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sexta-feira, 29 de abril de 2022

A região queijeira Serras da Ibitipoca

(Por Arnaldo Silva) Após um profundo estudo feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Serras da Ibitipoca foi identificada e reconhecida como região queijeira, produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA) em 2020, pela Secretaria de Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), através da Portaria 2016/2020.
          Uma região privilegiada e encantadoras, com belezas naturais espetaculares, a região queijeira Serras da Ibitipoca é formada pelos municípios de Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita do Ibitipoca, Santa Rita do Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos. (na imagem acima de John Brandão, a Janela do Céu, em Santa Rita do Ibitipoca, um dos cartões postais do Parque Estadual da Ibitipoca)
          São 15 municípios ao todo, distribuídos nas regiões da Zona da Mata, Campo das Vertentes, Sul e Sudoeste de Minas. Vale ressaltar que esses municípios fazem parte de uma região queijeira e não são as mesmas cidades que formam circuito turístico de uma das mais belas regiões naturais de Minas Gerais e do Brasil. (na foto acima, queijo de Pirapitinga, distrito de Santa Bárbara do Monte Verde MG/Divulgação)

          Embora com o mesmo nome, são regiões diferentes, uma é queijeira e abrange cidades que produzem queijos com as mesmas características. Outra é turística e abrange cidades turísticas localizadas na região do Parque Estadual. São regiões diferentes, uma caracterizada como queijeira, outra como turística.
O nome da região queijeira
          Embora de regiões diferentes, mas próximos uns dos outros, os queijos desses 15 municípios têm características semelhantes, com origens nas serras da Ibitipoca, por isso fazem parte da região queijeira Serras da Ibitipoca.
          O nome Ibitipoca é sempre acompanhado da preposição “de” e “da”. Parece que escrever ou pronunciar “da Ibitipoca” é um erro gramatical, mas não é. Ibitipoca é uma palavra no tupi-guarani que significa. “Serra que estoura” ou “Serra estourada”. Esse nome é devido a enorme incidência de raios que atingem o solo e grutas da região, provocando estouros na serra. (na foto acima de John Brandão/@fotografoaventureiro, o amanhecer nas Serras da Ibitipoca)
          Se for pronunciar a tradução ao pé da letra, o correto seria “da serra que estoura” ou “da serra estourada”. Popularmente se fala e escreve “do Ibitipoca” e “de Ibitipoca”, mas o jeito popular de escrever e pronunciar não irá mudar.
          O nome oficial da região queijeira, que engloba as serras da Ibitipoca é “Serras da Ibitipoca”. Esse é o nome da região queijeira. A escrita e pronúncia é “Serras da Ibitipoca.
Características do sabor das serras
          Esclarecido esse detalhe, vamos conhecer um pouco mais das características desse tipo de queijo mineiro.
          O reconhecimento oficial de uma região como queijeira significa que o processo de produção do Queijo Minas Artesanal utiliza leite cru, coalho, pingo (fermento natural), sal, prensagem manual, sem uso de maquinário e maturação natural. O queijo deve apresentar ainda consistência firme, massa uniforme, cor e sabor próprios, não conter corantes e nem conservantes. (na foto acima e abaixo, salas de fabricação e maturação de queijos da Queijaria Sítio Primavera em Lima Duarte MG/Divulgação)
          A textura, sabor, cor e característica de um queijo é definida pela região de origem, de acordo com suas condições climáticas e flora bacteriana.
          Os queijos que saem das queijarias das Serras da Ibitipoca, tem o sabor influenciado pela altitude, pastagem e água de qualidade, além do clima serrano da região. É o mais puro sabor das serras mineiras.
          Queijo levemente ácido, com coloração amarelo-claro, massa na coloração amarelo-creme, com pouca ou nenhuma olhadura, densa e levemente cremosa. Na maturação, essas características são mais acentuadas. (na foto acima e abaixo, queijos Sítio Primavera de Lima Duarte MG, premiados em concurso internacional de queijos) 
          Seu modo de preparo é único e diferenciado, por isso a região que forma das serras da Ibitipoca, foi reconhecida como região queijeira.
Tradição secular
          O modo de preparo do queijo artesanal em Minas tem origens no século XVIII e o reconhecimento de regiões queijeiras é a valorização a tradição mineira na arte de fazer queijos, passadas de geração para geração preservadas nas fazendas e sítios da região.
          Além das belezas naturais, paisagens paradisíacas, belas e históricas cidades e vilarejos, o visitante pode conhecer ainda as queijarias da região.
          Além do roteiro turístico, os visitantes podem fazer um roteiro pelas queijarias da região.
          Algumas queijarias abrem as porteiras de suas fazendas e sítios, como o Sítio Primavera, que produz o queijo de mesmo nome, para os visitantes. (na foto acima e abaixo o curral e a queijaria do Sítio Primavera/Divulgação)
          Um lugar aprazível, bem cuidado e com ótimo receptivo aos turistas e visitantes, além da oportunidade de conhecerem todo o processo de produção do queijo Serras da Ibitipoca, e claro, experimentar o sabor das serras, presente num queijo único.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

A região queijeira Serra do Salitre

(Por Arnaldo Silva) Serra do Salitre é um município do Alto Paranaíba, com cerca de 12 mil habitantes, atualmente. Faz divisa com Patos de Minas, Cruzeiro da Fortaleza, Patrocínio, Ibiá, Rio Paranaíba, Carmo do Paranaíba e Perdizes. Está a 368 km distante da capital, Belo Horizonte, na Região do Alto Paranaíba.
          Em Serra do Salitre se produz queijo desde o início do século XIX, tradição há mais de 200 anos. Queijo especial, feito até os dias de hoje, como há mais de 2 séculos. É totalmente artesanal.
Cidade região queijeira
          No dia 29 de agosto de 2014, Serra do Salitre foi reconhecida pelo Governo de Minas e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), como região queijeira produtora de Queijo Minas Artesanal. Antes, Serra do Salitre fazia parte da região queijeira Cerrado, deixando de fazer parte dessa região queijeira, para ser uma região própria.
          A pequena cidade é uma das mais tradicionais regiões queijeiras mineiras e o único município que sozinho, forma uma região queijeira. Ao contrário da região queijeira do Serro, formada por 10 municípios e Araxá, por 11 municípios, por exemplos. (na fotografia acima de Emílio Mendes/@pe.emiliomendes, a Paróquia de São Sebastião em Serra do Salitre)
          Nessas duas cidades, as características de seus queijos são similares às cidades que compõem a região, por isso os queijos carregam o nome da cidade que deu origem ao tipo de queijo, receita e modo de preparo artesanal.
          No caso, Araxá é um tipo de queijo, Serro, também, como o queijo de Serra do Salitre, é um tipo de queijo, que carrega no rótulo o nome da cidade, que caracteriza sua origem. 
           Na região e cidades vizinhas, não há nenhuma que produza queijos com as mesmas características de Serra do Salitre. Aliás, em lugar alguém do mundo. 
Clima, salitre e a flora bacteriana
          Uma região queijeira formada por um único um único município por produzir um queijo único, com características totalmente diferentes dos queijos brasileiros atuais. (na foto acima o queijo Imperial da Fazenda Pavão/Divulgação)
          Isso devido as condições climáticas, altitude e solo favoráveis, além da alta concentração de nitrato de potássio, conhecido como Salitre no solo. É justamente esse mineral que brota nas serras da região que deu nome à cidade. Esse mineral é usado como matéria-prima pela indústria de fertilizantes e pólvora.
          Essas condições climáticas peculiares, faz com que a flora bacteriana lácteas presentes em Serra do Salitre, seja única e bastante diversificada. Em nenhum outro lugar do planeta, encontra-se uma flora bacteriana igual à encontrada em Serra do Salitre.
          Cada bactéria láctea presente no leite se forma e age de acordo com a pastagem, capim, água, altitude e condições de proliferação. O solo mineiro facilita o surgimento e proliferação de uma imensa flora bacteriana, fungos e ácaros benéficos aos queijos. Por esse motivo os queijos artesanais de Minas Gerais estão entre os melhores queijos do mundo.
          São as bactérias lácteas que dão cor, sabor, textura, sabor e característica de um queijo, além dos fungos e ácaros naturais. Esses microrganismos vivos tornam os queijos de Serra do Salitre únicos no mundo, e seus queijos, exclusivos. Por esse motivo, o município de Serra do Salitre, por si só, é uma região queijeira caracterizada.
Características
          O queijo produzido nas queijarias de Serra do Salitre é cremoso e de sabor suave, quando fresco. Com a maturação, tanto o sabor, quanto sua cremosidade, se intensificam ao longo do processo. Isso ocorre com os queijos meia-cura e curado. Quanto mais tempo de maturação, mais intenso é o sabor desse queijo, além de surgirem as famosas olhaduras, como na foto acima, de queijo da Fazenda Pavão.
Fazenda Pavão
          Outro tipo de queijo produzido em Serra do Salitre é o Imperial, destaque da centenária Fazenda Pavão, do produtor João Melo. O produtor herdou a tradição de fazer queijos de seus antepassados, presente na família há quatro gerações.
          Mesmo oriundo de uma família queijeira, João Melo buscou aperfeiçoar seus conhecimentos e também os transmitir, viajando pelo Brasil e por países de tradição queijeira, como Itália. (foto acima, queijos da Fazenda Pavão/Divulgação)
          Os queijos da Fazenda Pavão têm sua casca envolvida em resina comestível, na cor amarela, preta e vermelha. Na fazenda é produzido, além dos queijos com resina e o Imperial, queijos com temperos e ervas.
          Conheça Serra do Salitre, suas tradições, sua cultura, sua arquitetura e claro, seus queijos únicos e sua gastronomia típica riquíssima.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

A região queijeira Canastra

(Por Arnaldo Silva) Canastra é uma das mais tradicionais regiões queijeiras de Minas Gerais. Há mais de 200 anos, produz um dos melhores queijos do mundo, imbatível em premiações na preferência do consumidor e em concursos nacionais e internacionais.
          Em qualquer concurso, seja em nível nacional ou internacional, onde queijo Canastra, na disputa, com certeza será premiado. (na foto acima, Queijo Dinho de Piumhi MG/Divulgação)
Região Queijeira
          A região queijeira denominada Canastra é formada por Medeiros, Vargem Bonita, Tapirai, Delfinópolis, Bambuí, Piumhi e São Roque de Minas, a mais famosa cidade da região e porta de entrada para o Parque Nacional da Serra da Canastra (na foto acima de Arnaldo Silva, São Roque de Minas, vista da portaria do parque).
          Esses municípios são reconhecidos como produtores do legítimo queijo Canastra. Vale lembrar que Canastra é o nome de uma serra, em formato de um grande baú, chamado de canastra. O nome foi dado pelo pelos bandeirantes portugueses no final do século XVII, como ponto de referência. Serra da Canastra é também nome do Parque Nacional da Serra da Canastra e da região geográfica Serra da Canastra, além da caracterização da região como queijeira, com o nome Canastra. (na foto acima de John Brandão/@fotografoaventureiro, o maciço rochoso que deu nome à Serra da Canastra)
Canastra é só da Serra
          As queijarias da Canastra possuem Indicação de Procedência Canastra, com selo autenticado da Associação Produtores de Queijos Canastra (Aprocan). Queijo Canastra somente os produzidos nessas 7 cidades, em nenhuma outra. (na foto acima de Arnado Silva, queijo Canastra da Fazenda Lagoa Negra em São Roque de Minas, percebe-se o selo de procedência no queijo)
          Os queijos Canastra feitos nas queijarias reconhecidas pela Aprocan, tem Selo Arte e IG (Identificação de Origem). Além de INPI, as queijarias são reconhecidas pelos órgãos sanitários, como o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), podendo com isso serem comercializados em todo o território nacional.
Definições e características
          Os queijos Canastra, de origem, são identificados pela cidade de origem, selo e com embalagem personalizada, de acordo com cada queijaria autenticada.
          O queijo Canastra tem como características principais a cor amarelo-ouro, mofo branco em sua crosta, sabor forte e diferenciado em relação à outras regiões e um pouco picante. Sua massa é densa, uniforme, com apresentação de algumas olhaduras (furinhos). (foto acima da queijaria Ponte Velhano de Medeiros MG/Divulgação)
Armazenamento dos queijos
          Para melhor aproveitar o sabor único do queijo Canastra, o ideal é adquirir um queijo meia cura ou já curado, acima de 22 dias de maturação. Não se deve colocar queijo Canastra na geladeira, aliás, queijo algum deve ir para a geladeira, à exceção dos queijos frescos, com menos de 7 dias. (na foto acima de Arnaldo Silva, queijos diversos da Região Queijeira da Canastra)
          Um queijo fino e especial, tem que passar pelo processo natural de amadurecimento. Na geladeira, todo o processo da maturação, que dá a cor, textura e principalmente o sabor, se perde, reduzindo assim a qualidade do queijo.
          O correto é armazená-lo em queijeira, protegida por tela. Em geladeira não, devido a umidade prejudicar a qualidade e sabor dos queijos. Queijos acima de 7 dias, não deve ser armazenado em geladeira.
A receita do queijo Canastra
          A receita e o modo de preparo do Queijo Canastra, feita até hoje como há mais de 200 anos, é reconhecida como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais pelo IEPHA/MG e Patrimônio Imaterial do Brasil, pelo IPHAN.
          O queijo Canastra faz parte da história, cultura e tradição. Fazer queijo na Canastra é mais que um ofício, é estilo de vida, é herança passada de pai para filho. Em cada fazenda, em cada queijaria, uma história de vida e superação, tendo o queijo como protagonista.
          A receita tradicional é esta da imagem com acréscimo de um ingrediente único. A serra. Altitude, pastagens, qualidade da água, clima e claro, a flora bacteriana, em sua maioria, encontradas somente na região da Canastra.
          São as bactérias lácteas, que dão cor, sabor, textura e características ao queijo.
          Para fazer um queijo Canastra em outra cidade, estado ou país, igual ao original, não basta a receita tradicional. Para ser igual, tem que levar a flora bactéria e os fungos que se desenvolvem na Canastra também. E isso é impossível, claro. Por isso o queijo Canastra é diferenciado e se destaca, graças à sua flora bacteriana. É essa flora a responsável pela qualidade do queijo e não simplesmente uma receita. (na foto acima: Queijaria Dinho de Pìumhi MG/Divulgação)
          Portanto, queijo Canastra original, somente nas cidades caracterizadas como produtoras do queijo Canastra, com as características da Canastra e com selo grafado no queijo.
Porteiras abertas
          A maioria das queijarias da região da Canastra, abrem suas porteiras para visitantes. É uma forma de apresentar ao visitante todo o processo da produção do queijo, desde o manejo do gado, ordenha, preparo do queijo e maturação. (na foto acima de Nacip Gômez a Queijaria da Cristina em Vargem Bonita e abaixo, acesso para a Fazenda Água Limpa, onde está a Queijo Dinho, queijaria em Piumhi MG)
          Além disso, nos mercados e vendas das cidades e povoados rurais da região, encontra-se queijos Canastra. Mas o melhor mesmo, é vivenciar o dia a dia da produção de queijos, visitando as queijarias e degustar um dos melhores queijos do mundo, direto nas queijarias.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

A região queijeira de Araxá

(Por Arnaldo Silva) Uma das mais tradicionais e expressivas regiões queijeiras mineiras, a região queijeira Araxá é formada por 11 municípios: Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana, Tapira, Uberaba e pela cidade que deu origem ao tipo de queijo e nome à região queijeira, Araxá.
          A cidade de Araxá, distante 370 km de Belo Horizonte. Cidade turística, com excelente estrutura urbana, é ainda uma das mais charmosas estâncias hidrominerais de Minas Gerais, com destaque para o Grande Hotel do Barreiro. (na foto acima do Luís Leite, a Fazenda Caxambu em Sacramento, produtora de queijos Araxá)
          É ainda sede de um dos mais importantes eventos internacionais de queijos, o Mundial do Queijo do Brasil, realizado anualmente. (na foto acima do Arnaldo Silva, vista parcial de Araxá)
Região queijeira
          Uma região queijeira é caracterizada por suas características únicas, levando-se em conta o solo, o clima, a incidência de sol, o relevo, a altitude e a tradição secular e preservada da forma de fazer queijo. (na foto acima de Arnaldo Silva, a cidade de Conquista)
          As 11 cidades que formam a região queijeira Araxá, produz um queijo com características, identidades próprias e tradição que vem de gerações. Por isso é uma região queijeira reconhecida pelo Governo de Minas Gerais e órgãos sanitários.
Características do Queijo Araxá
          O queijo da região queijeira Araxá tem a casca fina, sem trincas, semidura, na coloração amarelo claro. Sua massa é branca-creme, macia, densa e com pouca ou nenhuma olhadura. (na foto acima de Luís Leite, queijaria da Fazenda Caxambu em Sacramento MG)
          Queijo de sabor forte, amanteigado e ácido, mas não picante, além de ser mais salgado que os queijos de outras regiões.
          Quanto mais tempo de cura, mais acentuadas e intensas são suas características, ou seja, quanto mais maduro, mais firme é o queijo e seu sabor mais forte.
Herança portuguesa
          Foram os portugueses os responsáveis por introduzir as técnicas de manejo do gado e produção de queijos, ainda nos tempos do Brasil Colônia. Aprenderam este ofício com produtores de queijos do Norte da Bélgica e Holanda, países tradicionais na produção queijeira, ao contrário de Portugal, que sempre se destacou na Europa pelos seus bons vinhos.
          Em Minas Gerais, os portugueses deixaram como herança a arte de fazer queijos, não só em Araxá, mas na Canastra, Campo das Vertentes, Serro, Entre Serras da Piedade e do Caraça, enfim, em todas as cidades mineiras. Na região de Araxá, a produção queijeira tem origem no início no final do século XVIII e início do século XIX, há mais de 200 anos.
A receita tradicional e o terroir mineiro
          Receita preservada há séculos e feito do mesmo modo que há mais de 200 anos, consiste somente em leite de vaca cru, coalho, sal, pingo ou fermento natural e tradicionalmente curado na madeira, como há 200 anos atrás. (foto acima e abaixo de Luís Leite na Fazenda Caxambu em Sacramento MG)
          Queijo Minas Artesanal se faz assim, nada mais que isso. O que muda e dá forma, cor e característica aos queijos é a flora bactéria da região, o clima, umidade, altitude, pastagens e manejo do gado, condições específicas de cada região.
          Em Minas Gerais a arte de fazer queijos ganhou forma, características e identidades únicas, graças à diversos fatores regionais de relevo, surgindo assim queijos diferenciados, únicos e inigualáveis, presentes em regiões devidamente demarcadas, de acordo com as características regionais de cada queijo.
11 regiões queijeiras mineiras
          Minas Gerais tem atualmente 11 regiões queijeiras caracterizadas, que produz diferentes tipos de queijos, de acordo com a tradição, gado, altitude, cultura, flora bacteriana e condições climáticas.
          As regiões mineiras reconhecidas pelos órgãos do Governo e sanitários são: Araxá, Mantiqueira de Minas, Entre Serras da Piedade e do Caraça, Cerrado, Triângulo Mineiro, Campo das Vertentes, Serra do Salitre, Diamantina, Serras da Ibitipoca, Serro e Serra da Canastra. (na foto acima de Luís Leite, a cidade de Sacramento, da região queijeira Araxá)
Fazer queijo é o DNA do mineiro
          Queijo faz parte do DNA do mineiro. Fazer queijos é uma arte tão forte em Minas Gerais que até parece que o mineiro já nasceu sabendo fazer queijo. A receita pode ser a mesma em qualquer, mas a flora bacteriana não. São bactérias, fungos e ácaros que dão cor, sabor, textura e características de um queijo e não receita. E cada região tem suas diferentes floras bacterianas, por isso a diferença nos queijos, embora o modo de fazer seja o mesmo.
          O sabor de Minas presente nos queijos vem do manejo do gado, da qualidade do leite, água, solo, tradição no modo artesanal do preparo, da flora bacteriana diferenciada e o mais importante, o amor, a vocação e a herança familiar. (na foto acima de Emílio Mendes/@pe.emiliomendes, a cidade de Ibiá, que faz parte da região queijeira Araxá)
          Aí está o segredo dos queijos mineiros, o melhor queijo do Brasil e um dos melhores do mundo.
          Os queijos produzidos em Araxá (na foto acima de Emílio Mendes/@pe.emiliomendes) e região estão entre os melhores do mundo. São várias premiações regionais, nacionais e internacionais como no Mondial Du Fromage e no Mundial de Queijos do Brasil. Aliás, os queijos produzidos em todas as regiões queijeiras mineiras, estão entre os melhores do mundo atualmente.

A região queijeira Campo das Vertentes

(Por Arnaldo Silva) Reconhecida oficialmente como região tradicional na produção de Queijo Minas Artesanal (QMA), em 3 de novembro de 2009, a região queijeira Campo das Vertentes é formada por 36 municípios como Antônio Carlos, Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carrancas, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Prados, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João Del Rei, São Tiago, São Vicente de Minas e Tiradentes, dentre outros.
          A região é um dos berços históricos da produção de leite cru, herança trazida pelos portugueses durante as primeiras décadas da mineração, no século XVIII. (na foto acima de Uai Trip Turismo, queijo da Queijaria da Conquista em Tiradentes MG)
Tipos de queijos e características
          Os queijos produzidos nas cidades da região queijeira Campo das Vertentes tem características bem definidas. Textura de massa densa e firme, com pouquíssimas olhaduras com sabor levemente ácido, coloração amarelo palha e sua casca semidura. (na foto acima e abaixo, queijos feitos pelo Mestre Queijeiro Roberto Soares na Fazenda Fortaleza em Prados MG)
          As condições climáticas bastantes favoráveis à produção de queijos finos. São queijos especiais, feitos para harmonizar com cervejas, chopes e vinhos finos. Sem contar os queijos tradicionais frescos e maturados, usados no preparo de quitandas e no consumo normal do dia-a-dia, principalmente acompanhado de um bom café.
          Além disso, tem o famoso Queijo do Reino, produzido em algumas cidades da região.
          O queijo do Reino tem origem no Edam holandês, chegou a Minas em meados do século XIX, por holandeses, na cidade de Santos Dumont, na Zona da Mata. Passou a ter esse nome por ser o tipo de queijo preferido do reino de Portugal. De Santos Dumont, o queijo do Reino se expandiu para outras cidades, sendo um dos destaques da produção queijeira mineira.
          Na região queijeira Campo das Vertentes, a referência na produção desse tipo de queijo é o município de Antônio Carlos (na foto acima do Melo, vista parcial da cidade de Antônio Carlos e abaixo do Fabrício Cândido, o Queijo do Reino)
          O Queijo do Reino tem o formato esférico, casca vermelha, massa firme com pequenas olhaduras e sabor intenso.
Rota do Queijo Terroir Vertentes
          A região é formada por um número grande de cidades e uma expressiva produção de queijos. É tão expressiva que essa queijeira mineira forma a Rota do Queijo Terroir Vertentes, onde os visitantes tem a oportunidade de visitar as queijarias e conhecer todo o processo da produção artesanal do queijo.
          A rota criada em 2018, une alguns municípios da região queijeira Campo das Vertentes e municípios da Instância de Governança Regional Trilha dos Inconfidentes. (na foto acima de Vinícius Barnabé/@viniciusbarnabe, a cidade de Tiradentes)
          É uma rota que leva o visitante a uma viagem incrível pelos saberes e sabores da gastronomia mineira por cidades tradicionais, históricas, ricas em artesanato, cultura, belezas naturais e minerais, impressionantes.
          Em ordem alfabética, as cidades da Rota do Queijo Terroir das Vertentes são: Alfredo Vasconcelos, Antônio Carlos, Barroso, Barbacena, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carandaí, Carrancas, Desterro do Melo, Dores de Campos, Entre Rios de Minas, Itutinga, Ibituruna, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Piedade do Rio Grande, Prados, Resende Costa, Ritápolis, São João Del Rei, Santa Bárbara do Tugúrio, Santa Cruz de Minas, São Vicente de Minas, Tiradentes e São Tiago, a Capital Nacional do Café com Biscoito (na foto acima do Deividson Costa)
          Uma rota gastronômica e ao mesmo tempo turística, pelo fato da maioria das cidades dessa região terem origens no século XVIII, durante o Ciclo do Ouro como Tiradentes, Prados, São João Del Rei, a terra dos sinos (na foto acima de César Reis), Carrancas, São Tiago, Lagoa Dourada, Ritápolis, etc., além de paisagens naturais como serras, grutas, matas nativas, rios e cachoeiras.
Visitas às queijarias
          A maioria das queijarias da região queijeira Campo das Vertentes recebe visitantes. Uma dessas queijarias é a Fazenda Fortaleza, em Prados e a poucos quilômetros das cidades de São João Del Rei e Tiradentes. Queijaria tradicional, produz queijos desde 1977. (na foto acima e abaixo do Roberto Soares, Prados vista da Fazenda Fortaleza e abaixo, a queijaria)
          Além da queijaria, na Fazenda Fortaleza tem loja para os visitantes adquirirem queijos e outros produtos.

A região queijeira Entre Serras da Piedade e do Caraça

(Por Arnaldo Silva) A região queijeira Entre Serras da Piedade e do Caraça, foi reconhecida oficialmente pelo Governo de Minas Gerais e órgãos sanitários, como região produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA) no dia 19 de abril de 2022.
          Minas Gerais tem agora 11 regiões queijeiras reconhecidas oficialmente: Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Mantiqueira de Minas, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro, Serras da Ibitipoca e Entre Serras da Piedade e do Caraça, a 11ª região de Minas a ser reconhecida oficialmente como produtora de queijo artesanal. (na foto acima de Peterson Bruschi, o Santuário do Caraça em Catas Altas, uma das cidades produtoras do queijo Entre Serras)
          A Região Queijeira, denominada Entre Serras da Piedade e Caraça é formada pelas cidades de Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo, Caeté, Catas Altas, Rio Piracicaba e Santa Bárbara. (na foto acima de John Brandão/In Memorian, a Serra da Piedade) 
          Essas 6 cidades estão localizadas entre as serras da Piedade e do Caraça, na Região Central de Minas, por isso o nome dado à região queijeira. (na foto acima de Nacip Gômez, Catas Altas)
O Queijo Minas Artesanal
          O Queijo Minas Artesanal é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, reconhecido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Patrimônio Imaterial de Minas Gerais, reconhecido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG). (fotografia acima do Queijo Imperial da Josiane do Sítio das Palmeiras em Catas Altas MG)
          Para ser Queijo Minas Artesanal, tem que ser produzido com leite de vaca cru, sal, coalho, pingo, prensado e curado no local de origem. Tem ainda que ter massa firme, cor e sabor próprio, de cada região e não pode conter nenhum tipo de aditivos químicos.
          Cada região tem suas características queijeiras únicas, definidas pela flora bacteriana local. São as bactérias lácteas, juntamente com a altitude, umidade, temperatura ambiente, manejo do gado, pastagens, água e clima que definem as características e identidades de cada queijo. Os queijos são diferentes em textura, sabor e cor, de acordo com as bactérias lácteas de cada região específica. São centenas de milhares de microrganismos diferentes presentes em cada região, por isso as diferenças nos queijos.
Características do queijo
          Os queijos produzidos na região Entre Serras da Piedade e do Caraça, caracterizam-se pela casca amarela, lisa e podendo apresentar mofos brancos na crosta em longa maturação, massa gordurosa, macia e com leve picância. (na foto acima, queijos feitos pela Josiane no Sítio das Palmeira sem Catas Altas MG)
          A exceção é para o queijo maturado na Serra da Piedade, a 1746 metros de altitude. É o queijo Frei Rosário (na foto acima de Clésio Moreira), tradicionalmente maturado em uma caverna, no alto da serra. Pela altitude e umidade da caverna e flora bacteriana única, o queijo Frei Rosário apresenta casca mofada, massa macia e sabor bastante intenso, leve picância e mais salgado em relação aos queijos produzidos nas cidades da região de Entre Serras da Piedade e do Caraça.
Estudo da Emater/MG
          O reconhecimento de Entre Serras da Piedade e do Caraça se deve ao empenho da Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG) na formulação de um estudo, feito durante um ano, visando a caracterização da região como queijeira.
          Segundo o estudo feito pela Emater/MG, a produção queijeira na região Entre Serras da Piedade e do Caraça tem origens no século XVIII, na época do Ciclo do Ouro quando a região começou a ser povoada. 
          Os bandeirantes e viajantes que se instalaram no território mineiro, trouxeram sementes, galinhas, porcos, gado, ferramentas e técnicas de produção de alimentos. Do leite do gado que trouxeram, começaram a produzir doces e queijos, dando origem assim à tradição queijeira mineira.
          As cidades da região Entre as Serras da Piedade e do Caraça, desde a origem na mineração e a presença de gado começou no final do século XVIII e a produção de derivados do leite, como manteiga e queijos, tem origens nas primeiras décadas do século XIX. A produção de queijos nesta região tem cerca de 200 anos. (na foto acima de Judson Nani a cidade de Santa Bárbara e abaixo de Leandro Leal, a cidade de Catas Altas)
          O estudo de caracterização feito pela Emater/MG foi encaminhado para a Secretaria de Agricultura e Pecuária (SEAPA/MG) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), para análise e aprovação. O que ocorreu e foi oficializado em cerimônia, realizada em Caeté MG no dia 19/04/2022, com a região sendo reconhecida oficialmente como região produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA)

Benefícios do reconhecimento
          Uma região queijeira reconhecida facilita a vida do produtor de queijos, que sai da informalidade, podendo com isso aumentar sua produção, conquistar novos mercados, além de receber o Selo Arte e o Identificação de Origem (IG), através da legalização das queijarias, de acordo com as normas sanitária dos órgãos estaduais e federais.
          É esse o principal objetivo da caracterização de uma região como queijeira, de proporcionar ao produtor condições de produzir queijos de maior qualidade, com segurança alimentar, oferecendo ao consumidor um produto diferenciado, único, de origem histórica e tradicional. (na fotografia acima de Thelmo Lins, a cidade de Bom Jesus do Amparo)
          Com estes selos, os queijeiros podem comercializar os queijos em todo o território nacional, melhorando a renda e gerando empregos. Isso porque estes selos são certificados que garantem a origem do produto artesanal, com modo de preparo tradicional, possuem características específicas regionais e únicas, além da garantia do manejo adequado do gado e da qualidade do produto, já que as queijarias passam por rigorosas adaptações às normais sanitárias e fiscalizações constantes.
          Além disso, o queijo passa a ter nome regional, inserido nos rótulos dos queijos feitos nas queijarias das seis cidades que formam a região Entre Serras da Piedade e do Caraça. (na foto acima de Judson Nani a cidade de Barão de Cocais)
          O nome é a caracterização da origem histórica do queijo, é a identidade geográfica que define uma região.
Queijo e incremento do turismo
          O fato dos seis municípios que formam a região Entre Serras da Piedade e do Caraça terem origens no século XVIII, incrementará ainda mais o turismo nesta região histórica de Minas Gerais.
          Além da história e beleza arquitetônica dessas cidades, a região conta com fauna e flora riquíssimas, além da religiosidade presente nessas cidades, simbolizada pelo Santuário do Caraça em Catas Altas e pelo Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté. (na foto acima de Emílio Mendes/@pe.emiliomendes, Caeté)
          Os queijos e visitas às queijarias, passam agora a serem novos atrativos turísticos das cidades que formam a região queijeira Entre Serras da Piedade e do Caraça.

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