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quarta-feira, 16 de junho de 2021

O Caminho de Nhá Chica

(Por Arnaldo Silva) Amada, venerada, querida e respeitada, por todos, desde os mais simples, aos ricos e mais importantes figuras do período imperial no Brasil, época em que ela viveu. Nhá Chica foi uma das grandes personalidades mineiras do século XIX. 
          Leiga e católica fervorosa, em vida, já era considerada santa, pela imensa bondade e exemplo de temor à Deus, de fé, de amor e respeito ao próximo que demonstrava, além de milagres, a ela, atribuídos. (fotografia acima de Carol Biancardi)
          É carinhosamente chamada de “Santinha de Baependi” e também de “mãe dos pobres”.
          Sua história de vida mistura amor ao próximo, simplicidade, fé, caridade, serenidade, paciência e sabedoria nos atos e palavras. Não discriminava ninguém, atendia a todos por igual. Tinha sempre nos lábios palavras de conforto e orientava com sabedora, todos que a procuravam.
           Ninguém saia de sua casa sem ser ouvido e atendido. Eram pessoas que chegavam com diversos tipos de problemas, vindas da região e de lugares mais distantes. Recebiam de Nhá Chica o conforto que necessitavam, em orações e conselhos. (na foto acima, do Caminho de Nhá Chica/Divulgação, a Cachoeira da Usina, em Natércia, na divisa com Conceição das Pedras, um dos trechos do roteiro)
          Se chegavam com os corações vazios e sem esperanças, saiam cheios de alegria, com fé renovada e felizes. Muita gente, seja rico ou pobre, não tomava decisões em sua vida, sem antes pedir seus conselhos. Chamada e tratada como Santa, humildemente, com voz serena e tranquila, dizia: “É porque rezo com fé”.
          O único dia que Nhá Chica não atendia as pessoas, era na sexta-feira. Nesse dia, a Beata cuidava de sua casa e lavava suas roupas. Na parte da tarde, se dedicava a penitências, a ouvir versículos da Bíblia, lidos por pessoas próximas, já que, Nhá Chica, não sabia ler e nem escrever.
          Fazia ainda orações e dedicava um bom tempo desse dia, para veneração à Nossa Senhora da Conceição. Em sua casa, construiu uma pequena ermida e nela, colocou a imagem da Santa, que pertenceu à sua mãe. Essa mesma imagem está acima do túmulo onde estão os restos mortais de Nhá Chica, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Baependi MG. (na foto acima do Rogério Salgado) Nhá Chica considerava a sexta-feira um dia especial, de recordação do sofrimento e morte de Jesus na cruz, para nos dar a salvação.
Natural de Santo Antônio do Rio das Mortes
          “Nhá” é corruptela de “sinhá”, que é corruptela de “senhora”. Mineiro tem o hábito de reduzir as palavras. De senhora, reduziu para sinhá e por fim, nhá, uma forma carinhosa de tratar os mais velhos, além de demonstrar, respeito. Carinhosamente, Francisca passou a ser chamada de Nhá Chica, diminutivo carinhoso e respeitoso de Sinhá e Francisca.
          Nhá Chica nasceu no início do século XIX, em 1810, no período da Escravidão do Brasil, em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei, no Campo das Vertentes. Nesse distrito, foi batizada, em 26 de abril de 1810, com o nome de Francisca de Paula de Jesus. Era filha e neta de escravos. O lugar onde Nhá Chica foi batizada, é hoje um dos mais importantes pontos de visitação de São João Del Rei.
          Das ruínas da antiga capela, restou a Pia Batismal, levada para a Igreja de Santo Antônio. No lugar, uma réplica foi colocada no exato lugar, onde ficava a pia batismal, original e ao lado, uma capela foi construída, igual a que existia no tempo da Beata. (na foto acima do Nilton Carvalhos Rios - Pyoi, a pia batismal, original, onde Nhá Chica foi batizada, colocada no interior da Igreja de Santo Antônio em Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei MG)
Mudança para Baependi
          Nhá Chica, seu pai, sua mãe Isabel e seu irmão, Teotônio, mudaram-se para Baependi, cidade do Sul de Minas Gerais, quando ainda era menina. Levaram na viagem o pouco que tinham. O mais valioso, era a imagem de nossa Senhora da Conceição, que pertencia à sua mãe. Santa de devoção de Nhá chica, desde menina, era chamada por ela, de “minha sinhá” e “minha amiga”.
          Seu pai faleceu, quando tinha apenas 10 anos e seu irmão, 12. Órfã, para suportar a dor da perda do pai, bem como a vida difícil que vivia, se apegava a fé em Nossa Senhora da Conceição, se dedicando desde menina, à caridade e orações, sendo sempre incentivada em sua fé, por sua mãe.
          Fez de sua fé e caridade, seu modo de vida. Nunca se casou, sua vida era a devoção à Nossa Senhora da Conceição e à Deus, com quem buscou servir, de corpo e alma. Tinha uma vida simples em sua humilde residência. Hoje, restaurada, sua casa é um dos pontos mais visitados da cidade (na foto acima do Rogério Salgado)
Falecimento
          Faleceu em 14 de junho de 1895, aos 85 anos, na cidade de Baependi. Seu velório durou 4 dias, permitindo assim a presença de seus devotos, que vieram de várias cidades da região, para se despedirem da mulher que consideravam santa. Todos que estiveram no velório, foram unânimes em dizer que sentiram uma paz enorme no lugar e o cheiro de um misterioso e diferente perfume de rosas, exalando do corpo de Nhá Chica.
          Foi sepultada no interior da capela de Nossa Senhora da Conceição, que construiu graças a doações que conseguiu juntar, durante 30 anos. A pequena ermida, construída por Nhá Chica, foi ampliada, com o crescimento de peregrinação ao local. Os restos mortais da Beata, foram colocados em uma urna, debaixo de um simulacro do corpo de Nhá Chica. Pouco acima do monumento, a imagem original de Nossa Senhora da Conceição, que Nhá Chica herdou de sua mãe, Isabel. 
          Hoje, a antiga ermida, deu lugar ao Santuário da Imaculada da Conceição de Nhá Chica (na foto acima de Carol Biancardi). Recebe visitas diariamente de fiéis vindos de todo o Brasil, e até de outros países. Vêm ao Santuário, para pedirem intercessão por graças, ou mesmo, agradecerem, as já recebidas. Quando retornam para agradecer as graças recebidas, deixam seus agradecimentos e testemunhos dos milagres, na Sala dos Milagres. São milhares de relatos de graças alcançadas, por intercessão de Nhá Chica, expostos nesta sala.
Beatificação
          Aclamada e reivindicada pelo povo mineiro como santa, a campanha para santificação de Nhá Chica teve início em 1952 com o longo processo terminando em 4 de maio de 2013, quando Nhá Chica foi beatificada em Baependi, na presença de mais de 15 mil fiéis. 
          A cerimônia foi presidida pelo cardeal Ângelo Amato, então presidente da Congregação para a Causa dos Santos da Santa Sé. O representante do Vaticano, na ocasião, anunciou ainda a data de 14 de junho, dia de aniversário de morte de Nhá Chica, como data da festa litúrgica, em memória de Nhá Chica. Esse dia passou a ser então, o Dia de Nhá Chica.
          Surgia assim, oficialmente, a Beata Nhá Chica, mineira, leiga e primeira mulher negra brasileira, a ser beatificada pela Igreja Católica. O passo seguinte e final, mas bem longo, é sua santificação.
O Caminho Religioso de Nhá Chica
          Em vida, Nhá Chica, recebia diariamente, exceto às sextas-feiras, a visita de peregrinos, que buscavam na leiga, conselhos e orações. Mesmo após sua morte, Baependi, continuou a receber a presença de fiéis, que vinham à cidade, conhecer a casa em que a Beata vivei e a capela que construiu, bem como pedir sua intercessão à Deus.
          Em 2018, o casal José Valmei e Daniela de Roma, responsáveis pela Capela de Nhá Chica, na comunidade rural de Romas, em Inconfidentes, no Sul de Minas, foi procurado pelo senhor José Sarapu. Frequentador assíduo da capelinha e devoto de Nhá Chica, o fiel sugeriu ao casal, a criação de um roteiro de peregrinação, saindo da capelinha, em Romas, até o Santuário de Nhá Chica, em Baependi. (na foto acima de Caminho de Nhá Chica/Divulgação, a Capela de Nhá Chica em Romas)
          O casal decidiu viabilizar a ideia, transformando-a em um projeto. Foi criado uma comissão, formada por um pequeno grupo de devotos, para pesquisar, traçar o roteiro e colocar o projeto em prática. Saiu do papel rápido. Já no ano seguinte, aconteceu a primeira peregrinação.
          O roteiro percorre 273 km, passando por 15 municípios mineiros da Serra da Mantiqueira, com duração de 9 dias, com peregrinação auto guiada. Isso porque o caminho é todo mapeado, além de ser bem sinalizado com placas na cor salmão, a cor do manto de Nhá Chica.
          Os primeiros peregrinos, formados por um pequeno grupo de São Paulo e Inconfidentes e região, receberam as bênçãos do Pároco da Paróquia de Inconfidentes MG, Antônio Brentegani, no dia de Nhá Chica, 14 de junho, em missa celebrada na Capela de Nhá Chica. No dia seguinte, 15 de junho de 2019, o pequeno grupo, formado por 15 peregrinos, iniciou a peregrinação de 273 km, a pé, até a cidade de Baependi MG.
          Além de ser um percurso de fé e penitência, o Caminho de Nhá Chica, passa por diversas cidades, capelas e igrejas, além de fazendas, com seus belíssimos casarões, pontes, rios, cachoeiras, matas nativas de araucárias e paisagens de tirar o fôlego.
          O caminho religioso, ajuda no desenvolvimento do turismo nas cidades que compõem o Caminho de Nhá Chica. Além disso, ajuda a despertar atenção dos turistas para a gastronomia, história, arquitetura e tradições das localidades presentes nos 273 km do caminho religioso.
          Foram 9 dias de caminhada, com o grupo chegando ao Santuário da Imaculada Conceição de Nhá Chica, em Baependi, as 16 horas, do dia 19 de junho. (na foto acima de Caminho de Nhá Chica, peregrinos a caminho de Baependi)
O trajeto do Caminho de Nhá Chica
          Tem início da Comunidade rural de Romas, em Inconfidentes, saindo da Capela de Nhá Chica, passando por 15 cidades e suas zonas rurais, até o Santuário da Imaculada Conceição de Nhá Chica. São ao todo, 273 km de caminhada.
• Inconfidentes a Borda da Mata: 20 km
• Borda da Mata a Congonhal: 25 km
• Congonhal a Espírito Santo do Dourado: 21km
• Espírito Santo do Dourado a Silvianópolis: 20km (na foto acima de Caminho das Capelas/Divulgação)
• Silvianópolis a Careaçu: 20km
• Careaçu a Heliodora: 24km 
• Heliodora a Natércia: 10km (Heliodora na foto acima do Rinaldo Almeida
• Natércia a Conceição das Pedras :16km (na foto acima de Caminho de Nhá Chica, peregrinos chegando até a Cachoeira da Usina, em Natércia)
• Conceição das Pedras a Bairro Vargem Alegre: 18,4km
• Bairro Vargem Alegre a Cristina: 17,5km (na foto acima da Sandra Walsh, a cidade de Cristina, vista da estrada)
• Cristina a Bairro Serrinha (Dom Viçoso): 18km
• Bairro Serrinha (Dom Viçoso) a Carmo de Minas: 16km
• Carmo de Minas a Soledade de Minas: 16km
• Soledade de Minas a Caxambu: 19km
• Caxambu a Baependi: 8km – Chegada
          Informações sobre hospedagem, alimentação, translado, vestimentas adequadas, etc., devem ser obtidas com José Valmei, através do e-mail: caminhodenhachica@gmail.com ou pelo telefone (35) 99996-6370.       

terça-feira, 8 de junho de 2021

O Caminho das Capelas

(Por Arnaldo Silva) Inconfidentes é uma pacata, atraente, acolhedora e charmosa cidade do Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira, a 869 metros de altitude. A cidade conta com cerca de 7 mil habitantes. Está a 441 km distante de Belo Horizonte, fazendo divisa com os municípios de Bom Repouso, Ouro Fino, Bueno Brandão, Borda da Mata e Tocos do Moji.
          Cidade com boa estrutura urbana, arborizada, boas pousadas, bons restaurantes, além de muito atrativa, principalmente em belezas naturais. (na foto acima do Marcos Pieroni/@dronepieroni, parte do Caminho das Capelas em Inconfidentes).
          Inconfidentes é destaque em Minas Gerais pela sua qualidade de vida, bom nível educacional, já que a cidade é sede do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, com cursos técnicos e superiores e por ser a Capital Nacional do Crochê, principal atividade econômica da cidade. (na foto acima de Marcos Pieroni/@dronepieroni, a Praça Matriz de São Geraldo Magela em Inconfidentes)
          Cidade onde o povo preserva suas tradições religiosas, como as novenas, rezas dos terços, festas juninas, Semana Santa, Corpus Christi,  Festa do Padroeiro da Cidade, São Geraldo Magela, em 16 de outubro, Natal, Corpus Christi e demais atividades religiosas. 
          Tem ainda festejos religiosos nas capelas de algumas comunidades rurais como a de São José em 1 de maio na comunidade Pinhalzinho dos Góes, a festa de São Manuel, em setembro, na comunidade Boa Ventura e em janeiro, a festa de São Sebastião, na comunidade de Porantava. Tanto na cidade, quanto na zona rural, são valorizadas, respeitadas e preservadas, por seus moradores.(na foto acima do Caminho das Capelas/Divulgação, a Comunidade rural de Boa Ventura).
          Com o objetivo de valorizar ainda mais esse sentimento de fé e religiosidade do povo inconfidentense, foi criado o Caminho das Capelas, com foco nas comunidades rurais do município, onde estão pequenas singelas ermidas.
          Além de valorizar a fé e tradição do sertanejo, a criação do Caminho das Capelas tem ainda como objetivo levar as pessoas a conhecerem mais profundamente as comunidades rurais da cidade e região, além de desenvolver o turismo religioso na cidade.
          O Caminho das Capelas é uma peregrinação de 75 km, percorridos em três dias, a pé, em estrada de terra, passando por pequenas, singelas e atraentes capelas. A peregrinação tem início na Igreja Matriz de São Geraldo Magela, em Inconfidentes, passando por 24 capela de Inconfidentes, duas no município de Bom Repouso e uma na cidade de Tocos do Moji. (na foto acima do Marcos Pieroni/@dronepieroni, um dos trechos da peregrinação em Inconfidentes)
          Durante o percurso, os caminhantes podem apreciar belíssimas paisagens naturais, imensos vales com matas nativas de araucárias, nascentes, cachoeiras, fazendas de gado, de lavouras de café e de morango, casarões coloniais, vilas e vilarejos pitorescos e tradicionais. (foto abaixo de Caminho das Capelas/Divulgação)
          O caminhante tem o contato direto com a vida no campo, com a natureza e com o sertanejo, o povo que planta, que cuida da terra, das criações e de sua família. Um povo que tem em sua fé, a força para continuar trabalhando, preservando sua história, tradição e religiosidade. 
          O Caminho das Capelas, é um caminho pela alma da fé mineira. Cada morro, cada serra, cada paisagem que a Mantiqueira presenteia os caminhantes, conta uma história. São histórias de povos diferentes, vindos de lugares, história e culturas diferentes, África, Estônia, Itália, Espanha, Dinamarca, França e tantos outros países. Lugares diferentes, culturas diferentes, línguas diferentes.
          Os povos que formaram a cidade e região, formaram um só povo, uma só língua, uma só cidade, ainda tendo em comum, a fé no Deus único. Seja na mais suntuosa igreja ou na mais singela ermida, a fé é uma só e foi essa fé que formou a identidade cultural e religiosa desse povo.
          É a mais genuína e pura origem mineira. Vários povos, várias culturas, várias tradições, por fim, formando um só povo, abraçados e rodeados pelas montanhas mineiras. Assim é Minas Gerais, assim são os mineiros, assim é o povo por onde passa o Caminho das Capelas.
          São 75 km, percorridos em três dias. São horas e dias que passam rápido e alimentam a alma. Param nas capelas, fazem orações, contemplam e fotografam as belezas vistas pelo caminho, além de conhecer os moradores dos vilarejos e ouvirem suas histórias. O caminhante sai renovado. Além claro, apreciar a hospitalidade mineira e a rica e deliciosa culinária típica das Minas Gerais.
          O percurso é todo guiado e os 75 km são divididos dessa forma: 18,3 km no primeiro dia, 29,2 km no segundo dia e no último dia, 27,4 km. (na foto acima do Caminho das Capelas/Divulgação, a Cachoeira dos Dois Pulos, no Cambuizinho, em Inconfidentes e abaixo, o interior da Matriz de Inconfidentes)
          No primeiro dia, após o café da manhã e orações, o percurso de 18,3 km, tem início às 7 horas, saindo da Matriz de São Geraldo Magela, em Inconfidentes, igreja em estilo românico, datada de 1952. Da Matriz, os caminhantes passam por 3 capelas, no perímetro urbano e por 7 capelas na Zona Rural de Inconfidentes.
          Saindo da Matriz, seguem até a Capela de São Judas, seguindo para a Capela de Santa Luzia e a peregrinação continua pelas capelas de Nossa Senhora Aparecida (na foto acima do Caminho das Capelas/Divulgação), de São Judas, e de Santa Luzia, de onde os peregrinos tem a opção de subirem até o mirante do topo da Serra da Grama.
          No topo, tem um mirante, com uma vista espetacular da Cordilheira da Serra da Ventania, em Ouro Fino (na foto acima de Caminhos das Capelas/Divulgação), podendo ainda ver o Vale do Rio Mogi Guaçu, origem da povoação de Inconfidentes, em 1910, e algumas cidades da região.
          E o percurso pelas capelas continua, agora, rumo à outra capela de São Judas, em seguida, para a de São Miguel (na foto acima de Caminho das Capelas/Divulgação), de São José (na foto abaixo de Caminho das Capelas/Divulgação), Santa Terezinha e terminando na Capela de Nossa Senhora das Graças, na comunidade Boa Vista. Na volta, os peregrinos param na Cachoeira Dois Pulos, na comunidade rural do Cambuizinho.
          Por fim, retornam de van à cidade e seguem para suas pousadas, para descansarem e renovarem as forças para o segundo dia de peregrinação.
          Depois de uma noite de descanso, com o café da manhã tomado, os peregrinos são levados de van para as orações matinais na Capela de Santa Terezinha (na foto acima de Caminho das Capelas/Divulgação), construída em 1940, no sopé do acesso ao Mirante São José, a 1.110 metros de altitude.
          Do topo, pode se observar a Serra da Torre, a 1800 metros de altitude, o ponto mais alto da cidade de Bueno Brandão MG. Além disso, uma vista maravilhosa das fazendas de café e lavouras de morango, chama atenção dos peregrinos, que param para contemplar.
          Depois de contemplarem a vista das fazendas, a caminhada segue para as capelas de Nossa Senhora Aparecida, de Nossa Senhora das Graças, de Nossa Senhora Aparecida, de Nossa Senhora das Graças, de São Manuel, na Comunidade de Boa Ventura (na foto acima do Caminho das Capelas/Divulgação), seguindo para as capelas de  São Pedro, de São Benedito, de Nossa Senhora das Graças e de Nossa Senhora da Penha. (na foto abaixo de Caminho das Capelas/Divulgação)
          Durante esse percurso, os peregrinos passarão pelas comunidades rurais do Espraiado e Posses, subindo até o topo da Serra das Posses, finalizando o percurso de 29,2 km, na Capela de Nossa Senhora da Penha, construída nos anos 1980, em meio a penhascos e vasta natureza em redor. Por fim, os caminhantes retornam de van até suas pousadas, descansando para o terceiro e último dia de peregrinação.
         
No terceiro dia, após o café da manhã e orações, recomeça a caminhada. Agora num percurso de 27,4 km, onde os peregrinos terão um contato maior com a história, com o sagrado e devoção mineiras.
          Nesse último dia, os peregrinos conhecerão ruínas de velhas capelas. Essas ruínas, contam histórias por si mesmas. São histórias das famílias que viveram nas localidades e por algum motivo, deixaram a vida rural, para irem para outros lugares. Não são apenas paredes em ruínas, mas também, um pouco da vida, sonhos, penitências, promessas e agradecimentos, que ao longo dos anos, os fiéis deixaram no coração das pequenas ermidas. (na foto acima de Caminho das Capelas/Divulgação, as ruínas da Capela do Senhor Bom Jesus, na comunidade de Boa Vista da Adelaide)
          O silêncio e vazio das velhas capelas, guardam os louvores, clamores, lágrimas, alegrias e esperanças, dos que fizeram dessas pequenas, hoje em ruínas capelas, suas moradas de fé.
          Os peregrinos são levados de van até a Capela de Nossa Senhora da Penha e começam a caminhada, seguindo para as capelas de São Sebastião, Capela Nova e Ruínas da Capela do Senhor Bom Jesus, seguindo para as capelas de Nossa Senhora Aparecida e de Nhá Chica (na foto acima do Caminho das Capelas).              
          Os peregrinos ficam encantados com a beleza e simplicidade da Capela de Nhá Chica, na comunidade do Romas, além da natureza em volta e a graciosidade das águas dos riachos que passam pela comunidade. (na foto acima do Caminho das Capelas/Divulgação, o altar da Capela de Nhá Chica e na foto abaixo, a Capela do Sagrado Coração de Jesus)
          Por fim, a peregrinação pelo Caminho das Capelas encerra-se na Capela do Sagrado Coração de Jesus, onde retornam de van para Inconfidentes.     
          Após retornarem de van para Inconfidentes, os peregrinos, se concentram na Praça Tiradentes, fazem orações e recebem um certificado de participação no Caminho das Capelas.
          Para informações sobre as datas das peregrinações e outros detalhes, o contato pode ser feito por e-mail: caminhodascapelas@gmail.com ou pelo telefone (35) 99996-6370.

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Minas Gerais para todos os gostos e estilos

(Por Arnaldo Silva) São mais de 20 milhões de mineiros vivendo no Estado, em seus 853 municípios, 1712 distritos e milhares de pequenos povoados. Sem contar com outros centenas de milhares de mineiros, que vivem em outros estados e outros países. Minas Gerais, hoje é o quarto maior estado brasileiro, em número de habitantes e o maior Estado, em extensão territorial do Sudeste. É ainda o maior estado do Brasil, em número de municípios. 
          O “Ser Mineiro” não é apenas um adjetivo, mas uma característica peculiar, já que Minas Gerais é um estado que desenvolveu ao longo dos séculos de sua existência, identidade própria. Esta identidade está presente na arquitetura, belezas naturais, cultura, gastronomia, vida social, religiosidade e tradições peculiares. Sem contar o jeito autêntico do mineiro em falar o português, de forma autêntica e original, diferente do Brasil. O tradicional, mineirês. (na foto acima do John Brandão - In memoriam, o Santuário de Nossa Senhora da Piedade em Caeté MG)
           Isso faz com que Minas Gerais seja um dos melhores destinos turísticos do Brasil e reconhecido em nível mundial, como uma das 10 regiões mais acolhedoras do planeta, conforme lista divulgada pela Traveller Review Awards 2021, promovida pela Booking.com (na foto acima de Arnaldo Silva, Vila de Martins Guimarães, distrito de Lagoa da Prata MG)
          O jeito mineiro de ser e suas tradições, estão presentes em todas as cidades, através da identidade religiosa do povo mineiro, manifestada nas tradicionais festas populares.
           Com destaque para o Congado, Folia de Reis, Bumba-meu-boi, Festa do Divino, Cavalhadas, Dança de São Gonçalo, Festas Juninas, a tradição dos presépios, Guarda Romana de Diamantina, procissões religiosas e outras tantas tradições religiosas, vividas e preservadas no Estado.(na foto acima de Luís Leite, Folia de Reis em Guaranésia, no Sul de Minas)
          O artesanato é uma das fortes identidades mineiras. Reconhecida por sua beleza, tanto no Brasil, quanto no exterior, a arte que encanta o mundo, vem da terra e da natureza, moldadas pelas mãos e talento do povo mineiro.
          O artesanato de Minas Gerais vem da argila, cerâmica, da madeira, das fibras vegetais, flores do Cerrado, bambus, do ouro, da prata, do estanho, da pedra sabão e fibras têxteis, que dão origem aos fios de linha, usados nos tapetes, crochês e bordados. (na foto acima da Giselle Oliveira, tapetes arraiolos feitos para artesã Vânia Ponto do Arraiolo de Diamantina MG)
          Cidades como Belo Horizonte, Tiradentes, Ouro Preto, Congonhas, Mariana, Diamantina, Paracatu, Itapecerica, Viçosa, além das cidades do Vale do Jequitinhonha, com a arte inigualável de suas ceramistas, são os destaques no artesanato mineiro. (na foto acima do Marlon Arantes, artesanato em argila de Minas Novas MG)
          Como o artesanato, a cozinha mineira é famosa no mundo inteiro. Desde o século XVIII, Minas se destaca na culinária com pratos feitos à base de carne de porco, fubá, leite, mandioca e carne de boi, além dos doces, quitandas e queijos. Além disso, cachaças, licores e vinhos finos, são produzidos em Minas, desde o século XVIII, com maior produção de cachaça, reconhecida como a melhor do Brasil.
          São quase duas centenas de pratos diferentes em Minas Gerais, sendo os mais apreciados a vaca atolada, o tutu de feijão, a canjiquinha, o frango com ora-pro-nóbis, o feijão tropeiro, o leitão à pururuca, o torresmo, a linguiça, o angu, a couve, o fubá suado, o frango com quiabo e ao molho pardo, farofa de carne, farofa de queijo, o arroz com pequi, o pão de queijo, mingau de milho verde, doces de leite, ambrosia, mamão, abóbora, laranja da terra, figo e goiabada cascão, além dos biscoitos de queijo, tareco, broa de milho, broa de fubá, broa de massa de queijo e outros saborosos pratos, que não cabem na lista. (na foto acima, a mineiríssima cozinha do Restaurante Jeitinho Mineiro de Santa Rita de Jacutinga MG)
          Sem contar o café de Minas Gerais, considerado um dos melhores do mundo e nossos queijos também. As porteiras das fazendas de azeites da Serra da Mantiqueira, de fazendas de cafés especiais do Sul de Minas e Zona da Mata, das queijarias da Serra da Canastra e as vinícolas do Sul de Minas, estão abertas para o turismo rural, com direito a degustação. (na foto acima de Camila Costa, a Queijaria da Cristina, na Zona Rural de Vargem Bonita MG, Serra da Canastra)
          A história do Brasil passa por Minas Gerais. Durante o Ciclo do Ouro, todas as atenções da Colônia se voltaram para Minas, que recebeu pessoas de todo o país e de vários países do mundo. Esses diferentes povos e cultura, foram os responsáveis pela formação social, política, arquitetônica, cultural e gastronômica do povo mineiro e suas tradições. Minas é um estado diferente, em relação aos outros estados brasileiros. 
          Mais de 60% do patrimônio histórico e cultural brasileiro estão em Minas Gerais, preservados e presentes nas cidades históricas mineiras, surgidas a partir final do século XVII e nas primeiras décadas do século XVIII. (na foto acima de Ane Souz, a Praça Tiradentes em Ouro Preto MG)
          Cidades históricas com boa parte pertencendo aos caminhos da Estrada Real (Caminho dos Diamantes, Caminhos do Sabarabuçu, Caminho Velho e Caminho Novo). Foram caminhos abertos pelo sertão mineiro, para levar nossas riquezas para o porto de Paraty. 
          Ou ainda, por novos caminhos abertos, ligando Minas a Goiás e São Paulo, cortando o Cerrado do Triângulo Mineiro e Noroeste de Minas, como por exemplo, a Picada de Goiás, em Paracatu (na foto acima de Neusa de Faria).
         São cidades, fazendo parte dos caminhos da Estrada Real ou não, de grande importância para a história de Minas Gerais, como Itapecerica, Dores do Indaiá, Onça do Pitangui, Formiga e Pitangui, no Centro Oeste Mineiro. (na foto acima de Sueli Santos, Dores do Indaiá MG)
          Barão de Cocais, Santa Bárbara, Catas Altas, Jaboticatubas, Caeté, Conceição do Mato Dentro, Entre Rios de Minas, Itambé do Mato Dentro, Ouro Preto, Mariana, Ouro Branco, Congonhas e Itabirito, na Região Central. (na foto acima da Elvira Nascimento, Santa Rita Durão, distrito de Mariana MG)
          Campanha, Baependi, Caxambu, Passa Quatro, São Lourenço, Caldas e Cruzília, no Sul de Minas. (na foto acima do Rildo Silveira, Cruzília MG)
          Barbacena, Lagoa Dourada, São João Del Rei, Prados e Tiradentes, no Campo das Vertentes. Santos Dumont, Rio Novo, Rio Preto, Belmiro Braga e Juiz de Fora, na Zona da Mata. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, o Museu Cabangu, em Santos Dumont MG)
          Belo Horizonte, Sabará, Santa Luzia, Brumadinho, Rio Acima na Grande Belo Horizonte. (na foto acima de Alexa Silva, o Centro Histórico de Santa Luzia MG)
          Diamantina, Chapada do Norte, Couto de Magalhães de Minas, Serro, Minas Novas, Pedra Azul, Chapada do Norte e Itamarandiba no Vale do Jequitinhonha e Januária, Pirapora, Grão Mogol e São Romão, no Norte de Minas. (na foto acima de Viih Soares Fotografia, Chapada do Norte MG)
          Estas cidades acima, são apenas algumas dentre outras tantas cidades históricas de Minas Gerais.
          Além disso, tem as cidades que surgiram ou se desenvolveram, durante o Ciclo do Café, no século XIX, após a decadência do ouro e surgimento dos Barões do Café. 
          A maioria dessas cidades, que viveram o auge da riqueza do Ciclo do Café, estão na Zona da Mata Mineira e boa parte das antigas fazendas, são hoje hotéis fazendas ou as que ainda permanecem, recebem visitantes. É o caso da Fazenda Santa Clara, em Santa Rita de Jacutinga. É o mais imponente e maior casarão deste período, na América Latina. O casarão sede da Fazenda Santa Clara tem 6 mil metros de área construída, 365 janelas, 54 quartos, 12 salões, 3 cozinhas, 2 terreiros para secagem de café, uma capela, senzala, masmorra, mirante, etc.
          A fazenda é o melhor lugar no Brasil para se conhecer a história do Ciclo do Café, da Escravidão, da riqueza gerada pelo café e os reflexos gerados pela decadência da cafeicultura. A Fazenda Santa Clara é a história viva desse período histórico, do Brasil. (na foto acima do Rildo Silveira, a sede da Fazenda Santa Clara)
          Para quem vem à Minas e gosta de aventuras, encontrará de sobra. São paredões, cachoeiras, grutas, cavernas, lagos, trilhas, picos e montanhas em todo o Estado, que propiciam paisagens de tirar o fôlego. (na foto acima de Giseli Jorge, Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho MG)
          Boa parte das belezas naturais de Minas Gerais estão preservadas em parques municipais, estaduais e nacionais, como destaque para a Serra do Cipó, Serra da Canastra, Serra da Bocaina em Araxá, Serra da Mantiqueira, Ibitipoca, Serra do Caraça e Serra do Espinhaço. São imensas áreas verdes de preservação de nossa fauna e flora, nativas. (na foto acima do Tom Alvesa/tomalves.com.br, a beleza do Parque Estadual do Rio Preto, em São Gonçalo do Rio Preto MG)
          Sem contar as belezas das estâncias hidrominerais mineiras como as águas quentes de Felício dos Santos, no Vale do Jequitinhonha, as águas termais de Montezuma no Norte de Minas, as águas sulfurosas de Araxá, no Alto Paranaíba e as águas medicinais das estâncias hidrominerais do Sul de Mias, como Poços de Caldas e Pocinhos do Rio Verde. (na foto acima de Joseane Astério, a estância hidromineral de Lambari MG)
          Em Minas, o turista tem o Lago de Três Marias, conhecida como “Mar Doce de Minas” e o Lago de Furnas, o “Mar de Minas”, que banha 34 cidades das regiões Oeste, Sudoeste e Sul de Minas. (na foto acima do Raul Moura, balsa no Lago de Três Marias, entre Três Marias e Morada Nova de Minas)
          O Lago de Furnas, tem nas cidades de cidades de Boa Esperança, Capitólio e Fama, suas cidades de maior destaque, além da beleza do Paraíso Perdido e do Paraíso Achado, em São Sebastião do Glória, na região da Serra da Canastra. (na foto acima de Nilza Leonel, o lago de Furnas em Santo Hilário, distrito de Pimenta MG)
          Mesmo para quem vem à Minas, para compras e negócios, as opções são muitas. Cidades com ótimas infraestruturas urbanas, rede hoteleira e gastronômica de qualidade, com acesso terrestre e aérea e estruturas para eventos, como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberaba, Ipatinga, Teófilo Otoni, Uberlândia, Araxá, Montes Claros, Governador Valadares, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Divinópolis, dentre tantas outras. (na foto acima de Elvira Nascimento, Ipatinga MG)
          Minas Gerais tem para todos os gostos, estilos e opções. Minas te espera! E como disse o nosso grande Guimarães Rosa, escritor natural de Cordisburgo MG: "Minas são muitas".

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