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terça-feira, 6 de junho de 2023

As 10 cidades mais pobres de Minas

(Por Arnaldo Silva) Dados do Mapa da Riqueza do Brasil, feitos pelo Centro de politicas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Social), mostra os estados e municípios mais ricos do Brasil, do mais rico ao mais pobre município de cada estado.
          Em Minas Gerais, o estado com maior número de municípios do país, 853, as diferenças entre cidades ricas e pobres, são gritantes e altamente desiguais, como em todos os outros estados brasileiros.
          Segundo o Banco Mundial, o Brasil ocupa a nona posição no ranking mundial dos países desiguais no mundo. As desigualdades sociais se caracteriza por uma maior concentração de renda e riquezas nas mãos de uma pequena parcela, enquanto a absoluta maioria da população, vive em situação totalmente oposta e extremamente desigual.
          Isso se reflete nos municípios. Quando a renda da população é baixa, a arrecadação do município é também baixa, ocasionando poucos investimentos em melhoria das infraestruturas básicas como saúde, educação, moradia, emprego, saneamento básico, coleta de água e esgoto tratados., etc.
          A maioria desses municípios mineiros de menor renda, tem menos de 15 mil habitantes e tem na agricultura familiar e pequenos comércios a base de sua economia
          As regiões Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, concentra os municípios de menor renda. Já as outras regiões, principalmente Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Região Central, onde está o Quadrilátero Ferrífero, a Zona da Mata, Triângulo Mineiro, Vale do Rio Doce/Vale do Aço, Alto Paranaíba, Vale do Mucuri, Campo das Vertentes, Noroeste de Minas, Sul e Sudoeste de Minas, Oeste e Centro-Oeste de Minas, são as que tradicionalmente apresentam maior maior distribuição de renda.
          Para calcular a média de renda mensal per capita por pessoa, a base do cálculo foi a declaração do Imposto de Renda de 2021, declarado em 2022, gerados pela Receita Federal.
          Os dados foram divulgados no início de 2023. O valor total declarado do Imposto de Renda é dividido pelo número de habitantes do município, tendo assim a média de renda de cada morador. Além disso, serviu como base para o cálculo pesquisas e estudos normais que a Fundação Getúlio Vargas faz anualmente sobre pobreza e desigualdade social brasileira.
          Isso não significa que todo morador dessas cidades tenham essa renda mensal, já que uma parcela significativa da população é isenta de declaração de Imposto de Renda. Mas com certeza nos dá uma amostra clara do poder aquisitivo de cada brasileiro, bem como da desigualdade na distribuição de renda no país. (na foto acima do Manoel Freitas, a Matriz de N. S. da Conceição, a primeira igreja de Minas, construída entre 1670 e 1673, em Matias Cardoso, Norte de Minas)
          Para se ter ideia, basta comparar a renda média per capita da cidade mais rica de Minas Gerais, além de ser a cidade de maior concentração de riqueza por m² do Brasil, que é Nova Lima.
          A cidade da Grande Belo Horizonte conta com 97.378 habitantes, segundo o IBGE, em 2021. A renda perca pita, por morador de Nova Lima MG é de R$8.897,00, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas, com base na declaração de Imposto de Renda à Receita Federal em 2021.
          Já a primeira cidade mineira no ranking das mais pobres, de acordo com os dados da pesquisa do Centro de politicas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Social) é a cidade de Verdelândia, no Norte de Minas. A renda média per capita, por pessoa de Verdelândia foi calculado em R$62,00. (na foto acima de @julio_defreitas, noturna de Nova Lima, a cidade mais rica de Minas, segundo a FGV e abaixo de Wesley Rodrigues a BR-401, em Verdelândia)
          Comparando-se com a renda per capita por pessoa de Nova Lima MG com a de Verdelândia, percebemos o tamanho da desigualdade social brasileira e mineira. É estratosférica!
Isso em Minas Gerais, um dos três estados mais ricos e industrializados da Federação.
          Dos 10 municípios mais pobres de Minas Gerais, um está no Vale do Jequitinhonha e os outros nove, no Norte de Minas. São cidades com menos de 15 mil habitantes com economia a base da agricultura familiar.
Segue a lista dos municípios mais pobres de Minas
- 1° - Verdelândia 
Renda média por pessoa de R$62,00
          Com 7.662 habitantes em 2022, está localizada na Região Norte de Minas, distante 570 km de Belo Horizonte. A produção agropecuária é sua base econômica, com destaque para a pecuária leiteira, de corte, cultivo de banana e agricultura familiar. Conta ainda com um pequeno comércio e pequenas empresas familiares.
- 2° - São João do Pacuí 
Renda média por pessoa de R$78,15
          A cidade fica no Norte de Minas, conta com 3.971 habitantes, em 2022, segundo o IBGE e está a 500 km distante de Belo Horizonte. A base de sua econômica é a agricultura familiar, pequenos comércios e empresas familiares. O turismo é outra fonte de renda, já que o município guarda tesouros arqueológicos pré-históricos em grutas e paredões.
- 3° - Monte Formoso 
Renda média por pessoa de R$81,28
          Distante 608 km de Belo Horizonte, Monte Formoso, com 4.3811 habitantes em 2022, segundo o IBGE, está situada no Vale do Jequitinhonha e é a única dessa região entre as 10 cidades mais pobres de Minas. Sua economia se baseia em pequenos comércios e na agricultura familiar.
- 4° - Cônego Marinho 
Renda média por pessoa de R$86,68
          Situada no Norte de Minas, a cidade conta com 7.237 habitantes, segundo o IBGE em 2022. Está a 634 km de Belo Horizonte. A base de sua economia é a agricultura familiar, a cachaça, pequenos comércios e o artesanato de barro.
- 5° - Matias Cardoso 
Renda média por pessoa de R$87,48
          Matias Cardoso, no extremo Norte de Minas, foi a primeira povoação surgida em Minas Gerais, em 1660 e também é onde foi erguida a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, entre 1670 e 1673, a primeira igreja de Minas Gerais. A cidade está a 683 km de Belo Horizonte. (na foto acima de Manoel Freitas, a Praça da Matriz de N. S. da Conceição, a primogênita de Minas)
          Com uma população de 8.895 habitantes, em 2022, segundo o IBGE, tem em sua economia o turismo, por sua história e ainda o artesanato, pequenos comércios, a agricultura familiar e a pesca, já que é banhada pelo Rio São Francisco.
- 6° - Fruta de Leite 
Renda média por pessoa de R$87,60
          Com 4.647 habitantes, em 2022, segundo o IBGE, Fruta de Leite é uma cidade do Norte de Minas, distante 613 km da capital. A cidade tem no setor de prestação de serviços, pequenos comércios e agropecuária, a base de sua economia. Seu curioso nome tem origem em um arbusto que produz uma frutinha tradicional na região, de sabor adocicado e da cor do leite, quando madura. Por isso o nome da fruta e da cidade.
- 7° - Pedras de Maria da Cruz 
Renda média por pessoa de R$86,66
          Em 2022, segundo o IBGE, Pedras de Maria da Cruz, no Norte de Minas, distante 568 km da capital, contava com 10.452 habitantes. A economia da cidade é essencialmente rural, com destaque para a agricultura familiar, pecuária leiteira e de corte, além de comércios familiares e setor de serviços, se destaca no turismo, que vem crescendo a cada ano.
          Um dos atrativos turístico do município é a capela da Imaculada Conceição, construída por uma personagem importante para a história da cidade, Maria da Cruz e seus escravos, no século XIX. Está localizada na parte baixa da cidade. Além disso, conta com outros atrativos como o Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu, o Parque Estadual da Lagoa do Cajueiro e o Rio São Francisco.
- 8° - Pintópolis 
Renda média por pessoa de R$88,89
          A cidade fundada pela família de Germano Pinto, está situada no Norte de Minas, a 705 km distante de Belo Horizonte. Em Pintópolis vivem 7.084 habitantes, estimados pelo IBGE em 2022. Sua economia tem como base a pecuária de leite e de corte, agricultura de subsistência, extração de carvão vegetal e o turismo, já que o município está inserido na área do Parque Nacional Grande Sertão Vereadas.
- 9° - Mamonas 
Renda média por pessoa de R$89,02
          Na cidade do Norte de Minas vivem 5.997 pessoas, segundo dados estimados pelo IBGE, em 2022. Mamonas está a 683 km distante de Belo Horizonte, sendo considerada a Capital Mineira do Forró.
          No mês de junho, as festas juninas, em especial as festas de São João e as barraquinhas de Santo Antônio, movimentam a economia da cidade, atrai turistas de todas as regiões de Minas, além de receber turistas de todo o Brasil. O forró é umas das maiores identidades culturais da cidade. Além disso, sua economia tem ainda como base a agricultura familiar e também na cachaça, famosíssima na região.
- 10° - Santo Antônio do Retiro
Renda média por pessoa de R$90,29
          Segundo o IBGE, em 2022, Santo Antônio do Retiro, no Norte de Minas, contava com 6.629 habitantes. A base de sua economia é a agricultura, a pecuária de leite e corte, o setor de prestação de serviços e em menor escola, pequenas industrias e comércios.
          Além disso, o turismo ecológico vem crescendo devido as belas naturais exuberantes do município em especial Floresta Nacional Pequizeiros de São Joaquim, as reservas biológicas do Capão, Rucão, Palmital, Cana Brava e Da Mata e as espetaculares paisagens do Parque Ecológico Cultural Serra do Sucuruiu, formado por riquíssima fauna e flora, nascentes, rios, cachoeiras, sítios históricos e trilhas diversas.
Pobreza? Nem tanto.
          Como citado no início, a lista tem como base pesquisas sobre desigualdades sociais feitas pela Fundação Getúlio Vargas e declaração de Imposto de Renda, que dividindo com o número de habitantes, dá essa essa renda média. Mas isso não quer dizer que seja a essa a renda mensal de cada morador. (na foto acima do Manoel Freitas, o Rio São Francisco em Matias Cardoso MG, rio que leva água, vida, fertiliza a terra e gera renda e empregos no Norte de Minas)
          As 10 cidades citadas, embora não sejam ricas, de fato, não são pobres de fato, muito pelo contrário, tem suas riquezas, suas belezas, suas tradições, seu povo bom, hospitaleiro e trabalhador e claro, tem seus atrativos. 
          Carecem sim de mais investimentos do Governo para que possam melhorar a qualidade de vida de seus moradores e essas pesquisam tem essa função, orientar os governos estaduais e federal nas prioridades de investimentos e criação de políticas públicas de desenvolvimento social.
          
No site da Fundação Getúlio Vargas (https://cps.fgv.br/riqueza), estão disponíveis os dados completos do Mapa da Riqueza dos estados e de todos os municípios do Brasil.
          Temos reportagem anterior sobre as 15 melhores cidades de Minas para se viver, consideradas as mais ricas entre os 853 municípios mineiros.

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