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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Areinha Branca: um oásis em Monte Azul

(Por Arnaldo Silva) Monte Azul é uma das mais belas e charmosas cidades do Norte de Minas, Distante 668 km de Belo Horizonte, o município faz limites com Espinosa, Mamonas, Gameleiras, Pai Pedro, Catuti, Mato Verde e Santo Antônio do Retiro. Segundo o IBGE, Monte Azul tem hoje 20.328 habitantes. Além disso, Monte Azul faz parte do Circuito Turístico Serra Geral do Norte de Minas. Quem nasce em Monte Azul é Monte-azulense.
          Origem A cidade tem origem no século XIX, em um povoado chamado Tremendal da Boa Vista, criado em 1868. Mais tarde o nome foi reduzido para Tremendal, sendo elevado à cidade emancipada em 4 de outubro de 1887. (na foto acima de Marcelo Santos, a Areinha Branca na Serra de Montevidéu)
          Por ser rodeada por serras e principalmente morros, que no horizonte tem tons azuis, o nome foi mudado de Tremendal para Monte Azul.. A belezas dos montes azuis de Monte Azul impressiona, encanta e emociona. (foto acima do Marcelo Santos)
Estrutura e economia
          A cidade é pacata, com boa estrutura urbana, comércio em franco crescimento e variado. A cidade conta com bons mercados, padarias, restaurantes, pousadas, hotéis, lanchonetes, bares, lojas de eletrodomésticos, de móveis, de tecidos e confecções no atacado e varejo. Isso devido à cidade ser um polo regional em confecções, contando com pequenas fábricas de roupas íntimas e outras vestimentas em geral.
          Seu povo é simples, acolhedor, hospitaleiro e preserva suas tradições familiares, culturais, folclóricas e religiosas.
          A agricultura é a principal atividade econômica do município, com destaque para a agricultura familiar, a agropecuária e o cultivo do algodão.
O que fazer em Monte Azul?
          Em termos de belezas naturais, Monte Azul é uma das cidades de maiores potenciais turísticos de Minas Gerais. O município encontra-se em área de transição do Cerrado para a Caatinga, o que influi em seu clima e vegetação. A junção desses dois biomas proporciona belezas cênicas com cenários naturais únicos e encantadores.
          São belíssimas paisagens de matas nativas, cachoeiras paradisíacas e a impactante beleza dos tons azuis dos montes e serras, que circundam o município. (fotos acima de Marcelo Santos)
Areinha Branca
          É um lugar de beleza sem igual em Minas e única. Avistando de longe, a primeira impressão é neve ou uma forte geada, mas não é. São campos de areias brancas tão alvas como a neve e finíssima como talco, espalhadas entre formações rochosas, esculpidas pelo tempo, vento e chuvas. São bancos e imensos campos de areias microscópicas e branquíssimas. Uma impressionante visão de oásis!
          Localizado no topo da Serra de Montevidéu, dentro do complexo da Serra do Espinhaço em Monte Azul, a Areinha Branca, como é chamado o lugar, encanta e impressiona todos que vão ao local. Um lugar que transmite um sentimento de leveza e pureza incrível, principalmente ao alvorecer e entardecer. O espetáculo é divino! (fotografias acima e abaixo de Marcelo Santos)
          Por esse motivo, a Areinha Branca é um lugar preferido para meditações, relaxamento, prática de ioga, boa leitura e contemplação da natureza, simplesmente.
          Para chegar a esse santuário de beleza e tranquilidade, você sobe a estrada da Mata de São João até o Tonão da Serra. São 9 km de estrada de terra, a partir do centro de Monte Azul e subida de 300 metros por uma trilha. Fica aberto 24 horas, todos os dias. Melhor é solicitar a ajuda de moradores locais como guias, para conhecer e aproveitar melhor o lugar. (fotografia acima de Marcelo Santos)
          Como é formada essa areia, do que é constituída, porque é tão fina e branca, e que tipo de rochas tem o lugar, não conseguimos obter informações científicas, até o momento.
Outros atrativos naturais
          Além disso, em Monte Azul, cachoeiras são atrativos que refrescam os dias quentes do verão, como a Cachoeira do Riacho Seco, do Chuveirinho, do Geraizinho, do Capim Gordura, dos Olhos D´Água, da Pedra Azul, do Escorredor, da Lavra Monte, do Seu Cícero, dentre outras. São várias  e todas rodeadas por matas nativas.
          Contemplar o nascer do sol e o por do sol no topo do Pico do Formoso, em Monte Azul, é um espetáculo sem igual, como podem ver na foto acima do Marcelo Santos o alvorecer e abaixo, uma noite estrelada.
Atrativos urbanos
           Uma outra dica ótima é passear pela cidade, conhecer os bares, lanchonetes, padarias, restaurantes, sorveterias e praças.
          
Deve também visitar a belíssima igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, em tons claro e azul, emoldurada pelas serras de mesmo tom. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a Praça da Matriz) e também a Igreja de São Judas Tadeu e de São João (na foto abaixo do Elpídio Justino de Andrade)
          Tem ainda a Feira da Agricultura Familiar, um local de encontro dos moradores locais e para comprar de produtos alimentos naturais como frutas, verduras, leite, além de doces, queijos, bolos, biscoitos. 
          O visitante pode conhecer o artesanato local, presenciar atividades culturais como teatro, roda de capoeira, dentre outros. Não apenas isso, tem também os pratos típicos da região Norte de Minas como o arroz com pequi, a farofa de feijão tropeiro, dentre outras delicias da cozinha geralista. É um lugar ótimo para encontro de amigos e família. (na foto abaixo do Elpídio Justino de Andrade, coreto da Praça da Matriz)
          Monte Azul é uma cidade simples e de rara beleza, tanto em sua arquitetura, quanto em sua exuberante e cênica paisagem natural. Conheça Monte Azul.

sábado, 17 de setembro de 2022

A Vila dos Gaúchos que se tornou cidade mineira

(Por Arnaldo Silva) Chapada Gaúcha é uma cidade mineira com cerca de 14 mil habitantes, na Região Norte de Minas. O acesso à é pela BR-479 e está distante 772 km de Belo Horizonte e conta atualmente. O município faz divisa com Januária, Formoso, Arinos, Urucuia, Pintópolis e São Francisco, em Minas Gerais e ainda com Cocos, no Estado da Bahia. (na foto abaixo, vista parcial de Chapada Gaúcha com foto arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação)
A vila dos Gaúchos
          A cidade tem origem bem recente. Sua história começa a partir de 1976 com a chegada de um grande número de famílias vindas do Rio Grande do Sul para trabalhar na agricultura. Vieram através de incentivos de assentamento do Governo Federal à época, denominado Projeto de Assentamento Dirigido à Serra das Araras (PADSA). Na região, o projeto de assentamento englobava terras dos municípios de Formoso, Arinos, Januária e São Francisco, entre as regiões Norte de Minas e Noroeste do Estado.
          O PADSA atraiu um contingente muito grande de gaúchos, devido as dificuldades de trabalho que famílias de agricultores encontravam na época, além das dificuldades climáticas no Sul do país, como geadas constantes, estiagens prolongadas e falta de incentivos agrícolas. Iriam para uma região de clima mais estável, terras férteis, planas e com vários rios próximos, como os rios Urucuia e São Francisco, facilitando assim a irrigação, além é claro, de incentivos e apoio do Governo, no início.
          As famílias gaúchas foram instaladas numa área próxima ao Rio São Francisco, denominada de Serra das Araras. Com o tempo, mais famílias gaúchas foram chegando, formando assim uma vila, que passou a ser chamada de Vila dos Gaúchos.
          Os gaúchos cuidavam da terra, plantavam e faziam a terra gerar riquezas e prosperidade. A vila cresceu, ganhou igreja, ruas foram abertas, casas e mais casas foram sendo construídas e novas famílias foram sendo formadas, até que a Vila foi elevada à distrito em 1994, subordinado à cidade de São Francisco MG.
A escolha do nome
          A Vila dos Gaúchos já não era mais vila, cresceu a ponto de se tornar distrito. Tinha que ter outro nome. Para a definição do novo nome para o distrito que surgiu, foi feito um plesbicito entre os moradores. Três nomes foram os mais votados: Novo Horizonte o mais votado, Chapada Gaúcha, em segundo e Serra Gaúcha, em terceiro.
          Pelo fato de já existir outros distritos mineiros com o nome de Novo Horizonte, este nome foi descartado, ficando o segundo nome mais votado, Chapada Gaúcha, como nome do novo distrito, por votação popular.
          A decisão popular foi referenda pela Câmara de Vereadores em 19/12/1994, de São Francisco MG, a qual o novo distrito era subordinado, através do projeto de Lei n°1523, sendo instalado oficialmente em 28 de janeiro de 1995, como distrito reconhecido.
          O tempo como distrito de Chapada Gaúcha foi bastante curto. Não ficou nem um ano como distrito. Nesse mesmo ano, 1995, começou o processo de emancipação de Chapada Gaúcha. (na foto, o Vão dos Buracos- Comunidade quilombola de Buraquinhos, fotografado pelo Guia Elson Barbosa)
De distrito à cidade em apenas 1 ano
          Um fato inédito na história de Minas, jamais visto. Chapada Gaúcha foi elevada à cidade emancipada em 21 de dezembro de 1995, um ano depois de se tornar distrito, através da Lei n°12.030.
          À nova cidade que surgiu, foi incorporado povoados antigos como as comunidades quilombolas de Buracos e Buraquinhos (na foto acima do Guia Elson Barbosa), além do distrito histórico de Serra das Araras (na foto abaixo do Guia Elson Barbosa), com origens no final do século XVIII, fundado por descendentes de escravos.
          É nessa região que está localizado o Parque Nacional Grande Sertão Veredas (na foto abaixo de Lester Scalon).
          Nascia assim uma nova cidade mineira. A antiga Vila dos Gaúchos se transformou em cidade, charmosa, pacata, e de grande potencial agrícola na região, além de turística. O território total do município de Chapada Gaúcha é de 3 255,189 km². No ano seguinte, em 1996, foram eleitos os primeiros vereadores e o primeiro prefeito e vice-prefeito da cidade, tomando posse em 1° de janeiro de 1997.
Aniversário da cidade
          É tradição a data de emancipação das cidades ser considerada a data de aniversário da cidade, mas em Chapada Gaúcha no dia de sua emancipação, em 25 de dezembro, mas em 25 de julho.
          Isso devido esse dia ser nacionalmente o Dia do Agricultor/Colono/Trabalhador Rural e do Motorista. Esta dada foi escolhido pelo simples fato da agrária da cidade e por ter sido formada por agricultores, colonos e trabalhadores rurais.
Economia
          A essência e origem de Chapada Gaúcha é agrária. A agricultura familiar é um pontos fortes da economia do município além de cultivo de milho e arroz (na foto acima de José Wilson, roça de arroz), e outros grãos, com destaque para soja e sementes de forragem (capim). Inclusive, o município é o maior produtor de soja do norte de Minas, além de ser o maior produtor brasileiro de sementes de forragem (como podem ver na foto abaixo de José Wilson).
          Um dos eventos importantes da cidade é a Agrochapada (na foto abaixo enviada pelo Ramon Oliveira), evento agropecuário que reúne o que tem de melhor na agricultura e pecuária da cidade, além de apresentação de shows, rodeios, exposição de animais, tecnologias agrícolas, atividades culturais e gastronômicas.
Artesanato e culinária
          As tradições culturais e gastronômicas de Chapada Gaúcha têm forte influência do Rio Grande do Sul, aliados à cultura, tradição e gastronomia mineira.
          Nota-se a influência gaúcha na culinária, no artesanato e na cultura da cidade, embora prevaleça as tradições de Minas Gerais, como o artesanato e a gastronomia típica mineira e do povo do Cerrado, o bioma predominante nessa região. (Artesanato de buriti expostos no Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas. Foto arquivo: Prefeitura Municipal/Divulgação)
O Festival do Chopp
          Uma mostra da influência gaúcha é o gosto do chapadense por chopp e cervejas. A tradição herdada dos alemães pelos gaúchos, faz parte também da tradição de Chapada Gaúcha. Na cidade acontece sempre o Festival do Chopp de Chapada Gaúcha.
          O festival atraí centenas de pessoas de cidades vizinhas e conta com comidas típicas mineira, gaúcha e alemã, além de shows com a presença de bandas da região Sul do País, tocando e cantando ao ritmo das tradicionais músicas gaúchas e germânicas. (foto acima: Arquivo Prefeitura/Divulgação)
Artesanato e turismo
          Além disso, a cidade produz artesanato de qualidade como trançados, cestos, esteiras, caixas e brinquedos, feito com a fibra do buriti, espécie nativa abundante na região.
          Por estar numa região de rara beleza, com fauna e flora exuberante, em Chapada Gaúcha concentra-se grandes áreas de preservação ambiental, como o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, o Parque Estadual Serra das Araras, com destaque para a Gruta do Coração, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari e a Cachoeira Arara Vermelha, favorecendo com isso o turismo ecológico, a geração de emprego e renda para a cidade. (Na foto acima do José Wilson, a beleza das veredas nativas de Chapada Gaúcha e abaixo do Elson Barbosa, o Morro Dois Irmãos)
Estrutura urbana
          A cidade é bem estruturada, conta com uma boa infraestrutura urbana, hotéis, pousadas, restaurantes típicos, um comércio variado e um setor de prestação de serviços abrangente e de boa qualidade.
          O povo chapadense é empreendedor, criativo e se sobressai nas adversidades. Até 2009, a cidade não tinha agência bancária. Para movimentar a economia local, seus moradores na época, criaram uma moeda social, chamada de “vereda”, através do Banco Comunitário.
          Essa iniciativa foi inédita em Minas Gerais e ajudou bastante no fortalecimento da economia do município. Com a chegada de agências bancárias à cidade, a moeda social caiu em desuso e não circula mais desde 2015.
          Cidade de taxa de escolarização bastante alta e com um bom nível educacional, além de possibilitar a seus moradores, boas condições para a prática de esportes, além de contar com área de lazer urbana e rural. (na foto acima o Balneário do Ney na Comunidade Rio dos Bois, registrada pelo Guia Elson Barbosa)
Festas e Festivais
          Além disso, a cidade promove eventos rurais como exposições e o Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas, realizada sempre na segunda semana de julho. Este evento foi criado para divulgar as tradições, cultura e história dos povos do sertão. (foto acima arquivo Prefeitura Municipal/@divulgação)
          No Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas Nesse evento, além de shows musicais com música regional, tem pratos típicos regionais, danças de roda, mostra do artesanato e apresentações culturais, dentre outras atividades. (foto acima: Arquivo Prefeitura/Divulgação)
          Outro evento de grande importância é o “Caminho do Sertão”, também chamado de “Caminho Rosiano”, em alusão a Guimarães Rosa, autor do livro O Grande Sertão Veredas, com histórias no livro, ambientadas nessa região. São 187 km, entre Sagarana até o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, passando por estradas, trilhas e povoados. (na foto acima enviada pelo Elson Barbosa, caminhantes fazendo o Caminho Rosiano)
          Esse percurso é todo feito a pé pelos caminhantes, o que permite a todos um contato direto as tradições e costumes dos povos do sertão das veredas mineiras.
          Outro evento tradicional em Chapada Gaúcha é a Festa de Santo Antônio de Serra das Araras ou somente, Festa da Serra. É uma tradição secular, nascida pela fé do sertanejo mineiro. Antes mesmo de Chapada Gaúcha existir, a Festa da Serra já existia, preservada há mais de 200 anos pelo povo do sertão de nossas veredas.
          A tradição começa quando foi encontrada em uma gruta na Serra das Araras, a imagem de Santo Antônio. Todos os anos, desde o século XIX, no dia de Santo Antônio, 13 de junho, romeiros e fiéis chegam à gruta vindos vários de lugares. Vem de ônibus, de carro, de moto, a cavalo e até a pé para participarem dos festejos juninos. A Romaria e a Festa da Serra são umas das maiores festas religiosas da região e uma das mais importantes festas tradicionais mineiras. (foto acima enviada pelo Guia Elson Barbosa)
          Outro evento religioso de grande importância para a cidade é a Folia de Reis, que acontece entre o Natal e os primeiros dias do novo ano. Tradicional em toda Minas Gerais, a Folia de Reis é tradição secular nas comunidades chapadenses de Buracos, Buraquinhos e Ribeirão de Areia. (foto acima enviada pelo Guia Elson Barbosa)
          Chapada Gaúcha (na foto acima da Prefeitura Municipal/Divulgação) te espera para uma visita. Venha vivenciar um pouco da tradição do sertão das veredas de Minas, da tradição sertaneja, gaúcha e mineira, numa só cidade. 

Pintópolis: origem do nome, turismo e história

(Por Arnaldo Silva) Entre a Serra das Araras e o leito do Rio São Francisco, no Norte de Minas, está a cidade de Pintópolis, município que faz divisa com São Francisco, Urucuia, Icaraí de Minas, São Romão e Chapada Gaúcha. Contando com cerca de 7.084 habitantes, Pintópolis está a 615 km de Belo Horizonte.
          Pintópolis surgiu em 29 de agosto de 1964 como povoado denominado Riacho Fundo, subordinado inicialmente a São Francisco MG. Após emancipação da vizinha Urucuia MG em 1992, então distrito também subordinado a São Francisco MG, Riacho Fundo passou a ser subordinado a Urucaia MG. Em 21 de dezembro de 1995, Riacho Fundo foi desmembrado de Urucuia e elevado a cidade, com o nome de Pintópolis em homenagem ao sobrenome da família de seu fundador, Germano Pinto. (na foto acima e abaixo do Kleiton Brito)
          Uma cidade planejada, tranquila, pacata, com povo bom e hospitaleiro, conta com uma boa estrutura urbana, um comércio variado, setor de serviços de boa qualidade, pousadas, hotéis e restaurantes com comidas típicas. A economia do município tem como base o comércio, pequenas empresas familiares e a agricultura e pecuária.
          Pintópolis faz parte do Circuito Turístico Grande Sertão Veredas e oferece como atrativos sua charmosa Matriz, o Cristo Redentor, as tradicionais festas de São João e da Padroeira, Nossa Senhora da Abadia.
         A travessia de balsa sobre o Rio São Francisco, de Pintópolis até a cidade de São Francisco, é outro atrativo a parte. (na foto acima de Márcio Pereira/@dronemoc, a balsa)
          Além disso, suas belezas naturais estão inseridas neste circuito turístico, com destaque para a Cachoeira do Buriti, o Rio Urucuia e o encontro do Rio Urucuia com o Rio São Francisco e a Cachoeira do Rio Acari (na foto acima do Guia Elson Barbosa).
A origem do nome          
          Dos 853 municípios mineiros, algumas cidades chamam a atenção pelo nome diferenciado dos demais. É o caso de Pintópolis. Polis vem do grego e significa cidade e Pinto é um sobrenome de origem ibérico, ou seja, de Portugal e Espanha. Literalmente, Pintópolis significa Cidade dos Pintos.
          O nome é em homenagem a Germano Pinto (31/10/1924 – 21/11/2015), o fundador da cidade. (na foto acima feita por sua neta, Ana Paula Souza Pinto Cunha, quando completou 90 anos)
          Embora o nome possa provocar indagações e até mesmo risos maliciosos, os moradores de Pintópolis não se constrangem, ao contrário, tem orgulho de sua cidade e de sua origem, além de estarem já acostumados com o nome e de explicarem a origem do mesmo. Quem nasce em Pintópolis é pintopolitano ou pintopolense.
Germano Pinto
          O fundador de Pintópolis, Germano Pinto, já falecido, um sertanejo e, pecuarista, de hábitos bem simples e um visionário empreendedor. Foi pai de 11 filhos, 49 netos e outros tantos bisnetos.
Tinha como prazer uma boa prosa e contar causos, principalmente sobre si mesmo. São causos pitorescos, interessantes e verídicos. Um de seus causos preferidos era sobre a origem da cidade que fundou, feito que muito se orgulhava. (foto acima de sua neta, Ana Paula Souza Pinto Cunha)
          Germano Pinto contava que chegou à região aos 30 anos de idade vindo de Mocambo, povoado de São Francisco MG, cidade na outra margem do Velho Chico. Veio a pé e se instalou no local onde é hoje a cidade. Quando chegou, era apenas mato, não tinha casa, estrada, pastagem formada, nada. Começou do zero e transformou o lugar numa fazenda produtiva que denominou de Riacho Fundo.
          Vendo a fazenda crescer, Germano Pinto já alimentava o sonho de construir no local, não um povoado ou uma vila para seus colonos, como era normal, na época.
          Sonhava grande. Queria era construir uma cidade. Até que em agosto de 1964, já com 40 anos de idade, decidiu colocar seu sonho em prática e transformar sua fazenda em uma cidade planejada. Seria a primeira cidade planejada do sertão do interior mineiro, já que Belo Horizonte, planejada por Aarão Reis (1853-1936) não conta por ser a capital.
Projetando a cidade
          Embora sem curso superior na área, Germano Pinto era autodidata e começou a desenhar no papel o projeto do seu sonho. Sonhava com uma cidade que pudesse oferecer melhores condições de vida a seus moradores, principalmente os mais carentes, além de ser uma cidade bem estruturada e organizada.
          Aos poucos a paisagem típica das fazendas rurais do interior foi mudando. No lugar das pastagens e lavouras, foram surgindo ruas traçadas e avenida larga, transformando os caminhos que passavam carroças e carros de bois, em ruas para passar carros e caminhões. O curral, a casa grande e as casas dos colonos, foram dando lugar a escola, praça e lojas para comércio. (fotografia acima de Odair Rodrigues)
Incentivo ao povoamento
          Para atrair moradores, Germano vendeu lotes a preços bem em conta ou mesmo fiado e até doou terrenos para famílias que não tinham condições de comprar, mesmo barato ou fiado. Com isso a cidade começou a ser povoada, necessitando assim de novos traçados de ruas laterais à avenida principal.
          
Projetou a principal avenida da cidade em linha reta, que recebeu seu nome e em traço quadrado, planejou e construiu a Matriz e a praça da cidade. Conta Germano que para construir a igreja, vendeu 10 novilhas, um cavalo e um garrote, além de arborizar a praça com palmeiras. Dedicou a igreja a Nossa Senhora da Abadia, santa de sua devoção. (fotografia acima de Kleiton Brito)
          Para uma cidade existir como cidade, necessitava não só de ruas, casario e praças, mas de padre, professora, juiz, delegado, polícia, vereador e prefeito. O benfeitor tratou de providenciar tudo isso.
Fez tudo e foi de tudo e mais um pouco
          Trouxe um padre para a Matriz e professora para lecionar na escola. Queria que os filhos dos novos moradores da cidade estudassem. 
          Para garantir a segurança pública, Germano Pinto assumiu o papel de prefeito e acabou virando até delegado. Naquela época esse cargo era por nomeação, sem necessitar de concurso público ou formação em direito. Como delegado, improvisou a delegacia no terreno de sua própria casa e tinha até cadeia pública. Assumiu ainda a condição de juiz de paz e foi ainda vereador por dois mandatos.
          Doou as terras, fundou a cidade, projetou e planejou seu traçado, foi construtor, prefeito, vereador, juiz, delegado. Enfim, ocupou todos os cargos possíveis em uma cidade, algo inédito na história mineira.
Cidade com potencial de crescimento
          
Fez uma cidade e não uma cidadezinha qualquer. Uma cidade que cuja história é a história de seu próprio fundador. Começou com um sonho, com um morador e hoje conta com 7.500 moradores, bem estruturada, com boa qualidade de vida. (na foto acima do Cristian Denner, vista parcial de Pintópolis)
          Embora tenha poucos habitantes, Pintópolis não é uma cidadezinha do interior comum. O município é formado por 1243 km² quilômetros quadrados de terras. Pra se ter ideia desse tamanho, Belo Horizonte, a capital mineira, tem 332 km², ou seja, Pintópolis tem condições de crescer e se desenvolver bem mais. 
          É uma cidade jovem, que nasceu planejada, portando, com estrutura para crescimento planejado, o que a diferencia das demais cidades do interior.
Discussão sobre o nome
          
Antes de sua emancipação, em 1995, os moradores de Riacho Fundo optaram por mudar este nome para Pintópolis. Alguns acharam o nome meio estranho e até constrangedor e queriam que se chamasse de Noroeste de Minas. Esse sugestão não foi aceita pela maioria dos moradores, que não viam problema algum no nome. Outros sugeriram Germanópolis, em homenagem ao fundador, que não concordou. (fotografia acima de Cristian Denner e abaixo de Odair Rodrigues)
          Germano Pinto queria que o nome da cidade abrangesse sua família, já que para construir a cidade, não tinha feito tudo sozinho, teve o apoio da família. E assim, ficou Pintópolis o nome da cidade, homenageando não somente o fundador, mas a toda sua família que abraçou seu sonho.
          Germano Pinto faleceu em 21/11/2015, aos 91 anos, com honras e respeito dos moradores da cidade que fundou e de que muito se orgulhava ter fundado e vivido.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Lassance, Carlos Chagas e a Serra do Cabral

(Por Arnaldo Silva) Com cerca de 7 mil habitantes, Lassance, no Norte de Minas, se destaca pela hospitalidade e charme da cidade, bem como sua história, ligada ao médico sanitarista, cientista e bacteriologista brasileiro, Carlos Chagas.
          Lassance, está distante 270 km de Belo Horizonte e faz divisa com os municípios de Várzea da Palma, Corinto, Três Marias, Buritizeiro, Buenópolis, Augusto de Lima, Joaquim Felício, Francisco Dumont. (na foto acima de Leandro Leal, a Matriz de Nossa Senhora do Carmo)
          A economia do município gira em torno de pequenos comércios, prestação de serviços, da extração mineral de quartzo, extração de flores de sempre-vivas, além da agricultura com destaque para o cultivo de café, mandioca, milho, fumo e arroz, além da pecuária de corte e produção de carvão vegetal.
A doença de Chagas
          Em Lassance trabalhou o famoso cientista brasileiro Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas nascido em Oliveira MG, falecendo em 9 de julho de 1878 no Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1934).
          Carlos Chagas foi biólogo, médico sanitarista, infectologista, cientista, pesquisador e bacteriologista brasileiro. Foi em Lassance, em 1909, que o cientista identificou o protozoário causador da infecção que mais vitimava em sua época, a doença causada pelo Tripanossoma cruzi, o barbeiro, mais tarde nomeada por Doença de Chagas, em sua homenagem. (foto acima sem autoria identificada/Domínio Público)
          Carlos Chagas, foi enviado para a região com a missão de cuidar dos trabalhadores da Ferrovia Central do Brasil, para combater a malária e outras doenças, que estavam vitimando vários trabalhadores. Na obra da ferrovia, montou pequeno laboratório em um vagão de trem.
          Foi no vagão de um trem que Chagas descobriu que o protozoário causador da doença, abrigava-se no intestino do barbeiro (inseto da família Reduviidae), que transmitia a doença através de picada. Identificou ainda que morada preferida desses insetos, era as frestas das casas de pau-a-pique, comuns nos sertões do Brasil naquela época.
Atrativos urbanos
Um dos grandes destaques da cidade, além do seu casario singelo e atraente, suas belas igrejas e belezas naturais, tem como excelente atrativo para os amantes da história e ciência, o Memorial Carlos Chagas. O Memorial foi construído no lugar onde ficava o antigo laboratório do cientista, onde o visitante tem o privilégio de conhecer o cenário de atuação do Dr. Carlos Chagas, responsável por uma das maiores descobertas da ciência brasileira, de grande importância para o mundo.
          Lassance é uma cidade tranquila, com uma boa estrutura urbana, em destaque para a Matriz de Nossa Senhora do Carmo e a Estação Ferroviária de 1909, hoje, Centro de Artesanato e Cultural da cidade, com mostras da cultura típica da cidade e do seu artesanato. (na foto acima de Sérgio Mourão/@sergio.mourao, uma das charmosas praça de Lassance MG)
A ferrovia
          A ferrovia chegou à Lassance no início do século XX. Antes, o lugar era um pequeno povoado, sendo caminho de tropeiros que vinham ao sertão norte mineiro, no final do século XIX.
          A região começou a se desenvolver com a instalação da ferrovia e estação de trem, chefiada pelo engenheiro Ernesto Antônio Lassance Cunha, com o povoado adotando o nome de Lassance, em 1908, em sua homenagem.
          A chegada da ferrovia trouxe para a região centenas de trabalhadores, bem como, outras tantas pessoas que vieram de vários lugares, atraídos pelo desenvolvimento que as ferrovias proporcionavam naquela época. Esses fatores fizeram com que o povoado crescesse, fosse elevado a distrito e finalmente à cidade emancipada em 12 de dezembro de 1953.
A Serra do Cabral e a pré-história
          Outro importante destaque em Lassance é a Área de Proteção Ambiental Serra do Cabral, criada em 2002 para preservar as riquezas naturais do cerrado, como nascentes e riachos que desaguam no Rio das Velhas e Rio Jequitaí, ambos afluentes do Rio São Francisco, bem como proteger cachoeiras, como a das Palmeiras e sua rica fauna como como exemplo, várias espécies de pássaros, onças, suçuaranas, jaguatiricas, lobo-guará, além de sua flora riquíssima, como os campos de sempre-vivas. (na foto acima e abaixo do Marcelo Santos, o Boqueirão, na Serra Geral)
          Por ser uma região de grande concentração de calcário, cavernas e lapinhas são comuns na Serra do Cabral, habitat de milhares de povos indígenas, presentes no Brasil a milhares de anos, antes da chegada de Pedro Álvares Cabral.
          Os povos que existiam antes da chegada de Cabral, eram conhecidos como cabralinos, por isso o nome da Serra e dos povos que viviam no Brasil e da chamada “era pré-cabralina”. (na foto acima de Marcelo Santos a Cachoeira do João Correia)
          Hoje, o termo “era pré-cabralina” ou “cabralino” não é usado para definir os povos pré-históricos brasileiros. Antes de Cabral e depois de Cabral não é um termo aceito pelos cientistas e sim período quaternário
          Esse período foi dividido em pleistoceno, (povos caçadores e coletores que aqui habitavam há mais de 12 mil anos) e o holoceo (entre 12 mil e 9 mil anos, chamado de arcaico antigo e entre 9 mil e 4.500 anos, chamado de arcaico recente).
          Estes povos deixaram nas paredes das grutas e lapas na Serra do Cabral em Lassance, seus estilos de vida, sobrevivência e crenças, registradas em pinturas rupestres, fazendo da região, com seus vários sítios arqueológicos como Boqueirão do Cara Fechada, Boqueirão do Inferno, Cabeceira do Guará I, II, III, Cabeceira do Manda-Puça, Lapa da Onça, Lapa de Santo Antônio, Lapa do Chapéu, Lapa do Marimbondo, uma das mais importantes regiões paleontológicas de Minas Gerais.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Montezuma das águas quentes e termais

(Por Arnaldo Silva) Montezuma conta atualmente com cerca de 8.500 habitantes. O município está a 910 metros de altitude, a 748 km distante de Belo Horizonte e a 285 km de Montes Claros MG. O acesso à cidade se dá pelas BR-122 e BR-135.
          Montezuma está na Região Norte de Minas, com parte de seu bioma, de Mata Atlântica e outra parte, de Cerrado. Faz divisa com os municípios de São João do Paraíso, Vargem Grande do Rio Pardo, Santo Antônio do Retiro, Rio Pardo de Minas, Espinosa, em Minas Gerais e Mortugaba, na Bahia. (na fotografia acima de autoria de Renan Bastos/Horus, o Balneário de Águas Termais de Montezuma MG)
ORIGEM
          A cidade tem origens na Fazenda da Tábua, no século XIX. Seu primeiro nome, ainda como arraial, era Água Quente, devido a descoberta de água quente e medicinal, nesta fazenda.
A descoberta de fontes de águas termais, bem como os benefícios que estas águas trazem para a saúde, atraiu pessoas de toda a região. Com o tempo, novas fontes foram sendo descobertas, novas pessoas chegando.
          O pequeno arraial começou a crescer e suas águas quentes, famosas. Em 1890, o arraial foi elevado a distrito, com o nome de Santana da Água Quente, subordinado a Rio Pardo de Minas. Em 1938, o nome volta a ser Água Quente e por fim, em 1943, Água Quente passa a se chamar, Montezuma.
ORIGEM DO NOME
          O nome Montezuma é em homenagem a Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha. Nasceu em Salvador, em 23/03/1794 e faleceu no Rio de Janeiro em 15/02/1870.
O nome de batismo do Visconde era, Francisco José Gomes Brandão. Era filho de Narcisa de Jesus Barreto, mestiça e de Manuel Gomes Barreto, comerciante português.
          Homem culto, formou-se em direito pela Universidade de Coimbra, em Portugal. Foi o primeiro presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, além de ter sido um dos pioneiros da maçonaria no país. Era também diplomata, jornalista e atuante na luta contra o domínio português.
          Após a independência do Brasil, o Visconde de Jequitinhonha, por nacionalismo, substituiu por conta própria, seu sobrenome português, José Gomes Brandão, para Gê Acaiaba de Montezuma. A escolha foi uma mistura de símbolos que formavam a nação brasileira.
          O Gê, representava as tribos do Brasil Central, do tronco linguístico não-tupi-guarani. O Acaiaba, palavra de origem tupi-guarani, era o nome dado a uma árvore nativa, conhecida como cajazeira. Montezuma, era o nome de um dos imperadores astecas.
Assim, o Visconde de Jequitinhonha, ficou: Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, ou simplesmente, Montezuma, como passou a ser conhecido, bem como a cidade mineira, Montezuma, que o homenageou, adotando seu nome.
          Mesmo com a mudança de nome, a cidade é chamada carinhosamente de “Água Quente”, em referência às suas águas termais e medicinais. Em 1993, Montezuma deixa de ser distrito, subordinado a Rio Pardo de Minas, para ser cidade emancipada.
A CIDADE DE MONTEZUMA
          Cidade pequena, tranquila, charmosa e pacata, seu povo é acolhedor e muito trabalhador. Recebem bem os visitantes e são bastante hospitaleiros. (na foto acima de Renan Bastos/Horus, vista aérea de Montezuma)
          A cidade possui uma boa estrutura urbana, com pousadas e hotéis para todos os gostos e bolsos, um comércio e setor de serviços variados.
          A culinária de Montezuma é ótima. Nos restaurantes, os visitantes podem saborear os pratos feitos com os frutos típicos do Cerrado, como o pequi, bem como o tradicional, frango caipira.
          A cidade é uma grande produtora de cachaça e rapaduras artesanais. A iguaria está presente no dia a dia de várias famílias.
          Outro destaque da culinária da região é o Doce Tijolo. É um doce típico do Norte de Minas, feito com caldo de cana, mandioca e coco.
          Muito apreciado na região e altamente nutritivo, o Tijolo, é um doce presente no dia-a-dia nos quintais, comércios, feiras e mercados municipais do Norte de Minas.
          Em Montezuma, encontra-se o doce Tijolo com muita facilidade, na Feira Livre, que acontece todos os sábados, na cidade.
          O turismo é uma das maiores fontes de renda do município, juntamente com a agropecuária, extração de carvão vegetal e agricultura familiar, que tem foco na produção de frutas, verduras, feijão, milho, mandioca, polvilho, rapadura, queijos, doces, etc.
ATRATIVOS NATURAIS
          Montezuma faz parte do Circuito Turístico Serra Geral do Norte de Minas e tem como atrativos naturais, belezas impactantes e de grande relevância ecológica, como o Parque Estadual de Montezuma, dotado de beleza natural exuberante com grutas, paredões rochosos, várias nascentes e uma trilha que leva à mina de ametista. O Parque é gerenciado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF/MG).
          Em Montezuma está ainda a nascente do Rio Pardo, além imensos paredões rochosos e sítios arqueológicos como o da Serra do Pau d´Arco e as pinturas rupestres na Serra de Macaúba (na foto acima de Joaquim Pereira de Amorim/Quimba)
O MAIOR PEQUIZEIRO DO MUNDO
          Outro atrativo natural do município é o maior pé de pequi (Caryocar brasiliense) do mundo. Localizado na comunidade rural da Roça do Mato, o pequizeiro impressiona pelo tamanho e longevidade! São 16 metros de altura, 24,5 metros de copa e 3,5 metros de circunferência. (fotografia acima e abaixo de Joaquim Pereira de Amorim/Quimba)
          O pequizeirão, como é chamado, é um dos símbolos naturais do município, além de um de seus maiores atrativos naturais.
ATRATIVOS URBANOS
          Em seu perímetro Urbano, Montezuma tem como destaque o Mercado Municipal e a Igreja de Sant´Ana e São Joaquim, padroeiros da cidade (fotografia acima de Jonathan de Natan).
          O principal destaque de Montezuma, que faz da cidade ser conhecida desde o final do século XIX, são suas águas termais e o Balneário de Águas Termais de Montezuma. É um dos mais sofisticados e bem estruturados balneários do Brasil.
ÁGUAS TERMAIS
          Águas termais estão presentes em vários países do mundo. Tem características químicas e ações medicinais similares, já que são águas formadas há milhões de anos e aquecidas pela ação de vulcões ativos ou extintos, como as fontes de águas minerais formadas na região Sul de Minas e Araxá, no Alto Paranaíba. (na fotografia acima de Renan Bastos/Horus, piscinas do Balneário de Montezuma, que recebem as águas quentes, direto das fontes naturais)
          No caso da maioria das águas termais existentes no Brasil, são aquecidas pelo calor da própria terra, através do fenômeno geológico conhecido como, geotermia.
          Esse fenômeno ocorre quando as águas das chuvas penetram em solos rochosos, atingindo grandes profundidades, consequentemente, recebendo o calor natural das rochas subterrâneas.
          Com isso, as águas absorvem, os minerais presentes nessas rochas, mineralizando, adquirindo propriedades medicinais medicinais e terapêuticas. Quanto mais tempo essas águas permanecem nas profundezas da terra, mais absorvem o calor e ação dos minerais, liberados pelas rochas.
          Essa ação da natureza é frequente e se dá, há milhões anos. As chuvas que caem, entram no solo e continuam a descer, absorvendo os minerais liberados pelas rochas.
          Com o acúmulo de água, são devolvidas à superfície, pela pressão natural, em forma de águas termais e medicinais. É um ciclo natural, que se repete há milhões de anos.
          As águas vão se armazenando no subsolo. Quando não tem mais onde descer, começam a subir, saindo por uma ou várias frestas abertas no solo, surgindo assim as nascentes, que formam as fontes de águas termais.
          
Com isso, saem da terra com alta concentração de minerais, como ferro, magnésio, sulfato, cobre, potássio, cloreto, selênio, zinco e cálcio. A quantidade de sais minerais liberadas pelas rochas, podem variar, de acordo com a formação rochosa e o calor do solo do lugar, onde estão as fontes, mas com poucas diferenças.
          As águas termais já saem do solo quentes, em temperaturas que variam de 37°C a 50°C. Por essa diferença de temperara, são divididas em categorias: águas Hipertermais (acima de 45°C); Mesotermais ( entre 30°C e 45°C); Hiportermais (entre 20°C e 30°C) e Frias (menos de 20°C).
          Essa variação se dá, devido à profundidade das águas no subsolo. Quanto mais profunda estiver as águas e mais rochas tiverem no solo, mais rica em sais minerais e mais quentes serão essas águas.
          As altas temperaturas dessas águas, nas profundezas da terra, dificultada a sobrevivência e proliferação de agentes contaminantes e bactérias. São águas limpíssimas, puras, de alta qualidade e benéficas à saúde humana, sendo de grande ajuda no tratamento de várias doenças.
          Possuem efeitos terapêuticos, graças aos minerais presentes em sua composição, relaxando a musculatura e aliviando dores reumáticas, musculares e nas articulações, como artrite e nevralgias. Auxiliam ainda no tratamento de várias enfermidades, como alergias, asma, bronquite e problemas de pele como eczemas, fungos, acnes e psoríase.
          Além disso, ajudam a hidratar e repor sais minerais, perdidos durante a transpiração, amenizam problemas respiratórios, contribuem para rejuvenescimento da pele, já que águas termais renovam as células da pele, auxiliam na cicatrização de feridas.
          Aas águas termais ajudam no combate a inflamações e ainda no combate a doenças reumáticas, a fibromialgias, lombalgia e doenças da coluna vertebral. 
          A ação das águas termais no organismo tem efeito sedativo e facilitam a liberação de endorfinas. Com isso, essas águas ajudam a aliviar os sintomas do cansaço físico e mental, além de contribuir para o controle da pressão arterial.
          O tratamento auxiliar com águas termais, são reconhecidos e validados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1986. Embora existam vários balneários pelo Brasil, é bom, antes de fazer uso de águas termais, procurar orientação médica. Isso porque cada corpo reage de forma diferente, de acordo com o tempo de uso dessas águas. Os benefícios auxiliares que as águas minerais proporcionam, são obtidos pelo uso constante e mais prolongados. 
          Geralmente, os balneários possuem especialistas nestas questões, que fazem análise individual, além de procurar saber do histórico de doenças de cada pessoa. Isso serve para orientar quanto ao consumo e tempo de uso em banhos nas águas termais. 
          Como exemplo, as águas termais de Montezuma tem alta concentração de magnésio. Esse mineral tem função diurética, estimulando a ação dos aparelhos de excreção. Isso contribui para a liberação de substâncias químicas e tóxicas, presentes no nosso organismo, liberadas através da urina. Além disso, a ação do magnésio, ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares. . 
O BALNEÁRIO DE ÁGUAS TERMAIS DE MONTEZUMA
          Em Montezuma, a temperatura média, de suas águas termais, que brotam direto da bica da fonte, tem cerca de 47°C. Quando chegam às piscinas do Balneário de Águas Termais de Montezuma, a temperatura cai para 41°C. Isso porque, ao sair da fonte, percorre alguns metros, até chegar às piscinas, estando com isso em contato com a temperatura ambiente. (na fotografia acima e abaixo, de autoria de Renan Bastos/Horus, o Balneário de Águas Termais de Montezuma MG)
          O balneário conta com toda estrutura e conforto para receber os turistas, como um excelente hotel, restaurante com comidas típicas mineiras, lanchonete e bar, além de duas piscinas de água quente, vindas das fontes naturais, outra de água fria, banheiros privativos, com piscinas, salão de eventos, play ground, quadras, vestiários, loja de conveniência e área verde com área de camping.
          O Balneário funciona diariamente, inclusive nos sábados, domingos e feriados. O contato pode ser feito pelos telefones (38) 3825-1198 / (38) 999563839 ou pelas redes sociais do Balneário: @balneariomontezuma
          No Brasil está maior bacia de águas minerais, radioativas, medicinais, sulfurosas e termais do mundo, em sua maioria, concentradas em Minas Gerais. São águas com propriedades similares, seja em qualquer lugar do mundo que estiver, já que são obtidas pela ação natural da ação de vulcões ativos ou extintos ou por armazenamentos de águas das chuvas no solo, com absorção de minerais presentes em rochas ao longo dos anos.
          Por isso, nada melhor que conhecer nossos balneários, viajando por Minas e conhecer o Balneário de Águas Termais de Montezuma. Além de valorizar as águas mineiras, você conhece um pouco mais de Minas Gerais, o Cerrado do Norte de Minas, bem como sua cultura e gastronomia. (na fotografia abaixo de Jonatham de Natan, o portal de entrada da cidade)
          Conheça as águas termais de Montezuma, a cidade, seu povo e suas belezas naturais.

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