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quarta-feira, 1 de março de 2023

A galinha caipira: origem e receita tradicional

(Por Arnaldo Silva) Red Jungle Fowl, traduzindo, ave vermelha da selva. Esse termo se refere as galinhas (Gallus Gallus), ave de origem asiática, introduzida no Brasil pelos Portugueses e em Minas, a partir do século XVIII. Como o próprio nome diz, a galinha é uma ave da selva e tem por característica natural viver solta, empoleirando em árvores e ciscando em terreiros.
          As galinhas criadas nos quintais das casas no interior e soltas nos pomares das casas das fazendas, passaram a ser chamadas de galinhas caipiras a partir do início do século XX. Caipira era o termo dado aos sertanejos que viviam na zona rural de São Paulo, Goiás e principalmente de Minas Gerais. (fotografia acima de Elvira Nascimento, Galinha Caipira da Pousada Maria Emília/@pousada.mariaemilia de Caratinga MG)
          Caipira era o que vinha do campo, da roça e tudo que era produzido pelas famílias naquela época passou a ser chamado de caipira também, como leite, queijo, bolo, doce, comida típica, galinha, frango e ovos caipira, etc., tudo, até as músicas, festividades e vestimentas do povo que vivia nas zonas rurais eram chamadas de caipiras.
          A galinha ou o frango caipira sempre estavam presentes nas mesas, principalmente acompanhada de angu e quiabo.
          Muita gente fica na dúvida se é melhor o frango ou a galinha caipira. O frango é a galinha jovem, por isso sua carne é menos gordurosa e mais macia. Já a galinha, é a ave mais velha e sua carne mais dura e mais gordurosa. (na foto acima de Arnaldo Silva, galinhas caipiras)
          Vamos aprender agora a fazer a autêntica galinha caipira:
Ingredientes

. 1 galinha caipira cortada em pedaços
. Água para cozinhar
. 2 colheres (sopa) de banha de porco
. 1 cebola grande picada
. 4 dentes de alho amassados
. Pimentão verde e vermelho picadinhos
. 2 tomates picadinhos
. Tempero verde a gosto
. Sal a gosto
. Suco de 1 limão
Modo de preparo
- Passe o limão na galinha
- Em uma panela coloque a banha e toda a galinha, mexa por alguns minutos e cubra com a água e deixe no fogo até a água secar.
- Quando secar, acrescente o alho e a cebola e mexa. Acrescente o colorau e misture novamente.
- Cubra novamente com água e deixe cozinhando até começar a secar.
- Nesse ponto, acrescente o sal a seu gosto, o tempero verde, os pimentões, o tomate e deixe no fogo até encorparem bem.
- Por fim, sirva, acompanhado de angu, arroz branco, feijão e salada.

Receita do bolo de fubá assado na brasa

Assando bolo de fubá, na brasa, da mesma forma que nossas avós e bisavós faziam no século passado. E fica bom demais esse bolo!
INGREDIENTES
. 4 xícaras (chá) de fubá
. 6 fatias de queijo Minas pode ser fresco ou meia cura
. 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
. 4 ovos
. 1 1/2 xícara (chá) de açúcar
. 1/2 colher (chá) de erva doce
. 1/2 xícara (chá) de óleo
. 1 xícara (chá) de leite
. 1 colher (sopa) de fermento em pó Royal
MODO DE PREPARO
- Em uma vasilha, coloque o fubá, o açúcar, o leite, a erva doce, os ovos, o óleo e o fermento.
- Misture bem com uma colher de pau
- Em seguida, acrescente a farinha de trigo e mexa devagar com a colher.
- Agora bata tudo à mão até ficar uma massa firme e homogênea.
- Coloque as fatias de queijo na massa e mexa devagar com a mão.
- Unte com óleo uma panela de ferro ou cubra a panela com folha de bananeira, como na foto acima do Marcelo Freitas, porque fica mais fácil desenformar. Não use fôrma comum para assar porque irá queimar o bolo.
- A panela é colocada na boca da chapa do fogão à lenha e coberta com uma chapa de aço, com brasa ardente.
- O bolo ficará pronto em mais ou menos 20 minutos.
- Mantenha o equilíbrio do fogo e da brasa para evitar que queime. 
A temperatura média do fogo ideal é de 180ºC. 
- A parte de baixo terá que ter mais brasa que fogo ardente. 
- Mantenha esse controle para que o bolo seja como antigamente. Além da receita tradicional, dosar a brasa tanto de baixo como da chapa por cima, é o segredo para que o bolo seja perfeito. 
Fotografias cedidas pelo Édson Artesão/@minas.trembao de Tiradentes MG, exceto a última foto.

Receita de bolo de leite quente

Um bolo leve, suave e muito fofinho.
INGREDIENTES
. 3 ovos + 2 gemas
. 1 copo (americano) de açúcar
. 2 copos (requeijão) cheios de farinha de trigo peneirada
. 1 colher de sopa cheia de fermento em pó
. 1 colher de café de sal
. 1 copo (requeijão) de leite quente, fervendo mesmo
. 2 colheres de sopa de manteiga
MODO DE FAZER
- Bata no liquidificador os ovos inteiros e as duas gemas com 1 colher de manteiga até ficar um creme claro
- Acrescente aos poucos a farinha de trigo com o fermento
- Ferva o leite com 1 colher de manteiga e despeje na mistura bem devagar
- Bata um pouco mais até ficar bem consistente
- Unte uma fôrma redonda com furo no meio com manteiga e farinha e despeje a massa.
- Asse por 30 minutos ou até dourar por cima.
Fotografias da Luciana Albano de Ibiá MG

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

O Pão de Fubá: origem e receita tradicional

(Por Arnaldo Silva) O uso do milho para se fazer pães em Minas Gerais tem origens no século XVIII, no início do Ciclo do Ouro. A falta de trigo na Colônia, fez com que os portugueses improvisassem pão, usando o milho consumido pelos indígenas, em especial o fubá, para fazer pães. O fubá substituiu a farinha de trigo.
          Usando o método de panificação português, surgiu um pão fofinho, amarelinho e com um cheiro inconfundível. Não apenas pão, mas bolos, broas, pãezinhos, roscas e biscoitos feitas com fubá.
          O fubá substituiu o trigo até meados do século XIX, quando o Brasil passou a importar mais o produto e ainda produzir trigo em pequena escala, principalmente na região Sul do País, com a chegada dos imigrantes europeus.
          Com o aumento da produção de trigo nacional e maior importação deste produto, a farinha de trigo passou a ser mais usada que o fubá, principalmente na produção de pães, reinando hoje absoluto, o pão francês.
          Mesmo assim, o tradicional Pão de Fubá continuou presente nas mesas mineiras, só que recebeu o acréscimo do trigo, para dar mais liga. Não só o pão, mas todas as quitandas feitas com fubá, se mantiveram presentes até os dias de hoje , sendo este ingrediente um dos mais importantes na gastronomia mineira.
Vamos aprender a fazer o tradicional Pão de Fubá:
INGREDIENTES
. 500 gramas de fubá 
. 2 xícaras (chá) de farinha de trigo + ou -
. 2 xícaras (chá) de leite morno ou água morna
. 1/2 xícara (chá) de óleo
. 3 colheres (café) de sal ou a gosto
. 3 ovos
. 1/2 xícara (chá) de açúcar
. 30 gramas (2 saquinhos) de fermento biológico para pão
MODO DE PREPARO
- Bata no liquidificador o leite morno ou a água morna, o óleo, o sal, os ovos, o açúcar e o fermento.
- Acrescente o fubá aos poucos e deixe batendo até que todos os ingredientes estejam bem diluídos
- Despeje o conteúdo numa vasilha e vá colocando a farinha de trigo aos poucos, mexendo com uma colher
- Quando começar a engrossar, comece a sovar com as mãos, até ao ponto de desgrudar. Se ficar muito mole, acrescente mais um pouco de farinha de trigo
- Não exagere na farinha. A massa não pode ficar dura demais, tem que simplesmente não grudar nas mãos.
- Coloque a massa em uma gamela e sove, até que a massa fique lisa e também homogênea.
- Faça uma bola com a massa, cubra com um pano e deixe por 60 minutos.
- Faça os moldes dos pães e coloque em fôrma untada com óleo e farinha de trigo.

- Cubra novamente e deixe descansando por mais 30 minutos.
- Após esse tempo, espalhe um pouco de fubá sobre a massa e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC e deixe assando por mais ou menos 30 minutos ou até começar a dourar.

Biscoito Tareco: origem e receita tradicional

(Por Arnaldo Silva) O Tareco é uma guloseima tradicional em Minas Gerais e no Nordeste do Brasil, principalmente em Pernambuco, onde acredita-se que a iguaria tenha surgido e se espalhado por todo o Nordeste. Em algumas regiões da Bahia o tareco é conhecido por biscoito Paciência.
          O tareco mineiro e nordestino não tem nada a ver um com o outro, nem na aparência e nem no sabor. Em comum, apenas que as duas guloseimas são biscoitos.
          Feito com farinha de trigo, ovos e açúcar, o tareco nordestino tem a massa mole, os moldes são feitos pingados, em formato de disco fino tipo bolachas, redondinhos. É torrado na chapa. É literalmente o significado original da palavra tareco, que é "pão de ló fatiado".
          Já o tareco mineiro, não. É diferente. A começar pela massa, que leva queijo e leite. Além disso é firme e homogênea e sovada até dar o ponto de enrolar. Os moldes são feitos em formato de biscoito retangular ou triangular, achatado e o biscoito é assado no forno.
          Aprenda a fazer biscoito tareco mineiro.
INGREDIENTES
. 1 kg de farinha de trigo
. 6 ovos
. 3 copos americanos de açúcar
. 1 copo americano de manteiga derretida
. 1 colher (chá) bem cheia de fermento em pó químico 
. 1 copo americano de leite (+ ou -)
. 3 copos americanos de queijo Minas meia cura ralado
. 1 colher (chá) de sal
MODO DE FAZER
- Em uma vasilha, coloque os ovos, o leite e bata com o açúcar.
- Em seguida, coloque a manteiga e misture bem
- Agora, vá acrescentando aos poucos a farinha de trigo, o queijo e o fermento e sove até que a massa fique bem firme e homogênea.
- Cubra a vasilha com um pano de prato e deixe descansando por 30 minutos.
- Depois desse tempo, pegue um punhado de massa com as mãos, dê uma achatada e corte em formato retangular, quadrado ou triangular.
- Pincele gema de ovo por cima, pulverize açúcar cristal e leve para assar em forno pré-aquecido a 200ºC por mais ou menos 30 minutos ou até que fiquem dourados.
A receita é da Dirce Richard de Abaeté MG, com o bordado e fotografias feitos pela Neusa de Faria de Paracatu MG

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Lamparina: o pastel doce de Nova Lima

(Por Arnaldo Silva) Lamparina é o nome de um pastel doce feito com massa folheada e coco, tradicional na cidade de Nova Lima MG a 35 km de Belo Horizonte. A guloseima foi inspirada na receita do Pastel de Belém, tradicional pastel de origem portuguesa. Foi apenas inspirado, não é igual. Quem conhece os dois pasteis percebe diferenças facilmente. Mas o Lamparina de Nova Lima é um doce maravilhoso, de sabor inigualável. Que nos perdoem nossos patrícios, é bem melhor.
          O pastel Lamparina de Nova Lima tem origens em meados do século XIX. Naqueles tempos, não existia energia elétrica na cidade e a lamparina era a única forma de iluminar as casas e pousadas à noite. 
          Segundo a tradição popular, para iluminar a noite em uma pousada da cidade, os hóspedes quando iam para seus quartos dormir, recebiam o pastel doce num prato e uma lamparina já acesa, num pavio molhado com azeite, para iluminar o quarto. Assim, passaram a chamar o doce de lamparina e o nome se popularizou assim.
          O quitute é tão importante para a cidade mineira que foi reconhecido como Patrimônio Imaterial de Nova Lima MG, registrado em 2016.
          A Lamparina chamou a atenção do Imperador Dom Pedro II, que experimentou a iguaria em visita à cidade em 1881. Dom Pedro II gostou demais do doce. Por esse motivo, passou a partir de então, a se popularizar não só na região, mas em Minas e na Corte, no Rio de Janeiro. (na foto acima do Júlio de Freitas/@julio_defreitas, o pastel Lamparina)
Veja como fazer o Pastel doce Lamparina 
Utensílios: Forminhas e rolo para pastel
          Esse pastel é diferente do comum, é assado em forminhas, tipo para empadas. 
Ingredientes para a massa
. 800 gramas de farinha de trigo
. 1 colher (chá) de sal
. 1 colher (sopa) de fermento em pó
. 3 ovos inteiros
. 2 colheres (sopa) bem cheias de banha de porco
. 1 copo (requeijão) de água
Recheio
. 3 cocos ralados
. 400 gramas de açúcar
. 1 noz-moscada ralada
. 400 gramas de manteiga
.9 gemas
Para folhar a massa
. 400 gramas de banha de porco
. 200 gramas de farinha de trigo misturada com 2 colheres de sopa de fermento
Modo de preparo
- Coloque numa vasilha a farinha, o sal e o fermento e misture tudo
- Em seguida, faça um buraco no meio e coloque os ovos e a banha.
- Despeje devagar a água e mexa apenas com as pontas do dedo, sem sovar. A massa não pode ser sovada.
- Mexa bem até que fique uma massa homogênea. Após isso, cubra e deixe descansando por 1 hora.
Enquanto a massa descansa, comece a preparar o recheio
- Pegue o coco, o açúcar e uma parte da noz-moscada e coloque numa vasilha. Misture e coloque a manteiga. Mexa bem até que os ingredientes fiquem bem incorporados.
- Em seguida, coloque as gemas de ovos e misture bem com uma colher. Reserve
Agora vamos folhear a massa que já descansou
- Pegue um pouco da mistura de farinha de trigo com fermento e espalhe sobre uma bancada e no rolo.
- Coloque a massa sobre a bancada e passe o rolo até que fique uma massa mais fina.
- Em seguida, passe a banha sobre a massa e salpique mais a mistura de farinha de trigo com fermento.
- Vire a massa, passe a banha e salpique mais farinha de trigo com fermento.
- Cubra e deixe descansando por mais 10 minutos.
- Pegue as forminhas, unte com manteiga e coloque-as todas sobre a bancada, lado a lado.
- Agora pegue a massa e coloque-a sobre as forminhas.
- Com ajuda de uma tesoura, vá cortando a massa, tirando os excessos de massa nas laterais.
- Aperte com o dedo a massa na forminha e com uma colher, vá colocando o recheio em cada forminha.
- Pré-aqueça o forno a 180 graus e leve as forminhas para assar por uns 40 minutos ou até que comecem a dourar.
- Antes de servir, se preferir, pulverize açúcar sobre as lamparinas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

O bolo Queca de Nova Lima

(Por Arnaldo Silva) O bolo Queca de Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, tem forte influência na culinária inglesa. Surgiu em meados do século XIX, quando ingleses passar a explorar a mina de Morro Velho na cidade.
          Por sentirem falta da culinária inglesa, passaram a fazer os principais pratos da cozinha britânica em nossas terras, tendo apoio das cozinheiras locais, que adaptavam as receitas típicas inglesas ao jeito mineiro de cozinhar. (na foto acima de Maria Aparecida Satim, o Bolo Queca)
           Além disso, tiveram que adaptar os ingredientes existentes em Minas Gerais para substituir os ingredientes usados nas receitas inglesas como frutas europeias, por exemplo, difíceis de serem encontradas na época, no Brasil.
          Os ingleses deixaram na cidade grande contribuição na economia, cultura, desenvolvimento e também na gastronomia de Nova Lima.
O bolo Queca
          Ema das grandes contribuições gastronômica dos ingleses para Nova Lima. Uma das receitas mais populares de Nova Lima é a Queca, uma das grandes contribuições dos ingleses para a gastronomia típica da cidade
          É um bolo que as nova-limenses, que trabalhavam nas casas dos ingleses aprenderam a fazer. Elas adaptaram uma tradicional receita inglesa, ensinada por suas patroas, aos nossos ingredientes substituindo por exemplo as frutas europeias, pelas frutas tropicais que existiam na região.
          As cozinheiras gostaram muito do resultado final e sabor do bolo, até então, diferente dos bolos que existiam em nossas terras. As patroas também gostaram do resultado final do bolo. 
          Além de fazer a Queca para os ingleses, passaram a fazer para seus familiares. Era tão bom que a guloseima passou a se popularizar entre os moradores de Nova Lima e de outras cidades da vizinhança. O bolo Queca caiu no gosto de todos.
A origem do Queca
          Na verdade, o nome original do bolo era Cake English, que traduzindo, significa: bolo inglês. As patroas, falavam um português com forte sotaque, e as nova-limenses da época, que trabalhavam para os ingleses, não entendiam muito o que as patroas e patrões falavam. Da palavra Cake (pronuncia-se "keik",), entendiam “queca”, assim escreviam e assim pronunciavam, ficando assim o nome. (na foto acima de Júlio de Freitas/@julio_defreitas, o Bolo Queca, entre o queijo e o pão de queijo)
          É um bolo muito comum na época de natal, típico da Inglaterra, feito com frutas cristalizadas, castanhas, nozes, passas, ameixas e cerejas. A fôrma para fazer esse bolo era também diferente, até então inexistente no Brasil, que é a fôrma pequena e bem retangular, chamada de fôrma para bolo inglês, muito comum hoje e fácil de encontrar.
          Assim surgiu a “Queca”, um bolo mineiro, originário de Nova Lima, com inspiração no English Christmas Cake. É um bolo tradicional, encontrado nas confeitarias e padarias da cidade, principalmente na época do Natal e além disso, já vindo bem embrulhado, no capricho. (na foto acima da Maria Aparecida Satim, o bolo Queca)
Receita do bolo Queca
Ingredientes

. 1 quilo de farinha de trigo
. 9 ovos
. 1 colher (sopa) bem cheia de banha de porco
. 250 gramas de manteiga em temperatura ambiente
. 1 colher (sopa) de fermento em pó
. 1/2 noz-moscada ralada
. 1 colher (chá) de canela em pó
. 1 colher (chá) de erva doce
. 1 colher (chá) de cravo moído
. 1 colher (chá) de sal
. 250 gramas de frutas diversas cristalizadas
. 150 gramas de passas pretas sem sementes
. 150 gramas de passas brancas sem sementes
. 150 gramas de ameixas pretas sem caroço e já picadinhas
. 150 gramas de nozes picadinhas
. 150 gramas de cerejas picadinhas
. 1 dose e meia de conhaque
. 1 pitada de bicarbonato de sódio dissolvido no suco de um limão
Para a calda: 500 gramas de açúcar e 3 copos de água
Preparando o bolo Queca
- Coloque o açúcar numa panela, derreta e vá aos poucos despejando a água fria, deixando no fogo e mexendo, até ficar uma calda densa. Reserve
- Numa vasilha, coloque as passas pretas e brancas, despeje o conhaque e deixe de molho.
- Numa bacia coloque as frutas cristalizadas, a ameixa, as passas, as nozes, as castanhas e as cerejas (deixe um pouco de nozes, castanhas e cerejas para decorar o bolo) e misture tudo. Reserve
- Em outra vasilha, coloque os ovos, a manteiga e a banha e bata com uma colher.
- Despeje a calda de açúcar e bata novamente.
- Acrescente agora o restante da farinha, o fermento em pó, o sal, a noz moscada, a canela, a erva doce e o cravo.
Misture tudo com a ajuda de uma colher de pau e adicione em seguida o conhaque molho com as passas.
- Bata bem a massa com a colher até ficar firme e homogênea.
- Coloque na massa as frutas cristalizadas e misture, com as mãos.
Acrescente agora o limão com o bicarbonato misturado e misture a massa novamente, com as mãos.
- Ligue o forno em 180°C e na prateleira mais baixa do forno, coloque água e deixe o forno ligado por 15 minutos, antes de colocar as fôrmas com as Quecas
- Unte as 4 fôrmas com manteiga e farinha ou use papel manteiga e despeje a massa nas fôrmas, mas sem encher muito porque crescerão.
- Espalhe um pouco de nozes, castanhas e cerejas por cima das Quecas e leve para assar por mais ou menos 60 minutos.
- Faça o teste do palito. Caso esteja no ponto, desligue e reque por cima, um pouco de conhaque. Espere esfriar e sirva.
- Caso queira, guarde as Quecas, embrulhadas com papel filme e coloque-as em potes fechados. Assim elas preservarão o sabor por 3 dias.
          O modo tradicional de fazer a Queca foi reconhecido como Patrimônio Imaterial de Nova Lima em 2012 e reconhecido ainda como bem "relevante de interesse cultural" pelo Estado de Minas Gerais.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Receitas de bolo de fubá caipira e pão de queijo roceiro

(Por Arnaldo Silva) Duas receitas tradicionais e de roça, assada no forno de barro, nos quintais mineiros. Bolo de fubá e Pão de Queijo, deliciosas quitandas que nunca estão ausentes das mesas mineiras.
          As quitandas foram feitas e fotografadas pela Belchiolina da Pousada Arca da Aliança em São José do Barreiro, distrito de São Roque de Minas. Foram assadas tradicionalmente no forno de barro, mas como a maioria não tem forno de barro em casa, asse em forno a gás, que fica bom também.
Receita de bolo de fubá caipira
INGREDIENTES

. 3 xícaras (chá) de fubá mimoso
. 1 xícara (chá) de farinha de trigo
. 1 1/2 xícara (chá) de açúcar
. 6 ovos (separe a clara da gema)
. 1 vidro de leite de coco
. 1 xícara (chá) de manteiga em temperatura ambiente
. 1 colher (sopa) de fermento químico em pó
. Erva doce a gosto
MODO DE PREPARO
- Coloque na vasilha da batedeira as gemas, a manteiga e o açúcar e misture com uma colher
- Acrescente o leite de coco e misture novamente.
- Acrescente a farinha de trigo, mexa e agora o fubá.
- Agora ligue a batedeira e bata bem até ficar uma massa homogênea
- Desligue, acrescente agora as claras em neve, a erva doce, o fermento em pó e mexa com uma colher.
- Unte uma fôrma com manteiga e polvilhe fubá e leve ao forno pré-aquecido (180ºC) e deixe assando por cerca de 35 minutos ou até dourar.
- Espere esfriar um pouco, desenforme e sirva acompanhada de um bom café.
Receita de Pão de Queijo Roceiro
INGREDIENTES
. 1 prato (esmaltado) fundo e bem cheiro de polvilho azedo
. 1 xícara (café) de fubá mimoso
. 1 xícara (chá) de leite integral
. 1 prato esmaltado (raso) de Queijo Minas fresco ralado
. 1 colher (sobremesa) de sal
. 2 ovos
. 1 concha de banha de porco
MODO DE PREPARO
- Ferva o leite com a banha e misture com o fubá. Mexa bem com uma colher para não empelotar.
- Acrescente o polvilho a essa mistura e vá escaldando e misturando bem. Espere esfriar.
- Acrescente o queijo, o sal e os ovos e comece a amassar, amolecendo a massa com o leite, pingado aos poucos.
- Faça os moldes, coloque-os numa fôrma untada com óleo ou manteiga e leve para assar a 180°C por 40 minutos ou até que dourem.

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Receita de Iaiá com Ioiô e tempero mineiro

(Por Arnaldo Silva) Receita mineira no século XVIII, consumida pelos escravos nas senzalas que com certeza, você vai dizer que nunca ouviu falar. Isso porque é praticamente desconhecida da maioria dos mineiros, já que é uma das mais antigas receitas da nossa culinária. Iaiá é a carne de vaca picadinha e o Ioiô é o angu, uma iguaria criada pelos índios, bem antes da chegada dos espanhóis e portugueses à América, já que o milho e seus derivados já eram consumidos pelos indígenas há pelo menos 2 mil anos. Iaiá era uma palavra que os escravos usavam para se referir às meninas moças.
          O Ioiô é um brinquedo antigo, surgido no ano 500 a.C, portando milenar. Não é palavra africana, tem origem incerta, mas acredita-se que seja na Grécia antiga, na China ou Filipinas. O brinquedo foi trazido de Portugal no século XVIII e o nome se popularizou, principalmente entre os escravos. A mistura do Iaiá, a carne de vaca, com o angu, o Ioiô, passou a ser chamado de Ioiô pelos escravos foi mais combinar os nomes.
          São nomes de pratos que se perderam ao longo do tempo e esquecidos até mas estão presentes até hoje em nossas mesas, mesmo que não seja feito da forma original, do século XVIII. 
          Para fazer a autêntica comida mineira, o tempero tem que ser mineiro. Então, vamos aprender a fazer o tempero mineiro.
Ingredientes para o tempero mineiro
. 250 gramas de alho
. 5 cebolas grandes
. 1 molho de cebolinha e outro de salsinha
. 2 pimentões verde
. 2 quilos de sal + ou -
Modo de preparo do tempero mineiro
- Pique em pequenos pedacinhos os pimentões, o alho, a cebola, a cebolinha e salsinha.
- Coloque tudo no liquidificador, bata e vá despejando sal até que fique uma massa grossa e firme.
          Prontinho, já pode usá-lo.
          Agora que já sabemos fazer o tempero mineiro, vamos à receita do Iaiá com Ioiô:
INGREDIENTES 
. 1 quilo de Iaiá (é carne de vaca)
. 2 colheres (sopa) bem cheias de fubá (o fubá, quando engrossado na água, vira angu, que é o ioiô)
. 1 molho de mostarda ou se preferir, cebolinha
. Tempero mineiro a gosto
. 2 colheres (sopa) de banha
MODO DE PREPARO
- Pique a Iaiá em pedaços bem pequenos
- Em uma panela, coloque o óleo, o tempero mineiro, mexa e em seguida, toda a Iaiá.
- Coloque água o suficiente para cobrir a carne e deixe cozinhando até ficar bem cozida.
- Quando a carne estiver bem cozida, espere esfriar 
- Assim que estiver esfriado, acrescente o fubá.
- Mexa até o fubá dissolver bem e deixe no fogo até ferver
- Espere esfriar, enquanto isso, refogue a mostarda.
- Coloque a mostarda por cima ou se preferir, a cebolinha e sirva quente.
          Esse prato é quente, portanto, é ótimo para dias frios.
          Usei panela de pressão em pedra sabão para cozinhar a Iaiá e fiz todo o prato na panela de pressão mesmo. Fotos autorais de Arnaldo Silva.
       

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Receita de rosquinha de nata da Tia Rosa

(Por Arnaldo Silva) Receita da Tia Rosa de São Roque de Minas, de uma das mais deliciosas e tradicionais quitandas mineiras, desde o século XIX presente em nossas mesas. O ingrediente principal é a nata do leite cru. O leite é colocado em repouso por 12 horas e com uma escumadeira é retirar a gordura que fica na superfície do leite. Essa é a nata, a gordura do leite.
INGREDIENTES
. 500 gramas de nata
. 350 gramas de queijo Canastra meia cura ralado (segundo Tia Rosa, quanto mais queijo, mais macia ficam os biscoitos
. 1 kg de farinha de trigo + ou -
. 1 xícara (chá) de açúcar
. 1 pitada de sal
. 3 ovos
. 1 colher (sopa) de fermento em pó
. Manteiga para untar e pincelar, além de açúcar refinado (opcional)
MODO DE PREPARO
- Em uma vasilha adicione a nata, os ovos e o açúcar. Misture até dissolverem bem todos os ingredientes
- Em seguida coloque queijo ralado, o fermento e o sal
- Misture e vá colocando a farinha de trigo aos poucos.
- Comece a sova e sove bastante com as mãos e com força até que a massa esteja desgrudando mãos e no ponto de enrolar.
- Pegue um punhado da massa e faça os moldes da forma da forma que desejar e coloque as rosquinhas em fôrma untada com manteiga e enfarinhada.
- Leve ao forno pré-aquecido a 200ºC e deixe assando por 30 minutos ou até que fiquem douradas.
- Desligue e com as rosquinhas ainda quentes, passe manteiga nos biscoitos e espalhe um pouco de açúcar cristal
- Em seguida, retire e deixe esfriar fora do forno.
Agora é só servir com um delicioso café.
Se sobrar, guarde em potes tampados. Duram em média 10 dias, se bem conservados.
Receita fornecida pela Tia Rosa de São Roque de Minas, com fotos enviadas pela Nilza Leonel de Vargem Bonita

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Receita de biscoito de goma espremido de Joaíma

(Por Arnaldo Silva) Joaíma é uma cidade pacata e charmosa cidade mineira do Vale do Jequitinhonha com cerca de 16 mil habitantes, distante 700 km de Belo Horizonte.
          Rica em cultura, tradições e gastronomia, destacando os queijos e biscoitos, em especial o Biscoito de Goma. No Vale do Jequitinhonha, o polvilho doce como conhecemos é chamado de goma. Biscoito de goma é biscoito de polvilho mas feito de maneira diferente do restantes das outras regiões mineiras.
          Feito de forma diferente, muito saboroso e crocante.
          Quem ensina a fazer o Biscoito de Goma espremido é Dona Dolores Oliveira Souza.
VEJA OS INGREDIENTES
. 4 quilos de goma (que é o polvilho doce)
. 1 litro de óleo
. 8 a 10 ovos
. Sal a gosto
MODO DE FAZER
- Peneire a goma em uma peneira fina.
- Aqueça o óleo, sem fervê-lo.
- Vá despejando o óleo quente e mexendo com uma colher
- Quando esfriar, coloque o sal a seu gosto e mexa com as mãos.
- Vá acrescentando os ovos um a um, e sovando com as mãos até a massa ficar lisa, firme e um pouco mole. Caso precisa, acrescente mais ovos, além do indicado na receita.
- Coloque a massa em uma saco de confeiteiro ou um saco de plástico grosso e vá despejando a massa, em forma de palito, com movimentos em S, num tabuleiro untado com óleo. (na foto acima tem dois modelos de moldes que dona Dolores faz, fica a sua escolha)
- Leve para assar em forno preaquecido a 180°C graus e deixe assando até dourar.

Receita fornecida por Dolores Oliveira Souza com fotos do Sávio Ferraz

Receita do Pão de Queijo da Tia Rosa

(Por Arnaldo Silva) Dona Rosa, mais conhecida por Tia Rosa, é uma simpática moradora de São Roque de Minas, no Oeste de Minas, cidade que faz parte da Região Queijeira Serra da Canastra.
          Suas quitandas, principalmente o pão de queijo, são famosas na cidade. Quando ajudava na Mercearia Empório, na vizinha Piumhi MG, fazendo suas quitandas, a freguesia estava sempre mercearia para comprar suas quitandas e outras coisas também.
          Se tem um pão de queijo perfeito, o da Tia Rosa é, como podem ver na foto acima. Sem dúvida, é maravilhoso, saboroso e inigualável. Só de ver pelas fotos, a gente percebe isso.
          O bom disso tudo é que Tia Rosa, na foto abaixo com seu famoso pão de queijo, não guarda seus segredos culinários e mandou pra nós a receita do seu famoso pão de queijo.
          Veja a receita do jeito que Tia Rosa nos ensinou:
          "Uso dois quilos de polvilho: 1 kg de polvilho azedo e 1 kg de polvilho doce, um pouco de sal, dois copos, aquele americano, de água quente, copo americano de banha de porco e mais dois copos, americano também, de leite quente, uns 8 ou 10 ovos da roça, de galinheiro mesmo e queijo curado sem muita miséria, mais de meio quilo pelo menos. Bom mesmo para fazer pão de queijo é o Queijo Canastra.  
           Ai fervo a água, o leite com a banha, tudo junto, enquanto ferve, eu misturo os dois polvilhos com o sal a meu gosto, começo a escaldar o polvilho, despejando a mistura quente devagar, mexendo com uma colher para não queimar a mão. 
          Quando termino de despejar a mistura quente, vou mexendo com a colher até esfriar. Depois disso, coloco o queijo, misturo e vou colocando os ovos, um de cada vez e amassando com as mãos.
          Tem que sovar bem, a massa tem que ficar lisinha. Tem que ter braço forte para sovar senão o pão de queijo não vai ficar bom não. Quanto mais sovar melhor. 
        Quando a massa não estiver grudando nas mãos, está no ponto. Ai você passa gordura nas mãos, pega um punhado da massa e enrola. Eu gosto de fazer em tamanho grande. Mas não esqueça de passar a gordura nas mãos toda vez que for enrolar.
          Coloca o pão de queijo na forma e leve para assar em forno já aquecido a 180° por uns 40 minutos. Quando começar a ficar douradinho por cima já está bom. 
           Enquanto está assando, faço café".
          Ai está a receita do famoso pão de queijo da Tia Rosa. Imagina com um café bem fresquinho, colado num coador de pano! Agora é só fazer. 
As fotos foram enviadas pela Nilza Leonel de Vargem Bonita MG

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Doce de abóbora moranga caramelizado

INGREDIENTES
. ½ abóbora moranga
. 1 xícara (chá) de açúcar
. 1 e ½ xícara (chá) de água
. Canela e cravo a gosto (opcional)
MODO DE PREPARO
- Corte a abóbora ao meio e sem retirar a casca, retire as sementes e leve. Esfregue a casca para que fique bem limpa.
- Corte a moranga, com a casca, em pedaços grandes.
- Em uma panela, coloque o açúcar e a metade da água.
- Misture bem e leve ao fogo médio, sem mexer.
- Quando começara formar uma calda levemente marrom, coloque os pedaços da abóbora com a casca virada para cima.
- Coloque o restante da água devagar.
- Acrescente o cravo e a canela, se optar, mexa um pouco, mantendo a casca da abóbora para cima.
- Tampe e deixe cozinhando no fogo médio por cerca de 30 minutos ou até que a abóbora esteja bem macia.
- Se precisar, acrescente mais água, mas dessa vez, água quente.
- Quando estiver macia, desligue.
          Quando servido quente, o doce harmoniza com carne de panela, carré de porco e também peixe e frango.
          
Quando servido frio, é uma ótima sobremesa, harmonizando perfeitamente com Queijo Minas. Fotografias da Giselle Oliveira de Diamantina MG

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Receita do biscoito Ginete do Norte de Minas

(Por Arnaldo Silva) A região Norte de Minas é formada por 89 municípios. No Norte mineiro predomina o bioma Cerrado e em menor parte, a Caatinga. Uma região diversificada, rica em cultura, artesanato, folclore, belezas naturais, riquezas minerais e uma tradição tricentenária na gastronomia.
          A culinária do Norte de Minas tem forte influência portuguesa, indígena, africana e nordestina. Essa influência enriqueceu e solidificou a culinária regional, destacando pratos a base de frutos do Cerrado, como o pequi, além do bolo puba, o cascarrão, pratos com peixes de água doce, a cachaça e o popular biscoito Ginete.
          Sempre presente nas mesas do povo do Norte de Minas, o biscoito Ginete é uma deliciosa tradição norte mineira, além de nordestina, principalmente no estado de divisa, a Bahia.
          O biscoito Ginete faz parte dos saberes e sabores norte mineiro, inclusive em parlendas. Pra quem não sabe, parlendas são pequenos versos cantados ou entoados, em poucas sílabas. Vesinhos tipo “Bam ba la lão. Senhor Capitão. Espada na cinta. Ginete na mão”, ou ainda “Um, dois, feijão com arroz. Três, quatro, feijão no prato. Cinco, seis, chegou minha vez. Sete, oito, comer biscoito. Nove, dez, comer pastéis!!!” Lembram? As parlendas ajudavam muito no aprendizado das crianças.
          Mas vamos ao que interessa, a receita do Biscoito Ginete.
INGREDIENTES
. 1 quilo de polvilho doce
. 1 ½ xícara (chá) de açúcar
. 500 gramas de manteiga em temperatura ambiente
. 6 a 8 ovos batidos
. 1 colher (café) de bicarbonato
. 1 pitada de sal
. 1 pacote de coco ralado
MODO DE PREPARO
- Em uma gamela, despeje todo o polvilho, acrescente o bicarbonato, o sal, o coco ralado, o açúcar e misture tudo.
- Acrescente a manteiga e misture bem.
- Mexa, até todos os ingredientes estarem bem homogêneos.
- Vá acrescentando aos poucos os ovos batidos e mexendo. A massa não pode ficar muito dura e nem muito mole, mas homogênea e lisa.
- Unte uma fôrma com manteiga.
- Coloque a massa em um saco de confeiteiro e vá espremendo e fazendo os moldes, espalhando a massa na fôrma, em forma anelar ou palito. (nas fotos, dois modelos de moldes)
- Leve para assar em forno preaquecido a 200°C graus e deixe assando por 15 minutos, tomando cuidado para não dourar por cima porque queima rápido.
- Se preferir, espalhe coco ralado por cima ou açúcar refinado e sirva com café.
Fotografias de Edson Borges em Felício dos Santos MG, Vale do Jequitinhonha

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Congonhas do Norte e a receita do Feijão Ferrado

(Por Arnaldo Silva) Cidade pacata, pequena, charmosa, atraente e histórica, Congonhas do Norte conta com cerca de 5 mil habitantes. Localizada nos entornos da Serra do Espinhaço, o município faz parte da Estrada Real. Distante 244 km da Capital, faz divisa com Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas, Santana de Pirapama, Santana do Riacho, Gouveia, Presidente Juscelino e Presidente Kubitschek. (na foto abaixo do Edson Borges, o Feijão Ferrado, um dos mais antigos pratos típicos mineiros)
Origem da cidade e do nome
          Emancipada em 30 de março de 1962, Congonhas do Norte tem suas origens no início do século XVIII, entre 1711 e 1715, no início da descoberta de ouro em Minas Gerais.
          Numa serra abundante num arbusto nativo e medicinal, conhecido por Congonhas, foram encontrados cristais e pedras preciosas, como o ouro, pelas bandeiras de Fernão Dias Paes Leme e Borba Gato. Com a descoberta de ouro na região, começou a extração do mineral.
          Nas proximidades do garimpo, na parte de cima de uma serra denominada de Serra da Lapa, foi se formando um pequeno arraial, com o nome de Congonhas de Cima da Serra da Lapa, alusivo a planta nativa da região, encontrada em grande quantidade nas margens dos rios da região.(na fotografia acima do Gabriel Junio, a Praça da Matriz de Congonhas do Norte)
          O pequeno povoado foi elevado a distrito, deixando de ser subordinado a São Francisco de Assis de Paraúnas para pertencer a Conceição do Mato Dentro, permanecendo subordinado a esse município até sua emancipação, em 30 de março de 1962. A cidade adotou o nome de Congonhas do Norte, por estar na parte norte do Espinhaço e para diferenciar de outra cidade homônima, Congonhas do Campo, hoje simplesmente, Congonhas, cidade histórica a 88 km de Belo Horizonte, na Região Central.
Turismo e tradições
          Além de ser uma cidade histórica, Congonhas do Norte se destaca no turismo graças as suas belezas naturais e cachoeiras formadas pelos Rio das Pedras e Congonhas, como as cachoeiras da Bagagem, da Fumaça, do Jacu, do Poção, da Quebra Cangalha, do Maurício, do Bicame (na foto acima do Tom Alves/@tomalvesfotografia), além Barragem do Levi, de trilhas, matas nativas, paisagens rupestres em cavernas como a do Água Debaixo do Chão, da Imbaúba, do Lombé, do Medrado, do Morcego, do Tatu, dos Índios e do Lacerda, sem contar todo o cenário cênico da Serra do Espinhaço.
          A cidade é bem tranquila, seu casario colonial e templos históricos são simples e bem preservados com destaque para a Matriz de Santana, construída no início do século XVIII, tombada pelo IEPHA/MG, em março de 1985 e IPHAN em 2010, além de seu povo ser gentil e muito hospitaleiro. (fotografia acima de Gabriel Junio)
          Congonhas do Norte valoriza e preserva suas tradições familiares, folclóricas e culturais como a Carruagem que consiste em desfile de carros de bois, a Banda Música Lira Santana, a marujada e suas tradições religiosas como a Festa do Divino Espirito Santo e Aniversário da cidade em março, a Festa de Sant´Ana em julho e a Festa de Nossa Senhora do Rosário em setembro.
Tradição na gastronomia mineira
          Congonhas do Norte, por ter origens no século XVIII num pequeno arraial. Por fazer parte da Estrada Real, era caminho de tropas que iam e vinham pelos rincões mineiros trazendo e levando mercadorias para abastecer o comércio local e das redondezas, em lombos de burros, mulas e em carros de bois. Era o tempo das tropas e o arraial servia de pouso, alimentação e descanso dos tropeiros.
          Com a presença constante de tropeiros na região, o modo e estilo de vida e principalmente sua culinária, passaram a ser incorporadas à comunidade local inclusive na prática do cozimento dos alimentos preparados pelas tropas. (na foto acima do Gabriel Junio, o altar da Matriz de Santana)
          Um dos pratos mais comuns entre os tropeiros da região, presente até os dias de hoje como tradição da cidade é o Feijão Ferrado. Por ser um prato rápido e de fácil preparo, era o preferido dos tropeiros que não tinham muito tempo para paradas. Esse prato tem como base a farinha, o feijão, o toucinho e a banha do porco. Era feito em um fogão improvisado no chão, com um caldeirão de ferro fundido pendurado em haste de ferro.
          Surgiu no começo do século XVIII, antes mesmo do tradicional Feijão Tropeiro que conhecemos existir e se popularizar. Com base no Feijão Ferrado, o Feijão Tropeiro se tornou o prato preferido dos tropeiros já que tinha sustança como carne de porco, linguiça, ovo frito, tudo junto e misturado. 
          Com a preferência pelo Tropeiro tradicional o Feijão Ferrado se tornou uma opção de comida rápida e mesmo com a opção maior pelo Feijão Tropeiro, a receita tropeira do Feijão Ferrado foi preservada em Congonhas do Norte da mesma forma que há 300 anos atrás. 
          O Feijão Ferrado é um dos pratos tropeiros responsáveis pela identidade gastronômica de Congonhas do Norte, tradição secular na cidade, além de um dos símbolos da história dos tropeiros em Minas Gerais.
Receita tradicional do Feijão Ferrado
          Segundo a tradição, a farinha, o toucinho e o tempero não é colocada com o feijão, durante o preparo. Vai separado para ser misturado ao feijão já no prato na mesa. Veja a receita e as fotos do prato sendo feito e já pronto, feitas pelo Edson Borges de Felício dos Santos MG.
Ingredientes:
. 500 gramas de feijão roxinho
. Tempero feito apenas com alho amassado e sal
. 200 gramas de toucinho de barriga carnudo picado, de preferência que esteja armazenado na lata, na banha do porco, como antigamente. Caso não encontre na lata, use o toucinho normal mesmo.
. Farinha de mandioca a gosto
Modo de preparo
- Cozinhe do fogão na água com um pouco de gordura apenas, sem tempero, até que esteja cozido, mas não deixe cozinhando até desmanchar, tem que estar levemente rígido.
- Seguindo a tradição original, escorra a água e coloque o feijão em pratos.
- No lado dos pratos, coloque o tempero e a farinha, separados com os talheres.
- Feito isso, frite o toucinho e coloque nos pratos e misture.
- Misture com a colher e tempere na quantidade de seu gosto e em seguida coloque a farinha.
          Agora é só servir, acompanhado por uma dose de cachaça mineira e se tiver, cebolinha.
          Caso não queira fazer no modo tradicional, misturando os ingredientes no prato, pode fazer cozinhe o feijão, escorra. Em uma panela, coloque o toucinho, o alho e o sal e frite. Escorra, acrescente o feijão, misture, coloque a farinha e misture mais. Prontinho!
          Visite Congonhas do Norte. A cidade é pequena, charmosa, sossegada e bem estruturada para receber turistas com hotéis e pousadas tradicionais, uma boa estrutura urbana com um comércio pequeno mas variado, gente boa em todos os cantos e restaurantes diversos, com a legitima e autêntica cozinha mineira e tropeira!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

A Pelinha de Angu frita de Pedra Dourada

(Por Arnaldo Silva) Essa receita é tradicional em Pedra Dourada MG, Zona da Mata, feita pela Dona Ercilene Zan Fava, moradora da zona rural da cidade. É bem simples e a iguaria é uma das mais procuradas pelos moradores da região e para quem faz o Caminho da Luz, rota de peregrinação entre Tombos e Alto Caparaó. Dona Ercilene conta que aprendeu a preparar a pelinha de angu com sua mãe, desde quando era menina. 
          Não é a raspa do angu não gente, é a pele que é formada por cima do angu. Fazer é bem simples e os melhores dias para fazer a iguaria são os dias de sol forte e calor. (na foto abaixo do Brunno Estevão, a Dona Ercilene Fava, sorridente com o tabuleiro com as suas pelinhas de angu já prontas)
Você vai precisar de:
. 500 gramas de fubá
. 2 litros de água
. Sal a gosto
. Banha de porco ou se preferir, óleo vegetal para fritar
Modo de preparo
- Pegue a metade da água e dissolva o fubá.
- Num tacho ou panela bem grande, coloque a outra metade para ferver, acrescente o fubá dissolvido, o sal e mexa bem até engrossar, como pode ver na foto acima da dona Ercilene.
- Quando estiver grosso, retire do fogo e espalhe o angu em travessas ou pratos, como pode ver na foto acima da dona Ercilene e deixe esfriar bem. Irá formar uma pele por cima.
- Com as mãos, do jeito que a dona Ercilene mostra acima, retire devagar essa pele, que está por cima do angu, começando pelas pontas, como a dona Ercilene mostra abaixo.
- Pendure num varal, sobre o fogão a lenha e deixe secando de um dia para o outro, como pode ver na foto abaixo da dona Ercilene.
- Quando as peles, estiverem secas, retire-as inteiras do varal e frite-as em quente quente, até dourar um pouquinho.
- Escorra bem, como a dona Ercilene está fazendo acima e coloque as pelinhas um tabuleiro como pode ver na foto abaixo do Brunno Estevão, o tabuleiro cheio de pelinhas de angu prontinhas.
- Espere esfriar e sirva em seguida. Não demore muito a comê-las porque com o tempo, podem murchar. Fica crocante, deliciosa e é um excelente aperitivo. (todas as fotos são de autoria do Brunno Estevão)

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