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quinta-feira, 29 de junho de 2023

As 10 maiores cidades do Sul de Minas

(Por Arnaldo Silva) O Sul de Minas Gerais é uma região formada por 162 municípios onde vivem 2.897.745 habitantes, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE, divulgados em junho de 2023.
          Além do número de habitantes, são cidades que se destacam pelo desenvolvimento de suas economias, tecnologia agroindustrial de ponta, além de boa qualidade de vida e melhor infraestrutura urbana.
          A região em si é um dos maiores PIB´s do Estado de Minas, com altos índices de IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios), por oferecer melhores condições de saúde, saneamento básico, educação em nível fundamental, médio e superior de qualidade e geração de empregos e renda a seus moradores. (na foto acima de Vinícius Montgomery, a cidade de Itajubá MG)
          São cidades com com grande presença industrial de indústrias locais, nacionais e multinacionais, em diversos segmentos comerciais, de prestação de serviços e industriais como metalurgia, siderurgia, mineração, laticínios, eletrodomésticos, indústrias químicas, moveis, calçados, de tecnologia industrial de ponta, etc.
          Além disso, o Sul de Minas é uma região tradicional na produção agrícola, com destaque para o cultivo do café, da batata, do morango, da uva para produção de vinhos e sucos, da pecuária leiteira e corte, dentre outras culturas diversas. (na foto acima de Luís Leite, dia de colheita de batatas)
          Outro fator importante que gera emprego e renda nas cidades sulistas é o turismo. Isso porque as cidades do Sul de Minas tem por natureza própria, forte vocação para o turismo, seja religioso, de aventuras, gastronômico, ecológico, cultural, de passeios ou de negócios.
          Isso devido a Mata Atlântica, a Serra da Mantiqueira, centenas de cachoeiras, represas e estâncias climáticas e minerais diversas, que desde o século XIX, atraem turistas de todo o mundo que vem à região em busca das propriedades medicinais de suas fontes de águas minerais, sulfurosas, termais e radioativas. (na foto acima de Luís Leite, Poços de Caldas MG)
          Sem contar a história da região, que começou no século XVII com a chegada das Bandeiras Paulistas e dos imigrantes italianos, alemães, letões, franceses, dinamarqueses, poloneses, japoneses e outros povos que vieram para a região no final do século XIX e início do século XX. Esses povos deixaram um grande legado na história, arquitetura e desenvolvimento agroindustrial da região.
Extrema: cidade diferenciada
          Nos últimos anos, a cidade de Extrema vem experimentando um crescimento e desenvolvimento econômico e industrial , visível aos olhos de todos. Tanto é que o censo demográfico do IBGE de 2022 confirmou o que era notório. 
          Extrema é a cidade que mais cresce e mais se desenvolve, não só em Minas Gerais, mas no Brasil. O município ficou na 12° posição no ranking nacional das cidades que mais crescem no país.
            Segundo o Censo 2022 do IBGE, Extrema saltou da 19ª posição entre as maiores cidades do Sul de Minas, no último Censo, em 2010 para a 11° posição. Nessa época a cidade contava com 28.599 moradores. Hoje está na 11° posição, com 53.482 habitantes. Ou seja, um crescimento de 87% de 2010 até 2022. São 24.883 novos habitantes a mais, em relação ao Censo anterior. (na foto acima do Marcelo Lagatta/@marcelo.lagatta, vista parcial de Extrema MG)
          Não apenas isso, Extrema é atualmente a cidade com o maior PIB do Sul de Minas e é a campeã em geração de empregos e investimentos industriais em Minas Gerais.
          Seguindo essa tendência, a 11° posição atual de Extrema é por pouco tempo. Em breve estará entre as maiores do Sul de Minas e entre as maiores cidades de Minas Gerais.
Lista dos 10 maiores municípios do Sul de Minas
1° Poços de Caldas – 163.742 habitantes
          Estância hidromineral, turística e polo industrial, a cidade de Poços de Caldas é o maior município do Sul de Minas. É ainda o 15° município mais populoso do Estado. (foto acima de Luís Leite)
          Poços de Caldas está a 461 km distante de Belo Horizonte e faz limite territorial com Águas da Prata; Andradas; Bandeira do Sul; Botelhos; Caconde; Caldas; Campestre; Divinolândia, São Sebastião da Grama e Águas da Prata em São Paulo.
2° Pouso Alegre – 152.212 habitantes
          Polo industrial desenvolvido e destaque no cultivo do morango, a cidade de Pouso Alegre está a 373 km distante de Belo Horizonte e faz limites com Congonhal, São Sebastião da Bela Vista, Silvianópolis, Espírito Santo do Dourado, Borda da Mata, Estiva, Cachoeira de Minas e Santa Rita do Sapucaí. (foto acima de Fernando Campanella)
3° Varginha – 136.467 habitantes
          Cidade polo industrial e turística, se destaca ainda na agricultura, em especial no cultivo de café. A cidade de Varginha faz está a 320 km de Belo Horizonte e faz limites com Três Corações, Elói Mendes, Monsenhor Paulo, Três Pontas, Carmo da Cachoeira. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
4° Passos – 111.939 habitantes
          Polo econômico industrial, a cidade de Passos está a 352 km distante de Belo Horizonte. Faz limites com Delfinópolis, Cássia, São João Batista do Glória, Alpinópolis, Bom Jesus da Penha, Jacuí, Itaú de Minas, Fortaleza de Minas. (na foto acima de William Cândido, noturna de Passos MG)
5° Lavras – 104.761 habitantes
          Polo industrial e universitário, a cidade de Lavras está a 237 km da capital e faz limite com Carmo da Cachoeira, Perdões, Nepomuceno, Ribeirão Vermelho, Ijaci, Itumirim e Ingaí. (foto acima do Rogério Salgado)
6° Itajubá MG – 93.073 habitantes
          Cidade Universitária e polo industrial, Itajubá está distante 445 km da capital e faz limites com São José do Alegre, Maria da Fé, Wenceslau Braz, Piranguçu, Piranguinho e Delfim Moreira. (na foto acima de Vinícius Montegomery, vista noturna parcial de Itajubá MG)
7° Alfenas – 78.970 habitantes
          Cidade Universitária, Alfenas está a 335 km da capital e faz limites com Serrania, Divisa Nova, Machado, Areado, Paraguaçu, Campos Gerais, Fama, Carmo do Rio Claro, Alterosa, Campo do Meio. (na foto acima do Bosco Azevedo, noturna de Alfenas)
8° Três Corações – 75.485 habitantes
          Cidade com grande participação na economia mineira, grande produtora de leite e gado de corte, se destaca ainda no cultivo de milho, café e produção de vinhos finos. Três Corações está a 287 km de Belo Horizonte e faz limites com Carmo da Cachoeira, Varginha, Conceição do Rio Verde, Cambuquira, São Bento Abade, São Tomé das Letras, Campanha e Monsenhor Paulo. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
9° São Sebastião do Paraíso – 71.796 habitantes
          Polo industrial com destaque para os setores de material cirúrgico, calçadista, confecções e industrialização de azeite e cosméticos de abacate, dentre outros segmentos, São Sebastião do Paraíso está a 400 km distante da capital e faz limites territoriais com São Tomás de Aquino, Capetinga, Pratápolis, Fortaleza de Minas, Jacuí, Monte Santo de Minas, Itamogi, Santo Antônio da Alegria (SP), Altinópolis (SP) e Patrocínio Paulista (SP) (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a Matriz da cidade)
10° Três Pontas – 55.259 habitantes
          A décima maior cidade do Sul de Minas é também uma das 10 maiores produtoras de renda agrícola no Estado de Minas Gerais graças ao cultivo do café, sua principal riqueza, além da agricultura em geral e pequenas e médias indústrias locais. (na foto acima da Cristina Pimenta Krauss, cafezal em Três Pontas MG)
          Três Pontas está a 297 km de Belo Horizonte e faz limites com Santana da Vargem, Varginha, Carmo da Cachoeira, Campos Gerais, Nepomuceno, Elói Mendes e Paraguaçu.

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Queijo Cabacinha é patrimônio cultural e imaterial de Minas

(Por Arnaldo Silva) Com origem no Vale do Jequitinhonha, o Queijo Cabacinha é um tipo de queijo mineiro feito a partir do leite cru, coalho, sal e fermento lácteo, por fim, amarrado e pendurado em varal para secar, naturalmente. 
          Tem esse nome devido o molde em formato do fruto da cabaceira, a popular cabaça. Esse molde é feito com as mãos na massa, literalmente, moldando a massa com as mãos até ficar com formato de cabaça. (Fotografia acima de Sila Moura)
          Minas Gerais tem tradição queijeira desde suas origens, o Queijo Cabacinha está presente na tradição queijeira mineira. O Cabacinha é uma principais identidades gastronômicas do Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mineiras de maior representatividade gastronômica e cultural em Minas Gerais.
          O Queijo Cabacinha é tradicionalmente produzido por pequenos agricultores nos municípios de Pedra Azul, Medina, Itaobim, Comercinho, Divisópolis, Jequitinhonha, Joaíma, Ponto dos Volantes e Cachoeira do Pajeú.
          Esses municípios do Vale do Jequitinhonha, formam a região queijeira produtora do Queijo Cabacinha, reconhecida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), com base na caracterização feita em 2014 pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
Reconhecimento oficial
          Por ser um produto regional, tradicional e secular, os saberes e sabores seculares do Queijo Cabacinha, tornou-se Patrimônio Cultural e Imaterial de Minas Gerais, através de Projeto de Lei 2573/21, de autoria do deputado Dr. Jean Freire. (na foto acima do Sávio Ferraz, queijos do produtor Leonídio Grapiuna de Joaíma MG)
          O Projeto de Lei foi aprovado em dois turnos pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em junho de 2023. O próximo passo é a formalização da Lei, através de sanção do governador do Estado.
          O reconhecimento do Queijo Cabacinha como patrimônio cultural e imaterial de Minas Gerais, popularizará o queijo em todas as regiões mineiras. Com isso os produtores do Vale do Jequitinhonha poderão aumentar a produção do queijo que consequentemente, gerará mais empregos e renda. Com isso os mineiros terão mais uma opção de queijos na mesa, já que até então, a venda do Queijo Cabacinha é mais restrita ao Vale do Jequitinhonha, Norte de Minas e Vale do Mucuri, principalmente na beira de estradas.
           Como patrimônio cultural e imaterial do estado, poderá se popularizar e chegar às outras regiões mineiras e inclusive para outros estados, contribuindo assim para o desenvolvimento econômico dos municípios da região queijeira.
          Além disso contribuirá para melhorar ainda mais a qualidade na produção do queijo pelos laticínios locais e ainda preservará a tradição secular dos sabores e saberes do Queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha.

Receita do Pão de Queijo Roceiro

(Por Arnaldo Silva) A origem do Pão de Queijo é do início século XVIII. Estudos afirmam que a famosa quitanda mineira, tenha surgido na Serra da Canastra ou no Serro MG, ou nessas duas regiões, quase que similarmente, devido ao grande contingente de tropeiros que trafegavam pelas trilhas e picadas mineiras. Além de levar e trazer mercadorias, levavam e traziam novidades.
O fato é que o Pão de Queijo como conhecemos hoje não era bem o que é hoje em sua origem. O Pão de queijo passou processos de evolução, desde o início do século XVIII até ser o que é hoje.
          No século XVIII, trigo era inexistente no Brasil e os portugueses careciam do pão que consumiam na Europa. Como aqui não tinha, o jeito era substituir os ingredientes do pão. Usavam o fubá e também o polvilho, no lugar do trigo. As vezes os dois juntos. 
          Começaram a fazer uma massa com fubá, polvilho azedo, ovos, água, sal e banha de porco talhada, moldadas no estilo da receita milenar do Pão de Cristo, em bolas e um pouco achatadas.
          Como ficava na cor um pouco amarelo-claro, como nos queijos Canastra e do Serro, a iguaria passou a ser chamada de pão de queijo, embora não tinha queijo na receita, isso porque a produção de leite e consequentemente de queijos era muito pequena no início do povoamento de Minas Gerais.
         A partir de meados do século XVIII, o rebanho bovino tinha aumentado em Minas e a produção de queijos também. Com isso, o leite e o queijo passaram a fazer parte da receita.
Apenas no século XIX que o fubá saiu da receita e a banha de porco foi substituída por óleo.
          O pão de queijo original se faz com polvilho azedo e por isso a necessidade de escaldá-lo. Esse tipo de polvilho precisa ser umedecido em líquido quente para gelatinizar o amido. Essa mistura provoca uma reação química no polvilho que empelota na hora.
          Isso ocorre porque esse tipo de polvilho passa por um longo processo de secagem e fermentação longa, ao natural, que varia entre 15 a 40 dias, até atingir acidez de próxima a 5%, até ir para a moagem final.
          Ao escaldar o polvilho azedo com líquidos quentes, ocasionará uma reação química entre os ingredientes, fazendo com que a massa cresça rápido, ou seja, causa ação equivalente à do fermento. Se não escaldar o polvilho azedo, ele não cresce e o pão de queijo vai parecer uma goma.
         Já com o polvilho doce não precisa escalar porque esse tipo de polvilho passa apenas por um processo de secagem rápida e em seguida acontece a moagem. Por isso não há necessidade de escaldar nada que tenha polvilho doce.
         Pão de Queijo não escaldado é tradicional em Paracatu MG desde o século XIX. O Pão de Queijo de Paracatu MG é feito com polvilho doce e por isso, não é escaldado.
          O Pão de Queijo original e tradicional é com polvilho azedo, por isso tem que ser escaldado. Vamos então aprender a fazer o pão de queijo como era feito no final do século XVIII, com angu de fubá.
Receita original do Pão de Queijo Roceiro
INGREDIENTES
. 1 quilo de polvilho azedo
. 2 colheres (sopa) de fubá de moinho de pedra ou 4 colheres (sopa) de fubá comum, de supermercado
. 500 gramas de queijo Minas curado ralado fino
. 1 concha de banha talhada (ou 1 copo americano de óleo)
. 100 ml de leite integral (1 copo americano cheio)
. 200 ml de água (meio copo americano)
. 1 colher (sobremesa) de sal
. 4 ovos de galinha caipira
MODO DE PREPARO
- Prepare o angu, colocando o leite, a água, a banha em uma panela e misture com o fubá. Não pode ficar muito duro.
- Leve ao fogo e mexa sempre para não empelotar.
- Desligue, despeje o angu em uma vasilha e vá colocando aos poucos o polvilho e vá mexendo com uma colher. Quando esfriar, comece a amassar com as mãos.
- Acrescente o queijo, o sal e os ovos e comece a amassar, se a massa ficar muito grossa, acrescente água quente aos poucos.
- Faça os moldes em forma de bolinhas um pouco achatadas, coloque-as numa forma untada com banha ou óleo e leve para assar a 180°C por 40 minutos ou até que dourem.
(fotos do Pão de Queijo Roceiro feito pela Cidinha Ferreira de Lorena SP baseado em receita do livro Em Berços de Cuité de @arnaldosilva_oficial)

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Itapecerica: cidade histórica e berço do Centro-Oeste Mineiro

(Por Arnaldo Silva) Itapecerica é uma acolhedora e charmosa cidade histórica mineira. Situado na Região Oeste de Minas, o município conta com cerca de 22 mil habitantes está a 180 km de Belo Horizonte, nos limites entre os municípios de Camacho, Carmo da Mata, Cláudio, Formiga, Pedra do Indaiá, São Francisco de Paula e São Sebastião do Oeste. O acesso para o município é pela MG-164 e MG-260.
          Cidade tranquila, povo hospitaleiro e trabalhador, conta com uma boa estrutura urbana, um bom setor de prestação de serviços, comércio variado, inclusive com lojas de artesanato, pousadas e hotéis aconchegantes e restaurantes com pratos típicos. (fotos acima de Jad Vilela)
          
Sua economia tem como base a pequena e média indústria, em especial, a calçadista, seguindo pela setor, o segundo setor que mais gera empregos na cidade, a agropecuária, o comércio local e o turismo.
Origem
          A história de Itapecerica começa a partir de 1696, no século XVII, quando chega à região do Vale do Itapecerica o bandeirante Lourenço Castanho de Taques, em busca de metais preciosos. Várias bandeiras e garimpeiros começaram a chegar ao território mineiro de ponta a ponta no final do século XVII. (foto acima de Wilson Fortunato)
          A bandeira de Lourenço Castanho de Taques, deixou a região da Vila de São José, atual Tiradentes MG, rumo a Capitania de Goiás, com o mesmo objetivo. Entre caminhos abertos por indígenas, chamados de picadas ou abrindo outras picadas na mata e muita caminhada, paravam no que é hoje o Centro-Oeste mineiro, para descanso. 
          Em um desses lugares de parada de bandeirantes e garimpeiros, originou-se Itapecerica, quando outro bandeirante, Feliciano Cardoso de Camargo, resolveu fixar-se nesta região, já que encontraram minas de ouro nas redondezas de Tiradentes e São João Del Rei.
          De ponto de parada de bandeirantes, tropeiros e garimpeiros, tornou-se arraial em 1744 com o nome de São Bento. Em 20 de novembro 1789 o arraial foi elevado a vila pelo Visconde de Barbacena, governador de Minas Gerais nesta época. Essa data é reconhecida como o dia e ano da fundação da cidade.
          Em 4 de outubro de 1862 a vila é elevada a município com o nome de São Bento do Tamanduá, mas no mesmo ano, o nome é mudado para Itapecerica, nome Tupi-guarani que significa “Pedra Lisa e Escorregadia”.
Berço cultural do Centro-Oeste Mineiro
          Itapecerica é uma das mais belas e uma das mais bem preservadas cidades históricas de Minas Gerais.
          Em suas ruas, fazendas centenárias, igrejas e casarões, estão um pouco da história de Minas, bem como a cultura, religiosidade e gastronomia mineira, presentes no Festival de Inverno e Festival da Gastronomia Rural, dois eventos de grande importância na região. (na foto acima de Mardem Mendonça, o Festival de Gastronomia Rural de 2023)
          Tem ainda a Feira de Artesanato João Faísca, realizada aos sábados na Praça do Coreto e as festas religiosas e folclóricas como o Reinado e Folia de Reis, evidenciando o valor que a cidade dá à tradição, religiosidade, cultura e artesanato local. (na foto acima a Praça do Coreto. Arquivo Prefeitura Municipal/@divulgação)
          Além disso, tem as apresentações da Lyra Santa Cecília, fundada em 1908.
          Logo nas duas entradas da cidade, pela MG-260 e MG 164, percebe-se porque Itapecerica é considerada o berço cultural do Centro-Oeste de Minas.
          Na entrada BR-494, antes da entrada para MG-260 está Gonçalves Ferreira. Embora hoje com poucos moradores, o pequeno povoado faz parte da história da cidade. Nesse povoado estão as ruínas da estação ferroviária e a da Capela de Nossa Senhora das Mercês.
A Aldeia Pataxó Muã Mimatxi
          Já entrando na MG-260, no distrito de Lamounier, nas proximidades da cidade está a Aldeia Indígena Pataxó Muã Mimatxi, na Fazenda Modelo, numa área de reserva demarcada em 2006. Vivem na aldeia Pataxó, cerca de 60 indígenas originários do Sul da Bahia.
          
Na comunidade, os Pataxós Muã Mimatxi preservam sua ancestralidade, pintando o corpo com pigmentos que eles próprios fazem, dançam, tocam instrumentos musicais, revivem suas festas típicas e mantêm seus costumes. Vivem da agricultura de subsistência e do artesanato. (na foto acima, ladeado por indígenas Pataxós, o prefeitura de Itapecerica, Wirley Rodrigues Reis)
          Visitar a aldeia é conhecer a cultura e história dos povos indígenas na região, bem como seus usos e costumes, em especial o artesanato que é riquíssimo.
Entrando na cidade
          
Após a Aldeia dos Pataxós Muã Mimatxi, vê-se o letreiro “Eu Amo Itapecerica””. Pronto, já está na cidade, agora é andar pelas ruas históricas e conhecer Itapecerica por dentro bem como a vocação secular de seu povo na arte da cutelaria, marcenaria, além dos mestres cervejeiros, das famosas quitandeiras, artesãos e luthiers que fabricam instrumentos musicais de corda e acordeons. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Quem vem pela MG-164 tem como primeira opção conhecer a primeira igreja da cidade, a Igreja de São Francisco da Ordem Terceira de Santo Antônio. Iniciada em 1790, no século XVIII, foi concluída em 1801, já no século XIX. (fotografia acima de Jad Vilela)
          A igreja em estilo barroco e ornamentação em estilo rococó, tem como principal atração a imagem do Senhor Morto, esculpida em Portugal, totalmente em madeira. 
Arquitetura colonial urbana
          
É no centro da cidade que estão os principais casarões, chafariz, coreto, igrejas, escolas, hotéis e restaurantes da cidade. Ao andar pelas ruas e praças da cidade, perceberá um zelo enorme de seus moradores para com o seu patrimônio.
          Cidade limpa, casario preservado e muito bem cuidado, praças bem cuidadas, monumentos e prédios públicos belíssimos e muito bem conservados. (fotografia acima de Jad Vilela)
          A Praça do Coreto é o ponto inicial para conhecer um pouco da história de Itapecerica. É nessa praça que acontece os principais eventos sociais, culturais e religiosos da cidade como carnaval, festivais e outras festas tradicionais. (foto acima do Festival de Gastronomia Rural de 2022- Arquivo Prefeitura Municipal)
          É uma praça muito bem cuidada, bem preservada, com jardins bem cuidados, bancos, fontes luminosas e toda a beleza do centro da cidade em seu entorno.
           Saindo da Praça do Coreto, na subida da Rua Cônego Cesário, temos um belíssimo chafariz e belos casarões coloniais muito bem conservados nas proximidades. (fotografia acima de Jad Vilela)
          A imponente e belíssima Matriz de São Bento, iniciada em 1825 e concluída em 1912, é outro ponto obrigatório para se conhecer, principalmente em seu interior com belíssimas talhas e entalhes em estilo rococó em seus altares e pinturas. (fotografia acima Prodlik Imagens - Prefeitura Municipal/Divulgação)
          No altar-mor, está a imagem em madeira de São Bento esculpida em Portugal entre 1750 e 1755. Na praça da Matriz, também chamada de Praça São Bento, arborizada, aprazível e bem cuidada, pode se conhecer a Biblioteca Municipal e outros casarões coloniais.
          Na rua em frente a Matriz, tem a Igreja de Nossa Senhora das Mercês ou Igrejinha das Mercês, como é chamada. Foi construída no século XIX, embora não tenha data precisa de sua construção. Seu estilo segue os padrões do início do século XIX, bem como suas talhas e ornamentações internas. Em seu altar-mor encontra-se a imagem de Nossa Senhora do Bom Parto. (foto acima arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação)
          Saindo da Praça São Bento, no sentido Praça do Coreto, encontramos a Rua Juscelino Kubitschek. Nesta rua e em suas proximidades, está o belo prédio histórico da Câmara de Vereadores e outros belos sobrados, casarões coloniais. 
          Nas proximidades desta rua encontramos uma pequena e bela praça e à sua frente, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, com seu altar em estilo rococó, com talhas em madeira bem trabalhadas. (fotografia acima de Wilson Fortunato)
          Esta igreja é datada de 1819, mas sofreu drásticas modificações em sua fachada no início do século XX, perdendo com isso seu estilo barroco original, embora seu interior tenha sido preservado de modificações drásticas. As festas do Reinado acontece na praça em frente a igreja.
          Em frente a Câmara Municipal temos a Praça Alexandre Szundy e outras belas construções nas proximidades, como por exemplo o Casarão do Elpídio Couto, conhecido como Casarão da Mita, onde atualmente funciona uma loja. É um imponente casarão em dois pavimentos. Foi construído entre 1910 e 1915. (fotografia acima de Wilson Fortunato)
          Andando pelas ruas da cidade encontrará outras casas, casarões e sobrados coloniais, bem como pequenas capelas, como a Capela do Passo de Santa Rita, próximo a Rua Cônego Domiciano, o Casarão da Cooperativa, construído em 1905, a Praça Melo Vianna, hoje Praça Dom José Medeiros Leite, construída em 1936, dentre outros atrativos históricos como a sede da Prefeitura (na foto acima arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação e na foto abaixo do Elpídio Justino de Andrade, o prédio da Câmara Municipal)
Fazendas centenárias e belezas naturais
          Para os amantes da natureza, em Itapecerica nasce o rio Itapecerica. Nasce no Morro do Calado, com o nome de Rio Vermelho. Descendo o relevo montanhoso do município, recebe as águas dos rios Gama e Santo Antônio. Em seu trecho por Itapecerica, encontramos cascatas e cachoeiras como a Pouso Alegre e Olga que formam poços propícios para banhos.
          
Nas proximidades do Rio Itapecerica encontra-se fazendas coloniais e hotéis fazendas como como a Pousada Caixa D´Água, a Fazenda Capetinga e Fazenda Palestina ( na fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Além disso, em Itapecerica tem o Mirante da Pedra, com vista de 360 graus para vales e serras da região. Á noite, é possível ver as luzes das cidades vizinhas. Tanto à noite como durante o dia, a vista é maravilhosa.
          Itapecerica faz parte da história, cultura, religiosidade e gastronomia mineira. (foto acima arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação, Festa do Reinado de N. S. do Rosário)
          Vale a pena conhecer, vale a pena visitar Itapecerica.

domingo, 18 de junho de 2023

Sotaque mineiro é o mais charmoso e atraente do Brasil

(Por Arnaldo Silva) Que o sotaque mineiro é o mais atraente, cativante, charmoso e gostoso de ouvir do Brasil, isso é fato que todo mineiro sabe, mas agora, foi confirmado. Pesquisa realizada pela Preply confirma isso. E mais ainda, coloca o sotaque mineiro entre os mais inconfundíveis e desejado em falar do Brasil.
          A Preply é um aplicativo de aprendizado de idiomas e plataforma de e-learming. São mais de 50 idiomas ensinados com mais de 140 mil instrutores de 203 países. A sede é na capital da Ucrânia, Kiev. A empresa tem ainda escritório em Barcelona, na Espanha. (na foto acima de César Reis)
          Para elaborar o ranking a plataforma entrevistou 700 brasileiros de todas as regiões do país.
          Numa pontuação de 1 a 10, a empresa divulgou o ranking dos 8 sotaques mais votados nos 4 quesitos pesquisados: Charme, cativante, inconfundível e o mais desejado.
          Os entrevistados apontaram o sotaque mineiro o mais charmoso e cativante do Brasil, levando nota máxima, dez. Já o sotaque fluminense e mineiro foram apontados pela maioria dos entrevistados na pesquisa como o sotaque mais desejado em falar e o mais inconfundível. (na foto acima de Nacip Gômez, Conceição do Mato Dentro MG)
          Na avaliação da Preply, o jeito cantado de falar do sotaque montanhês (mineiro), bem como a tradição de usar palavras diminutivas contribui para tornar o jeito de falar dos mineiros charmoso, desejado, inconfundível e cativante.
A lista dos sotaques mais charmosos do Brasil:
Posição              Sotaque              Pontuação

                     Mineiro                  10
                     Baiano                    8.6
                     Fluminense            8.3
                     Gaúcho                   7.4
                     Paulista                  6.2
                     Pernambucano      5.2
                      Catarinense            4.8
                     Cearense                4.5
A lista dos sotaques mais cativantes do Brasil:
Posição                Sotaque             Pontuação

                         Mineiro                 10
                         Baiano                   8.5
                         Cearense               5.2
                         Fluminense           5
                         Pernambucano     4.3
                         Gaúcho                  3.8
                         Catarinense           3.4
                         Paulista                 3.1
          Em termos de sotaque inconfundível, o sotaque fluminense foi o mais pontuado, seguido pelo sotaque baiano e mineiro.
A lista dos sotaques mais inconfundíveis do Brasil
Posição                 Sotaque             Pontuação

                          Fluminense         10
                          Baiano                  8.8
                          Mineiro                 7.4
                         Gaúcho                 6.9
                         Paulista                5.8
                         Cearense              4.2
                         Pernambucano    3.4
                         Catarinense          2.6
          No quesito sotaque mais desejado, aquele sotaque que todos sonham em falar um dia, se pudessem escolher, o sotaque fluminense levou a primeira colocação, seguido pelo sotaque mineiro e gaúcho
A lista completa dos sotaques dos sonhos
Posição             Sotaque                     Pontuação

                      Fluminense                 10
                      Mineiro                        9.8
                      Gaúcho                        8
                      Baiano                         7.3
                      Catarinense                5.5
                      Paulista                       5.4
                      Pernambucano           3.3
                      Cearense                     2.2
Fonte das informações: Pesquisa da Preply

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Santo Antônio do Rio Abaixo: cidade turística e histórica

(Por Arnaldo Silva) Santo Antônio do Rio Abaixo é uma é uma típica cidade mineira, charmosa, turística e repleta de belezas naturais. Entre morros e serras, a pequena e acanhada cidade interiorana mineira., guarda um pouco da época do Ciclo do Ouro em sua história. Conta apenas com 1.756 habitantes, segundo o IBGE em 2021. Seu povo é de um coração enorme, caloroso e acolhedor. (na foto abaixo do Sérgio Mourão/@encantosdeminas, ponte secular sobre o Rio Santo Antônio e a cidade ao fundo.
Onde fica?
          O município faz parte da Bacia do Rio Doce e limita-se com Conceição do Mato Dentro, Morro do Pilar e São Sebastião do Rio Preto e está a 190 km de Belo Horizonte, com acesso pela MG-010, BR-381 e BR-120, na Região Central Mineira. 
          A cidade carrega o nome do Rio Santo Antônio, que banha a cidade. O acréscimo de “rio abaixo” é para diferenciar de Santo Antônio do Rio Acima. (foto acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
Como começou?
          A história de Santo Antônio do Rio Abaixo começa antes do Ciclo do Ouro, em 1695, com a chegada à região das Borba Gato. Encontraram ouro em abundância no Rio Santo Antônio, dando origem assim o povoamento da região por onde passava o rio. Duarte e Alvarenga, duas famílias bandeirantes portugueses, fixaram-se na região, às margens do Rio Santo Antônio, dando origem assim a formação do povoado que é hoje a cidade de Santo Antônio do Rio Abaixo. 
          Em 1787 o povoado contava com cerca de 400 habitantes. Em 1788 deu-se início a construção da Igreja de Santo Antônio. Foi elevado a vila e distrito subordinado a Conceição do Mato Dentro em 1875 e finalmente emancipado em 30 de dezembro de 1962.
O que fazer em Santo Antônio do Rio Abaixo?
          As águas do Rio Santo Antônio com suas cachoeiras, como do Cristal, Chuvisco e da Bahia, além das praias fluviais formadas pelo rio, são atrativos do município, bem como a matas nativas do Cerrado e de Mata Atlântica, serras e morros, como a Serra do Cristal.
          As águas do Rio Santo Antônio formam poços propícios para banhos como o Poço do Limão, um dos mais frequentados e as praias fluviais do Tabuleiro e dos Vieira, lugares que atraem grande número de moradores e visitantes, principalmente no verão. (foto acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas, a Praia do Limão)
          Além disso, tem o Balneário Benedito Martins Leite, um dos principais atrativos, não só da cidade, mas da região. É uma praia fluvial com ótima estrutura com área de camping, banheiro, água e luz, além de matas nativas, ciliares e grutas submersas. Um lugar imperdível! (na foto acima de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Já no perímetro urbano, a Matriz de Santo Antônio é um dos principais atrativos e por onde iniciou a história da cidade. 
          Em estilo colonial, é um dos mais belos exemplares da arte barroca de Minas Gerais do século XVIII e XIX. (a Matriz, na foto acima e abaixo do Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Outro atrativo de grande impacto e beleza arquitetônica é a ponte sobre o Rio Santo Antônio, construída no início do século XX, um dos cartões-postais da cidade que mostra a beleza da arquitetura eclética e clássica do início do século passado.
          Além disso, o visitante tem ainda como atrativos a Praça Alcino Quintão, Praça Joaquim Coelho de Souza, a beleza do artesanato local e várias fazendas seculares e preservadas (na foto acima, de Sérgio Mourão/@encantosdeminas, uma das várias fazendas do município).
          Santo Antônio do Rio Abaixo é uma cidade bem estruturada, calma, povo tranquilo, com boa estrutura urbana. Conta com aconchegantes hotéis e pousadas, além de restaurantes com comidas típicas e quitandas tradicionais mineiras e cachaça. Seu pequeno comércio é familiar e variado. (foto acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas, algumas quitandas da cidade)
          É uma típica cidade interiorana mineira do século XVIII que sobreviveu à modernidade, preservando suas tradições religiosas, folclóricas e parte de sua história arquitetônica.

terça-feira, 6 de junho de 2023

As 10 cidades mais pobres de Minas

(Por Arnaldo Silva) Dados do Mapa da Riqueza do Brasil, feitos pelo Centro de politicas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Social), mostra os estados e municípios mais ricos do Brasil, do mais rico ao mais pobre município de cada estado.
          Em Minas Gerais, o estado com maior número de municípios do país, 853, as diferenças entre cidades ricas e pobres, são gritantes e altamente desiguais, como em todos os outros estados brasileiros.
          Segundo o Banco Mundial, o Brasil ocupa a nona posição no ranking mundial dos países desiguais no mundo. As desigualdades sociais se caracteriza por uma maior concentração de renda e riquezas nas mãos de uma pequena parcela, enquanto a absoluta maioria da população, vive em situação totalmente oposta e extremamente desigual.
          Isso se reflete nos municípios. Quando a renda da população é baixa, a arrecadação do município é também baixa, ocasionando poucos investimentos em melhoria das infraestruturas básicas como saúde, educação, moradia, emprego, saneamento básico, coleta de água e esgoto tratados., etc.
          A maioria desses municípios mineiros de menor renda, tem menos de 15 mil habitantes e tem na agricultura familiar e pequenos comércios a base de sua economia
          As regiões Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, concentra os municípios de menor renda. Já as outras regiões, principalmente Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Região Central, onde está o Quadrilátero Ferrífero, a Zona da Mata, Triângulo Mineiro, Vale do Rio Doce/Vale do Aço, Alto Paranaíba, Vale do Mucuri, Campo das Vertentes, Noroeste de Minas, Sul e Sudoeste de Minas, Oeste e Centro-Oeste de Minas, são as que tradicionalmente apresentam maior maior distribuição de renda.
          Para calcular a média de renda mensal per capita por pessoa, a base do cálculo foi a declaração do Imposto de Renda de 2021, declarado em 2022, gerados pela Receita Federal.
          Os dados foram divulgados no início de 2023. O valor total declarado do Imposto de Renda é dividido pelo número de habitantes do município, tendo assim a média de renda de cada morador. Além disso, serviu como base para o cálculo pesquisas e estudos normais que a Fundação Getúlio Vargas faz anualmente sobre pobreza e desigualdade social brasileira.
          Isso não significa que todo morador dessas cidades tenham essa renda mensal, já que uma parcela significativa da população é isenta de declaração de Imposto de Renda. Mas com certeza nos dá uma amostra clara do poder aquisitivo de cada brasileiro, bem como da desigualdade na distribuição de renda no país. (na foto acima do Manoel Freitas, a Matriz de N. S. da Conceição, a primeira igreja de Minas, construída entre 1670 e 1673, em Matias Cardoso, Norte de Minas)
          Para se ter ideia, basta comparar a renda média per capita da cidade mais rica de Minas Gerais, além de ser a cidade de maior concentração de riqueza por m² do Brasil, que é Nova Lima.
          A cidade da Grande Belo Horizonte conta com 97.378 habitantes, segundo o IBGE, em 2021. A renda perca pita, por morador de Nova Lima MG é de R$8.897,00, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas, com base na declaração de Imposto de Renda à Receita Federal em 2021.
          Já a primeira cidade mineira no ranking das mais pobres, de acordo com os dados da pesquisa do Centro de politicas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Social) é a cidade de Verdelândia, no Norte de Minas. A renda média per capita, por pessoa de Verdelândia foi calculado em R$62,00. (na foto acima de @julio_defreitas, noturna de Nova Lima, a cidade mais rica de Minas, segundo a FGV e abaixo de Wesley Rodrigues a BR-401, em Verdelândia)
          Comparando-se com a renda per capita por pessoa de Nova Lima MG com a de Verdelândia, percebemos o tamanho da desigualdade social brasileira e mineira. É estratosférica!
Isso em Minas Gerais, um dos três estados mais ricos e industrializados da Federação.
          Dos 10 municípios mais pobres de Minas Gerais, um está no Vale do Jequitinhonha e os outros nove, no Norte de Minas. São cidades com menos de 15 mil habitantes com economia a base da agricultura familiar.
Segue a lista dos municípios mais pobres de Minas
- 1° - Verdelândia 
Renda média por pessoa de R$62,00
          Com 7.662 habitantes em 2022, está localizada na Região Norte de Minas, distante 570 km de Belo Horizonte. A produção agropecuária é sua base econômica, com destaque para a pecuária leiteira, de corte, cultivo de banana e agricultura familiar. Conta ainda com um pequeno comércio e pequenas empresas familiares.
- 2° - São João do Pacuí 
Renda média por pessoa de R$78,15
          A cidade fica no Norte de Minas, conta com 3.971 habitantes, em 2022, segundo o IBGE e está a 500 km distante de Belo Horizonte. A base de sua econômica é a agricultura familiar, pequenos comércios e empresas familiares. O turismo é outra fonte de renda, já que o município guarda tesouros arqueológicos pré-históricos em grutas e paredões.
- 3° - Monte Formoso 
Renda média por pessoa de R$81,28
          Distante 608 km de Belo Horizonte, Monte Formoso, com 4.3811 habitantes em 2022, segundo o IBGE, está situada no Vale do Jequitinhonha e é a única dessa região entre as 10 cidades mais pobres de Minas. Sua economia se baseia em pequenos comércios e na agricultura familiar.
- 4° - Cônego Marinho 
Renda média por pessoa de R$86,68
          Situada no Norte de Minas, a cidade conta com 7.237 habitantes, segundo o IBGE em 2022. Está a 634 km de Belo Horizonte. A base de sua economia é a agricultura familiar, a cachaça, pequenos comércios e o artesanato de barro.
- 5° - Matias Cardoso 
Renda média por pessoa de R$87,48
          Matias Cardoso, no extremo Norte de Minas, foi a primeira povoação surgida em Minas Gerais, em 1660 e também é onde foi erguida a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, entre 1670 e 1673, a primeira igreja de Minas Gerais. A cidade está a 683 km de Belo Horizonte. (na foto acima de Manoel Freitas, a Praça da Matriz de N. S. da Conceição, a primogênita de Minas)
          Com uma população de 8.895 habitantes, em 2022, segundo o IBGE, tem em sua economia o turismo, por sua história e ainda o artesanato, pequenos comércios, a agricultura familiar e a pesca, já que é banhada pelo Rio São Francisco.
- 6° - Fruta de Leite 
Renda média por pessoa de R$87,60
          Com 4.647 habitantes, em 2022, segundo o IBGE, Fruta de Leite é uma cidade do Norte de Minas, distante 613 km da capital. A cidade tem no setor de prestação de serviços, pequenos comércios e agropecuária, a base de sua economia. Seu curioso nome tem origem em um arbusto que produz uma frutinha tradicional na região, de sabor adocicado e da cor do leite, quando madura. Por isso o nome da fruta e da cidade.
- 7° - Pedras de Maria da Cruz 
Renda média por pessoa de R$86,66
          Em 2022, segundo o IBGE, Pedras de Maria da Cruz, no Norte de Minas, distante 568 km da capital, contava com 10.452 habitantes. A economia da cidade é essencialmente rural, com destaque para a agricultura familiar, pecuária leiteira e de corte, além de comércios familiares e setor de serviços, se destaca no turismo, que vem crescendo a cada ano.
          Um dos atrativos turístico do município é a capela da Imaculada Conceição, construída por uma personagem importante para a história da cidade, Maria da Cruz e seus escravos, no século XIX. Está localizada na parte baixa da cidade. Além disso, conta com outros atrativos como o Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu, o Parque Estadual da Lagoa do Cajueiro e o Rio São Francisco.
- 8° - Pintópolis 
Renda média por pessoa de R$88,89
          A cidade fundada pela família de Germano Pinto, está situada no Norte de Minas, a 705 km distante de Belo Horizonte. Em Pintópolis vivem 7.084 habitantes, estimados pelo IBGE em 2022. Sua economia tem como base a pecuária de leite e de corte, agricultura de subsistência, extração de carvão vegetal e o turismo, já que o município está inserido na área do Parque Nacional Grande Sertão Vereadas.
- 9° - Mamonas 
Renda média por pessoa de R$89,02
          Na cidade do Norte de Minas vivem 5.997 pessoas, segundo dados estimados pelo IBGE, em 2022. Mamonas está a 683 km distante de Belo Horizonte, sendo considerada a Capital Mineira do Forró.
          No mês de junho, as festas juninas, em especial as festas de São João e as barraquinhas de Santo Antônio, movimentam a economia da cidade, atrai turistas de todas as regiões de Minas, além de receber turistas de todo o Brasil. O forró é umas das maiores identidades culturais da cidade. Além disso, sua economia tem ainda como base a agricultura familiar e também na cachaça, famosíssima na região.
- 10° - Santo Antônio do Retiro
Renda média por pessoa de R$90,29
          Segundo o IBGE, em 2022, Santo Antônio do Retiro, no Norte de Minas, contava com 6.629 habitantes. A base de sua economia é a agricultura, a pecuária de leite e corte, o setor de prestação de serviços e em menor escola, pequenas industrias e comércios.
          Além disso, o turismo ecológico vem crescendo devido as belas naturais exuberantes do município em especial Floresta Nacional Pequizeiros de São Joaquim, as reservas biológicas do Capão, Rucão, Palmital, Cana Brava e Da Mata e as espetaculares paisagens do Parque Ecológico Cultural Serra do Sucuruiu, formado por riquíssima fauna e flora, nascentes, rios, cachoeiras, sítios históricos e trilhas diversas.
Pobreza? Nem tanto.
          Como citado no início, a lista tem como base pesquisas sobre desigualdades sociais feitas pela Fundação Getúlio Vargas e declaração de Imposto de Renda, que dividindo com o número de habitantes, dá essa essa renda média. Mas isso não quer dizer que seja a essa a renda mensal de cada morador. (na foto acima do Manoel Freitas, o Rio São Francisco em Matias Cardoso MG, rio que leva água, vida, fertiliza a terra e gera renda e empregos no Norte de Minas)
          As 10 cidades citadas, embora não sejam ricas, de fato, não são pobres de fato, muito pelo contrário, tem suas riquezas, suas belezas, suas tradições, seu povo bom, hospitaleiro e trabalhador e claro, tem seus atrativos. 
          Carecem sim de mais investimentos do Governo para que possam melhorar a qualidade de vida de seus moradores e essas pesquisam tem essa função, orientar os governos estaduais e federal nas prioridades de investimentos e criação de políticas públicas de desenvolvimento social.
          
No site da Fundação Getúlio Vargas (https://cps.fgv.br/riqueza), estão disponíveis os dados completos do Mapa da Riqueza dos estados e de todos os municípios do Brasil.
          Temos reportagem anterior sobre as 15 melhores cidades de Minas para se viver, consideradas as mais ricas entre os 853 municípios mineiros.

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