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quarta-feira, 30 de abril de 2025

A igreja mineira em formato de navio negreiro e detalhes chineses

(Por Arnaldo Silva) Datada de 1717 e concluída por volta de 1720, é uma das mais antigas igrejas de Minas Gerais e uma joia da arte Barroca mineira. Por fora, uma singela e simples igreja. Por dentro, a decoração impressiona pelos detalhes das pinturas que retratam a vida de Jesus Cristo e Nossa Senhora. Arte feita em madeira, cedro e ouro puro.
          Os traçados arquitetônicos da Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Sabará, a 20 km de Belo Horizonte, teve forte influência do estilo arquitetônico Nacional Português, já que a arte Barroca tradicional estava ainda criando identidade própria em Minas Gerais. Este estilo é considerado a primeira fase do Barroco Mineiro. (foto acima de Jairo Nunes Ferreira)
          Seguindo o estilo traçado, a reluzente luz dourada da riqueza do ouro de Minas Gerais e a beleza da arte sacra, são marcas evidentes do interior da Igreja de Nossa Senhora do Ó. 
Nossa Senhora representada grávida
          A imagem da Mãe de Jesus, retratada no altar da igreja, mostra a Maria, diferente das demais imagens de Nossa Senhora, geralmente com o menino Jesus nos braços. No altar da Igreja, Nossa Senhora é representada grávida. (foto acima de Thelmo Lins)
          É a imagem de Nossa Senhora da Expectação do Parto ou Nossa Senhora do Bom Parto, santa venerada em Toledo na Espanha desde o ano de 656, cuja fé chegou a Minas Gerais através dos bandeirantes paulistas que fundaram a cidade de Sabará. 
          O termo Expectação do Parto ou Bom Parto foi substituído pelo Ó devido a um cântico dedicado à Santa, cantado na véspera de seu dia, que iniciava com a palavra Oh numa longa exclamação. A partir dai ficou Nossa Senhora do Ó.
Obra única e singular
          Pela irregularidade das pinturas, principalmente nos painéis, acredita-se que mais de um artista tenha participado da decoração interna da igreja. (Fotografia acima de Thelmo Lins)
          O principal artista, cuja obra é predominante no interior da Igreja do Ó foi Jacinto Ribeiro, artista natural da Índia, que residia em Minas Gerais desde 1711. As figuras e painéis presentes no interior da Igreja de Nossa Senhora do Ó foram pintadas a ouro sobre fundos em tom azul escuro, com bordas em vermelho e talhas douradas em moldura. 
Arquitetura em formato de navio negreiro
          Pouca gente sabe ou ainda não percebeu, é que as igrejas construídas no início do século XVIII tiveram a parte frontal de suas plantas inspiradas na proa de um navio negreiro. (fotos acima de Arnaldo Silva)
          Desenhar a planta de uma igreja com a parte frontal da proa de um navio negreiro era tendência dos arquitetos da época devido a importância dos navios negreiros para a economia de Portugal e para a manutenção e ampliação da mão de obra escrava nas minas de ouro recém descobertas.
          Literalmente, a intenção era simbolizar a importância da mão de obra escrava trazidas pelos navios negreiros e mostrar o poderio do domínio português na região.
          Além da Igrejinha do Ó, de Sabará, outras igrejas mineiras tem as mesmas características arquitetônicas como por exemplo a Igreja do Rosário dos Pretos de Milho Verde, distrito de Serro, Igreja de São José da Lagoa de Nova Era, Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Tabuleiro, distrito de Conceição do Mato Dentro, dentre outras.
          As igrejas construídas antes da terceira fase do Barroco Mineiro geralmente tinham as características frontais em formato de proa de navio negreiro. No caso da Igreja do Ó de Sabará, as semelhanças para por aí. O diferencial da igreja está em seu interior.
Detalhes chineses na ornamentação
          O interessante que os desenhos e personagens bíblicos retratos nas pinturas do artista indiano, tem traços orientais, chineses. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)
          A explicação para este detalhe diferente na pintura e arte barroca, é que o artista conhecia os estilos artísticos usados em Macau, uma antiga colônia portuguesa no Oriente, hoje pertencente à China.
          A época, Portugal tinha um intenso comércio entre Macau e Índia, o que explica a influência dos traços orientais usados na arquitetura portuguesa naquela época, pelos artistas e escultores portugueses que vieram para o Brasil no início do século XVIII, entre eles, Jacinto Ribeiro.
Bem tombado
          Devido seu valor cultural e arquitetônico, a Igreja de Nossa Senhora do Ó de Sabará foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, em 1938. O tombamento inclui toda arquitetura colonial da Rua Direita, onde se localiza a igreja.

terça-feira, 29 de abril de 2025

A origem vulcânica de Poços de Caldas

(Por Arnaldo Silva) Poços de Caldas é uma estância hidromineral, localizada no Sul de Minas, com 172 mil habitantes e distante 461 km de Belo Horizonte Está a 1186 metros de altitude e faz limites territoriais com Águas da Prata (SP); Andradas; Bandeira do Sul; Botelhos; Caconde (SP); Caldas; Campestre; Divinolândia e São Sebastião da Grama (SP).
Onde a cidade está, se acreditava ser a boca de um vulcão. Foto: Thelmo Lins
        Cidade de beleza cênica, atraí turistas de todo o país e do mundo inteiro pela qualidade e propriedades medicinais de suas águas sulfurosas e medicinais, além de suas belezas naturais devido a riqueza de sua flora e fauna. No município forma catalogadas cerca de 300 espécies de aves como o tangará e uma espécie rara de rã Adenomera phonotriccus, que emite sons semelhantes ao canto de aves, como o da maria-sebinha-do-acre.
Fábrica de Cristais São Marcos - Registro de Luís Leite
        Além da sua riqueza arquitetônica, inspirada na arquitetura barroca, eclética e europeia, graças à presença de imigrantes europeus que vieram para a região no início do século XX como por exemplo as fábricas de cristais Cá d´Oro e São Marcos, que produzem cristais finos, inspirados na beleza dos cristais da ilha de Murano na Itália tradicional na fabricação de vidro desde 1291, no século XIII. 
        As famílias que fundaram as empresas são descendentes de vidreiros de Murano. A própria arquitetura das empresas tem traços da arquitetura romana.
A formação das águas termais
Uma das várias fontes de águas sulfurosas encontradas na cidade. Foto: Arnaldo Silva
        Segundo a ciência, esse processo teve início entre 80 milhões de anos, quando a região era formada por planaltos vulcânicos e vulcões ativos. Hoje todos os vulcões que existiam nessa região estão extintos.
        Nas profundidades subterrâneas do município, permanecem vestígios dos antigos vulcões, como lavas, rochas vulcânicas e águas que foram se acumulando ao longo dos milhões de anos nas galerias subterrâneas entre as frestas das rochas. Ao longo de milhões de anos, as águas subterrâneas foram desenvolvendo propriedades medicinais, devido as rochas vulcânicas.
        As águas quentes que brotam das profundidades das rochas vulcânicas, estão armazenadas nas galerias subterrâneas do Poços de Caldas há mais de 4 mil anos.
        Todas as atividades geológicas em decorrência da ação vulcânica, foram as responsáveis pelas origens das águas sulfurosas e de todo o complexo alcalino presente em Poços de Caldas.
Dentro da cratera de um vulcão?
Fotografia de Luís Leite
        A cidade tem origens em 1819, no século XIX, a partir da descoberta de fontes de águas termais e medicinais, foi se formando um povoado originalmente formado por tropeiros, garimpeiros e pessoas que vieram em busca de tratamento e cura de enfermidades. Esse fato, além das propriedades curativas das águas de Poços de Caldas, foi constatado e descrito minuciosamente pelo naturalista francês, Sainte´Hilaire.
        Estudando a região e as propriedades medicinais das águas, médicos e cientistas da época, afirmavam que a cidade estava situada exatamente sobre uma boca de um grande vulcão. As montanhas em redor da cidade dava a impressão de ser uma caldeira vulcânica.
Se subirmos no topo mais alto da cidade, por exemplo onde está o Cristo Redentor, verdadeiramente temos essa impressão, devido à cidade está circundada por montanhas, que os pesquisadores do passado acreditavam fosse a cratera de um vulcão.
        Tal raciocínio tinha bom base a crença de que as caldeiras vulcânicas existentes no mundo fossem as bocas de um grande vulcão, formadas devido erupções vulcânicas. Hoje esse conceito mudou. Poços de Caldas não surgiu dentro de uma cratera de um vulcão e sim sobre um planalto vulcânico.
O Planalto Vulcânico de Poços de Caldas
Foto: Arnaldo Silva
         A área da imagem acima, onde a cidade está localizada é um planalto de formação vulcânica. A área do planalto se estende por 800 km² e 30 km² de diâmetro.
        Segundo pesquisadores, o planalto foi formado há 80 milhões de ano, devido a intrusão de rochas alcalinas e do rompimento da crosta terrestre. Esse fenômeno natural fez com que essas rochas alcalinas “subissem”, elevando a região em mais 500 metros de al
        Após um tempo, as rochas começaram a sofrer esfriamento, sedimentando e literalmente, afundando, formando assim o que a ciência chama de Planalto Vulcânico, que é a forma de relevo elevada e relativamente plana, formada pela acumulação de lava e cinzas vulcânicas ao longo do tempo, através de erupções vulcânicas. É o caso de Poços de Caldas.
Não é a boca de um vulcão
        Estudo e pesquisas de que Poços de Caldas foi formada literalmente dentro da boca de um vulcão não é aceita atualmente por boa parte dos  pesquisadores. Isso porque falta um elemento primordial para confirmar que o lugar foi um vulcão em atividade. Esse elemento é a lava vulcânica, encontrada em arredores de cidades que comprovadamente tiveram vulcões ativos há milhões de anos.
        Foram encontradas lavas vulcânicas na parte interna do planalto vulcânico de Poços de Caldas. Para se afirmar a existência de um vulcão ativo onde está Poços de Caldas deveria haver vestígios da presença de lavas vulcânicas em redor de toda a área. Isso porque os vulcões, quando entram em erupção, espalham lavas que podem percorrer centenas de quilômetros em redor. Não foram encontrados vestígios de lavas vulcânicas em redor do planalto de Poços de Caldas.
        A ausência de vestígios de lava vulcânica é indício da não existência de um vulcão de grandes proporções. A cidade se encontra em planalto de origem vulcânica, confirmada pela ciência, mas não exatamente na caldeira de um vulcão.
        O que se sabe é que depois da estabilização das rochas vulcânicas, processo que levou milhões de anos após ocorrência do fenômeno, foram formados pequenos vulcões dentro desse planalto. Tal afirmação tem como base a presença de 13 estruturas circulares semelhantes a pequenos vulcões, evidenciando assim a presença de vulcões de menor porte e menor poder destruidor.
Há risco de erupção vulcânica?
        Apesar de todas as informações de pesquisadores atuais, tem gente que afirma que a primeira teoria é a correta, que a cidade foi formada na boca de um vulcão. Mais que isso, acreditam que esse vulcão entrará em erupção. A ciência refuta qualquer possibilidade de uma erupção vulcânica ocorrer. Quem afirma que a cidade está na caldeira de um vulcão e que este mais cedo ou mais tarde irá “acordar” e entrar em erupção, está em delírio e quem acreditar nesta teoria, está igualmente delirando.
Origem de Poços de Caldas
        Em 6 de novembro de 1872, Joaquim Floriano de Godói, então presidente da Província de Minas, desapropriou as terras de águas temais sulfurosas da região, tornando-as de interesse público, inclusive as terras onde o povoado se formara, de propriedade do Capital Joaquim Bernardes que doou 96 hectares de sua propriedade. O povoado foi urbanizado, seguindo os padrões arquitetônico e urbanístico da época, feito pelo engenheiro Honório Rodrigues Soares do Couto.
Fotografia de Luís Leite
A data de 6/11/1872, é o marco da fundação da cidade. Em 6/12/1879, foi elevado a freguesia adotando o nome de Nossa Senhora da Saúde das Águas de Caldas, subordinado a Caldas MG. Em 1° de setembro de 1888, o povoado foi elevado à categoria de vila, adotando o nome de Poços de Caldas e em 18 de setembro de 1915, a Lei Estadual n° 663 concede a Poços de Caldas o título de cidade.
Origem do nome
Fotografia de Luís Leite
        O nome foi inspirado no semelhança da origem de Poços de Caldas com a estância hidromineral portuguesa Caldas da Rainha, visitada pelo Imperador Dom Pedro II e Imperatriz, Tereza Cristina. O casal imperial também visitou Poços de Caldas em outubro de 1886. Vieram para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana.
        Outra semelhança com a cidade lusitana é que tanto em Caldas da Rainha, quando na então Vila de N. S. da Saúde das Águas de Caldas, em suas origens, homens e animais usavam os poços de águas. Dai foi juntar o nome "poços" com " caldas" e o vilarejo elevado a distrito adotou o nome de Poços de Caldas. Quando foi elevada à cidade, o nome Poços de Caldas foi mantido.
Cidade desenvolvida
Vista parcial da cidade. Foto: Luís Leite
        Cidade com excelente estrutura urbana, possui um centro histórico com casarões coloniais e em diversos outros estilos, praças arborizadas, igrejas seculares, jardins, ruas bem cuidadas e parques diversos.
        Além disso, a cidade conta com uma sofisticada e variada rede hoteleira e gastronômica com restaurantes e bares de categoria internacional.
O que visitar em Poços de Caldas?
Fotografia de Luís Leite
Fábrica de Cristais Cá d´Oro: Fundada em 1965, a Cá d'Oro mantém as tradições da Ilha de Murano, na Itália, e permite aos visitantes observar a produção artesanal.
Fábrica de Cristais São Marcos: É uma das maiores fábricas de cristal Murano do mundo, com sede em Poços de Caldas. Oferece peças únicas e inteiramente brasileiras desde 1962.
Festas de inverno: Poços de Caldas é conhecida por suas festas de inverno, com diversas atividades e eventos culturais.
Spas: A cidade oferece diversos spas, onde é possível fazer tratamentos de relaxamento, massagens, banhos imersivos e outros serviços.
Fotografias de Arnaldo Silva
Além de: Palace Cassino Hotel; Mercado Municipal; Feira de Artesanato da Praça dos Macacos; Serra de São Domingos com 1.686 metros de altitude; Represa Bortolan, os bares em redor e os passeios de escuna,Teleférico; Basílica de Nossa Senhora da Saúde; Fonte dos Amores; Parque do Cristo Redentor; Águas Termais; Thermas Antônio Carlos; Cachoeira Véu das Noivas; Zoológico das Aves; Urca; Recanto Japonês; Relógio Floral e Calendário Floral; Parque de diversões Walter World; Parques José Afonso Junqueira e Parque Antônio Molinari.
Fotografias de Thelmo Lins
Museu Histórico e Geográfico: Permite conhecer a história e a geologia da região. Visite Poços de Caldas
Fotografias de  Luís Leite
        São riquezas minerais de origem vulcânicas, diversas fontes de águas sulfurosas espalhadas pela cidade, além de sua beleza natural, torna Poços de Caldas cidade única no mundo. Além disso, a cidade se estruturou ao longo do século XX, se tornando uma cidade turística e referência na área em todo o Brasil.

sábado, 26 de abril de 2025

Dominguinhos da Pedra: o homem que vivia em caverna

(Por Arnaldo Silva) Itambé do Mato Dentro é uma das mais antigas povoações de Minas Gerais. Sua história remonta o início da exploração do ouro em Minas Gerais, nos fins de 1690 e 1700, com a chegada à região do bandeirante Romão Gramacho. De praxe, o bandeirante construiu uma singela capela coberta de palha, em honra a Nossa Senhora de Oliveira, dando início assim a formação de um povoado, que hoje é a cidade de Itambé do Mato Dentro.
Primeira foto de Vinícius Barnabé e segunda imagem do Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        O município conta com apenas 2012 habitantes, segundo Censo do IBGE de 2022. Está apenas 121 km de Belo Horizonte e faz limites com Morro do Pilar, São Sebastião do Rio Preto, Passabém, Santa Maria de Itabira, Itabira, Jaboticatubas e Santana do Riacho.
        Sua história secular pode ser percebida nas construções coloniais rurais e urbanas e também do pacato e charmoso distrito de Cabeça de Boi, um dos melhores refúgios de Minas Gerais para quem busca sossego e tranquilidade.
Matriz de Itambé do Mato Dentro. Fotografia acima de Vinícius Barnabé
        Além disso, a cidade de Itambé do Mato Dentro conta com belas e paradisíacas cachoeiras como a Cachoeira da Maçã, da Lúcia, da Vitória, da Serenata, do Intancado, dentre outras paradisíacas cachoeiras e belezas da da Serra do Cipó, as cavernas com pinturas rupestres de 8 a 12 mil anos, além de sua cultura e tradições seculares como a culinária a base de banana com melado, bem como a tradicional cozinha mineira, as festas folclóricas e religiosas.
Fotografia acima de Arnaldo Quintão
        Não são apenas as belezas naturais, cultura, história e gastronomia que tornou Itambé do Mato Dentro conhecida no mundo e sim por um homem que optou em viver em uma caverna na região.
Um homem que vivia em caverna?
        Por incrível que possa parecer, tem quem opte por viver como um troglodita, um ser pré-histórico e eremita. Um homem com as características de um homem pré-histórico, troglodita e ermitão, viveu em uma caverna em Itambé do Mato Dentro MG.
        Troglodita é em referência a um povo africano que habitava cavernas, mas atualmente, é um termo usado para descrever qualquer pessoa que viva em cavernas. Já o ser pré-histórico eram os homens que viviam antes do surgimento da escrita e um eremita, é um indivíduo que foge ao convívio social, que vive sozinho.
Dominguinhos da Pedra
Fotografia de Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Esse homem se chamava Domingos Albino Ferreira (07/01/1923) – em Dom Joaquim MG, registrado em Passabém MG – Faleceu em 28/01/2011 – em Itambé do Mato Dentro MG). Seu documento consta que nasceu no ano de 1924, mas ele afirmava que foi em 1923.
        Filho de José Ferreira de Araújo e Maria Albina da Costa. O casal teve cinco filhos: Antônio, Maria, Antônia, Geraldo e Dominguinhos, que era o caçula.
        Na sua juventude, Dominguinhos deixou sua cidade rumo a São Paulo, onde trabalhou como vendedor de pipoca e catava ferro-velho pra vender. Deixou São Paulo indo para o Mato Grosso, onde trabalhava como “balaeiro”. Fazia balaios para as carvoarias da região. No Mato Grosso ficou pouco tempo, voltando para Minas na final da década de 1960, para trabalhar em uma fazenda em Dom Joaquim MG, a 200 km de Belo Horizonte.
        Foi nessa época que Dominguinhos mudou drasticamente de vida, deixando a cidade, sua vida e trabalho, para se isolar e viver em uma caverna. Tinha cerca de 37 anos quando fez essa opção. Perambulando pela Serra do Cipó, pernoitava em pedras, até encontrar uma caverna em um lugar chamado Rochas, na estrada entre Morro do Pilar e Santo Antônio do Rio Abaixo, a 10 km de Itambé do Mato Dentro MG. Dessa caverna fez seu lar e nela viveu por 42 anos, até sua morte, em 2011.
Dominguinhos falando com a imprensa. Foto: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Era conhecido na região como “Maluco Beleza” por seu jeito peculiar e diferente, mas se tornou nacionalmente conhecido como “o Homem de Itambé”, após ser tema de um documentário produzido pela Rede Record. Sua história passou a ser tema de filmes e reportagens de revistas, jornais nacionais e outras emissoras de TV do Brasil e do exterior, como da BBC de Londres. 
        Com o destaque na imprensa nacional e internacional, Dominguinhos passou a ser conhecido como “o último homem a viver em cavernas no mundo”, por não existir, em pleno século XX e XXI, relatos de alguém vivendo isolado em caverna no planeta.
        Sua opção de vida, seus costumes, seu jeito de ser, pensar, viver e agir despertava curiosidades, não apenas nas pessoas que o visitavam, mas também a historiadores, antropólogos e sociólogos, justamente por suas características que se assemelhavam aos hábitos e comportamentos dos homens pré-históricos.
Mas por quê viver em uma caverna?
Na caverna, com um violão novo. Foto: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        O que leva uma pessoa abandonar o conforto de um lar, a segurança de uma família, o convívio com amigos para viver isolado em uma caverna? No caso de Dominguinhos, foi desilusão amorosa.
        Quando trabalhava em uma fazenda em Dom Joaquim MG, se apaixonou perdidamente pela filha do patrão, um rico fazendeiro da região. Seus cortejos e demonstrações de amor foram ignorados pela moça.
        Sentindo-se rejeitado e não correspondido em seu amor, optou não ter mais contato com mulheres. Como sinal de revolta, decidiu se isolar do mundo, peregrinando pela Serra do Cipó, tendo as pedras como travesseiros e a lua como cobertor, até encontrar uma caverna em Itambé do Mato Dentro MG e nela fixar moradia até o fim de sua vida.
A vida em caverna
        O fato de uma pessoa viver em uma caverna, deixava muita gente curiosa em saber como era viver isolado da civilização, sem infraestrutura e conforto algum. Como se alimentava, como enfrentava o frio, como convivia com répteis, onças, lobos, jaguatiricas? O que comia? Como arrumava comida? Como via a realidade politica e social do país e região? Quem procurou conhecer Dominguinhos tentava entender e buscar respostas dele mesmo sobre essas perguntas.
Como era Dominguinhos?
Na foto, Dominguinhos e o repórter-fotográfico Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Era muito tranquilo, de feições leves, olhar sereno, inteligente e sábio. De fala mansa e jeito dócil, pronunciava as palavras erroneamente, mas todos entendiam. Dominguinhos não sabia ler e nem escrever. Era analfabeto.
        De olhar sereno, era muito educado e sempre gentil com todos. Respondia perguntas com muita inteligência, mas gostava de perguntar mais que responder. Não era calado, gostava de falar e era muito irriquieto.
        Embora tinha uma visão muito confusa da realidade social do país, confundia as épocas, misturando fatos dos anos 50 e 60 com fatos atuais. Falava mais do passado, do que presente, mas sempre ouvia assuntos de política, de quem era o presidente do país, governador, prefeitos, das pessoas que o visitava em sua caverna. Não ouvia rádio e não via televisão. Sabia do que falavam para ele.
        Tinha noção de justiça social e do trato da coisa pública, não gostava de corrupção e injustiça. Sua compreensão de amor ao próximo era exemplar. Quando era indagado sobre Deus, com plena convicção se declarava ateu. Não tinha crença religiosa alguma. Era um homem bem simples e firme em suas crenças, opiniões e posições.
Como vivia Dominguinhos?
Dominguinhos dentro de sua caverna. Foto: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        A vida em uma caverna não é nada fácil. Conservador, Dominguinhos tinha hábitos bastante peculiares. Tinha firmeza em suas convicções, como por exemplo a crença de que tomar banho faz mal à saúde. Diante dessa crença, raramente tomava banho e quando tomava, não usava sabonete e nem creme dental quando escovava os dentes. Se alimentava de arroz, feijão, ovos, frutas e legumes. Raramente comia carne. Seus alimentos ficavam pendurados no teto da caverna para que animais não os comece. Quando suas unhas cresciam, as cortava usando um facão.
Na caverna, com seu velho violão. Foto: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Usava roupas surradas, andava descalço, era magro, rosto pontiagudo e pequeno, barba e cabelos longos. Era visto sempre cantando para os visitantes, mesmo sem saber cantar, acompanhado de um velho violão que tocava, mesmo que tinha uma, duas ou três cordas. E ainda não sabia tocar violão, mas tentava sempre ser gentil e agradável às pessoas que o visitava.
        Docilidade, gentileza e simplicidade, eram suas características. Gostava de agradar quem o visitava. A hospitalidade era uma de suas principais características. Sua alegria, simplicidade e coração puro, era o melhor que ele tinha a oferecer.
        Recusava toda tentativa de ressocialização, até que a comunidade entendeu que era a vida que ele optou em viver e nessa vida, sentia-se feliz.
Doença e aposentadoria
        Com o passar do tempo, a idade foi chegando e com a idade, as doenças. Com a ajuda da comunidade, conseguiu se aposentar e contou com a ajuda de uma pessoa, que exerceu o papel de seu procurador, recebendo por ele sua aposentadoria e lhe ajudando no que precisava, principalmente na questão de saúde.
        Dominguinhos afirmava ter diabetes desde a época que trabalhou para o fazendeiro em Dom Joaquim MG. Nos seus últimos anos de vida, dizia estar com câncer.
        Muito doente, foi internado no Hospital Carlos Chagas em Itabira MG, onde veio a falecer.
Lendário, icônico e emblemático
        Seu modo de vida e personalidade, transformou Dominguinhos da Pedra em uma lenda da Serra do Cipó. Mais que isso, se tornou um personagem icônico e emblemático de Minas Gerais em vida e após sua morte.
Homenagem a Dominguinhos
Fotografias de Nacip Gomêz
        Após sua morte e entendendo que Dominguinhos da Pedra faz parte da história de Itambé do Mato Dentro e da Serra do Cipó, bem como para manter viva sua memória, a Prefeitura Municipal de Itambé do Mato Dentro, através da Secretaria de Cultura, encomendou uma estátua em tamanho natural do eremita.
        A obra foi feita pela escultora Rosilândia Patrícia e instalada no local próximo à caverna em que Dominguinhos da Pedra vivia. Feita em concreto armado e ferragens e 3,5 metros de altura, com a base, o monumento retrata Dominguinhos da Pedra com seu inseparável violão de duas cordas e braço direito estendido.
        O lugar é hoje um dos atrativos do município, bem como a história de Dominguinhos da Pedra. A estátua foi instalada próxima a caverna em que Dominguinhos da Pedra viveu por 42 anos em Rochas, a 10 km do município.
        Hoje, a estátua, bem como a caverna em que viveu o ermitão, é um dos lugares mais visitados e fotografados da cidade e da Serra do Cipó.

domingo, 20 de abril de 2025

Berizal: origem, cultura, natureza e tradições.

(Por Arnaldo Silva) Berizal é uma pequena, pacata e charmosa cidade mineira localizada no Norte de Minas, na microrregião de Salinas, distante 749 km de Belo Horizonte. O município faz limites territoriais com os municípios de São João do Paraíso, Taiobeiras, Águas Vermelhas e Curral de Dentro. Segundo Censo do IBGE de 2022, o município conta com 4.201 habitantes.
        Seu povo é simples, acolhedor e hospitaleiro. A cidade é bem cuidada e dotada de uma boa estrutura urbana, com um pequeno e diversificado comércio e um bom setor de serviços. A fruticultura, a Agricultura Familiar e o plantio de eucaliptos, formam base da economia da cidade. (foto acima de Duva Brunelli)
Origem
        O povoado que deu origem a Berizal, foi formado por escravizados foragidos e libertos da escravidão, no século XIX. Foi formado em torno de uma pequena ermida construída de tijolos de adobe, com base em pedra bruta e vigas em madeira da região. (foto meramente ilustrativa - autoria: Thelmo Lins)
        A ermida foi dedicada a São Sebastião em terras doadas por dona Clementina, ex-escravizada que recebera as terras como herança de seu pai. O casario original do povoado era formado por casas bem simples, de enchimentos e cobertas por palhas, sem nenhum conforto.
Origem do nome
        O pequeno e simples povoado foi chamado de Curral de Varas, passando a se chamar posteriormente de Berizal por sugestão do padre Jaime Ferreira, à época pároco da cidade de Pedra Azul MG. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
        Nas proximidades do povoado existiam brejos e arrozais. “Beri” era como os escravizados chamavam os brejos e “zal”, são as 3 últimas letras de arrozal. O padre juntou as duas palavras e denominou a localizada de Berizal. Região de terras boas e férteis, permitia que seus moradores vivessem do cultivo do arroz, mandioca, feijão, frutas, verduras e da criação de animais. Além disso, o Rio Pardo passa nas terras do município, o que garante água para os pequenos agricultores que vivem em suas margens.
Emancipação
        Com o tempo o pequeno povoado cresceu, a igreja e o casario melhoraram com a vila estando subordinado politicamente a Salinas até 1953, em seguida a subordinada a Taiobeiras, quando foi elevado a distrito em junho de 1968 e finalmente, emancipada de Taiobeiras, sendo elevado à cidade em 21 de dezembro de 1995. Quem nasce em Berizal é berizalense. (foto acima de Duva Brunelli)
O que fazer em Berizal?
        Além de suas belezas naturais que permite a contemplação e prática de esportes radicais, o visitante não pode deixar de saborear os pratos típicos da cozinha mineira, em especial do Norte de Minas, encontrada nos bares, restaurantes, lanchonetes e churrascarias da cidade. (foto acima de Duva Brunelli)
Serra do Anastácio
        É um dos principais atrativos naturais da região. A Serra do Anastácio é uma cadeia de montanhas interligadas com início em Águas Formosas e termina em Berizal. Na Serra, predomina a vegetação de Mata Atlântica. 
        No lugar, pode-se observar animais silvestres como o mocó, conhecer espécies vegetais exóticas como orquídeas endêmicas e a samambaia assassina, fazer caminhadas, além de praticar montain bike, voo livre, asa delta e paraglider, já que a altitude do ponto máximo da Serra está a 1400 metros acima do nível do Mar. O topo mínimo da Serra do Anastácio é de 570 metros de altitude.
Parque Natural Municipal de Berizal
        Uma das principais atrações de Berizal é a sua rica biodiversidade e as belezas naturais que cercam o município. O Parque Natural Municipal é um local imperdível, onde você pode realizar trilhas e observar a fauna e flora locais. Além disso, quedas d´água do Rio Pardo e riachos da região, formam cachoeiras e poços de águas geladas, relaxantes e refrescantes como a Cachoeira do Salto.
        Para chegar ao PMB você segue no sentido Taiobeiras, pela MG-626 por 30 km quando entrará à direita e seguira em estrada de terra. Após 10 km, você estará no talude da barragem, na comunidade de Tabatinga e na área do parque. (foto acima de Duva Brunelli)
Festa Junina e Festa de São Sebastião
        Berizal conta com vários eventos e festividades ao longo do ano, com destaque para a tradicional Festa Junina, tradicionalmente desde 1997, sendo realizada no primeiro final de junho. É uma das mais famosas da região.
        Além da Festa Junina, a Festa de São Sebastião, padroeiro da cidade, realizada em janeiro de cada ano, é outra tradicional festa que atrai visitantes da região. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
Mercado Municipal
        O Mercado Municipal de Berizal é um local onde se encontra os produtos da agricultura familiar, do artesanato local e a boa gastronomia mineira. Além disso, como todo mercado público, o lugar é ponto de encontro de amigos para uma boa prosa. (foto acima de Elpídio Justino de Andrade)
Artesanato
        O artesanato de Berizal é muito rico. São bordados, peças em madeira e peças em cerâmica, de alto valor histórico e cultural. Isso porque o artesanato norte mineiro retrata a vida, artes e ofícios do dia a dia do povo da região, seja na cidade ou no campo. São mais que simples lembranças, são artes que retratam as emoções, a vida, a história e a dura vida do sertanejo do Norte de Minas.
        O artesanato local é uma parte importante da cultura de Berizal. Durante sua visita, não deixe de conhecer as feiras e lojas que tem o artesanato local. Você encontrará produtos feitos à mão, como cerâmicas, bordados e peças em madeira de encantar. Esses itens são ótimas opções de lembranças e presentes. Com isso você valoriza a arte mineira e apoia os artistas locais. Muitos desses artistas, tem no artesanato sua única fonte de renda. O contato com os artesãos é uma oportunidade de aprender mais sobre as tradições e técnicas utilizadas na produção.
Arquitetura histórica
        Além de charmosas praças, a Igreja Matriz de São Sebastião e o casario do Centro Histórico da Cidade chamam a atenção por sua boa simplicidade e estilo colonial mineiro, do século XIX. (foto acima e abaixo de Duva Brunelli)
Barragem de Berizal
        A Barragem de Berizal é outro atrativo natural da cidade. A barragem foi feita no leito do Rio Pardo para permitir a exploração de terras agrícolas em suas margens, melhorando a qualidade produtiva do município e renda dos agricultores. (foto acima de Duva Brunelli)
Cavalgada Serrana
        A Cavalgada Serrana é outro evento tradicional na cidade. Nos dois dias do evento, à noite, são realizados shows com forró pé de serra e barracas com comidas típicas regionais A festa é realizada todos os anos, no primeiro final de semana de julho. A cavalgada em si é no domingo de manhã, quando cavaleiros e amazonas se encontram e saem em cavalgada pelas estradas do município.
Onde comer e onde ficar?
        Berizal é uma cidade pequena, tranquila, pacata, charmosa e acolhedora. É o destino perfeito para quem quer fugir da agitação das grandes cidades. Além disso, oferece várias opções de hospedagens com conforto e requinte, além de ótimas e variadas opções gastronômicas. A gastronomia de Berizal é muito rica e saborosa.
Em hospedagem, se destacam na cidade:
- Restaurante e Pousada Silva
- Hotel Fazenda Berizal
- Pousada do Lago.
Em gastronomia, se destacam:
- Restaurante e Lanchonete Novo México
- Churrascaria e Lanchonete Rosa Cruz
- Bar e Lanchonete do Buk
- Grupo Viver Bem.
Mais informações
        Os moradores da cidade são muito gentis e atenciosos. Se tiver alguma dúvida, pode indagá-los sobre dicas de locais para visitar no município. Com certeza te passarão várias dicas de lugares naturais da região e da própria cidade para você aproveitar bem sua estadia.

sábado, 19 de abril de 2025

Bife de umbigo de bananeira

É mais saboroso e mais nutritivo que carne.
INGREDIENTES
. 1 umbigo de bananeira
. 4 ovos grandes
. Azeite de oliva ou óleo de cozinha
. Sal a gosto
. 1 cebola picada bem fininha
. Salsa, cebolinha, pimenta-do-reino e outros temperos ao seu gosto
. Farinha de trigo o quanto baste para dar o ponto
MODO DE PREPARO
- Retire as folhas do umbigo e corte em pedaços bem fininhos mesmo. 
- Em seguida, coloque em água e leve ao fogo e deixe fervendo por 10 minutos.
- Retire, escorra bem, acrescente o sal, a cebola e os temperos e misture.
- Quebre os ovos e vá colocando um a um e misture mais.
- Em seguida, vá colocando o trigo aos poucos, até ficar uma massa consistente e firme.
- Espalhe azeite de oliva em uma frigideira antiaderente. Não é para fritar, é para aquecer. Pouco azeite.
- Vá colocando colheradas da massa na frigideira e aperte a massa com a colher até obter o formato de um bife.
- Vire de um lado para o outro para que aqueça por igual.
        Está pronto o bife de umbigo de bananeira. Experimente que é ótimo.
Receita e fotografias fornecidas pelas Luciana Albano de Ibiá MG

terça-feira, 8 de abril de 2025

Cidade mineira é eleita a mais feliz e mais inteligente do Brasil

(Por Arnaldo Silva) Com apenas 8 mil habitantes, pacata, charmosa, bem cuidada e com povo acolhedor e hospitaleiro, a cidade de São Gonçalo do Abaeté, no coração do Alto Paranaíba, a 376 km de Belo Horizonte, foi reconhecida como a cidade mais inteligente e mais feliz do Brasil. O reconhecimento foi devido o projeto “São Gonçalo Mais Feliz: Sustentabilidade e Bem-Estar na Gestão Pública Municipal”, desenvolvido pela Prefeitura legal, inspirado em projetos semelhantes e de sucesso em alguns países, como o Butão, um país asiático.
Fotos acima de Elpídio Justino de Andrade
        Desenvolvido pela Gestão Municipal e aplicado na cidade desde 2022, o projeto visa a aplicação do conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB), de forma mais abrangente que os indicadores econômicos e sociais tradicionais. Isso porque tem como foco, além dos dados econômicos, medir a satisfação e o bem-estar de seus cidadãos, partindo de nove pontos básicos: Bem-estar Psicológico, Cultura, Saúde, Educação, Padrão de Vida Uso do Tempo, Vitalidade da Comunidade, Diversidade do Meio Ambiente e Governança. Alinhadas a esses pontos, foram implementados na cidade 13 iniciativas nas áreas da saúde, educação, meio ambiente, cultura e participação social, visando basicamente o bem-estar dos 8 mil moradores de São Gonçalo do Abaeté MG.
        O FIB é utilizado para medir o bem-estar da população, associando-o ao desenvolvimento do município, favorecendo assim melhor entendimento planejamento da gestão municipal na aplicação de politicas públicas e sociais, sempre visando a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.
Parceria com o Sebrae
Foto acima de Duva Brunelli
        Executado em parceria com o Sebrae, principalmente na área de governança, o projeto foi colocado em prática, permitindo a viabilização da criação de programas sociais como:
 Programa Sebrae Delas: Voltado para o incentivo ao empreendedorismo feminino e maior participação no mercado de negócios.
 Programa Restaurar: Visa promover melhorias na gestão ambiental, com foco na sustentabilidade do município.
 Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE): Focado em promover a mentalidade empreendedora entre jovens e adultos.
 Sala Mineira do Empreendedor: Um espaço criado para apoiar empreendedores da cidade com informações e recursos.
Reconhecimento e premiação mundial
Foto acima de Elpídio Justino de Andrade
        O sucesso na implementação do programa na prática, fez o projeto São Gonçalo Mais Feliz: Sustentabilidade e Bem-estar na Gestão Pública Municipal, sair das divisas da cidade despertando interesse de gestores de todo o país e de outros países devido os resultados eficazes alcançados.
        Por esse motivo, o projeto e a cidade de São Gonçalo do Abaete se destacaram na categoria Cidades Inteligentes. O resultado do reconhecimento da cidade mineira foi divulgado durante a segunda edição do Smart City Expo Curitiba Brazilian Awards, uma premiação internacional que reconhece as práticas inovadoras e transformadoras das cidades desenvolvidas pelas gestões públicas em cidades de todo o planeta.
O que é Smart City Expo Curitiba
Foto acima de Elpídio Justino de Andrade
        O Smart City Expo Curitiba é organizado pelo iCities, com sede em Curitiba no Paraná, é um hub (no inglês significa conexão ou ponto central) de inovação. O evento de 2025 contou com o apoio da Prefeitura de Curitiba e do Governo do Paraná, além da chancela da Fira Barcelona, um dos mais renomados organizadores de eventos do mundo. 
        A empresa iCities foi fundada em 2011, segundo informações no próprio site da plataforma que informa que a iCities “é uma grande plataforma de soluções e projetos acerca do amplo segmento de cidades inteligentes. O estreito relacionamento com municípios e grandes corporações é o que possibilita soluções inteligentes para a gestão pública e empreendimentos privados”.
        O Smart City Expo Curitiba, organizado pela plataforma, é considerado atualmente o maior evento de cidades inteligentes das Américas (América do Sul, América Central e América do Norte).
Objetivos do prêmio
Foto acima de Elpídio Justino de Andrade
        O prêmio concedido pela Smart City Expo Curitiba Brazilian Awards tem como objetivos:
• Celebrar a inovação e a sustentabilidade nas cidades brasileiras
• Reconhecer e valorizar projetos que estão transformando as cidades
• Destacar projetos que estão moldando o futuro das cidades no Brasil
Projeto pioneiro
Foto acima de Elpídio Justino de Andrade
        O projeto desenvolvido pela Gestão Municipal de São Gonçalo do Abaeté MG, e implementado desde 2022, é pioneiro no país. O pioneirismo e sucesso do projeto na cidade mineira, rendeu à cidade o título de cidade mais inteligente e mais feliz do Brasil. Com esse título, a cidade se torna um exemplo de gestão pública eficiente, inteligente e inovadora, passando a ser uma referência para todo o Brasil.
Impactos do projeto na comunidade
Foto acima de Duva Brunelli
        Além de ter elevado o status de São Gonçalo do Abaeté em todo o Brasil, o projeto “São Gonçalo Mais Feliz” trouxe vários benefícios para os moradores da cidade, como por exemplo na melhoria da qualidade de vida, estimulou maior participação comunitária nos assuntos da cidade, proporcionou melhora significativa dos serviços públicos, fortalecer a governança e proporcionar um ambiente mais sustentável. São melhorias significativas sentidas na prática pelos moradores da cidade, que contribuíram para que o município se tornasse referência nacional.
        É o resultado do empenho da Gestão Municipal em promover o bem-estar de seus cidadãos e que serve como base de inspiração para outros gestores públicos do país, adotar o mesmo projeto em seus municípios.
        Conceitos e projetos inovadores, transformam para melhor a realidade de uma cidade. Isso é o que aponta os resultados do projeto implementado em São Gonçalo do Abaeté. Uma mostra de quando se quer e com criatividade e ideias claras e inovadoras, a realidade de uma cidade, seja de pequeno, médio ou grande porte, pode ser modificada e melhorada.
        O resultado alcançado por São Gonçalo do Abaeté, reforça a importância das politicas públicas e estratégias que tem como prioridade o bem-estar da população e a sustentabilidade como pilares sólidos para o desenvolvimento urbano. Resultados que levaram o reconhecimento da eficácia da iniciativa da Gestão Municipal, coroada com o reconhecimento nacional, através da premiação no Smart City Expo Curitiba Brazilian Awards.
Exemplo a seguir
Foto acima de Duva Brunelli
        A experiência de São Gonçalo do Abaeté, aponta para a eficácia de ações governamentais que coloca o bem-estar da população a base das decisões da Administração Municipal. Mais que isso, é uma referência para que outros gestores públicos pelo país sigam este exemplo. 
        Seja de pequeno, médio ou grande porte, o projeto desenvolvimento em São Gonçalo do Abaeté é uma mostra clara e eficaz da criatividade e espírito de inovação dos gestores municipais no cuidado de sua população e aplicação dos recursos públicos no bem-estar e melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos.

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