, o que o jacu tem a ver com café? É que o grão do café vem do Jacu. Essa ave gera um café de alto valor, tanto comercial, quanto de qualidade.           
          Para você entender o processo, vou explicar direitinho. 
          A maioria das aves se alimentam de frutos. Isso todos sabemos. Elas comem a parte adocicada dos frutos e não comem as sementes. No caso, as aves espalham as sementes pela natureza, ajudando a natureza a ser renovar. 
          O Jacu também se alimenta dos frutos, mas diferente das outras aves, ele engole as sementes inteiras, sem mastigá-las. Uma das sementes preferidas do jacu é a do café (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo MG). Eles ficam aos pés dos cafezais escolhendo os grãos de café e são muito seletivos. Escolhem os grãos que não tem defeitos e os mais maduras. 
          O Jacu não tem estômago. Quando ele ingere a semente do café, seu organismo processa rapidamente o fruto, que passa pelo intestino da ave, sendo protegido pela casca. Por fim, o grão é expelido por inteiro, totalmente intacto, o que torna o processo de fermentação, totalmente higiênico.
          Todo esse processo é feito diretamente no intestino da ave. Em seu organismo o grão do café absorve ácidos e enzimas que garantem uma baixa acidez do grão. Essa baixa acidez dá ao grão um amargor e doçura bem equilibrada à bebida. 
          Entendeu? O Jacu expele a semente. Defeca. É das fezes do Jacu que é retirado os grãos do café. (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo MG, os grãos do café, expelidos pelo Jacu)
          Assim que a ave defeca, as fezes são coletadas e passam em seguida por um rigoroso processo de limpeza para retirar as bactérias e limpeza dos grãos. Após a limpeza, os grãos ficam em "descanso" por um período. Depois do "descanso" são torrados e moídos. Depois disso, está pronto para consumo. (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo, os grãos do café do Jacu, já selecionados, limpos e lavados, prontos para serem torrados)
          Mas o café é bom? Bom não, é ótimo! Tanto é bom que está entre os cinco melhores cafés exóticos do mundo, presente nas principais cafeterias de Los Angeles, Londres, Tóquio e outras cidades do Brasil e do mundo.
          
Mas qual a origem desse café? Foi desenvolvido por um cafeicultor do Espírito Santo, Hnerique Sloper, proprietário da Fazenda Camocim, que vivia em constantes problemas causados pelas aves, que comi cerca de 10% de sua produção de grãos e ainda, comiam as sementes mais saudáveis de seu cafezal.
          Na tentativa de saber o que fazer, descobriu que na Indonésia existia um café bem exótico, considerado até então o mais caro do mundo. Esse café, conhecido por Kopi Luwak produzido a partir das fezes que não são digeridas de um animal herbívoro, da familia dos gatos, nativo da região chamado de Luwak (Paradoxurus hermaphroditus).
          De posse dessa informação, resolveu fazer experiência com os jacus, já que eles comiam as sementes e as defecavam inteiras. Quando o homem percebe que a natureza pode ser sua aliada e se harmonizar com ela, o retorno é ótimo para os dois lados. De vilões, essas aves passaram a ser amigas, já que o produtor percebeu que o café era ótimo. Além de exótico, surpreendeu especialistas em degustação do país, que afirmaram que o café do Jacu tem um sabor adocicado e equilibrado, com acidez marcante e deixa um gosto bom na boca.
          Hoje, esse tipo de café se tornou mais conhecido no mundo inteiro, estando entre os cinco melhores cafés do planeta, atualmente. No Brasil também, a resistência ao produto exótico, vem reduzindo e a especiaria, sendo degustada e aprovada.
          Baseada na experiência do produtor do Estado vizinho, cafeicultores mineiros que passavam pelos mesmo problemas com as aves, decidiram investir nesse tipo de café especial.
Isso porque a ave é bastante comum em Minas Gerais, presente em todas as regiões do Estado. Regiões e cidades tradicionais na produção de cafés especiais, passaram então a ver nos jacus, um aliado e não um inimigo. Assim, Minas Gerais passou a produzir Café do Jacu ou Jacu Bird Coffee.
          O café especial de jacu pode ser encontrados nas regiões do Sul de Minas, Central, Leste de Minas, dentre outras e também em cidades como Espera Feliz, Manhuaçu e São Gonçalo do Rio Abaixo. São apenas algumas exemplos de cidades, são dezenas.
Por ser um café especial e relativamente caro, não é um tipo de café produzido em escala industrial. São feitos em pequenas quantidades ou por encomenda ou em pequeno estoque, por se tratar de um produto exótico e com um preço bem maior que o café convencional.
Além disso, o processo de produção desse café é totalmente diferente do atual que conhecemos, como deu para perceber na descrição, acima.
Mas quem puder e tiver oportunidade de experimentar o Café do Jacu, valerá a pena gastar um pouco mais e saborear um café exótico, de alta qualidade e sabor.

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