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sábado, 28 de maio de 2022

Juiz de Fora: a Manchester mineira

(Por Arnaldo Silva) Juiz de Fora, além de Manchester Mineira é também conhecida como a “Princesa de Minas”. A cidade conta atualmente com cerca de 540 mil habitantes, segundo o IBGE, em 2022. É o maior município da Zona da Mata Mineira, o quarto município mais populoso de Minas Gerais e o 36º mais populoso do Brasil.
          Está na sétima posição entre os 853 municípios mineiros, de acordo com Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM), medido pelas Organizações das Nações Unidas (ONU). Com índice de 0,778, considerado alto, Juiz de Fora está entre as 10 melhores cidades de Minas Gerais para se viver. (Fotografia acima de Brunno Estevão)
          Distante 283 km de Belo Horizonte e a 185 km do Rio de Janeiro, Juiz de Fora faz divisa com Santos Dumont, Ewbank da Câmara, Piau, Coronel Pacheco, Chácara, Bicas, Pequeri, Santana do Deserto, Matias Barbosa, Belmiro Braga, Santa Bárbara de Monte Verde, Lima Duarte, Pedro Teixeira e Bias Fortes.
          Sua área territorial total é de 1 429,875 km². Somente na parte urbana do município, são 317,740 km². A cidade é banhada diretamente pelo Rio Paraibuna (na foto acima de Márcia Valle/@marciavalle_at_), Rio Cágado e Rio do Peixe e seus afluentes, o Rio Monte Verde e o Rio Grão Mogol.
Origem
          Juiz de fora tem origens no Ciclo do Ouro, no século XVIII, quando foi aberto o Caminho Novo da Estrada Real a partir de 1707 que ligava Ouro Preto MG ao Porto do Rio de Janeiro. Nos trechos do Caminho Novo, povoados e arraiais foram se formando. Entre esses povoados e arraiais criados, está Santo Antônio do Paraibuna, formado em 1713, que deu origem ao que é hoje, Juiz de Fora.
          O desenvolvimento do arraial de Santo Antônio do Paraibuna começou de fato no início do século XIX, com a decadência da exploração mineral em Minas Gerais e o surgimento de uma nova riqueza, o café.
          Lugar de terras férteis, água de qualidade e clima ameno, propício para a cultura de café, a região da Zona da Mata Mineira começou a receber um grande fluxo de migrantes e imigrantes, após o fim do Ciclo do Ouro. Não demorou muito, o pequeno arraial de Santo Antônio do Paraibuna começou a crescer, ao ponto de ser elevado à distrito. 
          Inicialmente vinculado a Barbacena, desmembrou-se em 31 de maio de 1850, tornando-se cidade emancipada em 1856, com o nome de Cidade do Paraibuna. O nome atual, Juiz de Fora, passou a ser adotado em 1865. E a data de fundação da cidade é o dia de seu desmembramento de Barbacena, 31 de maio de 1850.
A Manchester Mineira
          
Nos áureos tempos da riqueza propiciada pelo café e seu pioneirismo na industrialização, Juiz de Fora prosperou ao ponto de ser comparada à cidade inglesa de Manchester, primeira cidade inglesa a desenvolver-se comercial e industrialmente. No caso, a comparação com Juiz de Fora se deve ao fato da cidade mineira ter sido a pioneira no desenvolvimento comercial e industrial em Minas Gerais. Por esse motivo, Juiz de Fora é também chamada de “Manchester Mineira”. (na foto acima de Tharlys Fabrício, vista noturna parcial de Juiz de Fora MG)
          A crise econômica de 1929, que afetou todo o mundo, atingiu em cheio os municípios mineiros produtores de café, principalmente Juiz de Fora. Foram décadas de estagnação econômica, até 1960, com a cidade se recuperando e voltando a se desenvolver.
          Se desenvolveu tanto ao ponto de ser o que é hoje, uma das mais desenvolvidas e industrializadas de Minas Gerais, com boa infraestrutura urbana, educação em todos os níveis, uma economia forte, agricultura e pecuária de ponta, setor de serviços de boa qualidade e um comércio bastante amplo e representativo em todos os setores.
          Com isso, a cidade exerce uma grande influência em Minas Gerais, principalmente na Zona da Mata e nas regiões Sul e Central do Rio de Janeiro, fazendo jus ao apelido que ganhou nas primeiras décadas do século XX, de “Manchester Mineira”.
Cultura e formação religiosa
          A cidade se desenvolveu, cresceu e ainda recebeu um grande número de imigrantes, principalmente italianos, alemães, árabes, libaneses, sírios, dentre outros povos, no século XIX e XX. Desses povos, juntamente com os antigos moradores, africanos, indígenas que habitavam a região e migrantes que vieram de outras regiões de Minas e do Brasil, formou-se a identidade cultural, social, econômica, arquitetônica, folclórica e religiosa de Juiz de Fora.
          Os povos que deram origem à Juiz de Fora, no século XIX, trouxeram seus costumes, tradições, cultura e suas crenças religiosas para a cidade como o protestantismo, catolicismo, metodismo, espiritismo, islamismo, catolicismo ortodoxo, além dos sírios que praticavam o Rito Bizantino, os libaneses, adeptos do Rito Maronita e árabes islâmicos. Esses três últimos povos se instalaram na cidade entre as décadas de 1950 e 1970.
          Esses povos contribuíram para o crescimento e desenvolvimento industrial e econômico de Juiz de Fora, deixando um pouco de sua religiosidade, cultura, arquitetura, tradições e costumes, presentes até os dias de hoje na cidade.
Fazendas e distritos
          Por sua história, passado e riqueza, Juiz de Fora guarda relíquias arquitetônicas dos tempos do Brasil Colônia, da época do auge do Ciclo do Café, além da beleza de sua arquitetura colonial do século XIX e da arquitetura eclética e neoclássica do século XX.
          Riquezas essas ainda visíveis nas belas fazendas centenárias na zona rural do município, muitas delas hoje, hotéis fazenda.(na foto acima de Márcia Valle/marciavalle_at_, fazenda em Juiz de Fora MG)
          Boa parte dessas fazendas e seus imponentes casarões podem ser vistos nos distritos juiz-foranos de Sarandira (na foto acima de Márcia Valle/@marciavalle_at_), Chapéu d'Uvas, Rosário de Minas, Humaitá, Torreões e Dias Tavares. (na foto abaixo a Estação Ferroviária de Dias Tavares, inaugurada em 1894, fotografada pelo Fabrício Cândido de dentro de uma cabine de trem de carga)
Estrutura urbana
          O município tem grande potencial turístico e uma excelente infraestrutura para eventos diversos e uma rede hoteleira e gastronômica de qualidade, além de dois aeroportos, o Aeroporto Francisco Álvares de Assis, inaugurado em 1958, a 7 km do centro da cidade e o Aeroporto Regional da Zona da Mata.
           Juiz de Fora conta ainda com uma boa malha ferroviária para transporte de carga e rodoviária, com acesso às rodovias federal como a BR-040 e BR-116. (fotografia acima de Tharlys Fabrício)
Atrativos Turísticos
          Entre seus atrativos turísticos destaca-se prédios históricos, em estilo colonial e eclético em sua área urbana, fazendas centenárias, trilhas, cachoeiras, rios, paisagens naturais, além da Represa João Penido, um dos maiores atrativos do município (na fotografia acima de Márcia Valle/@marciavalle_at_).
          Conta ainda com belas praças e parques como o Parque da Lajinha (na foto acima da Terezinha Ognibene), o Aeroclube de Juiz de Fora, inaugurado em 5 de março de 1938, e Memorial da República Presidente Itamar Franco.
          Um dos pontos turísticos mais atraentes de Juiz de Fora, a 923 metros de altitude, é o Morro do Imperador, conhecido ainda por Morro do Cristo e Morro da Liberdade. No Morro do Imperador, além do mirante e a espetacular vista da cidade, uma singela e centenária capela, se destaca (na foto acima de Brunno Estevão).
          No centro da cidade está uma das mais charmosas e atraentes ruas de Juiz de Fora, a Rua Halfeld. O nome é em homenagem ao engenheiro alemão Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld, também conhecido como Henrique Guilherme Fernando Halfeld, (Clausthal-Zellerfeld, Reino de Hanôver, 23 de fevereiro de 1797 — Juiz de Fora, 22 de novembro de 1873 e sepultado no Cemitério Municipal de Juiz de Fora.
          Formado em Bergakademie Clausthal, Halfeld chegou ao Brasil em 1825, sendo o patriarca da família Halfeld no Brasil. Foi um dos fundadores de Juiz de Fora, idealizador de diversas estradas por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Como exemplo, a Estrada do Paraibuna, que ligava Vila Rica, então capital de Minas Gerais a Paraibuna, na divisa com o Rio de Janeiro. Foi a partir dessa estrada, que novos povoados surgiram ou os que já existiam, cresceram e se tornaram cidades, como Juiz de Fora, por exemplo. (na foto acima do Marcelo Melo a arquitetura eclética do Centro de Juiz de Fora, com destaque para a fachada do Cine Theatro Municipal)
          A rua que homenageia o engenheiro alemão é mais importante de Juiz de Fora. Na Rua Halfeed concentra-se diversos bares, restaurantes, cafés, cinemas, a Câmara Municipal, galerias de lojas, o Edifício Clube Juiz de Fora, onde está o painel “Cavalinhos” de Cândido Portinari, coreto, parque infantil, centenárias árvores, o Parque Halfeld (na foto acima de Márcia Valle/@marciavalle_at_ a Igreja de São Sebastião com o Parque Halfeld), além do Cine-Theatro Central (na foto abaixo do Tharlys Fabrício).
          Inaugurado em 30 de março de 1929, o Cine-Theatro Central é um dos maiores atrativos de Juiz de Fora e um dos mais importantes palcos teatrais de Minas Gerais e também do Brasil se tornando um bem patrimônio nacional, tombado em 1996 pelo Patrimônio Histórico Nacional.
          Tem ainda a Usina de Marmelos, fundada pelo industrial Bernardo Mascarenhas. Inaugurada em 1889, foi a primeira usina hidrelétrica da América do Sul.
          Além de levar energia para indústrias fundadas no final do século XIX, a usina gerava energia pública. Antes de Marmelos, existiam pequenas usinas setorizadas no Brasil e América do Sul, que geravam energia para pequenas propriedades e pequenas indústrias, já Marmelos não, foi a primeira usina hidrelétrica na América do Sul a produzir energia em grande quantidade para indústrias e para iluminação pública.
          Juiz de Fora conta com shoppings, cinemas, 7 teatros, o Conservatório Público de Música, o Mercado Municipal, um variado e extenso comércio para todos os gostos e tipos.
          Cidade de fortes tradições culturais, desde sua origem, Juiz de Fora sedia o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, diversos grupos de corais e bandas, várias orquestras, entidades e centros culturais, grupos de capoeira e teatros.
          Conta vários museus como o Museu Ferroviário, o Museu de Arte Murilo Mendes, Museu de Crédito Real, Museu Usina de Marmelos, Museu de Malacologia e o de Ciências da UFJF, o Museu de História Natural, o Museu Mariana Procópio, dentre outros.
         Além disso, conta com entidades culturais como a Academia de Poetas e Prosadores, O Espaço Cultural Banco do Brasil, o Centro de Música Sustenidos e Bemóis, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, a Corporação Musical Artistas Amadores da Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora e Sociedade de Belas Artes.
          Templos religiosos de diferentes denominações como islâmicos, espíritas, evangélicos e ortodoxos como exemplos a Igreja Melquita de São Jorge, no bairro Santa Helena, a Primeira Igreja Batista de Juiz de Fora e diversos  templos católicos como a Igreja de Nossa Senhora da Glória, a Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, a Igreja do Rosário, de São Sebastião, e a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Imperador (na foto acima do Jefferson Formigioni).
          Juiz de Fora se destaca também pelo seu artesanato, por sua gastronomia e pelo seu carnaval, um dos mais tradicionais e considerado, um dos melhores de Minas Gerais.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

10 Capitais de Minas Gerais - Parte II

(Por Arnaldo Silva) Essa é a segunda parte da série 30 "capitais de Minas Gerais". Foram 10 na primeira parte, completando 20, com a segunda parte e agora as outras 10 restantes, na terceira parte.
Belo Horizonte é a capital administrativa de Minas Gerais, mas em todas as 12 regiões mineiras, cidades se destacam como "capitais", não só de Minas Gerais, mas do Brasil e do mundo, que as torna referências nesses ramos, destacando como "capitais" em diferentes atividades como na gastronomia, indústria, artesanato, cultura, confecções, religiosidade, bebidas, moda, carnaval, confecções, pedras preciosas, agricultura, pecuária, etc.
Conheça as 10 cidades da terceira parte da matéria sobre as capitais mineiras
01 - Monte Sião - Capital da Moda, Tricô e das Porcelanas
          Cidade tradicional em Minas, dota de ótima estrutura urbana e qualidade de vida, Monte Sião fica no Sul de Minas, distante 470 km da Capital, Belo Horizonte. A cidade conta hoje com cerca de 24 mil habitantes. (fotografia de Marcos Pieroni)
          Com uma ótima rede gastronômica e hoteleira, belas praças, um casario charmoso, além de ser uma estância hidromineral, Monte Sião é muito bem estruturada para receber visitantes.
          Se destaca pela Festa do Peão, que acontece no mês de março e por ser a única cidade no Brasil, que fabrica porcelanas nas cores azul e branca.
          Sem dúvida alguma, o destaque da cidade é a indústria têxtil, principal atividade econômica do município, com mais de 2 mil estabelecimentos, entre indústrias e comércios de malhas e tricô, tradição que chegou à cidade no século XX, pelas mãos de imigrantes italianos. Por sua tradição, qualidade de suas malhas e tricôs, além de sua estrutura, Monte Sião é a Capital Nacional do Tricô. A cidade recebe todos os dias, um grande fluxo de visitantes, que vem em caravanas para conhecerem as novidades das indústrias de tecidos da cidade, bem como, fazerem compras.
          A presença de turistas é bem maior em épocas especiais, como no Encontro de Fuscas, na Trilha das Malhas, no Festival de Inverno, nas festas de fim de ano e durante a Feira Nacional do Tricô (Fenat), que acontece entre os meses de abril e maio.
02 - Nova Serrana - Capital dos Calçados Esportivos
 
          A cidade fica a 120 km de Belo Horizonte, na Região Centro Oeste de Minas e conta atualmente com mais de 105 mil habitantes. Cidade industrializada, com ótima estrutura para o turismo de negócios e eventos diversos, graças a sua indústria calçadista. A cidade produz calçados desde 1948 e cresceu em torno desse ramo industrial. Conta atualmente com milhares de empresas de pequeno, médio e grande porte, gerando emprego e renda para milhares de pessoas. (fotografia acima de @newdronens)
          Nova Serrana responde pela produção de 55% dos calçados esportivos no Brasil, sendo considerada por isso, a Capital dos Calçados Esportivos. Todos os anos, duas vezes ao ano, organiza a maior feira de calçados de Minas Gerais, a Fenova, evento que mobiliza todo o setor e atrai compradores de todo o país.
03 - Patos de Minas – Capital Nacional do Milho
          Patos de Minas, na Região do Alto Paranaíba, hoje com cerca de 159 mil habitantes é conhecida no país inteiro como a Capital do Milho. A tradição é tanta, que o milho e seus derivados, fazem parte da história da cidade. Desde 1958, em Patos de Minas, acontece uma das maiores festas rurais do Brasil, a Festa Nacional do Milho, a FENAMILHO, na data de aniversário da cidade, 24 de maio, dia declarado como o Dia Nacional do Milho. (foto acima de @dronemoc)
          A cidade é bem estrutura, industrializada, e com uma agricultura forte, com produção, além do milho, de girassóis, cana-de-açúcar, tomate, sorgo, batata-doce, mandioca, soja, café, feijão, dentre outras culturas. Além disso, é muito bem organizada, com uma boa rede hoteleira e gastronômica, além de atrativos arquitetônicos como o Memorial da Casa da Cultura do Milho, a Igreja de Nossa Senhora das Dores, a Casa de Olegário Maciel, a Catedral de Nossa Senhora da Guia, a Igreja de Santo Antônio, Shoppings, a Lagoa Grande, a Cachoeira das Irmãs, dentre outros atrativos. 
04 - Piranguinho - Capital do Pé de Moleque
          Com pouco mais de 9 mil habitantes, distante 435 km de Belo Horizonte, Piranguinho, no Sul de Minas, se destaca por ser a capital de um dos mais saborosos doces do Brasil, o Pé de Moleque. É o maior símbolo gastronômico da cidade, um uma das identidades gastronômicas de Minas Gerais. (foto acima do André Uchôas)
          O doce tem tradição desde a chegada das ferrovias na região, nas primeiras décadas do século passado e movimenta a economia da cidade, gerando emprego e renda para centenas de famílias. O autêntico e legítimo Pé de Moleque de Piranguinho tem selo de qualidade. A cidade ainda organiza, no mês de junho, a Festa do Pé de Moleque, em conjunto com as Festas Juninas. No evento, além das tradições comidas típicas, danças, músicas e shows, é apresentado o maior pé de moleque do Brasil, com uma média de 24 metros de comprimento, servido à população presente.
05 - Paracatu - Capital Mundial do Pão de Queijo

          A cidade histórica de Paracatu é a Capital Mundial do Pão de Queijo. Cidade onde a história e modernidade se faz presente, Paracatu se destaca no turismo, na pecuária leiteira, na mineração e na riqueza da sua cozinha, em especial as quitandas mineiras, em destaque para o pão de queijo. A diferença é que o Pão de Queijo de Paracatu não é escaldado, diferente do pão de queijo tradicional, que é escaldado. Os ingredientes são os mesmos, apenas não o escaldo. O modo de fazer pão de queijo sem escaldar é uma tradição secular em Paracatu. Inclusive, a tradição Patrimônio Imaterial de Paracatu, sendo mencionada no Livro de Registros dos Saberes, desde 2015. (na foto acima de Thelmo Lins, o caminho que ligava Minas a Goiás, no século XIX)        

06 - São Tiago – A capital nacional do Café com Biscoito
          Com cerca de 11 mil habitantes, São Tiago, no Campo das Vertentes se destaca em Minas Gerais desde o século XVIII, quando o povoado era ponto de descanso de tropeiros, que aproveitavam para descansar e comer os biscoitos preparados pelos moradores do povoado. (foto acima enviada pelo Deividson Costa/mdm - Agência Digital)
          A tradição perdura por séculos e São Tiago se destaca no país por seus biscoitos e café, feitos no forno de barro e nas dezenas. Além disso, seus biscoitos são produzidos nas várias indústrias locais, que produzem dezenas de biscoitos diferentes, mantendo a mesma qualidade e sabor dos biscoitos feitos, nos fornos de barro.
          Todos os anos, no segundo fim de semana do mês de setembro, acontece a Festa Nacional do Café com Biscoito, um dos maiores eventos gastronômicos do Brasil. Para se ter ideia, durante os dias de evento, a cidade recebe entre 60 a 80 mil visitantes. Isso numa cidade com apenas 11 mil habitantes. Daí dá para perceber o tamanho da importância da cidade e de sua principal festa. É a Capital Nacional do Café com Biscoito.
07 - Sabará – A capital da jabuticaba
        Sabará, foi a terceira vila do ouro de Minas e está apenas 20 km de Belo Horizonte. A cidade histórica, que guarda relíquias do Barroco Mineiro, com obras do Metre Aleijadinho e Ataíde, se destaca hoje pela jabuticaba. (a Jabuticaba-Sabará, na foto acima de Sabará e Sabor/Restaurante Jotapê em Pompéu, distrito de Sabará MG)
          Fruta nativa da Mata Atlântica, a jabuticaba é tão importante para a cidade, que uma das 15 espécies existentes de jabuticaba, carrega seu nome: Jabuticaba-Sabará. Nos quintais do município, a fruta está presente e dos quintais sabarenses, saem vinho de jabuticaba, cachaça, licor, bolo, doce, geleia, molho, sorvete, pudim e diversos pratos com a fruta Jabuticaba-Sabará, que é um dos patrimônios do município, bem como os derivados da fruta, que tem selo de origem. 
          Todos os anos, entre novembro e dezembro, época de temporada, acontece o Festival da Jabuticaba, com shows, exposição de arte local e são apresentados todos os derivados da jabuticaba nos 3 dias de eventos. A cidade é a Capital da Jabuticaba.
08 - Salinas - Capital da Cachaça
          Distante 640 km de Belo Horizonte, Salinas, no Norte de Minas se destaca no mundo inteiro por sua bebida destilada de cana. A cachaça, movimenta alambiques e indústrias, gerando emprego e renda para centenas de famílias. São cercas de 50 marcas de cachaças, com destaque para a Havana, reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial de Salinas. As cachaças de Salinas são comercializadas em todo o Brasil, sendo ainda exportada para vários países. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, uma das salas do Museu da Cachaça de Salinas)
          A cidade de 42 mil habitantes, conta óptima estrutura urbana para receber visitantes, bem como um museu dedicado a contar a história da bebida, além de organizar todos os anos, no mês de julho, o Festival Mundial da Cachaça, bebida que faz de Salinas a Capital da Cachaça, reconhecida pela Lei Federal, nº 13.773, publicada no Diário Oficial da União em 19/12/2018. 
09 - Santo Ant. do Monte - Capital dos Fogos de Artifício
          Com cerca de 30 mil habitantes, a cidade de Santo Antônio do Monte, no Centro Oeste de Minas, a 185 km de Belo Horizonte, se destaca no Brasil por suas indústrias de fogos de artifícios, os populares, foguetes. A cidade responde por 80% da produção de fogos de artifícios no Brasil, além de exportar para vários países, sendo por isso, a Capital Nacional dos Fogos de Artifícios. A cidade organiza todos os anos, geralmente em novembro, a tradicional Festa do Foguete, com shows pirotécnicos, musicais, comida típicas e mostra da indústria. (foto acima de Arnaldo Silva) 
10 - Santa Rita do Sapucaí - Capital dos Eletrônicos
          A cidade fica na Região Sul de Minas, a 406 km da capital e conta atualmente com cerca de 45 mil habitantes. É um dos mais importantes polos eletrônicos do país, sendo a cidade uma potência tecnológica em Minas Gerais. (fotografia acima de Leonardo Souza/@jleonardo_souza_srs)
          Por sua importância, é comparada ao famoso Vale do Silício, polo tecnológico da Califórnia, nos Estados Unidos, nos anos 1950. O município abriga o Vale da Eletrônica, formado por mais de 150 empresas de setores que vão da informática à telecomunicação, produzindo mais de 13 mil produtos, como fios, placas e softwares, chip do passaporte eletrônico, transmissor de TV, urnas eletrônicas, utilizadas nas eleições, dentre outros produtos eletrônicos. 
          Santa Rita do Sapucaí é a única cidade brasileira que produz e exporta tokens e transmissores digitais. Seus produtos, abastecem o mercado nacional e internacional. Além disso a cidade é considerada “cidade criativa”, por suas inovações e reciclagem, além de oferecer uma excelente estrutura urbana, um setor de serviços eficiente, uma boa rede hoteleira e gastronômica, além de ser uma cidade muito bonita e acolhedora.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Senador Amaral: a cidade mais alta de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Senador Amaral faz divisa com os municípios de Cambuí, Bom Repouso, Camanducaia, Munhoz e Bueno Brandão. Está a 447 km distante de Belo Horizonte, a 171 km de São Paulo, a 94 km de Bragança Paulista, a 66 km de Pouso Alegre e a 20 km distante de Cambuí. 
          O acesso à cidade é a partir do km 895 da Rodovia Fernão Dias – BR-381, na altura de Cambuí, entrando na MG-295. (foto acima do Arquivo da Secretaria de Cultura e Turismo de Senador Amaral)
          Antigo distrito de Cambuí, no Sul de Minas Gerais, Senador Amaral é uma cidade jovem. Foi elevada à cidade emancipada em 1992. Com 1496 metros de altitude, acima do nível do mar, é o município mais alto de Minas Gerais. (fotografia acima Arquivo Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Senador Amaral e abaixo, a Praça da Matriz, de autoria de Léo Flores)
          Além disso, Senador Amaral é o também o segundo município de maior altitude do Brasil, atrás apenas de Campos do Jordão/SP que está a 1640 metros de altitude.
O nome e origem
          Senador Amaral tem origem no final do século XIX, a partir de 1890 com a formação de um povoado no entorno da Igreja de São Sebastião, em Cambuí MG, em terras doadas pela família Borges. O lugar passou a se chamar São Sebastião dos Campos da Lagoa Grande. Adotou o nome de Senador Amaral em 1948, quando a vila foi elevada à distrito, permanecendo esse nome até os dias de hoje. (na foto acima, Praça da Matriz da cidade. Fotografia da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Senador Amaral)
          O nome da cidade é em homenagem a Eduardo Amaral, nascido em 16 de agosto de 1857 em Pouso Alegre MG. Foi vereador em Pouso Alegre, deputado Estadual entre 1911 e 1914 e senador entre 1915 e 1922.
Atrativos
          Cidade tranquila, pacata, com povo hospitaleiro e acolhedor, conta atualmente com pouco mais de 5.500 habitantes. (fotografia acima e abaixo: arquivo Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Senador Amaral)
          A cidade possui uma boa estrutura urbana, com um comércio variado, bom setor de prestação de serviços, charmosas e atraentes fazendas, pousadas, hotéis e restaurantes com comidas típicas, belezas naturais como matas nativas, campos e cachoeira paradisíacas, além de seu clima e de altitude, que a torna uma estância climática.
          Tem no setor agropecuário a base de sua economia, destacando-se as culturas do morango, brócolis e batata, além de ser um dos grandes produtores de flores e frutas vermelhas, graças a riqueza de seu solo. (foto acima: arquivo da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Senador Amaral)
Baixas temperaturas
          Além disso, é uma das cidades mais frias de Minas Gerais e do Brasil, com invernos rigorosos, abaixo de zero grau nos dias mais frios entre maio, junho e julho, que muda totalmente a paisagem do município. (na foto acima, um dia com temperatura de -2°C na cidade. Foto arquivo da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo)
          Para quem ama o frio, é uma das cidades mineiras mais atrativas. O inverno em Senador Amaral se iguala ao de Maria da Fé, Barbacena, Alto Caparaó, Gonçalves, Bueno Brandão e Marmelópolis, cidades mineiras consideradas as mais cidades frias do estado. (Fotografia acima e abaixo do Arquivo da Secretaria de Cultura e Turismo de Senador Amaral).
          Mesmo com temperaturas negativas e fortes geadas, nessas cidades só não neva devido o bloqueio das frentes frias pela massa de ar seco que predomina em Minas Gerais, durante o inverno. Essa massa de ar seco tem como característica principal a baixa umidade, o que dificulta com isso a ocorrência de neve em Minas Gerais.
Atrativos
          Entre os atrativos de Senador Amaral está o mirante da Pedra dos Garcias, a Pedra da Onça, a Cachoeira 3 Irmãos, a Cachoeira do Luís, a Cachoeira dos Avestruzes, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, o artesanato, os queijos e doces, Apiário Flores da Serra.
          Além disso, o visitante tem a oportunidade de conhecer plantações com diversidades de flores produzidas no município como orquídeas, astramélias e cravos. São campos de flores e mais de 3 mil estufas, além de plantações de morangos, framboesa, amora e blue berry (mirtilo).
O Vale do Egito
          É um pitoresco e inusitado complexo turístico formado por torre com uma vista em 360 graus, conhecida como “Castelinho”, que lembra as torres de antigos castelos, esfinge e enigmáticos túneis em estilo egípcio, construídos abaixo de uma serra. (foto acima e abaixo arquivo: Pousada Castelinho/Divulgação)
          São construções inspiradas na arquitetura do Vale dos Reis, do antigo Egito. O Vale dos Reis do Egito é um complexo de túneis, escavados entre montanhas. Esses túneis era passagem para tumbas, construídas para os faraós e nobres egípcios, entre os séculos XVI e XI, a. C.
          Inspirado no Vale dos Reis no Egito, foi construído em Senador Amaral, no Sul de Minas, seguindo o estilo egípcio. Da entrada principal, até a saída, são 210 metros de túneis. No trajeto, podem ser vistos os espaços para as tumbas, onde eram colocados os faraós e nobres. Para percorrer todo o trajeto, é necessário lanterna e guia. (Fotografia acima e abaixo arquivo da Pousada Castelinho)
          O projeto foi executado pelo proprietário da Fazenda, José Francisco Campos, o “Seu” Campos. A inspiração surgiu quando “Seu” Campos visitou o Egito, há décadas atrás.
          Apaixonado pela cultura e arquitetura desse país africano, idealizou em sua fazenda, construções que lembrasse o Egito antigo, principalmente do Vale do Reis. Com o Sr. Campos veio profissionais do próprio Egito para projetarem a obra, que se iniciou na década de 1980 e concluída, mais de 15 anos depois, já no final da década de 1990. (foto acima arquivo: Pousada Castelinho/Divulgação)
          A casarão sede da fazenda, onde no entorno estão as construções egípcias, foi transformado numa pousada, com o nome de Vale dos Reis, o mesmo nome do Vale dos Reis egípcio, mas é popularmente chamada de Pousada Castelinho (na foto acima. Arquivo Pousada Castelinho/Divulgação).
          Além de uma excelente infraestrutura, com quartos espaços confortáveis e requintado, aceita-se camping na área próxima ao Castelinho. Fotografias acima da Pousada Castelinho/Divulgação)
          É a oportunidade de conhecer um pouco da história, cultura e arquitetura egípcia, sem sair de Minas. (fotografia acima e abaixo, interior da Pousada Castelinho/Divulgação)
          Em Minas Gerais está um pouquinho da cultura e arquitetura egípcia.
          Conheça Senador Amaral, terra de gente amiga, hospitaleira e acolhedora!

sexta-feira, 20 de maio de 2022

A cidade de Cássia e o maior santuário de Santa Rita do mundo

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Cássia, no Sudoeste de Minas, distante 392 km de Belo Horizonte, conta atualmente com cerca de 18 mil habitantes. Faz divisa com Ibiraci, Capetinga, Passos, Delfinópolis, Pratápolis e Itaú de Minas.
          O povoado que deu origem à cidade, foi formado em meados do século XIX, a partir de 1850, numa região de parada de tropeiros. Alguns foram ficando e com isso, um pequeno povoado foi se formando. Seus primeiros moradores devotavam Santa Rita de Cássia. Em honra à santa, edificaram uma pequena capela no povoado. (na foto acima de Carias Frascoli, o Santuário e abaixo do Nacip Gômez, a Praça da Matriz de Cássia)
          Em 2 de janeiro de 1866, o povoado foi elevado à distrito, subordinado a Dores do Aterrado, atual município de Ibiraci, com o nome de Jacuí. Em fevereiro1890, o distrito de Jacuí foi elevado à vila e à cidade emancipada nesse mesmo ano. A data oficial do aniversário do município sendo 22 de maio que é o dia e mês do falecimento de Santa Rita de Cássia, padroeira da cidade. Em 1919, a cidade passou a adotar o nome de Cássia.
O maior Santuário do mundo
          A fé e a devoção à santa italiana são tão fortes e marcantes na cidade, que toda a comunidade se uniu na construção do novo Santuário de Santa Rita de Cássia.
          Idealizado pelo empresário Paulo Flávio de Melo Carvalho, 73 anos, natural da cidade e devoto de Santa Rita de Cássia. Carvalho visitou a cidade de Cássia, na Itália, para conhecer e ter mais referências para seu projeto. A obra levou 4 anos para ser concluída e contou com apoio de mais de 100 empresas e da comunidade, além de ter gerado mais de 500 empregos diretos. O edifício foi doado pelo empresário à diocese de Guaxupé. (na foto acima de Douglas Arouca, o amanhecer em Cássia em Cássia MG e abaixo, de Felipe Brazão/@fbimagensaerea, o anoitecer, com o todo o complexo do santuário)
          Erguido numa área de 180 mil m², o santuário possui 100 mil m² só de edificação. Com isso, se torna o maior santuário dedicado à Santa Rita de Cássia no mundo.
          O imponente edifício tem capacidade para receber 5 mil fiéis sentados e 2 mil em pé e estacionamento para 200 ônibus e até mil carros. 
          Conta ainda com centro comercial, velário, sanitários, vestiários, fraldário, praça de alimentação, heliponto e uma réplica da casa, construída entre 1200 e 1300, onde viveu Santa Rita de Cássia. (foto acima e abaixo de Carias Frascoli)
          O novo santuário atrai dezenas de milhares de turistas e peregrinos à cidade todos os anos, impulsionando com isso o crescimento da cidade, principalmente no setor de turismo, hoteleiro e gastronômico. (fotografia acima de Carias Frascoli)
          É o maior santuário dedicado à Santa Rita de Cássia e o terceiro maior santuário do mundo. O maior é a Basílica de São Pedro, no Vaticano e o segundo é o santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. (fotografia acima e abaixo de Carias Frascoli)
          O Santuário de Santa Rita de Cássia é símbolo da fé do povo cassiense e concretização do sonho do empresário Paulo Flávio de Melo Carvalho, que acreditou em seu sonho. Com apoio da comunidade em geral, devoção e fé, o que começou num sonho, se tornou realidade, fortalecendo a cidade como dos mais importantes centros de peregrinação religiosa no Brasil.
Quem foi Santa Rita de Cássia
          Margherita Lotti, nome de batismo de Santa Rita de Cássia, foi uma freira agostiniana italiana. Nasceu em 1381 na cidade de Roccaporena, próxima à cidade de Cássia, na Itália, onde faleceu em em 22 de maio de 1457.
          Após ficar viúva, optou por seguir a vida religiosa, vocação que sentia ter desde criança, ingressando na Ordem dos Agostinianos. Sábia, amável, caridosa e fervorosa, suas orações curavam, tornando-a amada e sempre procurada pelos fiéis. Após sua morte, passou a ser venerada pelos milagres a ela atribuídos em vida e após sua morte. (fotografia acima e abaixo de Carias Frascoli, a réplica fiel da Casa de Santa Rita de Cássia, em Cássia MG)
          Margherita foi beatificada em 1627 e canonizada em 1900 pela Igreja Católica passando a ser Santa Rita de Cássia, em alusão à cidade em que viveu sua vida religiosa, na Itália.
A cidade mineira de Cássia hoje
          A cidade é tranquila, charmosa e dotada de uma boa estrutura urbana, com boas pousadas, hotéis, restaurantes, bom setor de prestação de serviços. Seu povo é hospitaleiro e acolhedor.
          Município com forte presença na agricultura regional, se destaca no cultivo de café e banana e também no turismo, já que a Cássia está na divisa com Delfinópolis, uma das cidades da Serra da Canastra. (na foto acima do Nacip Gômez, casario de Cássia e abaixo, a balsa sobre o Rio Grande entre Delfinópolis e Cássia)
          Além disso, suas belezas naturais se destacam como o Rio Grande, a charmosa balsa, paisagens naturais, córregos, nascentes e belíssimas cachoeiras como a Cachoeira da Paz, a Cachoeira da Gruta, a Cachoeira do Luquinha, a Cachoeira do Ouro, a Cachoeira do Itambé (na foto abaixo do Felipe Brazão/@fbimagensaerea), dentre outras belezas naturais.
          A área urbana conta com belos casarões, belas praças e igrejas, o Centro Memorial Antônio Teodora Grilo e agora, a igreja Matriz e agora, o Santuário de Santa Rita de Cássia, inaugurado em maio de 2022. (fotografia abaixo de Carias Frascoli)
          A cidade se movimenta nos dias festivos e religiosos, principalmente no dia de Santa Rita de Cássia, 22/05, padroeira da cidade.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Mexido de banana

(Por Wander Sena) Esta receita é da minha Bisavó “Dª. Sinhá”, e tem sabor de infância. Faz parte da memória das Minas Gerais provavelmente desde o tempo dos tropeiros e bandeirantes.
O mexido de banana é muito forte e provavelmente foi criado por tropeiros em suas andanças. Deduzo isto porque os ingredientes para esta receita podiam ser encontrados em qualquer casa das Minas Gerais.
          Certamente foi criado com esses ingredientes pelas mesmas razões que criaram o feijão tropeiro – Os ingredientes eram fartos e fáceis de serem encontrados.
          Na minha infância ficávamos esperando que os adultos cumprissem a promessa de fazer mexido de banana - submetidos à pedagogia das trocas:
          Se nós ficássemos quietos e fizéssemos tudo o que nos pediam, fariam o mexido de banana. Isto ‘emprestou’ outro sabor ao prato, que ficou impregnado nas nossas memórias. Esta memória de criança é um ingrediente que faz toda a diferença e não está na receita e sim em você. Coloque à vontade! Mesmo que não tenha experimentado deste mexido em sua infância.
          Aí está a receita que me traz boas lembranças.
INGREDIENTES:
• 2Kg de banana prata muito madura com a casca pintando de preto é o ideal porque os açúcares terão mais intensidade.
• 04 ovos.
• Óleo em pouca quantidade, o suficiente para cobrir o fundo da panela que deve ser grande para facilitar a mistura.
• ½ xícara de açúcar.
• ½ queijo Minas em estado de meia cura importante que o queijo seja meia cura para que não derreta totalmente.
• ½ quilos de farinha de milho a farinha de milho com bejús é melhor e a quantidade a ser usada varia conforme a consistência que se deseja dar ao mexido de banana. A consistência ideal é de uma massa que permita fazer as bolinhas de mexido com os dedos, pois comer de colher é não seguir a moda como os tropeiros comiam o mexido.
MODO DE PREPARAR:
• Pique a banana em pedaços bem pequenos e não muito grossos para que se dissolva mais facilmente e separe;
• Pique o queijo em cubos mais grossos e separe;
• Coloque a metade do óleo na panela em fogo alto e antes que esquente muito, coloque os quatro ovos para estrelar. Quando os ovos estiverem no ponto (firme e sem queimar) retire da panela e separe;
• Coloque a outra metade do óleo na panela e deixe esquentar. Depois coloque a banana e ½ xícara de açúcar e vá mexendo para a banana dissolver. 
DICAS
- Utilize uma colher de Pau para fazer o mexido, pois as colheres de metal liberam metais da panela;
- Quando a Banana estive totalmente derretida, diminua o fogo e observe no fundo da panela quando ‘ameaçar’ agarrar (dar a rapa) coloque o queijo e vá mexendo lentamente e em movimentos circulares. 
- Se o queijo for de boa qualidade e estiver em estado de meia cura serão desprendidos fios de queijo no mexido e este é o momento para colocar os ovos e a farinha;
- Adicione o ovo mexido;
- Adicione farinha aos poucos cuidando para que o mexido fique na consistência de uma pasta não muito seca e com a farinha totalmente integrada à massa. Deixar farinha solta no meio do mexido não é bom, pois torna o mexido muito seco. 
          Este mexido de banana varia conforme as preferências e conforme os ingredientes, principalmente conforme o tipo de banana, que deve estar muito madura - já fiz com banana caturra e também fica muito bom, embora com sabor mais forte e mais doce.
Selecione o queijo Minas, de ‘meia cura’ e evite os queijos que hoje em dia vem com amido misturado e não dá a consistência desejada.
          Cuide para que a banana seja totalmente dissolvida para uma consistência adequada do mexido.
          Controle a quantidade de farinha que se for muita, deixa o mexido seco demais.
          Atenção para o ponto da massa que deve estar com a banana totalmente dissolvida e um com um leve indício de sapecado (muito cuidado neste ponto para não ficar com gosto de queimado), com o queijo aparecendo em fios e em pequenos pedaços.
          O ponto da massa é o de se poder comer com as mãos, fazendo bolinhas.
          Vai ser difícil, mas modere na quantidade que vai comer.
Bom apetite! 
(Wander Sena é de Divinópolis MG. O mexido de banana está presente na família por gerações. Fotografias de Arnaldo Silva)        

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