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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Conheça Cachoeira do Campo

(Por Arnaldo Silva) Não pense que Cachoeira do Campo seja um pequeno e pacato distrito interiorano. Longe disso! São mais de 15 mil habitantes no distrito ouro-pretano, maior até que muitas cidades brasileiras.
          Cachoeira do Campo se desenvolveu graças a indústria, principalmente da mineração. Possui um comercio variado, um setor de serviços eficiente, rodoviária, indústria moveleira, um rico e eclético artesanato, em especial feitos em pedra sabão. (na foto acima de Arnaldo Silva, o Centro Histórico do distrito e abaixo, o tradicional artesanato em pedra sabão)
          Conta ainda com uma gastronomia diversificada com queijaria, alambique, cervejaria, festivais gastronômicos como a Festa da Jabuticaba, diversos bares, restaurantes, hotéis e pousadas de ótima qualidade. Enfim, Cachoeira do Campo conta com boa estrutura urbana e oferece boa qualidade de vida a seus moradores e visitantes.
          Cachoeira do Campo é um dos berços da história da origem de Minas Gerais. Suas ruas e becos contam, um pouco da história de Minas Gerais, preservada em seus casarões, pontes e templos do início do século XVIII e XIX. (na foto acima de Arnaldo Silva, o Centro Histórico do distrito)
         Os principais atrativos históricos de Cachoeira do Campo são: a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré (na foto acima de Peterson Bruschi, a riqueza do interior da Matriz), uma joia da primeira fase do Barroco Mineiro, conhecido por Nacional Português; o antigo Palácio do Governador, antiga residência oficial dos governadores da província de Minas, a tricentenária Ponte do Palácio e o Colégio Dom Bosco, locais que foram palco importantes episódios da História do Brasil, como a Guerra dos Emboabas, a Sedição de Felipe dos Santos, articulações dos inconfidentes, dentre outros.

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

13 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar – Parte VI

(Por Arnaldo Silva) Esta é a quinta parte com 13 pacatos e charmosos distritos de Minas Gerais. Já foram feitas as partes 1, 2, 3, 4, 5, e essa é a sexta parte. Em Minas Gerais, segundo dados da Fundação João Pinheiro, são atualmente 1.816 distritos e 853 cidades, além de mais centenas de vilas e pequenos povoados. Não dá para postar tantos distritos de uma vez só, por isso optamos por dividir a matéria em partes. Conheça 13 acolhedores, pacatos, charmosos e apaixonantes distritos mineiros.
01 – Tabuleiro do Mato Dentro
          É distrito da cidade histórica de Conceição do Mato Dentro MG, a 167 km de Belo Horizonte, na Serra do Espinhaço. O distrito está distante 20 km da sede.
          Tabuleiro é uma joia colonial do Espinhaço. É uma típica vila mineira, com igreja, casario colonial charmoso com igreja construído no alto de uma colina, campo de futebol. Na pitoresca vila colonial vivem mais de 1250 pessoas. É um povo simples, acolhedor, hospitaleiro e muito bom de prosa. (foto acima de Nacip Gômez)
          Pra quem não sabe, o distrito recebeu no século XIX algumas famílias de imigrantes alemães que vieram para a trabalhar na siderurgia, já que a região contava com várias de minério de ferro. Uma dessas famílias era a Utsch, especialistas sem siderurgia. Trabalhavam numa siderúrgica fundada em 1822, na região onde é hoje o distrito de Cubas, que tem esse nome devida a medida, “cuba”, usada para pedir o ferro e o aço. 
          O porque Tabuleiro tem esse nome é incerto, apenas história oral, contada pelo povo. Segundo uma dessas histórias, o nome é em alusão a aparência das serras que lembram um tabuleiro. Outros dizem ser referência ao tabuleiro utilizados no século XIX e XX usados pelos moradores da região no transporte de mercadorias até a cidade de Conceição do Mato Dentro. Há ainda a versão que tabuleiro surgiu com os canteiros de plantações da época de sua origem, que tinham o formato de um tabuleiro. (fotografia acima do @gustavosimoes.art)
          A base econômica do distrito é a agricultura familiar, mas devido a Cachoeira do Tabuleiro e os parques ambientais, é o turismo que movimenta a economia do distrito, principalmente nas lojinhas de artesanato, botecos, restaurantes e pousadas locais que atendem todos os gostos e bolsos. Toda a comunidade do distrito, seja na área urbana da vila ou rural, estão inseridas no contexto do turismo.
          Tabuleiro é o distrito mais conhecido e visitado de Conceição do Mato Dentro devido a Cachoeira do Tabuleiro, a maior cachoeira de Minas, com 273 metros de queda, o equivalente a um prédio de 91 andares. É a terceira maior cachoeira do Brasil. O poço formado por suas águas tem cerca de 20 metros de profundidade, rodeado por blocos de pedras e também, com muitas pedras submersos. Pra completa toda essa beleza no entorno da cachoeira existem belíssimos jardins naturais com orquídeas, sempre-vivas e bromélias gigantes.
          A cachoeira está na área do Parque Natural Municipal do Tabuleiro e no Parque Estadual da Serra do Intendente, ambos pertencentes ao distrito de Tabuleiro. (fotos acima de Nacip Gômez)
          É tão impactante e linda que foi eleita com 40 mil votos em concurso realizado pelo Instituto Estrada Real, órgão ligado à Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), como uma das 7 maravilhas da Estrada Real.
02 - Furquim
          Com origens nos primeiros anos do século XVIII, o distrito foi criado oficialmente em 16 de fevereiro de 1718. É histórico de Mariana, na Região Central, distante 28 km da sede e a 120 km de Belo Horizonte.
          O distrito é formado ainda pelos subdistritos de Goiabeiras, Cuiabá, Constantino, Gurujanga, Curvanca, Margarida Viana, Paraíso, Pedras e Crasto. No distrito e subdistritos, vivem cerca de 2 mil pessoas. (fotos de Leandro Leal)
          Seus moradores vivem da Agricultura Familiar, com destaque para a produção artesanal de doces caseiros como a goiabada e doce de leite, cachaça de alambique, queijos, quitandas, cultivo de hortaliças diversas e pequenas lavouras, como de milho.
          O artesanato é outra forte atividade em Furquim com destaque para confecção de tapetes de pita; flores e balaios de palha; esteiras e peneiras de taquaras de bambu; chicotes, cabrestos e bolsas de couro; bordados e crochês; pintura em tecidos; artesanato feito com pedra sabão como esculturas, panelas e arte decorativa; e também, artesanato em madeira como móveis rústicos, gamelas, colheres de pau e pilões.
Origem de Furquim
          Seu nome tem origem em Antônio Furquim da Luz, sertanista que fundou o Arraial dos Furquim nos primeiros anos do século XVIII. Foi Antônio Furquim o descobridor de minas de ouro na região, tornando-a um efervescente centro de mineração.
          Como todo arraial do interior mineiro, tinha como centro de fé uma igreja ou capela. Em Furquim, a fé no Bom Jesus do Monte. Uma pequena capela foi erguida 1704, começou a ser ampliada a partir de 1745, tendo sido concluída no século XIX.
          Uma obra setecentista rica em detalhes das ornamentações, talhas pinturas do estilo Joanino. Conta com belíssimos acervos sacros, que contribuíram com a igreja ao longo de sua construção renomados arquitetos, construções e artistas da época como Francisco Xavier Carneiro, Francisco Machado Luz, José Pereira Arouca. Sua importância para a história do Brasil Colônia é tão grande que a Igreja foi tombada em 1949 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
          Em 1745, é instalado nas proximidade da capela o Cruzeiro Patriarcal, hoje um das principais atrações turísticas da Vila Colonial Barroca de Furquim. Além disso, em Furquim a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e os Dozes Passos da Via Sacra, são outros atrativos, juntamente com seu preservado e charmoso casario colonial. (fotos acima de Leandro Leal)
          Furquim preserva sua história, seu passado e suas características há três séculos. Uma vila colonial, tipicamente mineiro com casario colonial, simplicidade e requinte em suas construções, principalmente nos adornos e talhas de seus casarões e igrejas históricas.
Atrativos de Furquim
          A Matriz e o Cruzeiro do século XVIII são marcos da história de Furquim, bem como sua antiga estação ferroviária, reformada e preservada. Inaugurada em 28/08/1926, a estação fazia parte do ramal Ponte Nova. Ligava Furquim a estação Miguel Burnier em Ouro Preto MG, na época, capital da província de Minas, até Ponte Nova. Reformada, funciona atualmente na antiga estação um Centro Cultural.
          Além disso, Furquim tem como atrativos o encontro das águas do Ribeirão do Carmo com o Rio Gualaxo do Sul, a Cachoeira de Rosa, no subdistrito de Pedras, a Cachoeira do Jadir e a Cachoeira do Pedro, no subdistrito de Cuiabá. Tem ainda a Pedra do Urubu, o Rio do Coito e o Rio Gualaxo como atrativos naturais e a Ponte dos Macacos, a Fonte da Gameleira.
          Furquim conta com boa estrutura urbana para atender os turistas como pousadas, botecos e restaurante com comida típica, pequeno comércio onde o visitante encontra os produtos locais como queijos, doce e artesanato, além de poder acompanhar as tradicionais festas religiosas como Semana Santa, Corpus Christi, o Dia do Padroeiro, a Festa de virada de ano e do Furquiense ausente, em 1° de janeiro, Mês de Maria, Festa da Virgem do Carmelo em 16 de julho, Festas Juninas, dentre outras.
03 - Porto dos Mendes
          Porto dos Mendes é distrito de Campo Belo, município da região Oeste de Minas, distante 226 km de Belo Horizonte. O distrito, está na divisa de Campo Belo com Nepomuceno e por isso conta com dois portos, um em cada cidade. Isso porque Porto dos Mendes é banhado pelo Lago de Furnas e a travessia é feita e barcos e balsas. 
          São dois portos. O porto “De Cá” como chamam o porto do lado de Campo Belo e o porto “De Lá”, como é mais chamado o porto de Nepomuceno, embora seu nome antigo seja Porto Sapecado. Mas é mais fácil falar “porto de lá” e “porto de cá”. (na foto acima do Daniel Souto)
          Além dos dois portos, as atividades de pesca e náutica, as balsas transportam carros, ônibus e tudo que puder sobre as águas do Lago. Porto dos Mendes é um dos mais importantes atrativos distritos de Campo Belo, não apenas pelo Lago de Furnas, mas por sua história e origem.
          Porto dos Mendes surgiu de um povoado formado no século XVIII, com o nome de Vila São Sebastião de Porto dos Mendes. Em 9 de agosto de 1864 foi elevado a distrito, passando a ser apenas chamado de Porto dos Mendes.
          É uma charmosa, pacata e atraente vila mineira, formada por pessoas igualmente pacatas, acolhedores e hospitaleiros. Tem ainda como destaque a Igreja de São Sebastião, construída em meados do século XVIII, o Cruzeiro no alto da serra, matas nativas, trilhas ecológicas e belas cachoeiras. (foto acima de Daniel Souto)
          Lugar com boa estrutura para receber turistas, conta com bons restaurantes, bares e pousadas, tanto em Campo Belo e Nepomuceno, quanto na própria vila. Lugar ideal para passeios em família, pesca esportiva, passeios de barcos e ainda para quem gosta de viajar pelos encantos da simplicidade das vilas coloniais mineiras.
04 - Chacrinha dos Pretos
          É distrito de Belo Vale, no Vale do Paraopeba, distante 82 km de BH.
          A comunidade da Chacrinha dos Pretos tem origem no século XVIII, há mais de 180 anos. Foi formada entre as fazendas Chácara e Santa Cecília, que pertenceu ao Coronel José de Paula Peixoto, influente fazendeiro que tinha o apelido do valor sua fortuna, “Milhão e Meio”. (fotos acima de Mauro Euzébio/@mauroart)
          Por influência de sua esposa, a qual amava muito, não seguia os padrões no trato com os escravizados na época. Tratava-os bem. Após sua morte, sua esposa alforriou todos os escravos da fazenda. Além isso, como herdou toda a propriedade de seu falecido esposo, colocou em testamento os escravos que alforriou como seus herdeiros diretos. Após a morte da viúva do coronel “Milhão e Meio”, os escravos alforriados assumiram a posse legal da fazenda, de acordo com a vontade da viúva do coronel “Milhão e Meio”.
          A área da antiga fazenda e onde foi formado o quilombo da Chacrinha dos Pretos, formam um sítio arqueológico de grande valor histórico para a cidade e região por ter sido o início da formação do Quilombo. É um bem tombado como Patrimônio Cultural e Material de Belo Vale MG, através do Decreto N° 1240/2011, devido sua grande importância para a história da comunidade quilombola da região. (fotos acima de Mauro Euzébio/@mauroart)
          Além disso, Chacrinha dos Pretos é uma comunidade quilombola certificada pela Fundação Cultural Palmares. Isso garante que os moradores de Chacrinha dos Pretos tem origem em comum e tem como base a preservação dos valores de seus antepassados, bem como a preservação de suas práticas culturais, além de preservarem a identidade cultural e histórica da comunidade.
          Os moradores atuais, descendentes os quilombolas que formaram a comunidade, realizam manifestações culturais, religiosas e folclóricas no sítio arqueológico, onde começou o quilombo. Isso por ser um lugar de uma riqueza histórica e cultural impressionante, bem como a história da formação do quilombo que se formou na fazenda, totalmente diferente da origem dos quilombos na época.
05 - Padre Pinto (Caxambu)
          É distrito do município de Rio Piracicaba, no Médio Piracicaba, distante 127 km de Belo Horizonte. O distrito conta com cerca de 1500 moradores e está a 5 km da BR-381, a 14 km do centro de Rio Piracicaba e possui uma boa estrutura urbana.
          É um lugar simples, pacato, sossegado, com povo acolhedor e bastante hospitaleiro, que se orgulha de sua comunidade, de preservar suas festas tradicionais, principalmente religiosas e ainda, valorizam e respeitam a memória de seus antepassados, principalmente os de origem africana. O distrito tem raízes históricas no tempo da Mineração e Escravidão. (fotografia acima do Duva Brunelli)
          Durante o ano ocorrem eventos populares, folclóricos e religiosos em Padre Pinto, com destaque para a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a tradicional Congada. Além disso, no mês de maio, acontece a tradicional Festa do Boi Fogueira, uma tradicional festa folclórica com danças e cantigas de roda.
          Seu nome de origem era Caxambu, passando a se chamar Padre pinto, em homenagem ao padre Manoel Fernandes Pinto Coelho, a partir de 8 de agosto de 1927. Mesmo alterando o nome, Caxambu é o nome mais popular, devido existir no distrito a Comunidade Quilombola Caxambu.
          Uma charmosa vila, com um casario antigo em estilo colonial, eclético e moderno, povo simples, acolhedor e de fé. Além de igreja católica, construída em 1911, em Padre Pinto existem duas igrejas evangélicas. Seus moradores vivem da agricultura familiar. (foto acima de Duva Brunelli)
          Sua antiga usina elétrica, é hoje patrimônio tombado de Rio Piracicaba. Além disso, Padre Pinto é um dos distritos de grande importância cultural para a cidade por sua história e tradições populares, oriundas do tempo da Escravidão.
          Por sua origem africana, a comunidade Caxambu, em Padre Pinto é área reconhecida pela Fundação Palmares como comunidade Quilombola. O Quilombo de Caxambu, que significa, na língua africana que para alguns historiadores a junção dos vocábulos cacha (tambor) e mumbu (música). Mas há outros historiadores que afirmaram que seu significado seria a junção dos vocábulos de caa (mato), xa (ver), umbu riacho, sendo então mato que vê o riacho.
A família Alcântara de Caxambu
          É em Caxambu (Padre Pinto) que vive a Família Alcântara, que forma o coral Família Alcântara. Fundado há mais de meio século, o coral já está na quarta geração da família.
          A Família Alcântara, bem como todos que vivem no Quilombo, é formada por descendentes de escravos trazidos de Angola, por volta de 1760 para trabalharem nas fazendas da região.
          A história da Família Alcântara, bem como o coral é conhecida e reconhecida em Minas, no Brasil e também no mundo. O coral tem discos gravados, já fizeram várias apresentações em várias cidades e festivais e também em programas de TVs, entre eles do programa de Jô Soares, na Rede Globo, além de terem sido tema de documentário produzido e exibido pela TV Rede Minas.
06 - Bom Jesus do Vermelho
          Bom Jesus do Vermelho é distrito subordinado a Santa Rita do Ibitipoca, município distante 70 km de Barbacena e a 241 km de Belo Horizonte, nos limites territoriais com Ibertioga, Piedade do Rio Grande, Santana do Garambéu, Lima Duarte, Bias Fortes e Antônio Carlos, no Campo das Vertentes com a Zona da Mata. O acesso é pela MG-135 E MG-338. (foto acima de André Duarte)
          Bom Jesus do Vermelho é uma pequena vila típica do interior mineiro, com uma singela igreja, praça, um casario colonial bem cuidado, destacando as velhas e antigas vendas, como a Venda Salles, como podem ver nas fotos acima do André Duarte, a Venda, a Igreja e o casario visto da entrada da vila.
          Seu povo é simples, hospitaleiro, valorizam suas tradições folclóricas, religiosas e a tradição mineira dos tempos dos tropeiros e boiadeiros, presente nas cantorias da tradicional música caipira mineira, além da culinária mineira, principalmente as quitandas, sempre presente nas cozinhas mineiras e nas rodas de viola e sanfona, que sempre acontece nas casas e quintais da Vila.
          Lugar calmo e tranquilo, onde todos se conhecem. Na charmosa e pequena vila, vivem pouco mais de 1000 pessoas. Sua economia se baseia em pequenos comércios, na agricultura familiar e no turismo, já que a Santa Rita do Ibitipoca e seus distritos estão na área do Parque Estadual do Ibitipoca. Por esse motivo, restaurantes, bares e pousadas se encontra com facilidade no distrito, em Santa Rita e redondezas.
          Além disso, Bom Jesus do Vermelho oferece a seus moradores e visitantes um convívio pelo com a natureza, com trilhas diversas, cachoeiras, montanhas e as belíssimas paisagens paisagens do Parque do Ibitipoca, como por exemplo a Janela do Céu, principal atração do Parque, situado nas terras do município de Santa Rita, no qual faz parte Bom Jesus do Vermelho.
          Uma época boa para visitar Bom Jesus do Vermelho é julho, quando acontece a tradicional festa do Bom Jesus, com shows com bandas e artistas locais e regionais, barracas com comidas típicas, celebrações religiosas, dentre outras atrações.
07- Coco
          Coco é uma típica e tradicional Vila Colonial Mineira, distrito de Moeda MG, no Vale do Paraopeba, distante 60 km de Belo Horizonte.
           O casario colonial, típico do período barroco é um dos atrativos do distrito, suas belezas naturais nativas como matas nativas, trilhas, cachoeiras, bem como a Igreja do Sagrada Coração de Jesus. É uma igreja simples, mas com talhas, entalhes, forros e ornamentos requintados, típicos da arte sacra da século XIX e XX. (fotografia acima de Evaldo Itor Fernandes, o casario e a Igreja do Sagrado Coração de Jesus)
          Tanto a Igreja, quando a formação do povoado, tem origens no século, segundos os moradores mais antigos. Seu povo tem orgulho de sua comunidade, de sua igreja e recebem muito bem os visitantes, como todo bom mineiro. A principal atividade econômica de Coco é agricultura familiar, turismo e pequenos comércios. 
08 – Betânia
          É distrito da de Pedra do Indaiá, no Oeste de Minas, distante 174 km de BH. Em Betânia vivem cerca de 700 pessoas. Está situado no KM 145 a MG-050, entre Divinópolis e Formiga MG.
          É uma pequena vila, que tem como base econômica a extração de pedras que são trabalhadas para serem usadas em calçamento, mistura em concreto e outros usos. Por esse motivo, a vila é pavimentada e conta com uma boa estrutura, poluição zero e um povo muito hospitaleiro e gentil. (fotografia de Maurício Soares)
09 – Córrego do Nhonhepe
          É distrito da cidade de Tarumirim, distante 344 km de Belo Horizonte, no Vale do Rio Doce. Um típico povoado mineiro, com um povo simples, acolhedor e hospitaleiro que vive a agricultura familiar. Um lugar calmo, pacato, tranquilo, um casario no estilo colonial bem simples e aconchegante.
          Segundo Romário e Priscila/@viagens_por_minas, que nos forneceu as fotos  informações, Nhonhepe é lugar de gente de boa prosa, e tem como referência a tradicional Venda do Djalma, na ativa desde 1973. É aquela charmosa venda que ao mesmo tempo é boteco, lugar de contato social da vila e onde você encontra de tudo e mais um pouco. É mais que um ponto de encontro dos moradores da vila, é um lugar para rever os amigos, fazer amigos, prosear bastante e vivenciar o dia a dia de uma típica venda do interior.
          Atrás do balcão está o Sr. Djalma, sempre simpático e que adora uma boa prosa e os fregueses, também, bons de prosa e fazem amizades bem fácil. É um lugar em que todos são de casa.
10 - Porto Alegre 
          Porto Alegre é distrito de Moeda MG, Vale do Paraopeba, distante 60 km de BH. Tem origem no início do século XVIII, quando chegou à região, as bandeiras lideradas por Fernão Dias Paes Leme. Aportaram em um pequeno arraial onde viviam algumas poucas pessoas que trabalhavam na agricultura, já que em sua origem, desde o final do século XVII, o Vale do Paraopeba era uma região de produção de alimentos, devido à qualidade de suas terras. Eram pessoas simples, muito alegres e receptivas.
          O pequeno vilarejo ficava no encontro das águas do Ribeirão da Barra com o Rio Paraopeba. Esse encontro de águas formava um porto era usado ancorar embarcações que fazia a travessia do rio, levando e trazendo alimentos, além de pessoas. Por isso o nome dado ao lugar, Porto Alegre.
          Seu crescimento foi devagar, em torno da igreja do seu padroeiro, o Senhor Bom Jesus. Inclusive, a Igreja do Senhor Bom Jesus de Porto Alegre é um dos seus principais atrativos, bem como a beleza e o charme do seu casario colonial, suas belezas naturais e belas cachoeiras, além claro, da alegria de seu povo, que faz jus ao nome do lugar. (fotos acima de Evaldo Itor Fernandes)
11 – Conceição de Minas
          É distrito do município de Dionísio, distante 189 km de Belo Horizonte, na Região do Vale do Rio Doce, compondo o Colar Metropolitano do Vale do Aço, nos limites territoriais com os municípios de São Domingos do Prata, Timóteo, Marliéria, São José do Goiabal.
          Conceição de Minas é uma pequena e pacata vila, onde vivem pouco mais de 1000 pessoas. Foi elevado a distrito em 30 de dezembro de 1962. O acesso é pela BR-381, com entrada pelo entroncamento da BR-381 em Dionísio e mais 30 km em rodovia pavimentada.
          Seus moradores vivem da agricultura família e pequenos comércios.
          A vila é sossegada e bem tranquila. Conta boa estrutura para seus moradores com igreja, pracinha, academia ao ar livre, ruas calçadas com bloquetes, um simples mas charmoso casario. É um lugar gostoso de se viver.
12 – Baixa Verde
          É distrito de Dionísio MG a 189 km de Belo Horizonte, no Vale do Rio Doce. Em Baixa Verde vivem cerca de 3 mil pessoas que vivem de pequenos comércios, da agropecuária, da extração de madeira e de carvão vegetal, além do artesanato feito com fios, pinturas e trabalhos no estilo Barroco, que contribui para a movimentação da economia local.
          O distrito conta com uma boa estrutura urbana com escola de ensino fundamental e médio, Unidade Básica de Saúde, Agência dos Correios, abastecimento de água e coleta de esgoto, igrejas e praças. Enfim, é uma charmosa e atraente vila interiorana, com casario típico, povo hospitaleiro, que valoriza suas tradições e religiosidade. (foto acima de Duva Brunelli)
          Em Baixa Verde, matas nativas de Mata Atlântica bem preservadas, são atrativos, bem como dezenas de lagoas naturais, além da beleza do Rio Mumbaça.
13 – Conceição de Tronqueiras
          É distrito de Coroaci, no Vale do Rio Doce, distante 306 km de Belo Horizonte. Faz limite territorial com Sardoá, Peçanha, Governador Valadares, Nacip Raydan, Marilac e Virgolândia.
          É uma pequena e pacata vila, típica do interior mineiro com praça, matriz, festividades religiosas, um casario bem cuidado. (fotografia acima de Duva Brunelli)
          Seu povo é muito religioso, acolhedor, hospitaleiro e adoram uma boa prosa. Além disso, Conceição de Tronqueiras conta com uma boa estrutura urbana para seu moradores que vivem basicamente de pequenos comércios e agricultura familiar.

sábado, 5 de agosto de 2023

7 vilas em Minas que parecem ser em outros países

(Por Arnaldo Silva) Minas é o mundo e o mundo é Minas. Quando Guimarães disse que “Minas são muitas”, com certeza, estava correto. Em cada região Geralista encontramos uma Minas Gerais dentro de Minas Gerais. São as Gerais de Minas e as Minas das Gerais.
          Andando por Minas conhecerá povoados, vilas, distritos, bairros e cidades fantásticas, com belezas arquitetônicas, culturais, religiosas, gastronômicas, folclóricas e naturais incríveis, mas alguns lugares nos fazem parar para pensar e indagar: É no Brasil? É em Minas Gerais? Pensei que fosse em outro país!
          Sim, você vai conhecer algumas vilas em Minas que te levará a fazer essa indagações. Ficará impressionado com a beleza, a similaridade com vilas e estilos de outros países. Se encantará e vai querer conhecer todas. São sete que listamos.
1 – Uma vila do Velho Oeste Americano em Minas
          O Velho Oeste Americano, com seus cowboys e cowgirls, saloon e todo o cenário das vilas do oeste dos Estados Unidos sempre povoaram nossas mentes. Assistir a filmes e séries de faroeste, nos leva a um mundo imaginário e vontade de conhecer um lugar assim, retratados nos filmes de Hollywood. A vontade é ir lá nos Estados Unidos e conhecer esses lugares, mas não precisa. Em Minas temos uma vila igual ao Velho Oeste Americano, igualzinha mesmo, inclusive com os letreiros em inglês.
          Isso mesmo, igual mesmo com igreja, saloon, hotel, trem, estação, cavalos, cadeia, diligências, estábulos, carruagens, barris, banco, tudo mesmo que tem em uma cidade ou vila americana do Velho Oeste. Enfim, esse lugar reproduz com fidelidade o cenário de faroeste, que vemos nos cinemas e seriados. (fotografias acima e de Leandro Santos)
          Esse lugar fica no bairro Novo Silvestre, na cidade de Viçosa MG, na Zona da Mata. É uma vila temática, um local para eventos e shows, não é uma vila de moradia. Uma vila feita para os amantes da cultura sertaneja, caipira e da arquitetura das antigas vilas e cidades do Oeste dos Estados Unidos nos séculos XVIII e XIX.
          A Vila tem o nome de Boiadeiru´s American Old West. Em português é chamada de Boiadeirus Cultura Caipira. É um espaço para a música, cultura e tradições da cultura caipira mineira e americana. Ao visitar a vila, o visitante se impressiona e se encanta com o o realismo do lugar. Sente-se literalmente dentro de uma autêntica vila ou cidade do velho oeste americano, como as retratadas no cinema.
          Idealizada pelo empresário Dário Orlandini, a Vila Country surgiu em 2014. O empresário é um apaixonado pelos filmes de faroeste, pelo estilo caipira e arquitetura das cidades antigas do Oeste Americano. Para construir uma vila autêntica e real em todos os detalhes, Orlandini visitou várias vezes os Estados Unidos, procurando conhecer as antigas vilas e cidades típicas da época do Velho Oeste para se inspirar e construir uma vila temática real e idêntica em sua cidade, Viçosa MG. (imagens acima por Alexandra Dias)
          O local ainda não está 100% pronto, o empresário sempre vem tendo ideias e ampliando espaço, com novos cenários country, de acordo com os detalhes que observa nas vilas e cidades do Velho Oeste dos Estados Unidos que visitou. (imagens acima arquivo Boiadeirus)
          E conseguiu construir a tão sonhada vila, com tudo que tem as velhas vilas do faroeste americano, inclusive com seus colaboradores vestidos a caráter, além de incentivar os frequentadores fazerem o mesmo. O espaço promove eventos, shows para crianças, jovens e adultos, além de receber famílias e grupos diversos como de cavaleiros, moto clubes, etc.
          Além disso, o espaço disponibiliza ônibus temático, no estilo da imagem acima, que sai do Centro de Viçosa direto para a Vila Country e viaja por Minas e Brasil, em caravana, levando, em caravana, o show Boiadeiru´s Cultura Caipira para as cidades mineiras e do Brasil. O local pode ser visitado durante o dia. À noite, o espaço para eventos e encontros de amigos como o saloon, abre a partir das 19 hs todos os dias. O contato pode ser feito pelo WhatsApp 3196016985
02 – Uma vila Pomerana em Minas
          Ao chegar na Vila Neitzel, logo percebe-se que o lugar é bem diferente das tradicionais vilas mineiras. Arquitetura diferente da tradicional arquitetura mineira, culinária diferente. Os moradores da vila tem a pele e olhos bem claros, cabelos loiros e sobrenomes não comuns em Minas como Shulz, Kurth, Pieper, Roos, Henke, Klemz, Kamke, Pittelkow, Butske, Raasch, Schreiber, Friedrich, Lancken, Strelow, Mutz, Welmer, Lehman, Ortlieb, Kester , Ponaht, Rossow, Reckel, Schwe, Kampini, Felberg, Schneider, Saibel, Schulz, Neumann, Schumacher, Gumz, Eller,Polack, Schemelpfenig, dentre outros tantos.
          Na comunidade, seus moradores falam o português e o pomerano. Inclusive, essa língua é ensinada nas escolas, já que faz parte do currículo escolar. (nas fotos do @paulo_broseguini, pomeranos de Itueta vestidos com roupas de camponeses da Pomerânia do século XIX)
          E ainda, nas festas religiosas, sociais e folclóricas, se vestem de forma diferente das tradicionais vestimentas mineiras, cantam e dançam músicas diferentes, ao som de concertina.
          A Vila Neitzel, uma comunidade formada por mais de 2 mil descendentes de pomeranos, que vivem ao Norte do município de Itueta MG, distante 400 km de Belo Horizonte, no Vale do Rio Doce.
          O norte de Itueta é formado por várias pequenas comunidades de descendentes dos primeiros pomeranos que chegaram à região por volta de 1914.
          São várias comunidades, com boa estrutura, principalmente igrejas Luteranas, já que a religião predominantes dos pomeranos é a Luterana, bem como algumas comunidades contam com escolas, farmácias, comércio, cemitérios e posto de saúde. (fotos acima fornecidas pela Jeane Shultz)
          A maior e mais desenvolvida comunidade é a Vila Neitzel, formada em terras do fazendeiro também de origem pomerana, Henrique Neitzel. A Vila Neitzel é dotada de boa estrutura como cemitério, posto de saúde, igrejas, escola, farmácia, mercado. Nesta comunidade, concentra boa parte da comunidade pomerana e ainda, é a comunidade que dá nome ao distrito, Vila Neitzel, de Itueta.
          O povo pomerano, por tradição, preserva sua história, sua cultura, suas tradições, sua música, suas danças e sua religiosidade. Desde a época da Reforma Protestante na Alemanha, liderada por Martinho Lutero, no século XVI, os pomeranos seguem a religião Luterana. (fotografia acima do @paulo_broseguini, na Festa Pomerana da Vila Neitzel)
          Os pomeranos vieram da Pomerânia, um povo de origem milenar que vivia em um território situado entre a Alemanha e Polônia. Em 1945, o território da Pomerânia foi anexado à Alemanha e Polônia.
            O território foi extinto, mas o povo não. Em todas os países, estados e cidades que esteja os pomeranos são unidos, vivem em comunidades e buscam preservar sua memória e sua história, através da sua língua, cultura, tradições, gastronomia e religiosidade.
          Além disso, na Vila Neitzel, existe o Pomerisch Dansgrup Fon Minas (na foto acima), um grupo de danças folclóricas pomeranas, formado por 15 casais. O grupo apresenta-se nas cidades vizinhas, bem como é a maior atração da Festa Pomerana de Itueta, que acontece todos os anos no mês de agosto, com a Festa do Brote, o pão tradicional pão pomerano e alemão.
03 – Monte Verde: a vila dos letões
          Letônia, é um país do Norte Europeu, no Mar Báltico. Foi desse país que vieram os primeiros fundadores de Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, distante 484 km de Belo Horizonte e a 1555,5 metros de altitude. (fotografia acima de Nelson Pacheco)
          Os letões chegaram à São Paulo em 1913. Na década de 1930, a família de Verner Grinberg, em viagens à região da Mantiqueira, se encantou com a beleza do lugar, clima, paisagens e altitude. Lugar que, segundo os letões, tinha muita semelhança Letônia.
          Verner Grinberg adquiriu uma propriedade na região, e em 1933 trouxe sua família e com ele vieram outros letões e posteriormente, alemães. Grinberg significa Monte Verde. (nas fotos acima, delicias da Chocolateria Montenhês)
          Na propriedade dos Grinberg uma vila foi surgindo, crescendo e se desenvolvendo. Foi construída uma igreja Batista, escolas e mais construções em estilo letão e alemão. Com a decisão de Verner Grinberg de ampliar o povoado, foi abrindo mais ruas, com isso, Monte Verde começou a crescer a cada ano, até ser o que é hoje, uma das mais belas vilas turísticas mineiras, famosa em todo o Brasil pela beleza do lugar, arquitetura, gastronomia mineira, alemã e letã.
          Mesmo não tendo origem ou arquitetura Suíça, Monte Verde é conhecida por “Suíça Mineira”. Se é para comparar mesmo, a comparação é inadequada. Os fundadores de Monte Verde não são suíços, são letões, todo o estilo das construções e gastronomia não tem inspiração na Suíça e sim na Letônia e Alemanha. (fotos acima de Anthony Cardoso/@anthonyckn) 
          O certo seria dizer que Monte Verde é a “Letônia Mineira”, o que seria justo para com origem de seus fundadores e seus descendentes. Como a Suíça é um país referência em beleza e arquitetura na Europa, além de ser mais conhecida, tudo no Brasil é comparado à Suíça.
          De qualquer forma, a Letônia faz parte da história de Monte Verde, não só pela semelhança na paisagem clima, como constataram seus fundadores, mas sim pela ligação de Monte Verde com os dos primeiros letões que vieram para a região, e seus descendentes, que ainda vivem na Vila. Monte Verde tem ligações históricas e culturais com o país dos Bálticos.
          Monte Verde é um cantinho da Europa em Minas, é um pouco das tradições letãs e germânicas Minas Gerais, um estado de forte tradição cultural, religiosa, arquitetônica e folclórica, herdada pelos colonizadores portuguesas. Monte Verde é especial na história de Minas. (na foto acima de Ricardo Cozzo, apresentação de grupos folclóricos da Letônia em Monte Verde)
04 - A maior comunidade italiana de Minas
          Em Itueta, no Vale do Rio Doce, ao sul do município, no distrito de Quatituba, uma outra vila peculiar, chama a atenção. É a Vila de Santa Luzia. (fotos acima de Luciene Fazolo)
          Formada por agricultores, gente simples, alegres, prestativos e muito hospitaleiros. Um povo com detalhes peculiares. Todos tem aparência europeia e sobrenomes diferentes dos sobrenomes de mineiros. Como exemplo, Fazzolo, Nicoli, Nicolini, Rigo, Zanon, Nico, Raggio, Bonella, Costalonga, Baldon, dentre outros tantos. Percebe-se logo que são de origem italiana. E são mesmo, são descendentes de imigrantes italianos que se instalaram na região.
          Nesta vila, o italiano é língua comum. Os mais antigos falam o italiano, incentivando com isso as crianças e jovens a se interessarem pela língua nativa de seus descendentes.
          Os italianos chegaram à região de Itueta entre 1920 e 1940, fugindo da fome, pobreza e miséria, que assolava a Europa e ainda na eminência da Segunda Guerra Mundial. (nas fotos acima fornecidas pela Secretaria de Cultura de Itueta, Agenor Nicoli, um dos mais antigos italianos da vila e família em sua propriedade) 
          Se estabeleceram em várias pequenas comunidades ao Sul de Itueta, onde deram o nome de Nova Itália. Mais tarde esse nome foi alterado para Quatituba. Entre as comunidades da Nova Itália, temos a Vila de Santa Luzia.
          É uma pequena vila que conta com uma pequena pracinha, com igreja e coreto, construídos na década de 1940, um cemitério construído em 1926, uma escola e uma pitoresca e antiga vendinha, um pequeno comércio, ruas calçadas e poucas casas, porque a maioria dos moradores da comunidade vivem em pequenos sítios, trabalhando na agricultura familiar, no cultivo de lavouras, produção de fumo de rolo, cachaça, queijos e quitandas.
          Além de procurarem preservar a língua nativa, valorizam a música italiana, as danças e principalmente a culinária, isso sim, presente em todas as mesas das famílias italianas de Santa Luzia e todas as outras comunidades italianas de Quatituba.
          São pratos tradicionais da boa mesa italiana, mesclados com a tradicional cozinha mineira. Imagina, duas das melhores cozinhas do mundo em uma só mesa, regada a uma boa cachaça mineira e vinho italiano? É uma festa só! (fotos acima fornecidas pela Secretaria de Cultura de Itueta)
          A comunidade se reúne em festa nos dias santos, como da padroeira, Santa Luzia, Corpus Christi, Páscoa, Natal, Semana Santa, nos cultos semanais e nas missas mensais na Igreja de Santa Luzia.
05 – O romantismo italiano nas montanhas mineiras
          No Paraná tem a cidade de Maringá, no Rio de Janeiro tem e em Minas também. É a Maringá de Minas, distrito de Bocaina de Minas, no Sul do Estado, distante 380 km de Belo Horizonte.
          Separadas pelo Rio Preto, mas unidas por uma ponte, do outro lado está outra Maringá, a Maringá do Rio de Janeiro, uma vila de Visconde Mauá, na região de Resende MG.
          A Maringá mineira é uma vila charmosa, romântica, acolhedora e aconchegante. Em suas construções típicas das pequenas vilas italianas, encontramos charmosas residências, chocolaterias, lojas de artesanatos, sorveterias, bares e lancherias, lojas de produtos locais, restaurantes de comida mineira e italiana. E ainda um casario charmoso, ruas singelas e charmosas, calçadas em bloquetes, típico da arquitetura das antigas vilas italianas. Isso torna Maringá um lugar único em Minas Gerais. (fotos acima de Luciana Silva e abaixo de Fabrício Cândido)
          Além disso, a beleza da Mantiqueira, das serras, das cachoeiras e da Mata Atlântica são espetáculos à parte. Sem contar as aconchegantes e charmosas pousadas e hotéis da vila italiana mineira.
06 - Martins Guimarães: o colorido veneziano em Minas
          Burano é uma ilha situada ao sul de Veneza, na Itália, onde moram cerca de 4 mil moradores. O casario em cores vivas e vibrantes de Burano tem semelhanças com a beleza e o charme das cores vivas da Vila Colonial de Martins Guimarães, distrito de Lagoa da Prata MG, Centro Oeste de Minas a 200 km de BH. A vila fica na MG-429 entre Santo Antônio do Monte e Lagoa da Prata, com esse ainda pela MG-170.
          Na pequena e colorida vila mineira, vivem pouco mais de 400 moradores. Seu crescimento se deu no início do século XX com a construção da ferrovia e estação ferroviária, inaugurada em 1916 com o nome de Martins Guimarães, um engenheiro holandês que adotou esse nome devido as dificuldades dos mineiros em pronunciar seu nome original. Mas antes da chegada da ferrovia, várias famílias já viviam na localidade, inclusive famílias italianas. (nas fotos acima, de Martins Guimarães de @arnaldosilva_oficial e de Burano, do Thelmo Lins, dá para perceber a similaridade do colorido dos casarios das duas vilas, a mineira e a italiana)
          Anielo Greco, italiano que vivia na vila com sua família, foi o primeiro comerciante de Martins Guimarães e um dos fundadores da Vila. Portanto, o estilo colonial das construções de Martins Guimarães, unida à riqueza das cores vivas das construções italianas, principalmente de Burano, transformaram a Vila numa das mais genuínas e charmosas vilas mineiras.
          Martins Guimarães tem a tradição arquitetônica mineira e o charme italiano da Ilha de Burano no seu colorido casario.
07 – Charco: a vila em estilo nórdico no Sul de Minas
           Groenlândia é uma ilha localizada na América do Norte, ao leste das ilhas canadenses, entre o Oceano Atlântico e o Oceano Glacial Ártico. Nessa ilha vivem cerca de 57 mil pessoas. Embora seja a maior ilha em extensão territorial do mundo, maior até que a América Latina, praticamente todo seu território é coberto por gelo. Apenas uma pequena faixa ao sudoeste da ilha é habitável. Nessa faixa, em várias pequenas vilas e cidades, vivem seus 57 mil moradores.
          Embora seja uma ilha autônoma e com governo próprio desde 1814, esse território é subordinado a Dinamarca, um país nórdico da Europa.
          A arquitetura da Groenlândia segue o estilo nórdico dinamarquês. Casas pequenas, com telhados em duas águas, em madeira e coloridas.
          Com essas mesmas características, temos em Minas Gerais, a vila do Charco, uma vila rural subordinada a Delfim Moreira MG no Sul de Minas, bairro rural a 1210 metros de altitude, acima do nível do mar. O Charco é um dos lugares mais frios do Brasil, com inverno rigorosíssimo com temperaturas que já chegaram a -10 graus negativos. (nas fotos acima, de Fernando Maia, vista aérea do Charco em manhã de inverno)
          Suas casas pequenas, em madeira e coloridas, bem como a simplicidade das ruas e de seu povo, lembra muito as pequenas vilas groenlandesas, principalmente nos dias de inverno, onde toda a região fica coberta por intensa camada de gelo, devido o frio e geadas constantes. (fotos acima e abaixo de Célia Xavier)
          A parte habitada da Groenlândia está a 3.032 km do Canadá e a 3.347 km da Dinamarca. A Vila do Charco está a 35 km da sede, Delfim Moreira e apenas 15 km da vizinha cidade de Wenceslau Bráz e apenas 6 km de Campos do Jordão em SP. (fotos acima de Célia Xavier)
O casario em estilo nórdico do Charco
          Casario em madeira, com telhado em duas águas, no estilo nórdico, simples, em cores vibrantes e charmosos, o Charco é o lugar mais gelado de Minas Gerais. No charco funciona a serraria Serra Negra desde o meados do século passado, e por este motivo, madeira para construção e revestimentos em madeira são mais fáceis conseguir e tradição da vila desde sua origem.
          Logo na entrada do Charco percebe-se a beleza da vila. É uma rua simples, de terra bruta, poética e charmosa, ladeada por um charmoso e pitoresco casario em sua maioria, em madeira. É a pousada da Suze. (fotografia acima de Célia Xavier)
          Embora exista algumas construções atuais em alvenaria e madeira, a maior parte do casario da vila, principalmente os mais antigos, são em madeira maciça. (fotografia acima de Célia Xavier)
          As casas antigas e em madeira são simples, coloridas e charmosas. Destacam-se em Minas, não pela arquitetura única, mas sim, pela arte. Não são simplesmente casas, são obras de arte, feitas à mão pelos talentosos carpinteiros locais.
          Lógico que casas em madeiras temos em várias cidades mineiras, mas todo um bairro ou uma vila em madeira, isso não é comum em lugar nenhum do Brasil.
Em Minas vive o mundo
          Isso porque Minas são muitas e em cada canto de Minas Gerais, uma surpresa, uma história, uma tradição, uma riqueza cultural e arquitetônica que encanta não só os brasileiros, mas também aos próprios mineiros.
          Minas é o mundo dentro da gente. Temos herança cultural e social portuguesa, indígena, africana, alemã, letã, francesa, espanhola, italiana, latina, oriental, árabe. Minas é o mundo em cada canto, em cada rosto de nossa gente!
          Venha para Minas! Conheça Minas!

domingo, 23 de julho de 2023

Vila Neitzel: a maior comunidade pomerana de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) As características desta vila mineira são bastantes diferentes das tradicionais vilas colônias, presentes em todo o Estado de Minas. Ao chegar nesta vila, percebe-se de cara que é um lugar único em Minas Gerais.
          Nesse lugar, os sobrenomes fogem do padrão normal dos sobrenomes portugueses usuais em Minas. Nesta vila, seus moradores tem sobrenomes como Sibele, Tetzner, Borchadt, Klemz, Kamke, Pittelkow, Butske, Pieper, Raasch, Schreiber, Friedrich, Wendt, Lancken, Strelow, Mutz, Welmer, Lehman, Ortlieb, Kester , Ponaht, Denard, Welherman, Rossow, Reckel, Schwe, Dietrich, Kampini, Uhlig, Felberg, Bichi, Schneider, Saibel, Schulz, Neumann, Schumacher, Gaede, Neitzel, Gumz, Boasquives, Eller, Polack, Witt, Schemelpfenig, dentre outros tantos. (foto acima de @paulo_broseguini)
          Povo de sorriso aberto, tons de pele bem claros, olhos claros, cabelos loiros, culinária diferente, vestimentas diferentes em dias festivos, dança e música diferentes da dança e música caipira tradicional que conhecemos. (Fotografiaa acima e abaixo fornecidas pela Secretaria de Cultura de Itueta MG)
          Tem ainda o casario com arquitetura bastante diferente do tradicional Barroco Mineiro. Nesse lugar, a religião predominante não é a Católica, como é na maior parte de Minas Gerais. Eles seguem a religião Luterana. Além disso a língua mais falada nesta vila não é o português e sim o pomerano, a língua oficial da extinta Pomerânia.
Pomeranos e Luteranos
          Os pomeranos viviam na Pomerânia, uma antiga região do Sacro Império Romano-Germânico, situada na costa sul do Mar Báltico, entre a Alemanha e a Polônia, no século X. Mais precisamente, entre as duas margens dos rios Vistula e Odra e o rio Recknitz, a oeste da Europa. O território da Pomerânia foi integrado ao território da Alemanha e da Polônia após a Segunda Guerra Mundial. Antes da unificação alemã, os pomeranos faziam parte da Prússia.
          Os pomeranos são descendentes dos povos eslavos, referência a uma ramificação étnica e linguística de povos indo-europeus, da Europa Oriental e Central. Por esse motivo, sua história, costumes, cultura, tradições, festividades, ancestralidade e a língua pomerana, serem diferentes do alemão-padrão. (Na foto acima fornecida pela Secretaria de Cultura de Itueta MG, uma saia com as cores tradicionais da Pomerânia: branco, azul e vermelho)
          A língua pomerana assemelha-se mais ao holandês, vestfalliano e saxão antigo do que com a língua alemã-padrão. Embora a Pomerânia tenha feito parte território germânico, é um povo com origens ancestrais diferentes dos alemães Os pomeranos não são alemães, são pomeranos.
          Além disso, os pomeranos são luteranos. Pra quem não sabe, pomeranos e alemães, professam, em sua maioria, a fé cristã luterana. Foi na Alemanha, no século XVI, que surgiu a Reforma Protestante, movimento religioso liderado por Martinho Lutero, ex monge agostiniano, contrário, principalmente contra a cobrança de indulgências pela Igreja Católica.
          Foi através dos imigrantes alemães que o protestantismo chegou ao Brasil, presente hoje em boa parte dos Estados Brasileiros, reunindo, não só descendentes de alemães, mas quem concorda, aceita e professa o credo luterano, através da Igreja Evangélica de Confissão Luterana (IECLB) e Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). (na imagem acima fornecida pela Secretaria de Cultura de Itueta, inauguração da Igreja Evangélica Luterana do Brasil na comunidade luterana da Vila Neitzel)
Que vila é essa? Onde fica?
          É a Vila Neitzel, distrito de Itueta, município localizado no Vale do Rio Doce, a 403 km distante de Belo Horizonte. Itueta faz limites territoriais com Resplendor, Santa Rita do Itueto e Aimorés em Minas e ainda, Baixo Guandu, no Espírito Santo.
          O surgimento de Itueta tem início no século XX com a chegada de imigrantes europeus à região, principalmente pomeranos e alemães. É em Itueta que está a maior comunidade pomerana de Minas Gerais, localizada ao Norte de Itueta. (na foto acima do Duva Brunelli, balsa atravendo o Rio Doce em Itueta MG)
          A comunidade pomerana de Itueta é formada pela vila sede, Vila Neitzel e várias pequenas comunidades em seu entorno, como Córrego do Chapéu, Córrego do Juazeiro e Santo Antônio, dentre outros, além de outras famílias que residem em pequenas propriedades nas proximidades da Vila Neitzel.
          Em sua maioria são famílias de pequenos produtores que tiram seu sustento cultivando a terra, no cultivo de café, milho, batata, inhame, mandioca, leite, além de produzirem produtos quitandas, doces, geleias, queijos etc.
          Itueta conta atualmente com pouco mais de 6.500 habitantes. Desse total, são cerca de 2 mil descendentes de pomeranos e alemães, em sua maioria concentrados nas comunidades rurais da Vila Neitzel, distante 37 km da cidade. Foram os imigrantes que deram origem da formação de Itueta.
Por que deixaram a Europa?
          Com a contínua crise na Europa, piorando com a Primeira Guerra e na eminência de outra Guerra Mundial ainda maior, com consequências mais catastróficas que a primeira, fizeram que milhares europeus deixassem seus países rumo ao Brasil. Minas Gerais recebeu um grande número desses imigrantes e o Vale do Rio Doce também.
Em busca de uma vida melhor
          Os imigrantes pomeranos chegaram ao Brasil a partir de 1859, fugindo das guerras, fome e miséria, além do preconceito contra sua cultura e discriminação religiosa que eram submetidos. Deixaram a Pomerânia em busca de uma vida melhor longe das guerras, da fome e perseguições religiosas e culturais.
          No Brasil, os pomeranos eram encaminhados às colônias agrícolas e comunidades nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e principalmente no Espírito Santo, estado do Sudeste que recebeu maior número de imigrantes.
De imigrantes a migrantes
          Parte dos descendentes desses imigrantes deixaram o Espírito Santo no início do século XX, entre os anos de 1914 e 1920, atravessaram o Rio Doce e chegaram à Minas Gerais, igualmente fugindo da pobreza e da fome. Vieram para as terras mineiras em busca de segurança, emprego e melhores condições de vida e trabalho. 
          Não apenas pomeranos, mas descendentes de alemães deixaram o Espírito Santo e algumas famílias de pomeranos e alemães que viviam no Sul, migraram-se também para Minas Gerais.
Por que escolheram o Vale do Rio Doce?
          Nessa época, o Vale do Rio Doce era uma região pouco habitada e inexplorada, onde prevalecia florestas densas e fechadas de Mata Atlântica. Não havia estrada, pontes, nenhuma estrutura. O Vale do Rio Doce foi a última região a ser povoada em Minas.
          A presença dos imigrantes foi o marco do povoamento e desenvolvimento da região, bem como a construção da Estrada de Ferro Vitória Minas que ligava Belo Horizonte à capital capixaba. Seu primeiro trecho foi inaugurado em 1904 e envolveu a mão de obra de centenas de trabalhadores em cada ramal que ia sendo construído, além de promover o surgimento de povoados no entorno das estações, que futuramente se tornariam distritos e até mesmo, cidades. (na imagem acima cedida pela Secretaria de Cultura de Itueta, a antiga estação ferroviária do município)
          Região rica em madeira nobre, rios e água em abundância, além de terras férteis, os pomeranos viram na região a oportunidade de melhores condições de vida e trabalho. Na foto acima da Elvira Nascimento, paisagem nativa de Mata Atlântica, típica do Vale do Rio Doce.
          Por isso a escolha, além claro, da proximidade do Espírito Santo com a região. O Rio Doce marcava a divisa dos dois estados, o que facilitou a escolha dos pomeranos capixabas, por ser a região mais próxima. Atravessaram o rio e instalaram-se com suas famílias na margem esquerda do rio, dando origem a comunidades e formação de sítios e fazendas na região.
Travessia do Rio Doce
          Naquela época não havia pontes ligando o Espírito Santo à Minas. O único jeito era atravessar o Rio Doce em canoas ou balsas a partir de Baixo Guandu, no Norte do Espírito Santo, na divisa com Minas. (na imagem acima, de Alberto Ohnesorge, a perigosa travessia no Rio Doce, dos primeiros pomeranos feita em canoa )
          Em Baixo Guandu, os pomeranos eram recebidos pela comunidade evangélica local como mostra os arquivos históricos da Igreja de Confissão Luterana de Baixa Guandu. Ajudavam no acolhimento, além de contar com o apoio espiritual oferecidos pelos pastores Albert Bionow e Emilie Kremz Bienow e Carl Wolfgramm e Louise Wernicke Wolfgramm.
          Não foi uma migração fácil. Os pomeranos deixaram suas terras e suas casas para trás, seguindo até Baixo Guandu a pé, levando seus poucos pertences em lombos de mulas e burros. Atravessaram o Rio Doce, entrando em Minas Gerais e rumo a seu destino, abrindo caminho nas matas fechadas a facão.
          Dessa margem, até o local onde ficariam, era uma caminhada de cerca de 40 km e ainda por cima, carregando seus pertences nas costas e filhos pequenos, sem pouco ou nenhuma comida, se alimentando de peixes e frutos silvestres pelo caminho.
Formando comunidades
          Seguiam pela margem do Rio Doce, e seguiam para o norte do que é hoje o município de Itueta MG, formando comunidades às margens de córregos ou lagoas, por serem agricultores e precisavam estar perto de água. Vieram para trabalhar no cultivo da terra, cultivando lavouras de milho, café, batatas, mandioca, inhame, além de criarem porcos, gados, galinhas, patos e marrecos.
          Aos poucos a migração foi aumentando, cada dia mais chegando pomeranos e alemães. Com isso foram surgindo várias pequenas comunidades, sempre à beira de córregos ou lagoas como as comunidades de Macaquinho, São Simião, Jequitiba, Laranjeira, Juazeiro, São Tomé, Santo Antônio, Quatro Rodas, Baixio, Racha Pau, Vargem Alegre, Alto Santo Antônio, Santo Antônio e Vila Neitzel. (No mapa acima, podem ter noção das comunidades pomeranas (na cor azul) e suas localizações, formadas ao norte de Itueta, no início do século XX. (Arte fornecida pela Secretaria de Cultura de Itueta MG)
          Essas comunidades ficavam nas proximidades da fazenda da família de Henrique Neizel, onde já existia uma pequena estrutura no entorno do casarão sede da fazenda com farmácia, armazém e maquinários para produção de alimentos.
          Em Itueta, mantiveram o modelo de desenvolvimento de pequenas propriedades e diversificação de cultivares na produção de alimentos, modelo chamado hoje de Agricultura Familiar. (imagem acima fornecida pela Secretaria de Cultura de Itueta MG)
            Modelo este que deu muito certo no Sul do país através dos imigrantes alemães e pomeranos. Inclusive esse foi um dos fatores de incentivo do governo em abrir as portas do país para os imigrantes pomeranos, alemães e europeus em geral.
          Não apenas isso, imigrantes tinham muito conhecimento sobre tecnologias industriais, já que a Europa era experimentara um alto desenvolvimento industrial, para a época. Além disso, os europeus sabiam muito bem cultivar a terra, tradição passada por gerações. Exerciam com grande competência a administração de suas propriedades, trabalhos na indústria e administração de pequenos comércios, como as populares vendas, armazéns, mercearias. (imagem acima fornecida pela Secretaria de Cultura de Itueta MG)
Vila Neitzel e a formação da comunidade pomerana
          Segundo informações de sua neta, Giselle Pereira Neitzel Klemz, seu avô, Henrique Neitzel nasceu em 1900, no Espírito Santo. Vivia em Santa Joana, na região dos Pontões. Era filho de Otto Neitzel e Guilhermina Neitzel. Antes de chegar á região de Itueta, era tropeiro.
          Com pouco mais de 20 anos e solteiro, acompanhado de um amigo, também tropeiro, deixou sua comunidade em busca de melhores condições de vida, terras férteis e com água em abundância. Chegou até a divisa do Espírito Santo com Minas Gerais, atravessou o Rio Doce e chegou ao norte do que é hoje Itueta. Adquiriu uma grande propriedade na região e começou a formar sua fazenda.
          Antes da chegada de Henrique Neitzel à Itueta, já existiam várias comunidades de pomeranos e alemães, que vieram para a região na década anterior, 1910, oriundos do Espírito Santo e também, novas famílias que vieram da Alemanha durante e depois da Primeira Guerra Mundial..
          Aos 23 anos, Neitzel conheceu Ana Romaes, moradora da comunidade do Córrego do Chapéu. Ana era natural do Espírito Santo e filha de Marcos e Maria Romaes. Nesta época, Ana tinha 20 anos de idade. Pouco tempo depois, em 9/11/1923, os dois se casaram e Ana passou a assinar o nome de Ana Neitzel. O casamento, oficializado no Cartório de Registro Civil de Aimorés MG, foi testemunhado por Alberto Ohnesorg e Guilherme Mutz. O casal teve filhos, filhas e netos.
          Henrique Neitzel era empreendedor. Com muito esforço e com trabalho em família, fez sua fazenda crescer. Empregava várias funcionários e era um exímio e próspero comerciante, além de muito influente na região.
          Na fazenda tinha máquina de moer café com uma caldeira para tocar essa máquina, alambique, engenho de cana, gado de leite e corte e cultivo de lavouras diversas. Construiu na fazenda uma mercearia e uma botica. Comprava bois e porcos e os revendia. Comercializava sua produção em Itueta, nas comunidades pomeranas que ficavam nas proximidades de sua fazenda e em Aimorés. E ainda, vendia para quem fosse na sua propriedade comprar de sua produção, seja para uso próprio ou para revender.
          Na propriedade tinha o casarão sede e as casas dos seus funcionários. Os filhos foram crescendo, se casando e com isso, construindo casas no entorno da casa grande.( na imagem acima Comunidade Pomerana da Vila Neitzel, estima-se que a imagem foi tirada no início da década de 1960. Acervo particular s/d.)
          Com isso, Neitzel começou a alimentar o sonho de formar uma vila em sua fazenda. Começou a lotear lotes de terra na propriedade a preço bem simbólico. Trocava lotes por móveis, animais ou mesmo, vendia os lotes fiado e bem baratos.
          Cedeu terreno para a Prefeitura construir uma escola na fazenda, e também igreja. Após sua morte, sua esposa doou um terreno para a construção de um posto de saúde. (na foto acima a escola e abaixo, o Posto de Saúde de Barra do Juazeiro - Imagens enviadas pela Jeane Shulz)
            Seus filhos continuaram o sonho do pai. Mesmo sem a intenção de formar um distrito ou vila, lotearam terrenos na localidade para famílias de pomeranos e alemães que já viviam no local ou que continuavam a chegar, vindos do Espírito Santo.
          Não somente para imigrantes e migrantes, famílias de trabalhadores da Ferrovia Vitória Minas e de agricultores da região que vieram para Itueta em busca de trabalho, adquiriram lotes e se fixaram vila, devido sua boa estrutura.
          Os loteamentos foram aumentado, o número que moradores também. A comunidade pomerana nos córregos e povoados em redor, dependiam da estrutura da Vila Neitzel que contava com comércio, farmácia, escola e posto de saúde. Era a maior das comunidades do Norte de Itueta.
          Em 1979, a Vila Neitzel e as comunidades e povoados em seu entorno, se tornou distrito de Itueta, por lei, aprovada pela Câmara Municipal e oficializada pelo prefeito, na época, Rúdio Pieper, que também era pomerano. Todas as comunidades nas proximidades da Vila Neitzel, passaram a fazer parte do distrito criado, como seus subdistritos, formando com isso um só distrito, com o nome de Distrito Vila Neitzel.
          Ao todo, são 2 mil moradores no distrito Vila Neitzel, juntando a vila sede, Vila Neitzel e todas as comunidades em seu entorno. A maior parte da comunidade de descendentes de alemães e pomeranos estão nos povoados e sítios nas proximidades dos córregos que formam o distrito. 
           Na vila sede, a Neitzel, tem descendentes de pomeranos, alemães e de famílias que vieram da região ou de outras localidades mineiras e até de outros estados para viverem e trabalharem no município.
Cultura e costumes pomeranos
          Os pomeranos têm a tradição milenar de preservar suas origens e elementos culturais como a língua, a cultura, a história, a dança, a música e seus instrumentos musicais, nascimento, morte, casamentos, batizados, suas ligações com a terra e a preservação e confirmação do papel da mulher nas decisões da família. (imagem acima fornecida pela Secretaria de Cultura de Itueta MG)
          Preservar seus costumes e religiosidade é uma forma dos pomeranos preservarem suas identidades e a si próprio, como povo. São crenças e costumes seculares, que preservadas, reafirmam a essência da existência pomerana como um povo.
          Em Itueta, desde a chegada dos primeiros pomeranos à região, os costumes, crenças e tradições são preservadas até os dias de hoje, principalmente nos costumes religiosos luteranos como o Casamento Pomerano, o Ritual do Quebra Louças e Oralidade. A Igreja Luterana está presente em Itueta desde a chegada dos pomeranos.
Igrejas na Vila Neitzel
          A religião predominante entre os alemães e pomeranos no distrito é obviamente, a Luterana. Na sede do distrito, Vila Neitzel, formada não apenas por descendentes de pomeranos e alemães, existem outras denominações religiosas cristãs, como a Igreja Católica, Igreja Adventista do 7° Dia, Igreja Presbiteriana e Igreja da Assembleia de Deus. (nas fotos acima pela Jeane Shulz a igreja Católica, A Adventista e da IELB e abaixo, algumas Igrejas Luteranas das comunidades rurais do distrito)
          Já nos subdistritos que formam o distrito Vila Neitzel, onde estão as maiores concentrações de descendentes de alemães e pomeranos, predomina a Igreja Luterana com a presença de templos da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) e da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB).
Que língua falam aqui?
          Em Minas e no Brasil, descendentes dos imigrantes pomeranos falam português, mas nas colônias e comunidades, preservam sua cultura linguística, falando e comunicando-se entre si, na língua pomerana. Os pomeranos do Espirito Santo e Minas Gerais, falam o Pommerch. Em outros estados com comunidades pomeranas, falam outros dialetos da língua pomerana, como Riograndenser Hunsrückisch e o Plaudtdiestsch, falados no Sul do Brasil.
Em português e pomerano
          No distrito Vila Neitzel, antigos moradores e também os mais jovens, procuram conversar em pomerano entre si com o objetivo de melhor dominar a língua e preservar suas origens. Com os que não são de origem pomerana, conversam em português. (imagem acima fornecida pela Secretaria de Cultura de Itueta MG)
          A comunidade pomerana de Itueta vem fazendo um esforço para recuperar a língua e a dança folclórica pomerana, ensinando o pomerano aos mais jovens das comunidades e mesmo aos mais velhos, que queiram reaprender o pomerano.
          O idioma pomerano no distrito passou a fazer parte do currículo escolar do distrito com o objetivo de preservar a língua pomerana entre os moradores.
          Antes, somente os mais antigos falavam a língua em residências familiares, nos eventos sociais, religiosos e momentos de integração de toda a comunidade, seja na Vila Neitzel, quanto nos subdistritos, como durante a Festa Pomerana. 
          Com a iniciativa, os mais jovens poderão conhecer a língua e conversarem entre si em pomerano. Isso desperta o interesse das crianças não apenas pela língua, mas para a dança, a música e a história de suas origens.
          É um trabalho que vem sendo feito, aos longos dos anos com apoio de comunidades pomeranas do Espírito Santo e prefeitura local, para resgatar as tradições, música, vestimentas, festas religiosas e folclóricas, a cultura e a língua pomerana na região.
          Estando na comunidade, você ouvirá conversas e palavras em pomerano e alemão como Bom dia - Gun Morgen! Obrigado - Daitchen/ Danken Shen; Até Logo! - Ousvrindesan! (Aús-frídesan); Avô - Groutfuter (grôut.fótar) / Opa; Avó - Groutmuter (grôut.môtar) / Oma; Agora Ficou Melhor – Nurr is Beta Vôra; Aonde tu quer ir? - Voa Vist Du Ren Móka? Eu quero ver todos dançando - Ick Vill Allas Dancan Zaier; Eu vou sair - Ich Go Lôus/rrúlda; Fica Quieto - Vies Ishtill/blif chtil; Porco – Shwina; Porque – Vurim; Trabalhar - Arbera; Vem Aqui/Vem Cá - Come ré; Você está entendendo? - Hes dú fórstôn?; Você quer tomar café? - Vís dú cáfê drínkán? Eu estou aprendendo a falar em pomerano - Ich Daw Lera pomich Fatéla; Pode acreditar em mim - Cast Min Leiva.
A gastronomia pomerana
          A culinária alemã e pomerana em especial e bem diversificada e também valorizada e preservada nas comunidades pomeranas brasileiras, bem como na Vila Neitzel.
          Em festas, casamentos, batizados, aniversários, festividades religiosas e outros eventos, a boa mesa pomerana é o destaque da festa. Na verdade nem é uma mesa e sim um Snack Weg (caminho dos sabores) da boa comida germânica.
          Um passeio gastronômico que mais lembra um banquete especial diante de tanta fartura e tantos pratos alemães que impressiona quem não é da comunidade.
          Mesmo travando a língua ou tendo dificuldades em entender a pronúncia dos pratos, a concordância é que os pratos são saborosíssimos como spätzel, apfelstrudel, bretzel, o eisbein, o currywurst, bockwurstas weisswurst, o kassler, o heringsbrot, iguarias acompanhadas outros pratos típicos alemães como o marreco recheado, o purê de batatas, o repolho roxo, o chucrute, vinho, chopp e claro, o broud, chamado no Brasil de brote, o tradicional pão pomerano.
          A culinária germânica e pomerana, que chegou ao Brasil com os imigrantes no século XIX, sofreu adaptações devido à inexistência de alguns ingredientes no Brasil. O ingrediente principal do broud é o trigo, mas como na época o trigo não existia no Brasil e importá-lo da Europa era muito difícil, esse ingrediente foi substituído pelo fubá de milho.
          Com isso, o tradicional pão alemão e pomerano ganhou uma releitura com base na tradição e ingredientes da culinária mineira no preparo de pratos como por exemplo o uso da folha de bananeira e forno de barro.
          No caso do Broud, o trigo foi substituído pelo fubá de canjica ou mimoso, por exemplo. Com isso passou a ser chamado também de “miyberbroud”, (Pão de milho). É um pão preparado com massa de fubá, batata doce, cará, e mandioca. A massa é de milho eu pão moldado no formato original de pão e enrolado em folha de bananeira para ir ao forno a lenha para assar. (Acima e abaixo o modo de preparo do Brote. Fotos fornecidas pela Secretaria de Cultura de Itueta)
          Para adoçar mais o pão, algumas famílias acrescentam à massa banana. São ingredientes fáceis de conseguir nas comunidades por serem produzidos pelas próprias famílias em suas propriedades.
           É um pão consumido nas refeições, principalmente no café da manhã, acompanhado de banha de porco, sal, manteiga, linguiça defumada crua, carnes de boi, porco, marreco, galinha e pato, geleia, coalhada, bolos, queijos, dentre outros alimentos.
O casamento pomerano
          Na tradição pomerana, os casamentos são realizados em janeiro e início de fevereiro e dura em média 3 dias.
          É uma festa muito especial, ritualística, tradicional e que envolve não só a família dos noivos, mas toda a comunidade. Envolve ainda toda a fartura da boa mesa pomerana com muitos pães, bolos diversos, linguiça, biscoitos, doces, vinhos, cervejas, cachaça, brote, queijos, etc.
          Nas comunidades que preservam os casamentos pomeranos tradicionais, o irmão caçula da noiva é quem faz o convite para o casamento. É o chamado hochtijdsbirer (convidador)
          Os noivos agendam o casamento com o pastor ou pastora. O evento é anunciado no culto onde os noivos apresentam o hochtijdsbirer, que geralmente é o irmão caçula da noiva, tem como missão convidar as famílias escolhidas pelos noivos para participarem da festa.
          Um dia antes do casamento é realizado o Polterowend, que é o ritual da quebra das louças, que são jogadas pelo alto acompanhado de muita gritaria e música pomerana cantada e acompanhada pela concertina. Tem que ser louça de porcelana ou cerâmica porque segundo a crença pomerana, traz sorte e bênção na vida do casal. Já o vidro, traz azar.
          Á noite a família prepara o Heunerowend, um jantar feito com miúdos de galinha a galinha na tem simbologia anuncia ou alerta e sobre perigos ou coisas ruins que podem surgir aos noivos.
          No dia do casamento pela manhã o convidador e o servente fazem a acolhida das famílias. O local é todo decorado com flores de murta, ciprestes e laços coloridos e ainda com música e muita alegria, animada pelos Tau Hochtied inspäle/ranaspäle, os tocadores de concertina ou acordeão.
          Os músicos acompanham ainda os noivos até a ida à igreja para receberem a bênção matrimonial. À frente, o convidador, soltando foguetes para trazer sorte aos noivos. Segundo a crença pomerana, o primeiro que pisar na igreja, noivo ou noiva, será o líder e terá a última palavra da casa.
          Ao fim da cerimônia, os noivos seguem rumo ao banquete, preparado pelas famílias e decoradas com com flores murta, cipreste e laços coloridos. Na cabeceira da mesa ficam os noivos, os pais, as testemunhas, o pastor e familiares, nessa ordem.
          No fim da tarde a festa continua com danças típicas que representam o ritual de passagem da vida de solteiro para a vida de casado. A primeira dança é a tradicional Bruttdanz, a dança da noiva, onde os noivos dançam com os convidados casados e os solteiros, a Kranzafdance, a dança da grinalda ou coroa, quando os noivos dançam apenas com as pessoas solteiras. A cada dança, o convidador oferece aos noivos cachaça e vinho e os convidados, ofertas em dinheiro. (foto acima fornecida pela Jeane Shulz)
          A última dança da festa é o Bäzendanz, a dança da vassoura. É quando os noivos dançam com os casais. Caso não tenha alguém sem par na festa, a noiva ou o noivo, dançam com uma vassoura. (fotografia acima de William Wesphal)
          Por fim, após a festa, os noivos vão para sua nova casa e comparecem no próximo culto da igreja, visitam os sogros onde tradicionalmente recebem dotes dos pais e convidados, podendo como presentes, objetos, roupas, sapatos, porco, vaca, cavalo, boi ou mesmo, dinheiro.
          No casamento pomerano, toda a comunidade se envolve e esse ritual significa que os noivos romperam a relação entre pais e filhos e passam a ser independentes por suas ações e escolhas, construindo suas vidas independentes.
Funeral pomerano
          A postura dos pomeranos diante da morte os diferencia dos demais cristãos. O funeral e luto pomerano são um conjunto da tradição milenar pomerana com o luteranismo. Ao longo dos séculos, o funeral na antiga Pomerânia se transformou em um dos pilares da identidade pomerana. (imagens acima e abaixa, fornecidas pela Secretaria de Cultura de Itueta MG)
          O funeral pomerano tem como base três elementos: o Cemitério, a Sepultura e o Tafel. É uma simples tábua em madeira, pendurada em uma cruz, onde é entalhado a frase: “Hier huhet in Gott” ( “aqui descansa no senhor”) seguido do nome, data de nascimento e falecimento, além de um versículo bíblico, relacionado ou não com a morte. 
          Além disso, no Tafel são entalhados ou pintados em cores variadas ramos de flores, palmas e cruzes. Por tradição, os mortos pomeranos são sepultados com suas bíblias, hinários, certidões de batismo e confirmação, além de alguns objetos de uso pessoal do falecido. Nos desenhos, predomina a cor azul, a cor símbolo da extinta Pomerânia.
A Festa do Brote - A Festa Pomerana da Vila Nietzel
          O Brote, é a principal iguaria dos descendentes de pomeranos de Itueta e uma das identidades gastronômicas da cidade. O famoso pão alemão está presente há décadas em casamentos, batizados, aniversários e festas coletivas da Vila Neitzel. (na foto acima do @paulo_broseguini, a Festa Pomerana)
          Quando tem festa e encontros de família, tem o brote na mesa. Esses encontros eram conhecidos como Festa do Brote. Não era um evento oficial, organizado pela comunidade em geral mas um evento de famílias e em eventos festivos e religiosos, embora contasse com a participação de boa parte da comunidade.
           Havia necessidade de uma festa maior que envolvesse toda a comunidade e abrangesse não apenas o brote, mas toda a culinária pomerana, a dança, a música e as vestimentas. O embrião dessa ideia começou a surgir nos primeiros anos do ano 2000.
          Em 2010, foi criado na cidade o Pomerisch Dansgrup Fon Minas, o Grupo de Dança Folclórica de Minas, formado atualmente por 15 casais que ensaiam todos os fins de semana na quadra da escola da Vila Neitzel. O grupo é coordenado por Wallex Schemelpfenig. (imagem acima fornecida pela Secretaria de Cultura de Itueta MG)
          O grupo foi criado com o objetivo resgatar a dança, a música, a vestimenta e a língua pomerana da comunidade. Através do grupo, a comunidade passou a conhecer como eram as músicas pomeranas, as danças e como se vestiam os camponeses que viviam na extinta Pomerânia. (fotografia de @paulo_broseguini)
          Com a criação do grupo de danças, a tradicional Festa do Brote passou a ser a Festa Pomerana, integrando o Pomerisch Dansgrup Fon Minas e a culinária pomerana em um só evento.
          Durante os dias de festa, a língua falada é praticamente o pomerano. Isso é para incentivar os mais jovens a se interessarem pelo idioma de seus antepassados e valorizar a língua, a cultura, a música e a culinária pomerana.
          Um desfile a caráter marca o início da Festa Pomerana, além da escolha das princesas e rainha da festa. Bandas locais e regionais se apresentam durante os dias da Festa Pomerana, que recebe um grande número de visitantes da região e também da comunidade pomerana de outras regiões como do Espírito Santo. (imagem acima enviada pela Jeane Shulz)
          O Pomerisch Dansgrup Fon Minas é a principal atração da Festa Pomerana de Itueta. O grupo se apresenta vestido a caráter bem como o local da festa, a quadra da Vila Neitzel, é toda decorada com bandeirolas nas cores principais da Pomerânia, que é o azul e branco. (imagens acima e abaixo fornecidas pela Jeane Shulz, do Pomerisch von Minen se apresentando em cidades da região)
          Além disso, o Pomerisch Dansgrup Fon Minas se apresenta em outras cidades, a convite. São mais de 90 danças diferentes, bem como vários trajes típicos da Pomerânia. Quem se interessar em contar com a presença do Grupo Folclórico de Dança Pomerana de Itueta, o Pomerisch von Minen, o contato é pelo Instagram: @pomerisch_dansgrup
          A Festa Pomerana de Itueta já está em sua nona edição. Acontece todos os anos, geralmente, no primeiro fim de semana de agosto. Em 2023, a 9° Festa Pomerana de Itueta MG será nos dias 4, 5 e 6 de agosto.
Conheça Itueta
          Estão todos convidados, não apenas para conhecerem a Festa Pomerana, mas para conhecerem a cidade de Itueta e sua comunidade pomerana.
          Itueta é uma cidade tranquila, com boa estrutura urbana, conta com um variado comércio, bom setor de prestação de serviços, pequenas pousadas e hotéis, restaurantes, bares e lanchonetes.
          Serão todos bem-vindos. Seu povo é simples, amigável e hospitaleiro.
Agradecemos ao secretário de Cultura de Itueta, Valdinei Cardoso Coutinho e professora Jeane Shulz Schemelpfenig pelo empenho em ceder fotografias e nos passar informações sobre o distrito Vila Neitzel.

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