Sua construção começou em 1714, por Félix da Costa para ser uma casa de recolhimento religioso e educandário feminino. A obra foi concluída em 1770.
Este foi o primeiro educandário feminino do Brasil. Pelo convento passaram filhas das mais ricas famílias do Brasil e de personagens ilustres de nossa história como, por exemplo, Joaquina, a filha de Tiradentes. Também as nove filhas do Contratador João Fernandes de Oliveira, marido de Chica da Silva estudaram no local.
A casa em que o Chica da Silva e seu marido ficavam, quando iam visitar suas filhas, ainda existe. Fica nas proximidades da entrada do Mosteiro (fotografia acima de Alexa Silva/@alexa.r.silva). O próprio João Fernandes, a título de dote pelo acolhimento de suas filhas, entre 1767 e 1768 ampliou o local, mandando construir a Ala do Serro, com mirante e 10 celas (quartos para religiosos).
Mas o convento não abrigava apenas filhas da elite brasileira da época. Recebiam e davam abrigo a meninas e mulheres órfãs, pensionistas e devotas. Recebiam também mulheres que optavam em ficar por algum tempo no convento para guardar a honra, enquanto os pais ou maridos viajavam. O convento acolheu também várias mulheres, que para lá fugiram do preconceito e discriminação social por terem sido desonradas.
Devido sua importância passou a ser protegido da rainha de Portugal, Dona Maria I, por Carta Régia. Quase um século depois, em 1881, o Imperador Dom Pedro II, que estava de viagem à Minas Gerais, fez questão de visitar o colégio. (fotografia abaixo do Rodrigo Martins)
Em 1847, o convento passou a funcionar como colégio, se tornando uma das mais tradicionais escolas de Minas Geras.
No século XX, começa a chegar a Minas congregações religiosas europeias com experiência em educação. Com isso, o colégio começa a entrar em decadência e em 1933 deixou de existir o colégio, se tornando desde então até os dias de hoje, um convento de freiras que vivem enclausuradas.
Dia a dia e trabalho
Quando não estão orando ou estudando, as freiras trabalham e muito. É do trabalho das freiras e doações que vem o sustento e manutenção do convento.
No interior do Mosteiro elas produzem e vendem licores, doces, quitandas e o famoso vinho de rosas. No século XVII, médicos da época recomendavam este vinho para curar problemas do pulmão. (foto acima de Rodrigo Martins, o Vinho de Rosas e abaixo de Thelmo Lins, mostra a fachada do mosteiro)
As paredes do convento guardam as receitas das quitandas, licores e do vinho de rosas desde o século XVII. A técnica usada pelas freiras são as mesmas de 300 anos atrás, não mudaram nada no modo de fazer. É totalmente artesanal.
Elas guardam com zelo cada receita e fazem com um imenso carinho, preservando uma das mais fortes culturas gastronômicas de Minas Gerais. As freiras fazem quitandas, doces, licores e o famoso vinho de rosas. No século XVIII, o vinho de rosas era recomendado pelos médicos da época para curar os males do pulmão. O vinho que inspirou o filme
A tradição gastronômica e a história do convento, principalmente o vinho de rosas, virou filme em 2005, chamado de O vinho de rosas. Dirigido por Elza Cataldo, o longa metragem retrata a vida de Joaquina, filha de Tiradentes, criada num convento. Na história, Joaquina descobre que é filha de Tiradentes e que sua mãe, ainda estava viva. Aos 18 anos, deixa o convento e sai em busca de sua história e seu passado.
Como comprar os produtos do Mosteiro de Macaúbas
A manutenção dos trabalhos, do imóvel e atividades das freiras enclausuradas, vem das vendas dos produtos feitos pelas irmãs e de doações.
Quem quiser adquirir os produtores da culinária do Mosteiro de Macaúbas, podem entrar ir diretamente ao local ou entrar em contato pelos telefones (31) 3684-2096/9612-1773.
Os interessados em ajudar nos gastos com manutenção e reformas do Mosteiro de Macaúbas podem entrar em contato pelos telefones acima e obter mais informações.
Agradecimentos: Ao Thelmo Lins e Rodrigo Martins pela gentileza na cessão das fotos para esta edição